MATURIDADE DA MANUFATURA ENXUTA
NAS EMPRESAS: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
Guilherme Jacob Antonelli (UNIFEI)antonelli_3405@hotmail.com
Ana Carolina Oliveira Santos (UNIFEI)
anasantos@unifei.edu.br
O presente trabalho caracteriza-se como uma revisão teórico conceitual sobre a maturidade da manufatura enxuta nas empresas, abordando seu conceito e principais trabalhos na área. Foram estudados nove artigos de periódicos científicos que apresentaram métodos de medição da maturidade Lean. Foi possível constatar a atualidade do tema, a escassez de publicações relevantes e perceber-se também que pouca publicação relacionada a maturidade de ME é realizada, principalmente no Brasil e, desse modo esse estudo contribui para que o tema ganhe espaço na produção científica brasileira.
2 1. Introdução
A abordagem enxuta de gerenciar operações é fundamentada em fazer bem as coisas simples, em fazê-las cada vez melhor e acima de tudo, em eliminar todos os desperdícios em cada passo do processo (SLACK et al., 2009).
Ao se analisar o Lean Production (LP) ou a Manufatura Enxuta (ME) na literatura internacional, pode-se verificar que esta é geralmente descrita a partir de dois pontos de vista. O primeiro refere-se a uma perspectiva filosófica relacionada com os princípios orientadores e objetivos globais e o segundo a partir da perspectiva prática de um conjunto de práticas de gestão, ferramentas ou técnicas que podem ser observadas diretamente (BHAMU, SANGWAN, 2014).
O sucesso da implementação de qualquer estratégia administrativa normalmente depende das características organizacionais, o que implica que nem todas as organizações devem ou podem implementar um conjunto similar de estratégias (SHAH, WARD, 2002).
Assim, inserido no contexto de um processo produtivo onde as mais variadas práticas necessitam ser implementadas e estar relacionadas, verifica-se a necessidade de avaliação de seus processos (HAMMER, 2007).
Desse modo, como incentivo para que se desenvolva mais o cenário de avaliação dos processos industriais, principalmente os processos que envolvem a filosofia Lean, surge a pergunta que move a pesquisa: Quais são as publicações disponíveis na literatura a respeito da medição de maturidade da ME?
Um estudo do tipo é de extrema valia, pois conforme as palavras de Holweg (2007), surpreendentemente pouca documentação está disponível no que diz respeito ao desenvolvimento de uma metodologia que consiga medir a maturidade do processo de ME nas empresas.
Sendo assim, este artigo tem como objetivo apresentar os instrumentos de medição de maturidade Lean, pois as pesquisas bibliográficas permitem identificar o estado da arte e possíveis lacunas que podem existir, o que possibilita contribuições e oportunidades para pesquisas futuras. A metodologia utilizada nesse trabalho é de cunho conceitual teórico e foi realizada uma extensa revisão de literatura sobre o tema em artigos publicados e disponíveis
3 no portal de periódico da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
2. Referencial teórico
2.1. Manufatura enxuta (ME)
O termo em inglês “Lean Production” (LP) estabelecido para o Sistema Toyota de Produção (STP) ficou conhecido devido ao trabalho dos pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) através da publicação do livro “A Máquina que mudou o mundo”. A produção enxuta recebeu esse nome porque consiste na utilização de menores quantidades de tudo em comparação à produção em massa: esforço dos operários na fábrica, espaço para fabricação, investimento em ferramentas, horas de planejamento para desenvolver novos produtos, estoques no local de fabricação, além de resultar em menos defeitos e produzir uma maior e sempre crescente variedade de produtos (WOMACK et al., 2004).
Sabe-se que o STP segue a lógica da ME, ou seja, a eliminação de todo e qualquer desperdício, visando otimizar a produção das organizações aumentando sua produtividade, melhorando os resultado operacionais e incrementando o desempenho econômico-financeiro (PARABONI, OLIVEIRA, 2011).
