Eletrônica de Potência
Conversores CC-CC
Prof. Alessandro Batschauer
1 Prof. Janderson Duarte
Introdução
• Em certas aplicações é necessário transformar uma tensão contínua em outra com amplitude regulada;
• Em sistemas CA a elevação ou redução da tensão é facilmente
realizada através de um transformador. Em sistemas CC a situação é diferente, e requer o uso de conversores estáticos de potência;
• Conversores CC-CC: convertem uma tensão contínua em outra tensão
contínua com valor controlado.
Não isolados: não apresentam isolação elétrica entre a entrada e a saída. Isolados: apresentam isolação elétrica entre a entrada e a saída,
Introdução
• Formado por dispositivos semicondutores e elementos passivos; • Controla o fluxo de energia elétrica entre E1 e E2.
• Os interruptores normalmente operam em elevada freqüência e filtros passa-baixas são utilizados para retirar os componentes harmônicos gerados pelas comutações;
• Os conversores CC-CC têm sido usados em diversas aplicações, entre elas: fontes para computadores, equipamentos de telecomunicações, em tração elétrica, carregadores de bateria, etc.
E2 Conversor
CC-CC E1
Introdução
Divisor de tensão Vin R1 Ro Vo I o inP
P
o inV I
V I
o inV
V
Vin S1 Ro Vo I Regulador linear BAIXA EFICIÊNCIAIntrodução
• A análise dos conversores CC-CC apresentados a
seguir será em REGIME PERMANENTE
O valor médio da tensão nos indutores é NULO em um período de comutação
O valor médio da corrente nos capacitores é NULO em um período de comutação
Conversores CC-CC Não Isolados
• Buck (abaixador)
• Boost (elevador)
• Buck-boost (abaixador-elevador)
• Conversores em ponte
Reversível em corrente• Carga resistiva
• Carga RLE
Condução contínua Condução descontínua
• Com filtro LC na saída
Condução contínua Condução descontínua
• Com filtro LC na entrada e na saída
Conversor abaixador (buck):
Carga resistiva
• Uma alternativa para reduzir a tensão de saída, com elevada
eficiência, é a utilização de um conversor CC-CC em alta freqüência
• O interruptor S opera com um período de comutação T, sendo que permanece fechado (conduzindo) durante o intervalo ton e aberto (bloqueado) durante o intervalo toff. Logo:
Conversor abaixador (buck):
Carga resistiva
• Dessa forma, a razão cíclica pode assumir valores entre 0 e 1.
on
t
D
T
• A relação entre o tempo de condução do interruptor (ton) e o período de comutação (T) é definida como razão cíclica (duty cycle) do
Conversor abaixador (buck):
Carga resistiva
• O valor médio da tensão de saída depende da tensão de entrada e da razão cíclica. Uma vez definida a tensão de entrada, a tensão de
saída desse conversor é dependente exclusivamente da razão cíclica.
0
1
ton o inV
V dt
T
V
o
DV
in• Como resultado da operação do interruptor S, a tensão de saída é recortada, caracterizada pela presença de Vin durante ton e
ausência de Vin durante toff. O valor médio da tensão de saída (Vo) é dado por:
2 ( ) 01
ton o RMS inV
V dt
T
V
o rms( )
DV
in
o
inV
M
D
V
GANHO ESTÁTICO CONVERSOR BUCK• Outro termo empregado é o ganho estático do conversor, que é relação entre o valor médio da tensão de saída e o valor médio da tensão de entrada do conversor.
Quando M < 1, o conversor é chamado de abaixador; Quando M > 1, o conversor é chamado de elevador.
o in
V
M
V
Conversor abaixador (buck):
Carga resistiva
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.5 1 M• Fontes chaveadas
• O conjunto filtro LC + carga se comporta como uma carga LE (ou como uma carga RLE com resistência desprezível)
• Para efeitos de análise vamos assumir que a tensão de entrada Vin e a tensão de saída Vo são constantes, ou seja, não apresentam
nenhuma ondulação.
