• Nenhum resultado encontrado

Estudo sobre o comportamento de preços de produtos da cesta básica 2014/2015: Supermercados da cidade de Corumbá, Mato Grosso do Sul, Brasil.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Estudo sobre o comportamento de preços de produtos da cesta básica 2014/2015: Supermercados da cidade de Corumbá, Mato Grosso do Sul, Brasil."

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

1 Estudo sobre o comportamento de preços de produtos da cesta básica 2014/2015:

Supermercados da cidade de Corumbá, Mato Grosso do Sul, Brasil.

EQUIPE DE PESQUISA Docentes:

Newton Ganne 1

Roberto Domingues Galeano 2

Renato Câmara V. de Almeida Júnior3 Acadêmicos:

Elienne da Silva Fernandez Gleiciane Terci Cancian João Henrique M. de Souza Letícia da Silva Santos Garcia

CORUMBÁ-MS 2015

1 Professor Mestre da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/CPAN e coordenador da pesquisa, e-mail:

newton.ganne@ufms.br, Fone: (67) 3234-6839

2

Professor Mestre da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/CPAN, e-mail: roberto.galeano@ufms.br

3 Professor Mestre da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/CPAN, e-mail: renato.victorio@ufms.br

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DO CAMPUS DO PANTANAL

(2)

2 Resumo

A Pesquisa de Preços de Produtos da Cesta Básica – Corumbá, Mato Grosso do Sul, é executada por uma equipe composta por professores e acadêmicos do Curso de Administração/CPAN/UFMS e conta com o apoio da unidade local do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor – PROCON. Levanta em intervalos aproximados bimestrais e em quatro supermercados da cidade, os menores preços praticados, independente de marcas, de uma relação de produtos considerados integrantes de uma cesta básica e pertencentes aos grupos alimentação, higiene pessoal e limpeza doméstica. A sua realização e respectiva divulgação dos resultados fornecem além de conduzir acadêmicos às práticas da pesquisa, orientações úteis para que famílias, principalmente aquelas possuidoras de baixa renda, realizem compras com menor custo. O conteúdo deste artigo, extraído da referida pesquisa, compara os preços dos produtos pesquisados e apresenta as suas variações ocorridas no período de um ano, março 2014 e março 2015. Constatou-se a ocorrência de variações de preços para cima e para baixo e também maior oferta de produtos de “marcas fracas,” de 2ª e 3ª linhas de qualidade com a finalidade estratégica de ofertar menores preços.

(3)

3 1 Introdução

Cesta básica é a denominação atribuída a um grupo de produtos, geralmente composto por itens alimentícios, de higiene pessoal e limpeza doméstica, consumido por uma família no período de um mês. Existe considerável variação no que se refere às especificações dos itens pesquisados e das suas quantidades. Eles podem variar de acordo com a finalidade para a qual se destina a pesquisa e também devido a características dos locais onde ela é realizada – hábitos alimentares, cultura, ofertas, entre outros.

Cada vez mais se reconhece a importância que possuem as pesquisas de mercado voltadas para produtos: preferências, tendências de consumo e preços, não só para consumidores finais como também para organizações.

Devidamente planejadas, elas coletam, analisam e geram importantes informações principalmente para as tomadas de decisões relativas a compras com preços comparados.

Comumente o consumidor final altera suas compras de forma a adequar suas necessidades de consumo a sua renda familiar e alterações de preços dos bens consumidos. Considerando tais variáveis dispõe, entre outras, de alternativas como: manter fidelidade a marcas preferidas, aproveitar promoções de preços, comprar produtos em épocas de safra, comprar marcas de produtos com menor preço e, fazer pesquisas de preços em estabelecimentos varejistas diversos que comercializam o que necessita em busca dos mais baixos. Portanto, o preço é um importante elemento determinante da decisão de compra e a prática da sua pesquisa em mais de um supermercado vem se tornando comum na vida do consumidor brasileiro, em grande parte possuidor de baixa renda familiar.

Desde o ano de 1986 o curso de Administração do Campus do Pantanal, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, realiza pesquisas de preços de produtos que compõem a cesta básica, mais especificamente da cesta básica ampliada.

