• Nenhum resultado encontrado

ECOLOGIA COMPORTAMENTAL DAS INTERAÇÕES ENTRE O BOTO- CINZA, SOTALIA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "ECOLOGIA COMPORTAMENTAL DAS INTERAÇÕES ENTRE O BOTO- CINZA, SOTALIA"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

PIBIC-UFU, CNPq & FAPEMIG Universidade Federal de Uberlândia Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação DIRETORIA DE PESQUISA

ECOLOGIA COMPORTAMENTAL DAS INTERAÇÕES ENTRE O

BOTO-CINZA, SOTALIA GUIANENSIS (DELPHINIDAE - VAN BÉNÉDEN, 1864) E

AVES MARINHAS NO LITORAL PARANAENSE.

Lorena de Freitas Machado1

Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Biologia, Laboratório de Ecologia Comportamental e de Interações, Cx.P.593, Cep 38400-902, Uberlândia, MG.

lorenafreitasm@hotmail.com Kleber Del Claro2

Universidade Federal de Uberlândia, Instituto de Biologia, Laboratório de Ecologia Comportamental e de Interações, Cx.P.593, Cep 38400-902, Uberlândia, MG.

delclaro@ufu.br

Resumo: Interações entre cetáceos e aves marinhas são comuns e envolvem diferentes espécies em

todo o mundo. O presente estudo teve como objetivo registrar e caracterizar as associações entre o boto-cinza, Sotalia guianensis, e aves marinhas em distintas regiões do Complexo Estuarino de Paranaguá (PR, Sul do Brasil). As observações foram realizadas no período de Janeiro a Fevereiro de 2008, a partir de pontos fixos em terra na Marina da Ponta do Poço (Pontal do Paraná - PR) e em Guaraqueçaba, além de saídas de barco pelo setor do Porto de Paranaguá, totalizando 161 horas de esforço amostral, sendo que em 53,84% os botos estavam presentes. Cinco espécies de aves foram observadas em associação com os botos: atobás (Sula leucogaster), fragatas (Fregata magnificens), biguás (Phalacrocorax brasilianus), trinta-réis (Sterna sp.) e gaivotas (Larus dominicanus). Apenas as duas últimas não foram registradas efetivamente em interação. As durações das interações apresentaram diferença significativa e a associação entre os tamanhos dos grupos de golfinhos e de aves durante as interações apresentou correlação negativa para as três regiões do estudo. Caracterizamos as interações como comensalismo.

Palavras chave: Sotalia guianensis, aves marinhas, interação.

1. INTRODUÇÃO

O estudo do comportamento animal possibilita a identificação dos problemas e provê princípios para a conservação das espécies. Ainda, atua como uma ponte entre a investigação e as técnicas de manejo, uma vez que através dele são estabelecidos procedimentos corretivos no manejo ou monitoramento ambiental (Del-Claro & Prezoto, 2003). Assim, compreender o comportamento dos animais é uma das mais importantes maneiras de prever os impactos e entender as respostas de uma população frente a diferentes pressões antrópicas e mudanças ambientais (Sutherland, 1998).

O Complexo Estuarino de Paranaguá (litoral centro-norte do Estado do Paraná), junto ao complexo de Cananéia e Iguape (litoral Sul do Estado de São Paulo), representa um dos mais importantes ecossistemas costeiros do Brasil. A indústria de observação de cetáceos tem crescido a cada ano neste local, particularmente no ramo do turismo (Kruse, 1991). A falta de controle desse turismo pode causar distúrbios nas populações, como mudanças no comportamento natural que podem alterar a distribuição e, conseqüentemente, a sobrevivência das espécies desse grupo (Coscarella et al., 2003).

