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Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

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Academic year: 2021

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Plano Agrícola e Pecuário

2010 - 2011

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Secretaria de Política Agrícola

Missão Mapa

Promover o desenvolvimento sustentável e a competitividade do agronegócio em benefício da sociedade brasileira.

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Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Plano Agrícola e Pecuário 2010-2011 / Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Política Agrícola. – Brasília : Mapa/SPA, 2010.

46 p.

ISBN 1982-4033

1. Política agrícola. 2. Pecuária. 3. Planejamento agrícola. 4. Crédito rural. I. Secretaria de Política Agrícola. II. Título.

AGRIS E14 CDU 63:338.2 Catalogação na Fonte

Biblioteca Nacional de Agricultura – BINAGRI

© 2010 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial.

A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é do autor.

Tiragem: WEB Ano 2010

Elaboração, distribuição, informações:

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Política Agrícola

Esplanada dos Ministérios, Bloco D, 5º andar, sala 504 CEP: 70043-900, Brasília – DF Tel.: (61) 3218-2505/2507/2559 Fax.: (61) 3224 8414 www.agricultura.gov.br e-mail: spa@agricultura.gov.br Central de Relacionamento: 0800 704 1995

Coordenação Editorial: Assessoria de Comunicação Social Impresso no Brasil / Printed in Brazil

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4. Avanços na Gestão de Risco Rural

2. Crédito Rural

5. Medidas de Infraestrutura

3. Apoio à Comercialização

6. Medidas Setoriais

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Sumário

1. Introdução

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Plano Agrícola e Pecuário 2010 |2011

1. Introdução

O cenário de recuperação da economia e do setor agrícola marcou a safra 2009/2010 com uma produção recorde de 149 milhões de toneladas de grãos, graças, principalmente, aos elevados níveis de produtivi-dade. O resultado mostra também a capacidade de reação e adaptação do produtor rural às condições de mercado e de resposta às medidas oficiais de apoio.

A política agrícola e os instrumentos a serem implementados no período da safra 2010/2011 foram apri-morados, com a adoção de medidas inovadoras de apoio ao produtor rural, adequadas aos atuais desafios da agricultura e ao objetivo de consolidar a recuperação do setor.

O Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011 ganhou mais recursos a serem destinados a custeio, investimento, comercialização e subvenção ao prêmio do seguro rural. Além disso, prevê novos programas de apoio nas áreas de armazenagem, agroenergia e preservação do meio ambiente.

O Governo está destinando R$ 100 bilhões para financiamento da agricultura empresarial. Um aumento de 8% em relação à safra anterior. É um investimento de fôlego e crescente. O aporte total de recursos para a agricultura, inclusive a familiar, saltou de R$ 24,7 bilhões, em 2002, para R$ 116 bilhões, em 2010. Para esta safra, o crédito rural de custeio e comercialização e de investimentos apresenta aumento de recursos, respectivamente de 14% e 29%, e melhoria nas condições de acesso, especialmente em re-lação ao médio produtor, para o qual foi criado o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp).

Em relação aos programas de investimento, uma das vertentes consiste no fortalecimento das práticas agronômicas que preservam o meio ambiente sem prejuízo do crescimento da produção agropecuária. O Governo criou em 2010 o Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), reforçando ações para ampliar a produtividade e, ao mesmo tempo, garantindo a preservação do meio ambiente. O ABC segue a mesma linha de outros programas como o de Incentivo à Produção Sustentável do Agronegócio (Produsa), desti-nado à recuperação de áreas degradadas, e o de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas (Propflora). No caso do Programa ABC, o objetivo é minimizar a emissão de gases que provocam o efeito estufa e estimular o produtor a optar por práticas agronômicas que garantam renda e sustentabilidade.

Outra iniciativa em prol do meio ambiente consiste no zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar. A ideia é conter o desmatamento, identificando locais para cultivo sem agressão a áreas de floresta, res-tringindo o apoio oficial às regiões mapeadas.

Tais programas reafirmam a convicção de que a agricultura pode contribuir de forma importante para reduzir as emissões de gases poluentes, sem afetar a competitividade, tendo como aliados os avanços tecnológicos nas áreas de genética animal, irrigação e desenvolvimento de plantas resistentes às mudanças climáticas. O certo é que a produção no campo pode e deve contribuir para a preservação ambiental, por meio do sequestro de carbono pelo solo e pela redução do desmatamento com a ampliação das atividades agro-pecuária e florestal em áreas degradadas ou em recuperação.

Outro direcionamento dos programas de investimento está voltado ao fortalecimento das cooperativas e ampliação da capacidade de irrigação e de armazenagem, inclusive nas propriedades rurais. É uma inovação para a próxima safra que contribuirá para o aumento da competitividade, com a redução da volatilidade dos preços agrícolas e a melhoria da renda do produtor.

Também são esses os objetivos da política de apoio à comercialização, cujos instrumentos foram apri-morados e têm por mérito reduzir a intervenção do Governo no mercado, bem como a necessidade de

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recursos públicos. São ações particularmente importantes para as regiões mais afastadas dos principais mercados consumidores e dos portos, cuja competitividade é afetada pelos custos de transporte.

Em apoio à comercialização da próxima safra o orçamento prevê R$ 5,2 bilhões para garantir as aquisições diretas e a equalização de preço. O plano manteve os preços dos produtos amparados pela Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) – exceto trigo e alguns produtos da biodiversidade – devido à relativa estabilidade econômica. Essa decisão garante aos produtores preços ajustados aos custos variáveis das culturas. Além disso, os produtos extrativistas continuam apoiados pela política de garantia de preços, o que contribui para a melhoria da renda e para o desenvolvimento das regiões produtoras.

Outro elemento inovador da política agrícola é a gestão de risco rural, realizada mediante o zoneamento agrícola de risco climático e do programa de subvenção ao prêmio do seguro rural. Esses instrumentos são pilares para viabilizar a expansão e a consolidação do seguro rural privado no País, os quais, juntamente com o zoneamento agroclimático, contribuem para elevar a produtividade e a competitividade do produ-tor rural e reduzir as flutuações de renda.

Em 2009, o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural beneficiou 56,3 mil produtores, garantindo capitais da ordem de R$ 9,7 bilhões. Proporcionou cobertura para uma área de 6,7 milhões de hectares de lavouras, o equivalente a 11% da área ocupada pela agricultura. E deve ganhar mais força em função da lei que criou o chamado Fundo Catástrofe, que servirá para ressarcir de forma complementar os produ-tores rurais atingidos por eventos climáticos desastrosos, como seca e excesso de chuva. Sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a lei destina R$ 4 bilhões ao novo fundo por meio de títulos públicos. Deste total, R$ 2 bilhões serão investidos de imediato e o restante será transferido pela União em três anos.

Em relação às medidas setoriais de apoio ao produtor, além dos programas ABC, Produsa e Propflora, os principais destaques são: o Programa de Financiamento à Estocagem de Etanol Combustível, com recursos da ordem de R$ 2,4 bilhões; a destinação de R$ 2,08 bilhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para a safra de café 2010/2011; e a proposta de projeto de lei em estudo que busca acelerar pesquisa, exploração e comercialização de minerais fertilizantes.

Os objetivos do Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011 são:

• Aumentar o volume total de recursos do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), sobretudo a taxas

controladas;

• Melhorar a liquidez e reduzir os custos financeiros para o produtor;

• Apoiar a comercialização;

• Ampliar a cobertura do seguro rural;

• Reforçar o apoio ao médio produtor rural;

• Estimular o desenvolvimento sustentável da agropecuária, incentivando especialmente a agricultura

de baixo carbono;

• Incentivar as boas práticas agrícolas e pecuárias;

• Aprimorar e fortalecer o sistema de armazenagem para a produção rural;

• Fortalecer as cooperativas do setor agropecuário;

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Plano Agrícola e Pecuário 2010 |2011

2. Crédito Rural

Nesta safra serão destinados R$ 100 bilhões para a agricultura comercial. Um aumento de 8% em comparação com a safra passada. Recursos oferecidos a juros controlados, para operações de custeio e de comercialização, constituem o maior aumento no volume total do crédito: R$ 75,6 bilhões – 14% a mais do que em 2009/2010. Principais medidas para o crédito rural na safra 2010/2011:

• Elevação no crédito para a agricultura comercial

• Aumento nos limites de financiamento em operações de custeio e comercialização

• Ações de incentivo à Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que resulta em menor emissão de gases

causadores do efeito estufa

• Incentivo ao médio produtor rural, com a criação de um programa especificamente voltado para esse

público: o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), que manterá as políticas do Programa de Geração de Emprego e Renda Rural (Proger Rural)

• Aumento dos limites de financiamento de custeio para os médios produtores

• Direcionamento de recursos obrigatórios dos depósitos à vista para o Pronamp

• Incentivo à construção e à adequação de armazéns na fazenda, por meio da elevação de limite de

crédito em programas de investimento, aumento do prazo de reembolso e maior volume de recursos Além disso, o Governo Federal prevê R$ 16 bilhões para a agricultura familiar.

