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Apostila Direito Administrativo - Adptada Prf 2009

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I

ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1. O Estado... 2. Organização do Estado e da Administração...

2.1 Características... 3. Direito Administrativo... 3.1 Conceitos...

3.2 Objeto e abrangência ... 4. Organização da Administração... 4.1 Noções de centralização, descentralização e desconcentração administrativa.

4.2 Teoria do órgão... 4.3 Entidades da administração indireta em espécie... 4.3.1 Autarquias... 4.3.2 Fundações... 4.3.2.1 Fundações Públicas... 4.3.2.2 Fundações Públicas de direito público... 4.3.2.3 Fundações Públicas de direito privado... 4.3.3 Empresas públicas... 4.3.4 Sociedade de economia mista... 4.4 Órgão e Agentes Públicos... 4.4.1 Teoria do órgão... 4.4.1.2 Órgãos Públicos... 4.4.1.3 Características... 4.4.1.4 Capacidade Processual... 4.4.2 Classificação...

4.4.3 Classificação segundo a posição estatal...

5. Agentes Públicos... 5.1 …... Exercícios complementares

CAPÍTULO II

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1. Princípios fundamentais... 1.1 Princípios expressos... 1.1.1 Princípio da legalidade... 1.1.2 Princípio da impessoalidade... 1.1.3 Princípio da moralidade... 1.1.4 Princípio publicidade... 1.1.5 Princípio da eficiência... 1.2 Princípios Implícitos... 1.2.1 Princípio da razoabilidade e proporcionalidade... . 1.2.2 Princípio da razoabilidade... 1.2.3 Princípio da proporcionalidade... 1.2.4 Princípio da supremacia do interesse público... 1.2.5 Princípio da autotutela... 1.2.6 Princípio da indisponibilidade do interesse público... 1.2.7 Princípio da continuidade do serviço público... 1.2.8 Princípio da segurança jurídica... 2. Poderes e deveres do administrador público...

2.1 Deveres... 2.2 Poderes... 2.2.1 Poder vinculado... 2.2.2 Poder discricionário... 2.2.3 Poder hierárquico... 3. Poder de polícia... 3.1 Atributos... 3.1.1 Discricionariedade... 3.1.2 Autotutela... 3.1.3 Coercibilidade... 3.2 Abuso de poder... 3.2.1 Excesso de poder... 3.2.2 Desvio de poder... Exercícios complementares ... CAPÍTULO III

1.RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

2. Evolução...

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2.1 Irresponsabilidade do Estado... 2.2 Responsabilidade subjetiva do Estado ( culpa civil comum )... 2.3 Teoria da culpá administrativa... 2.4 Teoria do Risco Administrativo... 2.5 Teoria do risco integral... 2.6 Atos legislativos... 2.7 Edições de leis inconstitucionais... 2.8 Edições de leis de efeito concreto... 2.9 Atos judiciais... 3. Ação de reparação de dano... 3.1 Particular X Administração ( indenização )... 3.2 Administração X Agente público ( ação regressiva )...

CAPÍTULO VII

ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS CIVIS DA UNIÃO – LEI 8.112/90

1. Provimento... 1.2 Nomeação... 1.3 Readaptação... 1.4 Reversão... 1.5 Aproveitamento... 1.6 Reintegração... 1.7 Promoção... 1.8 Recondução... 2. Vacância... 2.1 Exoneração... 2.2 Demissão... 2.3 Promoção... 2.4 Readaptação... 2.5 Aposentadoria... 2.6 Posse em outro cargo inacumulável... 2.7 Falecimento... 3. Deslocamento... 3.1 Remoção... 3.2 Redistribuição... 3.3 Substituição... 4. Vantagens Pecuniárias... 5. Gratificações... 6. Adicionais... 7. Direitos de ausência ao serviço... 8. Licença gestante ou adotante ou paternidade... 9. Procedimento disciplinar... 10. Deveres... 11. Proibições e penalidades... 11.1 Advertência... 11.2 Suspensão... 11.3 Demissão... 11.4 Demissão e incompatibilidade – investidura federal -... 11.5 Demissão e impedimento – investidura federal -... 11.6 Cassação da aposentadoria ou disponibilidade ... 11.7 Destituição... 12. Responsabilidades... 13. Fases do processo disciplinar... 13.1 Instauração... 13.2 Instrução... 13.3 Defesa... 13.4 Relatório... 13.5 Julgamento... 14. Processo disciplinar... 14.1 Interrupção de presunção ... Exercícios complementares ... CAPÍTULO VIII

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1. Classificação das formas de controle... 1.1 Controle interno... 1.2 Controle externo... 1.3 Controle popular... 2. Conforme o momento do exercício... 3. Quanto ao aspecto controlado...

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4. Quanto a amplitude... 5. Controle ADMINISTRATIVO... 6. Recursos Administrativos... 7. Controle LEGISLATIVOS... 8. Controle JUDICIÁRIO...

8.1 Espécies de controle Judicial... GABARITO... BIBLIOGRAFIA ...

DICA DO PROFESSOR

O material está atualizado com as novas decisões do STF e STJ.

Eventualmente poderão ocorrer erros de digitação ou outros pequenos

erros. Façam os exercícios e estudem TODO o material. O conteúdo

está dentro do programado para PRF e PF 2009. As matérias

específicas de direito requerem um pouco mais de atenção, mas nada

de excepcional. Estudando o “básico” que consta no edital você estará

entre os primeiros. Estudar demais, estudar a menos ou estudar além

do edital é , simplesmente, não estar estudando. O esforço dos

senhores hoje irá, com toda certeza refletir no futuro. Todo material

disponibilizado é para uso exclusivo dos alunos do curso ALFA

CONCURSOS PÚBLICOS e não devem ser disponibilizados livremente

na internet. O esforço da equipe Alfa é para a aprovação dos senhores.

Confiei ontem, confio hoje e continuarei confiando

sempre...”Monstrinhos”.

OBS: ALGUNS CAPITULOS FORAM SUPRIMIDOS, POIS NÃO CONSTAM

NO EDTIAL E...ESTUDAR DE MAIS, ESTUDAR DE MENOS OU

ESTUDAR ALÉM É, SIMPLEMENTE, NÃO ESTAR ESTUDANDO!!!

Bons estudos!!!

Prof. EVANDRO GUEDES

evandro@alfaonline.com.br evandroguedes1@gmail.com

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Capítulo I

ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1. O ESTADO

Segundo a definição constitucional, Estado é a pessoa jurídica territorial soberana. O Estado é constituído de 3 elementos imprescindíveis:

✔Povo – Conjunto de nacionais; componente humano do Estado.

✔Território – Sua base física: solo, subsolo, espaço aéreo e mar territorial.

✔Governo Soberano – Elemento condutor do Estado, que detém e exerce o poder absoluto de autodeterminação e auto-organização emanado do povo.

Ademais, vale falar sobre os Poderes do Estado, os quais são, na clássica tripartição de Montesquieu, até hoje adotada nos Estados de Direito, o executivo, o legislativo e o judiciário,independentes e harmônicos entre si (CF, art. 2º) e com funções reciprocamente indelegáveis. Estes poderes são imanentes e estruturais do Estado e a cada um deles corresponde uma função que lhe é atribuída com precipuidade. ✔Executivo – Converter as leis em atos individuais e concretos; função administrativa.

✔Legislativo – Elaborar leis; função normativa.

✔Judiciário – Aplicação coativa da lei aos litigantes; função judicial.

