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PEDAGOGIA DO VESTIR: O GUARDA-ROUPA DA PRIMEIRA-DAMA DARCY VARGAS DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL ( )

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Academic year: 2021

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PEDAGOGIA DO VESTIR: O GUARDA-ROUPA DA PRIMEIRA-DAMA DARCY VARGAS DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL (1942-1945)

PEDAGOGIC WEAR: THE FIRST LADY’S CLOSET DURING SECOND WORLD WAR (1942-1945)

Autor: Amanda Codolo Andrade – graduando da Universidade Estadual de Maringá. E-mail: amandacodolo@hotmail.com

Co-autor: Robson do Nascimento Rocha – graduando da Universidade Estadual de Maringá. E-mail: robsonnrocha@hotmail.com

Orientadora: Ivana Guilherme Simili, doutora em História, professora da Universidade Estadual de Maringá. E-mail: ivanasimili@ig.com.br

RESUMO

Durante a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial (1942-1945) foi criada por Darcy Vargas, esposa de Getúlio Vargas, a Legião Brasileira de Assistência, uma instituição que tinha por objetivo amparar os soldados mobilizados e seus familiares. Esta pesquisa versa sobre a trajetória da primeira-dama na presidência da instituição, propondo para ela uma análise sob o foco da moda. Por intermédio de fontes escritas e imagéticas, o intuito é mostrar que a construção do percurso da personagem foi marcada pela produção de um guarda-roupa que contém ensinamentos sobre a moda na Guerra Mundial e formas de produzir o visual no contexto da época.

Palavras-chave: pedagogia, moda, Segunda Guerra Mundial.

ABSTRACT

During the participation of Brazil in the Second War (1942-1945) was created by Darcy Vargas, wife of Getúlio Vargas, the Brazilian Legion of Assistance, an institution that was meant to support the deployed soldiers and their families. This research is about the trajectory of the First Lady in the presidency of the institution, proposing it to an analysis under the

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focus of fashion. By means of written sources and imagéticas, the aim is to show that the construction of the route of character was marked by a guard-production of clothing that contains lessons on the fashion in World War II and how to produce the look in the context of the time.

Keywords: pedagogy, fashion, Second World War.

INTRODUÇÃO

Esta pesquisa tem por objetivo abordar a trajetória da primeira-dama Darcy Vargas na presidência da Legião Brasileira de Assistência (LBA), sob a perspectiva da moda. Pretendemos mostrar que o percurso da personagem foi marcado pela criação de um guarda-roupa composto por diversos tipos de guarda-roupas e formas de usá-las, por intermédio do qual é possível acompanhar e conhecer a moda durante o período da Segunda Guerra Mundial.

DESENVOLVIMENTO

Pelas características marcantes da personagem – uma mulher da elite política – é que a transformamos em nosso objeto de estudo. Nosso ponto de partida é o de que as roupas e os acessórios usados por Darcy Vargas nas aparições públicas e as formas de produção do visual que acompanharam o vestir possibilitaram conhecer a moda que se fez presente no cenário brasileiro durante o conflito mundial.

Expressivas dessa tendência são os estudos que interpretam os anos 1939-1945 como marcantes na introdução de mudanças na moda. Influenciada pelos uniformes dos soldados, as roupas teriam adquirido certa masculinização e, na moda feminina, duas peças passaram a compor o guarda-roupa das mulheres: as saias, que ficam mais justas e o casaco. (BRAGA, 2004, p.79- 80).

Partindo do conceito de moda como “manifestação da vida sob todas as suas formas, maneiras de ser e de comportar”, Dominique Veillon embasa sua análise na história cultural para mostrar como a guerra, um fenômeno sócio-político, foi vivenciado pelos franceses. Ela mostra como as restrições econômicas impostas pelos alemães e as limitações de recursos

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para os fabricantes de roupas e de acessórios foram fatores criadores de moda, levando os estilistas a improvisarem, usando novos materiais na produção de roupas e acessórios e fazendo com que as francesas passassem a criar com o que se tinha.

Ao conceituarmos as peças e estilos que ganharam participação no guarda-roupa feminino, pressupomos que a trajetória da personagem tem uma “instrumentalidade educativa” (CARINO, 1999), que ensina sobre a moda vigente no universo do período.

MÉTODOS E MATERIAIS

As fotografias da primeira-dama que retratavam seu fazer na instituição constituíram-se nas fontes principais do estudo. Conforme Castilho (2002, p.94): “Cada momento social requer um tipo de presentificação e atuação que se encontra normatizada pelo contexto social”. Ao concebermos o corpo e a roupa como linguagens, nos tipos de presentificação e de atuação da primeira-dama na sua trajetória como presidente da Legião Brasileira de Assistência, religamos os fios do vestuário aos momentos sociais e às normas sobre o bem-vestir, o bem arrumar-se nas e para as ocasiões, conduzindo-nos ao universo dos acontecimentos, eventos, solenidades e da moda nos anos de Guerra.

