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MÓDULO 5: POLÍTICAS PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO

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MATERIAL DE LEITURA COMPLEMENTAR

MÓDULO 5: POLÍTICAS

PÚBLICAS E LEGISLAÇÃO

Belo Horizonte/ MG 2011

(2)

Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. O conteúdo desta publicação foi desenvolvido e aperfeiçoado pela equipe do Canal Minas Saúde e especialistas do assunto, indicados pela área demandante do curso.

Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais

Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais

Secretaria de Estado de Defesa Social e Desenvolvimento Social de Minas Gerais

Canal Minas Saúde

Ficha Catalográfica

__________________________________________________________________________________________________________________

BELCHIOR. Daniela C. Mota. Curso de Extensão Prevenção em Pauta. Módulo 5: Políticas Públicas e Legislação. Belo Horizonte, Minas Gerais, 2011.

(3)

1. Introdução...04

2. Conceitos Fundamentais...05

3. Políticas e Legislação Brasileira sobre Drogas...09

4. Políticas de saúde para Atenção Integral a usuários de Drogas...19

5. Política Nacional de Assistência Social...28

6. Legislação e Políticas para Crianças e Adolescentes...35

7. Parâmetros Curriculares Nacionais e os Temas Transversais...42

8. Referências Bibliográficas...48

(4)

04

Neste Módulo 5: Políticas Públicas e Legislação, vamos conhecer as políticas públicas sobre drogas nos diversos aspectos e compreender a legislação no contexto da dependência química. Este é o seu material de leitura complementar e deve ser estudado para uma compreensão ampla de todo o conteúdo.

Siga em frente...

1. Introdução

(5)

Quando pensamos sobre os problemas que atingem a nossa sociedade, observamos que são discutidas diferentes opiniões sobre quais as questões mais importantes e sobre o que deve ser feito em relação a elas. Podemos notar ainda, que o termo “políticas públicas” geralmente está presente em tais discussões. A criação de novas políticas ou o fortalecimento das políticas já existentes é apontada como forma de solucionar as questões que são consideradas problemas para a nossa sociedade.

Nos dias de hoje, o debate envolvendo as políticas públicas sobre drogas tem se tornado cada vez mais comum. Mas afinal, o que são políticas públicas?

O que são Políticas Públicas?

Existem diferentes definições sobre o que são políticas públicas, mas o que há de essencial nas políticas é a idéia de que elas expressam a construção de uma ação do governo para um setor. Por exemplo, no setor de saúde, a política pública brasileira indica que todos devem ter acesso à saúde de acordo com as suas necessidades.

Será que as políticas públicas refletem todas as necessidades de uma população? A história tem mostrado que não. Há problemas que não são incluídos nas políticas ou que são abordados de uma maneira equivocada. É o caso das drogas, que só mais recentemente se tornou alvo de políticas públicas, que passaram abordar esta questão adequadamente, considerando que este é um problema também pertencente ao campo da saúde pública.

2. Conceitos Fundamentais

(6)

As políticas brasileiras na área das drogas já foram muito moralistas, pois os usuários eram vistos como pessoas que precisavam de punição e que tinham falhas de caráter. Hoje, as políticas nesta área buscam criar ações que garantam aos usuários, o direito a ter acesso aos cuidados que necessitarem, como o tratamento, por exemplo. Sabemos que o uso de substâncias é uma questão de saúde e o usuário tem direito a ajuda ou orientação.

E ainda podemos nos perguntar se as políticas públicas representam os interesses de todos. Observamos que existem diferentes interesses na construção das políticas, que muitas vezes geram conflitos. Por exemplo, enquanto usuários de maconha defendem políticas públicas de liberação do uso, outros grupos se posicionam contra.

A seguir, vamos discutir como as políticas podem passar a fazer parte da nossa realidade.

2. Conceitos Fundamentais

(7)

A construção das políticas públicas

O primeiro passo para a construção de uma política pública é o reconhecimento de um problema. Posteriormente, existem outras etapas que vão possibilitar que uma política seja construída.

A construção de uma política envolve um ciclo, ou seja, uma sequência de etapas, que podem ser sintetizadas da seguinte forma:

 Formulação: Etapa em que se projetam os objetivos e se idealiza o que a política irá fazer.

 Implementação: Etapa em que a política é colocada em prática e vivemos a experiência real de concretizá-la.  Avaliação: Nesta etapa é avaliado se a política atingiu

os objetivos traçados na fase de formulação.

Ao termos uma política formulada, lançamos um propósito que deve referenciar as ações governamentais para um setor. Para que uma política passe a fazer parte do nosso cotidiano, muitas vezes é necessário que existam programas e planos que possam construí-la. Estes planos e programas são as linhas de ação que possibilitam que a política avance além da fase de formulação e passe a fazer parte do “mundo real”.

Mas será que ter um bom planejamento e ter programas claros é suficiente para que uma política seja implementada?

Observamos que é fundamental que sejam estabelecidas regras, leis e normas, que vão definir, por exemplo, como vai ser disponibilizado o financiamento para a realização de ações previstas pela política. Ou vão estabelecer qual é o papel de cada nível do governo, o que o estado deve fazer

2. Conceitos Fundamentais

(8)

e o que cabe ao município. Além disso, é fundamental que existam instituições que regulamentem estas ações. Por exemplo, na história da política de saúde brasileira, a criação do Ministério da Saúde em 1953 foi muito importante, pois, entre outros fatores, possibilitou alocar recursos para esta área e aproximar as pessoas que estavam organizando as ações para este setor.

E no caso da área de álcool e drogas, quais são as políticas atuais? Quais instituições são responsáveis por organizar as políticas nesta área? O que dizem as políticas formuladas? Quais as principais leis envolvidas? No próximo tópico iremos aprofundar estas questões.

2. Conceitos Fundamentais

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Podemos discutir o tema álcool e outras drogas em diferentes aspectos: Uns acreditam que é necessário aumentar o controle das fronteiras para diminuir o tráfico, enquanto outros acham que uma cidade não poderia ter tantos bares. Há ainda aqueles que denunciam que faltam locais que cuidem dos usuários.

Por conta desta amplitude da temática, existem diferentes políticas nesta área. Nesta aula vamos conhecer que políticas são essas e como elas acontecem em nosso país.

Políticas Públicas sobre Drogas – Uma Visão Geral

Como abordado no Módulo 2, as drogas podem ser classificadas em drogas lícitas, isto é, que tem a sua comercialização permitida pelo Estado (como o álcool e o tabaco) e drogas ilícitas, que tem a sua comercialização proibida (como a maconha e a cocaína).

As políticas públicas nesta área podem ser classificadas em duas categorias:

Políticas Alocatórias: Visam alocar recursos para as ações assistenciais, como o tratamento para dependentes, a prevenção e as ações educativas.

