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GESTÃO AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

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Academic year: 2021

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GESTÃO AMBIENTAL E

DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL

AULA 1

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CONVERSA INICIAL

O estudo do tema gestão ambiental e desenvolvimento sustentável requer, inicialmente, o nivelamento conceitual, uma vez que trabalharemos ao longo do curso com conceitos não habituais em nosso dia a dia. O objetivo desta primeira aula, portanto, é apresentar aos alunos conceitos de grande importância, para o melhor entendimento da matéria e melhor aproveitamento das aulas. São eles:

1. Princípios da legislação ambiental. 2. Gestão ambiental.

3. Elementos da gestão ambiental.

4. Instrumentos de gestão e suas categorias

5. Desenvolvimento sustentável

TEMA 1 – PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL

O termo princípio, para o senso comum, parece designar o começo ou início de alguma coisa. Porém, em termos jurídicos, o princípio alicerça uma estrutura que age como uma norma acima das leis escritas, dada a importância dela.

Os princípios têm papel preponderante no ordenamento jurídico brasileiro, pois:

1. orientam a fundamentação de decisões judiciais;

2. limitam o arbítrio do juízo e garantem a manutenção do espírito do ordenamento jurídico;

3. asseguram às condutas que se ajustam à justiça não se vejam reprovadas pela norma positiva;

4. permitem resolver situações não contempladas em norma alguma positiva, mas que tenham relevância jurídica.

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TEMA 2 – GESTÃO AMBIENTAL

Gestão ambiental envolve planejamento, organização e orienta a empresa a alcançar metas (ambientais) especificas, pondera Nilsson (1998). Um aspecto relevante é que sua introdução requer decisões nos níveis mais elevados da administração, portanto, envia uma clara mensagem à organização de que se trata de um compromisso corporativo.

Destaca-se do conceito citado anteriormente a menção ao planejamento e organização fundamentados em um compromisso corporativo. Como esse compromisso é estabelecido? Como a empresa planeja e organiza ações com base nesse compromisso?

A resposta a tais pergunta será dada no próximo tema desta aula, no qual serão estudados os elementos da gestão ambiental.

TEMA 3 – ELEMENTOS DA GESTÃO AMBIENTAL

De acordo com a norma ABNT NBR ISO 14004 (ABNT, 2005), a gestão ambiental divide-se em três etapas fundamentais, que respondem aos questionamentos incitados no fim do Tema 2.

1. Política ambiental: conjunto consistente de princípios doutrinários que conformam as aspirações sociais e/ou governamentais no que concerne à regulamentação ou modificação no uso, controle, proteção e conservação do meio ambiente. Consiste em uma declaração da organização de princípios em relação ao desempenho ambiental geral. 2. Planejamento ambiental: é o estudo prospectivo que visa à adequação do

uso, controle e proteção do meio ambiente às aspirações sociais e/ou governamentais expressas formal ou informalmente na política ambiental, por meio da coordenação, compatibilização, articulação e implantação de ações de intervenção estruturais e não estruturais.

3. Gerenciamento ambiental: é o conjunto de ações destinado a regular o uso, controle e proteção do meio ambiente e para avaliar a conformidade da situação corrente, de acordo com os princípios doutrinários estabelecidos pela política ambiental. O gerenciamento ocorre em nível tático-operacional, ao contrário da política e planejamento, os quais estão em um nível de planejamento estratégico.

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TEMA 4 – INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL E SUAS CATEGORIAS

Para que a gestão ambiental seja realizada, são necessários instrumentos que façam a política ambiental sair do papel. Eles são divididos em três diferentes categorias:

1. Comando e controle: baseiam-se na criação e implantação de políticas públicas, as quais, para serem operacionalizadas, devem ser desdobradas em itens legais nos diversos níveis (internacional, federal, estadual e municipal).

2. instrumentos econômicos: baseiam-se em incentivos econômicos para que determinadas práticas de gestão ambiental sejam adotadas. Diferenciam-se dos instrumentos de comando e controle porque não têm caráter compulsório, mas voluntário.

3. Instrumentos de autogestão: são adotados por organizações privadas para a promoção da própria autogestão ambiental. Da mesma forma que os instrumentos econômicos, também diferenciam-se do comando e controle por serem voluntários, ou seja, as organizações não são obrigadas a aceitá-los, porém, o fazem para atender à própria política interna.

TEMA 5 – DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O conceito de desenvolvimento sustentável é trabalhado há décadas nos principais diplomas internacionais relacionados ao meio ambiente. Contudo, uma das primeiras instituições que se propuseram a defini-lo claramente foi a Organização das Nações Unidas (ONU), em 1987, na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente, dentro do chamado Relatório Brundtland: “é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações” (ONU, 1987).

