46 Proteste 360 • setembro 2014
complexas ou pouco interessantes. Usámos um televisor de cada fabricante: LG 47LB630V, Panasonic TX-42AS650E, Philips 47PFK7109, Samsung UE46H7000 e Sony KDL-50W805B.
Pendisk: a ligação que facilita
Armazenamos no disco rígido do computador a maioria dos vídeos e fotografias capturados no smartphone, na câmara de vídeo e na máquina fotográfica. A nossa biblioteca musical tem o mesmo destino. Mas como aceder a estes registos nos novos televisores smart? Trata-se de uma tecnologia simples e vantajosa ou de um mero argumento comercial dos fabricantes? Analisámos ainda a componente online, vital num smart TV. Para ver as fotografias e vídeos em grande formato ou para reproduzir músicas (hipótese interessante se ligar o televisor a um sistema de som), o melhor é transferi-los do disco rígido do computador para uma pendisk e ligar a última ao televisor.guiada
às opções
escondidas
do televisor
m cima de um móvel estrategicamente colocado na sala, no quarto ou na cozinha encontram-se televisores subaproveitados pormuitos proprietários. Desconhecem as imensas
funcionalidades ao dispor, que vão além do visionamento da
programação diária. Os chamados smart TV (televisores
inteligentes) são uma ajuda para visualizar fotografias e vídeos
das férias, bem como para instalar aplicações, navegar na
Net e ainda aceder a ficheiros do telemóvel.
Identificámos cinco perfis, segundo as preferências dos
utilizadores, para explicar como tirar proveito de um
smart TV, e identificámos as
funções que consideramos
E
Viagem
Os televisores mais modernos acolhem de braços
abertos as nossas fotografias, vídeos, músicas e
aplicações e permitem navegar na Net. Mas a
experiência nem sempre é perfeita
Televisores
Samsung, S
ony,
Panasonic,
LG e Philips
leitores multimédia, portal de aplicações online e navegadores de Net à p
rova
setembro 2014 • 360 Proteste 47
Há quem faça da gravação e edição de vídeos um hobby. O computador é o grande "armazém" da coleção, que conta ainda com trailers de filmes. A LG e a Samsung revelam o melhor desempenho. Em geral, a reprodução de vídeos nos televisores, através da pendisk, é interessante. Já pela rede doméstica, os obstáculos demovem mesmo os mais pacientes.
Vídeos em grande formato
Colocada a pendisk, os leitores de vídeo
dos televisores testados satisfazem: simples de usar, compatíveis com vários tipos de ficheiros e com opções de reprodução úteis. Os menus da LG e da Samsung destacam-se pelo desenho, que resulta numa utilização intuitiva. Apresentam uma larga compatibilidade com os ficheiros de vídeo.
Localizar os vídeos a reproduzir é
simples, com pesquisas por pastas de ficheiros, com opções de ordenação (por ordem alfabética ou data, por exemplo) e com um layout agradável. A Samsung e a Panasonic destacam-se ao mostrar uma sucessão de imagens quando passa o cursor por um vídeo da listagem. Ou seja, permitem “espreitar” o conteúdo antes de o abrir. Já a LG não permite fazer buscas por pastas de ficheiros, nem mudar a sua ordenação.
A incompatibilidade com ficheiros de
legendas é generalizada. Só o LG consegue reproduzir *.srt e *.subt. As restantes marcas são compatíveis com um ou outro. A LG destaca-se ainda ao permitir sincronizar o atraso entre legendas e vídeo, o tamanho e a cor. Na Samsung e Sony, pode ainda escolher um modo de imagem para o vídeo que está a ver, função útil, por exemplo, caso este seja mais escuro do que as outras fontes.
No acesso pela rede doméstica, é difícil
configurar o computador.
A compatibilidade dos televisores com os ficheiros de vídeo também é mais limitada. Utilizámos ficheiros típicos de vídeos de smartphones (3GP, MPEG4 H.264), de câmaras de vídeo (MTS e MTS 3D) e de ficheiros descarregados da Net, como trailers de filmes (MKV, XviD, MPEG4, WMV, entre outros).
Leitura de ficheiros de legendas A LG
distingue-se por aceitar os tipos ensaiados: *.srt e *.subt. Os restantes fabricantes aceitam apenas um.