De acordo com o Decreto-Lei nº 399/38, a Cesta Básica é uma relação de produtos alimentícios básicos que devem constar da ração básica alimentar de um trabalhador. Foi criada no ano de 1938 durante o governo Getúlio Vargas como um dos fatores de cálculo do salário mínimo. Não existe uma cesta básica padrão. Cada estado, cada organização, oficial ou não, pode criar a sua cesta básica.

Quanto ao entendimento de produtos básicos, ele tem um sentido amplo. Seriam básicos os produtos generalizados considerados essenciais à reprodução de um padrão alimentar, aceito como expressão da cultura popular, e que teriam pouco ou nenhum grau de elaboração ou transformação. No nosso caso seriam o arroz, o feijão, a carne bovina e a farinha de mandioca.

Maluf (2000), ao sinalizar a necessidade de rever a noção de produtos básicos aponta para a redefinição de três dimensões associadas à noção de produto básico: a) as circunstâncias da vida contemporânea e os impactos dos mecanismos de propaganda têm modificado as formas de aquisição e de consumo dos alimentos e a própria composição da cesta de compras; b) as crescentes preocupações quanto à adequação nutricional do consumo de certos alimentos levam a questionamentos sobre a essencialidade de produtos presentes nos hábitos de consumo dos vários setores sociais e; c) a identificação entre produtos básicos e não elaborados aplica-se apenas às estatísticas que visam diferenciar os produtos de origem agropecuária, segundo os diferentes graus de elaboração.

Conforme observado em estudos anteriores realizados por integrantes do curso de Administração/CPAN/UFMS, os aumentos e quedas de preço de produtos, inclusos os da Cesta Básica, se dão através da interferência de fatores diversos. Estão entre eles desequilíbrios entre oferta e demanda, por razões internas como quebras de safra, política de preços mínimos aos produtores, conjuntura econômica do país, ou motivos externos, mudanças no cenário internacional, restrições políticas ou sanitárias às importações brasileiras. Como também as alterações de preços, especialmente as de pequena magnitude, podem refletir tão somente procedimentos adotados por determinados supermercados da amostra, seja para criar junto aos consumidores a percepção de prática de preços baixos, enfrentar a concorrência, para se destacar em algum segmento, ou simplesmente para "desovar" estoques através do rebaixamento temporário dos preços ou promoção.

(4)

4

O projeto, ainda em execução e do qual deriva este artigo, levanta, tabula, destaca e divulga preços de produtos que integram a cesta básica na região de fronteira, especificamente na cidade de Corumbá-MS, coletando bimensalmente os preços de 40 produtos, sendo 36 deles fixos e quatro variados. A inclusão dos quatro produtos variados tem a finalidade de evitar que os gestores dos supermercados participantes da pesquisa tenham conhecimento do total de produtos pesquisados e assim se preocupem em administrar os seus preços com finalidade competitiva.

A divulgação tem por objetivo maior orientar os consumidores sobre os estabelecimentos onde são praticados os menores preços. Entende-se também, como já observado, que a participação de acadêmicos em todas as suas etapas traz importantes contribuições para as suas formações profissionais.

Avalia-se neste trabalho os seguintes itens: Achocolatado em pó – 400 g, Açúcar cristal – 2 kg, Alho granel – 100 g, Arroz tipo 1– 5 kg, Banana mariquita granel – 1 kg, Batata inglesa lavada granel – 1 kg, Café torrado moído – 500 g, Cebola granel – 1 kg, Carne bovina alcatra – 1 kg, Cenoura granel – 1 kg, Farinha de mandioca – 1 kg, Farinha de trigo – 1 kg, Feijão carioquinha – 1 kg, Frango congelado – 1 kg, Fubá de milho – 1 kg, Leite em pó instantâneo – 400 g, Leite longa vida integral – 1l, Macarrão espaguete ovos – 500 g, Margarina sal – 500 g, Óleo de soja – 900 ml, Ovos brancos médios – 1 dz., Pão francês - 1 kg, Queijo mussarela - 1 kg, Sal refinado – 1 kg, Tomate – 1 kg, Vinagre álcool – 750 ml, Absorvente higiênico - c/ 08 un., Creme dental – 90 g, Papel higiênico – 4 rolos 30 m, Sabonete – 90 g, Esponja de aço – 8 un., Água sanitária – 1 l, Desinfetante – 2 l, Sabão em barra – 5 un., Sabão em pó – 500 g.