Políticas Regulatórias: Objetivam regulamentar o acesso às substâncias lícitas. Por exemplo, as leis que impõem uma idade mínima para a compra de bebidas alcoólicas ou que proíbem o consumo de tabaco em ambientes fechados, estão associadas a políticas regulatórias.

Outra classificação possível são as seguintes categorias:

3. Políticas e Legislação Brasileira sobre Drogas

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Políticas de Redução da Demanda

São ações que visam a prevenção do uso indevido de drogas lícitas e ilícitas, como também disponibilizar ações assistenciais para tratamento, recuperação e reinserção social.

Políticas de Redução da Oferta

Envolvem as ações de repressão ao tráfico das drogas ilícitas. Por exemplo, temos as ações de apreensão das drogas como maconha, cocaína, etc..

Como você pôde observar, na área de drogas, são necessárias diferentes ações governamentais que possam regulamentar as drogas lícitas, criar ações assistenciais para drogas lícitas e ilícitas, e também atividades de repressão ao tráfico de drogas ilegais. Como estas diversificadas ações acontecem em nosso país?

3. Políticas e Legislação Brasileira sobre Drogas

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O Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas

O Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas

(SISNAD) é encarregado de coordenar as atividades relacionadas com a prevenção do uso indevido e assistência aos usuários, bem como a repressão do tráfico ilícito de drogas. Ou seja, no SISNAD são articuladas e distribuídas entre os diferentes órgãos governamentais, as ações na área das drogas e, principalmente, é estabelecido como a sociedade pode participar da elaboração das políticas

O Ministério da Justiça é o órgão governamental central do SISNAD, sendo que as ações redução da oferta tem a

polícia federal como órgão executivo e as ações de redução da demanda tem a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD) como órgão que as executa.

No SISNAD, a formulação de políticas sobre drogas ocorre através do Conselho Nacional sobre Drogas (CONAD). A partir da participação de diferentes representantes da sociedade, este conselho é responsável por formular consensos e propor estratégias para a redução da demanda e para a redução da oferta de drogas. Na esfera estadual, existem os Conselhos Estaduais sobre Drogas e os municípios são estimulados a implementarem o Conselho Municipal sobre Drogas.

Para que servem estes conselhos? Os conselhos são espaços públicos que possibilitam a discussão e a elaboração de políticas públicas. No Módulo 8 você irá aprofundar o conhecimento sobre estes espaços. A figura a seguir, faz um esboço da estrutura do SISNAD:

3. Políticas e Legislação Brasileira sobre Drogas

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Fonte: SENAD

Redução da demanda SENAD

Redução da oferta Ministério da Justiça

Organizações públicas federais e representantes da sociedade civil

Plenário Secretaria Executiva SENAD

CONAD

SISNAD

CONSELHOS ESTADUAIS

Organizações públicas estaduais e representantes da sociedade civil

CONSELHOS MUNICIPAIS

Organizações públicas municipais e representantes da sociedade civil

3. Políticas e Legislação Brasileira sobre Drogas

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Como mostra a figura, cabe à SENAD exercer a secretaria executiva do CONAD. Na função de secretaria executiva, a SENAD deve apoiar as ações no CONAD e coordenar a atualização da Política Nacional sobre Drogas.

Política Nacional Sobre Drogas

A Política Nacional sobre Drogas ou PNAD teve o seu processo de formulação concluído no ano de 2005. Os princípios que fundamentam a PNAD são a diferenciação entre o usuário, a pessoa em uso indevido, o dependente e o traficante de drogas. Ou seja, a PNAD reconhece que o uso de drogas é um fenômeno complexo, que de um lado envolve o tráfico, para o qual medidas de repressão são necessárias e de outro lado envolve o uso de drogas, para o qual medidas assistenciais devem ser implementadas.

Este foi um avanço fundamental, isto é, o avanço de não tratar usuários e traficantes da mesma maneira. Segundo a PNAD os usuários tem direitos e devem ser atendidos de acordo com as suas necessidades, de modo a possibilitar a recuperação de sua saúde. Vamos conhecer um pouco mais sobre as ações da PNAD em relação à redução da demanda?

A PNAD reconhece ainda que os usuários podem não ter o mesmo padrão de envolvimento com as substâncias. Existem diferentes padrões de uso de substâncias, não somente a dependência. Por isso, são necessárias diferentes ações assistenciais, como a prevenção, o

tratamento e a reinserção social, que possam atender aos usuários, de acordo com o grau de problemas vivenciados pelo consumo de substâncias.

3. Políticas e Legislação Brasileira sobre Drogas

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Mas entre estas várias ações, haveria alguma que seria mais importante para a PNAD? Certamente! A prevenção

é considerada prioritária, por ser a ação de menor custo e também a mais efetiva, que tem mais chance de ser bem sucedida.

Para que todas as ações de redução da demanda sejam as mais eficazes possíveis, a PNAD destaca a realização de

pesquisas e avaliações e a parceria com a comunidade científica, como as Universidades.

Aprofundando um pouco mais: A redução de danos

Ao priorizar a prevenção, a PNAD destaca que uma das estratégias mais importantes é a redução de danos. O que seria a redução de danos? Trata-se de um conjunto de práticas que visa reduzir os riscos e danos para os usuários de drogas. Na redução de danos, leva-se em consideração a liberdade de escolha do usuário. Vamos supor que o usuário não queira ou não consiga interromper o consumo, o que pode ser feito? Na redução de danos, a abstinência – interrupção total do consumo, não é considerada uma meta obrigatória ou imediata, e sim uma meta ideal.

3. Políticas e Legislação Brasileira sobre Drogas

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Nos anos 90, percebeu-se que aproximadamente 25% das pessoas infectadas pelo HIV eram usuários de drogas injetáveis (UDI’S). O uso compartilhado de seringas representava um alto risco de contaminação do HIV e de outras doenças de transmissão sanguínea. Diante disso, como ajudar esta população e reduzir os riscos e os danos à sua saúde?

Com as estratégias de redução de danos, aqueles que ainda não podiam interromper o uso foram incentivados a utilizar estas drogas de forma mais segura. O ideal seria que a pessoa não usasse drogas, mas se ele ainda não quer ou não consegue parar, uma opção é não usar de forma injetável. Mas se o usuário não consegue evitar o

uso injetável, é melhor que faça sem compartilhar materiais. Isto envolveria, por exemplo, a utilização de seringas descartáveis. A distribuição de seringas entre UDI’s foi uma medida que causou grande impacto na saúde pública, pois na medida em que os UDI’s deixavam de compartilhar seringas com outros usuários, reduziam o risco de contaminação de doenças como o HIV.