Com a crescente exploração de recursos marinhos, torna-se urgente o conhecimento da biodiversidade local para que planos de conservação e planos gestores possam ser implantados (Palazzo Jr., 2006). Os complexos portuários da região Sudeste e Sul são de grande preocupação nesse sentido, pois o tráfego de embarcações, os processos de dragagem e o excesso de ruídos no mar podem alterar rotas e áreas de ocorrência de mamíferos marinhos, além do risco de colisões e de contaminação devido a vazamentos de petróleo e de seus derivados. As populações de boto-cinza

(2)

podem reagir de formas diferentes à degradação ambiental e à perda de habitats, e para o estabelecimento de áreas para a proteção ambiental faz-se necessária uma boa qualidade de informações disponíveis, do conhecimento sobre como estas áreas são utilizadas pelos animais, bem como dos fatores que afetam sua distribuição e abundância (Lodi, 2002).

Para a costa brasileira, particularmente, são recentes os estudos que enfocam a biologia e o comportamento de cetáceos (Domit, 2002). Dentre estes, há uma série de estudos sobre o gênero

Sotalia, desenvolvidos em estuários do Brasil nos últimos 25 anos, e que fazem referência a

comportamentos de pesca, estratégias sociais, impacto de embarcações, identificação individual e interações interespecíficas. Os botos-cinza apresentam uma grande variedade de comportamentos de pesca e, durante os mesmos, podem ocorrer associações com aves marinhas.

Essas associações são relativamente comuns e envolvem diferentes espécies de aves e cetáceos em todo o mundo (Würsig & Würsig, 1980; Norris & Dohl, 1980; Au & Pitman, 1986; Martin, 1986; Santos & Lacerda,1987; Monteiro-Filho, 1992; Pitman & Ballance, 1992). As associações caracterizam-se pela aproximação e permanência das aves junto a um grupo de golfinhos, apresentando comportamentos de pesca com duração variável. Portanto, a natureza das associações é a atividade de alimentação das espécies envolvidas nas mesmas (Evans, 1982).

O estudo da associação das aves marinhas com boto-cinza mostrará as áreas de importância para alimentação desses animais e, como estas áreas possuem recursos disponíveis para animais de topo de cadeia alimentar, é reforçada a necessidade de preservação destas regiões. Desta forma, considerando as diferentes espécies de aves envolvidas nas associações com cetáceos e as diversas formas que essas associações podem ocorrer, este estudo visou registrar e caracterizar as interações desses animais em distintas regiões do Complexo Estuarino de Paranaguá (PR, Sul do Brasil) e analisar a variação na freqüência de execução desses comportamentos nas áreas de estudo.

2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1. Espécie estudada

O boto-cinza, Sotalia guianensis, pertence ao gênero Sotalia, descrito por Gray em 1866 e anteriormente descrito por van Bénéden como Delphinus. O boto-cinza é um Delphinidae de pequeno porte, que habita principalmente regiões costeiras como estuários, baías, enseadas, áreas de manguezais e áreas costeiras abertas (Carvalho, 1963 apud Domit, 2006), em função da grande produtividade desses sistemas. Este é possivelmente o boto mais comum do sudeste do Oceano Atlântico (Rosas & Monteiro-Filho, 2002), uma vez que ocorre de Honduras (15º58’N, 85º42’W) na América Central (Da Silva & Best, 1996) até o Estado de Santa Catarina no sul do Brasil (27º35’S, 48º34’W; Simões-Lopes, 1988).

Em geral, indivíduos dessa espécie exibem uma série de comportamentos. A execução desses comportamentos pode ser individual (Monteiro-Filho, 1991; 2000; Newmann & Orams, 2003), em pequenos grupos (familiar) ou em grandes grupos (“school”). “A família” pode ser formada de três formas diferentes: uma fêmea prenhe mais um adulto, uma fêmea com o seu filhote ou dois adultos e um filhote (sendo que provavelmente um dos adultos seria a mãe e o outro estaria a auxiliando). Já os grandes grupos seriam compostos pela associação de famílias para um determinado fim, geralmente captura de peixes e deslocamentos (Monteiro-Filho, 2000).