2 Metodologia

São aqui apresentadas informações e análises relativas a variações de preços de uma cesta contendo trinta e cinco produtos. A pesquisa original e fornecedora das informações para este artigo teve início em março de 2014 e tem encerramento previsto para outubro de 2015. Realizou-se bimestralmente levantamento de informações nos quatro maiores supermercados da cidade de Corumbá-MS. A cada coleta obteve-se em cada um dos estabelecimentos pesquisados, em um mesmo dia, os menores preços dos produtos e suas respectivas marcas. Exemplo: 1. Achocolatado em pó – 400 g. 2. Macarrão espaguete c/ ovos – 500 g. Após a realização da pesquisa de campo, os dados coletados foram transpostos para uma planilha eletrônica, identificados e destacados os menores e os maiores preços praticados e nesta etapa eram acrescentadas as marcas correspondentes, impressa para distribuição determinada quantidade de unidades como também foi feita a sua divulgação através do site do Campus do Pantanal/UFMS. Para a elaboração deste artigo fez-se a comparação de preços das pesquisas realizadas nos meses de março de 2014 e março de 2015 e os resultados e respectivas análises encontram-se abaixo.

3 Resultados e discussão

A cidade de Corumbá-MS, com aproximadamente 110.000 habitantes, faz fronteira com a Bolívia e localiza-se a 430 km da capital do estado, Campo Grande. A distância dos principais centros produtores principalmente de produtos industrializados e, em consequência, os custos decorrentes da logística para fazerem os mesmos chegarem até o varejo local, contribui de forma acentuada na composição dos seus preços finais. Em contrapartida, o fato da cidade não oferecer muitos empregos e salários médios significativos contribui para refrear práticas de preços mais elevadas e leva a realização de compras mais racionais, principalmente por parte da população de baixa renda.

(5)

5

Os preços dos trinta e cinco produtos pesquisados e respectivas variações percentuais são apresentados no Quadro 1 e Gráfico 1.

Quadro 1. Variação de preços supermercados Corumbá-MS, 2014/2015

PRODUTOS MENOR PREÇO R$ MARÇO 2014 MENOR PREÇO R$ MARÇO 2015 VARIAÇÃO % Achocolatado em pó– 400 g 3,49 4,59 31,52 Açúcar cristal – 2 kg 3,49 3,39 - 2,95

Alho sem marca – 100 g 0,69 1,59 130,43 Arroz tipo 1 – 5 kg 8,75 8,29 - 5,26

Banana mariquita granel – 1 kg 1,69 1,68 - 0,59

Batata inglesa lavada granel – 1 kg 0,99 1,99 101,00 Café torrado moído – 500 g 3,99 4,99 25,06 Cebola granel – 1 kg 1,89 2,98 57,67 Carne bovina alcatra – 1 kg 18,98 21,99 15,86 Cenoura granel – 1 kg 2,49 3,53 /41,77 Farinha de mandioca– 1 kg 3,98 3,59 - 10,86 Farinha de trigo – 1 kg 1,99 1,69 - 15,08 Feijão carioquinha – 1 kg 1,99 2,49 25,13 Frango congelado – 1 kg 4,49 4,98 10,91 Fubá de milho – 1 kg 2,09 1,69 - 19,14 Leite em pó instantâneo – 400 g 4,99 5,89 18,04 Leite longa vida integral – 1 l 1,97 2,05 4,06 Macarrão espaguete ovos – 500 g 1,98 1,85 - 6,57