2. Organização do Estado e da Administração

A Administração é o instrumental do qual dispõe o Estado, para pôr em prática as escolhas políticas do País;; é o conjunto de órgãos instituídos para consecução dos objetivos do governo, isto tomando-se a definição de governo como conjunto de Poderes e órgãos constitucionais. Comparativamente, podemos dizer que governo é a atividade política discricionária e administração é a atividade neutra, normalmente vinculada à conduta hierarquizada. O Governo e a Administração, como criações abstratas da Constituição e das leis, atuam por intermédio de suas entidades (pessoas jurídicas), de seus órgãos (centros de decisão) e de seus agentes (pessoas físicas investidas em cargos e funções). Devemos entender como titulação genérica de Administração Pública o conjunto de todos os Órgãos e Entidades da Administração Direta e Indireta. As Entidades da Administração Direta são a União, os Estados o Distrito Federal e os Municípios. Estas Entidades agem através de seus órgãos, que podem ser do Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário. As entidades são dotadas de personalidade jurídica e possuem patrimônio próprio. Os órgãos não são dotados de personalidade jurídica e não possuem patrimônio próprio. Podemos afirmar, desta forma, que o prédio do Ministério da Fazenda no Município do Rio de Janeiro pertence à União, uma vez que este Ministério é um órgão da União. Assim, devemos entender que a Secretaria da Receita Federal é um órgão do Poder Executivo da União, a Câmara dos Deputados é um órgão do Poder Legislativo da União e o Tribunal Regional Federal é um órgão do Poder Judiciário da União. É fundamental entender que a Administração Pública não é representada somente pelo Poder Executivo e sim pelos órgãos dos Três Poderes, seja da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.

2.1 CARACTERÍSTICAS

Praticar atos tão somente de execução – estes atos são denominados atos administrativos; quem pratica estes atos são os órgãos e seus agentes, que são sempre públicos;

✔ exercer atividade politicamente neutra - sua atividade é vinculada à Lei e não à Política;

✔ ter conduta hierarquizada – dever de obediência - escalona os poderes administrativos do mais alto escalão até a mais humilde das funções;

✔ praticar atos com responsabilidade técnica e legal – busca a perfeição técnica de seus atos, que devem ser tecnicamente perfeitos e segundo os preceitos legais;

✔ caráter instrumental – a Administração Pública é um instrumento para o Estado conseguir seus objetivos. A Administração serve ao Estado.

✔ competência limitada – o poder de decisão e de comando de cada área da Administração Pública é delimitada pela área de atuação de cada órgão.

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3. DIREITO ADMINISTRATIVO

Natureza jurídica: O Direito Público tem por objeto principal a regulação dos interesses estatais e sociais, só alcançando as condutas individuais de forma indireta ou reflexa. Sua principal característica nas relações jurídicas é a existência de uma desigualdade entre os pólos dessas relações. Como o Estado representa a tutela dos interesses da coletividade, sempre que houver conflito entre esses e o de um particular, os primeiros deverão prevalecer, respeitados os direitos e garantias fundamentais constitucionais. O Direito Privado tem por preocupação a regulação dos interesses individuais, quer seja numa relação indivíduo a indivíduo, quer seja na relação indivíduo e Estado. Sua maior característica é a igualdade jurídica entre os pólos das relações por ele regidas, mesmo que seja o Estado um desses pólos. São exemplos de Direito Privado: Direito Comercial e o Direito Civil.

3.1 Conceitos

Para o Profº Hely Lopes Meirelles o “Direito Administrativo sintetiza-se no conjunto harmônico

de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado”.

Para a Profª Maria Sylvia Di Pietro o “Direito Administrativo como o ramo do direito público que tem

por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza política”.

3.2 Objeto e abrangência

A orientação atual é de que o Direito Administrativo rege todas as funções exercidas pelas autoridades administrativas, qualquer que seja a natureza destas. Está alcançada por ele toda e qualquer atividade de administração dos três poderes. Embora a atividade administrativa seja função típica do Executivo, tanto o Legislativo quanto o Judiciário também praticam atos tidos como objeto do direito Administrativo quando em suas funções atípicas.

4.ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO

Entidades Políticas (Adm. Direta) e Entidades Administrativas ( Adm. Indireta)

Entidades Políticas: São aquelas que recebem suas atribuições da própria Constituição, exercendo-as com plena autonomia. Possuem competência para legislar. São pessoas jurídicas de direito público interno, possuidoras de poderes políticos e administrativos. Exemplos: União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Entidades Administrativas: São as que recebem sua competência conforme a lei que as instituiu, ou autorizou sua instituição, e no seu regulamento. Não possuem poderes políticos ou capacidade de legislar. Possuem somente autonomia administrativa. Exemplos: Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.

Administração Direta: É o conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas do Estado e que possuem competência para o exercício, de forma centralizada, de atividades administrativas. Ocorre na esfera federal, estadual e municipal. Possui controle e obediência hierárquicos (subordinação), desde que na mesma esfera.

Administração Indireta: É o conjunto de pessoas administrativas que têm a competência para o exercício, de forma descentralizada, de atividades administrativas. Ocorre na esfera federal, estadual e municipal. Estão vinculados a um órgão da administração direta e este por sua vez promove, somente, o controle finalístico.

4.1 Noções de Centralização, Descentralização e Desconcentração administrativa

Centralização: Ocorre quando o Estado desempenha suas funções diretamente através dos seus órgãos e agentes, portanto a competência encontra-se na própria Administração Direta, ou seja, na União, Estados, Municípios e Distrito Federal dos Três Poderes.

Desconcentração: Ocorre quando a administração distribui sua(s) competência(s) no âmbito de sua própria estrutura, tendo por objetivo agilizar e tornar mais eficiente seus serviços. A desconcentração pressupõe, obrigatoriamente, a existência de uma só pessoa jurídica. Por ser uma simples técnica administrativa, ocorre tanto na administração direta quanto na indireta. Pode ocorrer em razão da matéria, da hierarquia ou do território.

Descentralização: Ocorre quando o Estado desempenha suas funções por meio de outras pessoas jurídicas. Pressupõe duas pessoas jurídicas distintas. Pode ocorrer por Outorga ou Delegação.

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sendo executado em nome, conta e risco do Estado. Normalmente é conferida por prazo indeterminado. Delegação: Ocorre quando Estado transfere, por contrato ou ato unilateral, unicamente a execução do serviço. Este serviço passa a ser prestado, pelo ente delegado, em seu próprio nome e por sua conta e risco, cabendo ao Estado a fiscalização. Normalmente é conferida por prazo determinado. Contudo, por contrato é sempre por prazo determinado. Concessão somente pode ser dada a Pessoa Jurídica. Permissão e autorização tanto a pessoa Jurídica quanto a pessoa física.

4.2 Teoria do Órgão

Essa é a teoria amplamente adotada pela doutrina pátria e jurisprudência, presume-se que a pessoa jurídica manifesta sua vontade através de seus órgãos, que na verdade são parte integrante da própria estrutura da pessoa jurídica. Assim, quando os agentes que atuam nos órgãos manifestam sua vontade, entende-se que foi manifestada pelo próprio Estado. Aqui, o agente está atuando por imputação e não representação em relação a pessoa jurídica a que está ligado.

Órgãos: São centros de competência criados para desempenhar funções estatais, através de seus agentes. A atuação dos agentes é imputada à pessoa jurídica a que pertencem, desde que, esse ato seja realizado em situação, presumidamente, regular. Não possuem personalidade jurídica, mas possuem funções, cargos e agentes. Exemplos: Ministério da Saúde (federal), Secretaria de Segurança Pública (estadual) e Secretaria de Abastecimento (municipal).