2.2. Área de observação

As observações foram feitas em três regiões do Complexo Estuarino de Paranaguá, litoral Norte do Estado do Paraná, sendo estas: Baía de Paranaguá (setor do Porto de Paranaguá), Guaraqueçaba (25°17’S 48°19’W) e Pontal do Paraná (25°18’S 48°19’W - Marina da Ponta do Poço), sabendo-se que essas áreas são bastante utilizadas por grupos de botos-cinza para alimentação. A primeira por apresentar uma grande circulação de água e sedimento, o que atrai muitas espécies de peixes e por conseqüência os botos, que utilizam esta região de maneira intensa

(3)

para alimentação, e Guaraqueçaba por ser uma área preservada, baía fechada e protegida, possibilitando a permanência dos botos e a execução de diversas categorias comportamentais. A região de Pontal do Paraná também é uma área bastante utilizada por grupos de boto-cinza e apresenta um tráfego intenso de embarcações, principalmente no verão, estação do ano em que os dados foram coletados.

2.3. Coleta de dados

O estudo do comportamento do boto-cinza, S. guianensis, foi desenvolvido em duas fases. Primeiramente foram realizadas observações piloto, durante nove dias do mês de março de 2007 com um total aproximado de 43 horas em sessões diárias de aproximadamente cinco horas, utilizando o método de amostragem “ad libitum” (Altmann, 1974; Lehner, 1996; Del-Claro, 2004), visando a identificação dos animais, bem como visando qualificar os diferentes atos comportamentais exibidos pelos indivíduos avistados.

Na segunda fase, para o estudo das interações entre o boto-cinza e aves marinhas, foram realizadas observações a partir de pontos fixos em terra e a bordo de embarcação nos meses de janeiro e fevereiro de 2008. As coletas de dados na região da Baía de Guaraqueçaba foram realizadas a partir da Ponta do Morrete, um afloramento rochoso com 10 metros de altura que permite a observação de uma ampla área da baía. Na região de Pontal do Paraná as observações foram realizadas a partir de um ponto fixo, na Marina da Ponta do Poço, o que também permitiu que uma ampla área fosse observada.

Na Baía de Paranaguá as observações comportamentais foram feitas a bordo de uma embarcação de madeira de 9 metros e motor de centro. Este tipo de motor causa menos interferência no comportamento natural dos botos (Rezende, 2000; Gonçalves, 2003). Durante as saídas de barco foi feito um rastreio da área e quando os botos (indivíduo ou grupo) eram avistados, eles eram acompanhados por até 20 minutos, seguindo as regras de aproximação (sempre aproximar pela lateral do grupo, manter o motor em baixa rotação e não aproximar mais de 100 metros dos animais, excluindo os momentos em que os animais se direcionarem para a embarcação). Para a amostragem foi utilizada uma combinação do método “grupo focal” e de amostragem seqüencial (sensu Altmann, 1974; Lehner, 1996; Del-Claro, 2004). Para esta etapa do estudo foi reconhecido como grupo de boto-cinza aqueles indivíduos que estivessem envolvidos em uma mesma atividade com distância entre eles menor que 10 metros.

Durante as interações foram coletadas informações sobre as espécies de aves envolvidas, estimou-se o número de indivíduos de cada espécie participante, tanto aves como botos, o comportamento das aves e o padrão geral de atividades dos botos. Para avaliar diferenças nas freqüências e duração das interações das diferentes espécies de aves com golfinhos em distintas áreas do Complexo Estuarino de Paranaguá, foi realizado um teste de independência G, com p = 0,05.O índice de correlação de Pearson também foi aplicado a fim de verificar a associação entre o tamanho de grupo de golfinhos e o tamanho de grupo de aves durante as interações (p = 0,05). Para as análises estatísticas foi utilizado o programa BioEstat 5.0.

3. RESULTADOS

Figura 1. Frequência relativa de ocorrência da presença de botos e das interações observadas nas três regiões durante a segunda fase do estudo.

0 20 40 60 80 100 Nº de registros F re q u ê n c ia ( % ) Presença de botos Interações observadas

(4)

3.1. Análise qualitativa

Para este estudo, foram consideradas interações os eventos em que aves e botos realizavam comportamentos de pesca juntos, com uma distância máxima aproximada de cinco metros entre eles. Em alguns casos, as aves se aproximavam dos grupos de botos, permaneciam próximas sobrevoando em movimentos circulares e realizando rasantes, mas não efetuavam mergulhos nem investidas na água, não sendo estes eventos considerados como interação. Em outros casos, as aves permaneciam próximas aos grupos, realizando investidas e mergulhos, mas com uma distância dos botos maior que cinco metros. Pela impossibilidade de visualizar os animais abaixo da superfície da água, tais eventos também não foram considerados interações.