Margarina sal – 500 g 3,49 2,79 - 20,06

Óleo de soja – 900 ml 2,59 2,79 7,72 Ovos brancos médios – 1 dz. 3,49 3,87 10,89

Pão francês - 1 kg 6,99 6,99 0,00

Queijo mussarela - 1 kg 17,98 17,19 - 4,39

Sal refinado – 1 kg 0,79 1,19 50,63

Tomate – 1 Kg 2,98 4,49 50,67

Vinagre álcool – 750 ml 1,69 1,69 0,00 Absorvente higiênico - c/ 08 un. 1,39 1,99 43,17 Creme dental – 90 g 1,29 1,49 15,50 Papel higiênico – 4 rolos 30 m 1,49 1,59 6,70

Sabonete – 90 g 0,79 0,79 0,00

Esponja de aço – 8 un. 0,99 1,25 26,26 Água sanitária – 1 l 1,39 1,69 21,58

Desinfetante – 2 l 3,49 3,85 10,32

Sabão em barra – 5 un. 2,89 3,59 24,22 Sabão em pó – 500 g 2,29 2,75 20,09

TOTAL 125,94 139,24 10,56

(6)

6

Informações constantes no Quadro 1 mostram que o custo total da cesta pesquisada apresentou alta de R$ 13,30 ou 10,56%, quando seu total passou de R$ 125,94 em 2014 para R$ 139,24 em 2015, que maior quantidade de itens teve aumento de preços e alguns poucos redução e manutenção.

Quadro 2. Variação de preços supermercados Corumbá-MS, 2014/2015, 23 produtos que tiveram aumento.

PRODUTOS MENOR PREÇO R$ MARÇO 2014

MENOR PREÇO R$ MARÇO 2015

AUMENTO %

Achocolatado em pó– 400 g 3,49 4,59 31,52 Alho sem marca – 100 g 0,69 1,59 130,43 Batata inglesa lavada sem marca – 1 Kg 0,99 1,99 101,01 Café torrado moído – 500 g 3,99 4,99 25,06 Cebola sem marca – 1 Kg 1,89 2,98 57,67 Carne bovina alcatra sem marca – 1 Kg 18,98 21,99 15,86 Cenoura sem marca – 1 Kg 2,49 3,53 41,77 Feijão carioquinha – 1 Kg 1,99 2,49 25,13 Frango congelado – 1 kg 4,49 4,98 10,91 Leite em pó instantâneo – 400 g 4,99 5,89 18,04 Leite longa vida integral – 1 l 1,97 2,05 4,06 Óleo de soja – 900 ml 2,59 2,79 7,72 Ovos brancos médios – 1 dz. 3,49 3,87 10,89 Sal refinado – 1 Kg 0,79 1,19 50,63

Tomate – 1 Kg 2,98 4,49 50,67

Absorvente higiênico - c/ 08 un. 1,39 1,99 43,17 Creme dental – 90 g 1,29 1,49 15,50 Papel higiênico – 4 rolos de 30 m 1,49 1,59 6,71 Esponja de aço – 8 un. 0,99 1,25 26,26 Água sanitária – 1 l 1,39 1,69 21,58

Desinfetante – 2 l 3,49 3,85 10,32

Sabão em barra – 5 un. 2,89 3,59 24,22 Sabão em pó – 500 g 2,29 2,75 20,09

TOTAL 71,03 87,61 23,34

23,34

Pode-se observar no Quadro 2 que em 23 produtos ocorreu aumento efetivo de 23,34% (R$ 16,58) quando o seu custo total passou de R$ 71,03 em 2014 para R$ 87,61 em 2015. O aumento médio percentual foi igual a 32,57 %. Os cinco itens que tiveram maiores alterações foram: alho com 130,43%, batata inglesa lavada com 101,00%, cebola com 57,67%, tomate com 50,67% e cenoura com 41,77%. Chama a atenção o fato de tratar-se de produtos não industrializados e cujos preços foram coletados na mesma época dos anos 2014 e 2015, portanto desconsidera-se a sazonalidade de safra e/ou relação diferente de oferta e procura.

Quadro 3. Variação de preços supermercados Corumbá-MS, 2014/2015: 12 produtos que tiveram redução/estabilidade.