Agentes Públicos: N o seu sentido mais amplo e genérico temos que agente público é a pessoa natural pelo qual o Estado se faz presente. Considera-se agente público todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente, sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função pública. Exemplos: Policial Federal, Caixa do Banco do Brasil e Mesário Eleitoral (no dia da eleição).

4.3 ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA EM ESPÉCIE 4.3.1 Autarquias

São criadas por lei específica, para executarem atividades típicas da Administração Pública (exceto as de natureza econômica e industrial) que necessitem para seu melhor funcionamento de especialização e de gestão administrativa e financeira descentralizadas e sua extinção também deverá ocorrer por lei específica. Essa lei específica é de iniciativa privativa dos Chefes do Executivo. Possui personalidade jurídica de direito público que nasce com a vigência da lei que a instituiu, não necessitando de registro comercial. Seu patrimônio é formado a partir da transferência de bens da entidade criadora, que pertencerão à nova entidade enquanto esta perdurar. Seus bens são considerados públicos, por isso são impenhoráveis (não servindo como garantia dos credores) e imprescritíveis (não podendo ser adquiridos por meio de uso capião), inalienáveis e não-oneráveis. O regime de pessoal pode ser tanto o estatutário quanto o celetista (ou qualquer outro que a lei estabelecer), contudo é obrigatório o concurso público para acesso aos cargos. Sujeita-se ao controle judiciário. Em regra os litígios serão de competência federal, porém nas lides trabalhistas a exceção se dará no regime celetista quando será competente a justiça do Trabalho estadual. Os contratos celebrados devem ser precedidos de licitação. As autarquias gozam de imunidade tributária (impostos), desde que vinculados a suas finalidades essenciais ou às que delas decorram. Gozam de privilégios processuais (outorgados à Fazenda Pública), como prazo quádruplo para contestação e em dobro para recorrer, dispensa de exibição de mandado pelos procuradores, pagamento das custas judiciais só ao final e duplo grau de jurisdição, obrigatório. Não estão sujeitas a falência, concordata ou inventário para cobrança de seus créditos (salvo entre as três Fazendas Públicas). Prescrição qüinqüenal (dívidas e direitos contra autarquia prescrevem em cinco anos). Nomeação de seus dirigentes é privativa do Chefe do Executivo, podendo necessitar de prévia aprovação do Senado Federal (presidente e diretores do Banco Central, dirigentes de agências reguladoras) ou das Assembléias Legislativas. Exemplos: BACEN, INSS, INCRA, CVM, IBAMA, CNEN, USP, OAB, ANATEL, ANEEL, ANP.

4.3.2 Fundações

Podem ser públicas ou privadas. Em ambos os casos o instituidor separa um determinado patrimônio para destiná-lo a uma finalidade específica. Esta finalidade deverá ser social e estar voltada para uma atividade de natureza coletiva, de prestação de serviços de interesse público (educacional, assitencial, etc). Terá de ser de natureza não-lucrativa, não podendo ter objetivos comerciais de intervenção na atividade econômica. Cabe ressaltar que o controle das fundações privadas é de responsabilidade do Ministério Público.

4.3.2.1 Fundações Públicas

Atualmente a posição mais adotada pela doutrina é admissão da existência de duas espécies distintas de fundação pública na Administração Indireta. Temos as com personalidade jurídica de direito público e as com personalidade jurídica de direito privado. Porém é conveniente, em ambos os casos, a utilização do termo “Fundação Pública”, para deixar bem claro que se trata de entidade da Administração Pública

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Indireta (ex: FUNAI; IBGE; Fundação Nacional da Saúde; etc)diferenciando-se das fundações privadas que não possuem ligação com a Administração (ex: Fundação Ayrton Senna; Fundação Roberto Marinho; Fundação Bradesco, etc).

4.3.2.2 Fundações Públicas de Direito Público

Também denominadas de fundações autárquicas. São instituídas diretamente por lei específica e necessitam de lei complementar para estabelecer suas áreas de atuação (assistência social, médica e hospitalar, educação e ensino, pesquisa, atividades culturais, etc). Possuem as mesmas restrições, prerrogativas e privilégios que a ordem jurídica confere as Autarquias. Seu patrimônio origina-se do patrimônio público. Regime estatutário e celetista. Existem nas esferas federal, estadual e municipal.

4.3.2.3 Fundações Públicas de Direito Privado

São autorizadas por lei específica e necessitam de lei complementar para estabelecer suas áreas de atuação (assistência social, médica e hospitalar, educação e ensino, pesquisa, atividades culturais, etc). Dependem do registro de seus atos constitutivos no Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Sujeitas à licitação, extensão da imunidade recíproca e vedação à acumulação de cargos públicos. Regime estatutário e celetista. Seu patrimônio origina-se do patrimônio público. Existem nas esferas federal, estadual e municipal.

4.3.2.4 Empresas Públicas

São pessoas jurídicas de direito privado, instituídas pelo Poder Executivo mediante autorização de lei específica, sob qualquer forma jurídica (Ltda, S.A., etc). Seu capital é exclusivamente público (de qualquer das esferas). Explora atividades de natureza econômica ou de execução de serviços públicos. (ex: ECT, SERPRO, CEF, etc). Dependem do registro de seus atos constitutivos no Registro Civil das Pessoas Jurídicas. A criação de suas subsidiárias, bem como sua participação em empresa privada também depende de autorização legislativa. A extinção poderá ser feita pelo Poder Executivo, mas dependerá de lei autorizadora. Não possui quaisquer privilégios administrativos, tributários ou processuais. Obrigatoriedade de licitação. Regime celetista. Suas causas são julgadas pela justiça federal, exceto as de falência, acidente de trabalho, justiça eleitoral e justiça do trabalho. Vedada acumulação de cargos. Sujeitam-se ao teto de remuneração, somente se receberem recursos públicos para pagamento de despesa com pessoal ou custeio em geral. Seus dirigentes são investidos na forma em que seus estatutos estabelecerem.

4.3.4 Sociedades de Economia Mista

São pessoas jurídicas de direito privado, instituídas pelo Poder Executivo mediante autorização legal, sob a forma jurídica Sociedade Anônima (de capital aberto). Seu capital é majoritariamente público (50% + 1 das ações com direito a voto deverão ser da esfera a que pertencem). Explora atividades de natureza econômica ou de execução de serviços públicos. (ex: Banco do Brasil, Petrobrás, Banco da Amazônia, etc). Seu nascimento depende do registro de seu estatuto em órgão competente. A criação de suas subsidiárias, bem como sua participação em empresa privada também depende de autorização legislativa. A extinção poderá ser feita pelo Poder Executivo, mas dependerá de lei autorizadora. Não possui quaisquer privilégios administrativos, tributários ou processuais. Obrigatoriedade de licitação ( Ressalvado o caso em concreto envolvendo a Petrobrás, que segundo o STF não está obrigado a licitar e sim passar por um processo licitatório simplificado.. Regime celetista. Suas causas são julgadas pela justiça estadual. Sujeitam-se ao teto de remuneração, somente se receberem recursos públicos para pagamento de despesa com pessoal ou custeio em geral. Seus dirigentes são investidos na forma em que seus estatutos estabelecerem.

4.4 ÓRGÃOS E AGENTES PÚBLICOS 4.4.1 Teoria do Órgão

Essa teoria, amplamente adotada por nossa doutrina e jurisprudência, presume que a pessoa jurídica manifesta sua vontade por meio dos órgãos, que são partes integrantes da própria estrutura jurídica. Fala-se em imputação (e não representação). Maria Sylvia Di Pietro explica que essa teoria é utilizada para justificar a validade dos atos praticados por funcionários de fato, pois considera que é ato do órgão, portanto, imputável à Administração. No entanto é necessário que o ato revista-se de aparência de ato jurídico legítimo e seja praticado por alguém que se deva presumir ser um agente público.

