• Nenhum resultado encontrado

Avaliação do Processo de Ocupação Irregular na Zona Costeira: Caso da Invasão Maria Terezinha, Município de Jaguaruna/SC

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Avaliação do Processo de Ocupação Irregular na Zona Costeira: Caso da Invasão Maria Terezinha, Município de Jaguaruna/SC"

Copied!
14
0
0

Texto

(1)

Avaliação do Processo de Ocupação Irregular na Zona Costeira: Caso da

“Invasão Maria Terezinha”, Município de Jaguaruna/SC

Cristiano, S.C.1; Martins, E.M.1; Gruber, N.L.S.2,3 & Barboza, E.G.1,2

1 Programa de Pós-Graduação em Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, 2 Centro de Estudos de Geologia Costeira e Oceânica (CECO/ IGEO/UFRGS),

3 Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS.

E-mails: samantaccristiano@gmail.com; hardgraos@hotmail.com; nelson.gruber@ufrgs.br; eduardo.barboza@ufrgs.br.

Recebido em 11 de maio de 2015; aceito em 22 de agosto de 2015.

RESUMO

Desde a década de 1970, ocorre um processo ilegal de ocupação em áreas de preservação e de riscos ao longo da região costeira do município de Jaguaruna/SC. Dessa irregularidade resultaram em: (i) diversos processos judiciais e reclamações devido a ocupação ilegal e a venda de “lotes” ilegais, e (ii) embargo promovido por ação do Ministério Público Federal (MPF) a partir do ano de 2011, com objetivo de suspender as atividades irregulares e, assim, proteger o meio ambiente. Dessa forma, para auxiliar nos esforços e encontrar soluções dos problemas, este estudo trata da evolução de uma ocupação ilegal junto ao Balneário do Camacho, litoral norte do município de Jaguaruna, contribuindo para a compressão de como o processo se desenvolveu. A partir da análise de imagens de satélites e visitas em campo, observou-se que a “Invasão Maria Terezinha” iniciou no início do ano 2000, e expandiu-observou-se consideravelmente ao longo dos anos (mesmo após o embargo do MPF de 2011) em uma área úmida (banhado) que está localizada junto a um importante sítio arqueológico e um campo de dunas ativas. Conclui-se que a expansão urbana inadequada é impulsionada pela pressão do mercado imobiliário (segunda residência para o turismo de verão) e má gestão pelos órgãos públicos competentes (planejamento e monitoramento).

ABSTRACT

Since the 70’s, there is a continuous process of illegal occupation in environmental preservation areas and/or risk areas along Jaguaruna’s coast in Santa Catarina, resulting in: (i) several lawsuits and complaints for illegal occupation and property trading, and (ii) in the institution of an embargo by the Federal Public Prosecutors (2011) in order to stop theses irregular processes and to protect the environment. To assist the efforts to find solutions for the problems involving this concerns, in this study we report the evolution of an illegal occupation in Camacho beach – littoral north of the Jaguaruna (as a contribution to the understanding of how this process took place. From satellite images and field visits, it was observed that the “settlement Maria Terezinha" started in the early 2000’s and expand considerably in the next years (even after the embargo) over a wetland, which is located near an important archaeological site and next to an active dune field. We conclude that the inadequate urban expansion is driven by real estate market pressure (second residence for summer tourism) and poor city management by the public agencies (planning and monitoring).

(2)

INTRODUÇÃO

Na modernidade, objetivos terapêuticos e a busca pelo turismo de sol e mar (doravante denominado veranismo) são os principais atrativos das áreas litorâneas, motivados pelas belezas cênicas singulares e por valores abstratos (como o sentido de “pertencer/apropriar-se do lugar” e/ou “entrar em contato com a natureza”). Comumente essa condição é promovida e estimulada como a principal fonte de recursos

econômicos de um território

político-administrativo (normalmente, municípios). Entretanto, a falta de planejamento e a gestão deficiente põem em risco a sustentabilidade da ocupação humana. Essa situação, motivada, em grande parte, pela ocupação sazonal da faixa litorânea, se agrava nos períodos de intensa ocupação (verão), pois os conflitos entre os interesses antrópicos e a infraestrutura urbana, e os valores e os serviços intrínsecos e ecossistêmicos da natureza se acentuam (Portz, 2012).

Nesse contexto, a falta de planejamento territorial se configura como um do fator preponderante para a expansão de assentamentos e/ou de construções irregulares, o uso e a ocupação desregulada e inapropriada do solo, a desfiguração paisagística e o desequilíbrio ecossistêmico. Por outro lado, com o aumento da intensidade dos impactos ambientais (quali-quantitativos) e do rigor no cumprimento da legislação de proteção ambiental (ainda insuficiente), a falta de planejamento também causa o redirecionamento de recursos públicos do planejamento (prevenção) para o controle e fiscalização socioambiental (remediação), o que repercute como demanda por mais investimento público (o que tem se tornado uma tarefa cada vez mais difícil e complexa, principalmente para municípios com limitado potencial e capacidade orçamentária).

