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BOLETIM 831
Brasília, 17 de julho de 2019
COM VOTAÇÃO DA
‘REFORMA’ DA
PREVIDÊNCIA EM
ABERTO, CENTRAIS VÃO
ÀS RUAS EM AGOSTO
Centrais sindicais e organizações de estudantes e professores preparam nova agenda de mobilização contra a “reforma” da Previdência, aprovada em primeiro turno, na semana passada, pelo Câmara dos Deputados. A ideia é ampliar, nas próximas semanas, o volume de informação sobre os impactos negativos que o relatório da Proposta de Emenda Constituição (PEC) 6/2019. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que pretende concluir o segundo turno de votação no plenário da Casa no início do próximo mês.
Serão realizados abaixo-assinado, assembleias, panfletagem nas portas das fábricas e centros de grande circulação de pessoas, com o objetivo de explicar o quanto a PEC 6/2019, como está, ainda inviabiliza o direito de aposentadoria para grande parte dos brasileiros. Em 13 de agosto, está previsto um dia nacional de manifestações em defesa da Previdência pública e da educação.
- Deputados de
REDUÇÃO DE DANOS
oposição afirmam que pretendem usar o recesso do Legislativo para conscientizar a população sobre os riscos dos direitos perdidos com a reforma e, assim, pressionar os demais deputados a votarem destaques supressivos à proposta de reforma, já que
outras alterações não podem ocorrer nessa fase de votação.
“Vamos fazer com que a sociedade saiba quem votou a favor e quem votou contra. Muitos dos deputados que votaram pela reforma juravam nos palanques eleitorais que jamais votariam a favor de uma reforma dessa natureza. Evidentemente, eles vão sentir na base o reflexo disso”, projeta a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), em reportagem do Brasil de Fato.
- O deputado federal
JOGO NÃO TERMINOU
Alexandre Padilha (PT-SP) destacou que o adiamento da votação da proposta em segundo turno da “reforma”, na Câmara, anteriormente prevista para ser realizada antes do recesso parlamentar, significa que a proposta ainda pode ser alterada, com a supressão de artigos “mais nefastos” aos trabalhadores.
“O jogo na Câmara e nas ruas ainda está sendo jogado. Eles não conseguiram os 308 votos para retirar a Previdência da Constituição, não aprovaram a capitalização, não conseguiram acabar com a aposentadoria do trabalhador rural, nem diminuir o valor do BPC”, afirmou. Para Padilha, não é hora de “retirar a chuteira e o uniforme nem de baixar a cabeça”. Ele propôs que os trabalhadores façam “marcação cerrada” nos parlamentares do PDT e do PSB que votaram a favor da “reforma”, contra a orientação dos próprios partidos.
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Maia espera apoio para
aprovar ‘PEC paralela’ da
reforma da Previdência
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou que deputados de todos os partidos precisam colaborar para aprovar as alterações que o Senado fizer na reforma da Previdência. A expectativa é que o Senado reinclua estados e municípios e encaminhe as modificações à Câmara por meio de uma PEC paralela. Maia se reuniu nesta terça-feira com diversos parlamentares para fazer um balanço sobre a aprovação da reforma.
“A única coisa que vai precisar, quando voltar para Câmara, é que os partidos de todos os governadores colaborem, se não a gente vai ter dificuldade de aprovar. A gente vai precisar que o PT, PSB e PDT ajudem a aprovar a PEC paralela, se não vai ter obstrução”, disse.
Rodrigo Maia disse esperar que estados e municípios sejam reinseridos na reforma, para que possam corrigir o déficit previdenciário. Na avaliação do presidente, o déficit nos entes federados vai crescer mais R$ 40 bilhões nos próximos quatro anos, o que diminui a capacidade de investimento e de pagamento.
“Sou a favor que se reorganizem os sistemas, mas tem o debate político, e não podemos deixar de dar clareza a isso: há estados que governadores querem a inclusão dos seus estados, mas os deputados estão votando contra”, afirmou o presidente.
O presidente avaliou ainda que mantém as negociações com os parlamentares e os líderes para garantir a vitória da PEC no segundo turno. Segundo ele, alguns destaques quase foram aprovados e isso poderia gerar uma perda de economia muito grande.