Agricultura comercial: R$ 100 bilhões (aumento de 8%)

Crédito Rural – Safra 2010/2011

Em R$ bilhões Financiamento 2009/10 2010/11 Variação (%) Custeio e comercialização 66,2 75,6 14 - Juros controlados 54,2 60,7 12 - Juros livres 12 14,9 24 Investimento 14 18 29 Linhas especiais 12,3 6,4 - 48 Total 92,5 100 8

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2.1 Programas de Investimento

Para as operações de investimento foram disponibilizados R$ 18 bilhões – 29% a mais do que na safra passada. Além do aumento do volume de recursos e do limite de crédito para programas de investimento, um maior apoio ao médio agricultor, à produção sustentável e à armazenagem são medidas que mere-cem destaque.

Foram destinados para investimento:

• R$ 2 bilhões para a Agricultura de Baixo Carbono (ABC)

• R$ 1 bilhão para o Programa de Estímulo à Produção Agropecuária Sustentável (Produsa)

• R$ 1 bilhão para o Programa de Incentivo à Irrigação e à Armazenagem (Moderinfra)

• R$ 2 bilhões para o Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção

Agropecuária (Prodecoop)

• R$ 2 bilhões para o Programa de Capitalização das Cooperativas de Produção Agropecuária (Procap-Agro)

Para garantir a continuidade dos financiamentos na transição entre um ano safra e outro, o Governo continua a permitir que programas com saldo de recursos possam atender os produtores que buscam financiamento nesse período.

Investimento: volume de recursos por programa

Programa/Fontes Recursos Programados (R$ Milhões) Limite de crédito (R$ mil) Prazo máximo (anos) Carência

(anos) Taxa de juros (% ao ano)

2009/10 2010/11 ABC - 2.000 1.000 12 3 5,5 Moderinfra 500 1.000 1.300(1) 12 3 6,75 Moderagro (2) 850 850 300 8 ou 10 3 6,75 Propflora 150 150 300 4, 12 ou 15 (3) (4) 6,75 Produsa 1.500 1.000 300 ou 400 5 a 12 (5) 2, 3 ou 6 (6) 6,75 ou 5,75 (7) Prodecoop 2.000 2.000 50.000 (8) 12 3 6,75

Moderfrota 2.000 1.000 - 4, 6 ou 8 (9) Sem carência 9,5

Pronamp 1.500 1.700 - - -

-- Moderfrota 1.000 500 - 4, 6 ou 8 Sem carência 7,5

- Outros investimentos 500 1.200 200 8 3 6,25 Procap-Agro 2.000 2.000 50.000 6 2 6,75 Fundos Constitucionais 3.500 2.450 - - 5 a 8,5 (10) Poupança Rural - 1.000 de 300 a 1.300 - - 6,75 (Continua)

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Plano Agrícola e Pecuário 2010 |2011 Programa Recursos Programados (R$ Milhões) Limite de crédito (R$ mil) Prazo máxi-mo (anos) Carência (anos) Taxa de juros (% ao ano) 2009/10 2010/11 Outras Fontes (11) - 2.900 - - - -Total Geral 14.000 18.050 - - - -Fonte: SPA/Mapa.

(1) Para financiamento coletivo, o limite de crédito é de R$ 4 milhões.

(2) Crédito individual: até R$ 600 mil, respeitando o limite de R$ 300 mil por modalidade discriminada nas condições do programa. Quando se

tratar de financiamento para reposição de matrizes bovinas ou bubalinas no âmbito do PNCEBT, o limite de crédito é de até R$ 120 mil por beneficiário e de até R$ 3 mil por animal. Crédito coletivo de até R$ 900 mil por modalidade, respeitado o limite individual por participante. Prazo de até dez anos quando se tratar de projetos referentes à suinocultura e à avicultura.

(3) O prazo de até quatro anos refere-se a financiamentos para a implantação de viveiros de mudas florestais. O prazo pode ser estendido a

até 15 anos, conforme a espécie florestal.

(4) Carência de seis meses, a partir da data do primeiro corte, limitada a oito anos, quando se tratar de projetos para implantação e

manu-tenção de florestas destinadas ao uso industrial e a projetos de produção de madeira destinada à queima no processo de secagem de produtos agrícolas e à produção de carvão vegetal. Carência de um ano, a partir da data de contratação, quando se tratar de projetos para recomposição e manutenção de áreas de preservação e reserva florestal legal. Para implantação de viveiros de mudas florestais, a carência é de até 18 meses. Carência de até seis anos para implantação de florestas de dendezeiro.

(5) Até cinco anos quando se tratar apenas de correção de solo. Até oito anos para investimentos em solos, equipamentos, benfeitorias etc.

Até 12 anos para investimentos voltados para implantação de sistemas produtivos integração lavoura-pecuária-silvicultura (ILPS), quando o componente florestal estiver presente, e para a implantação de florestas de dendezeiro.

(6) A carência de até dois anos se refere a financiamentos destinados somente à correção de solos. A carência de seis anos se refere à

implantação de florestas de dendezeiro.

(7) A taxa de 5,75% ao ano será aplicada quando se tratar de projeto destinado à recuperação de áreas produtivas degradadas, inclusive

com pastagens, desde que obedecidos os pré-requisitos do programa.

(8) No financiamento a cooperativas centrais para aplicação em projetos de industrialização de produtos prontos para o consumo humano,

esse limite pode ser elevado para até R$ 200 milhões.

(9) Até quatro anos para itens usados, seis anos para tratores e oito para colheitadeiras.

(10) Será concedido bônus de adimplência de 15% sobre os juros. No caso do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), o bônus

será de 25% para financiamento na região do semiárido nordestino.

(11) Recursos obrigatórios (MCR 6-2), Recursos livres (6-3) e Recursos externos (63 Rural).

Produção sustentável no campo

Agricultura de Baixo Carbono (ABC)

O programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), instituído pela Resolução Bacen no 3.896, de 17 de agosto de 2010, foi criado para que a agropecuária brasileira conte com uma série de alternativas tecno-lógicas para minimizar a emissão dos gases causadores do efeito estufa. Foram destinados R$ 2 bilhões ao programa, para financiar práticas adequadas, tecnologias adaptadas e sistemas produtivos eficientes que contribuam para o alcance desse objetivo.

O programa financia a implantação e ampliação de sistemas de integração de agricultura com pecuária ou de integração lavoura-pecuária-florestas, correção, adubação e implantação de práticas conservacionistas de solos, implantação e manutenção de florestas comerciais, recomposição de áreas de preservação ou de reservas florestais e outras práticas que envolvem produção sustentável e direcionada para uma baixa emissão de gases causadores do efeito estufa.

Também são objetivos do programa ABC:

• Estimular a redução do desmatamento de florestas nos próximos anos, sobretudo no bioma

Amazô-nia, mediante a ampliação das atividades agropecuária e agroflorestal em áreas degradadas ou em processo de recuperação

• Incentivar a implantação de sistemas produtivos sustentáveis, priorizando a recuperação de áreas

e pastagens degradadas, o plantio direto na palha e o plantio de florestas, o sistema de integração lavoura-pecuária-florestas e a substituição do uso de fertilizantes nitrogenados pela fixação biológica do nitrogênio no próprio processo de produção de alimentos

(14)

• Estimular a implantação de sistemas produtivos ambientalmente sustentáveis e medidas que visam ao aproveitamento de resíduos vegetais. Produtores rurais e suas cooperativas contam com um li-mite de financiamento por beneficiário de R$ 1 milhão e taxas de juros de 5,5% ao ano. O prazo de reembolso é de 12 anos.

Programa de Estímulo à Produção Agropecuária Sustentável (Produsa)

O Produsa visa estimular a recuperação de áreas destinadas à produção agropecuária que, embora ainda produtivas, oferecem desempenho abaixo da média devido à deterioração física ou à baixa fer-tilidade do solo.

Na safra 2010/2011, o Produsa passa a incluir a cultura da palma (dendê) entre os itens financiáveis, quando cultivada em áreas degradadas, com taxa de juros de 5,75% ao ano e prazo de financiamento de até 12 anos, com carência de até seis anos. Para essa safra, o Produsa dispõe de R$ 1 bilhão.

Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas (Propflora)

O programa permite financiar a implantação de florestas e a recomposição das áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente. Na safra 2010/2011, seu limite de financiamento foi elevado para R$ 300 mil e o prazo de reembolso estendido para até 15 anos, conforme a espécie a ser plantada.

Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp)

O desempenho do Programa de Geração de Emprego e Renda Rural (Proger Rural), cuja aplicação de recursos aumentou mais de cinco vezes em relação à safra passada, teve como resultado a conversão para um novo programa especialmente voltado para o médio produtor rural: o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). Esse programa coloca o médio produtor rural como prioridade e conta com R$ 5,65 bilhões para a safra 2010/2011.

O Pronamp oferece ao produtor rural de médio porte melhores condições para financiamento e custeio. O limite de financiamento de custeio foi elevado de R$ 250 mil para R$ 275 mil. Ficam mantidos o limite de R$ 200 mil para investimento e outros benefícios contemplados pelo Proger na safra anterior.

Pronamp – Condições de Financiamento

Especificação 2010/11

1. Volume de recursos (1) (R$ bilhões) 5,65

2. Renda bruta anual (R$ mil) 500

3. Limite de financiamento para custeio (R$ mil) 275 (2)

4. Taxa de juros (% ao ano) 6,25

5. Rebate sobre a renda bruta anual (%) 20 (3), 40 (4), 80 (5)

6. Crédito rotativo (R$ mil) 50

Fonte: SPA/Mapa.

(1) Para custeio e investimento.

(2) Para operações de investimento o limite é de R$ 200 mil.

(3) Ovinocaprinocultura, aquicultura, sericicultura, fruticultura, café e cana-de-açúcar. (4) Avicultura e suinocultura não integrada, floricultura, pecuária leiteira e olericultura. (5) Avicultura e suinocultura integrada ou em parceria com a agroindústria.

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Plano Agrícola e Pecuário 2010 |2011

Incentivo à armazenagem

O Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011, visando a uma melhor rede de armazenagem da produção rural brasileira, estabelece medidas para incentivar a construção, a manutenção e a adequação de armazéns na fazenda. Essas medidas envolvem dois programas de investimento: o Programa de Incentivo à Irriga-ção e à Armazenagem (Moderinfra) e o Programa de Desenvolvimento Cooperativo para AgregaIrriga-ção de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop).

Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop)

Este programa também apoia projetos de armazenagem de cooperativas.

Programa de Incentivo à Irrigação e à Armazenagem (Moderinfra)

Para que seja ampliada a capacidade de armazenamento nas propriedades rurais, o Moderinfra concede maior limite de financiamento, com maior prazo de pagamento. Permite a concessão de até R$ 1,3 mi-lhão por empreendimento individual e R$ 4 milhões para empreendimentos coletivos, quando se tratar de projeto de armazenagem. O prazo de reembolso aumentou para 12 anos. A partir desta safra, será permitido o financiamento de unidades armazenadoras localizadas em áreas urbanas, desde que sua capacidade de armazenagem seja proporcional à produção agropecuária do beneficiário e a logística de transporte e de armazenagem seja adequada. Para este programa, o volume de recursos dobrou, pas-sando de R$ 500 milhões para R$ 1 bilhão.

Políticas para as cooperativas de produção agropecuária

Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias (Procap-Agro)

As cooperativas de produção agropecuária, pesqueiras e aquícolas contam com recursos para a recupera-ção ou a reestruturarecupera-ção patrimonial por meio do Programa de Capitalizarecupera-ção de Cooperativas Agropecuá-rias (Procap-Agro).

Para a integralização de cotas-partes, o limite de crédito é de R$ 40 mil por associado, desde que não ultrapasse o limite de R$ 50 milhões por cooperativa. Para capital de giro, o limite é de R$ 50 milhões por cooperativa, descontado o valor de financiamento para integralização de cotas-partes. Os juros são de 6,75% ao ano e o prazo de pagamento é de até seis anos, incluídos até dois anos de carência.

Para a safra 2010/2011, foi estendida a possibilidade de concessão de crédito para capital de giro e saneamento financeiro, beneficiando tanto cooperativas singulares quanto as centrais. Nesta safra, são alocados R$ 2 bilhões para o Procap-Agro.

Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop)

O Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Pro-decoop) visa incrementar a competitividade do complexo agroindustrial das cooperativas brasileiras por meio da modernização dos sistemas produtivos e de comercialização, contando com crédito para o finan-ciamento de capital de giro e investimento. Nesta safra, o Prodecoop passa a contemplar a possibilidade de projetos para a integração de cooperativas na industrialização de produtos prontos para o consumo humano, processados e embalados, agregando valor e alavancando eficiência e a capacidade produtiva do sistema cooperativo. São destinados R$ 2 bilhões para o Prodecoop no ciclo 2010/2011.

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2.2 Custeio e Comercialização

O crédito para o custeio e a comercialização, na safra 2010/2011, é de R$ 75 bilhões, dos quais R$ 60,7 bilhões são ofertados a juros controlados (com taxa fixa de 6,75% ao ano). Para o período, foi ampliado o limite destinado a operações de Empréstimo do Governo Federal (EGF) para as agroindústrias, passando de R$ 20 milhões para R$ 30 milhões.

Limites de adiantamento de custeio e de EGF (1) por produtor

Limites vigentes na safra

2009/2010 (R$ mil) Produtos 2010/2011 (R$ mil)Limites para a safra 600 Algodão, frutas ou milho, ou para lavouras irrigadas de arroz, feijão, mandioca, soja, sorgo ou trigo. 650 450 Amendoim ou café (2) ou para lavouras não irrigadas de

arroz, feijão, mandioca, soja, sorgo ou trigo. 500

250 Cana-de-açúcar, pecuária bovina e bubalina, leiteira ou de corte, e para avicultura e suinocultura exploradas em sistemas que não o de parceria.

275

170 Demais produtos. 200

Fonte: SPA/Mapa.

(1) O EGF está vinculado a produtos cujo preço mínimo foi definido pelo Governo Federal (ver tabela no capítulo 3).

(2) No limite de R$ 500 mil, para o custeio de café, consideram-se os valores de financiamentos tomados pelo mutuário na mesma safra com

recursos do Funcafé destinados a tratos culturais e colheita.

Nesta safra, uma Linha Especial de Crédito (LEC) vai atender produtores rurais, cooperativas de produtores rurais, beneficiadores e agroindústrias que beneficiem ou industrializem maçã, pêssego, manga, mamão, abacaxi, maracujá, goiaba, banana, mel, lã ovina, leite de ovelha e leite de cabra.

A linha de crédito destinada ao Financiamento para Aquisição de Café (FAC), com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), tem novo limite de crédito, que corresponde a 50% da capacidade anual de beneficiamento ou industrialização, limitado a R$ 20 milhões.

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(18)

Apoio à

Comercialização

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Plano Agrícola e Pecuário 2010 |2011

3. Apoio à Comercialização

Para garantir os preços mínimos aos produtores, está programado o aporte orçamentário de R$ 5,2 bilhões, o que permitirá a aplicação dos instrumentos de equalização de preços e aquisição direta dos produtores, além da oferta de contratos públicos e privados de opção de venda. Essas operações reduzem a volatilidade de preços e viabilizam a melhoria na renda do produtor.

3.1 Preços mínimos

Diante da relativa estabilidade econômica nesse período, os valores dos preços mínimos foram man-tidos, exceto o do trigo, açaí e pequi, garantindo aos produtores preços ajustados aos custos variáveis das culturas.

É relevante ressaltar que o crescimento da produtividade nas principais culturas gerou redução no custo médio, o que permitiu melhor sintonia dos preços mínimos com os recebidos pelos produtores, garantindo a manutenção da renda agrícola.

Nesta safra, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento prossegue com a política de garan-tia de preço para produtos da sociobiodiversidade, ampliando esse apoio para baru, cera de carnaúba, mangaba e umbu, o que viabiliza melhoria na renda dos produtores e o desenvolvimento sustentável nas regiões envolvidas.