Compatibilidade por USB A LG destaca-se
nos vários formatos, pois leu todos os vídeos do teste. Samsung e Philips também brilharam.
Navegação nos vídeos Na Samsung, acede
facilmente aos comandos mais importantes e pode retomar o vídeo no ponto da última leitura. É também fácil deslocar o vídeo até ao instante pretendido.
Ligar a pen ou o disco Na Samsung, Sony e
LG surge uma notificação, onde pode iniciar a leitura. Na Philips, esta inicia de forma automática e, na Panasonic, manualmente.
Menus Na Panasonic, não são difíceis de
utilizar, mas o aspeto é bastante mais básico do que nos restantes televisores.
Acesso por rede (DLNA) A compatibilidade
com os ficheiros de vídeo é limitada. É mais notório no Windows 7 (WMP11): não é possível ler ficheiros em MKV ou qualquer tipo de formato de legendas.
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Os televisores mais modernos acolhem de braços
abertos as nossas fotografias, vídeos, músicas e
aplicações e permitem navegar na Net. Mas a
experiência nem sempre é perfeita
48 Proteste 360 • setembro 2014 www.deco.proteste.pt
O formato panorâmico do ecrã televisivo adequa-se às centenas ou milhares de fotografias que armazena no computador. Visionar no conforto do sofá os momentos mais marcantes em família, das últimas férias ou viagens é uma experiência que recomendamos com a Samsung, a Sony, a Panasonic e a Philips. Todas saem bem no retrato.
Fotografias no ecrã
Simples de usar, rápidos a carregar
imagens e com várias opções de reprodução: assim é o desempenho do leitor de fotografias de quase todos os modelos testados quando se trata de transferir ficheiros para uma pendisk ou para um disco rígido.
A LG, ao contrário das restantes marcas
ensaiadas, apresenta falhas que comprometem uma utilização
satisfatória. Os menus bem concebidos e de uso intuitivo e as soluções de reprodução interessantes não são suficientes para contornar a
impossibilidade de pesquisar por pastas de ficheiros ou organizar por datas. A ordem é sempre alfabética. Pode inserir palavras de busca, o que, com fotografias, pouco ajuda, dado que raramente se dá nome aos ficheiros.
Com a rede doméstica, o cenário muda.
A compatibilidade não é problemática, pois a maioria das fotos é em formato JPEG, aceite por USB e pela rede doméstica. Mas configurar o computador para funcionar como servidor multimédia exige paciência e nem sempre é uma solução estável. Daí ser uma solução a ponderar só pelos mais perseverantes.
As opções de reprodução são
interessantes. É possível fazer
slideshows, definir o tempo de transição
entre imagens, rodá-las e escolher músicas em suporte USB para acompanhar a apresentação.
As fotografias são, regra geral,
armazenadas em JPEG. Por isso, testámos a compatibilidade dos televisores com estes ficheiros. Usámos ficheiros em JPEG, com resoluções entre 2 e 16 MP.
Compatibilidade com ficheiros de fotografia não é problemático nos
televisores testados, tanto no acesso USB, como pela rede doméstica.
Opções de reprodução Samsung e LG
destacam-se por permitirem rotação de imagens, zoom, música de fundo e mudar de faixa durante a apresentação.
Encontrar fotografias No LG é bastante
complicado, dado não prever a navegação por pastas, nem forma de as ordenar.
Slideshow de fotografias é permitido em
todas as marcas ensaiadas. Pode ainda escolher o tempo de transição e adicionar música de fundo.
Enviar imagens para outros dispositivos
Smartphones ou tablets ligados na mesma
rede é uma possibilidade a explorar na Samsung.
Acesso por rede Na Panasonic é impossível
escolher as músicas para acompanhar o
slideshow. Apenas pode escolher entre a
lista de sons do sistema.
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www.deco.proteste.pt setembro 2014 • 360 Proteste 49
Se a música comanda a sua vida e o número de álbuns no computador e no smartphone somam as centenas, a reprodução de música nos televisores atuais é interessante. Porém, só vale a pena nalguns fabricantes e, para usufruir de um som digno desse nome, apenas se puder ligar o televisor a um sistema de som.
