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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE DIREITO CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE DIREITO CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO

LUCAS DAYAN DE OLIVEIRA MENDONÇA

OS INCENTIVOS FISCAIS À GERAÇÃO DISTRIBUÍDA DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL

NATAL/ RN 2017

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LUCAS DAYAN DE OLIVEIRA MENDONÇA

OS INCENTIVOS FISCAIS À GERAÇÃO DISTRIBUÍDA DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL

Monografia apresentada à Banca examinadora de Trabalho de Conclusão de Curso de Direito, como requisito parcial para a obtenção de título de bacharel em Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Orientador: D.r André de Souza Dantas Elali

NATAL/ RN 2017

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RESUMO

No presente estudo objetivou-se abordar a utilização da geração distribuída de energia elétrica e demonstrar os benefícios dos incentivos fiscais concedidos ao setor. Foi utilizada a pesquisa em meio eletrônico e digital de documentação indireta (leis, sentenças, recomendações da Agência Nacional de Energia Elétrica, entre outros) e de material bibliográfico (manuais, artigos científicos e livros pertinentes ao tema). Como resultado das pesquisas, viu-se que a utilização da geração distribuída de energia elétrica no Brasil vem se intensificando nos últimos anos e mostrando ser uma maneira eficaz de promover a produção de energias renováveis, bem como a descentralização da geração no país. Para tanto, foram estabelecidos leis e decretos de incentivo, bem como respaldo legal para investir no setor com uma base regulatória estável em vigor. Com base nos achados deste estudo, deduz-se que a geração distribuída de energia elétrica tem grande potencial para diminuir o impacto das atividades humanas no meio ambiente, além de reduzir os custos para os consumidores e resultar em maior segurança energética para o país, configurando-se como uma política de Estado eficaz.

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ABSTRACT

The present study intends to approach the use of distributed generation of electricity and show the benefits of the tax incentives conceded to this sector. The research was made in digital and electronic indirect documentation (laws, sentences, regulations from the National Agency of Electric Power, among other) e bibliographic material (manuals, scientific articles and books pertaining to this theme). As a result of this research, it was shown that the use o distributed generation of electrical power in Brazil has been intensifying in recent years and proving to be an effective way to promote the use of renewable power, as well as decentralization of generation in the country. Therefore, laws and decrees of incentive were established, as well as legal backing to invest in this sector with a stable regulatory environment in place. Based in the findings of this study, it is deduced that distributed generation of electric power has great potential to diminish the impact of human activity in the environment, as well as reduce costs for consumers and result in greater energy security for the country, proving to be an effective State policy.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO... 5

1 GERAÇÃO DISTRIBUÍDA...9

1.1 RELAÇÕES JURÍDICAS DA ENERGIA ELÉTRICA...11

1.2 PROBLEMAS DAS FONTES ENERGÉTICAS CONVENCIONAIS...13

1.3 O QUE É GERAÇÃO DISTRIBUÍDA?...15

2 OS INCENTIVOS FISCAIS À ENERGIA ELÉTRICA...17

2.1 DA ATUAÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO...17

2.2 DOS TRIBUTOS...19

2.3 A TRIBUTAÇÃO DA ENERGIA ELÉTRICA...22

2.4 DA TEORIA DA EXONERAÇÃO TRIBUTÁRIA...23

2.5 DA POLÍTICA TRIBUTÁRIA...27

3 PANORAMA ATUAL DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA...30

3.1 POLÍTICAS DE INCENTIVO EM VIGOR...30

3.2 EFETIVIDADE DOS INCENTIVOS FISCAIS...32

4 CONCLUSÃO... 33

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INTRODUÇÃO

A energia elétrica tornou-se a principal fonte de luz, calor e força utilizada no mundo contemporâneo, com isso, há uma demanda cada vez maior em seu uso, posto que é indispensável ao desenvolvimento das atividades econômicas. Existem as fontes convencionais de produção de energia e as alternativas. Essas últimas menos atuantes se comparadas com a demanda total.

Recentemente, o Brasil vive uma situação de pressão energética que obrigou o Estado a instituir as chamadas “bandeiras amarelas” e “bandeiras vermelhas” nas localidades em que a energia térmica, mais cara, precisa ser utilizada para suprir a demanda. É, pois, neste contexto de crise energética que se discute a geração distribuída de energia e os incentivos fiscais.

O Brasil, país tropical, com incidência solar bastante intensa, aproveita muito pouco do seu potencial energético (LIMA, 2014). Os equipamentos fotovoltaicos ainda são muito caros e as políticas estatais nesse sentido ainda são pouco visíveis ao público em geral. Desta feita, este trabalho se propõe a avaliar a geração distribuída de energia solar dentro do contexto do Estado federal.

Inclusive, em recente entrevista à Carta Capital, o professor da Universidade Federal do Rio Janeiro (UFRJ), Luiz Pinguelli Rosa1, ainda em 2016, informou que a

energia hidrelétrica, uma das fontes principais para o Brasil, está próxima ao limite e o ideal seria investir em energia solar. E o especialista assevera ainda que o papel do Estado é primordial no subsídio da compra de placas voltaicas.

Durante o presente trabalho, trataremos de algumas alternativas à utilização única dos subsídios, uma vez que existem outras técnicas exonerativas à disposição da política tributária do Estado.

Nesse sentido, o especialista compara ainda o desenvolvimento da energia eólica com a energia solar. Eis que a energia eólica é a que mais cresce no Brasil,

1GOMBATA, Marsílea. 'Hidrelétricas chegarão a um limite, e precisaremos de outra fonte'. 2016.

Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/especiais/infraestrutura/hidreletricas-chegarao-a-um-limite-alerta-especialista>. Acesso em: 19 fev. 2017

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ultrapassando até a nuclear. A energia solar, para ele, está atrasada. Assevera que apesar de já ter havido leilão, é preciso estabelecer políticas para estimular o seu uso.

A proposta apresentada por ele é a seguinte: a melhor maneira de usar a energia solar é distribuí-la, instalando placas nos telhados dos prédios. Nesse sentido, o governo federal, através de suas agências, teria de fazer esse incentivo de consumo de energia solar (GOMBATA, 2016).

