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RESUMO ABSTRACT. Keywords: Ergonomic risks; Work-related musculoskeletal disorders; Musculoskeletal Symptoms; Professors; INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

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Academic year: 2021

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AVALIAÇÃO DOS RISCOS ERGONÔMICOS DOS POSTOS DE TRABALHO DOS DOCENTES DO INSTITUTO FEDERAL CATARINENSE CAMPUS SÃO BENTO

DO SUL

EVALUATION OF ERGONOMIC RISKS AT WORKPLACE OF PROFESSORS OF THE CATARINENSE FEDERAL INSTITUTE CAMPUS SÃO BENTO DO SUL

Maria Fernanda MOREIRA1​,​ Kristine KRAEMER​1​, Tiago Andrade CHIMENEZ2​ ​e Bruno Maia de GUIMARÃES​3

A – Financiado pelo edital nº 37/2018 do IFC campus São Bento do Sul;

1- Bolsistas do curso técnico de Segurança do Trabalho integrado ao ensino médio do IFC campus São Bento do Sul;

2 - IFC campus São Bento do Sul, co-orientador; 3 - IFC campus São Bento do Sul, orientador

RESUMO

A pesquisa tem objetivo realizar avaliação dos riscos ergonômicos dos postos de trabalho dos docentes do IFC campus São Bento do Sul. A amostra foi de 25 docentes que responderam um questionário sociodemográfico, questionário dos riscos ergonômicos e foi aplicado um ​Checklist ​e o método RULA nas mesas de trabalho dos docentes. As regiões com maior prevalência de dor foram coluna lombar, ombro direito e pescoço que podem ter relação com a falta de conhecimento dos riscos, mobiliário e equipamentos inadequados, principalmente a ausência de suporte para notebook e práticas inadequadas do dia a dia dos docentes.

Palavras-chave: ​Riscos ergonômicos; DORT; Sintomas Musculoesqueléticos; Docentes;

ABSTRACT

The research aims to carry out the ergonomic risk assessment of the IFC campus São Bento do Sul professors' workplace. The sample consisted of 25 professors who answered a sociodemographic questionnaire, an ergonomic risk questionnaire. A Checklist and RULA method were applied to the desks of professors' workplace. The parts with the highest prevalence of pain were the lumbar spine, right shoulder and neck, which may be related to the lack of knowledge of risks, inadequate furniture and equipment, especially the lack of notebook support and inadequate professors' daily practices.

Keywords: ​Ergonomic risks; Work-related musculoskeletal disorders; Musculoskeletal Symptoms; Professors;

INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

Os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) afetam uma grande variedade de ocupações são reconhecidas como as principais causas de

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incapacidades relacionadas ao trabalho (Mody e Brooks, 2012; Nastasia, Coutu e Tcaciuc, 2014). No Brasil as DORT representam importante problema na saúde pública (Neves e Nunes, 2010), e são responsáveis por danos à saúde do trabalhador

que podem levar a longos períodos de afastamento do trabalho, gerando custos com benefícios e indenizações (Trelha et al., 2002) as empresas.

Observa-se que muitos trabalhadores estão expostos aos fatores de riscos das DORT. Esses fatores de risco são: compressão mecânica, força excessiva, movimentos repetitivos, movimentos rápidos, duração dos turnos de trabalho e posturas inadequadas (Marras et al., 2009; Costa e Vieira, 2009). Além dos riscos biomecânicos, fatores individuais, como, tabagismo, obesidade e capacidade física, fatores organizacionais e psicossociais também podem contribuir para a ocorrência dos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (Costa e Vieira, 2009). Para prevenir o desenvolvimento de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, é necessário identificar os fatores de risco e propor recomendações ergonômicas para os postos de trabalho (Gustafsson et al., 2011). Nesse sentido, chega-se a pergunta norteadora da pesquisa: quais os riscos ergonômicos dos postos de trabalho dos docentes do Instituto Federal Catarinense Campus São Bento do Sul?

Muitas instituições de ensino, não oferecem condições ergonômicas adequadas, que estejam em conformidade com a legislação trabalhista e, em especial, com o que dispõe a norma regulamentadora n⁰ 17, a qual estabelece parâmetros adaptativos que garantam condições adequadas de trabalho (Branco et al., 2011). A importância deste tema, refere-se à existência de relação direta entre as más condições de trabalho, queixas de sintomas musculoesqueléticos, comprometimento do bem-estar psicossocial e a qualidade de vida docente (Mota et al., 2014).