Darcy Vargas, por ser quem era, ditava moda. Examinando sua trajetória sob a ótica do vestuário, conhecemos sobre tendências nas roupas, nos acessórios, nos modos de compor o visual, inclusive cabelos e corte, que ao serem por ela usados, podem ser concebidos como resultado de escolhas feitas, informando a moda por ela defendida e que circulou pela capital carioca. Há também que ser destacada a influência que a personagem exercia sobre as outras mulheres, conduzindo-as a se vestirem do mesmo modo, ensinando no passado e no presente sobre moda da Guerra.

RESULTADOS E CONCLUSÃO

Captar as transformações no visual e no guarda-roupa que acompanharam a construção da personagem foi o encaminhamento dado à pesquisa, para a compreensão da moda. Nesse encaminhamento, o relato feito por Chermont de Brito, no livro Vida Luminosa de Dona

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Darcy Vargas pode ser considerado nosso ponto de partida, porque ele faz um importante retrato da mulher que chegou do Rio Grande do Sul, em 1930, para ser a primeira-dama do Brasil, como esposa do chefe do Governo Provisório.

Chermont de Brito era jornalista do Jornal do Brasil e afirma, o retrato que faz no livro teve suporte na reportagem que publicou no referido periódico.

Impressionou-me sobremodo a sua mocidade. Ela completaria trinta e cinco anos já como Primeira-dama do Brasil. A doçura do trato marcava todos os seus gestos, e conquistava logo simpatia e admiração. Não parecia assustada com os graves acontecimentos que tinham sacudido o país de norte a sul, antes preparada para desempenhar o grande papel que o destino lhe reservara. Um claro sorriso iluminava-lhe o belo rosto, respondendo sempre as perguntas do repórter. E notei: os dias vividos na agitação revolucionária, as graves preocupações com o marido à frente da Revolução, o filho mais velho alistado num dos batalhões de voluntários, não lhe deram tempo para cuidar das coisas fúteis. Era uma bela e ilustre senhora de província, que chegava ao Rio, capital da moda e do Brasil. (BRITO, 1984, p.67).

Ser primeira-dama do país e viver no Rio de Janeiro foram fatores que ajudaram na transformação de Darcy Vargas numa mulher sintonizada com a moda, facilitando o acesso aos bens e serviços oferecidos pela capital da república. As fotografias logo revelam todas as características até então citadas.

Em comum, todas as mulheres usam tailleurs ou roupas similares com características marcantes da época. Mulheres na moda? Sem dúvida!

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A vestimenta da primeira-dama permite ser interpretada à guisa do que afirma Alison Lurie (1997, p. 21): “Escolher roupas, em casa ou na loja, é nos definir e descrever”. Pelas vestimentas, Darcy se descreve como uma mulher que seguia a moda, porém, com discrição e simplicidade. De acordo com Dominique Veillon (2004), na França os vestidos coloridos e alegres foram substituídos por roupas sóbrias e fechadas, o tailleur. No entanto, sobressai a idéia de que, no Brasil, continuaram a ser uma tendência.

O traje, a postura e o gesto da presidente reforçam o argumento de que apesar dos tempos de guerra, a personagem mantinha todo o conceito de feminilidade. O recebimento dos donativos era realizado com toda simpatia que Darcy Vargas empresta para o seu fazer como presidente da instituição. O corte do vestido é semelhante aos outros que compunham seu guarda-roupa, com cintura marcada – graciosamente chamada de cintura de vespa – saia franzida, mangas curtas. O cinto que marca a cintura e os botões são de outro tecido e cor, visto que se destaca da padronagem da vestimenta, que é listrada.

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A elegância e a simplicidade de Darcy Vargas podem ser interpretadas como ingredientes importantes à sua trajetória como presidente de uma instituição de assistência social. Se o propósito da instituição era prestar assistência aos soldados e seus familiares, a indumentária com a qual ela se apresentava estava de acordo, levando-nos a supor que a moda por ela praticada também contribuiu para a composição de sua imagem e performance. Ao mostrar-se bem vestida, porém, com simplicidade, revelou-se uma mulher com credenciais para gerir os problemas sociais. O tipo de mulher desenhado para atuar na Legião Brasileira de Assistência é que foi encarnado por Darcy e pelas roupas que a mesma trajava.

MINICURRÍCULO

Amanda Codolo Andrade, 21 anos, acadêmica do 4º ano de Moda da Universidade Estadual de Maringá – CRC. Certificada pela participação do Programa de Iniciação Científica concedido pela mesma universidade.

REFERÊNCIAS

BRITO, Chermont de. Vida luminosa de Dona Darcy Vargas. Vitória, ES; Rio de Janeiro: Editado pela Coordenadoria Social-LBA: Impresso na Gráfica da LBA, 1984.

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LAVER, James. A roupa e a moda: uma história concisa. Tradução de Glória Maria de Mello Carvalho. SP: Cia das Letras, 1989.

LURIE, Alison. A linguagem das roupas.RJ: Rocco, 1997.

MOUTINHO, Maria Rita; VALENÇA, Máslova Teixeira. A moda no século XX. Rio de Janeiro: Editora Senac Nacional, 2005.

SIMILI, Ivana Guilherme Simili. Mulher e política: a trajetória da primeira-dama Darcy Vargas (1930-1945). Tese de Doutorado, Unesp, Assis, SP, 2004.

VEILLON, Dominique. Moda & Guerra: um retrato da França Ocupada. Tradução André Telles. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004.

Referências

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