Esse cenário pode ser observado na zona costeira de Santa Catarina, cujas transformações na configuração ambiental costeira acentuaram-se a partir da década de 1970, quando os processos urbanizatórios começaram a se expandir na zona costeira por um longo período de tempo. Essa tendência, ainda que menos acentuada, se mantém até meados da década de 2010, com o agravante de descaso com as

prerrogativas legislativas de

preservação/conservação ambiental tanto dos

empreendimentos imobiliários, com capacidade cada vez mais rápida de transformar e reconfigurar o ambiente costeiro (Reis, 2010), como dos gestores públicos.

Em 2011, o Ministério Público Federal (MPF) recomendou que os municípios abrangidos pela Área de Preservação Ambiental (APA) da Baleia Franca não permitissem intervenções em Áreas de Preservação Permanente (APP). Essa medida, apesar de extrema, foi necessária, pois a falta de planejamento urbano e o desrespeito às legislações de proteção ambiental colocam em risco a própria população, a gestão municipal e a sustentabilidade ambiental. Como o município de Jaguaruna estava despreparado (técnica e

financeiramente) para, efetivamente,

implementar as alterações necessárias e fiscalizar a execução judicial na jurisdição do município, o embargo gerou insegurança social, econômica e ambiental para a população e para os gestores públicos municipais. Sem perspectivas otimistas em curto prazo, a ocupação irregular de áreas protegidas e da periferia das zonas urbanizadas por “grilagem” e/ou “invasões” continuou, e culminou com a degradação da paisagem costeira, que é o substrato de um dos “motores econômicos” do município (o veranismo). Essa situação deflagra dois problemas recorrentes tanto nas estratégias de Gestão Costeira Integrada, como na tomada de decisão e de ação no âmbito político, administrativo e/ou jurídico: o caráter “de cima para baixo” das decisões e a falta de comunicação efetiva entre os diferentes órgãos e instituições públicas.

No que diz respeito às mudanças que o município deve realizar para que o embargo seja sustado, nesse ínterim o município criou o Instituto Municipal de Meio Ambiente (IMAJ), órgão ambiental responsável pelo licenciamento ambiental, controle e fiscalização no município; elaborou o Plano Diretor Municipal, com o diagnóstico municipal, o planejamento e o zoneamento urbano; e está no processo de

elaboração e implementação dos Planos

Ambiental e Sanitário do Município. Não obstante, além da necessidade que todas as propostas estejam consoantes com uma série normativas, diretrizes e planos estaduais e federais, subjaz a necessidade de uma troca do paradigma atual de desenvolvimento municipal, ou seja, um rearranjo institucional e administrativo. O que ainda parece estar distante de acontecer.

(3)

Como aponta Gruber et al. (2003), o reconhecimento das características fisiográficas da região costeira e marinha é fundamental para o planejamento adequado da zona costeira; conhecimento que pode subsidiar propostas que visem a mudança do paradigma da “remediação” pela “prevenção”. A partir disso, da compreensão das potencialidades e das fragilidades ambientais, da evolução da ocupação e dos conflitos da ação antrópica em ambientes naturais, este trabalho traz uma visão analítica do espaço (Santos, 2004), especificamente, de um padrão-tipo de ocupação irregular durante o pré e pós-embargo imposto pelo MPF, a saber: o “Loteamento Maria Terezinha”, localizado em APP e área de risco (Balneário Camacho, Jaguaruna/Santa Catarina). O objetivo do presente trabalho é avaliar se medidas jurídicas como a supracitada são efetivas para proteger o meio ambiente e inibir ilegalidades. Ademais, na tentativa de comprovar se avaliações básicas do espaço geográfico e do meio ambiente podem ser executadas por profissionais/técnicos de órgãos públicos com limitada disponibilidade e capacidade de investimento tecnológico, todas as atividades foram executadas mediante o emprego de tecnologias acessíveis e gratuitas, e avalições in situ.

Todas as informações e análises que compõem este trabalho serão encaminhadas como contribuição ao projeto em execução intitulado “Diagnóstico e Plano de Manejo das Dunas Frontais de Jaguaruna”, que tem por objetivo apresentar uma proposta de cenários de gestão baseada na dinâmica sedimentar e costeira para subsidiar o MPF na tomada de decisão para a elaboração dos Termos de Ajustes de Condutas sobre as futuras ações referentes ao embargo em andamento no município. Esse Projeto é coordenado e executado pela equipe do Laboratório de Gerenciamento Costeiro/Centro de Estudos em Geologia Costeira e Oceânica do Instituto de Geociências da Universidade Federal

do Rio Grande do Sul

(LABGERCO/CECO/IGEO/UFRGS), com o apoio da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria com a Associação de Balneários de Jaguaruna (ABJ) e com supervisão do Instituto do Meio Ambiente de Jaguaruna

(IMAJ); além do amplo diálogo e

comprometimento com as diretrizes do MPF (sede de Tubarão/SC), dos gestores da APA da

Baleia Franca e da equipe técnica da Fundação do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (FATMA) e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Sustentável de Santa Catarina.