Por exemplo, o investimento crescente em energia eólica no Brasil, que hoje tem mais de 100 usinas geradoras, a maior parte concentrada em estados do Nordeste, como Ceará e Rio Grande do Norte. A energia solar, nesse sentido, está atrasada. Isso se deve, segundo Rosa, ao custo, e é preciso um financiamento para que os consumidores possam pagar os coletores solares, os painéis fotovoltaicos.

Vale salientar que o Nordeste, por suas condições geográficas, é também bastante viável para implementação em larga escala da energia solar. Um dos maiores empecilhos ao crescimento desta fonte de energia alternativa é o seu custo de implantação (LIMA, 2014).

O presente trabalho se desenvolve em duas partes. Os dois primeiros capítulos servem o leitor dos rudimentos teóricos necessários ao entendimento de como se dá a geração de energia elétrica e, neste contexto, as características da geração distribuída de energia no sistema elétrico.

Os primeiros passos para desvendar este tema são: entender as relações jurídicas atinentes à energia elétrica, a problemática das fontes energéticas convencionais e em que consiste a geração distribuída.

A energia elétrica possui, pela sua importância, um regime jurídico especial bastante influenciado pelas atividades administrativas e normativas do Estado. Dessa forma, é imprescindível entender se o ordenamento jurídico brasileiro aceita esse tipo de técnica.

Igualmente, é preciso analisar os incentivos fiscais, atentando para a atuação do Estado na economia, quais os meios e técnicas jurídico-tributárias que permitem os incentivos fiscais e quais são os principais tributos no setor energético brasileiro.

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É importante entender dentro da política tributária de incentivos fiscais que a efetividade dessas ações depende da correlação positiva entre a interferência do Estado na economia a fim de concretizar os ditames da justiça social e garantir o controle de abastecimento de bens e serviços essenciais, sem, contudo, afetar a livre iniciativa e os princípios fundamentais da ordem econômica.

Diante desse arcabouço teórico, no terceiro capítulo há a investigação, propriamente dita, da problemática aqui em estudo: qual é a política tributária aplicada pela União e, em colaboração, pelos Estados federados para a geração distribuída de energia elétrica? E mais, se há dados que consubstanciem enxergar uma relação entre os incentivos fiscais adotados e a evolução da utilização da geração distribuída. Em buscas à Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, percebeu-se que a geração distribuída de energia elétrica não possui, ainda, uma ampla discussão nas ciências humanas. A maioria dos trabalhos sobre o tema envolve a área de exatas, principalmente, engenharia elétrica. Na UFRN, há exatamente três dissertações sobre o assunto, todas publicadas nos últimos dois anos. Pelo que se conclui a emergência recente do tema.

Deste modo, o presente trabalho se propõe a ser uma pesquisa exploratória, ao buscar por meio de levantamento bibliográfico e pesquisa documental em órgãos nacionais e internacionais, se existe uma relação entre os incentivos fiscais adotados pelo Brasil e a adoção da geração distribuída de energia elétrica. Não se pretende um estudo exaustivo da temática, mas apenas uma introdução para o desenvolvimento de outras pesquisas no mesmo sentido. É uma pesquisa básica, pois visa gerar conhecimentos novos.

Contudo, apesar de um fenômeno social composto de transdisciplinares relações, esse trabalho não tratará de pesquisa extensiva às inúmeras causas sociais que podem incentivar a adoção da geração distribuída de energia elétrica. Levará em consideração apenas o fator legal da política tributária. Desconsiderará, portanto, as demais causas sociais.

A hipótese de trabalho é que os incentivos fiscais podem impactar o alcance e amplitude de utilização da geração distribuída. A fim de comprovar essa hipótese, os dados bibliográficos e documentais serão avaliados conforme o método dedutivo,

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com isso pretende-se a formação das seguintes premissas: os incentivos fiscais tendem a aumentar a geração distribuída no Brasil; a geração distribuída evolui no Brasil.

Assim, o objetivo do presente estudo foi abordar a utilização da geração distribuída de energia elétrica e demonstrar os benefícios dos incentivos fiscais concedidos ao setor.

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1 Geração Distribuída

No ano de 1889 a primeira usina hidrelétrica da América Latina entrou em operação na cidade de Diamantina, Minas Gerais, quatro anos após a primeira instalação de iluminação elétrica permanente (CEMIG, 1989).

A partir de então, a produção de energia elétrica se expandiu rapidamente no Brasil explorando o abundante potencial hidrelétrico nacional, e em alguns anos se tornou imprescindível para o desenvolvimento nacional, com projetos cada vez mais inovadores que visavam atender à crescente demanda.

Tradicionalmente, além da produção hidráulica, a energia elétrica no Brasil é gerada por usinas termelétricas (ANEEL, 2015), que utilizam a queima de combustíveis fósseis para transformar a água em vapor em alta pressão, que é usada para girar uma turbina que, por sua vez, aciona um gerador elétrico.

O combustível fóssil mais comum no seu início era o carvão, símbolo da Revolução Industrial, bem como óleo combustível, mas em décadas mais recentes, devido a preocupações ambientais e inovações tecnológicas, o gás natural tem sido o mais utilizado.

A partir da década de 1990 duas tecnologias chegaram a um ponto de desenvolvimento suficiente para conseguir preços competitivos em comparação com a produção por meio de combustíveis fósseis: a energia solar e a energia eólica.

Ambas já eram utilizadas desde o século XIX para a produção de energia elétrica, mas até recentemente não conseguiam competir com as fontes convencionais, devido ao baixo preço dos combustíveis fósseis até a década de 1970. Apesar de a energia elétrica atualmente estar disponível à maior parte da população, é certo que ainda falta muito para atender a todos: de acordo com o Censo de 2010, 10,3% dos lares na área rural ainda não têm energia elétrica, e a situação é ainda pior quando se comparam as desigualdades entre diferentes regiões (IBGE, 2010).

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Além do mais, o sistema elétrico brasileiro tem sido atingido por crises de racionamento devido à falta de investimentos no setor, como ocorreu nos anos de 2001 e 2002, ocasionando um prejuízo de R$ 45,2 bilhões ao país, conforme relatório do TCU (TCU, 2009).

Outro problema é a instabilidade do setor elétrico, que dispõe de um complexo sistema de distribuição, em que rupturas em um de seus componentes podem ocasionar um blecaute de alcance nacional.

Figura 1. Sistema Interligado Nacional. ANEEL

Falhas no fornecimento de energia elétrica acarretam graves danos à indústria e ao funcionamento das cidades, acarretando diminuição da atividade econômica e perda de arrecadação.