Música a gosto em panorâmica
Ouvir música pelo televisor é uma
experiência a repetir, sobretudo se o tiver ligado a uma aparelhagem hi-fi, a um amplificador AV, a um kit de cinema em casa ou a uma barra de som (soundbar). Caso contrário, a qualidade sonora é pouco convincente.
Para localizar a música, a Samsung e a
Philips destacam-se. Permitem pesquisar por pasta, nome de artista, álbum ou género musical. Pelo contrário, a LG só permite pesquisar por palavras.
A definir listas de reprodução e a
consultar as faixas seguintes, bem como a reproduzir de forma aleatória ou a repetir faixas, a Samsung e a LG distinguem-se. A Panasonic e a Sony não permitem definir listas, limitando o uso como leitor de música. A Panasonic impede ainda a repetição de faixas ou a reprodução aleatória.
Pela rede doméstica, configurar o
computador para funcionar como servidor multimédia é complicado, apesar de ser uma forma muito cómoda de aceder às centenas de álbuns.
Para testar a compatibilidade dos
televisores, usámos os ficheiros AAC m4a; MP3 a 192 e 320Kbps, WAVE e WMA lossless.
Através das entradas USB, pode ler
ficheiros de música, regra geral, em MP3, mas também em WMA (usado por defeito no Windows Media Player para comprimir músicas de CDs de áudio) e AAC (usado no iTunes).
Para os mais puristas, há formatos que
produzem ficheiros maiores. O WAVE e o WMA lossless preservam a qualidade da música original, mas têm menor compatibilidade com os televisores.
Localizar músicas é mais simples na
Samsung e na Philips. Filtrar por pastas, artista, álbum ou género musical são hipóteses.
Botão TrackID Na Sony, se carregar neste
botão, o televisor identifica a música que está a escutar e acede a informação online sobre a banda, por exemplo.
Ordenar músicas A LG não o permite
fazer. Navegar por pastas, fazer buscas por nomes de artistas ou álbuns também não é possível.
Playlists Apenas exequível na LG e na Samsung. Em ambas, enquanto ouve uma música, pode consultar as faixas que se seguem.
Repetir faixas individuais Além desta
possibilidade, não existem mais opções, como realizar playlists ou reproduzir de modo aleatório, no caso da Panasonic.
Compatibilidade MP3, WMA ou AAC,
formatos mais comuns, são aceites nos vários televisores. Já formatos exóticos, como o WMA lossless, só foi aceite pelo LG.
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www.deco.proteste.pt www.deco.proteste.pt 50 Proteste 360 • setembro 2014
Um utilizador intensivo de Internet, que passa várias horas por dia a
pesquisar nos motores de busca, tanto no computador, como no smartphone, não retira benefícios em abandonar aqueles suportes a favor do televisor. Os aspetos negativos superam os positivos.
Navegar e pesquisar não seduz
A utilização do browser de Net nos
televisores é pouco interessante. De modo geral, não ficámos
convencidos com esta funcionalidade nos vários televisores do nosso banco de ensaios. Introduzir endereços é demorado e selecionar links nas páginas não é muito prático.
A Samsung é a exceção que confirma a
regra. Ao contrário das restantes marcas, permite navegar de forma interessante. É a única que possibilita navegar em simultâneo com as emissões televisivas, com a função
multiscreen, onde a página do browser
e da emissão de televisão surgem lado a lado.
Avaliámos a facilidade em introduzir
endereços (url), as palavras de pesquisa nos motores de busca, a escolha de links em páginas e a velocidade a carregar páginas mais elaboradas. Analisámos ainda outras opções, como a possibilidade de guardar favoritos, de escolher o motor de busca, de bloquear janelas pop-up e páginas específicas, bem como usar o browser ao mesmo tempo que as emissões de televisão.
Navegar na Net e ver televisão Apenas a
Samsung permite manter os dois registos em simultâneo.
Seleção de links no interior de páginas
Tarefa complexa na Philips e na Sony. Sem opção de deslocar um ponteiro no ecrã.
Adicionar favoritos É possível em todas as
marcas, o que facilita o acesso aos sítios na Net mais visitados.
Bloqueio de páginas e de janelas pop-up
Apenas a Samsung contém essa possibilidade.
Se o disco rígido for externo, pode ligá-lo diretamente. Os televisores dispõem de uma a três entradas USB, um método simples e estável que garante a melhor compatibilidade com os vários tipos de ficheiros.