PRODUTOS MENOR PREÇO R$ MARÇO 2014 MENOR PREÇO R$ MARÇO 2015 VARIAÇÃO % Açúcar cristal – 2 kg 3,49 3,39 - 2,95 Arroz tipo 1 – 5 kg 8,75 8,29 - 5,26

Banana mariquita granel – 1 kg 1,69 1,68 - 0,59

Farinha de mandioca– 1 kg 3,98 3,59 - 10,86

Farinha de trigo – 1 kg 1,99 1,69 - 15,08

Fubá de milho – 1 kg 2,09 1,69 - 19,14

Macarrão espaguete ovos – 500 g 1,98 1,85 - 6,57

Margarina sal – 500 g 3,49 2,79 - 20,06 Pão francês - 1 kg 6,99 6,99 0,00 Queijo mussarela - 1 kg 17,98 17,19 - 4,39 Vinagre álcool – 750 ml 1,69 1,69 0,00 Sabonete – 90 g 0,79 0,79 0,00 TOTAL 54,91 51,63 -5,97

(7)

7

A redução de preços ocorreu em nove itens e apresentou média igual a 9,43%. Os produtos e suas respectivas reduções percentuais foram: margarina c/ sal, -20,06%; fubá de milho, -19,14%; farinha de trigo, -15,08%; farinha de mandioca, -10,86%; macarrão espaguete ovos, -6,57%; arroz tipo 1, -5,26%; queijo mussarela, -4,39%; açúcar cristal, -2,95% e banana mariquita, -0,59%.

Da totalidade dos itens considerados no Quadro 3, observou-se manutenção de preços em três deles: pão francês, vinagre de álcool e sabonete. De uma forma geral, em relação aos 12 produtos, temos uma taxa efetiva de -5,97%.

Quadro 4. Variação de preços supermercados Corumbá-MS, 2014/2015, grupo Alimentos.

PRODUTOS MENOR PREÇO R$

MARÇO 2014

MENOR PREÇO R$ MARÇO 2015

AUMENTO %

Achocolatado em pó– 400 g 3,49 4,59 31,52 Alho sem marca – 100 g 0,69 1,59 130,43 Batata inglesa lavada sem marca – 1 Kg 0,99 1,99 101,01 Café torrado moído – 500 g 3,99 4,99 25,06 Cebola sem marca – 1 Kg 1,89 2,98 57,67 Carne bovina alcatra sem marca – 1 Kg 18,98 21,99 15,86 Cenoura sem marca – 1 Kg 2,49 3,53 41,77 Feijão carioquinha – 1 Kg 1,99 2,49 25,13 Frango congelado – 1 kg 4,49 4,98 10,91 Leite em pó instantâneo – 400 g 4,99 5,89 18,04 Leite longa vida integral – 1 l 1,97 2,05 4,06 Óleo de soja – 900 ml 2,59 2,79 7,72 Ovos brancos médios – 1 dz. 3,49 3,87 10,89 Sal refinado – 1 Kg 0,79 1,19 50,63

Tomate – 1 Kg 2,98 4,49 50,67

TOTAL 55,81 69,41 24,37

Quadro 5.Variação de preços supermercados Corumbá-MS, 2014/2015, grupo Higiene Pessoal

PRODUTOS MENOR PREÇO R$

MARÇO 2014

MENOR PREÇO R$ MARÇO 2015

AUMENTO %

Absorvente higiênico - c/ 08 un. 1,39 1,99 43,17 Creme dental – 90 g 1,29 1,49 15,50 Papel higiênico – 4 rolos de 30 m 1,49 1,59 6,71

TOTAL 4,17 5,07 21,58

Quadro 6. Variação de preços supermercados Corumbá-MS, 2014/2015, grupo Limpeza Doméstica

PRODUTO MENOR PREÇO R$

MARÇO 2014

MENOR PREÇO R$ MARÇO 2015

AUMENTO %

Esponja de aço – 8 un. 0,99 1,25 26,26 Água sanitária – 1 l 1,39 1,69 21,58

Desinfetante – 2 l 3,49 3,85 10,32

Sabão em barra – 5 un. 2,89 3,59 24,22 Sabão em pó – 500 g 2,29 2,75 20,09

TOTAL 11,05 13,13 18,82

O grupo Alimentos (Quadro 4) com quinze produtos, foi o que apresentou maior aumento médio das variações percentuais de preços majorados, 38,76% quando comparado com os grupos Higiene Pessoal, com 21,79% (Quadro 5) e Limpeza Doméstica, com 20,49%, (Quadro 6). Constata-se ainda que este grupo foi o que apreConstata-sentou a maior taxa de variação de aumento efetivo, quando observada a variação entre o preço total em reais de 2014 com o de 2015, esse aumento efetivo ficou na casa de 24,37%.