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1.1 Relações jurídicas da energia elétrica

A classificação jurídica da energia elétrica é um tema controverso. A tese majoritária inicialmente defendia que esta seria uma coisa comum a todos, e, portanto, não se encaixaria no conceito de bem jurídico.

No Brasil a controvérsia foi superada a partir do art. 155, § 3º, do Código Penal, que tipifica o furto de energia elétrica como crime e a equipara a coisa móvel.

Em outros países, como nos Estados Unidos ainda não há uma jurisprudência sobre o tema, visto que os tribunais proferem decisões divergentes sobre se a eletricidade seria um bem ou serviço, especificamente no que se refere à sua utilização após o pedido de recuperação judicial (STEINKAMP, 2014).

Outra problemática do direito norte-americano sobre o tema é se a classificação legal como propriedade e produto torna a energia elétrica um bem, visto que há tipos de propriedade, como as ondas de rádio, que não são classificadas como bens.

Além do mais, para algumas cortes a passagem pelo medidor permite classificar a eletricidade como móvel e tangível, cumprindo os requisitos do Uniform

Commercial Code para ser classificada como bem (STEINKAMP, 2014).

Já no Direito pátrio, superada a controvérsia sobre a classificação, a maior discussão sobre o tema trata da regulamentação do setor elétrico, que passou por importantes reformas durante a década de 1990.

Até então, o a presença do Estado na geração e transmissão de energia elétrica era dominante, tendo o objetivo de promover o desenvolvimento nacional por meio de grandes investimentos públicos, tais como a Usina de Itaipu, construída de 1975 a 1984 (GERALDI, 2013).

As concessões eram limitadas à prestação do serviço para o usuário, muitas vezes sem qualquer formalidade contratual ou contraprestação patrimonial. O controle sobre as tarifas permitia ao Governo Federal utilizá-las como meio de políticas públicas não relacionadas ao setor, tais como o represamento de tarifas para controle

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da inflação, o que extinguiu a capacidade de autofinanciamento do setor e não incentivava a busca por eficiência (LIMA, 2014).

Esses problemas, em um contexto mais amplo de crise econômica e falência estatal, somados à negociação para empréstimos do FMI e Banco Mundial, impuseram diversas mudanças no sentido de desestatização e regulamentação.

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 21, XII, a, trata a exploração da energia elétrica e o aproveitamento do potencial hidrelétrico como competências do Estado, mas permite que essa exploração possa ser feita indiretamente, por meio de autorização, concessão ou permissão, o que abriu espaço para as reformas que ocorreriam na década seguinte.

O Decreto n. 915, de 6 de Setembro de 1993 (BRASIL, 1993), permitiu a formação de consórcios para geração de energia, viabilizando parcerias com a iniciativa privada. Outro ponto de reforma foi a Emenda Constitucional n. 6, de 15 de agosto 1995, que permitiu investimentos no setor por parte de empresas internacionais.

Essas e outras mudanças legais e regulatórias mudaram gradativamente o papel do Estado, de promotor direto do desenvolvimento nacional para regulador da atividade econômica.

Sobre as reformas na segunda metade da década de 1990 a pesquisadora Cristiana Araújo Lima afirma:

Surgia nesse quadro a primeira grande mudança regulatória no setor, entre 1995 e 1999. Foi implementada a desverticalização de empresas do setor e várias reformas visando: i) a abertura do mercado; ii) o estabelecimento de competição no setor, especialmente na atividade de geração; iii) o acesso irrestrito às redes de transmissão e distribuição; iv) a competição na comercialização. Essa série de reformas foi nomeada Reestruturação do Setor Elétrico Brasileiro (RE-SEB)2

2LIMA, Cristiana Maria Melhado Araujo. Contornos das concessões do setor elétrico

brasileiro. 2014. 209 f. Tese (Doutorado) - Curso de Direito, Pontifícia Universidade Católica de São

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1.2 Problemas das fontes energéticas convencionais

A matriz energética brasileira é composta primariamente pela geração hidrelétrica, que é responsável por 65% da energia elétrica gerada. Esse método de geração tem sido favorecido por se adequar às condições geográficas e climáticas do país, bem como por ter custo menor do que a maioria das outras de geração, tais como a termelétrica e a nuclear. No entanto, a energia hidrelétrica tem impacto ambiental devido à construção de barragens e alagamento de grandes áreas para a formação de lagos artificiais, o que resulta na destruição da vegetação natural, extinção de certas espécies de peixes e o assoreamento do leito dos rios (PINHEIRO, 2007).

O impacto social da energia hidrelétrica ocorre devido ao deslocamento de populações indígenas, camponeses, pequenos produtores e ribeirinhos, que são prejudicados por indenizações insuficientes ou condições precárias de reassentamento, que não são apropriadas para a retomada de suas atividades pregressas (PINHEIRO, 2007).

Economicamente, apesar do custo de produção menor que outras formas de geração, as usinas hidrelétricas são construídas longe dos grandes centros urbanos, o que acarreta em significativos custos de transmissão e maior complexidade do sistema elétrico, conforme explica Douglas Geraldi:

Isto justifica a necessidade de grandes sistemas de transmissão e aumenta a complexidade de operação do Sistema Interligado Nacional, necessitando de um operador centralizado, o ONS – Operador Nacional do Sistema - que gerencia o balanço entre as diferentes unidades geradoras, e coordena toda a produção de energia para os agentes maiores que 30 MW. No entanto, o ONS não é responsável pela manutenção do sistema, deixando-o a cargo de cada empresa concessionária. Esta responsabilidade pode trazer consigo riscos de grandes apagões caso algum destes nós necessite ser desconectado, ou mesmo quando apresentam problemas que não eram esperados.3

3GERALDI, Douglas. Estudo da Microgeração Distribuída no Contexto de Redes

Inteligentes. 2013. 136 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Direito, Universidade Estadual de

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As usinas hidrelétricas são dependentes da chuva para encher os seus reservatórios, e, portanto, seu funcionamento é comprometido quando o nível pluviométrico se torna menor do que o esperado.

Quando a fonte hidrelétrica não é suficiente para corresponder ao consumo de energia, a geração é transferida para as usinas termelétricas, que são responsáveis por 25% da matriz energética nacional.