Rede doméstica limita vídeos
Mas pode aceder aos vídeos sem copiar ficheiros ou transportar o disco externo: através da rede doméstica, normalmente feito pelo protocolo DLNA, acede aos ficheiros multimédia do computador,smartphone ou tablet. O televisor deve
estar ligado por cabo de rede ou sem fios (Wi-Fi) e à mesma rede do aparelho onde se encontram os ficheiros. No menu do televisor, pode aceder à reprodução de ficheiros de música, fotografia e vídeo. No computador, smartphone ou tablet, tem de instalar um programa para partilhar ficheiros pela rede doméstica.
No televisor, com o computador ligado, ou com outros aparelhos, e com o software a correr, aqueles surgem listados como
media servers. Escolha o tipo de ficheiro
(vídeos, por exemplo) e navegue até ao que deseja reproduzir. O acesso pela rede
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doméstica limita a compatibilidade com os vídeos, mais evidente com o Windows Media Player 11, que vem de origem com o Windows 7. Neste caso, não consegue ver, por exemplo, vídeos em MKV, nem ficheiros de legendas, o que não sucederia se os colocasse numa pendisk e ligasse diretamente ao televisor. Se usar o Windows 8, o problema é menos notório. Caso não consiga reproduzir um ficheiro por DLNA, pode tentar copiá-lo para uma
pendisk ou para um disco rígido. Para um
vídeo ser reproduzido pela rede doméstica, é preciso um televisor e
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Não passa muito tempo sem consultar o telemóvel, para estar a par do que se passa nas redes sociais, das quais é um fervoroso utilizador. Além disso, instalou no telemóvel as mais variadas aplicações ou apps, bem como muitos ficheiros multimédia (fotos, músicas e vídeos). A não ser para os vídeos e, nalguns casos, para fotografia e música, transferir a utilização de aplicações para o televisor apresenta um interesse reduzido.
Aplicações e redes sociais dividem
Aplicações e televisores raramente
rimam: para a grande maioria das apps, aqueles não rivalizam com os
smartphones e os tablets. O televisor só
interessa para apps de vídeo, fotografia ou música, com algumas diferenças entre os fabricantes. Para outras apps, a utilização no televisor é pouco cómoda e escassas vezes vantajosa.
Para as aplicações de vídeo, como o
YouTube, recorrer ao televisor é útil. O YouTube, em particular, está muito bem concebido e permite uma experiência agradável no televisor.
Na área da fotografia, o Picasa web
Albums, e, na música, os serviços de
streaming também são interessantes.
A utlização das redes sociais, como o
Facebook, é pouco interessante e difícil de justificar. Por que razão será preferível consultar as redes sociais no televisor, ao invés de o fazer no
smartphone ou no tablet? No Samsung,
por exemplo, a página do Facebook é muito básica, com pouca informação. Só na Sony consegue consultar o Facebook enquanto vê televisão.
Facebook Em simultâneo com as
emissões televisivas, só na Sony.
YouTube Canal que surge de forma
idêntica em todos os fabricantes. Muito bem concebido para utilizar no televisor.
Comentários no Facebook Inserção
lenta na Philips, marca com um teclado virtual mal concebido.
Facebook com layout dececionante na
Samsung, com escassa informação no ecrã.
YouTube
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Verificámos ainda a facilidade de utilização e as opções para reproduzir. As últimas são, na maioria, interessantes. Permitem a criatividade a apresentar fotografias: zoom, rotação, transições entre imagens ou slideshows a várias velocidades e música de fundo. Na música, pode definir a ordem de reprodução (playlist) ou pesquisar por artista ou álbum. Nos vídeos, pode usar ficheiros de legendas ou retomá-los no último ponto.
Equipados com ligações de rede, os smart
TV também podem ser usados para
navegar na Net. Em vez de recorrer ao
smartphone ou ao computador, o ecrã dos
televisores permite, em teoria, uma experiência mais abrangente e vantajosa. Terá de recorrer ao teclado virtual e usar o comando se quiser escrever endereços e palavras para pesquisar no motor de busca.
Para facilitar a escolha de links dentro das páginas, pode usar o touchpad, presente nalguns dos comandos, ou ligar um teclado Bluetooth, caso o tenha ou esteja disposto a comprá-lo. ¬