4.4.1.2 Órgão Público

Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, órgãos públicos são unidades abstratas que sintetizam os vários círculos de atribuições do Estado. Hely Lopes Meirelles os define como centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem. Os órgãos possuem, necessariamente, funções, cargos e agentes.

4.4.1.3 Características

Integram a estrutura de uma pessoa jurídica; não possuem personalidade jurídica; são resultado da desconcentração; alguns possuem autonomia gerencial, orçamentária e financeira; podem firmar contratos de gestão com outros órgãos ou pessoas jurídicas; não têm capacidade para representar em juízo; alguns têm capacidade processual para defesa em juízo de suas prerrogativas funcionais; não

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possuem patrimônio próprio.

4.4.1.4 Capacidade Processual

A capacidade processual, de certos órgãos públicos, para defesa de suas prerrogativas está hoje pacificamente sustentada pela doutrina e aceita pela jurisprudência. A capacidade para impetrar mandato de segurança, na defesa de sua competência, quando violada por outro órgão, é hoje matéria incontroversa. Porém este benefício só abrange os órgãos independentes ou autônomos, não alcançando os superiores ou subalternos. Esta capacidade também é expressamente reconhecida pelo Código de Defesa do Consumidor.

4.4.2 Classificação Simples ou Unitários

São aqueles constituídos por um só centro de competência, não interessando o número de cargos.

Compostos

São os que reúnem em sua estrutura diversos órgãos, como resultado da desconcentração administrativa.

Singulares ou Unipessoais

São aqueles em que a atuação ou as decisões são atribuição de um único agente, seu chefe e representante.

Colegiados ou Pluripessoais

São caracterizados por atuar e decidir mediante obrigatória manifestação conjunta de seus membros.

4.4.3 Classificação segundo a Posição Estatal Independentes

São os diretamente previstos no texto constitucional, são aqueles sem qualquer subordinação hierárquica ou funcional. As atribuições destes órgãos são exercidas por agentes políticos.

Autônomos

Situam-se na cúpula da Administração, logo abaixo dos órgãos independentes. Possuem ampla autonomia administrativa, financeira e técnica, caracterizando-se como órgãos diretivos.

Superiores

São órgãos que possuem atribuições de direção, controle e decisão, mas que estão sujeitos ao controle hierárquico. Não têm autonomia administrativa nem financeira.

Subalternos

São todos os órgãos que exercem atribuições de mera execução, são subordinados a vários níveis hierárquicos. Têm reduzido poder decisório.

5. Agentes Públicos

Considera-se agente público todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função pública. O agente público é a pessoa natural mediante a qual o Estado se faz presente. O agente manifesta uma vontade que é imputada ao próprio Estado. A expressão “agente público” é utilizada em sentido amplo e genérico. Não se deve confundir o gênero “agentes públicos” com “servidor público” e “empregado público”. Outro conceito, não mais utilizado no Direito Administrativo, mas sim no Direito penal, é o de “funcionário público”.

Servidor público

É a expressão utilizada para identificar aqueles que mantêm uma relação permanente com o Estado, em regime estatutário.

Empregado público

Esta expressão era utilizada para identificar aqueles agentes públicos que, sob regime celetista, mantinham vínculo de trabalho permanente com as entidades de natureza privada da Administração indireta – as empresas públicas e as sociedades de economia mista. Atualmente, com o fim da obrigatoriedade de instituições de Regime jurídico Único, tornou-se possível a contratação de empregados públicos, regidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT, até mesmo na Administração Direta.

Funcionário público

A Constituição abandonou a expressão “funcionário público”, no âmbito do Direito Administrativo. No Direito Penal o conceito ainda tem importância para alcançar aquele agente que, embora transitoriamente ou sem remuneração, pratique crime contra a Administração pública, no exercício de cargo, emprego ou função pública. Para fins penais o conceito de funcionário público é equivalente àquele consolidado na doutrina administrativista para agente público.

Obs: Agente e Órgão são figuras distintas, tanto que o Estado pode suprimir o cargo, a função ou o próprio órgão sem nenhuma ofensa aos direitos de seus agentes. Pode ocorrer o contrário, o

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desaparecimento do agente sem nenhuma interferência na existência do órgão. 5.1 Classificações

Agentes Políticos

São os componentes do Governo nos seus primeiros escalões, aos quais incubem as funções de dirigir, orientar e estabelecer diretrizes para o Poder Público. Possuem competência haurida da própria Constituição; não se sujeitam às regras comuns aplicáveis aos servidores públicos em geral; normalmente investidos em seus cargos por meio de eleição, nomeação ou designação; não são hierarquizados (com exceção dos auxiliares imediatos dos Chefes do Executivo), sujeitam-se somente às regras constitucionais. Os agentes políticos possuem certas prerrogativas constitucionais, porém essas prerrogativas não são privilégio pessoal, mas sim garantias necessárias para o regular exercício de suas relevantes funções. Sem tais prerrogativas não teriam plena liberdade, em face do temor de serem responsabilizados segundo as regras comuns da culpa civil.

Agentes Administrativos

São aqueles que exercem uma função pública de caráter permanente em decorrência de relação funcional. Sujeitam-se à hierarquia funcional e ao regime jurídico estabelecido pela entidade a qual pertencem. São eles os concursados em geral, os ocupantes de cargo ou função em comissão, os ocupantes de emprego público, os servidores contratados temporariamente para atender a necessidade de excepcional interesse público etc.

Agentes Honoríficos

São cidadãos chamados para, transitoriamente, colaborarem com o Estado na prestação de serviços específicos, em razão de sua condição cívica, de sua honorabilidade ou de sua notória capacidade profissional. Não possuem qualquer vínculo profissional e normalmente atuam sem remuneração.

Agentes Delegados

São particulares que recebem a incumbência da execução de determinada atividade, obra ou serviço público e o realizam em nome próprio, por sua conta e risco, sob a permanente fiscalização do poder delegante, são apenas colaboradores do Poder Público. Sujeitam-se à responsabilidade civil objetiva, ao mandado de segurança e à responsabilização nos crimes contra a Administração Pública.

Agentes Credenciados

São os que recebem a incumbência da Administração para representá-la em determinado ato ou praticar certa atividade específica, mediante remuneração do Poder Público credenciante.

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

1) Sobre as entidades da Administração Pública Indireta, analise as afirmativas:

I. A empresa pública será criada, mediante autorização do Poder Legislativo, para desempenhar atividade considerada típica do Estado.

II. As entidades da Administração Indireta estão sujeitas ao controle hierárquico próprio do ente estatal a que estão vinculadas.

III. A empresa pública integra a Administração Indireta e tem personalidade jurídica de Direito Privado. É/são verdadeira(s) somente a(s) afirmativa(s):

a) I; b) II; c) III; d) I e III; e) nenhuma.

2) Sobre a noção de Administração Pública, analise as afirmativas a seguir:

I. A função administrativa do Estado será desempenhada por órgãos e agentes de todos os poderes, ainda que predominantemente pelo Poder Executivo.

II. No sentido material, considera-se Administração Pública o desempenho da função administrativa, como por exemplo, a gestão de bens e de serviços públicos.

III. Através da desconcentração administrativa é possível atribuir a particulares, por ato administrativo, ou por contrato, a execução de serviços públicos.

São verdadeiras somente as afirmativas: a) I e II;

b) I e III; c) II e III; d) I, II e III; e) nenhuma.