Preços Mínimos - Safras de Verão, de Produtos Regionais e das Regiões Norte e Nordeste - R$/unidade

Produtos Regiões e Estados Amparados Unidade Tipo/Classe Básico MínimoPreço Início de Vigência Algodão

em caroço

Sul, Sudeste, Centro-Oeste e BA-Sul

15 kg - 15,60 Jan/2011

Norte e Nordeste (exceto BA-Sul) Jul/2011

Algodão em pluma

Sul, Sudeste, Centro-Oeste e BA-Sul

15 kg Tipo SLM 41.4 44,60 Jan/2011

Norte e Nordeste (exceto BA-Sul) Jul/2011

Alho Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste kg T5-Extra 2,20 Jul/2010

Amendoim Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste 25kg - 18,07 Jan/2011

Arroz longo fino em casca Sul (exceto PR) 50 kg Tipo 1-58/10 25,80 Jan/2011 Sudeste, Nordeste, Centro-Oeste

(exceto MT) e PR 60 kg 30,96 Norte e MT 28,23 Arroz longo em casca Sul (exceto PR) 50 kg Tipo 2-55/13 18,90 Jan/2011 Sudeste, Nordeste, Centro-Oeste

(exceto MT) e PR 60 kg 18,90

Norte e MT 21,66

Borracha

natural Todo o território nacional kg - 1,53 Jan/2011

Café Arábica Todo o território nacional 60 kg Tipo 6 261,69

Mai/2010

Café Robusta Todo o território nacional 60 kg Tipo 7 156,57

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Produtos Regiões e Estados Amparados Unidade Tipo/Classe Básico MínimoPreço Início de Vigência Caroço de

algodão

Sul, Sudeste, Centro-Oeste e BA-Sul

15 kg - 2,57 Jan/2011

Norte e Nordeste (exceto BA-Sul) Jul/2011

Castanha-de-caju Norte e Nordeste kg Único 1,20 Jul/2011

Castanha do Brasil

(amên-doa) Norte kg - 2,49 Jan/2011

Casulo de

seda PR e SP kg 15% Seda 5,56 Jul/2010

Cera de

carnaúba Nordeste kg Tipo 4 6,59 Jul/2010

Farinha de mandioca

Sul, Sudeste e Centro-Oeste

50 kg Fina T3 25,67 Jan/2011

Norte e Nordeste 28,67

Fécula de

mandioca Sul, Sudeste e Centro-Oeste kg Tipo 2 0,69 Jan/2011

Goma/

Polvilho Norte e Nordeste kg Classificada 0,86 Jan/2011

Feijão Sul, Sudeste, Centro-Oeste e BA-Sul 60 kg Tipo 2 80,00 Nov/2010

Norte e Nordeste (exceto BA-Sul) Jan/2011

Feijão

macaçar Norte e Nordeste 60 kg - 53,00 Jan/2011

Guaraná Norte, Nordeste e Centro-Oeste kg Tipo 1 8,92 Jul/2010

Juta/Malva embonecada Norte e MA kg Tipo 2 1,20 Jan/2011 Juta/Malva prensada kg 1,41 Leite

Sul, Sudeste e Nordeste

l -0,54 Jul/2010 Centro-Oeste (exceto MT) 0,52 Norte e MT 0,47 Mamona em

baga Norte, Nordeste, GO, MT, MG e SP 60 kg Único 40,65 Jul/2010

Milho

Sul, Sudeste, Centro-Oeste (exceto MT)

60 kg Único

17,46

Jan/2011

MT e RO 13,98

Norte (exceto RO) e Nordeste 20,10 Jul/2011

Milho pipoca Sul, Sudeste, Centro-Oeste e BA-Sul kg - 0,53 Jan/2011

Pó cerífero Nordeste kg Tipo A 4,00 Jul/2010

Raiz de mandioca

Sul, Sudeste e Centro-Oeste

t - 110,82 Jan/2011

Norte e Nordeste 117,35

Sisal BA, PB e RN kg SLG 1,04 Jul/2010

Soja

Todo o Território Nacional (exceto MT, RO,

AM, PA, AC) 60 kg - 25,11 Jan/2011

MT, RO, AM, PA e AC - 20,09

(21)

20

Plano Agrícola e Pecuário 2010 |2011

Produtos Regiões e Estados Amparados Unidade Tipo/Classe Básico MínimoPreço Início de Vigência

Sorgo

Sul, Sudeste, Centro-Oeste (exceto MT)

60 kg Único

13,98

Jan/2011

MT, e RO 11,16

Norte (exceto RO) e Nordeste 19,00 Jul/2011

Uva Sul, Sudeste e Nordeste kg 15º Grau Glu-cométrico 0,46 Fev/2010

Preços Mínimos - Safra de Inverno Grãos e Sementes (1) - R$/60 kg.

Produtos Regiões/Estados Amparados Tipo Preços Mínimos - R$/60 kg Início de Vigência

Aveia Sul 1 16,02 Jul/2010

Canola

Único

28,26

Cevada Sul, Sudeste e Centro-Oeste 22,32 Jul/2010

Girassol Sul e Centro-Oeste 25,68 Jul/2010

Triticale Sul, Sudeste e Centro-Oeste Único 17,10 Jul/2010

Semente de cevada

Sul, Sudeste e Centro-Oeste

Único

0,57 Jul/2010

Semente de Girassol 0,59 Jul/2010

Semente

de trigo Sul, Sudeste e Centro-Oeste 1,21 Jun/2010

Semente

de triticale Sul, Sudeste e Centro-Oeste 0,52 Jul/2010

Produtos Regiões/Estados Amparados Tipo

Preços Mínimos - R$/60 kg

Início de Vigência Brando Pão Melhorador/Durum

Trigo Sul 1 23,81 28,62 29,97 Jul/2010 2 22,19 26,30 27,54 3 19,20 22,56 22,56 Centro-Oeste, Sudeste e BA 1 26,78 32,08 33,59 2 24,84 29,43 30,83 3 21,59 25,37 25,37

(1) Genética, básica e certificada S1 e S2, de acordo com o artigo 35 do Decreto nº 5.153, de 23 de julho e 2004, que regulamentou a Lei nº

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Preços Mínimos para Sementes - Safras de Verão, de Produtos Regionais e das Regiões Norte e Nordeste - R$/kg

Produtos Regiões e Estados Amparados Preços Mínimos Início de Vigência

Grãos Sementes (1)

Algodão Sul, Sudeste, Centro-Oeste e BA - Sul 0,1713 0,7474 Jan/2011

Norte e Nordeste (exceto BA - Sul) Jul/2011

Amendoim Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste 0,7228 2,4064 Jan/2011

Arroz longo

fino Todo o território nacional 0,5160 0,9762 Jan/2011

Arroz longo 0,3610 0,6829

Feijão Sul, Sudeste, Centro-Oeste e BA - Sul 1,3333 2,5451 Nov/2010

Norte e Nordeste (exceto BA - Sul) Jan/2011

Feijão

macaçar Norte e Nordeste 0,8833 1,4806 Jan/2011

Juta/Malva Norte e MA - 4,7377 Jan/2011

Milho híbrido

Sul, Sudeste, Centro-Oeste (exceto MT) 0,2910 1,7288

Jan/2011

MT e RO 0,2330 1,3842

Norte (exceto RO) e Nordeste 0,3350 1,9902 Jul/2010

Milho variedade

Sul, Sudeste, Centro-Oeste (exceto MT) 0,2910 0,9608

Jan/2011

MT e RO 0,2330 0,7693

Norte (exceto RO) e Nordeste 0,3350 1,1061 Jul/2010

Soja Todo o território nacional 0,4185 0,9627 Jan/2011

Sorgo híbrido

Sul, Sudeste, Centro-Oeste (exceto MT) 0,2330 1,3842

Jan/2011

MT e RO 0,1860 1,1050

Norte (exceto RO) e Nordeste 0,3167 1,8813 Jul/2011

Sorgo variedade

Sul, Sudeste, Centro-Oeste (exceto MT) 0,2330 1,3842

Jan/2011

MT e RO 0,1860 1,1050

Norte (exceto RO) e Nordeste 0,3167 1,8813 Jul/2011

(1) Genética, básica e certificada, S1 e S2, de acordo com o artigo 35 do Decreto nº 5.153, de 23 de julho de 2004, que regulamenta a Lei nº

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22

Plano Agrícola e Pecuário 2010 |2011

Preços Mínimos - Produtos da Sociobiodiversidade - Safra 2010/2011 Produtos amparados por EGF e/ou Subvenção

Produtos Unidades da Federação/ Regiões Amparadas Unidade Preços Mínimos (R$/Unidade) Vigência

Açaí (fruto) Norte, Nordeste e MT kg 0,69

de 1º/7/2010 até 30/06/2011

Babaçu (amêndoa) Norte, Nordeste e MT kg 1,46

Baru (fruto) Brasil kg 0,20

Borracha Natural

Extrativa Bioma Amazônico kg 3,50

Castanha do Brasil

com casca Norte e MT hl 52,49

Cera de Carnaúba

(Tipo 4) Nordeste kg 6,59

Mangaba (fruto) Nordeste kg 1,51

Piaçava (fibra) Bahia kg 1,67

Amazonas 1,07

Pequi (fruto) Sudeste e Centro-Oeste kg 0,35

Norte e Nordeste 0,21

Pó cerífero (Tipo B) Nordeste kg 4,00

Umbu (fruto) Brasil kg 0,38

3.2 Mecanismos de apoio à comercialização

A política agrícola brasileira se modernizou, a partir dos anos 1990, com base nos objeti-vos de abertura econômica e comercial, liberalização e fortalecimento do mercado, trans-parência, aprimoramento institucional e maior interação das esferas pública e privada. Os mecanismos de apoio à comercialização consistem no esforço contínuo de garantir preços aos produ-tores, de forma a assegurar que se mantenham na atividade rural e, ao mesmo tempo, assegurar um abastecimento que atenda às necessidades da sociedade brasileira.