Com a implantação das estratégias de redução de danos, a participação de UDI’s entre casos de HIV, caiu para 13% em 2003. Destaca-se que a redução de danos é uma abordagem prática, mas também uma perspectiva política, isto é, a perspectiva de respeitar os direitos dos usuários e a sua liberdade de escolha. Entre os pressupostos da PNAD está a redução de danos.

3. Políticas e Legislação Brasileira sobre Drogas

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Quer entender a legislação brasileira sobre drogas? Observe a seguir.

Entendendo a legislação brasileira sobre drogas

Merece destaque a lei nº 11.343 / 2006, pois esta foi a lei que implementou o SISNAD. Além disso, esta lei é muito importante porque ela diferencia usuários e traficantes.

Antes desta lei, a partir do porte de drogas os usuários deveriam ser castigados e colocados em uma prisão, assim como os traficantes. Com esta lei, o porte de drogas ilícitas deve oportunizar ao usuário uma reflexão sobre o uso de drogas, não devendo ser penalizado com a privação da liberdade. Assim, os usuários não são encarcerados e sim encaminhados para penas alternativas, como por exemplo

a prestação de serviços à comunidade em instituições que tratam dependentes de drogas.

O usuário é a pessoa que adquire a droga para consumo próprio, e o traficante é aquele que produz ou vende determinada droga.

Resumindo, os objetivos da PNAD, são: 1. Prevenção;

2. Tratamento, recuperação e reinserção social; 3. Redução de danos sociais à saúde;

4. Redução da oferta;

5. Estudos, pesquisas e avaliações.

3. Políticas e Legislação Brasileira sobre Drogas

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A Política Nacional sobre o Álcool

A Política Nacional sobre o Álcool foi instituída em 2007 e os seus pressupostos estão de acordo com a PNAD. Assim, nesta política os usuários tem direito às ações assistenciais de que necessitarem, e a redução de danos é a abordagem que norteia as práticas.

As principais medidas desta política são as seguintes:  Realização de diagnóstico sobre o consumo de bebidas

alcoólicas no Brasil, através da realização de pesquisas;  Tratamento e reinserção social de dependentes;

 Realização de campanhas de conscientização quanto aos danos causados pelo álcool;

 Redução da demanda de álcool por populações vulneráveis, como por exemplo, crianças e adolescentes;

 Segurança pública;

 Associação álcool e trânsito;  Capacitação de profissionais;

 Estabelecimento de parcerias com municípios;  Propaganda de bebidas alcoólicas.

Entenda a legislação brasileira sobre o álcool: Uma medida importante envolvendo o álcool, foi a criação da lei 11.705 / 2008, também conhecida como “Lei Seca”. Segundo esta lei, o motorista que dirigir alcoolizado está sujeito a penalidades. Se o motorista tiver até 0,6 g /L de concentração de álcool no sangue, poderá ter o seu veículo apreendido, receber multas e ter suspenso o seu direito de dirigir. Caso a concentração de álcool seja igual ou superior a 06,g / L, o motorista poderá ser detido por seis meses a três anos.

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Além disso, esta lei proíbe vender bebidas em rodovias federais e obriga os locais que vendem bebidas alcoólicas a divulgarem que é crime dirigir sob a influência do álcool.

Estudos mostram que para que políticas como esta funcionem é fundamental que haja fiscalização.

Na política atualmente adotada, as políticas públicas sobre álcool e drogas representam um enorme avanço para a nossa sociedade, pois os usuários não são mais tratados como criminosos, assim como eram no passado. A política brasileira diferencia as ações de repressão da oferta (direcionadas ao tráfico) das ações de redução da demanda (que visam a prevenção do uso e a garantia de direitos de cuidados aos usuários).

Para garantir os direitos assistenciais dos usuários, envolvendo ações como prevenção, tratamento e recuperação, é fundamental que esta política esteja articulada com o setor de saúde. Por isso, no próximo tópico vamos aprofundar o nosso conhecimento sobre a política do Ministério da Saúde para os usuários de álcool e outras drogas.

3. Políticas e Legislação Brasileira sobre Drogas

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Vimos que os usuários de álcool e outras drogas tem direito a receber cuidados, de acordo com as suas necessidades. Mas como os usuários de drogas tem acesso a tratamento? Como ocorre a prevenção do uso de drogas?

A seguir, será apresentado como a atenção aos usuários de substâncias psicoativas é organizada no nosso país. Para isso, é importante que você conheça a política de saúde brasileira.

A Política de Saúde Brasileira

No Brasil, a saúde é considerada um direito de todos e um dever do Estado. Isto porque a saúde é uma das condições essenciais à vida digna, sendo portanto, um direito humano fundamental. Assim, o principal objetivo da política de saúde brasileira é possibilitar a garantia deste direito por todos os brasileiros.

Mas como a política de saúde é colocada em prática no Brasil? Para a implementação da política de saúde foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS). O SUS possui princípios e diretrizes, que visam orientar as suas ações. A seguir é apresentada uma síntese dos mais importantes princípios e diretrizes do SUS:

Universalidade: assegura o direito à saúde a todos os cidadãos, independente de condição de saúde, gênero, idade, religião, condições financeiras, etc.

Integralidade: significa que as ações assistenciais não devem visar somente a cura e a reabilitação. Os usuários do sistema de saúde devem ter acesso a ações de promoção de saúde e prevenção de doenças, que proporcionem um cuidado completo das suas necessidades.

4. Políticas de Saúde para Atenção Integral a usuários de

Drogas

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Participação da comunidade: tanto no município, como no estado e também no nível federal a sociedade tem o direito de participar da formulação e da implementação da política de saúde, acompanhando as ações realizadas.

Descentralização, regionalização, hierarquização de ações e serviços de saúde: os cidadãos tem direito a ter acesso a serviços de saúde em seu município e próximo à sua casa, atendendo às suas necessidades de saúde. Caso seja necessário, deve ocorrer o atendimento em unidades de saúde mais distantes, localizadas em outros municípios ou estados.

O SUS tem o seu funcionamento organizado pela Lei Orgânica da Saúde (leis n. 8.080 e n. a lei 8.142, de 1990) e sendo a oferta de serviços uma responsabilidade das esferas federal, estadual e municipal.

A seguir você observará como a política sobre álcool e outras drogas foi operacionalizada, segundo a lógica da Política de Saúde Brasileira. Acompanhe!

4. Políticas de Saúde para Atenção Integral a usuários de

Drogas

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A Política do Ministério da Saúde para Atenção Integral a Usuários de Álcool e outras Drogas

A política voltada para os usuários de álcool e outras drogas está articulada à Política de Saúde Mental do Ministério da Saúde.