A ME trata-se de uma abordagem que busca uma forma melhor de organizar e gerenciar os relacionamentos de uma empresa com seus clientes, cadeia de fornecedores, desenvolvimento de produtos e operações de produção, segundo a qual é sempre possível fazer cada vez mais com menos através de uma variedade de práticas gerenciais que devem funcionar de maneira sinérgica (WOMACK, JONES, 1997; SHAH, WARD, 2002).
2.2. Modelo e medição de maturidade
Para a obtenção dos objetivos propostos pela ME, as empresas devem aumentar a consciência do Lean, identificar e mitigar suas barreiras, promover a mudança de cultura da organização e do papel dos líderes da equipe, formar times multifuncionais, aumentar o nível de comprometimento dos funcionários (com o pagamento adequado e sistema de recompensa) e integrar toda a cadeia de suprimentos (do fornecedor ao cliente), envolvendo a necessidade de inovação e adaptação na organização, através de um conjunto de princípios Lean, juntamente com os sistemas de informação verticais na organização (BHAMU, SANGWAN, 2014).
4 Por outro lado, muitas empresas que pretendem implementar a ME percebem que precisam mudar muitas coisas para aproveitar melhor o que os processos podem oferecer, mas elas, geralmente, não estão certas sobre o que exatamente precisam mudar ou como e quando mudar. Nesse sentido, a medição dos processos permite que as pessoas foquem em objetivos funcionais, pois ao se fazer o diagnóstico, as pessoas passam a conhecer todo seu processo e, por isso, podem tomar decisões mais adequadas, benéficas para o processo como um todo (HAMMER, 2007).
Todavia, aceitando que a ME deve sempre ser considerada como uma jornada, é essencial identificar o caminho que a empresa deve seguir para ser considerada legitimamente uma organização enxuta (RANSOM, 2008; LEE, 2007; HUSBY, 2007),
Ladeira et al. (2011) afirmam que um modelo de maturidade representa uma metodologia com os componentes relacionados a definição, avaliação, gestão e controle de processos de negócio. E, diante disso, fica clara a necessidade da medição e avaliação dos processos de implantação da ME, pois a incorreta aplicação de suas estratégias resulta em ineficiência dos recursos da organização e redução da confiança do trabalhador nas estratégias enxutas (MARVEL, STANDRIDGE; 2009).
3. Metodologia
Do ponto de vista de sua natureza, a pesquisa caracteriza-se como pesquisa básica, pois visa, conforme dito por Moresi (2003), gerar conhecimento novos, úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista.
Quando se diz respeito à forma de abordagem, a pesquisa é do tipo qualitativa por fundamentar-se principalmente em análises de dados que não envolvem métodos quantitativos, o ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento chave (GANGA, 2012; MORESI, 2003).
Ainda baseado no trabalho de Moresi (2003) trata-se de uma investigação exploratória de fenômenos pouco investigados, com pouco conhecimento acumulado e sistematizado e quando se diz respeito aos meios de investigação, classifica-se como uma pesquisa bibliográfica, pois foi desenvolvido um estudo com base em material publicado em periódico e, isto é, material acessível ao público em geral.
5 A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos, além disso, ela busca conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado, existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema (GANGA, 2012).
A revisão trata-se de uma maneira de acumular informações a respeito do trabalho tratado e analisar os pontos fortes e pontos fracos, divergências de opiniões de diversos autores e aplicações, como forma de ter um embasamento para poder formular opiniões próprias e propriedade de conhecimento sobre o assunto a ser pesquisado (CAMPOS et al., 2010). Para a coleta dos dados deste trabalho foram realizadas pesquisas nos periódicos CAPES, o que se justifica devido à sua grande abrangência e facilidade de acesso à maioria dos pesquisadores. Além disso, foram considerados apenas os artigos publicados em periódicos científicos porque sua seleção e avaliação são mais rigorosas e criteriosas, além de serem consideradas pesquisas de alto nível (MIGUEL et al., 2012).
4. Desenvolvimento
4.1. Instrumentos propostos na literatura
Nesta seção estão dispostos os artigos encontrados no Periódico da Capes que apresentam uma metodologia de implantação, avaliação e medição da ME. Foram encontrados nove trabalhos sobre o tema, os quais são analisados e comparados mais detalhadamente a seguir.