SENADO - O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, prevê que a reforma da Previdência (PEC 6/2019) deverá ser votada em dois meses. Mesmo calendário previsto pela presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senadora Simone Tebet (MDB–MS). O senador Paulo Rocha (PT–PA) alerta que a oposição usará manobras regimentais para impedir a aprovação das novas regras de aposentadoria.
Fonte: Agência Câmara/Senado
Governo vai liberar R$ 63 bi
do FGTS e PIS/Pasep
O governo deve apresentar nesta 5ª feira (18) as novas regras para a liberação de R$ 42 bilhões de contas do FGTS e R$ 21 bilhões dos recursos do Pis/Pasep, segundo o ministro Paulo Guedes (Economia). A informação foi publicada no jornal Valor Econômico.
Segundo o ministro, os recursos do FGTS poderão ser sacados no mês de aniversário dos que tiverem o benefício disponível. Para o PIS/Pasep, a previsão é disponibilizar R$ 21 bilhões, desse valor, o governo espera que só R$ 2 bilhões sejam retirados pelos trabalhadores.
Além da liberação de recursos, Guedes disse que na próxima semana haverá evento no Palácio do Planalto para divulgar projeto que deixará a energia mais barata no país.
Mesmo com as 20 semanas consecutivas de queda na projeção do mercado, ele diz que a economia parou de piorar. “Estava caindo, mas já saímos do fundo do poço”, afirmou.
Fonte: Poder360
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Parlamentares reagem
ao desmonte na Educação
Uma reportagem divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo apontou que não houve qualquer repasse do Governo de Jair Bolsonaro à educação integral nos ensinos fundamental e médio das escolas brasileiras no primeiro semestre deste ano. Com a queda no investimento e o atual direcionamento da política de Bolsonaro, foram diretamente afetados repasses de apoio à educação em tempo integral, à construção de creches, à alfabetização e o ensino técnico, por exemplo.
Apesar de negar possíveis cobranças de mensalidades de estudantes das universidades federais neste fim de semana, as medidas adotadas por Abraham Weintraub, à frente do Ministério da Educação (MEC), foram alvos de uma enxurrada de críticas de parlamentares.
Em dois dias, além de mudanças nos regimes de universidades, reportagens de diferentes veículos apontaram o esvaziamento dos investimentos direcionados à educação básica pública durante os primeiros seis meses de gestão.
O vice-líder do PCdoB, o deputado federal Márcio Jerry externou sua indignação nas redes sociais. “Impressiona o desprezo de Jair Bolsonaro pela educação. Expele raiva da educação pública, a persegue, diminui recursos.
Expressa toda a sua mediocridade e obscurantismo ao colocar a educação como inimiga”, comentou. Autor de um Projeto de Lei que tenta impedir o corte e a suspensão de bolsas de pesquisas, Jerry afirmou que é preciso reagir nas ruas, escolas e parlamento contras as decisões.
No domingo (14), uma outra matéria publicada pelo Valor apontou a convocação feita pelo MEC, a fim de tornar pública a Reforma Administrativa que fará com que Universidades Públicas deixem ser Autarquias e passem a ser subordinadas ao regime jurídico de direito público. A reunião está marcada para esta quinta-feira (18), durante o lançamento do Programa “Future-se”.
Fonte: Portal Vermelho
Inflação pelo IGP-10:0,49% em
junho para 0,61% em julho
O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), registrou inflação de 0,61% em julho.
O percentual é superior ao observado em junho (0,49%). Com isso, o índice acumula 4,41% no ano e 6,23% em 12 meses.
A alta da taxa na passagem de junho para julho foi puxada pelos preços no varejo e pelo custo da construção. A informação foi dada nesta terça, no Rio de Janeiro, pela FGV.
O Índice de Preços ao Consumidor, que mede o varejo, subiu de 0,02% em junho para 0,07% em julho. Já o Índice Nacional de Custo da Construção passou de 0,04% para 1,08%.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo, que mede o atacado, registrou, em julho, a mesma taxa de junho (0,72%).
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Indenização de R$ 700 mil
a famílias de vítimas do crime
de Brumadinho
Seis meses depois do rompimento da barragem que matou pelo menos 248 trabalhadores em Brumadinho (MG), o Ministério Público do Trabalho e a mineradora Vale firmaram acordo de indenização por danos morais às famílias de 242 vítimas.
Pelo acordo, pais, filhos e cônjuges dos operários mortos receberão R$ 700 mil cada. Irmãos terão direito a R$ 150 mil cada. O pagamento total por núcleo familiar pode chegar a R$ 3,8 milhões - consideração uma vítima que deixou esposa, dois filhos, pai, mãe e dois irmãos.
Antes do fechamento do acordo, uma assembleia de familiares ocorrida no domingo (14) aprovou os valores sugeridos pelo MPT.
Pelo acordo, dependentes da vítima terão ainda pensão mensal vitalícia até o ano em que o trabalhador completaria 75 anos de idade.
A Vale também terá de garantir estabilidade no emprego de três anos para funcionários da mineradora e terceirizados, além de pagar auxílio creche (R$ 920) e auxílio educação (R$ 998) para filhos de funcionários até 25 anos.
Além disso, deverão ser pagos R$ 400 milhões a título de dano moral coletivo. Com a assinatura do acordo, a Vale conseguiu desbloquear R$ 1,6 bilhão.
Os valores acordados são os maiores já pagos em indenizações individuais por danos morais na história da Justiça do Trabalho.
Fonte: Brasil de Fato
Projeto prevê participação
nos lucros com base em
metas de segurança no trabalho
O Projeto de Lei 2683/19 permite que a apuração da participação dos lucros da empresa, devida aos trabalhadores, inclua o cumprimento de metas referentes à saúde e segurança no trabalho, como limite para licenças médicas ou redução de acidentes. A proposta tramita na Câmara dos Deputados.
O texto foi apresentado pelo deputado Sanderson (PSL-RJ) e altera a Lei 10.101/00, que dispõe sobre a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa.
A lei proíbe que metas de saúde e segurança no trabalho adotadas pela empresa sejam consideradas na hora de definir o direito dos trabalhadores à participação dos lucros. Essa proibição foi incluída na lei em 2013.
Para o deputado, a proibição prejudica tanto a empresa como os empregados, ao desestimular o cumprimento de ações relacionadas à prevenção de acidentes ou doenças ocupacionais. “As metas fomentam o amadurecimento e possibilitam com que os empregados se portem como verdadeiros colaboradores do negócio do qual fazem parte”, disse Sanderson.
- O projeto será analisado
TRAMITAÇÃO
em caráter conclusivo pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços; Trabalho, de Administração e Serviço Público; e Constituição e Justiça e de Cidadania.
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Novos diálogos entre
Moro e Dallagnol são
graves, dizem parlamentares
Em parceria com o The Intercept Brasil, o jornalista Reinaldo Azevedo revelou nesta segunda-feira (15) no programa É da Coisa, transmitido pela Bandnews FM, diálogos inéditos mantidos entre o então juiz Sérgio Moro e Deltan Dallagnol. Neles, o procurador da Lava Jato queria aval de ex-juiz para usar R$ 38 mil da 13ª Vara para fazer campanha publicitária.
Em outro trecho das conversas mostra que Deltan e Moro marcaram reuniões para definir o futuro da Lava Jato. A revelação é mais uma prova de que o ex-juiz coordenava ilegal e informalmente a operação.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) considerou os novos diálogos uma verdadeira “promiscuidade”. “As novas denúncias da #VazaJato são gravíssimas. Reuniões entre juiz, acusação e polícia para combinar operações, um inacreditável pedido de dinheiro público para promover medida de interesse do procurador.
Relação promíscua entre julgador e parte!”, disse no Twitter.
“É o fim do que conhecemos como democracia. Segundo Intercept, a dupla Dallagnol e Moro tramou por anos na escuridão vilipendiar a Justiça por interesse próprio. Um, com projeto de poder, outro, para lucrar. É nojento, abominável e medieval”, disse a líder da Minoria na Câmara, Jandira Feghali.
Para o senador Humberto Costa (PT-PE), o diálogo dos dois mostra que a Lava Jato era comandada pelo juiz. “Procuradores e a própria PF eram subordinados a ele. Não há mais dúvida sobre quem era o chefe dessa organização”, concluiu.
Fonte: Portal Vermelho
BOLETIM CONTRICOM
Presidente
ALTAMIRO PERDONÁ Secretário Geral
MIRALDO VIEIRA DA SILVA Secretário de Finanças
AROLDO PINTO GARCIA
Secretário para Assuntos de Comunicação WILSON GERALDO SALES DA SILVA Redação e Edição