Aprofundando o conhecimento... A atual Política de Saúde

Mental tem as suas origens em um movimento que ficou conhecido como “Luta Antimanicomial”. Este foi um importante movimento que se posicionava contra os hospitais psiquiátricos, pois estes eram locais desumanizados e que excluíam os portadores de transtornos mentais da sociedade. Um importante marco para a Política de Saúde Mental é a lei n. 10.216, de 2002,

que dispõe sobre a proteção e os direitos dos portadores de transtornos mentais, entre eles os usuários de álcool e outras drogas. Esta lei direciona também o modelo assistencial em saúde mental, buscando criar uma rede assistencial baseada em serviços extra-hospitalares, a serem conhecidos no próximo tópico.

4. Políticas de Saúde para Atenção Integral a usuários de

Drogas

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Quais são os principais pontos da Política do Ministério da Saúde para Usuários de Álcool e Outras Drogas?

Integralidade das ações, que vai envolver desde ações de promoção e prevenção, destinadas à população geral, até ações assistenciais para aqueles usuários que necessitam de tratamento.

Descentralização e autonomia dos estados e municípios, para o desenvolvimento em ações voltadas para álcool e outras drogas. Com o governo municipal se envolvendo diretamente na estruturação dos serviços, eles se tornam mais próximos da realidade local.

Equidade do acesso dos usuários de álcool e drogas às ações de prevenção, tratamento e redução de danos, de acordo com as prioridades locais.

Mobilizar a sociedade para participar da formulação das políticas, bem como estabelecer parcerias locais para a implementação de ações.

A política do Ministério da Saúde também se baseia nos princípios de Redução de Danos, pois não considera a abstinência a única possibilidade terapêutica.

Para ser implementada, esta política está organizada a partir do estabelecimento de uma rede de atenção aos usuários de álcool e outras drogas, como veremos a seguir.

4. Políticas de Saúde para Atenção Integral a usuários de

Drogas

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A Rede Assistencial para os Usuários de Álcool e Outras Drogas

A política para usuários de álcool e outras drogas tem como principal enfoque o cuidado integral, o que envolve práticas de promoção, prevenção e reabilitação. Para isso, é necessário que haja uma rede de atendimento aos usuários, isto é, serviços articulados para atender às suas diferentes necessidades.

Quais serviços podem fazer parte de uma rede de atenção aos usuários de álcool e drogas?

 Hospitais gerais.

 Unidades Básicas de Saúde.  Casas de Passagem.

 Serviços especializados, públicos ou particulares.

 Recursos da comunidade, como por exemplo os Alcoólicos Anônimos.

 Centros de Atenção Psicossocial para Usuários de Álcool e Outras Drogas (CAPS ad)

 Entre outros.

Entre estes serviços, a política do Ministério da Saúde escolheu um dispositivo que ficasse responsável por atender aos casos de usuários com graves comprometimentos causados pelo uso indevido de álcool e outras drogas e, principalmente, que pudesse articular toda a rede de atendimento. Vamos conhecer um pouco sobre o serviço do qual estamos falando?

4. Políticas de Saúde para Atenção Integral a usuários de

Drogas

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Os CAPS ad

Os CAPS ad são dispositivos com funcionamento ambulatorial e de hospital-dia. Tem a função de oferecer tratamento intensivo e criar uma rede de atenção aos usuários de álcool e outras drogas.

O objetivo do CAPS ad é o atendimento direto à população que apresenta graves transtornos decorrentes do uso e dependência de substâncias psicoativas, como o álcool e outras drogas.

A seguir serão apresentadas as principais atividades do CAPS ad:

 Prestar atendimento diário aos usuários dos serviços.

 O CAPS ad possui leitos de repouso com a finalidade exclusiva de tratamento de desintoxicação, para pacientes que não necessitam de tratamento hospitalar.  Oferecer cuidados aos familiares dos usuários dos

serviços.

 Ênfase na reintegração social do usuário, utilizando, para tanto, recursos intersetoriais, ou seja, de setores como educação cultura esporte e lazer.

 Trabalhar a diminuição do estigma/preconceito relativos ao uso de substâncias psicoativas.

O meu município pode ter um CAPS ad?

Municípios com mais de 70.000 habitantes podem ter CAPS ad. No caso dos municípios que não tiverem CAPS ad, está previsto a atenção aos usuários de álcool e outras drogas na modalidade CAPS que estiver disponível no município.

4. Políticas de Saúde para Atenção Integral a usuários de

Drogas

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Como a rede deve se articular?

Além dos CAPS ad, o Ministério da Saúde também instituiu o Programa Nacional de Atenção Comunitária Integrada aos Usuários de Álcool e Outras Drogas. O seu objetivo é regular o fluxo assistencial de toda a rede de serviços de saúde, incluindo os serviços de Atenção Primária à Saúde e os hospitais.

Este programa definiu também o papel dos CAPS ad, isto é, um dispositivo estratégico para articulação de toda a rede assistencial.

Como esta rede deve ser na prática?

A Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS) do “Bairro Minas Gerais” é considerada modelo em práticas de prevenção em álcool e outras drogas no Brasil. Lá, todos os profissionais de saúde realizam estratégia de prevenção

para a população geral e para os casos de risco moderado e realizam o encaminhamento para o CAPS ad quando atendem usuários que são dependentes. O CAPS ad, por sua vez, realiza a supervisão dos profissionais da UAPS. Quando os dependentes finalizam o tratamento intensivo no CAPS ad estes são referenciados para a UAPS a fim de receberem o suporte básico na manutenção do tratamento.

4. Políticas de Saúde para Atenção Integral a usuários de

Drogas

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A Rede Complementar para Usuários de Álcool e Outras Drogas

Como você observou, as políticas públicas que visam garantir o direito assistencial aos usuários de álcool e outras drogas são muito recentes em nosso país. Mas sabemos que os problemas relacionados ao abuso de substâncias psicoativas já faziam parte da nossa sociedade muito antes destas políticas serem formuladas. Por isso, questionamos: Como os dependentes de álcool e outras drogas podiam ser tratados?

Por causa da negligência de políticas públicas nesta área, uma diversidade de serviços não governamentais respondia pela atenção aos usuários de álcool e outras drogas. E, ainda hoje, em vários municípios brasileiros a rede pública para atendimento aos usuários é inexistente ou insuficiente. Assim, serviços não governamentais

continuam desempenhando um papel fundamental na assistência aos usuários de álcool e outras drogas, formando uma rede complementar.

Entre estes serviços, merecem destaque as Comunidades Terapêuticas ou CT’s. As CT’S que se referem a uma proposta terapêutica na qual é possibilitada uma convivência entre os residentes, que promovem uma ajuda mútua e participam ativamente do dia-a-dia da comunidade. Diferindo consideravelmente da hierarquia rígida dos antigos hospitais psiquiátricos, o objetivo é criar um ambiente educativo, no qual não há ações de autoritarismo por parte da equipe de profissionais.