3) De acordo com a classificação que divide os órgãos públicos conforme a sua posição estatal, as Secretarias de Estado são consideradas órgãos:

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a) independentes; b) colegiados; c) autônomos; d) superiores; e) coletivos.

4) A entidade da Administração Indireta, com personalidade jurídica de direito privado, capital exclusivamente público, criada para desempenhar atividades econômicas de interesse do Estado ou para prestar serviços públicos, denomina-se:

a) autarquia; b) fundação pública;

c) sociedade de economia mista; d) empresa pública;

e) agência executiva.

5) A distribuição interna de competências administrativas entre os diversos órgãos que integram a estrutura de um dos entes estatais denomina-se:

a) desconcentração; b) descentralização; c) desmembramento; d) desdobramento; e) especialização.

6) Na Administração Pública, a vontade do Estado exterioriza-se através dos agentes públicos que atuam em seus órgãos. Essa distribuição interna de competência entre diversos órgãos que integram a estrutura da Administração denomina-se:

a) desconcentração administrativa; b) descentralização administrativa; c) parcerias administrativas; d) administração indireta; e) delegação.

7) A agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Estado de Mato Grosso _ AGER/MT organiza-se na forma de:

a) empresa pública;

b) sociedade de economia mista; c) autarquia;

d) fundação pública; e) órgão público.

8) Com relação aos órgãos públicos, analise as afirmativas:

I. Os órgãos públicos classificados como independentes podem ter personalidade jurídica própria. II. A doutrina e a jurisprudência reconhecem que alguns órgãos públicos têm capacidade processual para impetrar mandado de segurança.

III. De acordo com a classificação dos órgãos públicos quanto a sua posição estatal, adotada por Hely Lopes Meirelles, as Secretarias de Estado são consideradas órgãos autônomos.

São verdadeiras somente as afirmativas: a) I e II

b) I e III c) II e III d) I, II e III e) nenhuma

9) Com relação às entidades da Administração Indireta, assinale a alternativa INCORRETA: a) Os bens pertencentes às autarquias são considerados bens públicos.

b) A sociedade de economia mista e a empresa pública podem se submeter a procedimentos especiais de licitação diferentes daqueles adotados para a Administração Direta.

c) As autarquias são criadas por lei.

d) A empresa pública, como pessoa jurídica de direito privado, necessariamente vai se organizar na forma de sociedade anônima.

e) De acordo com o conceito previsto na Constituição do Estado do Rio de Janeiro, as fundações públicas são pessoas jurídicas de direito privado.

10) A Administração Pública pode descentralizar suas atividades, criando pessoas jurídicas que integrarão a Administração Indireta. Uma das entidades da Administração Indireta será criada por lei para desempenhar atividades consideradas típicas do Estado. Trata-se da seguinte entidade:

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b) empresa pública;

c) sociedade de economia mista; d) fundação pública;

e) órgão público.

11) (Cespe/Papiloscopista PF/1997) Sabendo que Montesquieu, com seu célebre O espírito das Leis, de 1747, sistematizou e lançou as bases para a teorização do princípio da separação (ou divisão) dos poderes, ainda hoje de grande prestígio na ciência política e no direito público, é correto afirmar que esse princípio é estritamente adotado na administração pública brasileira, que estabelece uma rígida separação de funções entre os três poderes.

12) (Cespe/Min. Público do TCU/2004) Descentralização é a distribuição de competências de uma pessoa para outra, física ou jurídica, e difere da desconcentração pelo fato de ser esta uma distribuição interna de competências, ou seja, uma distribuição de competências dentro da mesma pessoa jurídica.

13) (Cespe/Agente PF/1997) Sabendo que o Serviço Federal de Processamento de dados (SERPRO), que tem a natureza de empresa pública, foi criado porque a União concluiu que lhe conviria criar uma pessoa jurídica especializada para atuar na área de informática, é correto afirmar que a União praticou, nesse caso, descentralização administrativa.

14) (Cespe/Agente PF/1997) Tendo o Departamento de Polícia Federal (DPF) criado, nos estados da Federação, Superintendências Regionais (SRs/DPF), é correto afirmar que o DPF praticou desconcentração administrativa.

15) (Cespe/Agente PF/1997). As pessoas jurídicas integrantes da administração pública indireta constituem um produto do mecanismo de desconcentração administrativa.

16) (Cespe/Agente PF/1997) Tanto na descentralização quanto na desconcentração, mantém-se relação de hierarquia entre o Estado e os órgãos e pessoas jurídicas dela surgida.

Capítulo II

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CF/88

1. Princípios Fundamentais

1.1 Princípios Expressos

Princípios são idéias centrais de um sistema, são os que estabelecem as diretrizes e conferem um sentido lógico, harmonioso e racional e ainda determinam o alcance e o sentido das regras de um determinado ordenamento jurídico. Os princípios fundamentais da Administração Pública encontram-se, explicita ou implicitamente, na Constituição de 1988. dentre os princípios informadores da atividade administrativa, sobressaem em importância àqueles expressos no caput do art.37 da CF/88. Após a promulgação da Emenda Constitucional nº 19/88 passaram a ser cinco os princípios explícitos: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. A Lei nº 9.784/99 – que trata dos processos administrativos - possui, em seu art. 2º, os princípios da eficiência, legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica e interesse público.

1.1.1 Princípio da Legalidade

Diferentemente do cidadão comum que pode fazer, ou deixar de fazer, qualquer coisa que não seja proibido por lei, a Administração Pública só pode fazer o que a lei autoriza, ou seja, a Administração além de não poder atuar contra a lei ou além da lei, somente pode agir segundo a lei.

1.1.2. Princípio da Impessoalidade

Na formulação tradicional, a impessoalidade se confunde com o princípio da finalidade da atuação administrativa. De acordo com este, há somente um fim a ser perseguido pela Administração: o Interesse Público e mesmo assim deverá estar expresso ou implícito na lei que determina ou autoriza determinado ato. A impessoalidade da atuação administrativa impede que um ato seja praticado visando interesses do agente ou de terceiros. Impede também perseguições, favorecimentos ou descriminações.

1.1.3 Princípio da Moralidade

Torna jurídica a exigência de atuação ética dos agentes da Administração. O servidor deve decidir não somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto. É necessário que se atenda à letra e ao espírito da lei, que ao legal junte-se o ético.

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Este também possui dupla acepção. O primeiro entendimento refere-se à publicação oficial dos atos administrativos a fim de que eles possam produzir efeitos externos. A exigência de publicação oficial dos atos externos da administração não é um requisito de validade, mas sim pressuposto de sua eficácia. O outro aspecto diz respeito à exigência de transparência da atividade administrativa como um todo. Estão ressalvados os atos cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

1.1.5 Princípio da Eficiência

É aquele que impõe a todo agente público a obrigação de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. A função administrativa exige resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros. O objetivo principal é assegurar que os serviços públicos sejam prestados com adequação às necessidades da sociedade que os custeia.

1.2 Princípios implícitos

1.2.1 Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade

Não se encontram expressos no texto constitucional, porém são tidos como princípios gerais de Direito, aplicáveis a praticamente todos os ramos da ciência jurídica. No âmbito do Direito Administrativo encontram aplicação especialmente no que concerne à prática de atos discricionários que impliquem restrição ou condicionamento a direitos dos administrados ou imposição de sanções administrativas. São apontados pela doutrina como os maiores limitadores impostos à discricionariedade da Administração, ou seja, à arbitrariedade. Trata-se da aferição da adequação da conduta escolhida pelo agente público à finalidade que a lei expressa.