ÁREA DE ESTUDO

A área de estudo é a “Invasão Maria Terezinha”, considerada informalmente como “loteamento”, localizado no Balneário Camacho em Jaguaruna, no Setor Centro-Sul do litoral catarinense (SPG/SC, 2010), o qual se destaca por sua diversidade ambiental e sua importância cultural (Fig. 1).

A zona costeira no entorno da área de estudo é constituída de duas unidades geológicas principais: o Embasamento Cristalino e a Planície Costeira (Caruso Jr., 1995). O Embasamento Cristalino é constituído por rochas graníticas de idade Pré-Cambriana (Caruso Jr., 1995). Horn Filho et al. (2014) definiram dois principais sistemas geológicos sedimentares para Planície Costeira de Santa Catarina: continental e transicional. O sistema deposicional continental

associado a deposição dos sedimentos

continentais ao longo do Quaternário, formando feições de rampas e leques e planícies aluviais. O sistema deposicional litorâneo ou transicional resulta nos depósitos formados por sedimentos arenosos que representam os depósitos marinho/praial e o eólico, os quais estão diretamente relacionados aos processos da dinâmica costeira. Esses processos resultaram em complexos sistemas do tipo laguna-barreira.

A Planície Costeira, localizada entre o Embasamento e a Plataforma Continental Atlântica, e é caracterizada como um complexo sistema de depósitos Cenozoicos. Na porção interna da Planície Costeira ocorrem leques aluviais, e na porção mais externa, depósitos do tipo Laguna-Barreira, formado pelas oscilações do nível relativo do mar no Quaternário. Região relacionável aos sistemas descritos por Villwock (1984) para o litoral do Rio Grande do Sul – sistema Laguna-Barreira III formado durante o último período interglacial no Pleistoceno (120 ka AP), e sistema Laguna-Barreira IV formado no Holoceno. As planícies costeiras nesta parte da América do Sul representam períodos de oferta abundante de sedimentos combinado com a lenta queda do nível do mar, de aproximadamente 2,5 m desde 5,7 ka AP (Angulo et al., 2006).

(4)

Figura 1. Localização do Loteamento Maria Terezinha no Balneário Camacho (área circunscrita pelo polígono em vermelho), Município de Jaguaruna, Santa Catarina, Brasil. Ao oeste do polígono, o sambaqui Garopaba do Sul. Fonte das imagens: ESRI (2015).

O modelo paleogeográfico da área de estudo foi sintetizado por Vieira et al. (2009) em cinco estágios evolutivos: regressão do Pleistoceno inferior; transgressão do Pleistoceno superior; regressão após o máximo do Pleistoceno superior; transgressão do Holoceno; e regressão do Holoceno. Ainda, Fornari (2010) e Fornari et al. (2012) caracterizaram a sucessão sedimentar holocênica da região baseado no preenchimento de uma paleobaía, formada pelas atuais lagunas do Camacho, Garopaba do Sul e Santa Marta. Porém, Martins et al. (2014) e Barboza et al. (2014) propõem um outro modelo evolutivo para a área de estudo. Essa nova proposta elaborada a partir de dados de Sensoriamento Remoto e Geofísica caracteriza o comportamento da barreira costeira holocênica, em escala de décadas e milênios com um comportamento transgressivo, ou seja, os sistemas estão retrogradando.

A barreira costeira, onde se situa a área de estudo, é composta por um mosaico de ambientes atuais, com ocorrência de: campo de dunas, planície de deflação, lagoas, banhados e alagados temporários, além dos ambientes antrópicos

como a ocupação urbana moderna e o Sambaqui Garopaba do Sul (Fig. 2) (Cristiano, 2014). Martinho (2004) afirma que atualmente o sistema de dunas transversas de Jaguaruna está reduzido entre o canal artificial da Lagoa do Camacho e o Balneário Dunas do Sul. Há alto influxo sedimentar eólico da região ao sul do cabo de Santa Marta, o que não permite a formação e fixação de dunas frontais, mas, sim, de grandes dunas transversas, que migram paralelamente à linha de costa, em direção aproximadamente longitudinal ao vento principal (Martinho, 2004) e com vetor resultante no sentido do oceano (Martins et al. (2014).

O campo de dunas que se estende em frente da ocupação Maria Terezinha é composto principalmente por dunas barcanas (Fig. 3A) e cadeias barcanóides, intercaladas por planícies de interdunas (Fig. 3B) (Cristiano, 2014), classificadas como transversas por Martinho (2004) e Fornari (2010). Dunas de sombra e nebkhas podem ser formadas nas planícies de interdunas, bem como, áreas alagadas, geradas por processos de sobrelavagem do pós-praia (Cristiano, 2014).

(5)

Figura 2. Campo de dunas ao Sul da ocupação Maria Terezinha; ao fundo, à direita, o Sambaqui Garopaba do Sul.