Tabela 1 – Relação de artigos encontrados sobre o tema
Autores Título do artigo Periódico Ano de
publicação Ferreira e Saurin Avaliação qualitativa da implantação de
práticas da produção enxuta: estudo de caso em uma fábrica de máquinas agrícolas Revista Gestão da Produção 2008 Karim e Arif-uz-zaman
A methodology for effective
implementation of lean strategies and its performance evaluation in manufacturing organizations
Business Process Management Journal
2013
6 Lean Six
Sigma
Anvari et al. A dynamic modeling to measure lean performance whithin lean atributes
The International Journal of Advanced Manufacturing Technology
2013
Anvari et al. An integrated design methodology based on the use of group AHP-DEA
The International Journal of Advanced Manufacturing Technology 2014 Srinivasaraghavan e Allada
Application of mahalanobis distance as a lean assessment metric
The International Journal of Advanced Manufacturing Technology
2006
Seyedhosseini et al. Extracting leanness criteria by employing the concept of Balanced Scoredcard
Expert Systems with Applications
2011
Bayou e Korvin Measuring the leanness of manufacturing systems – A case study of Ford Motor Company and General Motors
Journal of Engineering and Technology Management
2008
Vinodh e Vimal Thirty criteria based leanness assessment using fuzzy logic approach
The International Journal of Advanced Manufacturing Technology
2011
FONTE: Elaborado pelos autores
4.2. ANÁLISE DOS MODELOS DE MEDIÇÃO DE MATURIDADE LEAN
Bhamu e Sangwan (2014) afirmam que o sucesso da adoção da ME, em qualquer tipo de indústria, depende de quão bem a organização começa seu plano de implementação e, que qualquer organização antes de implementar, deve criar um programa de familiarização para todos os empregados de diferentes níveis hierárquicos da empresa. O quadro 1 apresenta uma síntese dos principais resultados da pesquisa realizada.
Quadro 1 – Pesquisas sobre nível Lean das empresas
Autor Objeto de
estudo Foco da Pesquisa e Resultados
7
(2008) máquinas
agrícolas
selecionadas, os autores desenvolveram uma lista de verificação tanto com base nos trabalhos clássicos citados, quanto com base em trabalhos de outros autores que tratavam determinadas práticas de forma mais aprofundada. A partir das evidências disponíveis, os pesquisadores atribuíram uma avaliação para cada item da lista, conforme os seguintes critérios e uma nota para cada prática usando uma equação proposta. Karim, e Arif-uz-zaman (2013) Empresa especializada em produtos de baixa e média tensão
O artigo conclui mostra que o método proposto pode identificar diferentes perdas através do estudo de tempo e do mapeamento dos processos. Baseado nessas perdas, um mapa melhorado é proposto e a avaliação é feita em termos de sua eficiência e eficácia. Entretanto, o método não pode generalizar baseado no sucesso da aplicação em uma empresa, portanto, novas implementações devem ser realizadas. Bhasin (2011) 20 organizações
do Reino Unido
Foi realizada uma auditoria em 20 organizações utilizando como base 12 critérios e seus respectivos índices. O artigo conclui que as auditorias podem ajudar os fabricantes de sustentar a ME, e, além disso, proporcionam uma excelente maneira de determinar se as sugestões anteriores foram postas em prática e melhorias feitas, ou se eles têm sido negligenciadas, contribuindo para a perda. Bem feita, as auditorias são úteis para a medição da maturidade, do contrário elas são quase inúteis.
Anvari et al. 2013 Estudo de caso realizado com especialistas
sem citar
empresa
Este trabalho apresenta uma abordagem inovadora para medir o valor da influência de atributos usando funções de pertinência fuzzy. A pontuação dos atributos é calculada finalmente a fim de dar aos gerentes e tomadores de decisão uma verdadeira visão sobre o nível de “Lean” e melhorá-lo ainda mais, atuando de forma apropriada no sistema. Anvari et al. (2014) Estudo de caso realizado com especialistas sem citar empresa
Este trabalho integra o AHP (processo de hierarquia analítica) e DEA (análise envoltória de dados) com fatores desejáveis e indesejáveis para avaliar as ferramentas e técnicas enxutas e para classificar o aspecto da eficácia. Como resultado, os fatores quantitativos mensuráveis são explicados considerando o custo e lead time como entradas e defeitos e valor como saídas. Além disso, é proposta uma metodologia para seleção de ferramentas lean utilizando a técnica DEA.