Percebemos, portanto, que o conceito colocado pela ONU atende ao conceito de desenvolvimento proposto pelo Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), uma vez que versa suprir às necessidades da geração atual – de forma quantitativa e qualitativa –, mas insere uma visão mais ampla e de longo prazo, pois menciona a necessidade de que esse desenvolvimento deve, além de atender às necessidades atuais, não comprometer a capacidade de atender às gerações futuras.

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O conceito de desenvolvimento sustentável ganhou interpretação figurativa bastante interessante quando, em 1988, o estudioso inglês John Elkington criou o chamado tripé da sustentabilidade, ou triple bottom line, ao pensar na aplicação do conceito de desenvolvimento sustentável, de um modo geral, às organizações (Elkington, 1994).

Elkington (1994) sustenta os três pilares sobre os quais devem assentar-se o futuro de qualquer organização:

 Viabilidade econômica.  Responsabilidade social.  Proteção ambiental.

O conceito de Elkington (1994) pode ser representado graficamente, de acordo com a figura 1 a seguir, por um equilíbrio de forças, no chamado tripé da sustentabilidade.

Figura 1 – O tripé da sustentabilidade

Fonte: O autor, 2015.

NA PRÁTICA

O ser humano, por natureza, busca sempre a melhor qualidade de vida, ou seja, o melhor nível de conforto. Assim, com base no domínio do uso dos recursos naturais pela humanidade, nossa sociedade adquiriu um grande poder de transformação do meio ambiente em prol dessa qualidade.

Saímos das cavernas e fizemos grandes descobertas, como o fogo e a roda, contudo, uma das mais importantes evoluções promovidas pelo ser humano talvez tenha sido o desenvolvimento da capacidade de produção, em detrimento a um comportamento passivo, no qual o homem primitivo não produzia, apenas coletava o que a natureza lhe provia.

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Em um primeiro momento, a capacidade de produção foi de grande importância para garantir a sobrevivência dos indivíduos em uma sociedade, pois o ser humano passou a produzir aquilo que consumia. Porém, em um segundo momento, por intermédio do desenvolvimento de relações de comércio e aprimoramento tecnológico, a humanidade passou a produzir não somente para atender às próprias necessidades, mas também às necessidades de terceiros.

Em um terceiro momento, já em meados do século XIX, alavancado por um forte salto tecnológico, o ser humano promoveu uma revolução nos modos de produzir, por meio da adoção de sistemas produtivos em larga escala, capazes de atender às necessidades de sociedades inteiras. Graças a esse processo, a utilização de recursos naturais tornou-se muito mais intensa, por isso, diversas matérias-primas tornaram-se escassas (e mais raras), e a sociedade internacional passou a enxergar a finitude dos recursos ambientais, momento chamado pela história do direito de “crise ambiental”.

O uso intensivo dos recursos naturais levou (e está levando) a uma série de problemas que percebemos em nosso dia a dia: mudanças climáticas, alteração do regime hídrico, desertificação, entre outros. Logo, algo precisa ser feito!

Mas o que poderíamos fazer? A revolução industrial auxiliou a humanidade a atingir níveis de qualidade de vida jamais sonhados! Seria uma solução para a crise ambiental voltarmos atrás nesse processo e abdicarmos dessas conquistas?

Os conceitos estudados nesta aula ajudam a refletir sobre o que as organizações públicas e privadas podem (e devem) fazer para que existam melhores relações entre desenvolvimento socioeconômico e manutenção da qualidade ambiental do planeta Terra, rumo ao desenvolvimento sustentável.

SÍNTESE

Nesta aula, estudamos importantes conceitos para o melhor entendimento dos temas principais de nossa disciplina: gestão ambiental e desenvolvimento sustentável. É de grande importância que os alunos tenham bastante segurança sobre tais conceitos para que o conteúdo do restante do curso seja melhor compreendido.

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REFERÊNCIAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 14004: sistemas de gestão ambienta – diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio. Rio de Janeiro, 2005.

ELKINGTON, J. Towards the sustainable corporation: win-win-win business strategies for sustainable development. California Management Review, n. 2,

n. 36, p. 90-100, 1994. Disponível em:

<http://cmr.berkeley.edu/search/articleDetail.aspx?article=4900>. Acesso em: 11 jan. 2017.

GABRIEL, S. O papel dos princípios no direito brasileiro e os princípios constitucionais. Revista Prolegis, 25 nov. 2007. Disponível em:

<http://www.prolegis.com.br/o-papel-dos-princ%C3%ADpios-no-direito-brasileiro-e-os-princ%C3%ADpios-constitucionais/>. Acesso em: 11 jan. 2017. NILSSON, W. R. Services instead of products: experiences from energy markets – examples from Sweden. In: MEYER-KRAHMER, F. (Ed.). Innovation

and sustainable development: lessons for innovation policies. Heidelberg:

Physica-Verlag, 1998

ONU – Organização das Nações Unidas. Our common future. Nova York,

1987. Disponível em:

Referências

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