Coordenadas Polares
Existem vários sistemas de coordenadas que mostram a posição de um ponto em um plano. O sistema de coordenadas polares é um deles.
No sistema cartesiano, as coordenadas são números chamados de abscissa e ordenada, que são medidas das distâncias orientadas a dois eixos fixos. No sistema polar, as coordenadas consistem de uma distância e da medida de um ângulo em relação a um ponto fixo e a uma semirreta fixa.
O ponto P fica bem determinado através do par ordenado (r, ), em que |r| representa a distância entre a origem e o ponto P e representa a medida, em radianos, do ângulo orientado AÔP. Quando AÔP for descrito no sentido anti-horário, > 0, caso contrário, < 0.
Exemplos:
Representar em um sistema de coordenadas polares, os seguintes pontos:
a) 2, 4 P b) 2, 4 P c) 4, 3 P d) 4, 3 P
O ponto P pode ter um número ilimitado de pares de coordenadas polares, pois podemos representar esse ponto da forma:
(P, +2k), kZ
Relação entre o sistema de coordenadas cartesianas retangulares e o sistema de coordenadas polares
Para nos referirmos às coordenadas cartesianas e polares de um ponto P, fazemos a origem do primeiro sistema coincidir com o polo do segundo sistema, o eixo polar com o eixo positivo dos x e o raio para o qual = /2 com o eixo positivo dos y.
Supondo que P seja um ponto com coordenadas cartesianas (x, y) e coordenadas polares (r, ), distinguimos dois casos:
r > 0 r < 0 Portanto: r > 0: cos x r e sen y r r < 0: cos x r e y sen r
Desta forma, temos:
Utilizando estas equações, podemos deduzir uma relação muito usada:
x2 = r2cos2
y2 = r2cos2
x2 + y2 = r2(cos2 + sen2) r2 = x2 + y2 r x2 y2 Portanto,
Exemplos:
a) Encontrar as coordenadas cartesianas do ponto cujas coordenadas polares são
7 4, 6
b) Encontrar (r, ) supondo r < 0 e 0 2 para o ponto P, cujas coordenadas cartesianas são
3, 1
x = r cos y = r sen
Representação gráfica
O gráfico de F(r,) = 0 é formado por todos os pontos cujas coordenadas polares satisfazem a equação. Geralmente, a equação em sua forma explícita é dada por r = f ().
Os seguintes procedimentos podem auxiliar no esboço do gráfico: Calcular os pontos de máximo ou de mínimo;
Encontrar os valores de para os quais a curva passa pelo pólo; Verificar simetrias:
Se a equação não se altera quando substituímos r por –r, existe simetria em relação à origem;
Se equação não se altera quando substituímos por –, existe simetria em relação ao eixo polar (ou eixo dos x);
Se equação não se altera quando substituímos por ( – ), existe simetria em relação ao eixo = /2 (eixo dos y).
Exemplo:
A curva r = 2(1 – cos ) é dada por:
Equações de reta
a) = 0 ou = 0 + n, n Z: reta que passa pelo polo e faz um ângulo de 0 ou 0 + n
radianos com o eixo polar.
Circunferências
a) r = c, c : circunferência centrada no polo e raio |c|
b) r = 2a cos: circunferência de centro no eixo polar, tangente ao eixo = /2: se a > 0, o gráfico está a direita do polo;
se a < 0, o gráfico está a esquerda do polo.
[r = 2a cos a>0] [r = 2a cos a<0]
c) r = 2b sen: circunferência de centro no eixo /2 e que tangencia o eixo polar. se b > 0, o gráfico está acima do polo;
se b < 0, o gráfico está abaixo do polo.
Exemplo:
Limaçons: São equações do tipo: r = a b cos ou r = a b sen , a, b Se b > a , o gráfico tem um laço.
Se a = b, então o gráfico é conhecido como cardeoide.
Se b < a, o gráfico não tem um laço
Exemplo:
Lemniscata: São equações do tipo: r2 = ± a2 cos 2 ou r2 = ± a2 sen 2, a
Rosáceas: São equações do tipo: r = a cos n ou r = a sen n, a e nN Se n é par, temos uma rosácea de 2n pétalas
Se n é ímpar, temos uma rosácea de n pétalas
Exemplo:
Espirais Espirais hiperbólicas (a > 0) r = a (>0) r = a (<0) Espirais parabólicas Espiral de Arquimedes (a > 0) Espiral de logarítmica
Comprimento de arco de uma curva dada em coordenadas polares Seja C uma curva dada pela equação polar r = f (). Utilizando as equações
x = r cos y = r sen
temos que
x = f() cos
y = f() sen
que podem ser consideradas equações paramétricas da curva C, para [0,1]. Derivando
essas equações, temos:
`( ) cos ( ) sen dx f f d `( ) sen ( ) cos dy f f d
Elevando ambos os lados das equações ao quadrado e somando, temos:
2 2
2 2
( `( ) cos ( ) sen ) ( `( ) sen ( ) cos )
dx dy f f f f d
d
2 2 2 2 2 2 2 2`( ) cos 2 `( ) ( ) cos sen ( ) sen `( ) sen 2 `( ) ( ) sen cos ( ) cos
f f f f f f f f 2 2 2 2 2 2
`( ) cos sen ( ) cos sen
f f 2 2 `( ) ( ) f f
Substituindo este resultado na fórmula do comprimento de arco de uma curva dado por suas equações paramétricas, temos que o comprimento de arco de uma curva dado em coordenadas polares é dado por:
𝒔 = 𝒇′(𝜽)𝟐+ 𝒇(𝜽)𝟐 𝒅𝜽 𝜽𝟏
Exemplos
a) Calcular o comprimento de arco da cardioide r = 1 + cos.
b) Determine o comprimento da espiral r = e, [0, 2].
Área de figuras planas em coordenadas polares
Seja f uma função contínua e não negativa no intervalo fechado [α,β]. Seja R a região limitada pela curva cuja equação é r = f () e pelas retas = α e = β
Considere uma partição P de [α,β] definida por:
α = 0 < 1 < 2 < ... < i-1 < i < ... < n = β
Para cada [i-1, i], i = 1, ..., n, consideramos um setor circular de raio f(ρi), e um
ângulo central i, em que i-1 < ρi < i e i = i - i-1
Desta forma, a área do i-ésimo setor circular é dada por:
21
( ) 2 f i i
Como há um desses setores circulares para cada um dos n subintervalos, temos uma área aproximada igual a An, sendo:
2
2 1 1 1 1 ( ) ( ) 2 2 n n n i i i i i i A f f
A medida em que n cresce, cada i, i = 1, ..., n, torna-se pequeno e An aproxima-se
da área da região delimitada por = α, = β e r = f (). Portanto
2 1 1 lim ( ) 2 n i i n i A f
Pela definição de integral temos que:
Exemplos:
a) Encontre a área da região delimitada pela cardioide r = 2+2 cos.
b) Encontre a área da região R interior à cardioide r = 2+2 cos() e exterior ao círculo r = 3.