Figura 3. Sistemas de dunas costeiras da área de estudo: A) Duna barcana migrando no sentido NE – SW; B) Ambientes de interdunas: nebkas, alagado de sobrelavagem e planície. Fonte: Cristiano (2014) MÉTODO DE ANÁLISE

A proposta metodológica adotada pode ser dividida em cinco etapas:

i) Seleção de um padrão-tipo de ocupação irregular: o Loteamento Maria Terezinha foi selecionado como objeto de estudo, além de representar adequadamente o processo de ocupação irregular que ocorre na região desde os anos 2000, por ser facilmente identificável nas imagens de alta resolução disponíveis e pelo conhecimento prévio de que todas as residências do loteamento são irregulares, pois a ocupação

irregular também ocorre atomizada no interior e/ou e na periferia de loteamentos legalizados, mas a corroboração da irregularidade do assentamento pelos ocupantes da residência é difícil pelo constrangimento individual e pela aflição social em relação à legislação penal e ambiental vigentes.

ii) Revisão bibliográfica e mapeamento da evolução da ocupação humana na Invasão Maria Terezinha: o mapeamento da evolução da ocupação foi realizado entre os anos de 2003 e 2014 através de imagens de alta resolução disponíveis no software Google Earth Pro® (GOOGLE Inc., 2015). O pequeno deslocamento

(6)

que existe entre as imagens não inviabiliza a proposta, pois a precisão e acurácia não são o objetivo principal do trabalho, mas a identificação e localização da ocorrência de infraestruturas residenciais.

iii) Campanhas de reconhecimento e/ou aferição in loco da evolução da ocupação humana no loteamento e mapeamento de conflitos: a Invasão Maria Terezinha foi monitorada entre 2012 e 2015 com, ao menos, uma campanha por ano. Nessas oportunidades, foram observados o padrão de ocupação, a infraestrutura urbana, os equipamentos urbanos e a qualidade das residências. No que refere o mapeamento de conflitos, foram considerados conflitos aquelas práticas e/ou atividades e/ou condições de uso e ocupação do solo, e organização territorial que põem em risco a manutenção dos elementos, da dinâmica e dos processos ambientais e, inclusive, a ocupação e manutenção das atividades antrópicas; e que estão em discordância com a legislação e normativas vigentes e/ou com os instrumentos e planos de gestão;

iv) Participação em encontros referentes ao gerenciamento costeiro de Santa Catarina: como forma de obter maiores informações e auxiliar na gestão costeira do Estado, participou-se de reuniões e audiências para discussão dos andamentos do Plano de Manejo de Dunas de Jaguaruna, como representantes da UFRGS. Foram oito reuniões requeridas pelo MPF e uma Assembleia Pública, onde estavam presentes representantes órgãos como: FATMA (Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina), IMAJ (Instituto do Meio Ambiente de Jaguaruna), APA da Baleia Franca, ABJ, Câmara de Vereadores de Jaguaruna, Câmara dos Deputados, entre outros.

v) Voos com VANT (veículo Aéreo Não Tripulado) para verificação da condição de aumento da ocupação irregular.

vi) Análise em escritório: na última etapa do trabalho, todas as informações levantadas foram cruzadas, avaliadas e geoprocessadas.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Pode-se perceber uma sucessão de causas e efeitos, tanto sobre o ambiente natural, quanto sobre o comportamento da ocupação objeto de estudo. A seguir são discutidos e expostos os resultados sobre o processo de ocupação, os conflitos no Loteamento Maria Terezinha e a efetividade do embargo.

Processo de Ocupação

O loteamento que originou o “Maria Terezinha” foi criado na década de 1970, na área hoje conhecida como Balneário Camacho, com o parcelamento de APP’s e áreas da União.

Contudo, não houve a implantação de

infraestrutura urbana, apenas a implantação parcial do loteamento, provavelmente dificultado pela dinâmica costeira e características naturais (áreas ambientalmente frágeis, compostas por banhados, campos de dunas móveis e sambaquis). Alguns dos lotes do referido loteamento foram comercializados legalmente, outros, no entanto,

foram comercializados ou novamente

comercializados ilegalmente, o que deu origem, de fato, ao “Maria Terezinha”.

A ocupação se dá nas adjacências da Rua da Plataforma, ao lado de um dos maiores sambaquis do mundo: o Garopaba do Sul. Ao fim da Rua da Plataforma, junto à praia, encontram-se ruínas de uma plataforma de pesca inacabada (Fig. 4A). Para a manutenção do acesso de veículos à praia, pela Rua da Plataforma - com caráter de apoio a pesca e veículos oficiais de salvamento e fiscalização - há o aterramento do sistema eólico com saibro; no entanto, o acesso é irrestrito, pois não existe nenhum controle (Fig. 4B). Por esse acesso também ocorre o escoamento de marés de tempestade, que colocam em risco as residências próximas, tanto pela percolação de água impedindo o escoamento, quanto pelo abalo de estruturas pela força e corrosão das águas salinas. Este trecho de orla é classificado por Cristiano (2014) como em processo de degradação, com vulnerabilidade do sistema de dunas sobre o limiar de resiliência.