3.2.1 Garantia e sustentação de preço

No âmbito da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), o Governo Federal institui mecanismos de apoio, sustentação e garantia de preços, que vão desde a tradicional Aquisição do Governo Federal (AGF) até instrumentos de equalização mais recentes:

Aquisição do Governo Federal (AGF)

Mecanismo de compra de produto agrícola pelo preço mínimo de garantia do Governo Federal, regu-lamentado pelo Decreto-lei n.º 79, de 1966. Para se beneficiar deste instrumento, o produtor deverá depositar a quantidade de produto que deseja vender ao Governo Federal em um armazém credenciado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O produto deve estar limpo, seco e classificado. A operação é feita por intermédio da Conab.

Empréstimo do Governo Federal (EGF)

Linha de crédito de financiamento, com base no preço mínimo, concedida a produtores, cooperativas e agroindústrias. O crédito destina-se à estocagem do produto pelo beneficiário, por até 180 dias, induzindo

(24)

a uma garantia da redução da oferta do produto no período da colheita. O limite de operação por mutuário varia conforme o produto, sendo o máximo de R$ 30 milhões. A taxa de juros básica é de 6,75% ao ano.

Prêmio para Escoamento de Produtos (PEP)

O Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) visa garantir ao produtor o preço mínimo. O Governo paga o prêmio ao comprador que garanta ao produtor pelo menos o preço mínimo e que encaminhe o produto para uma região predeterminada, de acordo com as necessidades de abastecimento do País. Com esse mecanismo, o Governo pode conduzir uma política de complemento do abastecimento para regiões com déficit nesta área e melhorar a distribuição dos produtos agrícolas, sem a necessidade de comprá-los.

Prêmio de Equalização Pago ao Produtor (Pepro)

O Prêmio de Equalização pago ao Produtor (Pepro) também visa garantir que o produtor venda pelo preço mínimo. Para isso, o Governo paga a diferença entre o preço da venda ao mercado e o preço mínimo, caso o preço de mercado esteja abaixo do mínimo. A diferença fundamental em relação ao PEP está no fato de a subvenção econômica (prêmio) ser paga diretamente ao produtor, que também é responsável por toda a documentação que comprova a operação.

Contrato de Opção de Venda Pública de Produtos Agrícolas

Sinalizador da expectativa governamental de preços futuros para os preços praticados no mercado, o Contrato de Opção de Venda foi criado em 1997. É um contrato negociado pelo Governo que permite ao produtor ou às cooperativas vender a sua produção para os estoques públicos, em data futura, por um preço previamente fixado (preço de exercício).

Esse instrumento assegura ao seu detentor o direito de entregar ao Governo a quantidade de produto vinculada à operação no seu vencimento, desde que respeitadas as especificações definidas no contrato. Funciona como um seguro ao produtor contra a queda de preços e permite melhorar também os preços ao consumidor.

Recompra e repasse de Contrato de Opção de Venda

O leilão de recompra ou repasse é feito para desonerar o Governo da obrigatoriedade de adquirir um produto sem causar prejuízo aos produtores e cooperativas.

Na recompra ou no repasse de Contrato de Opção de Venda é feita uma reversão dos contratos de opção, me-diante oferta de subvenção financeira equivalente à diferença entre o preço de exercício e o preço de mercado. No leilão de repasse, o Governo (lançador original do contrato de opção) é substituído por um agente privado que recebe a subvenção. As obrigações do Governo com os produtores e co-operativas detentoras dos contratos de opções são assumidas pelo arrematante do leilão. Na recompra, a subvenção é dada diretamente ao produtor.

Prêmio de Opção de Venda Privada de Produtos Agrícolas (Prop)

Mecanismo similar ao Contrato de Opção de Venda do Governo. A diferença é o lançamento das opções por empresas privadas, interessadas em comprar o produto. O Governo garante a operação dentro de determinados limites.

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24

Plano Agrícola e Pecuário 2010 |2011

Linha Especial de Crédito de Comercialização (LEC)

A LEC é chamada de linha “especial” de crédito porque pode, de acordo com as circunstâncias, financiar produtos que não constam da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM).

A principal diferença entre a LEC e o EGF é a possibilidade de o preço base para a operação ser diferente do preço mínimo. Criada pela primeira vez em 2003, a LEC possibilita o financiamento para carregamento de estoques, mesmo se o preço mínimo estiver defasado, sem implicar necessariamente alteração. O limite de operação, nesta safra, é R$ 30 milhões por tomador.

3.2.2 Abastecimento

Como contrapartida da garantia de preços mínimos aos produtores, o Governo assegura aos consumidores um abastecimento no tempo devido e com uma distribuição que atenda à demanda nacional. Para prover os consumidores com os estoques públicos, o Governo se vale dos seguintes mecanismos:

Vendas tradicionais

O Governo vende produtos oriundos do estoque público, por meio de leilões operados pela Conab, de modo a regular o abastecimento e o preço dos produtos agrícolas no mercado.

Valor de Escoamento de Produto (VEP)

O Valor de Escoamento de Produto (VEP) é uma subvenção que também possibilita a venda de estoque público. Se na venda tradicional o produto é comercializado na região de origem do depósito, no caso do VEP o Governo paga uma subvenção – chamada de prêmio – para que o produto seja destinado a uma região predeterminada (geralmente deficitária), conforme as necessidades de abastecimento do País.

3.3 Instrumentos de Financiamento Privado

O Governo Federal também recorre a mecanismos capazes de atrair o capital privado para o financiamen-to da atividade agrícola e para o apoio à comercialização. Esses mecanismos financiamen-tomam a forma de títulos de crédito especialmente desenvolvidos para financiar o agronegócio. A ideia é estimular o investidor urbano, seja ele um pequeno poupador ou um grande fundo de pensão, a financiar a atividade rural, complementando o crédito rural regulamentado pelo Governo.

Nota Comercial do Agronegócio (NCA)

Também é conhecida como Agrinote. Do grupo das Notas Comerciais (Commercial Papers), as NCAs são notas promissórias comerciais para distribuição pública, voltadas exclusivamente para o agronegócio. Fo-ram instituídas pela Instrução CVM nº 422, de 20 de setembro de 2005. Com a NCA, a empresa emissora se compromete a efetuar o pagamento em dinheiro ao titular (credor) da quantia a ser apurada, de acordo com os termos definidos no título, em data futura predeterminada.

Para lançar tais papéis no mercado, as empresas devem se registrar na Comissão de Valores Mobiliários como empresa “emissora de NCA” ou serem constituídas como cooperativas, ou sociedades anônimas, desde que se dediquem à produção, comercialização, beneficiamento ou industrialização de produtos, insumos, máquinas ou implementos voltados à atividade agropecuária.

Para emitir uma NCA, a emissora deverá, em regra, ser registrada na CVM como companhia aberta ou como emissora de NCA. As companhias fechadas, as sociedades limitadas e as cooperativas poderão soli-citar somente registro de emissoras de NCA, juntamente com o pedido de registro de oferta pública, desde

(26)

que a NCA emitida tenha valor nominal unitário igual ou superior a R$ 300 mil, garantidos por seguro de crédito, ou tenha valor nominal unitário igual ou superior a R$ 1 milhão, sem seguro.

Pode ser dispensado o registro da empresa caso as NCA tenham prazo igual ou inferior a 270 dias. As NCAs devem ser emitidas sob a forma escritural e podem ter prazo máximo de até 360 dias, a contar de sua efetiva integralização. A empresa emissora poderá resgatar antecipadamente a NCA, desde que obtenha anuência do titular (credor), mas o resgate antecipado implica extinção do título, não havendo possibilidade de sua manutenção em tesouraria até o vencimento. É facultado adicionar garantias à NCA, tais como bens ou títulos de crédito originário ou decorrente da produção rural; ou garantia fiduciária de instituição financeira.

