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O ensino de Matemática no Ensino Médio: utilização da ferramenta glossário do Ambiente Virtual de Aprendizagem MOODLE

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Academic year: 2021

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O ensino de Matemática no Ensino Médio: utilização da

ferramenta glossário do Ambiente Virtual de Aprendizagem

MOODLE

Luciana de Lima1 , Hermínio Borges Neto2

1 NTEAD – Centro Federal de Educação Tecnológica do Ceará (CEFETCE) – Brasil 2Faculdade de Educação – Universidade Federal do Ceará (UFC) – Brasil

proluli@gmail.com, herminio@multimeios.ufc.br

Abstract. In the mathematics education, the High School students come across

with an extensive of the study materials and formulas to be used. The objective of this paper is to describe how these students in second year use the tool glossary of the Virtual Learning Environment Moodle to write concepts and mathematical formulas. The collected data in 2007, second semester and presented in the format of report of experience reveal that, although the limitations imposed for the environment for the use of mathematical symbols, the students presented autonomy to search in the Internet different forms of representation and critical sense on the content developed in the used didactic book.

Resumo. No ensino de matemática, os alunos do Ensino Médio se deparam

com uma grande quantidade de conteúdos a serem estudados e de fórmulas a serem utilizadas. O objetivo deste trabalho é descrever como alunos do 2o ano do Ensino Médio utilizaram a ferramenta glossário do Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle para escrever conceitos e fórmulas matemáticas. Os dados coletados no 2o semestre de 2007 e apresentados no formato de relato de experiência revelam que, apesar das limitações impostas pelo ambiente para a utilização de símbolos matemáticos, os alunos apresentaram autonomia para buscar na Internet diferentes formas de representação e senso crítico sobre o conteúdo desenvolvido no livro didático utilizado.

1. Introdução

Durante três anos, alunos do Ensino Médio precisam de acordo com o PCN-EM (2000) desenvolver competências e habilidades em relação ao conhecimento matemático. Como principais competências a serem desenvolvidas, podemos ressaltar a representação e comunicação, a investigação e compreensão e a contextualização sociocultural.

O ensino da matemática pressupõe, não só o desenvolvimento de conteúdos que tenham como objetivo o desenvolvimento dessas competências acima citadas, mas também, ações específicas dos professores que contribuam de forma efetiva para a compreensão significativa da matemática. Para isto, os conteúdos matemáticos não podem ser apresentados para os alunos de forma pronta e acabada, mas é necessário que

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os alunos participem de forma ativa, crítica e investigativa diante da construção de seu conhecimento. O professor deve adotar então uma conduta de orientador/mediador, buscando os conhecimentos prévios dos alunos e também uma conduta de provocador, colocando os alunos em situações de “confronto com seus raciocínios e representações” (MARANHÃO, 1990, p. 20).

Santaló (2001) afirma que os professores de matemática devem selecionar os conhecimentos úteis aos alunos em cada nível da educação. O equilíbrio deve acontecer entre a “matemática formativa e a matemática informativa” (SANTALÓ, 2001, p. 15). Afirma ainda que o problema do professor está na escolha do conteúdo para os alunos que não têm interesse particular pela matemática somente pelo seu aspecto utilitário na execução de tarefas.

Os professores de matemática, muitas vezes, divergem em suas ações. Existem professores que avançam no conteúdo mesmo que o aluno não o compreenda, com a preocupação de contemplá-lo em sua totalidade como recomendação para o exame de vestibular. Existem outros que preferem desenvolver alguns conteúdos com a preocupação na compreensão do aluno, mas não promovem o estudo de todo conteúdo do Ensino Médio, como sugerem Maranhão (2000) e Santaló (2001).

De acordo com Ausubel et al.(1980), a aprendizagem mecânica dos conhecimentos leva o aluno a armazená-los de forma literal, sem interação com os conhecimentos que o aluno já apresenta sobre o assunto estudado. Moreira (1999) complementa que esse tipo de aprendizagem contribui muito pouco para a elaboração e diferenciação do conhecimento.

Diante dos problemas apresentados, pergunta-se: que estratégias os professores de matemática podem utilizar para minimizar essa problemática e contemplar os conteúdos propostos no currículo de forma significativa para o aluno?