Tendo em vista a expansão de numerosas propostas assistenciais, hoje as CT’s nos remete a um conjunto de dispositivos consideravelmente heterogêneos, pois existem

4. Políticas de Saúde para Atenção Integral a usuários de

Drogas

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diferentes tipos de CT’s. Neste sentido, é fundamental que exista regulamentação do trabalho desenvolvido por estes dispositivos e que sejam estabelecidos padrões de qualidade.

Por exemplo, nestes serviços deve ser garantida a permanência voluntária dos residentes. E para assegurar a qualidade do tratamento ofertado, as instituições devem proporcionar ações de capacitação à equipe, além de possuir mecanismos de encaminhamento à rede de saúde para quando os residentes necessitarem.

Aproximadamente 80% dos serviços disponíveis para tratamento no Brasil são ofertados por organizações não governamentais, sobretudo por CT’s. Para regulamentar a qualidade destes dispositivos assistenciais, a ANVISA por meio da RDC 101/2001 e

posteriormente pela RDC 29/2011, estabeleceu as condições mínimas para o funcionamento das CT’s.

A política para usuários de álcool e outras drogas busca criar condições para que os usuários tenham acesso a tratamento e a ações efetivas de prevenção. Ainda existem desafios para que esta política seja implementada, principalmente em relação à ampliação do número de serviços para tratamento de dependentes e em relação à realização de práticas preventivas, que devem atingir toda a população.

Existem ainda outros desafios na área de álcool e outras drogas, e outras políticas buscam ter uma atuação neste campo. Por isso, no próximo tema iremos conhecer a Política Nacional de Assistência Social.

4. Políticas de Saúde para Atenção Integral a usuários de

Drogas

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Neste tópico iremos compreender outra política brasileira:

A Política Nacional de Assistência Social ou PNAS. Esta política irá estabelecer outro conjunto de direitos garantidos pelo Estado. Hoje iremos conhecer que direitos são estes, quais os dispositivos ou serviços que possibilitam que esta política chegue até a população e como isto pode impactar a área de álcool e outras drogas.

O que é a PNAS?

Esta política visa garantir os direitos sociais para uma vida digna. Na vida social, a família é muito importante, pois pode proteger, promover e incluir seus membros. Para que a família realize as suas funções, é necessário garantir condições de sustentabilidade. Assim, a família merece a proteção do Estado, e a política de Assistência Social é pautada nas necessidades das famílias e de seus membros.

A família, para a PNAS é o grupo de pessoas que se acham unidas por laços consanguíneos, afetivos ou de solidariedade.

Mas esta política é voltada para proteger todas as famílias? O público dessa política são os cidadãos e grupos que se encontram em situações de vulnerabilidade e risco. Por exemplo, famílias que vivenciam situações de violência doméstica ou problemas por conta do uso indevido de drogas, estão em situação de vulnerabilidade. Há grupos na sociedade que tradicionalmente são

5. Políticas Nacional de Assistência Social

(29)

excluídos, como a população em situação de rua e os indígenas.

É muito comum confundirmos assistência social com caridade. Mas as políticas de assistência social significam a conquista de um direito social, do compromisso que o Estado tem de garantir proteção social para uma vida digna.

A proteção social deve garantir as seguintes seguranças aos cidadãos:

1. Segurança de sobrevivência (de rendimento e de autonomia)

A segurança de rendimentos não significa apenas compensar o salário quando ele é abaixo do suficiente, mas a garantia de que todos tenham uma forma monetária

de garantir sua sobrevivência, independentemente de suas limitações para o trabalho ou do desemprego.

2. Segurança de Acolhida

Esta segurança opera com a provisão de necessidades humanas que começa com os direitos à alimentação, ao vestuário e ao abrigo, próprios à vida humana em sociedade.

3. Segurança de Vivência Familiar

A segurança da vivência familiar ou a segurança do convívio supõe a não aceitação de situações de reclusão, de situações de perda das relações.

5. Políticas Nacional de Assistência Social

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Como garantir a proteção social? A PNAS vai garantir o acesso à proteção social através dos seguintes objetivos:

1. Prover serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social para as famílias, indivíduos e grupos que deles necessitarem.

2. Contribuir com a inclusão dos usuários e grupos específicos, ampliando o acesso aos bens e serviços socioassistenciais.

3. Assegurar que as ações em assistência social estejam voltadas para a família e garantam a convivência familiar e comunitária.

Para compreender como a PNAS está implementada e os dispositivos que compõem a rede assistencial, fique atento ao texto O Sistema Único de Assistência Social e a sua Rede, apresentado a seguir.

5. Políticas Nacional de Assistência Social

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O Sistema Único de Assistência Social e a sua Rede

Na construção da PNAS foi proposta a implantação de um sistema público que pudesse organizar todos os serviços que podem realizar a proteção social no Brasil. Este sistema foi regulamentado pela Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), de 1993 e é chamado de Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Como estes serviços são organizados? No SUAS, foram estabelecidos dois tipos de proteção social, sendo eles:

1. Proteção Social Básica: São considerados serviços de proteção básica de assistência social aqueles que potencializam a família como unidade de referência, fortalecendo seus vínculos tais como:

 Programa de Atenção Integral às Famílias;

 Programa de inclusão produtiva e projetos de enfrentamento da pobreza;

 Centros de Convivência para Idosos;

 Serviços para crianças de 0 a 6 anos, que visem o fortalecimento dos vínculos familiares;

 Serviços sócio-educativos para crianças, adolescentes e jovens na faixa etária de 6 a 24 anos;

 Programas de incentivo ao protagonismo juvenil e de fortalecimento dos vínculos

familiares e comunitários;

 Centros de informação e de educação para o trabalho, voltados para jovens e adultos.

Quem executará estes serviços? Os serviços de proteção social básica serão executados de forma direta nos Centros de Referência da Assistência Social - CRAS e em outras unidades básicas e públicas de assistência social, bem como de forma indireta nas entidades e organizações de assistência social da área de abrangência dos CRAS.

5. Políticas Nacional de Assistência Social

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Aprofundando um pouco mais... O CRAS é uma unidade pública estatal de base territorial, localizado em áreas de vulnerabilidade social, que abrange um total de até 1.000 famílias/ano. Executa serviços de proteção social básica, organiza e coordena a rede de serviços sócioassistenciais locais da política de assistência social.