A geração térmica produz energia a partir da queima de combustíveis fósseis, tais como gás, carvão mineral e óleo, ou outras fontes de calor, como a fissão nuclear. Essas usinas são preteridas em favor das hidrelétricas porque o seu impacto econômico e ambiental é ainda maior.

Um levantamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) sobre um leilão de energia ocorrido em abril de 2015 registrou um preço médio de R$ 183,66 por MWh nos empreendimentos hidroelétricos, enquanto nas usinas térmicas o preço médio foi de R$ 278,46 por MWh, ou seja, a geração de energia térmica se situou, em média, 51,6% mais cara que a produção hidráulica.

As usinas termelétricas precisam de sistemas de refrigeração, que resultam no lançamento de água em altas temperaturas no meio ambiente, o que pode afetar a fauna e a flora, bem como efluentes líquidos que podem afetar física ou quimicamente o solo. Ainda sobre o impacto ambiental, a pesquisadora Ana Maria de Oliveira Guena afirma:

A queima de combustíveis fósseis traz séries problemas ao meio ambiente, devido à poluição atmosférica causada pela quantidade de material particulado gerado e pela chuva ácida, provocada principalmente pela emissão de NOx e SOx (PEHNT, 2008). Esta queima emite além do dióxido de carbono (CO2), metais tóxicos e substâncias radioativas (GUARIEIRO; VASCONCELLOS; SOLCI, 2011).

Devido aos problemas inerentes às fontes que representam mais de 80% da matriz energética brasileira, torna-se necessário pensar em fontes alternativas, que resultem em menor impacto ambiental, maior confiabilidade e custos menores para a indústria e os consumidores residenciais.

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Outro fator importante a ser considerado é o aumento da demanda de energia nas próximas décadas. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) aponta, em seu estudo “Demanda de Energia 2050”, que o consumo de energia elétrica deve mais do que triplicar, passando de 513 TWh em 2013 para 1.624 TWh em 2050.

Nesse contexto a Geração Distribuída surge como opção viável diante das restrições econômicas, técnicas, políticas e ambientais à expansão do sistema atual, como forma de abastecer a demanda elétrica de forma menos centralizada e mitigar diversos impactos vistos anteriormente.

1.3 O que é Geração Distribuída?

Antes de definir a Geração Distribuída, é importante tratar de algumas características essenciais do setor elétrico.

Para que a energia seja útil às finalidades humanas, é necessário extraí-la do meio ambiente, para que ela possa ser transformada, distribuída e finalmente utilizada pelo consumidor final. A eletricidade é a conversão da energia em corrente elétrica.

A geração é a atividade por meio da qual a eletricidade é produzida, pela transformação de recursos naturais, tais como os combustíveis fósseis, a força da queda d’água ou o vento e as marés.

A eletricidade é na maioria das vezes gerada a partir de grandes estruturas, tais como usinas hidrelétricas ou térmicas, que por diversas razões práticas, geográficas e ambientais ficam distantes dos lugares em que ocorre o maior consumo de energia. Assim é necessária a atividade de transmissão da energia elétrica cruzando grandes distâncias até alcançar os centros industriais e urbanos.

A transmissão é um serviço público essencial, pelo que a empresa concessionária deve respeitar as regras próprias desta modalidade, dentre as quais a universalidade do serviço. Essa garantia se encontra no art. 15, § 6º da Lei n. 9.074/1995, que assegura o livre acesso aos sistemas de distribuição e transmissão, seja de permissionário ou concessionário de serviço público, mediante ressarcimento dos custos envolvidos.

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A transmissão é feita por meio de linhas de transmissão de alta tensão, que não pode dessa forma alcançar a maioria dos consumidores individuais. Portanto, é necessária mais uma etapa: a distribuição, que é a entrega de energia elétrica para o usuário final, em baixa tensão, adequada à maioria dos consumidores.

A distribuição é disciplinada pela Lei 9.074/1995, nos seus arts. 4º, 22 e 23, sendo prestada por meio de concessão ou permissão, sendo a essencialidade uma das suas principais características.

Segundo a ANEEL, Geração Distribuída é a geração de energia elétrica conectada diretamente no sistema de distribuição ou através de instalações de consumidores, podendo operar em paralelo ou de forma isolada e despachadas – ou não – pelo ONS (Operador Nacional do Sistema)

A Resolução Normativa Nº 482 da ANEEL distingue três classes: “geração distribuída”, para as centrais com potência instalada maior que 3 MW, “minigeração distribuída” para as centrais com potência instalada entre 75 kW e 3 MW, e “microgeração distribuída” para as centrais com potência instalada menor ou igual a 75 kW.

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A geração distribuída se diferencia da geração centralizada, também chamada de convencional, porque nesta última são utilizadas usinas termelétricas ou hidrelétricas de grande porte, situadas longe dos grandes centros urbanos e industriais, tornando-se necessário instalar linhas de transmissão e distribuição para alcançar o usuário.

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2 OS INCENTIVOS FISCAIS À ENERGIA ELÉTRICA

O Direito Tributário regula a atividade estatal no que se refere à tributação. A tributação é o poder conferido ao Estado para cobrar de seu povo os recursos materiais para custeio de suas atividades e os tributos são os instrumentos de concretização desse poder.

Os incentivos fiscais adentram a problemática dos tributos, uma vez que se caracterizam como a redução ou eliminação, direta ou indireta, do respectivo ônus tributário, oriundo de lei ou norma específica. Para o entendimento dos incentivos fiscais é necessário entender a atuação do Estado no Domínio Econômico, os conceitos básicos relacionados a tributos, a teoria da exoneração tributária e, por fim, a política tributária.

2.1 Da atuação do Estado no Domínio Econômico

O Estado é o grande gestor do dinheiro público a fim de executar as necessidades coletivas. Nesse contexto, “Diz-se que o Estado exercita apenas atividade financeira, como tal entendido o conjunto de atos que o Estado pratica na obtenção, na gestão e na aplicação dos recursos financeiros de que necessita para atingir os seus fins”4.

Inicialmente, o Estado adotou o princípio da não intervenção na economia – o Estado Gendarme - apoiado por uma postura liberal econômica consubstanciada na doutrina de Adam Smith, em sua obra A riqueza das nações. Segundo essa teoria, o Estado era responsável por garantir a segurança e a propriedade, desse modo não caberia a intervenção nem a regulação da economia. O Estado realizava, portanto, alguns serviços essenciais como a Justiça e a segurança.