Em denúncia do MPF à 1ª Vara Federal de Tubarão, consta que três pessoas firmavam, entre 2007 e 2014, diversos contratos fraudulentos de compra e venda de terrenos em um loteamento falso - o supracitado, “Maria Terezinha”. O loteamento não existe perante o Poder Público, além de situar-se dentro da APA da Baleia Franca e em APP, o que impossibilita a instalação legal de energia elétrica. Os denunciados nunca tiveram o domínio legal da área e convenciam os compradores da regularidade do local, o que constitui crime contra a Administração Pública conforme o artigo 50 da Lei nº 6.766/79, além de serem responsáveis por incentivar a ocupação desordenada do solo, com danos a APP’s e a APA federal.

(7)

Figura 4. Setor praial junto a área de estudo: A) Ruínas da construção e uma plataforma de pesca marítima; B) Final da Rua da Plataforma nas proximidades das ruínas da plataforma, com aterramento de saibro sobre o sistema eólico.

Ainda, segundo a denúncia, existem mais de 70 casas no local com instalações clandestinas de energia elétrica. Conforme comunicação oral do Exmo. Promotor de Justiça Federal Daniel Ricken, em 2015 existiam em 93 casas ligadas a sete unidades consumidoras de energia, fato preocupante pelo risco de morte (perigo de incêndios devido a curto circuito), pois muitas dessas ligações clandestinas são enterradas em uma área alagadiça, o que potencializa o risco à vida humana por eletrocussão. Como forma de não colocar mais vidas em risco, o MPF decidiu pela ligação de energia em algumas residências onde foram comprovadas, junto à Assistência Social municipal, a residência fixa e a necessidade da ligação de luz elétrica (Fig. 6D).

Na Figura 5 é ilustrada a evolução ocupacional do Loteamento Maria Terezinha, a partir da comparação de imagens históricas disponíveis no Google Earth Pro®, entre os anos de 2003 e 2014, onde contabilizaram-se as ocupações por ano (Fig. 5A) e, para uma melhor ilustração da problemática, elaborou-se uma composição com as imagens (Fig. 5B). Somavam-se apenas três residências em 2003, triplicando até 2009, com 39 casas, chegando a 62 em 2013 e 76 ocupações em 2014. Conforme

supracitado, em 2011 o Ministério Público Federal recomendou que os municípios inseridos APA da Baleia Franca não autorizassem intervenções em APP’s. Contudo, as imagens evidenciam a contínua ocupação irregular das APP’s devido à fiscalização insuficiente.

Diversos fatores podem ter promovido a ocupação e o uso do solo de forma desordenada no Balneário Camacho, mas é fato que o desejo de ter uma propriedade na praia, aliado à um preço cômodo em um loteamento já ocupado em área ilegal e a fiscalização pública deficitária, cria uma conjuntura que motiva a ocupação da “Invasão Maria Terezinha”. Quando os “lotes” são “adquiridos” (na maioria das vezes para fins de segunda residência) as condições de “proteção versus risco” legal causa “receio” nos compradores dos lotes, os quais preferem construções baratas e rápidas de implementar (muitas vezes trazidas em caminhões, como mostra a Fig. 6A), para posteriormente melhorar a infraestrutura (Fig. 6C). Na Figura 6B pode ser observado o baixo padrão arquitetônico do assentamento e que todas as residências se encontram fechadas, destacando-se a finalidade de uso ocasional. Salienta-se que as construções A

(8)

Figura 5. Evolução da ocupação irregular do “Loteamento Maria Terezinha” por sensoriamento remoto, com imagens históricas disponíveis no Google Earth Pro®, entre os anos de 2003 e 2014: A) mapeamento

das ocupações; B) composição de imagens históricas, para ilustração do processo de ocupação. Fonte das imagens: Google Inc. (2015).

A

(9)

apresentam condições de saneamento básico precárias e ligações clandestinas de energia elétrica, o que coloca em risco a vida e a qualidade de vida de todas as pessoas que ocupam o local; além de infringirem a lei. Na Figura 6D consta a mensagem colocada no interior dos lotes ocupados com a mensagem “Área de Preservação

Permanente. Proibidas novas construções.”. Foi observado indiretamente, assim como foi relatado pelos técnicos responsáveis pela fiscalização ambiental do município, o aumento das atividades de construção civil, reformas e alocação de residências em finais de semanas e à noite.

Figura 6. Processos de ocupação antrópica na “Invasão Maria Terezinha”: A) Transporte de casa de madeira em caminhão (facilita a ocupação de áreas irregulares); B) Baixo padrão arquitetônico, mas rápida “territorialização” do lote; C) Edificações com padrão de construção mais aprimorado (e típico de segunda residência); D) Placa de advertência no interior dos terrenos do loteamento com informes legais.

Ao longo dos trabalhos de campo também foi registrada a expansão da ocupação irregular do Maria Terezinha por intermédio de fotos: no primeiro trabalho de campo, em novembro de 2012, a ocupação era mais densa nas proximidades da Rua da Plataforma (Fig. 7A); em novembro de 2013, observa-se um avanço de casas mais próximas ao sambaqui (Fig. 7B); em setembro de 2014, há o adensamento desta ocupação (Fig. 7C).

CONFLITOS IDENTIFICADOS

Os principais conflitos observados foram: ocupação de áreas impróprias (APP’s e de risco); uso inadequado da geodiversidade local; ausência de controle de veículos motorizados; e, alteração da dinâmica costeira.