1.2.2 Razoabilidade

Também denominado de “Princípio da Proibição de Excesso”, tem por fim auferir a compatibilidade entre os meios e os fins de um ato administrativo. Trata-se da adequação da conduta escolhida, pelo agente, à finalidade que a lei expressa. A razoabilidade funciona como limitação à discricionaridade incidente sobre os elementos motivo e objeto e fundamenta-se nos princípios da legalidade (art. 5º/II, 37 e 84) e da finalidade (art. 5º/II e LXIX, 37 e 84).

1.2.3 Proporcionalidade

Representa uma das vertentes do princípio da razoabilidade, exige que haja proporcionalidade entre a sanção aplicada e a proteção ao interesse ou bem públicos alcançado. Se o ato administrativo não guarda uma proporção adequada, será um ato excessivo. Segundo esse princípio, a Administração não deve restringir os direitos do particular além do que caberia, pois impor medidas desnecessárias induz à ilegalidade por abuso de poder.

1.2.4 Princípio da Supremacia do Interesse Público

Embora não esteja expressamente enunciado no texto constitucional, ele é decorrente natural das instituições adotadas em nosso país. Por força do regime democrático e do sistema representativo, presume-se que a atuação do Estado tenha por finalidade o interesse público. Esse princípio informa a todos os ramos do Direito Público que, nas relações jurídicas nas quais o Estado figure como representante da sociedade, seus interesses prevaleçam contra os interesses particulares.

1.2.5 Princípio da Autotutela

Este princípio proporciona a Administração a revisar seus próprios atos, assegurando um meio adicional de controle de sua atuação, reduzindo o congestionamento do Poder Judiciário. É um princípio implícito e difere do controle judicial por proporcionar sua execução por parte da Administração sem a necessidade de provocação, pois é um Poder-Dever. A autotutela autoriza o controle, pela administração, sob dois aspectos: o da legalidade, onde “poderá” anular seus atos ilegais e o de mérito, onde “poderá” revogar seus atos inoportunos ou inconvenientes.

1.2.6 Princípio da Indisponibilidade

Os bens e interesses públicos são indisponíveis, ou seja, não pertencem à Administração ou a seus agentes, cabendo aos mesmos somente sua gestão em prol da coletividade. Veda ao administrador quaisquer atos que impliquem em renúncia de direitos da Administração ou que, injustificadamente, onerem a sociedade. Também é um princípio implícito.

1.2.7 Princípio da Continuidade dos serviços Públicos

Os serviços públicos por serem prestados no interesse da coletividade devem ser adequados e seu fornecimento não deve sofrer interrupções. A aplicação deste princípio implica restrição a determinados direitos dos prestadores de serviços públicos e dos agentes envolvidos em sua prestação. Porém devemos ressaltar que isto não se aplica as interrupções por situações de emergência ou após aviso prévio – nos casos de segurança, ordem técnica ou inadimplência do usuário. 1.2.8 Princípio da Segurança Jurídica

Veda aplicação retroativa de nova interpretação, nos casos em que já houver decorrido decisão definitiva ou sentença transitada em julgado.

2. PODERES E DEVERES DO ADMINISTRADOR PÚBLICO

A ordem jurídica confere aos agentes públicos certas prerrogativas para que estes, em nome do Estado, persigam a consecução dos fins públicos. As prerrogativas são outorgadas por lei, exigem a

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observância dos princípios administrativos – L.I.M.P.E etc – e destinam-se a satisfação do interesse público. Essas prerrogativas são os poderes do administrador. Por outro lado a lei impõe alguns deveres específicos e peculiares. São os chamados deveres administrativos. Os poderes e deveres são atribuídos à autoridade para que possa remover, por ato próprio, as resistências particulares à satisfação do interesse público.

2.1 DEVERES

Poder-Dever de Agir

É pacificamente reconhecido pela doutrina e pela jurisprudência. Significa dizer que representa um dever de agir. Enquanto no Direito Privado o poder de agir é uma faculdade, no Direito Administrativo é uma imposição. Na lição do Profº Hely Lopes Meirelles, “se para o particular o poder de agir é uma faculdade, para o administrador público é uma obrigação de atuar, desde que se apresente o ensejo de exercitá-lo em benefício da coletividade”. Os poderes administrativos são irrenunciáveis, devendo ser obrigatoriamente exercidos pelos titulares. A omissão do agente caracteriza abuso de poder, que poderá ensejar a responsabilidade civil da administração.

Dever de Eficiência

Mostra-se presente na necessidade de tornar cada vez mais qualitativa a atividade administrativa. É um dever imposto a todos os níveis da Administração Pública. A Emenda Constitucional nº 19/1998 erigiu esse dever à categoria de princípio constitucional da Administração Pública(expresso no art.37, caput) manifestando preocupação com a produtividade do servidor e com o aperfeiçoamento da máquina administrativa. Como corolários podemos citar: possibilidade de perda de cargo do servidor estável, por insuficiência de desempenho; para aquisição da estabilidade, avaliação especial de desempenho; celebração de contratos de gestão; etc.

Dever de Prestar Contas

É um dever inerente a qualquer agente que atue em nome do interesse público, alcançando toda e qualquer pessoa responsável por bens e valores públicos. Nas palavras do Profº Hely Lopes, “A regra é universal: quem gere dinheiro público ou administra bens ou interesses da comunidade deve prestar contas ao órgão competente para a fiscalização”.

Dever de Probidade

Exige consonância com os princípios da moralidade e honestidade administrativas. É dever constitucional de todo administrador público (art. 37, §4º da Carta Política). Regulamentando esse importante dispositivo constitucional foi editada a Lei nº 8.429/1992, que dividiu os atos de improbidade em três grupos: enriquecimento ilícito, prejuízo ao erário e ofensa aos princípios.

2.2 PODERES

Os poderes administrativos representam instrumentos que permitem à Administração cumprir suas finalidades, sendo por isso denominados de poderes instrumentais, que por sua vez diferem dos poderes políticos – Legislativo, Judiciário e Executivo – que denominamos de poderes estruturais (hauridos pela Constituição).

2.2.1 Poder Vinculado

É aquele de que dispõe a Administração para a prática de atos administrativos em que é mínima ou inexistente sua liberdade de atuação. Devemos lembrar que todos os atos administrativos são vinculados quanto aos requisitos competência, finalidade e forma. Os atos vinculados também o são quanto aos requisitos motivo e objeto. O ato que se desvie minimamente dos requisitos previstos na lei será nulo e caberá à Administração ou ao Poder Judiciário declarar sua nulidade.

2.2.2 Poder Discricionário

É aquele em que a Administração dispõe de uma razoável liberdade de atuação, podendo valorar a oportunidade e conveniência da prática do ato. Conveniência e oportunidade formam o núcleo do chamado poder discricionário. Esses elementos é que permitem ao administrador público eleger, entre as várias condutas previstas na lei, a que se traduz como mais conveniente e oportuna para o interesse público. Jamais é permitida atuação arbitrária, sob qualquer circunstância. O ato discricionário implica liberdade de atuação administrativa, sempre dentro dos limites previstos na lei. Cabe salientar que o ato discricionário ilegal poderá ser anulado tanto pela Administração quanto pelo Poder Judiciário, pois o que não pode ser apreciado pelo Judiciário é o mérito administrativo. Da mesma forma, entendendo a Administração serem inoportunos ou inconvenientes poderá revogá-los. A doutrina e a jurisprudência modernas enfatizam a tendência de limitação ao poder discricionário da Administração. Assumem relevância os princípios implícitos da razoabilidade e da proporcionalidade como as maiores limitações impostas ao poder discricionário da Administração.