• Dois modos de operação, de acordo com a corrente no indutor Condução contínua
Condução descontínua
Conversor abaixador (buck):
Filtro LC na saída
Vin S DRL R L C iin iL iD + VoConversor abaixador (buck):
Filtro LC na saída: Cond. contínua
1ª ETAPA 0 ≤ t ≤ ton 2ª ETAPA ton ≤ t ≤ T (0 ≤ t ≤ toff) in in odi
V
L
V
dt
0
L
di
DV
odt
min in o inV
V
i
I
t
L
max o DV
i
I
t
L
Vin S DRL R L C iin iL iD + Vo _ S DRL R L C iin iL iD + Vo _ VinFORMAS DE ONDA
Conversor abaixador (buck):
TENSÃO MÉDIA, CORRENTE MÉDIA E POTÊNCIA ATIVA NA CARGA
o in
V
DV
Tensão média o oV
I
R
Corrente média
o o oP
V I
Potência ativaEm regime permanente, o valor médio da tensão no indutor é nulo:
V
in
V DT
o
V
o
1
D T
0
CORRENTES MÉDIA E EFICAZ NO INTERRUPTOR E NO DIODO
s o
I
DI
Corrente média no interruptor
** Equações válidas para pequenas ondulações de
( ) s RMS oI
D I
Corrente eficaz no interruptor**
1
D o
I
D I
Corrente média no diodo
( )
1
D RMS o
I
D I
Corrente eficaz no diodo**
Conversor abaixador (buck):
ONDULAÇÃO DE
CORRENTE NO INDUTOR
Ao final da 1ª etapa (t = ton) iL = Imax:
max min in o on
V
V
I
I
t
L
I
I
max
I
minConversor abaixador (buck):
Filtro LC na saída: Cond. contínua
1
in LV
D D
I
L f
DETERMINAÇÃO DO VALOR DO INDUTOR
max1
in LV
D D
L
f I
Considerando Vin constante e uma ampla faixa de variação de razão cíclica, a ondulação máxima acontece para D = 0,5. Logo:
max
4
in LV
L
f I
CÁLCULO DA
INDUTÂNCIA CRÍTICA
Para verificar se o conversor está em condução contínua deve-se saber o valor mínimo da corrente no indutor:
min _
2
L médio
I
I
I
Conversor abaixador (buck):
Filtro LC na saída: Cond. contínua
1
2
in crit oV
D D
L
L
f I
min1
2
in oV
D D
I
I
L f
min2
oI
I
I
Assim, pode-se determinar o valor mínimo de indutor que garante a condução contínua, fazendo-se a corrente mínima igual a zero (condução crítica):
1
2
o crit oV
D
L
L
f I
Vin constante Vo constanteDETERMINAÇÃO DO VALOR DO CAPACITOR
Conversor abaixador (buck):
Filtro LC na saída: Cond. contínua
A ondulação da tensão no capacitor Vc é igual à ondulação da tensão de saída Vo. Como o indutor e o capacitor atuam como filtro, pelo capacitor circula a alta freqüência e pela carga a baixa freqüência da corrente de saída.