Ocupação de áreas impróprias e uso inapropriado da geodiversidade local

As figuras 5 e 8 evidenciam que o assentamento em questão se aloca sobre APP’s e áreas de risco de inundação; com o agravante pela ocorrência de ligações de energia elétrica clandestinas subterrâneas.

O Sambaqui Garopaba do Sul (Fig. 2), com idade entre 3.640-2.748 AP cal. (Kneip, 2004) (mais antigo que o Coliseu de Roma) se configura como um importante objeto geográfico da paisagem jaguarunense e um ícone da geodiversidade local (um geossítio em potencial). Não obstante, as suas dimensões (22 m altura, outrora 50 m antes de sua mineração para diversos fins – 6,2 ha superficiais) e a ausência de regulamentação e controle do poder público local resultam na sua degradação por veículos offroad (principalmente, motos).

A B

(10)

Figura 7. Acompanhamento fotográfico da evolução da ocupação irregular da “Invasão Maria Terezinha”, Balneário Camacho – SC, com a análise de fotos capturadas de cima do Sambaqui Garopaba do Sul entre os anos de 2012 e 2014, com identificação de uma casa em vermelho como ponto de referência. Ausência de controle de veículos motorizados

Existe na região a cultura de veículos offroad, que tem como pista de rolagem importantes sítios arqueológicos do litoral, além das dunas e praias. O impacto desta atividade não foi mensurado, mas os rastros podem ser vistos em grande densidade nos diferentes ambientes ao longo do mosaico natural presente no balneário Camacho, assim como o ruído dos motores, que podem perturbar a fauna.

Alteração da dinâmica costeira

Nos estudos realizados para a elaboração do “Diagnóstico do Plano de Manejo das Dunas Frontais de Jaguaruna” foi observado em dados obtidos por Georradar (GPR, acrônimo em inglês para Radar de Penetração no Solo), que a barreira holocênica do Balneário Camacho possui comportamento retrogradacional, recobrindo parte das lagoas Garopaba do Sul e Camacho (Barboza et al., 2014; Martins et al., 2014), o que

(11)

caracteriza uma linha de costa transgressiva (erosão). Ademais, estes estudos também identificam que a migração das dunas é em direção ao mar. Tais características aliadas à manutenção artificial do canal da Lagoa do Camacho e ao manejo inadequado da dragagem (discrepante em relação à dinâmica sedimentar,

pois não reinserem o material dragado ao sistema), que alteram as condições naturais da dinâmica sedimentar da região, põem em risco a perenidade dos objetos geográficos que caracterizam a paisagem local e, também e consequentemente, a geodiversidade local.

Figura 8. Ocupações inapropriadas da “Invasão Mara Terezinha”: A) Vista aérea obtida a partir de voo do VANT, no círculo tracejado em vermelho, obseva-se a ocupação sobre a área de APP (banhados), bem como sua localização junto ao campo de dunas e a área do sambaqui, sobre o qual está localizada a tomada da foto; B) detalhe da ocupação de casa sobre área com alagamento; B) ocupação de áreas protegidas, note-se as cercas delimitando os “lotes” a uma distância inferior a 200 m do sambaqui (ao fundo) (existe uma lei municipal que estipula um perímetro de proteção de 200 m no entorno dos sambaquis).

EFETIVIDADE DO EMBARGO

As dificuldades do gerenciamento costeiro no Brasil resultam da sua organização político-administrativa territorial, com abundância de instituições, processos, normas e controles, como

bem aponta Scherer et al. (2009). Na gestão

costeira, onde a sobreposição de

responsabilidades e competências é intensa; onde a dinâmica ambiental é complexa, constante e recente (não estabilizada); e, onde os gestores e técnicos devem ter conhecimento especializado

(12)

(mas não específico) e capacidade de análise holística, a aplicação do devido “rito processual legal” torna-se no “devido processo legal infinito”, onde as decisões, muitas vezes, se definem pela relação entre insistência e desistência, conforme discutido em reunião com o MPF e outras entidades.

A Figura 9 mostra a evolução da ocupação no Loteamento Maria Terezinha em números, onde é possível observar um crescimento acentuado no número de infraestruturas, principalmente entre 2009 e 2010, mas como esse processo acorreu sobre APP’s e área de risco, no ano seguinte foi instituído o embargo.

Figura 9. Evolução da ocupação humana no Loteamento Maria Terezinha entre 2003 e 2014.

Após o embargo, o número de novas casas construídas decresceu anualmente. Não obstante, a continuidade da medida jurídica sem perspectiva de resolução, boa ou ruim (baixa efetividade), tem causado, principalmente a partir de 2014, um sentimento de descrédito na população. O que tem se configurado no início da relação “insistência – desistência”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O caso discutido neste trabalho é um grande candidato a entrar no “devido processo legal infinito” caso as ações de gestão costeira pela esfera municipal não culminem com subsídios norteadores aos Termos de Ajuste de Conduta (TAC) que visem solucionar e/ou minimizar: os

problemas e os passivos ambientais e antrópicos; e os conflitos entre os interesses antrópicos e valores intrínsecos e ecossistêmicos da natureza (diretrizes do MPF). As ações judiciais de per si, nos moldes apresentados neste trabalho, se desacompanhados do interesse público municipal e estadual, tem caráter instantâneo e de curto prazo, e sua efetividade tende a perder crédito com o passar do tempo; principalmente se a população afetada não conseguir antever no futuro quaisquer perspectivas de resolução, sejam boas ou ruins.