2.2.3 Poder Hierárquico

Caracteriza-se pela existência de graus de subordinação entre os diversos órgãos e agentes. Como resultado do poder hierárquico, a Administração é dotada da prerrogativa de ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades de seus órgãos e agentes no seu âmbito interno. Do seu exercício decorrem as prerrogativas, do superior para o subordinado, de dar ordens, fiscalizar, rever, delegar e

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avocar. Os servidores públicos têm o dever de acatar e cumprir as ordens de seus superiores, salvo quando manifestamente ilegais. Pelo poder-dever de fiscalização, compete ao superior estar atento aos atos praticados pelos subordinados, a fim de corrigi-los sempre que se desviem da legalidade.

Revisão hierárquica

É a prerrogativa conferida ao superior para apreciar todos os aspectos de um ato de seu subordinado. Somente é possível enquanto o ato não tenha se tornado definitivo para a Administração. Delegação

Significa atribuir ao subordinado competência para a prática de ato que originariamente pertencia ao superior. Somente podem ser delegados atos administrativos, não os atos políticos. Também não se admite a delegação de atribuições de um Poder a outro, salvo nos casos expressamente previstos na Constituição.

Avocação

Consiste no poder que possui o superior de chamar para si a execução de atribuições cometidas a seus subordinados. É uma medida excepcional e a doutrina é unânime em afirmar que ela deve ser evitada. A avocação desonera o subordinado de qualquer responsabilidade relativa ao ato praticado pelo superior hierárquico. Não se deve confundir subordinação com vinculação. A subordinação tem caráter interno, é entre órgãos de uma mesma entidade. A vinculação tem caráter externo e resulta do controle que as entidades políticas exercem sobre as suas entidades administrativas.

Poder Disciplinar

Está intimamente relacionado ao poder hierárquico e traduz-se na faculdade (mais correto é poder-dever) que possui a Administração de punir internamente as infrações funcionais de seus servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. A doutrina aponta o poder disciplinar como exercício caracteristicamente discricionário.

Poder Regulamentar

Decorre de competência diretamente extraída da constituição federal e confere ao Poder Executivo a prerrogativa de editar atos normativos gerais e abstratos. Consubstancia-se na autorização, ao Chefe do Executivo, para edição de decretos e regulamentos. A doutrina costuma classificar os decretos e regulamentações em: de execução, autônomo e autorizado.

3. PODER DE POLÍCIA

O Profº Hely Lopes Meirelles conceitua que “poder de polícia é a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado”. A Administração exerce o poder de polícia sobre todas as atividades que possam, direta ou indiretamente, afetar os interesses da coletividade, sendo exercido por todas as esferas da Federação. Segundo o mesmo professor, “em face do princípio da predominância do interesse, os assuntos de interesse nacional ficam sujeitos à regulamentação e policiamento da União; as matérias de interesse regional sujeitam-se às normas e à polícia estadual; e os assuntos de interesse local subordinam-se aos regulamentos edilícios e ao policiamento administrativo municipal”. Os atos de polícia administrativa não deixam de ser atos administrativos e, portanto, submetem-se à possibilidade de apreciação pelo Poder Judiciário quanto à legalidade de sua edição e execução. Devemos distinguir a polícia judiciária (polícia de manutenção da ordem pública) da polícia administrativa.

POLÍCIA JUDICIÁRIA

Atua sobre pessoas; prepara a atuação da função jurisdicional penal; executada por órgãos de segurança (polícia civil ou militar); pode agir preventivamente ou repressivamente.

POLÍCIA ADMINISTRATIVA

Incide sobre bens, interesses e atividades; esgota-se no âmbito da função administrativa; exercida por órgãos administrativos de caráter fiscalizador; pode agir preventivamente (alvarás) ou repressivamente (fiscalização).

Meios de atuação

A doutrina tem dividido os meios de atuação da polícia administrativa em dois grupos: poder de polícia originário é aquele exercido pelas pessoas políticas do Estado e poder de polícia delegado é aquele executado pelas pessoas administrativas do Estado. Diz-se delegado porque é recebido, por delegação (outorga), da entidade estatal a qual pertence. A doutrina não admite a outorga do poder de polícia a pessoas da iniciativa privada, ainda que prestadoras de serviço ao Estado, pois o poder de império é próprio e privativo do Poder Público.

Preventiva (alvará-licença)

É ato administrativo vinculado e definitivo, dizem respeito a direitos individuais (exercício profissional, construção urbana etc), não podem ser negadas quando o requerente satisfaça os requisitos legais para sua obtenção.

Preventiva (alvará-autorização)

É ato administrativo discricionário em que predomina o interesse do particular (uso especial de bem público, trânsito por determinados locais etc), é ato precário não subsistindo direito subjetivo, podem ser negado ou revogado a qualquer tempo.

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REPRESSIVA (fiscalização)

Verificando a existência de infração, a autoridade fiscalizadora deverá lavrar o auto de infração e cientificar o particular da sanção a ser aplicada.

Limites

A atuação só será legítima se realizada nos estritos termos jurídicos; se respeitados os direitos do cidadão, suas prerrogativas individuais e as liberdades asseguradas na Constituição e nas leis. Deve-se conciliar o interesDeve-se social com os direitos individuais. Se a Administração agir além desDeve-ses mandamentos sua atuação será arbitrária, configurando abuso de poder, corrigível pelo Poder Judiciário. O princípio da proporcionalidade também consubstancia os limites do poder de polícia administrativo.

Sanções e condições de validade

Multa; interdição de atividade; fechamento de estabelecimento; demolição de construção irregular; embargo administrativo de obra; inutilização de materiais; apreensão e destruição de objetos etc.

3.1 Atributos

3.1.1 Discricionariedade

A Administração pode determinar, dentro dos critérios de oportunidade e conveniência, quais as atividades irá fiscalizar num determinado momento e, dentro dos limites estabelecidos na lei, quais sanções deverão ser aplicadas e como deverá ser a graduação destas sanções. Embora a discricionariedade seja a regra no exercício do poder de polícia, nada impede que a lei, estabeleça total vinculação da atuação administrativa a seus preceitos.

3.1.2 Auto-Executoriedade

É atributo inerente ao poder de polícia, sem o qual este sequer faria sentido. A Administração precisa possuir a prerrogativa de impor diretamente, sem necessidade de prévia autorização judicial, as medidas ou sanções necessárias à repressão da atividade lesiva à coletividade. A obtenção de prévia autorização judicial para a prática de determinados atos é uma faculdade da Administração. Ela costuma recorrer ao judiciário quando tenciona praticar atos em que seja previsível forte resistência dos particulares envolvidos. Porém sempre que o administrado entender ter havido arbítrio, desvio ou excesso de poder, pode exercer seu direito de provocar a tutela jurisdicional, a qual poderá decretar a nulidade dos atos praticados (embora, posteriormente à sua prática). A aplicação de sanção sumária, sem defesa prévia, é hipótese excepcional e somente se justifica em casos urgentes que ponham em risco iminente a segurança ou a saúde pública. Ocorre na apreensão ou destruição de alimentos contaminados ou impróprios para consumo, na interdição de atividades que ameacem a segurança das pessoas etc.

3.1.3 Coercibilidade

É para que as medidas adotadas pela Administração possam ser impostas coativamente ao administrado, ou seja, sua observância é obrigatória para o particular. Quando este resistir ao ato de polícia, a Administração poderá valer-se da força pública para garantir seu cumprimento. Também independe de prévia autorização judicial, estando sujeita à verificação posterior quanto à legalidade e a indenização ou reparação, ao particular, que comprove ter ocorrido abuso de poder.