Uma das opões é que sejam utilizados recursos computacionais para que fórmulas e conceitos matemáticos estudados no Ensino Médio sejam desenvolvidos diante de uma leitura crítica dos livros didáticos utilizados, além de facilitar o resgate do caráter investigativo e criativo que a Matemática possui (BORGES NETO, 1999).

Lopes et al.(2007) utilizaram o ambiente Moodle para desenvolver um reforço para o ensino presencial dos alunos do curso de Engenharia de Produção do ISECENSA (Institutos Superiores de Ensino do CENSA) contemplando os assuntos da disciplina de Matemática Básica. Constataram que a utilização de chats e fóruns auxiliaram os alunos a esclarecer suas dúvidas e a refletir sobre os exercícios propostos nas aulas presenciais. Os alunos solicitaram para o semestre subseqüente a utilização do ambiente nesse formato também para a disciplina de Cálculo I.

O Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle apresenta variadas ferramentas que podem ser utilizadas na educação, dentre elas, o glossário. Esta ferramenta permite ao aluno o armazenamento de conceitos e fórmulas matemáticas. Permite também a socialização do conhecimento adquirido individualmente e pelo grupo de alunos. E, apesar de ser limitado em relação à disponibilização de símbolos matemáticos específicos, permite ao aluno a inserção de arquivos digitais com diferentes fontes.

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O objetivo deste trabalho é descrever, por meio de um relato de experiência, como os alunos de 2o ano do Ensino Médio utilizam a ferramenta glossário do Moodle para escrever conceitos e fórmulas matemáticas.

São apresentadas como foram estruturadas as atividades apresentadas aos alunos e de que forma a proposta do projeto auxiliou o desenvolvimento das competências e habilidades dos alunos em relação aos conhecimentos matemáticos.

2. A utilização da ferramenta glossário no contexto do ensino da Matemática O trabalho foi desenvolvido no Moodle hospedado no servidor do Laboratório de Pesquisa Multimeios da Faculdade de Educação (FACED/UFC), versão 1.8.2+. O curso intitulava-se “Matemática Básica – 2o Ano” e está cadastrado como curso de Extensão.

Apresenta o formato de tópicos e no 1o tópico se encontra a ferramenta glossário intitulada “Fórmulas de Matemática”. Está configurada no formato de glossário principal e permite comentários, versão para impressão, link automático dos itens cadastrados, aprovação imediata de novos itens. Não permite a inclusão de itens repetidos e a constante modificação dos conceitos e fórmulas inseridos. Seu formato de visualização ficou como enciclopédia, porque é o único formato que permite a inclusão de arquivos anexados e que revelam seu conteúdo no caso de arquivo imagem.

As atividades foram desenvolvidas com 8 alunos do 2o ano do Ensino Médio de uma escola particular de Fortaleza, entre os meses de setembro e novembro de 2007, uma vez por semana, no período da tarde. Foi utilizado o laboratório de informática da escola no momento das aulas de matemática. Apesar do ambiente virtual se destinar ao desenvolvimento de atividades a distância, nesse trabalho, optou-se pelo desenvolvimento das atividades no formato presencial, devido às características dos alunos e as dificuldades que apresentavam no cumprimento das tarefas solicitadas.

A princípio todos os alunos fizeram seus cadastros no ambiente e no curso com o auxílio da professora. Ao entrarem no curso, visualizavam uma mensagem de boas-vindas da professora, bem como a apresentação do link para o glossário.

Os alunos, em duplas, escolhiam no livro didático utilizado os assuntos com o qual apresentavam maior afinidade. Esse momento foi importante para que os assuntos não fossem repetidos para cada dupla. Apesar dos alunos terem trabalhado em duplas, cada um teve seu momento de utilização da ferramenta glossário, inserindo seu conceito ou fórmula individualmente, com auxílio do colega e da professora.

Os alunos deveriam buscar dentro do assunto escolhido os principais conceitos e fórmulas a serem armazenados. Em seguida, iniciavam o processo clicando no botão “inserir novo item”. Uma nova janela se abria para que fossem inseridos para o conceito ou para a fórmula: título, descrição, categorias, palavras alternativas para os links automáticos e os arquivos anexados, quando necessário.