De forma resumida verifica-se que o maior aumento percentual efetivo de preços ocorreu no grupo Alimentos, 24,37%, seguido dos produtos do grupo Higiene Pessoal com 21,58% e Limpeza Doméstica com 18,82%.

(8)

8

Quadro 7. Variação de preços supermercados Corumbá-MS., 2014/2015, por grupo de produtos, contribuição percentual de aumento.

GRUPO

MENOR PREÇO R$ MARÇO 2014

MENOR PREÇO R$ MARÇO 2015

AUMENTO % PESOS % CONTRIBUIÇÃO (pp.)

1. Alimentação 55,81 69,41 24,37 65,22 15,89 2. Limpeza 11,05 13,13 18,82 13,04 2,45 3. Higiene 4,17 5,07 21,58 21,74 4,69 TOTAL 71,03 87,61 23,34 100 23,04

Como a alimentação pesa 65,22% (15 produtos num universo de 23 que tiveram aumento de preço) na composição da Cesta, um aumento efetivo de 24,37% em seu valor resulta em uma contribuição positiva de 15,89 pontos percentuais (pp.) no cálculo da taxa de 2015. O grupo Limpeza com taxa de aumento de 18,82% e com peso de 13,04% (5 produtos num universo de 23) contribuiu no cálculo da taxa de aumento do valor da Cesta com 2,45 pp. O grupo da Higiene (3 produtos em um universo de 23) cujo peso é de 27,74% e a taxa de aumento foi de 21,58%, resultou em impacto de 4,69 pp. na variação desta Cesta. Em resumo podemos observar o gráfico abaixo:

Gráfico 2: Contribuição percentual de aumento por grupo 23 produtos que apresentaram aumento de preços

4 Conclusão

Fatores variados hoje presentes no cenário econômico do Brasil, entre eles o aumento da inflação, elevação da taxa básica de juros – SELIC, elevação das taxas de desemprego, aumento substancial da tarifa de energia elétrica e dos preços dos combustíveis, elevação de preços dos produtos em geral, ocasionaram forte insegurança para o consumo. Também trouxeram como consequência imediata perdas significativas no poder de compra de grande parte da sua população.

Artigo publicado no Jornal Estadão (Conteúdo) de 11 de abril de 2015 mostra que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo), que mede a inflação oficial do país, passou de 8% no acumulado em 12 meses. Que a taxa de desemprego PNAD Contínua subiu para 7,4% no trimestre encerrado em fevereiro e que tais números atestam a deterioração tanto do emprego formal quanto do poder de compra. Destaca também que pesquisa de mercado da consultoria Nielsen constatou queda nas vendas de itens básicos dos supermercados, da farinha de trigo às massas e aos salgadinhos. Na média, as compras de alimentos ficaram praticamente estáveis, uma queda de 0,1% em relação ao início de 2014.

Informação divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE mostra que o IPCA março/2015 acumulado em doze meses foi de 8,1286%. No mesmo período o custo total da cesta pesquisada (Quadro 1) apresentou alta de 10,56%. Constata-se que, mesmo havendo expressiva

(9)

9

introdução de produtos de marcas consideradas “fracas” e, portanto, com práticas de preços menores, a alta da cesta foi superior ao IPCA acumulado.