3.2 Abuso de Poder

Os poderes são prerrogativas conferidas ao administrador público. Não são regalias ou privilégios, mas sim atributos daquele que exerce função pública, para que possa bem desempenhá-la, em prol da coletividade. A utilização desses poderes – respeitados os termos e limites da lei, assim como a moral, a finalidade e as exigências públicas – constitui atuação normal e legítima do administrador público. Nem sempre o poder é utilizado de forma adequada, o seu emprego pode ser desproporcional, sem amparo legal ou sem utilidade pública. A atuação nessas condições deverá ser declarada, pela Administração (autotutela) ou pelo Poder Judiciário (controle judicial), ilícita ou nula. Essa atuação ilegítima caracteriza o chamado abuso de poder. O abuso de poder pode assumir tanto a forma comissiva (uma ação positiva) quanto a omissiva (uma omissão ilegal), quer o ato seja doloso ou culposo.

3.2.1 Excesso de Poder

Ocorre quando o agente age fora dos limites de sua competência administrativa, invadindo a competência de outros agentes ou praticando atividades que a lei não lhe conferiu. A autoridade, embora competente para o ato, vai além do que a lei lhe permitiu. Essa modalidade decorre de vício no requisito competência.

3.2.2 Desvio de Poder

Ocorre quando o administrador pratica o ato buscando alcançar fim diverso daquele que lhe foi determinado pela lei. Embora atue nos limites da sua competência, o agente pratica o ato por motivos ou fins diversos do estabelecido legalmente ou exigidos pelo interesse público. Essa modalidade decorre de vício no requisito finalidade.

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

1) A professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, ao tratar do Poder de Polícia, afirma: “o poder de polícia não deve ir além do necessário para satisfação do interesse público que visa proteger; a sua finalidade não é destruir os direitos individuais, mas, ao contrário, assegurar o seu exercício, condicionando-o ao bem estar social; só poderá reduzi-los quando em conflito com interesses

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maiores da coletividade e na medida estritamente necessária à consecução dos fins estatais.” O texto se refere ao seguinte princípio, aplicável aos atos de poder

de polícia: a) legalidade; b) moralidade; c) impessoalidade; d) proporcionalidade; e) segurança jurídica.

2) Com relação aos princípios aplicáveis à Administração Pública, analise as afirmativas a seguir: I. O princípio da motivação somente é exigido para as decisões administrativas dos tribunais. II. A lesão ao princípio da moralidade administrativa justifica a propositura da ação popular.

III. Como regra, o princípio da segurança jurídica veda, nos processos administrativos, a aplicação retroativa por parte da Administração Pública de nova interpretação.

A(s) afirmativa(s) verdadeira(s) é/são somente: a) I e II

b) I e III c) II e III d) I, II e III e) III

3) O princípio que tem por propósito aferir a compatibilidade entre os meios e os fins, de modo a evitar restrições desnecessárias ou abusivas por parte da Administração Publica, com lesão aos direitos fundamentais, recebe a denominação de:

a) razoabilidade; b) moralidade; c) legalidade; d) impessoalidade; e) eficiência.

4) “O conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da Administração“. O conceito de ”Maurice Hauriou, citado por quase todos os doutrinadores deDireito Administrativo, refere-se ao seguinte princípioda Administração Pública:

a) impessoalidade; b) moralidade; c) legalidade; d) razoabilidade; e) proporcionalidade.

5) Assinale a alternativa que NÃO indica um dosprincípios constitucionais aplicáveis à Administração Pública:

a) legalidade; b) impessoalidade; c) liberdade das formas; d) publicidade;

e) eficiência.

6) O princípio básico que objetiva aferir a compatibilidade entre os meios e os fins, de modo a evitar restriçõesdesnecessárias ou abusivas por parte da AdministraçãoPública, com lesões aos direitos fundamentais, denomina-se a) motivação. b) razoabilidade. c) impessoalidade. d) coercibilidade. e) imperatividade.

7) O regime jurídico-administrativo abrange diversosprincípios. Entre os princípios abaixo, assinale aquele que se vincula à limitação da discricionariedade administrativa.

a) impessoalidade

b) presunção de legitimidade c) razoabilidade

d) hierarquia

e) segurança jurídica

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Constitucional no 19/98, é o da: a) razoabilidade b) impessoalidade c) motivação d) legalidade e) eficiência

9) Correlacione as duas colunas, quanto aos princípios da Administração Pública, e aponte a ordem correta.: 1- Razoabilidade 2- Moralidade 3- Finalidade 4- Economicidade 5- Eficiência

( ) avalia a relação custo/benefício

( ) prestigia o entendimento do homem médio ( ) preocupa-se com a governabilidade

( ) relaciona-se com os costumes

( ) interessa-se pelo permanente atendimento do bem comum a) 4/1/5/2/3 b) 5/2/4/1/3 c) 3/2/5/1/4 d) 5/3/4/2/1 e) 1/2/3/5/4 Capítulo III

1. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

A responsabilidade civil tem sua origem no Direito Civil e pauta-se na obrigação de indenizar um dano patrimonial decorrente de um fato lesivo voluntário e, para que ocorra, são necessários os seguintes elementos:

A ocorrência de um dano patrimonial ou moral;

O nexo de casualidade entre o dano havido e o comportamento do agente, ou seja, que o dano

efetivamente haja decorrido, direta ou indiretamente, da ação ou omissão do agente.

Que o fato lesivo, causado pelo agente, seja em decorrência de dolo (intenção) ou culpa

(negligência, imprudência ou imperícia);

No Direito Público, temos que a responsabilidade civil da Administração evidencia-se na obrigação que tem o Estado de indenizar os danos patrimoniais ou morais que seus agentes, na qualidade de agentes públicos, causem a particulares e com tal reparação se exaure.

2. Evolução 2.1 Irresponsabilidade do Estado

A teoria de não responsabilização do Estado assumiu sua maior notoriedade sob os regimes absolutistas. Baseava-se essa teoria na idéia de que não era possível ao Estado (o Rei) lesar seus súditos, uma vez que o Rei não cometia erros. Os agentes públicos, como representantes do próprio Rei, não poderiam ser responsabilizados por seus atos, ou melhor, seus atos não poderiam ser considerados lesivos aos súditos. Esta doutrina somente possui valor histórico, encontrando-se inteiramente superada.

2.2 Responsabilidade Subjetiva do Estado (Culpa Civil Comum)

Esta doutrina, influenciada pelo liberalismo, pretendeu equiparar o Estado ao indivíduo, sendo obrigado a indenizar os danos causados aos particulares nas mesmas hipóteses em que existe tal obrigação para os indivíduos. Assim, o Estado, somente terá obrigação de indenizar quando, os agentes, tivessem agido com culpa ou dolo, cabendo ao particular o ônus da prova desses elementos subjetivos.

2.3 Teoria da Culpa Administrativa

Esta teoria representou a transição entre a doutrina subjetiva e a responsabilidade objetiva atualmente adotada pela maioria dos países ocidentais. Segundo a Teoria da Culpa Administrativa, o dever de o Estado indenizar o particular somente existe caso seja comprovada a existência de falta do serviço. Não se trata de questionar da culpa do agente, mas da ocorrência de falta na prestação do serviço. A tese é que somente o dano decorrente de irregularidade na execução da atividade ensejaria indenização ao particular, ou seja, exige-se uma culpa, mas não culpa subjetiva do agente, e sim uma culpa especial da Administração (Culpa Administrativa). A culpa Administrativa pode decorrer de inexistência do serviço, mau funcionamento do serviço ou retardamento do serviço. Cabe ao particular comprovar sua ocorrência para fazer jus à indenização.

2.4 Teoria do Risco Administrativo ( ADOTADA PELA CF/88)

Referências

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