No caso do trabalho docente, os riscos ocupacionais são potencializados pelas exigências múltiplas ao papel do professor, expondo-o a disfunções relacionadas à saúde física e mental (Erdmann e Nascimento, 2002). Isto pode ocorrer devido ao esforço mental e físico na realização das atividades intra ou extraclasse (Lemos, 2005). Uma vez que estes profissionais realizam diversas atividades que são realizadas além das aulas que muitas vezes são realizadas utilizando computador na posição sentada por tempo prolongado é fator de risco para o desenvolvimento de sobrecargas biomecânicas sobre a coluna vertebral e membros superiores (Fisher e Gibson, 2008).

Os fatores de risco podem ser identificados com o emprego de diversas ferramentas ergonômicas (questionários, entrevistas, ​checklists​, fotos, vídeos, avaliação da atividade muscular, análise dos movimentos, análise de tempos e métodos e etc) variando de acordo com o tipo de atividade, tipo de risco e realidade observada na organização.

Portanto, faz-se necessário o entendimento dos fatores de riscos presentes no posto de trabalho dos docentes do Instituto Federal Catarinense Campus São Bento do Sul, a fim de que sejam instituídas intervenções ergonômicas que promovam

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melhores condições de saúde, qualidade de vida no trabalho e consequentemente, melhor qualidade no ensino.

O objetivo desta pesquisa é realizar avaliação dos riscos ergonômicos dos postos de trabalho dos docentes do Instituto Federal Catarinense campus São Bento do Sul.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo transversal de abordagem qualitativa e quantitativa. A pesquisa foi realizada no Instituto Federal Catarinense Campus São Bento do Sul. A população foi composta por docentes do Instituto Federal Catarinense Campus São Bento do Sul e a amostra foi de 25 docentes.

Os critérios de inclusão da amostra foram: exercer a função de docente, ser dedicação exclusiva a instituição e assinar o Termo de Consentimento Livre Esclarecido. Os critérios de exclusão da amostra foram: exercer as atividades de docente há menos 6 meses no Instituto Federal Catarinense campus São Bento do Sul, ser docente 20 ou 40 horas e não assinar o Termo de Consentimento Livre Esclarecido.

A pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Federal Catarinense CAAE nº 14598219.3.0000.8049. Para coleta de dados, foram elaborados pelos membros da equipe um questionário sociodemográfico com intuito de obter informações pessoais, um questionário de riscos ergonômicos para identificar os riscos ergonômicos presentes no dia a dia dos docentes e um ​checklist para obter informações sobre o mobiliário e equipamentos utilizados no ambiente de trabalho dos professores. Além disso, foram aplicadas o método RULA (McAtamney e Corlett, 1993) para classificação da exposição biomecânica dos postos de trabalho analisado. Para identificação da prevalência dos sintomas de dor e desconforto musculoesquelético foi aplicado o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares desenvolvido por Kuorinka et al (1987).

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados encontrados mostram que 28,8% da amostra são mulheres e 72% são homens com a idade média de 37,8 anos e que trabalham em média há 4,64 anos na instituição. Após a coleta e análise dos dados foram relacionados os três segmentos corporais com maior prevalência de dor entre os docentes com as variáveis mais relevantes do questionário sociodemográfico, do questionário de riscos ergonômicos e do ​checklist​. Os resultados obtidos da ferramenta RULA foram em média de 3,08, que segundo a ferramenta é um ambiente de trabalho que precisa ser investigado mas que não apresenta risco ergonômico elevado.

A coluna lombar apresentou 60% de prevalência de dor entre os docentes, dos quais 60% apresentaram IMC maior que 25, seja, maior que o considerado normal, indicando sobrepeso, 86,67% afirmaram que permanecem em pé entre 80 e 100% do tempo durante as aulas. Com relação a carga horária, 60% desses docentes trabalham entre 10 e 15 horas/aula por semana, enquanto que 60% dos docentes afirmaram que utilizam entre 80 e 100% do tempo o computador nos horários fora da

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sala de aula. Ainda, 93,33% destes docentes que utilizam notebook, não possuem suporte, fazendo com que a borda superior da tela não esteja na mesma altura dos olhos, gerando flexão da coluna cervical durante a visualização do monitor.

Com relação ao pescoço, 56% dos entrevistados relatam dor. Destes, 71,43% possuem a estatura entre 155 cm e 175 cm, podendo estabelecer uma relação com a altura em que os mesmos escrevem no quadro, pois 57,14% dos docentes escrevem principalmente nas partes de cima e meio do quadro, fazendo com que o ombro esteja em um ângulo superior à 90° em vários momentos, situação que pode sobrecarregar

o músculo trapézio e se relacionar com dor na região da coluna cervical. Outro fator que pode ter relação, é que a maioria dos professores (64,29%) exerce a profissão entre 3 e 10 anos, tendo menos experiência e desconhecer às posições que podem gerar dor cervical, além de que 71,43% desses professores apresentaram carga horária entre 10 e 15 h/a. Além disso, 92,86% dos docentes afirmaram que utilizam o computador entre 60 e 100% do tempo durante as atividades fora de sala de aula, sendo que 100% deles não possuem suporte para o notebook, fazendo com que nestes casos, a borda superior da tela não esteja na altura dos olhos, proporcionando assim, um maior ângulo de flexão do pescoço.