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Esse Estado laissez faire, laissez passer caracteriza-se pela passividade diante dos fenômenos econômicos e sociais. Todavia, a liberdade propagada pela doutrina liberal alargou os abismos entre as classes sociais. Com isso, o liberalismo econômico sofreu duras críticas as quais, a grosso modo, resultaram em um novo modelo de Estado, o interventivo.

No Welfare State (Estado de Bem-Estar Social), o qual se vale do modelo interventivo, o Estado passa a regular a economia exercendo funções distributivas e alocativas. Há a intervenção na economia. Segundo Carvalho Filho5, esse sistema de

dirigismo econômico propiciou o estabelecimento de regras jurídicas reguladoras da ordem econômica em várias Constituições.

Por sua vez, esse sistema de regras jurídicas permite ao Estado atuar de duas formas: a) diretamente, por meio da execução de atividades econômicas originalmente da iniciativa privada; e b) indiretamente, como agente regulador do sistema econômico, utilizando os tributos em sua função extrafiscal.

Interessa, para a temática dos incentivos fiscais, a atuação do Estado como agente regulador. Nesta toada, Carvalho Filho6 define Estado Regulador como

“aquele que se incumbe de estabelecer as regras disciplinadoras da ordem econômica com o objetivo de ajustá-las aos ditames da justiça social”.

A Constituição Federal Brasileira, no art. 174, estabelece que o Estado brasileiro é um agente normativo e regulador. Nessa toada, as normas jurídicas, inclusive as tributárias, podem ser utilizadas para fiscalizar, incentivar e planejar a atividade econômica. A política adotada pelo ente é determinante para o setor público e indicativa para o setor privado.

A atuação estatal se dá no sentido de reprimir o abuso do poder econômico – tais como, a dominação dos mercados, eliminação da concorrência, aumento arbitrário dos lucros - e controlar o abastecimento de bens e serviços de modo a manter no mercado consumidor produtos e serviços suficientes para atender à demanda da coletividade. Nesse interim, há responsabilidade estatal precípua em abastecer a coletividade de acordo com a sua demanda energética.

5 Ibidem, p. 923.

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2.2 Dos tributos

O Código Tributário Nacional define, no art. 3º, tributo como toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou sujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituído em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

Os tributos são o gênero e, a maior parte da doutrina, identifica nele cinco espécies: os impostos, as taxas, a contribuição de melhoria, as contribuições sociais e os empréstimos compulsórios. Não interessa para o presente trabalho uma discussão mais aprofundada sobre o conceito de cada espécie de tributos.

Os tributos possuem três funções primordiais. Primeiramente, tem a função fiscal de arrecadação de recursos para o Estado. Segundamente, possuem uma função extrafiscal cujo objetivo é a interferência no domínio econômico, no afã de corrigir distorções e buscar o equilíbrio social. Ademais, existe uma terceira função, a parafiscal, na qual o objetivo é a arrecadação de recursos para custeio de atividades que não são próprias do Estado e são desenvolvidas através de atividades específicas. É sobre a função extrafiscal que os incentivos fiscais atuam.

A instituição do tributo é feita mediante lei e sua arrecadação constitui atividade administrativa vinculada. Lei pode ser entendida em duas acepções: a) em sentido amplo, como ato jurídico formal ou materialmente lei; b) em sentido restrito, só é lei aquela que seja tanto em sentido formal como em sentido material.

No Código Tributário Nacional, utilizou-se o sentido restritivo de lei, significando “regra jurídica de caráter geral e abstrato, emanada do Poder ao qual a Constituição atribuiu competência legislativa, com observância das regras constitucionais pertinentes à elaboração das leis”7.

A instituição do tributo tem que ser feita nos termos estabelecidos da Constituição, os princípios jurídicos fundamentais da tributação. A relação tributária é uma relação jurídica e como tal é regida por um conjunto de ditames que impedem o exercício arbitrário desse poder.

7 Ibidem, p. 61.

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A CF estabelece como limitações ao poder de tributar, no art. 150: 1) o princípio da legalidade, segundo o qual é vedado exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 2) o princípio da isonomia impede a instituição de tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situações equivalentes; 3) anterioridade veda a cobrança de tributos de fatos geradores antes do início da vigência da lei; 4) anualidade obsta que seja cobrado tributo exigido ou majorado no mesmo exercício financeiro; e ainda 5) noventena impede a cobrança dentro de 90 dias da instituição ou majoração do tributo.

A relação jurídica tributária tem sujeito ativo (aquele que pode cobrar o tributo) e o sujeito passivo, aquele de quem é cobrado o tributo. Nesses termos, Hugo de Brito Machado8 assevera que a relação jurídica tributária se dá entre o fisco

denominação dada ao Estado enquanto desenvolve atividade de tributação — e aquele que está diretamente obrigado ao pagamento do tributo.

Contudo, há a possibilidade de envolver pessoas estranhas, por meio do fenômeno da responsabilidade tributária, logo o Direito Tributário regula apenas a relação fisco-contribuinte se entendido o termo contribuinte, em sentido amplo, abrangendo qualquer pessoa obrigada a uma prestação tributária, de qualquer espécie.

A obrigação tributária é o “poder jurídico pelo qual o sujeito ativo pode exigir de outro (passivo) uma prestação positiva ou negativa em virtude de circunstância reconhecida pelo Direito”9.

A obrigação tributária divide-se em principal e acessória. A principal tem natureza patrimonial, enquanto a acessória tem natureza não patrimonial e constitui-se em obrigações de fazer e não fazer.

São componentes da obrigação tributária o fato gerador e a hipótese de incidência. No art. 114, CTN, sob a mesma denominação, o legislador quis regular duas coisas diferentes: 1) a situação hipotética, prevista na lei, necessária ao surgimento da obrigação; 2) a concretização de tal situação no mundo jurídico, gerando, em consequência, o efetivo nascimento da obrigação principal, o fato gerador.

8 Ibidem, p. 80.

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O equívoco foi renovado pelo constituinte, que se refere apenas a fato gerador (art. 146, III, “a”, CF). A título de exemplo, vejamos o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU). Uma coisa é a previsão, de forma abstrata, de que a propriedade de imóvel localizado na zona urbana do Município dá ensejo à incidência do tributo (art. 32, CTN). Outra, é a existência real de propriedade em tal situação, concretizando-se a hipótese e originando, assim, a obrigação para o sujeito passivo, titular do direito real.