Assim, pode-se determinar o valor do capacitor através de:
21
inV
D D
C
Conversor abaixador (buck):
Filtro LC na saída: Cond. descontínua
Se o valor do indutor é menor que LCRIT o
conversor buck opera em condução descontínua. + Vo _ Vin S DRL R L C iin iL iD + Vo _ Vin S DRL R L C iin iL iD + Vo _ Vin S DRL R L C iin iL iD
Conversor abaixador (buck):
Filtro LC na saída: Cond. descontínua
GANHO ESTÁTICO EM CONDUÇÃO DESCONTÍNUA o in D
V
DT
V
DT
t
max2
L on D L méd oI
t
t
I
I
T
2
o D o DV t
I
DT
t
LT
2
o DL I
t
DV
2 22
o o inV
D
LI
V
D
(*) (**) Ganho estático em conduçãoEm regime permanente, o valor médio da tensão no indutor é nulo:
V
in
V DT
o
V t
o d
0
Além disso, em condução descontínua a corrente média no indutor é:
Conversor abaixador (buck):
Filtro LC na saída: Cond. descontínua
CARACTERÍSTICA DE SAÍDA 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 D = 1 D = 0,9 D = 0,7 D = 0,5 D = 0,3 D = 0,1 o in V V 2L I Região de condução descontínua Região de condução contínua
Conversor abaixador (buck):
Filtro LC na saída: Cond. descontínua
CORRENTES MÉDIA E EFICAZ NOINTERRUPTOR
Corrente média no interruptor
Conversor abaixador (buck):
Filtro LC na saída: Cond. descontínua
CORRENTES MÉDIA E EFICAZ NODIODO
Corrente média no diodo
Conversor abaixador (buck):
Carga RLE
• Acionamento de motores de corrente contínua
• Inclusão de um diodo de roda livre (free-wheeling diode) para
fornecer um caminho para a corrente no indutor quando o interruptor for bloqueado
• Possui dois modos distintos de operação, de acordo com a corrente no indutor Condução contínua Condução descontínua Vin S DRL R L Ec iin io iD + Vo _
Conversor abaixador (buck):
Carga RLE – Condução contínua
Vin S DRL R L Ec iin io iD + Vo _ Vin S DRL R L Ec iin io iD + Vo _ 1ª ETAPA 0 ≤ t ≤ ton 2ª ETAPA ton ≤ t ≤ T (0 ≤ t ≤ toff)
in
in in cdi
V
Ri
L
E
dt
0
D D cdi
Ri
L
E
dt
min1
t t in c inV
E
i
I
e
e
R
max1
t t c DE
i
I
e
e
R
L
Conversor abaixador (buck):
Carga RLE – Condução contínua
FORMAS DE ONDAConversor abaixador (buck):
Carga RLE – Condução contínua
TENSÃO MÉDIA, CORRENTE MÉDIA EPOTÊNCIA ATIVA NA CARGA
o in
V
DV
Tensão média
o c oV
E
I
R
Corrente média
o o oP
V I
Potência ativa** Válido para pequenas ondulações de corrente (I < 30%Io)
CORRENTES MÉDIA E EFICAZ NO INTERRUPTOR E NO DIODO
s o
I
DI
Corrente média no interruptor
** Equações válidas para pequenas ondulações de
( ) s RMS oI
D I
Corrente eficaz no interruptor**
1
D o
I
D I
Corrente média no diodo
( )
1
D RMS o
I
D I
Conversor abaixador (buck):
Carga RLE – Condução contínua
ONDULAÇÃO DECORRENTE
Ao final da 1ª etapa (t = ton), io = Imax:
Ao final da 2ª etapa (t = toff) io = Imin:
I
I
max
I
min
11
1
1
D T DT in Te
e
V
I
R
e
max1
1
DT c in Te
E
V
I
R
R
e
1 min1
D T T c in Te
e
E
V
I
R
R
e
Conversor abaixador (buck):
Carga RLE – Condução contínua
ONDULAÇÃO DECORRENTE
Na maioria das aplicações a resistência R é pequena em relação a L ( >> T). Nesses casos, é possível realizar aproximações de 1ª ordem:
1
DTDT
e
I
D
1
D
V
inL f
11
1
D TD T
e
Ponto de máxima ondulação com Vin constante:
0
I
D
0,5
D
max
4
inV
I
L f
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 D in I L f VConversor abaixador (buck):
Carga RLE – Condução descontínua
Vin S DRL R L Ec iin io iD + Vo _ iin io Vin S DRL R L Ec iD + Vo _ iin io Vin S DRL R L iD + Vo