Cédula do Produto Rural (CPR)

Esse título permite ao produtor a comercialização antecipada da safra, com a obtenção de recursos para custear a implantação das lavouras junto a bancos ou a outro agente financiador. A CPR pode ser emitida por produtores ou cooperativas e representa uma promessa de entrega do produto a ela vinculado. Há ainda a CPR Financeira, em que a liquidação é feita em dinheiro. Esse título é bastante utilizado como garantia em operações de financiamentos de insumos.

Nota Promissória Rural e Duplicata Rural (NPR e DR)

Os descontos de NPR e DR permitem ao setor de processamento de matérias-primas agropecuárias obter recursos de crédito rural para pagar as compras junto aos produtores agropecuários. O limite dessas ope-rações é de R$ 10 milhões por tomador. São opeope-rações feitas com agentes financeiros.

Certificado de Depósito Agropecuário (CDA) e Warrant Agropecuário (WA)

O Certificado de Depósito Agropecuário (CDA) e o Warrant Agropecuário (WA) são títulos lastreados em pro-duto agrícola depositado em armazéns. O CDA representa a promessa de entrega da mercadoria depositada e o WA dá direito à instituição financeira, responsável pela operação, de penhorar a mercadoria descrita no CDA. Os dois títulos são emitidos simultaneamente e se referem a um mesmo lote de mercadoria.

O produtor rural deposita o produto agropecuário em armazém de sua confiança e solicita do armaze-nador a emissão do CDA e do WA. De posse dos títulos, o produtor providencia, junto a uma instituição financeira, registro e custódia em entidade autorizada pelo Banco Central.

A partir daí, a negociação dos títulos será necessariamente eletrônica. O WA permite a seu detentor a penhora do produto para garantir uma operação de empréstimo bancário. O CDA, por sua vez, permite vender a mercadoria. Só há incidência fiscal quando é feita uma operação comercial envolvendo o produto que lastreou a emissão do CDA/WA (retirada do produto para processamento ou venda ao exterior). A não incidência de ICMS a cada operação com os títulos permite a negociação por intermédio de agentes financeiros que não têm interesse no produto físico, como um fundo de pensão que deseja carregar o risco de mercado, apostando na alta de preços. O CDA/WA é, dessa forma, uma alternativa de investimento no mercado financeiro com lastro em produtos agrícolas.

Ele amplia a demanda pela produção rural, atraindo investidores urbanos cujo interesse é o de assumir, por um tempo, o risco de preço da mercadoria.

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Plano Agrícola e Pecuário 2010 |2011

Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)

Para garantir operações de empréstimos bancários, os produtores emitem títulos financeiros que são resgatados no pagamento da dívida. Esses títulos, recebíveis para seus detentores, ficam em carteira até o vencimento. Para potencializar o emprego desses recursos, foi criada a LCA, de emissão exclusiva do sistema financeiro.

Em vez de aguardar o vencimento dos recebíveis, o agente financeiro pode emitir uma LCA ne-les lastreada e comercializá-la no mercado. Assim, a LCA pode ser vendida a um investidor ur-bano, o que permite ao banco obter recursos para financiar novos empreendimentos agrícolas. A operação se completa quando, nos respectivos vencimentos, o produtor resgata sua dívida com o ban-co, que, por sua vez, paga a LCA a seu detentor. Para garantir a segurança, é obrigatória a inclusão das emissões de LCA, e dos respectivos lastros, em sistema de registro e de liquidação financeira de ativos (autorizado pelo Banco Central). É importante observar que o risco do investidor é apenas quanto ao ban-co emissor da LCA, pois, no caso de eventual inadimplência do produtor rural, o banban-co tem a obrigação de honrar o pagamento do título.

Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA)

Operação semelhante à LCA, com recebimento no período de colheita. Pode ser realizada por empresa, cooperativa ou entidade não financeira (agroindústria ou empresa exportadora) fornecedora de insumos ou financiadora de custeio.

Ao financiarem seus insumos ou venderem parte da colheita futura, os produtores podem garantir a opera-ção com a emissão de CPR ou de qualquer outro título representativo de dívida a ser resgatada no futuro. As empresas financiadoras podem usar o estoque de recebíveis para lastrear o lançamento de CDCA, ofertando-as no mercado e obtendo novos recursos para ampliar valores de financiamento aos produto-res. Uma cooperativa pode atuar como emissora de recebíveis e/ou como emissora de CDCA. O CDCA e seus lastros têm, obrigatoriamente, de constar em sistemas de registro autorizados pelo Banco Central, bem como permanecer sob custódia de algum banco.

No vencimento, o produtor paga a dívida e resgata o recebível da emissão. A empresa financiadora paga ao investidor, no vencimento do CDCA, resgatando o título por ela emitido. O investidor se expõe apenas ao risco da empresa emissora do CDCA.

Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA)

As operações com CRA são exclusivamente conduzidas por Sociedades de Propósito Específico (SPE), cons-tituídas para negócios de securitização. Como a legislação não permite que as empresas de securitização assumam riscos no mercado, as condições das operações financeiras devem ser previamente negociadas entre as partes.

O comprador do CRA opera com o risco dos produtores rurais, e não da empresa securitizadora. Cabe à empresa de securitização identificar investidores dispostos a correr esse tipo de risco. Uma vez realizada a negociação entre clientes (cooperativas tradicionais ou empresas do agronegócio) e investidores, são acer-tados os detalhes da operação (tais como remuneração do investidor, prazo de vencimento dos títulos etc.). Em seguida, a securitizadora compra os recebíveis da cooperativa, emite um CRA, com lastro dos rece-bíveis, e, imediatamente, transfere o CRA para os investidores. Dessa forma, o risco de inadimplência é integralmente assumido pelo investidor.

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Avanços na Gestão

de Risco Rural

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Plano Agrícola e Pecuário 2010 |2011

4. Avanços na Gestão de Risco Rural

O excelente desempenho alcançado com a política de minimização de riscos no setor agropecuário é uma conquista que continuará a merecer atenção especial na safra 2010/2011. Diante do grande risco de perdas por adversidades climáticas nas lavouras e da necessidade de ampliar o acesso dos produtores a mecanismos de proteção, o Governo Federal não tem poupado esforços para que esses riscos sejam minimizados e administrados com eficiência.

Nesse sentido, duas ferramentas disponibilizadas pelo Mapa e cada vez mais utilizadas são o Zoneamento Agrícola de Risco Climático e a subvenção econômica ao prêmio do seguro rural.

No que diz respeito ao zoneamento agrícola, a expansão das culturas contempladas com estudos de risco climático está demonstrada no gráfico a seguir:

Total de Culturas Contempladas com Estudos de Zoneamento Agrícola de Risco Climático

Fonte: SPA/Mapa.

Quanto à subvenção econômica ao prêmio do seguro rural, que teve início no final de 2005, o Programa de Subvenção ao prêmio de Seguro Rural, pelo qual este benefício é concedido aos produtores, vem apre-sentando excepcional crescimento, conforme pode ser observado na tabela seguinte:

Desempenho do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR)

Evolução do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR)

2005 2006 2007 2008 2009 Número de Apólices 849 21.779 31.637 60.120 72.737 Número de Produtores 849 16.653 27.846 43.642 56.306 Subvenção Concedida 2.314.919 31.122.161 60.961.992 157.544.950 259.610.965 Área Segurada 68.148 1.560.549 2.276.245 4.762.902 6.669.296 Capital Segurado 126.637.756 2.869.326.074 2.706.036.105 7.209.176.951 9.684.244.863 Prêmio Arrecadado 8.684.372 71.119.310 127.741.170 324.744.319 477.785.800 Fonte: SPA/Mapa. 40 32 25 23 18 16 9 2004/2005 2005/2006 2006/2007 2007/2008 2008/2009 2009/2010 2010/2011 +25% +28% +9% +28% +13% +78% 45 Nº de cultur as 40 35 30 25 20 15 10 5 0

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4.1 Zoneamento Agrícola de Risco Climático

Desde 1996, o Mapa divulga estudos de zoneamento que permitem ao produtor decidir qual cultura plantar, em que período e em que localidade, com menor exposição a eventos climáticos adversos nas fases mais sensíveis das lavouras. Esses estudos revelam que a cada dez safras há a possibilidade de obter sucesso em pelo menos oito.

O zoneamento é utilizado por agentes financeiros e seguradoras, como forma de mitigar o risco de suas carteiras de crédito e de apólices de seguro rural, assim como por profissionais que prestam assistência técnica rural.

Para ser beneficiado pelo Proagro, pelo Proagro Mais e pela subvenção federal ao prêmio do seguro rural, o produtor tem que observar as recomendações do zoneamento.