Pelo que se pode constatar, a obrigação principal não surge apenas com o “fato gerador”, sendo, na verdade, resultado de uma equação que pode ser assim resumida: a hipótese de incidência (HI) mais o fato gerador (FG) acarreta o nascimento da obrigação tributária (OT) sub examine (HI + FG = OT).

Sempre que a situação fática hipotética contida na norma se concretizar, surge a obrigação principal e, com ela, o dever de pagar tributo. Logo, as fontes da obrigação tributária são a lei (formal) e o fato gerador (material).

Os fatos geradores são divididos conforme os seguintes aspectos: a) material, contém a circunstância fática nele descrita; b) pessoal, indica os sujeitos ativos e passivos; c) espacial, o local de ocorrência do fato gerador; d) temporal, o momento de sua ocorrência; e) valorativo, que proporciona os elementos identificadores do montante do tributo devido: base de cálculo e alíquotas.

São espécies de fatos geradores o instantâneo, o qual ocorre em um momento certo, e o complexo, que necessita de um conjunto de fatos para que o fato gerador seja considerado como ocorrido.

Uma vez constituída uma obrigação tributária, resta aclarar que crédito tributário, segundo o art.139, do CTN, é o “vínculo jurídico, de natureza obrigacional, por força do qual o Estado pode exigir do particular o pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária”10.

Desse modo, o crédito tributário é constituído com a ocorrência da obrigação tributária e o respectivo lançamento. O lançamento é declaração sobre a obrigação tributária que constitui o crédito tributário. Interessante ressaltar que a obrigação tributária não é afetada por qualquer circunstância que modifique o crédito tributário.

(26)

2.3 A tributação da energia elétrica

A Agência Nacional de Energia Elétrica, na obra Por Dentro da Conta de Energia, detalhou os principais custos com a energia elétrica. Conforme tratado anteriormente, a energia elétrica para ser utilizada pelo consumidor final passa por três etapas: a geração, a transmissão e a distribuição.

Dentro do valor da conta de energia estão os valores gastos com a energia gerada, o transporte de energia até as unidades consumidoras, os encargos setoriais e a tributação. Na figura abaixo vemos o seguinte exemplo:

Figura 3. Componentes da conta de energia elétrica. ANEEL.

Os valores cobrados pela compra de energia, transmissão, distribuição e encargos setoriais englobam o preço da tarifa. A Lei n. 8.631/93 extinguiu o regime de equalização das tarifas de energia elétrica nos estados brasileiros. Posteriormente, a lei n. 8.987/95 determinou que a tarifa fosse fixada por concessionária, dando início à regulação dos incentivos, onde as distribuidoras são incentivadas a se tornarem mais eficientes.

Todavia, nos interessa nesse trabalho o estudo da tributação da energia elétrica. As três pessoas jurídicas de direito público interno capazes de ser sujeitos ativos na relação fiscal são: União, Estados (incluindo o DF) e os Municípios. O

(27)

Governo Federal, Estadual e Municipal cobram, respectivamente, PIS/COFINS, o ICMS, e a Contribuição para Iluminação Pública (CIP).

O PIS e o COFINS são cobrados pela União para manter programas voltados para o trabalhador e atender a programas sociais do Governo Federal e são apurados de forma não-cumulativa. Já o ICMS é cobrado pelos Estados, previsto no art. 155, da Constituição Federal. É um imposto e incide sobre as operações relativas à circulação de mercadorias e serviços. Em relação ao ICMS, a distribuidora tem a obrigação de realizar a cobrança do imposto diretamente na conta de energia e repassar ao Governo Estadual.

Por sua vez, os Municípios têm competência, conforme art. 149-A, da CF de, por lei específica aprovada pela Câmara Municipal, dispor sobre a forma de cobrança e a base de cálculo da CIP. Nesse caso, a concessionária apenas arrecada a CIP para o Município. De modo geral, a tributação da energia elétrica pode ter seus valores modificados por meio da exoneração tributária. É o tópico a ser esclarecido a seguir.

2.4 Da teoria da exoneração tributária

Os incentivos fiscais como redutores do ônus tributário se encaixam como exonerações tributárias vocacionadas para um fim econômico-político. Neste tópico, a teoria da exoneração tributária será esmiuçada, tendo como referência principal o trabalho de Sacha Calmon Coelho.

Segundo este doutrinador, as normas jurídicas, dentre elas a tributária, possuem estrutura de duas partes: a hipótese e a consequência. Dessa forma, dois são os modos principais de interferência na aplicação da norma tributária: a) as que modificam o dever jurídico de pagar o tributo (hipóteses – denominadas de qualitativas) e, portanto, relacionadas à obrigação tributária, e; b) aquelas que alteram o quantum do dever jurídico (consequências – denominadas quantitativas) e incidem sobre o crédito tributário.

O autor estabelece uma tipologia exonerativa na qual as exonerações são divididas em internas e externas, conforme a estrutura das normas. As interferências

(28)

no interior da norma dividem-se em exoneração nas hipóteses (qualitativas) e nas consequências (quantitativas). As qualitativas, por sua vez, subdividem-se em imunidades e isenções, enquanto as quantitativas subdividem-se em reduções diretas de base de cálculo e de alíquota e as deduções tributárias de despesas presumidas e concessão de créditos presumidos. As externas se dividem em remissões e devolução de tributos pagos legitimamente. Note a figura abaixo:

Figura 4. Tipologia exonerativa.

As exonerações internas qualitativas atingem os fatos tributáveis, uma vez que tratam das hipóteses de incidência das normas tributárias. Pelo princípio da legalidade, tratado em tópico anterior, o legislador é o responsável por conferir a um dado o caráter tributável dele. Dessa forma, existem dois tipos de exonerações qualitativas: as imunidades e as isenções.

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As imunidades são tratadas na Constituição e as isenções são definidas pela legislação infraconstitucional. Ambas atuam excluindo de certos fatos ou aspectos destes a “virtude jurígena”11. As imunidades ligam-se a valores mais relevantes à

sociedade e com pretensões duradouras, enquanto as isenções veiculam interesses mais comuns.