Conversor abaixador (buck):
Carga RLE – Condução descontínua
TENSÃO MÉDIA NA CARGA
0
1
on on d t T o in t t cV
V dt
E dt
T
1
o in cd cV
DV
D
E
on d o in cT
t
t
V
DV
E
T
Definindo que:
on d
cdt
t
D
T
CORRENTE MÉDIA NA CARGA
o c oV
E
I
R
in cd c oDV
D E
I
R
Conversor abaixador (buck):
Carga RLE – Condução descontínua
RAZÃO CÍCLICA DECONDUÇÃO DESCONTÍNUA
Na condução descontínua tem-se que Imin = 0 em t = td:
max1
DT in cV
E
I
e
R
max0
1
d d t t cE
I
e
e
R
ln
1
DT in in cd c cV
V
D
e
D
T
E
E
ln
1
DT in in d c cV
V
t
e
E
E
Conversor abaixador (buck):
Carga RLE – Condução descontínua
CORRENTES MÉDIA E EFICAZ NOINTERRUPTOR
Corrente média no interruptor
Corrente eficaz no interruptor
𝐼
𝑠=
1
𝑇
𝑉
𝑖𝑛− 𝐸
𝑅
(1 − 𝑒
𝑡 𝜏)𝑑𝑡
𝐷𝑇 0𝐼
𝑠(𝑅𝑀𝑆)=
1
𝑇
𝑉
𝑖𝑛− 𝐸
𝑅
(1 − 𝑒
𝑡 𝜏)
2𝑑𝑡
𝐷𝑇 0Conversor abaixador (buck):
Carga RLE – Condução descontínua
CORRENTES MÉDIA E EFICAZ NODIODO
Corrente média no diodo
Corrente eficaz no diodo
𝐼𝐷 = 1 𝑇 𝐼𝑚𝑎𝑥 − 𝐸 𝑅 (1 − 𝑒 (𝑡−𝐷𝑇) 𝜏 ) 𝑑𝑡 𝑡𝑑 𝐷𝑇 𝐼𝐷(𝑅𝑀𝑆) = 1 𝑇 𝐼𝑚𝑎𝑥 − 𝐸 𝑅 (1 − 𝑒 (𝑡−𝐷𝑇) 𝜏 ) 2 𝑑𝑡 𝑡𝑑 𝐷𝑇
Conversor abaixador (buck):
Carga RLE – Condução descontínua
INDUTÂNCIA CRÍTICA• Para condução descontínua, a tensão média na carga não depende apenas da razão cíclica D, mas também de Dcd (função dos parâmetros do
conversor);
• Para a grande maioria das aplicações práticas esta é uma situação indesejável e que deve ser evitada, pois dificulta o controle do sistema; • Por essa razão, o modo de condução contínua é usualmente empregado; • Para isso, deve ser determinada a mínima indutância que possibilita essa
operação para uma dada freqüência de comutação. Tal indutância é denominada indutância crítica;
• Usualmente, a indutância crítica é calculada desprezando-se a resistência R, tornando a taxa de variação de corrente linear. Assim, calcularemos o valor da indutância crítica posteriormente, ao incluirmos um filtro LC na saída do conversor.
Conversor abaixador (buck):
Filtro LC na entrada
• A corrente de entrada iin, que alimenta o conversor, é pulsada. Este fato apresenta dois inconvenientes:
Elevado conteúdo harmônico, produzindo interferências eletromagnéticas
Se houver indutância em série com a fonte, mesmo que seja parasita, no instante da abertura da chave serão produzidas sobretensões que podem ser destrutivas para os semicondutores de potência
• Para corrigir estas dificuldades pode ser empregado um filtro LC na entrada do conversor Vin S DRL R L C iin iL iD + Vo Lin Cin iCin
Conversor abaixador (buck):
Análise do rendimento
Vin S DRL R L C iin iL iD + Vo _• Para realizar o cálculo das perdas, primeiramente calculam-se as correntes (médias e eficazes) dos elementos considerando operação ideal
• Perdas em condução
Resistências parasitas
Semicondutores (interruptor, diodo)
• Perdas nas comutações
Interruptor
Conversor abaixador (buck):
Análise do rendimento: Comutação
c on c off chavW
W
P
T
1
2
chav d o s c on c offP
V I f t
t
39
Conversor abaixador (buck):
Cálculo térmico
• Eletrônica de Potência I j a da jc cdT
T
R
R
R
P
onde: Tj Temperatura da junção (oC) Ta Temperatura ambiente (oC)P Potência dissipada pelos elementos semicondutores (W)
Rjc Resistência térmica entre a junção e o encapsulamento (case) (oC/W)
Rcd Resistência térmica entre o encapsulamento e o dissipador (oC/W)