Baseando-se nos dados levantados neste estudo, verifica-se que devem ser buscados outros meios de desenvolvimento, mais sustentáveis e compatíveis com as características locais. As alternativas que o município construiu e propôs até o momento da elaboração deste trabalho tem colaborado para a mudança no paradigma do desenvolvimento municipal. No entanto, ainda está em um estágio inicial, pois a “lógica social e econômica” que envolve a ocupação por/para a “segunda residência” ainda é o principal foco econômico local. Ademais, constatou-se que a relação entre a cultura econômica do veraneio em um ambiente que atrai naturalmente a ocupação humana e as motivações derivadas de ações ilegais pela falta de controle e fiscalização prejudicam tanto a sustentabilidade da relação homem – natureza, como a administração púbica. Portanto, a mudança de paradigma configura-se como positiva para os âmbitos sociais (indivíduo), ambientais (contexto) e público (coletividade).

Com as campanhas a campo e a utilização de softwares comuns e de fácil acesso, foi possível realizar análises ambientais e espaciais básicas que contribuem para o planejamento e a gestão urbana. Cabe frisar que a carência de

equipamentos e condições de trabalho,

dificuldade comumente relatada por técnicos e por gestores públicos, é uma condição que dificulta a tomada de decisões de forma célere e precisa. No entanto, pela estratégia proposta neste trabalho, foi possível observar que técnicos e gestores podem realizar avaliações básicas e valiosas sobre o território apenas ao aplicar o conhecimento profissional com a utilização de alternativas de baixo custo. Dessa forma, recomenda-se:

• Valorizar a natureza local e fomentar o desenvolvimento sustentável do ecoturismo e de setores econômicos associados. A criação de uma

(13)

Unidade de Conservação é uma solução que traz benefícios diretos e indiretos para a comunidade local;

• Promover a melhoria na infraestrutura urbana e sua adequação ao meio ambiente para

atender as demandas turísticas e de

sustentabilidade;

• Incentivar a geração de renda de

maneira harmônica e compatível com o meio ambiente, como a geração de energia eólica; e, • Estimular a pró-atividade e fomentar a capacitação dos servidores e gestores públicos, pois análises ambientais e espaciais básicas que auxiliam o planejamento e a gestão pública podem ser realizadas com baixo custo.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos à CAPES, pelas bolsas de estudos de Pós-Graduação que permitiram a elaboração do presente trabalho, aos colegas e

professores do PPGGEO e

CECO/IGEO/UFRGS, e pela coordenação do Projeto “Diagnóstico e Plano de Manejo das

Dunas Frontais de Jaguaruna”

(LABGERCO/CECO/IGEO/UFRGS) pelo apoio.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANGULO, R.J., LESSA, G.C. & SOUZA, M.C. 2006. A critical review of the mid- to late Holocene sea-level fluctuations on the eastern Brazilian coastline. Quaternary Science

Reviews, 25: 486-506.

BARBOZA, E.G., ROSA, M.L.C.C.,

AYUP-ZOUAIN, R.N., GRUBER, N.L.S.,

MARTINS, E.M., ROCKETT, G.C. & CRISTIANO, S.C. 2014. Comportamento da Barreira Costeira Holocênica ao Sul do Cabo de Santa Marta (Bacia de Pelotas). In: 47º Congresso Brasileiro de Geologia, 2014, Salvador - BA. Anais..., p. 1818-1818. CARUSO Jr., F. 1995. Mapa Geológico e de

Recursos Naturais do Sudeste de Santa Catarina. Brasília, DNPM, 52p.

CRISTIANO, S.C. 2014. Diagnóstico ambiental

como subsídio para o planejamento Costeiro: abordagem sobre os Conflitos de Uso na Orla do Balneário Camacho, Jaguaruna/SC. 2014. Porto Alegre. 86p.

Dissertação de Mestrado em Geociências, Instituto de Geociências, Universidade

Federal do Rio Grande do Sul. << http://hdl.handle.net/10183/94685>>

FORNARI, M. Evolução sedimentar

holocênica da retrobarreira na região de Jaguaruna-Laguna, Santa Catarina, Brasil. 2010. São Paulo. 263 p. Tese de

Doutorado em Geoquímica e Geotectônica, Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo.

FORNARI, M.; GIANNINI, P.C.F.;

NASCIMENTO, D.R. 2012. Facies

associations and controls on the evolution from a coastal bay to a lagoon system, Santa Catarina Coast, Brazil. Marine Geology, 323-325: 56-68.

GOOGLE INC. – Google Incorporation. 2015.