As interações ocorreram nas três regiões de estudo e três espécies de aves foram registradas interagindo com os botos: atobás (Sula leucogaster), biguás (Phalacrocorax brasilianus) e fragatas (Fregata magnificens). Cada uma das três espécies que interagiram com os botos, apresentou estratégias diferentes durante as interações:

- Fragatas: geralmente sobrevoavam a área com botos a grandes altitudes e em grupos com mais de três indivíduos (N = 114, em 19 dias distintos). Nas interações (N = 6), permaneciam sobrevoando a área em movimentos circulares, diminuindo muitas vezes repentinamente a altitude, saindo de aproximadamente 15 metros da superfície da água e mantendo ainda uma distância aproximada de cinco metros da superfície da água (4,17 ± 2,83; ± DP; N = 25). Mantinham o comportamento de sobrevoar em círculo, a uma altitude menor, e realizavam rasantes próximos aos botos em atividade de pesca (3,67 ± 2,58; ± DP; N = 22). As interações entre fragatas e botos-cinza foram caracterizadas pelos rasantes acompanhados de investidas de bico das fragatas na água (2,5 ± 3,4; ± DP; N = 15), visto que esta espécie de ave não realiza mergulhos para alimentação.

- Atobás: dentre as três espécies, foi a menos visualizada em interação com os botos (N=4). Os indivíduos dessa espécie possuem um sobrevôo característico, bem próximo da superfície da água, com distância menor que cinco metros (N = 261, em 10 dias distintos). Em sua maior parte, foram vistos em grupos com mais de cinco indivíduos, realizando sobrevôos com distância da superfície da água maior que cinco metros (11,2 ± 21,8; ± DP; N = 112), pousados nas bóias de sinalização próximas ao porto de Paranaguá (3,6 ± 12,03; ± DP; N = 36) e pousados na superfície da água (6 ± 16,43; ± DP; N = 60). As interações envolvendo atobás foram geralmente mistas (N = 3), ou seja, envolviam pelo menos duas espécies de aves: atobás e fragatas ou atobás e biguás. Durante as interações, permaneciam sobrevoando em movimentos circulares os grupos de botos (5 ± 6,16; ± DP; N = 20), realizando rasantes com uma freqüência maior do que a observada para fragatas (7 ± 11,34; ± DP; N = 28) e mergulhando a menos de cinco metros dos botos em atividades de pesca (1,75 ± 0,96; ± DP; N = 7).

- Biguás: Durante suas atividades de pesca, em alguns casos os biguás apenas colocavam a cabeça na água (N = 37, em 5 dias distintos) e em outros efetivamente mergulhavam (N = 224, em 18 dias distintos). Em todos os registros de interação (N = 15), os biguás permaneciam pousados na superfície da água e realizavam mergulhos com distância menor que cinco metros dos botos. Na maior parte dos casos observados (N = 10), apenas um biguá estava envolvido na interação. Durante as observações na Marina da Ponta do Poço foi possível observar um comportamento muito peculiar dos biguás nas interações. Estes permaneciam pousados na superfície da água e quando algum indivíduo do grupo de botos realizava um comportamento de pesca mais visível na superfície da água, como pesca lateral ou perseguição de superfície, deixando um rastro do movimento na água, os biguás levantavam vôo, seguiam o rastro e mergulhavam no exato local em que o boto tinha emergido (N = 38, em 2 dias distintos). Em um dos casos, ao realizar tal comportamento, o biguá chocou-se com o boto assim que este terminou a perseguição e subiu à superfície para respirar. Imediatamente, o boto realizou uma batida de cauda, comportamento que tem entre suas funções, a comunicação com outros botos e o cuidado parental. Como esse choque foi visto apenas uma vez, acredita-se que o mesmo foi acidental.