2. Proteção Social Especial: A proteção social especial deve priorizar o abrigamento dos indivíduos que não contam mais com a proteção e o cuidado de suas famílias. Os serviços podem ser classificados em duas categorias:

 Proteção Social Especial de Média Complexidade Oferece atendimentos às famílias e indivíduos com seus direitos violados, mas cujos vínculos familiar e comunitário não foram completamente rompidos, tais como:

Serviço de orientação e apoio sócio-familiar; Plantão Social; Abordagem de Rua; entre outros.

 Proteção Social Especial de Alta Complexidade Garantem proteção integral – moradia, alimentação, higienização e trabalho protegido para famílias e indivíduos que se encontram sem referência e, ou, em situação de ameaça, necessitando ser retirados de seu núcleo familiar e/ou, comunitário, tais como: albergues, casas de passagens, casa lar, entre outros.

5. Políticas Nacional de Assistência Social

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Como a PNAS pode contribuir para a atenção aos usuários de álcool e outras drogas?

Sabe-se que são diversos os problemas que podem ser ocasionados pelo uso indevido de álcool e outras drogas. Entre eles, estão problemas de saúde, mas também sociais, como problemas no trabalho e violência doméstica. A violência doméstica, por exemplo, é um problema que frequentemente surge associado ao uso de álcool e outras drogas. Assim, o uso abusivo de tais substâncias se constitui em uma situação que pode demandar acolhida nos tempos atuais, requerendo ações de proteção social.

Trazendo para a realidade...

Uma profissional de saúde que coordena um CAPS de um município de Minas Gerais apontou que lá existem usuários de drogas, para os quais o CAPS, sozinho, não pode atender às necessidades, pois tratam-se de pessoas que perderam completamente o contato com a sua família.

Em outro município, uma agente comunitária de saúde ao fazer a prevenção do uso indevido de álcool em uma visita domiciliar, observou que um usuário, além de vivenciar danos por conta do consumo de álcool, estava desempregado e não tinha o que comer em casa.

5. Políticas Nacional de Assistência Social

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Portanto, é possível que junto com os problemas de saúde que as substâncias psicoativas causam, existam também vulnerabilidades sociais. Diante disso, são necessárias ações de mais de uma política: a política de saúde, que poderá ofertar ações adequadas para o cuidado dos usuários de acordo com as suas necessidades e a política de assistência social, que poderá contribuir com a inclusão destes usuários e com a sua proteção social.

A PNAS aponta que o abuso de substâncias é uma problemática que pode demandar acolhida e proteção social e que pode se vivenciada em meio a uma série de adversidades econômicas e afetivas.

A Política de Assistência Social e o avanço da implementação do SUAS no Brasil, certamente representam um avanço, para abordarmos este problema de um modo mais adequado, reconhecendo a sua dimensão social.

Mas o desafio de compreender o tema álcool e drogas e ao mesmo tempo entender as políticas propostas requer que avancemos mais um passo. Além de se pensar na proteção social dos usuários de substâncias, há um grupo especial, que seria o de crianças e adolescentes que por estarem em desenvolvimento, também necessitam de ações especiais. É o que iremos compreender nas próximas aulas.

5. Políticas Nacional de Assistência Social

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A realidade e diversos estudos mostram que a população jovem é ainda mais vulnerável às consequências negativas e, muitas vezes, trágicas do abuso de álcool e outras drogas.

Vamos conhecer as principais leis e ações governamentais para a criança e o adolescente. Você irá perceber como houveram mudanças nas políticas propostas e como estas mudanças podem repercutir na área de drogas.

Quais as principais políticas públicas para a criança e o adolescente no Brasil?

6. Legislação e Políticas para Crianças e Adolescentes

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As Bases da Política Nacional dos Direitos Humanos da Criança e do Adolescente no Brasil

Como parte do Programa Nacional dos Direitos Humanos, está em processo de construção a Política Nacional dos Direitos Humanos da Criança e do Adolescente. O documento preliminar de apresentação desta política, elaborado pelo Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente, propõe que ela seja regida por três tipos de princípios:

1. Direitos Humanos Universais

Este princípio é constituído por dois tipos de princípios:  Universalidade dos direitos com equidade e justiça social: Considerando que todos os seres humanos tem a mesma condição de humanidade, todos devem ter os mesmos direitos. Como vivemos em uma

sociedade em que há desigualdades sociais, para que todos tenham os mesmos direitos é necessário que as políticas enfoquem as populações mais vulneráveis.

 Igualdade e o direito à diversidade: Com este princípio busca-se reconhecer a especificidade dos direitos de determinados grupos sociais, como por exemplo, a diversidade religiosa ou de orientação sexual.

2. Direitos Humanos exclusivos da criança e do Adolescente

Este princípio é formado pelos três princípios explicitados a seguir:

 Proteção integral para crianças e adolescentes: A proteção integral envolve assegurar as condições para o completo desenvolvimento da criança.

6. Legislação e Políticas para Crianças e Adolescentes

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Assim, deve ser contemplada durante todo o desenvolvimento da criança, da gestação até a maioridade, cabendo à família, à sociedade e ao Estado o seu provimento.

 Prioridade absoluta para crianças e adolescentes: As crianças e adolescentes devem ter prioridade na oferta de cuidados, na proteção, na formulação de políticas públicas e na destinação de recursos. Isto deve ser entendido como necessidade de ofertar maior atenção a grupos populacionais que são mais vulneráveis.

 Reconhecimento das crianças e adolescentes como sujeitos de direitos: As crianças e os adolescentes devem ser compreendidos como detentores de todos os direitos da pessoa humana, ainda que alguns eles só possam exercer quando atingirem a maioridade.

3. Princípios organizativos

Este é composto por três princípios:

 Descentralização político-administrativa: Significa que os três níveis de governo (federal, estadual e municipal) devem compartilhar as responsabilidades na garantia de direitos às crianças e adolescentes.

 Participação social e controle social: A sociedade tem direito a atuar na formulação e fiscalização de políticas nesta área, através da realização de conferências bem como da criação de conselhos.

 Intersetorialidade e trabalho em rede: Este princípio indica que esta política ocorrerá através de uma articulação de um conjunto de setores governamentais e não governamentais.

6. Legislação e Políticas para Crianças e Adolescentes

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Na lei n. 8.069, de 1990, foi regulamentado o Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA. Segundo este estatuto, as crianças e os adolescentes são sujeitos de direitos, tais como direito à vida, à saúde, à educação, ao lazer, à participação cultural e à dignidade. Esta legislação é muito importante, regulamentou e assegurou os direitos das crianças e dos adolescentes. Saiba mais sobre o ECA, consultando o Material de Leitura Complementar do Módulo 5, disponível na página principal do AVA.

O que é o Estatuto da Criança e do Adolescente?

Na lei n. 8.069, de 1990, foi regulamentado o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA.