A outra região corporal que apresentou maior prevalência de desconforto aos trabalhadores foi o ombro direito, com 48%, dos quais 70% apresentaram altura entre 155 cm e 175 cm. Esse resultado pode ter relação com a altura que esses docentes escrevem no quadro, pois 70% relatou que escreve principalmente nas partes de cima e meio do quadro, fazendo com que o ombro esteja em um ângulo superior à 90° em vários momentos, situação que pode gerar dor no ombro. Outro fator que pode ter

influência é que 60% exercem a profissão de docente de 3 a 10 anos, por uma possível falta de experiência, não conhecem um ângulo adequado do ombro para que não se provoque risco de dor. Além disso, 70% dos docentes apresenta carga horária entre 10 e 15h/a, sendo que 100% deles, utilizam notebook sem suporte e com a altura da borda superiora do monitor abaixo do nível dos olhos. Ainda, 70% dos docentes que apresentaram dor no ombro direito afirmaram que utilizam o computador durante 60 a 80% das atividades realizadas fora de sala de aula. Enquanto isso, 60% das mesas desses docentes não estão na mesma altura dos seus cotovelos, podendo ter relação com as queixas de dor no ombro direito.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com os resultados obtidos pode-se identificar que as dores osteomusculares mais frequentes dos docentes são localizadas na coluna lombar, pescoço e no ombro direito e pode-se ter relação com a falta de conhecimento dos riscos ergonômicos, mobiliário e/ou equipamentos inadequados utilizados, principalmente em trabalhos fora de sala de aula onde utilizam ​notebook ​sem suporte e práticas inadequadas no dia a dia dos docentes.

Portanto, a partir da identificação dos riscos ergonômicos, é importante que ocorram adaptações no ambiente de trabalho dos docentes e mudanças nos hábitos dos professores para que futuramente não tenham problemas de saúde que

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acarretem em possíveis afastamentos do trabalho e diminuição da qualidade do ensino.

REFERÊNCIAS

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fundamental. Fisioter.Mov. V. 24, n. 2, p. 307-14, 2011.

ERDMANN, A. L.; NASCIMENTO, K. C. O Ambiente de Trabalho de Docentes e Servidores de um Departamento de Ensino Universitário. R. Enferm. V. 10, n. 3, p. 199-207, 2002.

FISHER, T.; GIBSON, T. A Measure of University Employees’ Exposure to Risk Factors for Work-Related Musculoskeletal Disorders. AAOHN Journal. v. 56, n. 3, p. 107-114, 2008.

GUSTAFSSON, E.; JOHNSON, P. W.; LINDEGARD, A.; HAGBERG, M. Technique, muscle activity and kinematic differences in young adults texting on mobile phones. Ergonomics. V. 54, n. 5, p. 477-487, 2011.

KUORINKA, I.; et al. Standardised Nordic Questionnaires for the Analysis of Musculoskeletal Symptoms. Appl Ergon. V. 18, p. 233-7, 1987.

MCATAMNEY, L.; CORLETT, E. N. RULA: a survey method for the investigation of world-related upper limb disorders. Appl. Ergon. V. 24, n. 2, p. 91-99, 1993.

MARRAS, W. S.; CUTLIP, R. G.; BURT, S. E.; WATERS, T. R. National occupational research agenda (NORA) future direction in occupational musculoskeletal disorder health research. Appl.Ergon. v. 40, p. 15–22, 2009.

MODY, G. M.; BROOKS, P. M. Improving musculoskeletal health: global issues. Best Pract. Res.Clin. Rheumatol. v. 26, n. 2, p. 237-49, 2012.

NASTASIA, I.; COUTU, M. F.; TCACIUC, R. Topics and trends in research on non clinical interventions aimed at preventing prolonged work disability in workers compensated for work-related musculoskeletal disorders (WRMSDs): a systematic, comprehensive literature review. Disabil. Rehabil. v. 36, n. 22, p. 1841–1856, 2014. NEVES, R.; NUNES, M. Da legitimação a (res) significação: o itinerário terapêutico de trabalhadores com LER/DORT. Ciência e Saúde Coletiva. v. 15, n. 1, p. 211-220, 2010.

TRELHA, C. et al. LER/DORT em operadores de check out: um estudo de prevalência. Salusvita. V. 21, n. 3, p. 87-95, 2002.

Referências

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