Na formatação dos auto-links os alunos precisavam ainda definir se haveria um

link automático para aquele conceito ou fórmula inseridos, se este link estaria sujeito à

distinção entre maiúsculas e minúsculas e se os links seriam criados a partir de palavras inteiras.Terminada a inserção das informações e escolhas das alternativas, os alunos deveriam gravá-las clicando no botão “Salvar mudanças”. Ao final de cada aula, os

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alunos realizam as leituras dos itens inseridos para que pudessem analisar criticamente o trabalho desenvolvido por todos os colegas do grupo.

3. Resultados

O desenvolvimento de atividades apresentadas utilizando a ferramenta glossário do ambiente Moodle trouxe variadas contribuições para a compreensão dos alunos sobre a importância e as dificuldades de escrever conceitos e fórmulas matemáticas, além de propiciar um melhor entendimentos destes conceitos.

Esse processo suscitou momentos de discussão por meio da leitura crítica dos conceitos inseridos, da compreensão e utilização dos aspectos relacionados aos direitos autorais, da reflexão sobre o compromisso e a responsabilidade que o aluno deve ter ao inserir informações que serão compartilhadas posteriormente com outras pessoas. Esse exercício diante do conhecimento matemático pode desenvolver no aluno atitudes e valores apresentados no PCN-EM (2000).

Os alunos perceberam um fator importante no desenvolvimento de textos matemáticos que é a necessidade da correta identificação e as possíveis restrições dos elementos formadores de conceitos e fórmulas. As atividades promoveram a reflexão sobre os contextos matemáticos e contemplaram o desenvolvimento da competência da representação e comunicação em matemática, preconizado pelo PCN-EM (2000). Os alunos puderam ler, interpretar e utilizar representações matemáticas baseadas em livros didáticos e nas orientações da professora em sala de aula.

Diante das dificuldades de representação simbólica impostos pelos instrumentos computacionais utilizados, os alunos puderam desenvolver a capacidade de resolução de problemas reais para a execução do trabalho proposto. É importante ressaltar que as soluções foram objetivas e contemplaram os conhecimentos que os alunos apresentavam sobre a Internet e os recursos que lhes foram fornecidos. A atitude de persistência e a criatividade foram também promovidos no desenvolvimento das atividades propostas.

Em relação aos aspectos computacionais, os alunos tiveram a possibilidade de compreensão do desenvolvimento e funcionamento de hipertextos sem a necessidade de conhecimentos prévios de programação, bem como são utilizados os ambientes virtuais de ensino, sua estrutura e funcionamento.

A utilização do ambiente Moodle, bem como o desenvolvimento de atividades com a configuração apresentada neste trabalho contribuiu para que os alunos refletissem sobre os conteúdos matemáticos de uma forma crítica e motivadora. Atualmente os alunos utilizam os conceitos inseridos no ambiente no formato impresso como fonte de consulta.

Pretende-se dar continuidade ao projeto com os alunos do 2o ano do Ensino Médio de 2008 diante de uma leitura crítica do que já foi desenvolvido, das alterações dos elementos inseridos e do incremento de novas informações matemáticas relativas também a outros conhecimentos que ainda não constam no glossário. Além disso, pretende-se desenvolver um trabalho que extrapole o laboratório de informática e a utilização do ambiente Moodle no formato presencial. A busca é a conscientização dos alunos para a utilização da Internet também como ferramenta de ensino e aprendizagem.

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Referências

Ausubel, D. P., Novak, J. D. e Hanesian, H. (1980). Psicologia Educacional, Interamericana, 2ª edição.

Borges Neto, H. (1999). “Considerações acerca do uso do computador no ensino de Matemática nos cursos de Pedagogia”, Revista Informática e Innovación Educativa, vol. 12, n.. 1, UNIANDES, Colômbia..

Maranhão, M. C. S. de A. (1994). Matemática, Cortez. Moreira, M. A. (1999). Aprendizagem Significativa, UNB.

PCN-EM. (2000). Parâmetros Curriculares Nacionais (Ensino Médio), Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica.

Santaló, L. A. (2001). “Matemática para não-matemáticos”. In: Didática da Matemática: reflexões psicopedagógicas, Cecília Parra e Irma Saiz (orgs.), Artmed, Porto Alegre.

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