(5)

Tabela 1: Duração média das interações em cada área observada, com os respectivos valores de desvio padrão.

Nas três regiões foram observadas interações de grupos de botos-cinza com três espécies de aves diferentes (biguás, atobás e fragatas) e também interações mistas, envolvendo duas espécies de aves (Fig.2). Esta última foi observada principalmente durante as saídas de barco, no setor do porto de Paranaguá.

Figura 2. Freqüências relativas das interações do boto-cinza com as três espécies de aves observadas e das interações mistas, nas três regiões do estudo.

Tabela 2. Durações médias de interações (minutos), para cada espécie de ave e para a interação mista, na região da Marina da Ponta do Poço.

Ave Duração média (min) Desvio padrão

Fragatas 12,66 8,77

Biguás 75 -

Fragatas e biguás 68 -

Tabela 3. Durações médias de interações (minutos), para biguás e para as interações mistas, na região do Porto de Paranaguá.

Ave Duração média (min) Desvio padrão

Biguá 5 -

Fragata e Atobá 32 -

Biguá e Atobá 18 7,07

Tabela 4. Durações médias de interações (minutos) entre as três espécies de aves com os botos, na região de Guaraqueçaba.

Ave Duração média (min) Desvio padrão

Biguá 4,4 4,43

Fragata 4 -

Atobá 3 -

Área Observada Duração Média (em minutos) Desvio Padrão

Pontal do Paraná 36,2 ± 32,55 Baía de Paranaguá 18 ± 12,14 Guaraqueçaba 4,25 ± 4,02 0 10 20 30 40 50 60 Interações F re qu ên ci a (% ) Biguás Fragata Atobás Interações mistas

(6)

Na Marina da Ponta do Poço, não houve correlação positiva entre o tamanho do grupo de aves e o tamanho do grupo de botos (r =0.8586; n = 5; p = 0,062) nas interações observadas. No setor do Porto de Paranaguá, o tamanho dos grupos de aves em associação com golfinhos também não tende a aumentar com o tamanho do grupo de golfinhos (r = 0.4103; n = 4; p = 0.59). Em Guaraqueçaba, assim como nas demais regiões, não houve correlação positiva entre o tamanho do grupo de aves e o tamanho do grupo de botos (r =0.2148; n=12; p = 0.50).

Na região de Guaraqueçaba (área preservada, baía fechada e protegida) foram realizadas aproximadamente 76 horas de esforço amostral. Na Baía de Paranaguá (setor do Porto de Paranaguá) e em Pontal do Paraná (Marina da Ponta do Poço) foram totalizadas 42 horas e 43 horas, respectivamente. Como estas duas áreas possuem características semelhantes, principalmente o intenso tráfego de embarcações e para que os dados obtidos em Guaraqueçaba não fossem superestimados, os dados obtidos nessas duas áreas foram reunidos. Assim, torna-se possível a comparação entre os dados obtidos em Guaraqueçaba, área protegida (AP), e os obtidos no setor do Porto de Paranaguá e na Marina da Ponta do Poço, áreas com maior pressão antrópica (AMPA).

Figura 3. Comparação entre a freqüência de interações observadas em área protegida e em área com maior pressão antrópica.

Figura 4. Comparação entre as durações (em minutos) das interações observadas em área protegida e em área com maior pressão antrópica.* Diferença significativa (p < 0,001; teste G)

Figura5. Comparação da freqüência de interações no período da manhã e da tarde, considerando área protegida e área com maior pressão antrópica.