Por estarem em desenvolvimento, considera-se que as crianças e adolescentes devem ser protegidos pela família, pela sociedade e pelo Estado, em regime de responsabilidade compartilhada.

O ECA garante às crianças e aos adolescentes direitos relativos a todas as dimensões do desenvolvimento humano. Quais dimensões são estas?

 Física.  Intelectual.  Emocional.  Moral.  Espiritual.  Social.

6. Legislação e Políticas para Crianças e Adolescentes

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Assim, a educação, as instituições sociais encarregadas e a justiça, começam a se envolver na promoção social dos jovens, que passam a ser encarados como dignos de proteção da sociedade.

Para assegurar os direitos das crianças e adolescentes, o ECA estabelece as seguintes medidas:

1. Medidas de proteção

Tais medidas visam proteger as crianças e adolescentes. Para isso, há medidas que vão desde a orientação e acompanhamento de crianças e adolescentes e a seus pais, até a colocação em família substituta caso necessário.

Destaca-se que caso a criança ou adolescente esteja envolvido com drogas, terá direito a ações assistenciais de orientação e tratamento.

2. Medidas socioeducativas

Quando crianças e adolescentes se envolvem em atos infracionais estão previstas medidas socioeducativas. Estas medidas podem variar desde uma advertência até a internação em estabelecimentos educacionais.

A seguir apresentamos uma explicação mais detalhada, observe!

6. Legislação e Políticas para Crianças e Adolescentes

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Observe...

Opção 1: “Este menor é um delinqüente, pois praticou um

delito e receberá uma punição”.

Opção 2: “Este adolescente está em conflito com a lei, pois

praticou um ato infracional e receberá uma medida socioeducativa.”

Na segunda opção, houve uma substituição de termos:  Adolescente em lugar de menor.

 Sujeito em conflito com a lei em lugar de delinquente.  Ato infracional em lugar de delito.

 Medida socioeducativa em lugar de punição.

A perspectiva proposta pelo ECA levou a mudanças de termos referenciais nesta área. Enquanto na primeira opção o adolescente é visto como um criminoso que merece ser punido, na segunda opção observamos que os novos termos utilizados contribuem para a superação de preconceitos e para a idéia de proteção ao adolescente, tal qual proposto pelo ECA.

Junto com estas mudanças, a principal transformação trazida pelo ECA foi a “substituição do modelo de sanção pelo de proteção”. Isto é, antes do ECA havia a idéia de que a sociedade deveria ser protegida das crianças e adolescentes infratores. Depois do ECA, eles passam a ser vistos como pessoas de direitos.

6. Legislação e Políticas para Crianças e Adolescentes

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É comum pais e professores compreenderem o ECA como uma lei que dificulta que limites e regras sejam colocadas às crianças e adolescentes. No entanto, trata-se de uma legislação que surge para proteger e garantir os direitos das crianças e dos adolescentes, direitos inclusive relacionados à educação.

Tem-se observado mudanças no perfil do consumo de álcool e outras drogas no Brasil, com o aumento do consumo entre os estudantes e diminuição da idade de início do uso de substâncias. Assim, ter como meta ampliar a oferta de cuidados para crianças e adolescentes usuárias de álcool e outras drogas é um objetivo importante para a garantia dos direitos desta população.

Outro aspecto fundamental é que a realidade de atendimento a crianças e adolescentes que praticam atos infracionais revela uma estreita relação com o uso abusivo de drogas. Nesse sentido, a aplicação de medidas socioeducativas em lugar de punição também foi um avanço fundamental, por possibilitar não só a recuperação das crianças e adolescentes infratores como também a educação a partir de medidas adequadas.

Além disso, sabemos que o enfoque em estratégias promocionais e preventivas que atinjam crianças e adolescentes é também muito importante. Por isso, na próxima aula iremos conhecer as possibilidades de discussão do tema álcool e drogas no currículo das escolas.

6. Legislação e Políticas para Crianças e Adolescentes

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A iniciação no consumo de drogas mostra-se um fator de risco e em muitos locais já entre alunos de primeira a quarta série. Sendo este um grave problema atual, como a escola pode contribuir na prevenção do uso de drogas?

Neste tópico será apresentada uma visão geral das transformações ocorridas no setor de educação. Inovações curriculares tem oportunizado a inclusão desta temática nas escolas, o que pode contribuir para atingir a população de crianças e adolescentes.

Antecedentes

Nas últimas décadas, importantes medidas foram tomadas para a melhoria da qualidade do ensino nas escolas brasileiras. Uma delas foi a elaboração do Plano Decenal de Educação para Todos (1993-2003), no qual afirmou-se

a necessidade e a obrigação do Estado em elaborar parâmetros claros no campo curricular, capazes de orientar as ações educativas nas escolas.

Merece destaque também a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n. 9.394, de 1996), que ampliou o dever do poder público para com a educação. Segundo esta lei, é necessário propiciar a todos uma formação básica e para isso é necessário um conjunto de diretrizes capazes de nortear os conteúdos mínimos. A fim de atingir este objetivo, a Lei de Diretrizes e Bases organizou os currículos de modo que fosse garantida uma base nacional comum.

7. Parâmetros Curriculares Nacionais e os Temas

Transversais

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O que são Parâmetros Curriculares Nacionais?

Os Parâmetros Curriculares Nacionais ou PCN são referências para a educação em todo o país. Devem servir de apoio ao planejamento das aulas e ao desenvolvimento do currículo das escolas.

Sua função é nortear o ensino fundamental e médio para garantir que todas as crianças e jovens em nosso país tenham acesso a um conjunto de conhecimentos necessários para o exercício da cidadania, com implicações no seu dia-a-dia.

Trazendo para a realidade...

Ao discutir e refletir na escola que a saúde é um direito de todos, uma estudante que mora em uma localidade que não tem saneamento básico pode reivindicar a melhoria das condições sanitárias de onde mora.

Nos PCN, os conteúdos de áreas tradicionais (como matemática, língua portuguesa, biologia, história, etc...) continuam sendo importantes. Considera-se importante incluir entre estes a discussão de assuntos que fazem parte do cotidiano e que possibilitem que o conhecimento seja vinculado às questões sociais. Estes são os temas transversais.

7. Parâmetros Curriculares Nacionais e os Temas

Transversais

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Os PCN são obrigatórios? Não, pois não se trata de um conjunto de regras e sim de uma referência para transformar a didática de ensino.

Por que além dos conteúdos tradicionais os currículos devem incluir temas transversais?

As problemáticas sociais são integradas na proposta educacional dos Parâmetros Curriculares Nacionais como Temas Transversais. Estes não constituem novas áreas, e sim um conjunto de temas que devem fazer parte da concepção, dos objetivos, dos conteúdos e das orientações didáticas de cada área.