Para Sacha Calmon, tanto a isenção como a imunidade não excluem o crédito, mas obstam a instauração da obrigação. Contudo, grande parte da doutrina, em razão de interpretação diversa do art. 175, do CTN, coloca a isenção como fator que exclui o crédito. Não nos interessa entrar nessa controvérsia doutrinária, uma vez que em ambas os efeitos geram exonerações no ônus tributário, não influenciando, portanto, a temática aqui discutida dos incentivos fiscais.

É interessante, por outro lado, perceber a seguinte relação:

Figura 5. Relação entre fatos tributáveis e fatos imunes e isentos de tributação.

As imunidades podem ser classificadas em: a) recíprocas (art. 150, VI, “a”, CF); b) genéricas (art. 150, VI, “b”, “c” e “d”, CF); c) específicas - alguns casos

11COELHO, Sacha Calmon Navarro. Teoria Geral do Tributo, da Interpretação e da Exoneração

tributária. 3 ed. São Paulo: Dialética, 2003, p. 206.

Fatos

tributáveis

Fatos

Imunes e

Fatos

Isentos

Hipótese

de

incidência

da Norma

de

tributaçao

(30)

previstos na CF. Exemplos: arts. 153, § 4º, II; 155, § 2º, X, CF. Por sua vez as isenções classificam-se quanto à: a) Área - ampla ou restrita (art. 176, § único); b) Alcance - geral (todos os tributos) ou especial (art. 177); c) Natureza - condicionada ou incondicionada (art. 178); d) Tempo e prazo certo ou indeterminado (art. 178); e) Forma - concedidas por lei ou em caráter específico de lei, por ato da autoridade (art.179).

Por sua vez, as exonerações internas quantitativas atingem o dever tributário, isto é, quem é o sujeito ativo e o passivo, quando, como, onde e qual o montante da prestação. Um dos modos de realização dessa exoneração é a redução direta de bases de cálculo e de alíquotas.

Segundo Calmon Coelho12,

As reduções de base de cálculo e de alíquotas decorrem do modo de calcular o conteúdo pecuniário do dever tributário, determinando uma forma de pagamento – elemento liberatório do dever – que implica, necessariamente, uma redução do quantum tributário em relação à generalidade dos contribuintes (ou em relação à situação impositiva imediatamente anterior).

O doutrinador igualmente aduz que as “alíquotas zero” ocorrem quando o legislador confere ausência de medida para o cálculo do dever tributário. E nisso, se diferenciaria da isenção, ontologicamente, uma vez que esta afeta a hipótese de incidência e não diretamente o cálculo do montante.

Já as deduções tributárias de despesas presumidas e concessão de créditos presumidos incidem sobre a apuração do quantum debeatur, mais especificamente, no processo de apuração ou extração do imposto final quanto por subtração direta do imposto a pagar. Um imposto que utiliza esse tipo de técnica extrafiscal é o ICMS que incide sobre a energia elétrica.

No que toca às exonerações externas, podemos falar em remissões e devoluções. São externas porque não interferem nas hipóteses nem nas consequências das normas de tributação. Nas remissões há o dever de pagar o

12 Ibidem, p. 225.

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tributo, mas este é dispensado. Já na devolução, o pagamento não ocorre em razão de já ter sido feito legitimamente de outro modo.

Desta feita, essas são as técnicas jurídicas hábeis a provocar incentivos fiscais as quais serão utilizadas, conforme a necessidade, pela política tributária adotada pelo Estado.

2.5 Da Política Tributária

A política tributária consiste em mecanismos financeiros e tributários que o Estado utiliza para regular a economia. A atuação estatal consiste em um conjunto de estímulos e desestímulos para comportamentos socialmente e economicamente desejáveis, atua, pois, na formação da vontade, conforme Elali (2013).

A extrafiscalidade pode ser concretizada através de medidas de isenções e reduções tributárias, atribuição de créditos tributários, de regimes especiais, enfim, dos mecanismos da teoria da exoneração tributária já exemplificados no tópico anterior.

A ordem econômica está submetida à ordem jurídica, desse modo, como conjunto de relações econômicas, deve estar ordenada em conformidade com os ditames constitucionais.

Nesta toada, todas as políticas que interfiram na ordem econômica devem estar vinculadas aos seguintes princípios gerais: a soberania econômica, a livre iniciativa e a livre concorrência, a proteção da propriedade e sua vinculação à função social e econômica, a proteção do consumidor e do meio ambiente, a redução de desigualdades regionais, setoriais e sociais, a valorização do trabalho humano e a busca do pleno emprego.

Logo, há que se ponderar sobre a aplicabilidade dos incentivos fiscais em determinados setores, como exemplo o da geração distribuída de energia, investigando a potencialidade de retorno social.

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Dentro de um Estado fiscal, ou seja, que adota o modelo interventivo. A tributação é um dos instrumentos de direção e controle da economia, servindo para corrigir as imperfeições dos sistemas econômicos.

Nesse sentido, podemos desenvolver a questão da extrafiscalidade dos tributos. Conforme Elali13, duas são as faces da tributação: a fiscalidade, como

representação da transferência de recursos da economia privada para os Estados, e a extrafiscalidade, que diz respeito à utilização de mecanismos com repercussão econômico-financeira para a indução dos agentes econômicos a comportamentos mais desejáveis em face do interesse público.

Dentro da extrafiscalidade, o Estado pode optar pela utilização do subsídio direto a determinado setor. Nesta situação, o Estado despenderá parte de suas dotações orçamentárias a fim de concretizar uma ação institucional. Essa conduta está no âmbito do direito financeiro, longe, portanto, da teoria das exonerações aqui apresentadas.

Contudo, o tributarista Shoueri fala sobre normas tributárias indutoras que é exatamente utilizar das técnicas exonerativas a fim de induzir determinado tipo de conduta a ser incentivado ou desestimulado.

As normas tributárias indutoras são uma alternativa ao subsídio direto. Isso porque em determinadas situações a direção econômica não logra os efeitos pretendidos pelo Estado, dessa forma, é mais factível a instituição de normas tributárias indutoras e, incorrendo na hipótese normativa obter um estímulo ou, não o fazendo, um desestímulo. São diferentes formas de propor uma única consequência, sendo vários os efeitos possíveis.