Os estudos de zoneamento agrícola de risco climático são elaborados a partir da análise das características do clima, das culturas e dos solos. Em uma primeira etapa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolve uma metodologia básica, que define os parâmetros e critérios de risco climático específicos de cada cultura. Com base nessa metodologia, uma empresa contratada pelo Mapa elabora um calendário de plantio por município, por tipo de solo e por grupo de cultivares, ao cruzar os dados das séries históricas climáticas de, no mínimo, 20 anos de informações diárias, com as características dos solos e os parâmetros das culturas. O objetivo é evitar que adversidades climáticas recorrentes atinjam as lavouras em suas fases de desenvolvimento mais sensíveis.

O período de plantio recomendado pelos estudos proporciona uma probabilidade de pelo menos 80% de sucesso na condução das lavouras. Esse trabalho é executado e revisado anualmente por uma equipe multidisciplinar de cerca de 50 especialistas.

As portarias de zoneamento agrícola de risco climático publicadas no Diário Oficial da União são reprodu-zidas no portal eletrônico do Mapa. A atualização de seus indicativos é anual. Nessas portarias o produtor encontra informações para seguir corretamente os indicativos do zoneamento. Cada estudo publicado indica o período de plantio recomendado por tipo de solo e por grupo de cultivar, para cada município. Por se tratar de um pacote tecnológico, as portarias de zoneamento agrícola de risco climático também indi-cam as cultivares adaptadas a cada região. As cultivares indicadas nas portarias de zoneamento precisam constar do Registro Nacional de Cultivares (RNC) do Mapa: trata-se de um pré-requisito.

Desde sua criação, o zoneamento de risco climático vem sendo gradativamente ampliado para novas culturas e unidades da Federação. Atualmente, esses estudos já alcançam 24 unidades da Federação e contemplam um total de 40 culturas, sendo 15 de ciclo anual (abacaxi, algodão, arroz, amendoim, canola, cevada, feijão phaseolus e feijão caupi, gergelim, girassol, milheto, milho, soja, sorgo e trigo) e 24 per-manentes (açaí, ameixa, banana, cacau, café, caju, cana-de-açúcar, citrus, coco, palma (dendê), eucalipto, maçã, mamão, mamona, mandioca, maracujá, nectarina, palma forrageira, pera, pêssego, pimenta-do-reino, pinus, pupunha e uva), além do zoneamento para o consórcio de milho com braquiária.

Ao longo de 2009 foram publicadas mais de 400 portarias, disponíveis no portal do Mapa (www.agricul-tura.gov.br). Para 2010, a previsão é de que sejam publicadas cerca de 500 portarias. O intuito da expan-são dos estudos é proporcionar ao produtor rural cada vez mais opções de plantio nas diversas regiões agrícolas do País.

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Plano Agrícola e Pecuário 2010 |2011

A tabela a seguir relaciona as culturas e as regiões já contempladas com os estudos de zoneamento.

Culturas Contempladas com Zoneamento- safra 2010/2011

Culturas Anuais Sul Sudeste Centro-Oeste Nordeste Norte

Abacaxi x x x x Algodão x x x x x Amendoim x x x x x Arroz x x x x x Canola x x x Cevada x x x Feijão x x x x x Feijão Caupi x Gergelim x x Girassol x x x x x Milhero x x x x Milho x x x x x Soja x x x x x Sorgo granífero x x x x x Trigo x x x Consórcio Milho x Branq. x x

Culturas Perenes Sul Sudeste Centro-Oeste Nordeste Norte

Açaí x Ameixa x x Banana x x x x Cacau x x Café x x x x x Caju x Cana-de-açúcar x x x x x Citrus x x Coco x x x Dendê x x Eucalipto x x x x x Maçã x Mamão x x x Mamona x x x x x Mandioca x x x x x Maracujá x x x Nectarina x x Palma Forrageira x (Continua)

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Pera x x Pêssego x x Pimenta-do-reino x x Pinius x x Pupunha x x x x Uva x x x Nº de culturas 28 29 23 27 22

4.2 Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR)

A demanda de recursos para a subvenção em 2010 é de R$ 452 milhões, com uma estimativa de R$ 660 milhões para 2011.

Pagando parte do prêmio do seguro rural, o Governo viabiliza e incentiva os produtores a contratarem essa modalidade de garantia. Sem esse benefício e diante do alto custo das apólices, fixado em função do risco da atividade que se propõe garantir, o acesso ao seguro rural seria impeditivo para muitos produtores. Com a contratação do seguro rural, os produtores são indenizados pelas perdas causadas por intempéries climáticas, incêndios ou outros acidentes nominados nas apólices e contam com recursos para retomar suas atividades na safra subsequente.

O Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) do Mapa possibilita ao produtor que contratar seguro rural pagar somente uma parte do prêmio. O benefício, na modalidade agrícola, varia de 40% a 70% do valor do prêmio e está limitado a R$ 96 mil por produtor em cada ano. Nas modalidades pecuária, flores-tas e aquicultura, o benefício é de 30% do valor do prêmio, limitado a R$ 32 mil por produtor em cada ano. As modalidades de seguro rural beneficiárias da subvenção e suas principais características são:

• Agrícola: cobre perdas decorrentes principalmente de eventos climáticos adversos

• Pecuário: cobre morte de animal destinado ao consumo, produção, cria, recria, engorda e trabalho

por tração

Aquícola: cobre mortes e outros riscos a que estão sujeitos os animais aquáticos, como acidentes ou doenças

• Florestas: cobre prejuízos decorrentes de um ou mais riscos estabelecidos nas respectivas apólices

Para ter direito à subvenção, o produtor precisa estar adimplente com a União e seguir as recomendações es-tabelecidas pelas portarias do Zoneamento Agrícola de Risco Climático do Mapa, no caso de culturas anuais. O processo é simples: o produtor apresenta uma proposta de seguro na seguradora de sua preferência e o Mapa verifica, no mesmo dia, a adimplência e o limite operacional. Uma vez aprovada a proposta, o produtor assina a apólice e paga ou financia a parte do prêmio de sua responsabilidade e já passa a ter sua atividade protegida, segundo as cláusulas estabelecidas na apólice. Posteriormente, o Mapa paga a parte restante do prêmio diretamente à seguradora.

Não tem direito à subvenção ao prêmio do seguro rural o produtor que tenha adquirido cobertura do Pro-agro ou do ProPro-agro Mais para a mesma lavoura e na mesma área.

As sociedades seguradoras autorizadas a operar no PSR são:

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34

Plano Agrícola e Pecuário 2010 |2011

• Nobre Seguradora do Brasil S. A.

• Mapfre Vera Cruz Seguradora S. A.

• UBF Seguros S. A.

• Allianz Seguros S. A.z

• Porto Seguro Companhia de Seguros Gerais.

Limites e Percentuais de Subvenção para 2010

Modalidade de

Seguro Grupos de culturas Percentuais de Subvenção % Limites em R$

Agrícola

Feijão, milho segunda safra e trigo 70

96.000,00 Ameixa, aveia, canola, caqui, cevada, centeio, figo, kiwi,

linho, maçã, nectarina, pera, pêssego, sorgo, triticale e uva 60

Algodão, arroz, milho e soja 50

Abacate, abacaxi, abóbora, abobrinha, alface, alho, amen-doim, atemoia, banana, batata, berinjela, beterraba, cacau, café, caju, cana-de-açúcar, cebola, cenoura, cherimoia, chuchu, couve-flor, ervilha, escarola (chicória), fava, girassol, goiaba, graviola, jiló, laranja, lichia, lima, limão e demais cítricos, mamão, mamona, mandioca, manga, maracujá, melancia, melão, morango, pepino, pimentão, pinha, quiabo, repolho, sisal, tangerina, tomate, vagem e demais hortaliças e legumes

40

Pecuário 30 32.000,00

De Florestas 30 32.000,00

Aquícola 30 32.000,00

Valor máximo subvencionável 192.000,00

Fonte: SPA/Mapa.

4.2.1 Outros benefícios

O produtor que contratar seguro rural tem direito a um acréscimo de 15% em seu limite de financiamento de custeio com recursos a juros controlados. Além disso, a parcela do prêmio de seguro rural não subven-cionada pode ser financiada ao amparo dos mesmos recursos.

Com o objetivo de contribuir ainda mais com a redução na parcela do prêmio do seguro rural a ser pago pelo produtor, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento tem mantido entendimentos com os Governos estaduais buscando a implantação de programas estaduais de subvenção ao prêmio do seguro rural. Os estados de São Paulo e de Minas Gerais já contam com programas de subvenção para diversos pro-dutos agrícolas e o estado do Paraná está subvencionando o prêmio do seguro rural para lavouras de trigo.

