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Carta convite da organizadora 

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNICAMP

REPOSITÓRIO DA PRODUÇÃO CIENTIFICA E INTELECTUAL DA UNICAMP

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CEP 13083-970 – Campinas SP Fone: (19) 3521-6493 http://www.repositorio.unicamp.br

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D

EBATE

: G

ÊNERO

,

TRAJETÓRIAS E PERSPECTIVAS

cadernos pagu (11) 1998: pp.43-46

C

ARTA CONVITE DA ORGANIZADORA

Prezados(as) Pesquisadores(as)

Esta edição do Cadernos Pagu pretende retomar um debate já presente no meio acadêmico brasileiro há pelo menos uma década. Estamos nos referindo ao uso da categoria gênero. A fim de estimular e dar continuidade a este debate pensamos ser apropriado convidar alguns(mas) pesquisadores(as) das áreas de humanas e ciências sociais, para contribuírem com pequenos artigos nos quais desenvolveriam uma reflexão sobre suas pesquisas a partir de algumas questões sugeridas logo abaixo. A finalidade editorial é, na verdade, procurar evidenciar a diversidade de problemáticas e reflexões teóricas que tem mobilizado estes pesquisadores no trato com questões de gênero. Pelo fato de realizarmos este debate de forma epistolar, os autores não terão conhecimento prévio dos textos uns dos outros, ou seja, não haverá espaço neste número para réplicas caso um dos autores faça comentários ou questionamentos sobre outro autor.

Desde o primeiro número desta revista, temos nos pautado por um enfrentamento deste debate, divulgando pesquisas de forma a priorizar a diversidade de abordagens. Ou seja, até o momento, gênero não tem sido um dado de antemão aceito como unanimidade, embora as possibilidades abertas pelo seu uso tenham sido vistas como um elemento positivo no trabalho de desconstrução de verdades essencializadas acerca de identidades sexuais, principalmente pelo caráter relacional e interdisciplinar desta categoria.

No que tange ao tema em questão, principalmente no que se refere ao feminismo, a utilização da categoria gênero tem provocado bastante rumor entre adeptos, não adeptos, adeptos parcimoniosos, enfim, tem dividido significativamente as perspectivas teórico-metodológicas de pesquisadoras comprometidas com lutas e reivindicações das mulheres brasileiras (cuja preocupação inclui o resgate do passado, as memórias, as lutas, os espaços ocupados, os espaços dos quais foram excluídas, as leis que as afetam e/ou protegem, discussões sobre violência contra a mulher, esterilidade, aborto, saúde, etc.). Por outro lado, uma das principais polêmicas atualmente é a aproximação entre os estudos de gênero e teorias “pós-modernas”. Segundo a opinião de alguns(mas) pesquisadores(as), essa seria uma maneira ‘fácil’ de deslizar do desejo de respeito às diferenças à indiferença para com os outros, num processo violento de segregação social (gênero, classe, etnia, raça...), ou de imobilismo político. Debates sobre a morte do sujeito, a crise do marxismo, os limites de uma abordagem puramente psicanalítica da constituição de subjetividades, os jogos de linguagem e a materialidade do corpo marcado por gênero inspiram novas polêmicas em torno dos estudos de gênero.

Diante deste quadro, sugerimos algumas questões que poderão servir de referência para os autores, mas ressaltamos que não é necessário abordar todas

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Carta convite...

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as questões ou mesmo se referir às mesmas. As(os) pesquisadoras(es) que se dispuserem a participar deste debate terão total liberdade para suscitar novas questões.

Tendo em vista que há uma década os estudos de gênero fazem parte do horizonte de pesquisas no Brasil, torna-se importante avaliar a relevância deste recorte teórico-metodológico na prática de pesquisa. Alguns caminhos possíveis para realizar essa avaliação poderiam ser traçados:

– mencionando as contribuições e dificuldades encontradas na relação entre a temática de pesquisa e o uso da categoria gênero;

– no que se refere ao trabalho conceitual que envolve o uso da noção (categoria) gênero, apresentando (comentando) os autores (brasileiros ou não) mais próximos a sua perspectiva de trabalho;

– explicitando se gênero tem sido uma categoria central em seu trabalho de pesquisa ou se é mais uma das categorias dentro do seu universo de investigação, abordando como tem sido o diálogo entre as pesquisas de gênero e outras pesquisas na área de conhecimento da qual faz parte;

– com relação às questões políticas que tangenciam o trabalho acadêmico, esboçar qual seria a perspectiva em relação ao futuro dos estudos de gênero no Brasil, refletindo sobre as possíveis incompatibilidades entre as necessidades políticas brasileiras e a utilização de um referencial não identitário.

Acreditamos que seja possível instigar novos embates teórico-políticos a partir do posicionamento de cada pesquisador(a) convidado(a). Sugerimos que os textos não ultrapassem oito laudas (espaço 2) e que, com uma argumentação sucinta, os autores possam expor suas angústias e expectativas em relação aos rumos do pensamento feminista neste final dos anos 90 e sobre a utilização de gênero em suas respectivas pesquisas. Quem sabe esta iniciativa possa contribuir para que novas frestas deste debate (travado quase sempre em seminários, mesas redondas, congressos e simpósios) possam se abrir e com isso ampliar o fórum de discussão.

Contamos com a sua participação. Atenciosamente,

Karla Adriana Martins Bessa Organizadora do Cadernos Pagu (11)

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