Todavia, essas normas indutoras devem estar vinculadas à noção de igualdade ou de não discriminação. Nisto Elali14 assevera que “deve-se classificar os

auxílios estatais, independentemente das formas jurídicas, a partir da legitimidade de sua concessão e da eficiência que geram para o sistema econômico”.

Portanto, a preferência por incentivos tributários e/ou por subsídios diretos, ao seu turno, parece ser uma questão política e/ou técnica. Ou seja, existem duas

13 Ibidem, p. 370. 14 Ibidem, p. 375.

(33)

técnicas. Pode haver a preferência por incentivos tributários no caso de indisponibilidade de recursos suficientes para a promoção de melhoras no sistema econômico. É necessário que as práticas indutoras levem em consideração a necessária promoção do desenvolvimento econômico, que é conceito vinculado à existência de um mercado regular.

(34)

3 PANORAMA ATUAL DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA

Após a análise do conceito de geração distribuída, as relações jurídicas envolvidas em seu uso e os incentivos fiscais que se aplicam, é necessário verificar quais são as políticas de incentivo atuais e da sua efetividade.

3.1 POLÍTICAS DE INCENTIVO EM VIGOR

A portaria Nº 538, de 15 de dezembro de 2015, do Ministério de Minas e Energia (MME) criou o Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia Elétrica (ProGD), objetivando promover o uso da geração distribuída pelo setor privado, incluindo edifícios comerciais e industriais, bem como prédios públicos e residências (BRASIL, 2015).

Em seu art. 3º determina os requisitos para participação nesse programa, exigindo que a unidade geradora esteja conectada à rede de distribuição de energia elétrica, e que não tenha capacidade instalada maior do que 30 MW.

Em documento divulgado online o MME15 propaga como benefícios do ProGD

a redução dos custos da energia elétrica para os consumidores, fortalecimento da segurança energética e elétrica do Brasil, queda no custo de instalação, redução do impacto ambiental da energia consumida, geração de emprego em renda e diminuição dos custos de transmissão.

No mesmo documento também se estima que até 2030 o programa permitirá alcançar investimentos de até R$ 100 bilhões, geração de 48 Gwh e redução na emissão de CO2 em até 29 milhões de toneladas.

A Resolução Normativa Nº 687/2015 da ANEEL atualizou a Resolução Nº 482/2012, vista anteriormente, e trouxe novidades, tais como o autoconsumo remoto, a geração distribuída em condomínios e diminuição do prazo de instalação.

O autoconsumo remoto é um sistema por meio do qual um consumidor com dois ou mais imóveis poderá utilizar os créditos excedentes da sua unidade geradora para compensar o consumo em outra unidade.

15BRAGA, Eduardo. Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia Elétrica: Ações de

estímulo à geração distribuída, com base em fontes renováveis. 2015. Disponível em:

<http://www.mme.gov.br/documents/10584/3013891/15.12.2015+Apresentação+ProGD/bee12bc8-e635-42f2-b66c-fa5cb507fd06?version=1.0>. Acesso em: 06 ago. 2017

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Outra mudança trazida pela Resolução de 2015 é a possibilidade de consumidores se unirem em um condomínio, consórcio ou cooperativa para instalar um micro ou mini gerador de energia e usar os créditos decorrentes para compensação em diversas contas de energia.

Por fim, a partir de janeiro de 2017 as concessionárias de energia elétrica têm a obrigação de conectar as usinas com potência de até 75kWh ao seu sistema em 34 dias, permitindo o acompanhamento trâmite do processo por meio da internet. O prazo até então era de 82 dias16.

Outra importante política de incentivo é o Convênio 16/2015 do Conselho Nacional de Política Fazendária, que permitiu aos estados aderir e isentar a geração distribuída da cobrança de ICMS. Desde então apenas cinco Estados – Amazonas, Amapá, Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina – não aderiram ao Convênio.

No âmbito federal a Lei n° 13.169/2015 trouxe um incentivo em seu artigo 8º, zerando as alíquotas de PIS/Pases e COFINS incidentes sobre a energia elétrica proveniente de unidades de microgeração e minigeração distribuída.

Por fim, o Banco do Nordeste, sociedade de economia mista controlada pelo Governo Federal, implementou em 2016 o Programa FNE SOL, que oferece financiamento de até 100%, prazo de até 12 anos e juros menores do que os de mercado para a instalação de unidades de minigeração e microgeração distribuída17.

3.2 EFETIVIDADE DOS INCENTIVOS FISCAIS

A Resolução Normativa nº 482/2012 da ANEEL, que instituiu o sistema de compensação de energia elétrica, foi a primeira das políticas de incentivo atualmente em vigor, e estas políticas surtiram efeitos rapidamente.

Conforme o gráfico a seguir, a Potência Instalada de Microgeração e Minigeração Distribuída subiu de 403 kW em 2012 para 96.760 kW no ano de 2017, um aumento de mais de 23.000%.

16CARVALHO, Matheus. Principais mudanças da Resolução 687 da ANEEL. 2016. Disponível em:

<https://www.minasenergy.com.br/single-post/2016/05/24/Principais-mudanças-da-Resolução-687-da-ANEEL-1>. Acesso em: 08 set. 2017.

17Programas FNE - FNE SOL. Disponível em:

<https://www.bnb.gov.br/programas_fne/programa-de-financiamento-a-micro-e-a-minigeracao-distribuida-de-energia-eletrica-fne-sol>. Acesso em: 16 out. 2017.

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Figura 6. Evolução da Potência Instalada (em kW) de Microgeração e Minigeração Distribuída. ABSOLAR/ANEEL 2017.

Da mesma maneira, a quantidade de unidades geradores de geração distribuída se situava em um número inexpressivo, de apenas 3, e nos cinco anos seguintes alcançou 11.824.

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4 CONCLUSÃO

A utilização da geração distribuída de energia elétrica no Brasil vem se intensificando nos últimos anos e mostrando ser uma maneira eficaz de promover a produção de energias renováveis, bem como a descentralização da geração no país.

Para acelerar a sua implementação, foram estabelecidos leis e decretos de incentivo, bem como respaldo legal para investir no setor com uma base regulatória estável em vigor.

A geração distribuída de energia elétrica tem grande potencial para diminuir o impacto das atividades humanas no meio ambiente, além de reduzir os custos para os consumidores e maior segurança energética para o país.

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Distribuída de Energia Elétrica: Ações de estímulo à geração distribuída, com base

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