Srinivasaraghavan et al. (2011) Em uma base de pequenas e médias empresas da Missouri
Sugere uma metodologia para auxiliar as avaliações contemporâneas das ferramentas enxutas por meio de medidas quantitativas obtidas através de benchmarking com outras empresas exemplares que utilizam a ME.
8 Enterprise Seyedhosseini et al. (2011) Empresas de fabricação de autopeças
A determinação da medição de desempenho da ME é feita através de mapa estratégico da empresa, dessa forma, um conjunto de objetivos deve ser conduzido com base no conceito de BSC. Para determinar mapa estratégico da empresa, a abordagem DEMATEL tem sido usada para identificar a causa e efeito entre objetivos, bem como as suas prioridades.
Bayou e Korvin (2008)
Ford Motor Company
Define a ME como um conceito unificador e desenvolve uma medida sistemática, a longo prazo de sua maturidade. A medida utiliza a lógica fuzzy e o estudo seleciona Honda Motor Company como a empresa de
benchmarking e os resultados mostram que o sistema de Ford é mais do
que 17% mais magro do que o sistema da GM.
Vinodh e Vimal (2011) Em uma fábrica de transformadores na Índia
Também utiliza a lógica fuzzy na criação de um método de avaliação da ME. O estudo de caso fez uma avaliação e tradução linguística com a lógica fuzzy para então encontrar o nível de maturidade, assim como os obstáculos para a melhoria e as ações necessárias para melhorar.
Fonte: elaborado pelos autores
O quadro 2 a seguir apresenta uma análise sobre os artigos encontrados conforme as características mais relevantes para o sucesso da implantação e avaliação da ME, de acordo com a literatura. Os aspectos abordados nos instrumentos estudados estão destacados com “X”.
Nessa análise, destaca-se que todos os artigos avaliam a utilização das técnicas e ferramentas da ME. O artigo 2, porém, não realiza sua avaliação somente com base nelas, mas realiza sua avaliação considerando a eficiência e eficácia do processo e as utiliza para melhorá-lo.
Todos os artigos estudados possibilitam uma avaliação contínua do processo, apresentam o resultado dessa avaliação através de dados quantitativos, o que facilita a interpretação do estágio de maturidade em que a empresa se encontra.
O artigo 2 apresenta um modelo que leva em consideração todo o contexto organizacional, estudando sua situação atual para depois propor mudanças e utilização de novas ferramentas específicas, evitando gastos desnecessários e, por isso, envolve a preocupação em utilizar menos recursos financeiros.
O artigo 2 foi o único que durante as etapas iniciais mostrou preocupar-se com a medição do envolvimento e aperfeiçoamento dos trabalhadores em relação a ME e a aplicação da
9 metodologia o que garante mais possibilidades de sucesso visto que dessa maneira a metodologia é adotada como filosofia da empresa. Neste trabalho, realizou-se uma análise estatística sobre os resultados da auditoria com a intenção de decifrar se houve características comuns entre as organizações que tinha um bom desempenho na auditoria. As correlações mais significativas da auditoria foram para as estratégias: cultura organizacional, tratar a ME como negócio, filosofia e mudança na estratégia enxuta.
Através da análise desenvolvida, foi possível perceber que a ferramenta mais ampla, de acordo com os critérios estabelecidos pelos autores, foi a desenvolvida por Azharul Karim e Kazi Arif-Uz-Zaman em 2013. No entanto, pode-se verificar também que todas as ferramentas tem seus pontos fortes e suas limitações, que estão relacionados no quadro 3.
os empregados com a filosofia enxuta e com a metodologia de avaliação;
X X
Leva em consideração as características
organizacionais da empresa; X X
Apresenta dados quantitativos como resultado da
avaliação; X X X X X X X X
Permite uma avaliação continua da situação da
empresa; X X X X X X X X X
Análise da utilização das ferramentas e técnicas
da ME X X X X X X X X X
A avaliação é realizada além das técnicas e
ferramentas - no processo como um todo; X X
Envolve menos recursos financeiros. X X X
TOTAL DE CRITÉRIOS ABORDADOS 4 7 5 3 3 3 4 3 3
da implantação de práticas da produção enxuta: estudo de caso em uma fábrica de máquinas agrícolas
É de simples entendimento e por isso pode ser aplicado mais facilmente, realiza entrevistas com operadores e estuda documentos da empresa.