0 20 40 60 80 100 Áreas F re qu ên ci a (% ) AP (12) AMPA (9) 0 20 40 60 80 100 Áreas F re q u ên ci a (% ) AMPA (253*) AP (51) 0 10 20 30 40 50 60 F re q u ê n ci a ( % ) manhã tarde Total AP AMPA Nº de registros

(7)

A espécie de ave com maior número de registros em interações foi o biguá, P. brasilianus, presente em 73,4% das interações registradas nas três regiões. Em geral, biguás interagiam em pequeno número, um ou dois indivíduos, salvo em interações mistas, onde nove biguás foram registrados em interação. Fragatas, F. magnificens, participaram de seis das 21 interações observadas, sendo que em 66,7% dos casos as interações envolvendo fragatas ocorreram na Marina da Ponta do Poço. Já os atobás, S. leucogaster, estiveram envolvidos em quatro interações, sendo que três delas foram interações mistas (atobás e biguás ou atobás e fragatas) e no setor do Porto de Paranaguá. Sendo assim, tanto fragatas como atobás interagiram com os botos predominantemente em áreas que sofrem maior pressão antrópica.

4. DISCUSSÃO

Interações entre o boto-cinza, S. guianensis, e aves marinhas ocorrem no litoral paranaense do Brasil, sendo que a interação parece ser significativa para as aves, tendo caráter comensal. Entretanto, as interações ocorreram em níveis inferiores para o registrado em outras regiões do planeta. Neste estudo as interações ocorreram em 5,84% do tempo em que os botos estavam presentes nas áreas de observação, um percentual baixo se comparado a outros estudos como os de Quito (2006), onde esse percentual atingiu 15,03% e, ainda menor, se comparado ao de Edwards & Schnell (2001), na Nicarágua, onde as interações ocorreram em 40,5% do tempo em que os botos estavam presentes. Sugere-se que a menor freqüência de interações no período do estudo no Complexo Estuarino de Paranaguá se deva ao maior tráfego de embarcações, devido à existência de um porto comercial, o que não ocorre nas outras regiões, e à época do ano, verão. As observações realizadas por Quito (2006) ocorreram em duas estações do ano distintas, inverno e início da primavera, enquanto as realizadas por Edwards & Schnell (2001) foram conduzidas no outono.

Na região da Marina da Ponta do Poço, o comportamento dos biguás de seguir o rastro dos botos durante suas atividades de pesca na superfície foi o acontecimento mais marcante. Isto porque, não foram encontrados registros de comportamentos similares dessa espécie de ave quando em interação com botos. Apesar das consecutivas perseguições e mergulhos nos locais onde os botos emergiam, os biguás não foram vistos retirando peixes diretamente da boca dos golfinhos como relatado por Cremer et al. (2004) em Santa Catarina.

No estudo realizado na Baía da Babitonga – SC, foram registradas interações envolvendo cinco espécies de aves: S. leucogaster (Atobá); Sterna sp. (Trinta réis); F. magnificens (Fragata); L.

dominicanus (Gaivota) e P. brasilianus (Biguá) (Cremer et al., 2004). Da mesma forma, essas cinco

espécies foram registradas em Cananéia (Domit, 2006; Monteiro-Filho, 1992; Quito, 2006). Porém, no presente estudo apenas três espécies de aves foram registradas em interação: S. leucogaster (Atobá), F. magnificens (Fragata) e P. brasilianus (Biguá). As demais espécies, gaivotas e trinta-réis, foram vistas realizando comportamentos de pesca, mas não efetivamente interagindo com os botos. No entanto, durante as observações-piloto em Março de 2007 estas duas espécies foram vistas interagindo com os grupos de botos, o que significa que estas espécies também interagem com os botos no Complexo Estuarino de Paranaguá.

A ausência de interações com trinta-réis poderia ser explicada pelo baixo número de indivíduos desta espécie que foram registrados nas três regiões durante os dois meses de observação, correspondente a 0,68% dentre todas as espécies avistadas, podendo estar associada às migrações reprodutivas ou às perturbações humanas que ocorrem durante o verão (Branco, 1999). Além disso, Bräger (1998) ressaltou que associações entre golfinhos de Hector, Cephalorhynchus

hectori, e trinta-réis ocorriam apenas em determinado período do ano, quando o recurso alimentar

explorado por golfinhos e aves é o mesmo.

Gaivotas exploram fontes de alimentos excedentes de atividades humanas (Branco, 1999), sendo assim a ausência de interações envolvendo esta espécie poderia ser explicada pelo fato que no verão, um número muito grande de turistas freqüenta as regiões em que as observações foram realizadas, havendo assim uma maior oportunidade para as gaivotas explorarem alimentos excedentes de atividade humana.