Atualmente as compras, mesmo aquelas mais frequentes como as realizadas em supermercados, ocorrem de maneira mais racional, mais cautelosa, mais comparada. Vivenciam-se mudanças de comportamentos nos consumidores, fato comum em épocas de crise. As marcas conhecidas por fortes,

premium ou de primeira linha são, em parte e gradativamente, substituídas por marcas menos

conhecidas e de preços menores. Outra estratégia varejista também utilizada nesses momentos é a adoção e aumento de produtos de marca própria, o que não acontece em Corumbá.

Constatou-se, através da pesquisa que deu origem a este artigo, que houve aumentos variados de preço na maioria dos produtos pesquisados. As observações quando das visitas aos estabelecimentos e as análises das informações levantadas apresentam fortes indícios de que os aumentos de preços seriam maiores, principalmente no final de 2014 e início de 2015, caso os supermercados não tivessem incorporando ao seu mix de produtos marcas desconhecidas ou pouco conhecidas.

Ao adotarem tal postura, incidindo principalmente sobre produtos básicos, de compras mais frequentes e geradores da denominada “memória de preços”, visam criar nos seus clientes a percepção de praticarem preços baixos, o que é importante para a geração de maior fluxo de consumidores e aumento do faturamento.

(10)

10 5. Referências

BRASIL. DIEESE. Cesta básica nacional, metodologia. Disponível em <http://www.dieese.org.br/rel/rac/metodologia..pdf>. Acesso em: 12 de novembro de 2014.

BRASIL. IBGE. Disponível em <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 31 janeiro de 2015.

BELIK, WALTER; SILVA, JOSÉ GRAZIANO DA; TAKAGI, MAYA. Políticas de combate à fome no Brasil. São Paulo Perspec. , São Paulo, v. 15, n. 4, 2001 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010288392001000400013&lng=en&nrm=i so>. Acesso em: 18 fevereiro de 2015.

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA – CEPEA. Disponível em:< http://www.cepea.esalq.usp.br/> Acesso em: 18 de fevereiro de 2015.

CHIARA, M. Consumo de alimentos básicos diminui. Jornal Estadão, São Paulo, 12 de abril de 2015, Estadão Conteúdo. Disponível em: < http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,consumo-de-alimentos-basicos-diminui,1667993>. Acesso em: 13 de abril de 2015.

Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. [on line]. 1997. Disponível: www.dieese.org.br . Acesso em 15 de outubro de 2014.

DIEESE. Banco de dados da cesta básica nacional. Disponível em: <http://www.dieese.org.br>. Acesso em: 12 de março de 2015.

ÍNDICE de preços ao consumidor. Fundação Getúlio Vargas. Disponível em <http://www.fgv.br/dgd/asp/dsp_IGP.asp >. Acesso em: 7 fevereiro de 2015.

MALUF, R. S. J. Consumo de alimentos no Brasil: traços gerais e ações públicas locais de segurança alimentar. Instituto Pólis, 2000, nº 06.

Referências

Documentos relacionados

Este dado diz respeito ao número total de contentores do sistema de resíduos urbanos indiferenciados, não sendo considerados os contentores de recolha

Foram realizadas medições de frutos e sementes, com paquímetro digital; massa de 1000 frutos e 1000 sementes, em balança semi-analítica; teor de umidade das sementes,

F REQUÊNCIAS PRÓPRIAS E MODOS DE VIBRAÇÃO ( MÉTODO ANALÍTICO ) ... O RIENTAÇÃO PELAS EQUAÇÕES DE PROPAGAÇÃO DE VIBRAÇÕES ... P REVISÃO DOS VALORES MÁXIMOS DE PPV ...

Ninguém quer essa vida assim não Zambi.. Eu não quero as crianças

Na experiência em análise, os professores não tiveram formação para tal mudança e foram experimentando e construindo, a seu modo, uma escola de tempo

ITT, intent-to-treat set of patients; mITT, modified intent-to-treat set of patients; Mydrane group, patients who received an intracameral injection of a standardised combination

Dois termos têm sido utilizados para descrever a vegetação arbórea de áreas urbanas, arborização urbana e florestas urbanas, o primeiro, segundo MILANO (1992), é o

São considerados custos e despesas ambientais, o valor dos insumos, mão- de-obra, amortização de equipamentos e instalações necessários ao processo de preservação, proteção