Os temas transversais são: Ética, Saúde, Meio Ambiente, Pluralidade Cultural e Orientação Sexual. Eles foram eleitos por envolverem problemas sociais atuais e urgentes.

Por serem transversais, possibilita-se que estes temas sejam abordados de modo integrado em diferentes áreas, viabilizando que haja coerência entre os valores vivenciados na escola e também no contato intelectual com tais valores.

Por exemplo, no caso da saúde, os conteúdos do tema não serão suficientemente contemplados se ficarem restritos ao interior de uma única área. Concepções sobre o que é saudável perpassam todas as áreas de estudo escolar, desde os textos literários até os científicos, bem como conhecimento de mudanças históricas e geográficas. Portanto, abordar este tema nas diferentes áreas contribui para a sua contextualização e enriquecimento da aprendizagem, possibilitando que o tema esteja no dia a dia da escola e não apenas em uma única disciplina.

7. Parâmetros Curriculares Nacionais e os Temas

Transversais

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O fato dos temas serem abrangentes não significa que devam ser tratados igualmente. Estes temas podem ser adaptados para atenderem às necessidades de cada região. Além das adaptações dos temas sugeridos, é importante também que sejam eleitos temas locais. Por exemplo, em diversas cidades, as ruas são muito sujas, gerando uma série de problemas, o que faz com que suas escolas necessitem incorporar a conscientização quanto a não jogar lixos nas ruas em seus currículos.

Temas relativos, por exemplo, ao uso de drogas podem constituir subtemas dos temas gerais, podendo ainda exigir um tratamento mais intenso, o que pode levar a incluí-los como temas básicos.

Agora vamos exemplificar, através da inclusão do tema

drogas, a lógica que embasa a construção dos PCN.

O tema das drogas nas escolas

Ao se discutir drogas é necessário diferenciá-las, tanto do ponto de vista dos efeitos, quanto dos riscos envolvidos. Além disso, entre outras informações, é importante distinguir abuso de dependência.

Mas a informação é suficiente para uma reflexão sobre este tema e prevenção do uso indevido? Além da informação, sabe-se que o consumo de drogas apresenta-se fortemente associado às condições socioculturais. Sobretudo na infância, pois os hábitos das pessoas próximas à criança poderão influenciar no seu comportamento e no acesso a substâncias.

7. Parâmetros Curriculares Nacionais e os Temas

Transversais

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Assim, não se trata apenas de informar ou conscientizar, mas de fornecer elementos que capacitem os alunos à ação. Os conhecimentos sobre os efeitos das drogas ganharão sentido na medida em que tiverem uma aplicabilidade e contribuírem para a compreensão das ações de proteção à saúde. A formação de valores afetivos e sociais associados ao consumo de drogas são muito mais significativas do que o conhecimento dos efeitos e danos que causam.

Por isso, o desenvolvimento de conceitos e a exposição de conteúdos informativos devem ter como finalidade, contextualizar práticas e atitudes favoráveis à saúde.

Embora as informações sejam relevantes e devam estar presentes na aprendizagem, é importante uma educação para a saúde que possibilite refletir sobre os valores e a aquisição de hábitos e atitudes, pois estas são as dimensões mais fundamentais. Destaca-se que professores e toda a comunidade irão transmitir estes valores no convívio escolar.

A possibilidade de discutir temas de relevância para a sociedade, como é o caso das drogas, a partir do enfoque de diferentes áreas, é certamente muito enriquecedor. Abordagens como estas de fato podem contribuir para que a discussão desta temática seja contextualizada à realidade dos alunos, possibilitando não somente a mera aquisição de informações, mas a formação de valores sobre o que é ter saúde e sobre quais hábitos podem garantir melhor qualidade de vida e bem-estar.

7. Parâmetros Curriculares Nacionais e os Temas

Transversais

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O abuso de drogas trata-se de um problema de natureza multicausal e que pode estar associado a diversas consequências. Abordar esta questão em uma única política seria como olhar para apenas uma parte do problema. Por isso, as políticas nesta área não se esgotam em um único setor.

Por exemplo, sabemos que incluir este tema no setor de saúde é indispensável, porém este setor não consegue, sozinho, dar conta de toda a problemática que envolve o abuso de drogas. A realidade tem demonstrado que também são muito importantes as ações da política de assistência social, pois por vezes o abuso de drogas é concomitante às vulnerabilidades sociais. O mesmo ocorre em relação a incluir a prevenção do uso de drogas de modo permanente no setor de educação, pois sabemos que ações imediatistas ou pontuais pouco contribuem para a construção de estratégias preventivas eficazes.

Assim, é fundamental articular práticas de diferentes setores para que seja possível construir respostas mais efetivas na área de álcool e outras drogas. Este é um dos temas que iremos discutir na próxima unidade.

Quer aprofundar diante do assunto? Acesse os links sugeridos ou consulte as referências bibliográficas indicadas.

Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas http://portal.mj.gov.br/senad

Informações Nacionais sobre Drogas

Observatório Brasileiro de Informações Sobre Drogas

7. Parâmetros Curriculares Nacionais e os Temas

Transversais

(48)

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BRASIL. Gabinete de Segurança Institucional. Política Nacional sobre o Álcool. Brasília: SENAD, 2007. 6p.

. Gabinete de Segurança Institucional. Política Nacional sobre Drogas. Brasília: SENAD, 2002b. 8p.

. Gabinete de Segurança Institucional. Mapeamento das instituições governamentais e não-governamentais de atenção às questões relacionadas ao consumo de álcool e outras drogas no Brasil. Brasília: SENAD, 2007. 299 p.

. Lei n. 11.705, de 19 de junho de 2008. Altera a Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, que “institui o Código de Trânsito Brasileiro”, e a Lei no 9.294, de 15 de

julho de 1996, que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas e dá outras providências. Legislação e Políticas Públicas Sobre Drogas no Brasil. Brasília, DF, 2008, 106 p.

. Lei n. 11.754, de 23 de junho de 2008. Acresce, altera e revoga dispositivos da Lei n. 10.683, de 28 de maio de 2003, cria a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e dá outras providências. Legislação e Políticas Públicas Sobre Drogas no Brasil. Brasília, DF, 2008, 106 p.

8. Referências Bibliográficas

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. BRASÍLIA. MEC. Secretária de Educação. Parâmetros curriculares nacionais: Saúde. Brasília, 1997. 31p.

. BRASÍLIA. Secretária Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República Direitos Humanos. Política Nacional de Direitos Humanos de Criança e Adolescente e o Plano Decenal de Direitos Humanos de Criança e Adolescente (2011 – 2020). Brasília: SDH / PH, 2010. 46p.

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Referências

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