Google Earth Pro, versão 7.x.x. Estados

Unidos, 2015. Programa Gratuito. Disponível

em <<

www.google.com.br/earth/download/gep/agr ee.html >> último acesso em 28/09/2015 às 16h.

GRUBER, N.L.S., BARBOZA, E.G. &

NICOLODI, J.L. 2003. Geografia dos Sistemas Costeiros e Oceanográficos: Subsídios para Gestão Integrada da Zona Costeira. Gravel, 1: 81-89.

HORN FILHO, N.O., SCHMIDT, A.D., BENEDET, C., NEVES, J., PIMENTA, L.H.F., PAQUETTE, M., ALENCAR, R., SILVA, W.B., VILLELA, E., GENOVEZ, R. & SANTOS, C.G. 2014. Estudo Geológico dos Depósitos Clásticos Quaternários Superficiais da Planície Costeira de Santa Catarina, Brasil. Gravel, 12 (1): 41-107. KNEIP, A. O Povo da Lagoa: Uso do SIG para

o Modelamento e Simulação na Área Arqueológica do Camacho. 2004. São

Paulo. 171 p. Tese de Doutorado em Arqueologia, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo. MARTINHO, C.T. 2004. Morfodinâmica e

sedimentologia de campos de dunas transgressivos da região de Jaguaruna-Imbituba, Santa Catarina. São Paulo, 108 p.

Dissertação de Mestrado em Geologia Sedimentar, Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo.

(14)

MARTINS, E.M., OLIVEIRA, J.F., BITENCOURT, V.J.B., SCARELLI, F.M., BIANCINI DA SILVA, A., GRUBER, N.L.S., ROSA, M.L.C.C. & BARBOZA, E.G. 2014. Comportamento Evolutivo da Barreira Costeira junto ao Balneário do Camacho, Jaguaruna/SC. Gravel, 12 (1): 109-118.

PORTZ, L.C. Gestão de praia e dunas

Aplicações para a região costeira do Rio Grande do Sul. 2012. Porto Alegre. 188p.

Tese de Doutorado em Geociências, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio

Grande do Sul. <<

http://hdl.handle.net/10183/56335>>

REIS, A.F. Crescimento urbano-turístico, meio ambiente e urbanidade no litoral catarinense. In: Encontro Nacional da Associação Nacional de Pesquisas e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, 1. Rio de Janeiro.

Anais... Rio de Janeiro, ENANPARQ. 2010

SANTOS, R.F. 2004. Planejamento ambiental:

teoria e prática. São Paulo, Oficinas de

Textos, 184 p.

SCHERER, M.E.G., SANCHES, M. &

NEGREIROS, D. 2009. Gestão das Zonas Costeiras e as Políticas Públicas no Brasil: um diagnóstico. In: BARRAGANMUÑOZ, J.M., GRANADOS P.A., RUIZ, J.A.C, ONETTI, J.G. & SANABRIA, J.G. (Org.). Manejo

Costero Integrado y Política Pública en Iberoamerica: un diagnóstico. Necesidad de Cambio. Espanha, Red Ibermar, p.

291-330.

SPG/SC - SECRETARIA DO

PLANEJAMENTO DO ESTADO DE

SANTA CATARINA. 2010. Implantação do

Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro, Fase I, Diagnóstico Sócio Ambiental, Setor Centro-Sul. Florianópolis,

SPG/DDC, 493p.

VIEIRA, C.V., FELIX, A., BAPTISTA, E.M.C. & HORN FILHO, N.O. 2009. Paleogeografia da planície costeira das folhas Jaguaruna e Lagoa de Garopaba do Sul, setor Meridional do litoral de Santa Catarina, Brasil. Geosul. 24: 91-112.

VILLWOCK, J.A. 1984. Geology of the coastal province of Rio Grande do Sul, Southern Brazil, A Synthesis. Pesquisas. 16: 5-49.

Referências

Documentos relacionados

Realizar a manipulação, o armazenamento e o processamento dessa massa enorme de dados utilizando os bancos de dados relacionais se mostrou ineficiente, pois o

Esse princípio foi normatizado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96, ao estabelecer, em seu Artigo 3º, Inciso VIII, a “ [...] gestão democrática

O fortalecimento da escola pública requer a criação de uma cultura de participação para todos os seus segmentos, e a melhoria das condições efetivas para

Esta dissertação pretende explicar o processo de implementação da Diretoria de Pessoal (DIPE) na Superintendência Regional de Ensino de Ubá (SRE/Ubá) que conforme a

Ressalta-se que mesmo que haja uma padronização (determinada por lei) e unidades com estrutura física ideal (física, material e humana), com base nos resultados da

de professores, contudo, os resultados encontrados dão conta de que este aspecto constitui-se em preocupação para gestores de escola e da sede da SEduc/AM, em

De acordo com o Consed (2011), o cursista deve ter em mente os pressupostos básicos que sustentam a formulação do Progestão, tanto do ponto de vista do gerenciamento

Declaro que fiz a correção linguística de Português da dissertação de Romualdo Portella Neto, intitulada A Percepção dos Gestores sobre a Gestão de Resíduos da Suinocultura: