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Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios

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Academic year: 2021

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Plano

Municipal de

Defesa da

Floresta

Contra

Incêndios

C A D E R N O I I –

P

l a n o d e

A

ç ã o

Município de Montemor-o-Velho

(2)

Sub-Índice

SUB-ÍNDICE ... I ÍNDICE DE FIGURAS ... III ÍNDICE DE TABELAS ... III ÍNDICE DE GRÁFICOS ... IV ÍNDICE DE QUADROS ... IV

1 INTRODUÇÃO ... 5

2 ENQUADRAMENTO DO PLANO DE ÂMBITO DO SISTEMA DE GESTÃO TERRITORIAL E NO SISTEMA DE DEFESA DA FLORESTA CONTRA INCÊNDIOS (SDFCI) ... 6

3 MODELOS DE COMBUSTÍVEIS, CARTOGRAFIA DE RISCO E PRIORIDADES DE DEFESA CONTRA INCÊNDIOS FLORESTAIS... 12

3.1 MODELOS DOS COMBUSTÍVEIS FLORESTAIS ... 12

3.2 CARTOGRAFIA DE RISCO DE INCÊNDIO FLORESTAL ... 16

3.2.1 – Perigosidade de Incêndio Florestal ... 17

3.2.2 – Dano Potencial ... 20

3.2.3 – Risco de Incêndio Florestal ... 22

3.2.4 – Prioridades de Defesa ... 23

4 OBJETIVOS E METAS O PMDFCI ... 27

4.1 ANTECEDENTES DE PLANEAMENTO ... 27

4.2 TIPOLOGIA DO CONCELHO DE MONTEMOR-O-VELHO ... 32

4.3 OBJETIVOS E METAS DO PMDFCI ... 32

OBJETIVOS E METAS DO PMDFCI DE MONTEMOR-O-VELHO ... 33

5 EIXOS ESTRATÉGICOS ... 35

5.1 1º EIXO ESTRATÉGICO –AUMENTO DA RESILIÊNCIA DO TERRITÓRIO AOS INCÊNDIOS FLORESTAIS ... 35

5.1.1 Levantamento da Rede de Defesa da Floresta Contra Incêndios ... 36

5.1.1.1 Redes de Faixas de Gestão de Combustíveis (FGC) e Mosaico de Parcelas de Gestão de Combustíveis (MPGT) 36 5.1.1.2 Rede Viária Florestal ... 47

5.1.1.3 Rede de Pontos de Água ... 50

5.1.2 Regras para Novas Edificações em Espaço Florestal ... 55

5.1.3 Silvicultura no Âmbito de DFCI ... 58

5.1.4 Planeamento das Ações Referentes ao 1º Eixo Estratégico ... 58

5.1.4.1 Rede de Faixas de Gestão de Combustíveis e de Mosaicos ... 66

5.1.4.2 Rede Viária Florestal ... 68

5.1.4.3 Rede de pontos de Água para 2015-2019 ... 69

5.1.4.4 - Metas e indicadores – aumento da resiliência do território aos incêndios florestais ... 70

5.1.4.1 – Estimativa de Orçamento e responsáveis – aumento da resiliência aos incêndios florestais ... 71

5.2 2º EIXO ESTRATÉGICO –REDUÇÃO DA INCIDÊNCIA DOS INCÊNDIOS ... 74

5.2.1 Sensibilização ... 75

5.2.2 Fiscalização ... 78

5.2.3 Planeamento das ações referentes ao 2.º Eixo Estratégico... 83

5.2.1 Metas e Indicadores ... 86

5.2.2 Orçamento e Responsáveis ... 87

5.3 3.º EIXO ESTRATÉGICO –MELHORIA DA EFICÁCIA DO ATAQUE E DA GESTÃO DOS INCÊNDIOS ... 89

(3)

5.3.3 Rescaldo e Vigilância Pós-Incêndio ... 94

5.3.4 Metas e Indicadores ... 98

5.3.5 Orçamento e Responsáveis ... 99

5.4 4º EIXO ESTRATÉGICO –RECUPERAR E REABILITAR ECOSSISTEMAS ... 101

5.4.1 Medidas de Minimização dos impactes causados pelos Incêndios Florestais e Implementação de Estratégias de Reabilitação de Curto e Médio Prazo ... 102

5.4.2 Planeamento de ações referentes ao 4.º Eixo Estratégico ... 108

5.5 5º EIXO ESTRATÉGICO –ADOÇÃO DE UMA ESTRUTURA ORGÂNICA FUNCIONAL E EFICAZ... 110

5.5.1 Avaliação ... 111

5.5.2 Planeamento das ações referentes ao 5.º Eixo Estratégico... 112

6 ESTIMATIVA DE ORÇAMENTO PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PMDFCI ... 116

7 EQUIPAMENTOS FLORESTAIS DE RECREIO ... 116

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 117

(4)

Índice de Figuras

Figura 1 - O PMDFCI e a sua ligação hierárquica com outros instrumentos de gestão

territorial e de DFCI ... 11

Figura 2 - Esquema do modelo de gestão de risco ... 16

Figura 3- Guia para a Adoção de Boas Práticas ... 29

Figura 4 - Fotos de Atividades de Sensibilização GTF ... 30

Figura 5 - Fotos das Atividades dos Sapadores florestais no que se refere ao eixo 1 e eixo 3 31 Figura 6 -Ilustração de exemplos de Pontos de água ... 53

Índice de Tabelas

Tabela 1 - Modelos de Combustível ... 13

Tabela 2 - Distribuição dos modelos de combustível no Concelho de Montemor-o-Velho .... 14

Tabela 3 - Reclassificação de Declives ... 18

Tabela 4 - Reclassificação da Ocupação de solo ... 18

Tabela 5 - Distribuição das classes de susceptibilidade no Concelho de Montemor-o-Velho 19 Tabela 6 - Destruição das Classes de perigosidade no Concelho de Montemor-o-Velho ... 20

Tabela 7 - Dano Potencial dos elementos em risco no Concelho de Montemor-o-Velho ... 21

Tabela 8 - Distribuição das classes de RIF no Concelho de Montemor-o-Velho ... 22

Tabela 9 - Manutenção e Construção de Faixas de Gestão de Combustível ... 27

Tabela 10 -Beneficiação da Rede Viária Florestal ... 28

Tabela 11 - Beneficiação da Rede de Pontos de Água ... 28

Tabela 12 - Objetivos e metas anuais DFCI para o concelho de Montemor-o-Velho ... 34

Tabela 13 - Redes de Faixas de Gestão de Combustíveis (FGC) e Mosaico de Parcelas de Gestão de Combustíveis (MPGT) ... 44

Tabela 14 - Distribuição da rede viária florestal ... 48

Tabela 15 - Capacidade da Rede de Pontos de Água ... 52

Tabela 16 - Intervenção na rede de FGC e MPGC para 2015-2019 ... 67

Tabela 17 - Intervenção na Rede Viária Florestal para 2015-2019 ... 68

Tabela 18 - Intervenção na Rede de Pontos de Água para 2015-2019 ... 69

Tabela 19 - Metas e Indicadores - aumento da resiliência do território aos incêndios florestais ... 71

Tabela 20 - Estimativa de orçamento e responsáveis - aumento da resiliência aos incêndios florestais ... 72

Tabela 21 - Identificação dos comportamentos de risco mais significativos por grupo alvo. . 82

Tabela 22 - Sensibilização da população - objetivos e período de execução ... 83

Tabela 23 - Sensibilização e Fiscalização - Metas e Indicadores ... 87

Tabela 24 - Sensibilização e fiscalização - Orçamento e Responsáveis ... 87

Tabela 25 - Destruição dos Postos de Vigia. ... 90

Tabela 26 - Índice entre o número de incêndios florestais e o número de equipas de vigilância e detenção nas fases de perigo – Alfa, Bravo, Charlie, Delta e Echo para os anos de 2012, 2013 e 2014 ... 91 Tabela 27 - Índice entre o número de incêndios florestais e equipas e número de elementos de 1.ª Intervenção nas das fases de perigo - Alfa, Bravo, Charlie, Delta e Echo para o ano de

(5)

Tabela 29 - Estimativa de orçamentos e responsáveis - melhoria da eficiência do ataque e da

gestão dos incêndios ... 99

Tabela 30 - Ações e Metas ... 108

Tabela 31 - Ação a realizar e meta a atingir ... 111

Tabela 32 - Identificação das necessidades de formação em DFCI por entidade ... 112

Tabela 33 - Cronograma das reuniões anuais da CMDFCI ... 113

Tabela 34 - Entidade e Responsabilidade ... 114

Tabela 35 - Programa de formação por entidade ... 115

Tabela 36 - Cronograma de Reuniões anuais da CMDFCI par o período de 2015-2019 ... Erro! Marcador não definido. Tabela 37 - Entidades responsáveis pelas ações ... Erro! Marcador não definido. Tabela 38 - Estimativa de orçamento total ... 116

Índice de Gráficos

Gráfico 1 - Pedidos de autorização para as Ações de Mobilização de Solo e Arborização (Fonte: CMMV/PC) ... 79

Gráfico 2 - Tipos de Ocupação de Solo alvo dos pedidos de autorização ... 79

Gráfico 3 - Espécies utilizadas nos pedidos de mobilização de solo e arborização em 2012 .. 80

Gráfico 4 - Número de participações e de notificações emitidas pela não execução da Faixa de Gestão de Combustíveis dos 50 metros (Fonte: CMMV/PC) ... 81

Gráfico 5 -Tempo de chegada, para a 1.ª Intervenção para todas as fases de perigo (Alfa, Bravo, Charlie , Delta, Echo) para o ano de 2014 ... Erro! Marcador não definido.

Índice de Quadros

Quadro 1 - Eixos Estratégicos ... 35

Quadro 2 - Plano de Acção para a Rede Primária, Secundária e Terciária de FGC ... 39

Quadro 3 - Comportamentos de risco ... 77

Quadro 4 - Média do Tempo de Chegada (2001-2013) por freguesia ... 93

(6)

1 Introdução

A floresta portuguesa constitui o principal recurso natural do país, ocupando em Portugal cerca de 38% do território continental. Esta mancha florestal é fundamental para o equilíbrio ambiental, sendo essencial à manutenção da qualidade do ar, ao combate à erosão, à desertificação e à regularização dos regimes hídricos, desempenhando ainda na sua vertente social, com peso crescente na sociedade portuguesa, um importante papel como fonte de recreio e sustento de atividades e serviços ligados ao lazer.

O problema dos incêndios, com a gravidade com que se tem manifestado nas últimas décadas, compromete os valores materiais e imateriais destes espaços naturais. Na origem deste problema, encontram-se uma série de questões do conhecimento geral, interrelacionadas entre si, tais como:

- A dimensão da propriedade, que inviabiliza, por si só, a possibilidade de existir um ordenamento e gestão direcionado para a defesa da floresta.

- A herança de uma floresta quase exclusivamente constituída por povoamentos monoespecíficos sem qualquer tipo de compartimentação física, extremamente vulneráveis ao fogo e promotores da sua rápida progressão;

- A regressão da agricultura com o consequente abandono das povoações, das atividades agrícolas e, ainda mais intensamente, das atividades florestais;

- A baixa cotação dos produtos florestais e o longo período de recuperação dos investimentos, que desmotiva os proprietários florestais;

- O absentismo, que resulta também, frequentemente, em falta de gestão e investimentos;

- O elevado risco de incêndio, como causa e consequência das questões anteriores. A resolução deste grave problema requer, para além do forte envolvimento das entidades governamentais, o empenho e participação de toda a sociedade.

A curto prazo é fundamental promover uma boa vigilância, fazer cumprir a legislação do uso do fogo nos espaços florestais, garantir a limpeza seletiva das matas nas zonas de risco e fortalecer a capacidade e eficiência da primeira intervenção no combate aos fogos.

A médio e longo prazo, é imprescindível garantir um adequado ordenamento e uma correta gestão florestal, conciliando sempre os espaços de produção com os espaços de conservação. Em resumo, em Portugal, e à semelhança de outros países, a solução passará por assumir o tema florestal como uma prioridade política e promover uma abordagem integrada e

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estruturante, baseada em medidas com elevadas relações custo/benefício, em que os objetivos sejam quantificados e se atribuam responsabilidades aos agentes do sistema. Neste contexto, o Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI), que ora se aprova, enuncia a estratégia e determina os objetivos, as prioridades e as intervenções a desenvolver para atingir as metas preconizadas.

Este PMDFCI pretende contribuir, a par de demais legislação já aprovada e a aprovar, para a definição de uma estratégia e a articulação metodológica e equilibrada de um conjunto de ações com vista a fomentar a gestão ativa da floresta, criando condições propícias para a redução progressiva dos incêndios florestais no concelho de Montemor-o-Velho.

2 Enquadramento do Plano de Âmbito do Sistema de Gestão

Territorial e no Sistema de Defesa da Floresta Contra Incêndios

(SDFCI)

O Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de Junho, com as necessárias alterações, define a necessidade de elaboração do Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI), de forma a operacionalizar o Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios (SNDFCI).

Este Plano deverá ter a estrutura que consta do Despacho n.º 4345/2012, de 27 de Março, que, no caso do Município de Montemor-o-Velho, será uma atualização do PMDFCI aprovado no ano de 2010, enquadrada nos restantes instrumentos de planeamento que incidem sobre o território do concelho.

Estratégia Nacional para as Florestas (ENF)

A ENF aborda a temática dos incêndios florestais com a necessidade primordial de implementar medidas que permitam a diminuição da área ardida e do tempo de intervenção que influência, invariavelmente, a duração total do incêndio.

O maior problema identificado está relacionado com o combate aos incêndios que, em condições climatéricas extremas e de continuidade dos combustíveis, atingem facilmente grandes dimensões que tornam difícil o seu combate, originando danos irreparáveis.

Deste modo, a ENF estabelece algumas estratégias que visam a diminuição dos riscos associados à eclosão de incêndios florestais, sustentadas pelos cinco eixos estratégicos que constam da política de Defesa da Floresta Contra Incêndios. A operacionalização destas

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nível nacional – e pelo Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios a nível municipal.

Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PNDFCI)

O PNDFCI define-se como uma “estratégia ou conjunto articulado de ações com vista a fomentar a gestão ativa da floresta, criando condições propícias para a redução progressiva dos incêndios florestais”.

No contexto do PNDFCI, o PMDFCI é considerado “um instrumento operacional e de planeamento, programação, organização e execução de um conjunto de ações de prevenção, pré-supressão e reabilitação de áreas ardidas”, que tem como objetivo operacionalizar o PNDFCI.

De modo, a alcançar as metas propostas são consagradas ações em três domínios prioritários: a prevenção estrutural, vigilância e combate.

A operacionalização o PNDFCI é feita, de acordo com cinco eixos estratégicos:

- Aumento da resiliência do território aos incêndios florestais; - Redução da incidência dos incêndios;

- Melhoria da eficácia do ataque e da gestão dos incêndios; - Recuperar e reabilitar ecossistemas;

- Adaptação a uma estrutura orgânica e funcional eficaz.

Ao nível municipal, o PNDFCI define o reforço da organização, através de ações de prevenção e proteção da floresta, sendo estas ações levadas a cabo através da elaboração e da execução do PMDFCI.

O presente documento foi desenvolvido pela Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios, através do Gabinete Técnico Florestal e do Serviço Municipal de Proteção Civil, sendo executado pelas diferentes entidades, tendo em conta o cumprimento das metas traçadas.

Por fim, a operacionalização do PMDFCI é concretizada pelo Plano Operacional Municipal (POM), nomeadamente no plano da vigilância, deteção, fiscalização, 1ª intervenção e combate, já que define a operacionalização de cada uma destas vertentes, permitindo a articulação entre diferentes entidades.

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Plano Distrital de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PDDFCI)

O PDDFCI assume um caráter intermédio entre o âmbito nacional e o âmbito municipal. Este plano visa estabelecer a estratégia de âmbito distrital, através da definição de medidas de planeamento integrado entre as diferentes entidades, tendo em linha de conta o PNDFCI e PROF Litoral Centro.

O PMDFCI contém ações que permitem o cumprimento dos objetivos em matéria de Defesa da Floresta Contra Incêndios, assumindo a necessária ligação com o PDDFCI.

Plano Regional de Ordenamento Florestal do Centro Litoral (PROF

Centro Litoral)

O PROF é um instrumento setorial de gestão territorial que assenta numa abordagem conjunta e interligada de aspetos técnicos, económicos, ambientais, sociais e institucionais, envolvendo os diferentes agentes económicos e as populações diretamente interessadas, com vista a estabelecer uma estratégia consensual de gestão e utilização dos espaços florestais.

O Município de Montemor-o-Velho é abrangido pelo PROF do Centro Litoral, nos termos do Decreto Regulamentar n.º 11/2006, de 21 de julho, e compreende 4 sub-regiões homogéneas: Calcários de Cantanhede, Dunas Litorais e Baixo Mondego, Gândaras Norte e Gândaras Sul.

A Sub-Região Calcários de Cantanhede caracteriza-se pelo seu enorme potencial cinegético e piscatório em águas interiores, sendo necessário considerar a proteção dos solos calcários e das vertentes dos principais cursos de água.

A Sub-Região Dunas Litorais e Baixo Mondego é caracterizada como uma importante zona húmida com necessidades especiais de proteção, sendo uma importante zona polarizadora de atividades de recreio e lazer.

As Sub-Regiões Gândaras Norte e Sul têm potencial para a produção de material lenhoso de elevado valor de mercado, sendo capazes de proporcionar espaços privilegiados para o desenvolvimento de atividades de recreio e lazer.

Assim, as medidas levadas a cabo em matéria de DFCI deverão ter em conta os objetivos de cada uma destas sub-regiões, de forma a preservarmos e a beneficiarmos o património ambiental e ecológico existente no concelho, salvaguardando a capacidade resiliente do território aos incêndios florestais.

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Plano Setorial da Rede Natura 2000

A Rede Natura 2000 “é uma rede ecológica que tem por objetivo contribuir para assegurar a biodiversidade através da conservação de habitats naturais e da fauna e da flora selvagens do território da União Europeia.”.

O concelho de Montemor-o-Velho integra áreas designadas por Zonas de Proteção Especial (ZPE), nomeadamente o Paul de Arzila e o Paul do Taipal, que são áreas ricas em fauna e flora. Estas áreas representam-se importantes locais de alimentação e reprodução de seres vivos.

A riqueza natural existente nestas áreas dirige todas as ações para a conservação e a proteção do património ambiental existente, pelo que todas as ações levadas a cabo nestas áreas devem contribuir para a sua proteção, beneficiação e conservação.

Plano de Ordenamento da Reserva Natural do Paul de Arzila

O ordenamento do território da Reserva é assegurado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 75/2004, de 19 de Junho, que aprova o Plano de Ordenamento da Reserva Natural do Paul de Arzila (PORNPA).

Constituem objetivos gerais do PORNPA:

- Proteger os valores naturais e científicos nela contidos;

- Proteger e conservar os elementos da flora e da fauna específica, os respetivos habitats e a biodiversidade dos ecossistemas;

- Monitorizar e estabelecer medidas necessárias à conservação dos habitats e das populações de espécies de acordo com a Diretiva n.º 92/43/CEE, do Conselho, de 21 de Maio (Diretiva Habitats), e à conservação de aves selvagens de acordo com a Diretiva n.º 79/409/CEE, do Conselho, de 2 de Abril (Diretiva Aves);

- Adotar mecanismos e medidas conducentes à manutenção e incremento de atividades compatíveis e de suporte ao uso sustentável dos recursos.

Constituem objetivos específicos do PORNPA:

- O estabelecimento de uma área de proteção total, com zonas de água permanente, essencial à conservação das populações de aves aquáticas e paludícolas;

- O estabelecimento de áreas de proteção parcial e complementar, como zona de minimização de impactes exteriores e onde se promoverá a adequação das práticas agro-silvo-pastoris à gestão sustentável dos recursos e conservação dos habitats;

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- O ordenamento dos usos e acessibilidades, protegendo as zonas sensíveis e promovendo a utilização preferencial de estruturas e áreas periféricas.

Na área de intervenção do PORNPA encontram-se identificadas as seguintes áreas sujeitas a regime de proteção, assinaladas na planta de síntese e que deverão ser tidas em consideração aquando da proposta de ordenamento do PDM. São elas:

Área de proteção total; Área de proteção parcial;

Área de proteção complementar; Áreas de intervenção específica.

O concelho de Montemor-o-Velho é abrangido por uma parte da Área de proteção total, da Área de proteção parcial e da Área de proteção complementar. Para além destas áreas, há a considerar as “Áreas não sujeitas a regime de proteção” que são todas aquelas onde, sem prejuízo da demais legislação em vigor, não é aplicado qualquer nível de proteção no âmbito do PORNPA. Incluem os solos com vocação para o processo de urbanização e edificação, compreendendo os terrenos urbanizados e de urbanização, bem como os solos afetos aos espaços verdes necessários ao equilíbrio do sistema urbano.

Plano Diretor Municipal de Montemor-o-Velho (PDM) (revesião só

plano)

De acordo com o PDM (Resolução do Conselho de Ministros n.º 118/98, publicado em Diário da Republica, I Série-B, de 9 de Outubro), os espaços florestais definem-se como espaços agro-silvícolas, embora ainda possam ser dedicados à agricultura, destinando-.se sobretudo à silvicultura (produção de material lenhoso, resinas e outros produtos florestais) e à pastorícia. Nestas áreas, sempre que seja autorizado, podem ocorrer outros usos como os que se encontram descritos nos artigos 46º/47º e 48º, do respetivo regulamento.

O PDM estabelece as regras para utilização, ocupação e transformação do uso do solo em todo o território do concelho. Define um modelo de estrutura espacial do território municipal, constitui uma síntese estratégica do desenvolvimento e ordenamento local, integra as opções e outros ditames de âmbito nacional e regional, nomeadamente:

- Planeamento de ocupação, uso e transformação do território municipal, pelas diferentes componentes sectoriais da atividade neles desenvolvidos.

(12)

Plano Regional de Ordenamento do Território do Centro

Também se torna necessário o enquadramento deste PMDFCI no âmbito do Plano Regional de Ordenamento do Território do Centro, como instrumento de desenvolvimento territorial que, de acordo com as diretrizes definidas a nível nacional e integrando as estratégias municipais de desenvolvimento local, estabelece as orientações para o desenvolvimento do território regional e define as redes regionais de infraestruturas, transportes e serviços. Em relação aos incêndios florestais, este PROT do Centro refere que a crescente incidência dos incêndios junto das habitações, quer se trate de pequenas ou médias localidades, ou de povoamentos isolados, os riscos dela derivados, fazem com que se deva ter em particular atenção esta questão na organização dos espaços urbanos, em especial na sua interface com os espaços rurais. As vias de comunicação e todas as infraestruturas, em particular as que possam assumir valor patrimonial ou operacional relevante (monumentos, hospitais, escolas, etc.) deverão merecer um especial tratamento atendendo ao potencial risco de incêndio florestal. Assim, sendo uma das causas mais frequentemente apontadas para o problema dos incêndios florestais, o desordenamento do território, deveria aproveitar-se a oportunidade que o PROT proporciona para aprofundar e atacar o problema, com vista a contribuir para a sua minimização.

Resumindo, a Figura 1 demonstra as relações que deverão existir entre os diferentes instrumentos, segundo o princípio da necessária compatibilização das respetivas opções

(13)

3 Modelos de Combustíveis, Cartografia de Risco e Prioridades

de Defesa Contra Incêndios Florestais

3.1 Modelos dos Combustíveis Florestais

Com vista a garantir uma escolha objetiva, em todo o território do concelho, dos locais mais necessitados de intervenção, e de fazer uma primeira classificação dos cenários de intervenção, é feita uma análise, segundo a ocupação do solo e dos modelos de combustíveis florestais, do risco de incêndio que representam e deste modo, estabelecer os diferentes níveis de prioridade de defesa identificados.

As características dos combustíveis são um dos fatores mais importantes a considerar, dado que a ocorrência de incêndios florestais está dependente da humidade e da carga de combustíveis que se verifica num determinado local. Quando falamos em humidade, referimo-nos à quantidade de água existente nos combustíveis que poderá facilitar ou retardar a progressão dos incêndios. Assim, a existência de água nos combustíveis poderá retardar o início de uma possível ignição.

Quanto à carga de combustível importa saber a sua classificação, de forma a podermos prever a forma como os incêndios se irão comportar, tendo em conta o tipo de combustível existente.

A classificação do tipo de combustível varia de zero a treze, estando esta variação diretamente relacionada com a quantidade de material existente numa determinada área e com dificuldade dos meios em o combater, caso entre em combustão.

A elaboração do mapa dos combustíveis florestais baseou-se na classificação criada pelo Northern Forest Fire Laboratory (NFFL), que passamos a apresentar:

Grupo Modelo Descrição Aplicação

Herbáceo 1

Pasto fino, seco e baixo, com altura abaixo do joelho, que cobre completamente o solo. Os matos ou árvores cobrem menos de 1/3 da superfície. Os incêndios propagam-se com grande velocidade pelo pasto fino. As pastagens com espécies anuais são exemplos típicos.

Montado. Pastagens anuais ou perenes. Restolhos.

2

Pasto contínuo, fino, seco e baixo, com presença de matos ou árvores que cobrem entre 1/3 e 2/3 da superfície.

Os combustíveis são formados pelo pasto seco, folhada e ramos caídas da vegetação lenhosa. Os incêndios propagam-se rapidamente pelo pasto fino. Acumulações dispersas de combustíveis podem incrementar a intensidade do incendio.

Matrizes mato/herbáceas resultantes de fogo frequente (e.g. giestal). Formações lenhosas diversas (e.g. pinhas, zimbrais, montado). Plantações florestais em fase de instalação e nascedio.

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mais rápidos e de maior intensidade.

Arbustivo 4

Matos ou árvores jovens muito densos, com cerca de 2 metros de altura. Continuidade horizontal e vertical do combustível. Abundância de combustível lenhoso morto (ramos) sobre as plantas vivas. P fogo propaga-se rapidamente sobre as copas dos matos com grande intensidade e com chamas grandes. A humidade dos combustíveis vivos tem influência no comportamento do fogo.

Qualquer formação que inclua um estrato arbustivo e continuo (horizontal e verticalmente), especialmente com % elevadas de combustível morto: carrascal, tojal, urzal, esteval, acacial.

Formações arbóreas jovens e densas (fase do novedio) e não caducifólias.

5

Mato denso mas baixo, com altura inferior a 0,6m. Apresenta cargas ligeiras de folhada do mesmo mato, que contribui para a propagação do fogo em situação de ventos fracos. Fogos de intensidade moderada.

Qualquer formação arbustiva jovem ou com pouco combustível morto.

Sub-bosque florestal dominado por silvas, fetos ou outra vegetação sub-lenhosa verde.

Eucaliptal (> 4 anos de idade) com sub-bosque arbustivo baixo e disperso, cobrindo entre 1/3 e 1/2 da superfície.

6

Mato mais velho do que no modelo 5, com alturas compreendidas entre os 0,6 e os 2 metros de altura. Os combustíveis vivos são mais escassos e dispersos. No conjunto é mais inflamável do que o modelo 5. O fogo propaga-se através do mato com ventos moderados a fortes.

Situações de dominância arbustiva não enquadráveis nos modelas 4 e 5. Regeneração de Quercus Pyrenaica (antes da queda da folha).

7

Mato de espécies muito inflamáveis, de 0,6 a 2 metros de altura, que propaga o fogo debaixo das árvores. O incêndio desenvolve-se com teores altos de humidade do combustível morto do que nos outros modelos, devido à natureza mais inflamável dos outros combustíveis vivos.

Manta Morta

8

Folhada em bosque denso de coníferas ou folhosas (sem mato). A folhada forma uma capa compacta ao estar formada de agulhas pequenas (5 cm ou menos) ou por folhas planas não muito grandes.

Os fogos são de fraca intensidade, com chamas curtas e que avançam lentamente. Apenas condições meteorológicas desfavoráveis (temperaturas altas, humidade relativa baixa e ventos fortes) podem tornar este modelo perigoso.

Formações florestais ou pré-florestais sem sub-bosque:

Quercus mediterrânicos, medronhal, vidoal, folhosas

ripícolas, choupal, eucaliptal jovem, Pinus sylvestris, cupressal e restantes resinosas de agulha curta.

9

Folhada em bosque denso de coníferas ou folhosas, que se diferencia do modelo 8, por formar uma camada pouco compacta e arejada. É formada por agulhas largas como no caso do

Pinus pinnaster, ou por folhas grandes e

frisadas como as do Quercus pyrenaica,

Castanea sativa, outras. Os fogos são rápidos e

com chamas mais compridas do que as do modelo 8.

Formações florestais sem sub-bosque: pinhais (Pinus

pinnaster, P, pínea, P. nigra, P. radiata, P. halepensis),

carvalhais (Quercus pyrenaica, Q. róbur, Q. rubra) e castanheiro no Inverno, eucaliptal (> 4 anos de idade).

10

Restos lenhosos originados naturalmente, incluindo lenha grossa caída como

consequência de vendavais, pragas intensas ou excessiva maturação da massa, com presença de vegetação herbácea que cresce entre os restos lenhosas.

Resíduos Lenhosos

11

Resíduos ligeiros (Ø <7,5 cm) recentes, de tratamentos silvícolas ou de aproveitamentos, formando uma capa pouco compacta de escassa altura (por volta de 30 cm). A folhada e o mato existentes ajudarão à propagação do fogo. Os incêndios têm intensidades elevadas e podem originar fagulhas incandescentes.

Formações florestais sujeitas a operações de desramação e desbaste, seleção de toiças (eucaliptal), ou a cortes parciais ligeiros.

12

Resíduos de exploração mais pesados do que no modelo 11, formando uma capa continua de maior altura (60 cm), Mas de metade das folhas estão ainda presas aos ramos sem terem secado completamente. Não existem combustíveis vivos que influenciem no fogo. Os incêndios têm intensidades elevadas e podem originar fagulhas incandescentes.

Formações florestais sujeitas a desbaste ou corte parcial intensos, ou a corte raso.

13 Grandes acumulações de resíduos de exploração grossos (Ø < 7,5 cm) e pesados, cobrindo todo o solo.

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Com base na (Tabela 1) foi realizada a caracterização e a cartografia do tipo de vegetação existente, dado o seu comportamento caso ocorra um incêndio florestal. A escolha do modelo de combustível foi feita com base na carga de combustível, da sua distribuição espacial e das áreas não combustíveis. Esta carta irá servir de base para a elaboração da carta de risco de incêndio florestal e, sobretudo, servirá de base ao planeamento e gestão das faixas de gestão de combustíveis, (Mapa 1).

Modelo de Combustíveis Áreas

Ha % Modelo 0 1.602,65 7 Herbáceo Modelo 1 2.747,41 12 Modelo 2 457,90 2 Modelo 3 915,80 4 Arbustivo Modelo 4 686,85 3 Modelo 5 1.144,75 5 Modelo 6 15.339,72 67 Modelo 7 0 0 Total 22.895,11 100

Tabela 2 - Distribuição dos modelos de combustível no Concelho de Montemor-o-Velho

A Tabela 2 e o Mapa 1 apresentam a distribuição dos modelos de combustível no Concelho de Montemor-o-Velho. A partir da sua análise, pode constatar-se que os modelos de combustível dominantes são os classificados com o modelo 6, abrangendo cerca de 67% da área total do Concelho e o modelo 1, com cerca de 12% da área concelhia. A área classificada com o modelo 0 (cerca de 7% da área concelhia) indica uma área onde a possibilidade de ocorrência de incêndios florestais é nula. Este modelo é referente a aglomerados populacionais, rede rodoviária, improdutivos e massas de água.

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3.2 Cartografia de Risco de Incêndio Florestal

De acordo com a AFN (2012), o risco é muitas vezes entendido como expressão directa da probabilidade. Porém, o risco não expressa a probabilidade mas antes um dano que resulta da relação entre um perigo existente, a vulnerabilidade de um local ou elemento e o seu valor. O risco pode ser expresso através da conjugação destas variáveis, conforme se apresenta na Figura 2.

Figura 2 - Esquema do modelo de gestão de risco

Fonte: Guia Técnico – Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) - Abril 2012

O risco pressupõe valor e, expressa o potencial de perda de elementos em risco em função da perigosidade de um determinado fenómeno e vulnerabilidade desses mesmos elementos em risco.

A perigosidade divide-se em duas componentes: no tempo, por via da probabilidade calculada com base num histórico ou período de retorno, e no espaço, por via da susceptibilidade de um território ao fenómeno tratado.

O risco existe sempre que há perigosidade, vulnerabilidade e valor associados. Não havendo componentes, o risco é nulo. A gestão do território e o que se preconiza para esse

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fim obriga a que os riscos sejam avaliados para efectiva gestão. Em domínio de Risco de Incêndio Florestal (RIF), torna-se necessário responder adequadamente à questão de onde se encontram os maiores potenciais de perda. Em sede de gestão de risco, fundamental para acções de ordenamento do território, importará saber qual é o dano se arder nesses e noutros locais. Quanto se pode perder se arder neste território? É uma questão de relevo para públicos com interesses e responsabilidades nas áreas florestais e nas suas interfaces e, forçosamente, para a administração local.

A cartografia de risco para o Concelho de Montemor-o-Velho foi calculada de acordo com a metodologia indicada no Guia Técnico do PMDFCI (AFN, 2012), considerando um pixel de 1 m (à excepção os declives – 4 m e das entidades tipo ponto e linha (rede viária e eléctrica) – 10 m).

3.2.1 – Perigosidade de Incêndio Florestal

No cálculo da componente probabilidade, esta foi estimada a partir do período de retorno de incêndios florestais, que por sua vez foi calculado com base no histórico de ocorrências do Concelho de Montemor-o-Velho, disponibilizada no portal do ICNF (http://www.icnf.pt/), para o período de 1990-2012 e na informação fornecida pela Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, para o período de 2013.

A probabilidade expressar-se-á à percentagem média anual, permitindo a leitura “neste pixel, existe uma probabilidade anual média de x% de ocorrência do fogo”. Esta probabilidade anual determina-se, para cada pixel, dividindo:

Em que f é o número de ocorrências registadas, e Ω o número de anos da série. Dada a necessidade ou vantagem de trabalhar com valores inteiros em SIG, multiplica-se f por 100podendo usar apenas valores inteiros, ignorando a parte decimal. Reclassifica-se o raster de probabilidade de modo a que todas as áreas que arderam apenas uma vez sejam igualadas à es que nunca arderam. Deste modo isolar-se-ão fenómenos sem recorrência que poderão ter sido fortuitos. As áreas que nunca arderam foram reclassificadas de zero para

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No que se refere à componente susceptibilidade, utilizou-se como informação de base a cartografia de declives e a cartografia de uso e ocupação do solo, os quais foram reclassificados de acordo com as especificações do Guia Técnico (AFN, 2012) conforme apresentado nas tabelas seguintes. Acrescenta-se que as classes de ocupação do solo urbano, improdutivo e águas interiores cerca de 4% do Concelho, 1200 hectares foram excluídas no cálculo da susceptibilidade.

Classes de Declives (º) Reclassificação

0 - 5 2

5 - 10 3

10 -15 4

15 -20 5

 20 6

Tabela 3 - Reclassificação de Declives

Tabela 4 - Reclassificação da Ocupação de solo

Classes de susceptibilidade

Ocupação do solo

2 (Baixo) Agricultura

3 (Médio) Floresta de folhosas

4 (Elevado)

Floresta de Resinosas Corte e novas plantações Vegetação herbácea natural Matos

Áreas Ardidas

O resultado desta componente é a susceptibilidade de Incêndio Florestal. Na Tabela 5 apresentase a susceptibilidade de incêndio florestal e, a partir da sua análise pode verificar-se que cerca de 41% da área do Concelho apreverificar-senta susceptibilidade muito baixa e baixa a incêndios florestais, enquanto as áreas com susceptibilidade alta e muito alta representam cerca de 40% do território.

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Classes de susceptibilidade Área ha % Muito Baixo 4648,4 20,3 Baixa 4144,01 18,1 Média 5105,61 22,3 Alta 4830,87 21,1 Muito Alta 4166,91 18,2 Total 22.895,11 100

Tabela 5 - Distribuição das classes de susceptibilidade no Concelho de Montemor-o-Velho

A Perigosidade de Incêndio Florestal para o Concelho de Montemor-o-Velho foi então obtida através da conjugação das componentes susceptibilidade e probabilidade, a qual se pode exprimir pela seguinte fórmula:

perigosidade = sp x p em que:

sp = susceptibilidade (espaço); p = probabilidade (tempo)

Para obter o mapa de perigosidade multiplicou-se o raster de probabilidade pelo raster de susceptibilidade. O mapa resultante foi reclassificado segundo o método quantis (quantile) com 5 classes obtendo-se assim o mapa final da perigosidade de incêndio florestal.

No Mapa 2 e na Tabela 6 apresenta-se a perigosidade de incêndio florestal do Concelho de Montemor-o-Velho. Através da observação do Mapa 2 pode constatar-se que as áreas do Concelho que apresentam maior perigosidade (alta e muito alta) com uma percentagem de 17,55 correspondem aos locais de maiores declives e cuja ocupação do solo é maioritariamente de floresta e com maior quantidade de ocorrência e ardida, pelo que onde se verifica bem esta situação será o vale do Meco – Morança, onde teve estes factores conjugados – sendo notório esta situação através da carta da perigosidade.

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Classes de Perigosidade Área ha % Muito Baixo 8287,85 48,20 Baixa 2220,23 9,8 Média 5614,45 24,52 Alta 1080,82 4,7 Muito Alta 2943,99 12,85 Total 22.895,11 100

Tabela 6 - Destruição das Classes de perigosidade no Concelho de Montemor-o-Velho

3.2.2 – Dano Potencial

No âmbito da DFCI pretende-se sempre minimizar as situações que provoquem dano nos elementos considerados em risco de serem afetados por incêndios. Com a quantificação do dano pretende-se estabelecer o valor económico necessário para repor os bens e serviços destruídos ou afetados pelo incêndio, para uma condição igual ou semelhante à que se encontrava previamente a ter ocorrido o sinistro. No cálculo do dano consideram-se duas componentes, a vulnerabilidade e o valor. A conjugação destas quantifica o valor do dano potencial.

A componente vulnerabilidade expressa o grau de perda do elemento, variando entre 0 e 1, em que 0 significa que o elemento não é afetado pelo fenómeno, e 1 que a perda é total (o elemento é afetado de forma irreversível necessitando de reconstrução ou substituição). A componente do valor económico representa a importância (em Euros) por unidade, por hectare ou por metro linear dos elementos. Para o Concelho de Montemor-o-Velho, as perdas que quantificam o dano (vv.v) foram obtidas através da multiplicação do valor pela vulnerabilidade.

Na Tabela 7 identificam-se os elementos em risco, com o respetivo valor económico e vulnerabilidade. O resultado da multiplicação destas duas variáveis é o raster de dano potencial.

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Elementos de Risco Vulnerabilidade (VV) Valor (V) Dano Potencial (VV * V) E sp aç o Flo restal

Povoamento de acácia 0,30 0€/ha 0€/ha

Povoamento de eucalipto 0,75 1300 €/ha 975€/ha Povoamento de outras folhosas 1,00 1500€/ha 1500€/ha Povoamento pinheiro-manso 0,80 1100€/ha 880€/ha Povoamento de pinheiro-bravo 1,00 1400 €/ha 1400€/ha Povoamento de outras resinosas 1,00 1400 €/ha 1400€/ha

Incultos e Matos 0,40 60€/ha 24€/ha

E sp aç o Ag ricu ltu

ra Vinhas 0,50 225 €/ha 112,5€/ha

Olival de sequeiro 0,50 150€/ha 75€/ha

Culturas de Regadio 0,50 175€/ha 87,5€/ha Culturas de Sequeiro 0,50 40€/ha 20€/ha

Hortas/Pomares 0,50 250€/ha 125€/ha

Estufas (1) 0,50 12000€/ha 6000€/ha

E sp aç o Ur b an o Aglomerado Urbano (Nível I) 0,75 545€/m2 408,75€/m2

Aglomerado Disperso (Nível II) 0,75 450€/m2 337,5€/m2 Serviços/Comércio /Indústria 0,75 450€/m2 337,5€/m2 Infra-estruturas urbanas 0,75 150€/m2 112,5€/m2 R ed e E léctr

ica Linhas de Muito Alta tensão (REN) 0,50 150000€/Km 75000€/Km Linhas de baixa, média e alta tensão (EDP) 0,50 50000€/Km 25000€/Km

R ed e d e C o m b u stív

eis Depósitos de Gás 0,75 30.000€/uni. 22500€/Km

Rede de Gás 0,75 60000€/Km 45000€/Km

Bomba de Combustíveis 0,75 75.000€/uni 56250€/uni

R ed e d e Ág u as e d e San ea m en

to Reservatórios de água e ETAS 0,75 100.000€/uni 75000€/uni

Captações 0,75 90.000€/uni 67500€/uni

ETARES 0,75 500.000€/uni 375000€/uni

R

ed

e

Viár

ia A14 e A17 0,25 550000€/Km 137500€/Km

Estradas e Caminhos Municipais 0,25 100000€/Km 25000€/Km

Outras rodovias 0,25 5000€/Km 1250€/Km

Tabela 7 - Dano Potencial dos elementos em risco no Concelho de Montemor-o-Velho

Nota: valore s dos usos agrícolas foram apurados no caderno técnico implementação da reforma da PAC em Portugal Novo PDR 2014-2020 e Apoios Diretos

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3.2.3 – Risco de Incêndio Florestal

O cálculo do Risco de Incêndio Florestal (RIF) foi realizado através de álgebra de mapas, através da sobreposição da carta de perigosidade e da carta dos elementos em risco, em formato raster, com a aplicação da seguinte expressão matemática:

RIF = pg x d em que:

pg = perigosidade; d = dano potencial

Da análise da cartografia do RIF (Mapa 3) e da Tabela 8, verifica-se que a maioria do Concelho apresenta um risco muito baixo e baixo (80,32% da área total do Concelho). Importa ainda referir que cerca de 2,5% do Concelho não está sujeito ao RIF, pois trata-se de superfícies com água, áreas urbanas, improdutivos e áreas com povoamentos de acácias. No que respeita às classes de RIF mais elevado, constata-se que 8,4% (1.930,8 hectares) da área do Concelho está classificada com RIF alto e 6,64% (1.521,05hectares) está classificada com RIF muito alto.

Classes de RIF Área ha % Muito Baixo 2.739,46 11,96 Baixa 15.653,0 68,36 Média 1.050,80 4,58 Alta 1.930,8 8,4 Muito Alta 1.521,05 6,64 Total 22.895,11 100

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3.2.4 – Prioridades de Defesa

O Mapa de prioridades de defesa identifica as áreas do Concelho onde existe uma maior ou menor necessidade de complementar a vigilância contra os incêndios florestais. A elimitação das áreas de vigilância prioritária tem grande utilidade no apoio ao planeamento e na distribuição óptima dos recursos atribuídos aos sistemas de vigilância terrestre.

No Mapa 4 são identificadas as áreas com RIF alto e muito alto e todos os elementos naturais (Áreas Protegidas do ICNF e Parque Zoológico) e/ou construídos ( edificações isoladas em espaços rurais, aglomerados populacionais confinantes com espaços florestais zonas industriais, e escolas ) que merecem especial atenção em termos de DFCI e que, embora tenham sido integrados na avaliação do risco efectuada anteriormente, apresentam reconhecido valor ou interesse social, cultural, ecológico e de recreio, enquadramento e estética da paisagem, e como tal são prioritários em termos de DFCI.

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(28)

4 Objetivos e Metas o PMDFCI

4.1 Antecedentes de planeamento

Esta proposta de revisão incide no Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios, aprovado pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas no ano de 2008, que tinha como horizonte temporal o período de 2008 a 2012. Nesse documento, considerou-se o planeamento a nível municipal das normas constantes no SDFCI, observando igualmente as regras e normas emanadas no Plano Regional de Ordenamento Florestal do Centro Litoral (PRO-CL) e nos Planos Regionais de Ordenamento do Território, (PROT/PDM).

O programa de ação executado no horizonte temporal de 2008-2012, procurou responder aos objetivos e às metas preconizadas nos cinco eixos estratégicos definidos no PNDFCI. Neste sentido, os quadros e figuras seguintes apresentam de forma suscita os trabalhos e ações desenvolvidas por eixo estratégico:

I. 1º Eixo Estratégico – Aumento da Resiliência do Território aos Incêndios Florestais Rede de Defesa da Floresta Contra Incêndios (RDFCI) – Manutenção e

Construção da Rede de Faixas de Gestão de Combustível (FGC)

As faixas de gestão de combustível constituem a rede primária, secundária e terciária, e o mosaico de parcelas de gestão de combustível e cumprem um importante papel na prevenção de incêndios. A Tabela 9 apresenta o total de Faixas de Gestão de Combustível construída e mantida no período em análise.

Descrição da Faixa Previsto Executado % Entidade Responsável MAN,CON (ha) MAN,CON (ha) Edificações/aglomerados/parques industriais 475,0 345,0 62% Proprietários/ CMMV

Rede Viária Florestal 778,4 342,4 58% EP/ CMMV

Rede Ferroviária 71,5 69,5 87% REFER

Linhas de Alta e Muito Alta Tensão 55,4 55,4 100% REN

Linhas de Média Tensão 241,4 241,4 100% EDP

Pontos de Água 12,5 12,5 100% CMMV

FGC/silvicultura preventiva 585,4 347,4 66% Proprietários

Total 2219,6 1413,6 58%

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Rede de Defesa da Floresta Contra Incêndios (RDFCI) – Construção e Manutenção da Rede Viária Florestal (RVF)

A rede viária florestal compreende as vias de comunicação que atravessam ou permitam o acesso aos espaços florestais e inclui as vias classificadas pelo Plano Rodoviário Nacional, as vias classificadas integrantes dos caminhos municipais, outras vias do domínio público e privado. Na Tabela 10 seguinte apresenta-se o balanço dos trabalhos de beneficiação da RVF previstos e os efetivamente executados.

Rede Viária Florestal

Previsto (km) Manutenção (km) %

7875,9 6542,0 72%

Tabela 10 -Beneficiação da Rede Viária Florestal

Rede de Defesa da Floresta Contra Incêndios (RDFCI) – Manutenção e Construção da Rede de Pontos de Água (RPA)

A Rede de Pontos de Água (RPA) do concelho de Montemor-o-Velho é constituída por um conjunto de estruturas de armazenamento de água e de tomadas de água e espelho natural de água, num total de 21 infraestruturas. No período em análise o Município de Montemor-o-Velho procedeu à beneficiação de 6 pontos de água e à reconstrução de dois pontos de água, estavam no entanto previstos, a construção de oito pontos de água (Tabela 11).

Rede Ponto de Água

Previsto (km) Executado (km) %

8 8 100 %

Tabela 11 - Beneficiação da Rede de Pontos de Água

No âmbito da prevenção estrutural procedeu-se à sinalização de infraestruturas DFCI, nomeadamente de 2 pontos de água e estradas e caminhos florestais de acesso à zona, que contemplou a colocação de placas direcionais na zona crítica do Município (Vale da Meco – Morraça) com a realização da identificação de dois estradões.

II. 2º Eixo Estratégico – Redução da Incidência dos Incêndios

Considerando que a prevenção dos incêndios florestais, passa pelo envolvimento das comunidades que vivem junto das áreas florestais, é importante a sensibilizar a população para evitar atividades de risco elevado e que apenas os cidadãos informados, esclarecidos e motivados podem intervir no processo de proteção e valorização da floresta

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desenvolveram-se um conjunto de sessões informativas dirigidas à população em geral, em todas as freguesias do concelho nos anos de 2008, 2009, 2010, 2011com o objetivo de promover ações de boas práticas nos espaços florestais e divulgar a legislação específica de defesa da floresta contra incêndios. Estas sessões foram planeadas em sede de Comissão de Defesa da Floresta, tendo nelas participados os membros que a constituem, nomeadamente e para além do Gabinete Técnico Florestas do Município de Montemor-o-Velho, a Guarda Nacional Republicana através das equipas que constituem o Destacamento Territorial de Montemor-o-Velho, da Equipa de Protecção da Floresta (EPF) e da Equipa de Protecção da Natureza (EPNA), os Bombeiros Voluntários de Montemor-o-Velho, as Juntas de Freguesia e a Autoridade Nacional de Protecção Civil a nível Distrital. Nestas sessões foram distribuídos diversos documentos de apoio e de informação, nomeadamente, desdobráveis, calendários e um guia de boas práticas florestais.

Dada a dificuldade de adesão da população em geral às sessões planeadas apesar de devidamente divulgadas, optou-se nos anos seguintes por proceder à distribuição de desdobráveis informativos e ao contacto direto com as populações recorrendo-se à equipa de vigilância e de 1ª intervenção móvel, constituída todos os anos no período crítico. Considerando ainda que a educação florestal e ambiental da comunidade escolar é importante como formação dos jovens estudantes e como veículo de educação e de transmissão de informação nas respetivas famílias, desenvolveram-se diversas atividades inseridas nas comemorações do Dia Mundial da Floresta e do Dia Mundial do Ambiente.de sensibilização e informação que contemplaram a distribuição de diverso material didático.

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Figura 4 - Fotos de Atividades de Sensibilização GTF

III. 3º Eixo Estratégico – Melhoria da Eficácia do Ataque e da Gestão dos Incêndios No seguimento da operacionalização do PMDFCI, o Município de Montemor-o-Velho implementou um programa de Sapadores florestais em 2009, do qual conseguiu constituir uma equipa de Sapadores Florestais do Município (Sf 10-162) a qual apoio as atividades do eixo I e do eixo 3, no que se refere.

Neste eixo estratégico, foram desenvolvidas outras ações de promoção e reforço da coordenação das componentes de prevenção (vigilância de Deteção), 1.ª Intervenção e de combate, numa estratégia conjunta de todas as entidades envolvidas e que se encontram explanadas no Plano Operacional Municipal (POM).

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Figura 5 - Fotos das Atividades dos Sapadores florestais no que se refere ao eixo 1 e eixo 3

As dificuldades na operacionalização do PMDFCI sentem-se essencialmente ao nível do incumprimento das responsabilidades individuais por parte do produtor e proprietário florestal, agricultores e proprietários no geral: i) na limpeza seletiva de matos; ii) na constituição de faixas de gestão de combustível e mosaico de parcelas de gestão de combustível nas zonas de interface urbano-florestal para proteção de pessoas e bens; iii) na ausência do cumprimento da legislação em vigor e das regras comtempladas nos instrumentos de planeamento e de ordenamento do território, iv) no procedimento do corte florestais e respetivos montes de estilha.

Por outro lado, verifica-se que as medidas de organização e de infraestruturação do território ao nível da DFCI, que vão sendo implementadas, perdem eficácia perante a continuidade de povoamentos monoespecíficos sem qualquer compartimentação com manchas florestais de distinta inflamabilidade e combustibilidade, daí ser igualmente imprescindível o cumprimento do preceituado no SDFCI no que se refere às ações de silvicultura, de arborização e de rearborização.

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4.2 Tipologia do Concelho de Montemor-o-Velho

De acordo com a tipologia dos concelhos, definida pelo ICNF, o município de Montemor-o-Velho segundo a Proposta do Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios, o Município apresenta-se classificado pelas Unidades de Planeamento T3.

Este facto é possível de comprovar através da análise pormenorizada dos dados apresentados no Caderno I.

4.3 Objetivos e Metas do PMDFCI

Com a integração e compatibilização deste Plano com os instrumentos de planeamento florestal de nível superior, designadamente o PNDFCI, o Plano Regional de Ordenamento Florestal (PROF) e o Plano Diretor Municipal (PDM), é possível assim definir os objetivos estratégicos deste Plano para os próximos 5 anos, onde se pretende desenvolver todas as ações que assentam na Política Municipal de Defesa da Floresta Contra incêndios.

Será assim possível definir claramente quais as metas a atingir e, qual deverá ser o papel dos vários intervenientes na defesa da floresta local contra os incêndios, de forma a funcionarem coordenadamente, de modo a maximizar a sua eficácia.

O PMDFCI de Montemor-o-Velho inclui ações necessárias à defesa da floresta contra incêndios que para além das ações de prevenção, incluem a previsão e a programação integrada das intervenções das diferentes entidades envolvidas perante a eventual ocorrência de incêndios, como preconizado no nº1 do artigo 10º do Decreto-Lei nº 124/2006, de 28 de Junho.

Para dar cumprimento ao acima exposto o PMDFCI irá centrar-se nos cinco eixos de atuação definidos no Plano Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios (PNDFCI) aprovado pela Resolução de Conselho de Ministros nº 65/2006, de 26 de Maio de 2006.

Assim, são definidos cinco eixos:

- 1º Eixo Estratégico: Aumento da resiliência do território aos incêndios florestais - 2º Eixo Estratégico: Redução da incidência dos incêndios

- 3º Eixo Estratégico: Melhoria da eficácia do ataque e da gestão dos incêndios - 4º Eixo Estratégico: Recuperação e reabilitação dos ecossistemas

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Até 2012, o PNDFCI definia as seguintes metas:

- Diminuição significativa do número de incêndios com áreas superiores a 1 ha. - Eliminação de incêndios com áreas superiores a 1000 ha.

- Redução da área ardida para menos de 100 000 há/ano em 1012. - 1ª intervenção em menos de 20 minutos em 90% das ocorrências. - Eliminação de tempos de intervenção superiores a 60 minutos.

- Redução para menos de 150, do número de incêndios ativos com duração superior a 24 horas.

- Redução do número de reacendimentos para menos de 1% das ocorrências totais.

Para além de 2012, as metas assinaladas pelo PNDFCI incidem nos seguintes pontos: - Em 2018 verificar uma área ardida anual inferior a 0,8% da superfície florestal constituída por povoamentos.

- Redução até 2018 para menos de 75, do número de incêndios ativos com duração superior a 24h.

- Diminuição para menos de 0,5% do número de reacendimentos.

Objetivos e Metas do PMDFCI de Montemor-o-Velho

De acordo com a análise histórica do número de ocorrências e a extensão da área ardida no Concelho de Montemor-o-Velho, entre 1995 e 2014 registaram-se 472 ocorrências e um total de área ardida de 695,00 ha em espaços florestais (o equivalente a aproximadamente 8% da área do Concelho). Assim, tendo em consideração as duas variáveis estruturantes, número de ocorrências e área ardida, e o estabelecido no PNDFCI, definiram-se os objetivos e as metas anuais de DFCI para Concelho de Montemor-o-Velho, como é possível observar pela Tabela 9.

Objetivos

Metas

2015 2016 2017 2018 2019

Sensibilização da população:

- Será realizado um programa de sensibilização, dirigido a grupos específicos

As ações de sensibilização serão anualmente definidas em reunião da CMDFCI de Montemor-o-Velho e implementadas de

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em função do histórico das causas dos incêndios

acordo como o PMDFCI

Redução do número de ocorrências com áreas superiores a 1ha

- Implementação de medidas dissuasoras com reforço a ações de fiscalização

25% 25% 25% 25% 25%

Redução da área ardida, relativamente à média dos últimos 10 anos:

- Necessidade de melhor a eficácia da primeira intervenção (1.ª intervenção em menos de 15 minutos em 90% das ocorrências))

75% 75% 75% 75% 75%

Eliminação dos incêndios com área superior

a 100 há 0 0 0 0 0

Tabela 12 - Objetivos e metas anuais DFCI para o concelho de Montemor-o-Velho

A execução dos objetivos e metas propostos, está diretamente relacionada com o alcance de aplicação do PMDFCI, bem como com a eficácia das atividades preconizadas nos cinco eixos estratégicos definidos no PNDFCI.

A concretização das ações propostas só será possível, com a integração dos esforços de todos os agentes de Protecção Civil e que integram a CMDFCI de Montemor-o-Velho.

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5 Eixos Estratégicos

A implementação do PMDFCI deve conter as ações necessárias que visem a gestão sustentável da floresta e a sua defesa contra possíveis incêndios.

Para que o cumprimento dos objetivos traçados seja eficaz e de acordo com o definido no PNDFCI, o PMDFCI deverá centrar-se nos seguintes eixos estratégicos:

1º Eixo Estratégico Aumento da resiliência do território aos incêndios florestais 2º Eixo Estratégico Redução da incidência dos incêndios

3º Eixo Estratégico Melhoria da eficácia do ataque e da gestão dos incêndios 4º Eixo Estratégico Recuperar e reabilitar os ecossistemas

5º Eixo Estratégico Adaptação de uma estrutura orgânica funcional e eficaz

Quadro 1 - Eixos Estratégicos

Deste modo, as ações levadas a cabo no âmbito do PMDFCI devem satisfazer os objetivos traçados em cada um dos eixos estratégicos, tendo em conta os problemas identificados no concelho de Montemor-o-Velho.

5.1 1º Eixo Estratégico – Aumento da Resiliência do Território aos

Incêndios Florestais

A aplicação de sistemas de gestão dos combustíveis, de modo a travar o avanço do fogo e interrompendo o crescimento natural da vegetação, é um dos fatores mais importantes a desenvolver neste 1º eixo estratégico do plano de ação. Serão ainda desenvolvidos os processos que permitam aumentar o nível de segurança de pessoas e bens e tornar os espaços florestais mais resilientes à ação do fogo.

Este eixo estratégico está diretamente ligado ao ordenamento do território e ao planeamento florestal, promovendo a estabilização do uso do solo e garantindo que essa ocupação se destina a potenciar a sua utilidade social. A linha de ação planeada prevê a gestão multifuncional dos espaços e introduz, em simultâneo, princípios de DFCI de modo a tendencialmente diminuir a intensidade e área percorrida por grandes incêndios e facilitar as ações de pré-supressão e supressão.

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Decreto-Lei nº 124/2006 de 28 de Junho. A operacionalização ao nível municipal das faixas de gestão de combustíveis previstas nos níveis de planificação regional e nacional, foram igualmente consideradas Este eixo de atuação pretende desenvolver processos que permitam aumentar o nível de segurança de pessoas e bens e tornar os espaços florestais mais resilientes à ação do fogo.

Com este tipo de ações, pretende-se diminuir a intensidade, a área percorrida por grandes incêndios e facilitar as ações de pré-supressão e supressão.

Na implementação deste eixo é importante aplicar estratégias de gestão dos combustíveis, de forma a agilizar o cumprimento dos objetivos propostos.

Objetivo Estratégico:

Promover a gestão florestal e intervir preventivamente em áreas estratégicas; Objetivos Operacionais:

Proteger as zonas de interface urbano/florestal; Implementar programas de redução dos combustíveis, Ações:

- Criar e manter as redes de faixas de gestão dos combustíveis, intervindo prioritariamente nas zonas com maior vulnerabilidade aos incêndios;

- Implementar um mosaico de parcelas de gestão dos combustíveis; - Promover as ações de silvicultura no âmbito do DFCI;

- Promover ações de gestão de pastagens;

- Criar e manter as redes de infraestruturas, nomeadamente, a rede viária florestal e a rede de pontos de água;

- Divulgar técnicas de ajardinamento com maior capacidade de resiliência aos incêndios florestais.

5.1.1 Levantamento da Rede de Defesa da Floresta Contra Incêndios

5.1.1.1 Redes de Faixas de Gestão de Combustíveis (FGC) e Mosaico de Parcelas de Gestão de Combustíveis (MPGT)

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A avaliação e caracterização das infraestruturas existentes, constituiu a primeira fase do processo de planeamento de um sistema integrado de infraestruturas de prevenção e de apoio ao combate aos incêndios florestais.

As redes, mosaicos e parcelas de gestão de combustíveis têm como objetivos primordiais a diminuição da carga de combustível e a eficácia no combate aos incêndios.

As faixas de gestão de combustíveis têm como função reduzir os efeitos da passagem de incêndios, protegendo de forma passiva as vias de comunicação, infraestruturas, zonas edificadas, povoamentos florestais e outros, através da redução/modificação dos combustíveis, atuando sobre a quantidade e arranjo estrutural da vegetação no sentido de diminuir a intensidade de um fogo, pelo corte manual ou mecânico dos combustíveis da superfície e posterior remoção ou destroçamento, à supressão da parte inferior das copas e à abertura dos povoamentos.

No entanto é importante referir que a utilização atual das FGC ultrapassa bastante o âmbito daquilo que, classicamente, se entende como rede divisional, já que incorpora também os objetivos de reduzir os efeitos da passagem de incêndios, proteger de forma passiva, zonas edificadas, vias de comunicação, infraestruturas, povoamentos florestais, isolar focos potenciais de incêndios, reduzir a probabilidade de propagação de incêndios a áreas adjacentes a linhas elétricas, à rede viária e ferroviária, a parques de recreio, entre outros (Mapa 5).

No Decreto-Lei 124/2006, artigo nº 15, é mencionado o conjunto de medidas preventivas, que incluem a delimitação de faixas de combustíveis, e onde são definidas a dimensão e a entidade responsável pela gestão destas faixas.

As ações de silvicultura preventiva dividem-se em 3 grupos:

Rede Primária de Faixas de Gestão de Combustível - de nível sub-regional, delimitando compartimentações com determinada dimensão, desenhadas primordialmente para cumprir a função de diminuir a superfície percorrida por grandes incêndios, facilitar combate/intervenção, na frente de fogo ou nos seus flocos, mas desempenhando igualmente as restantes.

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Rede Secundária de Faixas de Gestão de Combustível - de nível municipal, serve para proteger habitações e outras infraestruturas sociais. A sua função é de reduzir os efeitos da passagem de incêndios e de proteger, de forma passiva, zonas edificadas, vias de comunicações, infraestruturas e povoamentos florestais.

Rede Terciária de Faixas de Gestão de Combustível – de nível local e apoio nas redes viária, elétrica e divisional (aceiros, aceiros perimetrais e arrifes) das exploração agroflorestais.

Desempenha essencialmente as funções de reduzir os efeitos da passagem de incêndios e de proteger de forma passiva, zonas edificadas, vias de comunicação, infraestruturas e povoamentos florestais.

Acão Implementação das redes primárias, secundárias e terciárias de faixas de

gestão de combustíveis Descrição

Implementação das redes primárias, secundárias e terciárias de faixas de gestão de combustíveis, com função de diminuir as áreas percorridas por grandes incêndios, os seus efeitos e de isolar os focos potenciais de ignição de incêndios

Metas

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As faixas deveram possuir uma largura não inferior a 125 m e deveram possuir de 500 ha e 10 000 ha.

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Rede Viária - FGC não inferior a 10 m (2 x 10 m) Rede Ferroviária - FGC não inferior a 10 m (2 x 10 m)

Rede de Transporte de gás - FGC não inferior a 10 m (2 x 10 m)

REN - Em muito alta tensão e em alta tensão; FGC não inferior a 10 m; (2 x 10 m) EDP - Em média tensão uma FGC não inferior a 7 m; (2 x 7 m)

Edificação - Uma faixa de gestão de combustíveis de 50 m à volta das edificações

Aglomerados Populacionais - Uma faixa de gestão de combustíveis de 100 m à volta das edificações

Parque Industrial - Uma faixa de gestão de combustíveis de 100 m no perímetro do parque

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A rede terciária visa a criação de uma faixa de gestão de combustível de interesse local, no que diz respeito à rede viária ou divisional (âmbito dos instrumentos de gestão local)

Quadro 2 - Plano de Acção para a Rede Primária, Secundária e Terciária de FGC

As FGC da rede Secundária foram identificadas e delimitadas tendo em conta as orientações do ICNF.

- Nos espaços rurais, a entidade ou entidades que, a qualquer título, detenham a administração dos terrenos circundantes são obrigados à limpeza de uma faixa de largura mínima de 50 m à volta de habitações, estaleiros, armazéns, oficinas ou outras edificações. Os 50 metros serão sempre medidos a partir das paredes exteriores da habitação ou qualquer outra edificação;

- Nos aglomerados populacionais confinantes com áreas florestais, é obrigatória a limpeza de uma faixa de proteção com a largura mínima não inferior a 100 metros, competindo a limpeza à respetiva entidade ou entidades que, a qualquer titulo, detenham a administração dos terrenos circundantes;

- Nos parques e polígonos industriais inseridos ou confinantes com áreas florestais e obrigatória a limpeza de uma faixa de proteção com uma largura mínima não inferior a 100 metros, competindo à respetiva entidade gestora realizar os trabalhos de limpeza, podendo esta, para o efeito, desencadear os mecanismos necessários ao ressarcimento da despesa efetuada.

No caso do Município de Montemor-o-Velho, é responsável pela limpeza da faixa de gestão dos combustíveis referentes aos Parque de Negócios de Montemor-o-Velho, situado na freguesia de Montemor-o-Velho, e será responsável pela limpeza da faixa similar envolvente ao Pólo Logístico e Industrial de Arazede, na freguesia de Arazede;

- Na Rede Viária, é obrigatório providenciar a limpeza de uma faixa lateral de terreno confinante, numa largura não inferior a 10 metros.

A faixa de gestão dos combustíveis será da responsabilidade:

Autoestrada A14 e A17 da responsabilidade das Estradas de Portugal;

Referências

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