Não apresenta um plano de educação para os trabalhadores.
Artigo 2 - A methodology for effective implementation of lean strategies and its performance evaluation in manufacturing organizations
Propõem um plano de educação para os trabalhadores através da criação de um time “lean”, avalia a empresa antes e depois propõem ferramentas adequadas, avaliação feita em termos de eficiência e eficácia.
Pode levar tempo para realizar a medição.
Artigo 3 - Measuring the
leanness of an organization Realiza análise estatística dos resultados.
Não leva em consideração o contexto da empresa, apenas avalia as ferramentas.
Artigo 4 - A dynamic modeling to measure lean performance whithin lean atributes
Mede a influência dos atributos enxutos na ME quantitativamente
Pode ser considerado complexo pelos trabalhadores, não apresentam plano de educação dos mesmos e por isso pode ser mais caro por necessitar de especialistas
Artigo 5 - An integrated design methodology based on the use of group AHP-DEA
Integra dois métodos para a avaliação, explica fatores mensuráveis em termos de AHP e DEA
Não apresenta um plano de educação sobre o método para os trabalhadores, pode ser necessário especialistas e por consequência maiores gastos.
Artigo 6 - Application of mahalanobis distance as a lean assessment metric
Realiza benchmarking com empresas exemplares.
Não apresenta um plano de educação sobre o método para os trabalhadores, pode ser necessário especialistas e por consequência maiores gastos.
Artigo 7 - Extracting leanness criteria by employing the concept of Balanced Scoredcard
Leva em consideração o planejamento estratégico da empresa para realizar a medição.
Não apresenta um plano de educação sobre o método para os trabalhadores, pode ser necessário especialistas e por consequência maiores gastos. Artigo 8 - Measuring the
leanness of manufacturing systems – A case study of Ford
Também utiliza de benchmarking em parte de sua avaliação.
Não apresenta um plano de educação sobre o método para os trabalhadores, pode ser
13
Motor Company and General Motors
necessário especialistas e por consequência maiores gastos.
Artigo 9 - Thirty criteria based leanness assessment using fuzzy logic approach
Propõe um modelo conceitual a partir de revisão bibliográfica.
Não apresenta um plano de educação sobre o método para os trabalhadores, pode ser necessário especialistas e por consequência maiores gastos. Fonte: Elaborado pelos autores
A revisão bibliográfica tornou compreensível a atualidade do tema, pois nos últimos dez anos destacam-se com pelo menos nove publicações relevantes e perceber-se também que pouca publicação relacionada a maturidade de ME é realizada, principalmente no Brasil e, desse modo esse estudo contribui para que o tema ganhe espaço na produção científica brasileira. No que cerne às ferramentas estudadas é interessante dizer que três delas usam a lógica fuzzy em sua pesquisa e que a principal limitação encontrada na maioria dos estudos foi a ausência de medição do envolvimento e aperfeiçoamento dos trabalhadores em relação a ME o que pode incorrer em custos para empresa e falha na implantação. Quanto a principal vantagem, destaca-se a utilização de dados quantitativos como resultado da avaliação do nível de maturidade Lean, o que permite uma avaliação continua da situação da ME na empresa.
Sugere-se, para estudos futuros, que seja feita um comparativo dos itens abordados nesses instrumentos com relação às principais dificuldades encontradas pelas empresas para a implementação da ME. Pois assim, além de ser um instrumento de medição de quão Lean as empresas são, estes poderão auxiliar na detecção e prevenção de possíveis causas de insucesso na implementação da ME.
Agradecemos a FAPEMIG, CAPES e CNPq pelo apoio financeiro para realização desta pesquisa.
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