4.2.2 Fundo de Catástrofe

O Fundo de Catástrofe, aprovado pela Lei Complementar no 137, de 26 de agosto de 2010, tem por obje-tivo oferecer, às seguradoras e resseguradoras, cobertura suplementar para pagamento de parte dos si-nistros decorrentes de eventos climáticos considerados catastróficos nas modalidades de seguro agrícola, pecuária, aquícola e de floresta.

Assim, no caso de um evento climático severo atingir de forma generalizada as lavouras seguradas de uma determinada região, o fundo pagará parte dos sinistros e evitará que as seguradoras tenham

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proble-mas de caixa e deixem de honrar os compromissos assumidos junto aos produtores rurais.

Esse fundo é fundamental para a consolidação do seguro rural no País, pois contribuirá para que as se-guradoras e ressese-guradoras aumentem a oferta de produtos de seguro rural nas regiões de clima mais instável e para as culturas mais sujeitas a eventos climáticos adversos.

4.3 Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro)

Instituído em 1973, o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) tem como objetivo exonerar o produtor do cumprimento de obrigações financeiras em operações de crédito rural de custeio e indenizar os recursos próprios aplicados no empreendimento, em decorrência de perdas de receitas por eventos climáticos adversos ou pela presença de pragas e doenças sem método de combate, controle ou profilaxia difundidos.

Para aderir ao programa, o produtor deve pagar o adicional do Proagro (taxa de prêmio) e seguir os in-dicativos do zoneamento agrícola de risco climático divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A partir de 2009, com a divulgação do zoneamento de abacaxi, cacau, cana-de-açúcar, eucalipto, ma-mão, maracujá e pinus, os produtores dessas culturas puderam enquadrar suas lavouras no Proagro. A partir da safra 2010/2011, poderão ser enquadrados no Proagro os empreendimentos relativos às cul-turas de açaí, citrus, gergelim, milheto, palma forrageira, pimenta-do-reino e pupunha, cujas portarias estão sendo divulgadas.

Desde a safra 2004/2005, o Proagro destinado a garantir as operações do Programa Nacional de For-talecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do Ministério do Desenvolvimento Agrário, denomina-se “Proagro Mais”.

4.4 Comissão Especial de Recursos (CER)

A CER é um órgão colegiado que tem a competência de julgar, em única instância administrativa, os re-cursos relativos às apurações de prejuízos e respectivas indenizações, interpostos por mutuários contra decisões dos agentes financeiros em operações do Proagro e do Proagro Mais.

A CER tem turmas de julgamento em Brasília (DF), Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS). Em 2009, a Comissão julgou mais de 4.187 processos. A secretaria-executiva e o apoio administrativo da CER são exercidos pelo Departamento de Gestão de Risco Rural, por intermédio da Coordenação-geral de Zoneamento Agrope-cuário, e conta com representantes dos agricultores, agentes financeiros, entidades de classe e Governo.

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(38)

Medidas de

Infraestrutura

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38

Plano Agrícola e Pecuário 2010 |2011

O avanço da agropecuária brasileira exige, cada vez mais, atenção em relação aos aspectos da infraestru-tura disponível para o escoamento das safras e a internalização de insumos. Como medidas saneadoras e de incentivo, o Governo Federal está investindo maciçamente na construção de novas rodovias e fer-rovias e criando condições para a implantação de hidfer-rovias, além de modernizar e ampliar a capacidade operacional dos portos, para que as exportações tenham, em curto espaço de tempo, uma logística mais adequada ao volume da produção destinada a esse tipo de operação.

As medidas estruturantes também se destinam a diversificar e equalizar a matriz brasileira de transpor-tes, pois reduzem o custo da movimentação das cargas agrícolas, a partir da integração dos modais e das diversas opções de transportes disponibilizadas ao produtor rural, com consequente barateamento da produção agrícola. Essa equalização, ainda pouco percebida no ano de 2009, será mais forte a partir de 2010 com a entrada em operação de importantes obras, a exemplo das eclusas de Tucuruí, que ampliam o trecho navegável no Rio Tocantins, consolidando uma das metas do Plano Agrícola e Pecuário 2010/2011. A consolidação do Corredor Centro-Norte de Exportação, com utilização dos portos de Itacoatiara (AM), Santarém e Vila do Conde (PA) e Itaqui (MA), devidamente interligados às regiões produtoras por vias e modais de transportes adequados, reduzem não só o custo para os produtores, mas também o tempo de navegação rumo aos mercados compradores em até nove dias. Estas mudanças refletem positivamente na competitividade dos produtos, na renda auferida pelo produtor e no desenvolvimento da região, que participa com 30% da produção brasileira de grãos destinados à exportação.

Os empreendimentos em execução estão contemplados no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).

Rodovias

BR-158: obra em andamento, com alguns trechos concluídos, sendo que aqueles situados no Estado do

Mato Grosso recomendam maior atenção

BR-163: em pavimentação, com maior avanço nos domínios do Estado do Mato Grosso, devendo ser

ace-lerada nos trechos do Estado do Pará

BR-242: 303 Km em implantação e 161 Km em fase de projeto. Trecho interligando a BR-158 (Ribeirão

Cascalheira - MT) à BR-163 (Sorriso - MT) em execução

BR-364: em obras de recuperação e duplicação, com soluções de travessias urbanas em diversos

municí-pios incluídos no PAC 2. Previsão de conclusão de importantes trechos até 2011

BR-080: trecho ligando a região Nordeste do Estado do Mato Grosso e a BR-242 à Ferrovia Norte-Sul,

incluído no PAC 2

Ferrovias

Ferrovia Norte-Sul

• Belém (PA) a Açailândia (MA): 500 km, com projeto em elaboração

• Açailândia (MA) a Palmas (TO): 852 km, 80% concluídos

• Palmas (TO) a Anápolis (GO): 855 km, 20% concluídos

• Anápolis (GO) a Estrela d’Oeste (SP): 670 Km, em fase do projeto de engenharia

(40)

Ferronorte

• Alto Araguaia a Rondonópolis (MT): 260 Km, obras de infraestrutura em andamento nos segmentos 1

(13 Km) e 2 (163 Km). Segmento 3 (84 Km) em licenciamento ambiental

Ferrovia de Integração do Centro-Oeste

• Uruaçu (GO) a Vilhena (RO): 1.490 Km, incluída no PAC 2, em ação preparatória, conclusão prevista

para 2013 (até Lucas do Rio Verde – MT)

• Ferrovia de Integração Oeste-Leste

• Trecho de Ilhéus a Barreiras (BA): em execução (953 km)

• Barreiras (BA) a Figueirópolis(TO): em desenvolvimento de projeto

Hidrovias

Hidrovia do Tocantins: com o início da operação das eclusas de Tucuruí, amplia-se o trecho navegável

do rio para 700 km

Hidrovia Teles Pires – Tapajós:em fase de estudos e desenvolvimento de projetos. Sua implantação

pre-vê um trecho navegável de até 1.570 km, comportando 5 milhões de toneladas de carga

Hidrovia do Parnaíba: disponibilizados os recursos para retomada das obras e instalação dos

equipamen-tos eletromecânicos, com balizamento e sinalização do leito do rio para viabilizar a navegação

Hidrovia Tietê-Paraná: em andamento as obras de ampliação do trecho navegável, de 800 km para

2.000 km e da capacidade de carga de 5 para 30 milhões de toneladas, compreendendo a construção de

12 eclusas e derrocamento de 12 mil m2 em 3 km de extensão

Hidrovia do Paraguai: dragagem de manutenção no canal navegável, derrocamento, sinalização náutica,

balizamento e recuperação das margens degradadas em execução

Portos

As obras em execução do Programa Nacional de Dragagem para aprofundamento do canal de navegação e berços de atracação, que permitirão a operação de navios com maior capacidade de carga, incidem na relação custo/benefício dos processos de importação e exportação de produtos.

Outras intervenções de recuperação e ampliação da capacidade operacional, especialmente nos portos das regiões Norte e Nordeste, tendem a descongestionar os portos do Sul e Sudeste, reduzindo as distân-cias de movimentação das cargas destinadas à exportação.

Projeto Porto Sem Papel

A Secretaria Especial de Portos da Presidência da República e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento firmaram Acordo de Cooperação Técnica para estudos e implantação de um sistema informa-tizado que, ao concentrar os dados das atividades portuárias, automatizará as informações padronizadas das diversas autoridades intervenientes no processo. Os resultados serão uma melhor capacidade de planejamento e gestão e maior agilidade e segurança nas operações de comércio exterior.

Referências

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