(8)

Foram pouco freqüentes as interações ocorridas no setor do Porto de Paranaguá no período de Janeiro e Fevereiro de 2008. Durante as observações-piloto em Março de 2007 em apenas uma saída de barco foram vistas duas interações. Além disso, segundo registros de pesquisadores do Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC), que realizam saídas de barco quinzenais pela região do porto de Paranaguá, interações são vistas freqüentemente e envolvendo, muitas vezes, centenas de aves e grandes grupos de botos. Sendo assim, para justificar tal diferença na freqüência de interações em diferentes meses do ano deve-se considerar o aumento do fluxo de embarcações pelo Complexo Estuarino de Paranaguá durante os meses de verão em razão do turismo local, já que a presença de embarcações interfere no comportamento dos botos (Sasaki, 2006). Além disso, nos meses de Janeiro e Fevereiro de 2008, foi intensa a atividade no Porto de Paranaguá, principalmente em função do transporte de grãos.

A forte influência do intenso fluxo de embarcações também pode ser percebida em Guaraqueçaba comparando-se as observações realizadas na última semana de Janeiro e na primeira semana de Fevereiro. Mesmo sendo esta uma área preservada, baía fechada e protegida, em função do feriado nacional, Carnaval, na primeira semana de Fevereiro a cidade de Guaraqueçaba recebeu um número grande de turistas, muitos deles chegando com seus barcos e iates pelo mar no primeiro final de semana desse mesmo mês. Além do fluxo de pessoas e barcos ter aumentado, muitas embarcações permaneceram ancoradas em frente ao trapiche da cidade. Foi possível perceber nestes dois dias uma diminuição na permanência dos botos na região, além de um número menor de aves em atividade de pesca próximas ao costão.

Pesquisas envolvendo associações entre aves e cetáceos apresentam interpretações diferentes sobre a natureza das interações. Alguns casos são considerados como comensalismo (Martin, 1986), outros casos como mutualismo (Würsig & Würsig, 1979), parasitismo (Thomas, 1988), cleptoparasitismo (Lodi & Hetzel, 2000), entre outros, variando de acordo com a situação e comportamentos observados. Em um trabalho de revisão, Evans (1982), concluiu que, em geral, as associações são oportunísticas ou incidentais, resultantes da concentração de presas disponíveis compartilhadas pelos dois grupos. Todavia, há registros de aves acompanhando cetáceos que não se encontravam em atividade alimentar (Ridoux, 1987), o que sugere que a formação das associações possa não ocorrer unicamente devido à presença de presas comuns aos dois grupos.

Os resultados aqui apresentados sugerem que as interações observadas nas três regiões do Complexo Estuarino de Paranaguá (Guaraqueçaba, Pontal do Paraná e Baía de Paranaguá – setor do porto de Paranaguá) foram do tipo comensal. Isto porque, as interações não trouxeram nenhum prejuízo aos golfinhos, sendo as aves as únicas beneficiadas.

Entretanto, a baixa freqüência das interações observadas indica que houve influência da época do ano, verão, já que nesse período há um aumento do fluxo de embarcações em algumas regiões do Complexo Estuarino de Paranaguá. O intenso fluxo de embarcações interfere negativamente não apenas no comportamento dos botos, como também no de algumas espécies de aves, como os biguás, que têm seus ritmos de alimentação alterados pela presença de turistas e embarcações em suas zonas de pesca (Albrieu & Navarro, 1997).

Sendo assim, reforça-se a necessidade do estabelecimento de um plano de controle do fluxo de embarcações e uma maior vigilância do tráfego das mesmas pelo Complexo Estuarino de Paranaguá, buscando-se assim evitar que botos e aves deixem permanentemente essas regiões em busca de locais mais seguros.

5. AGRADECIMENTOS

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerias (FAPEMIG) pela bolsa de Iniciação Científica concedida a primeira autora.

6. REFERÊNCIAS

ALBRIEU, C. & NAVARRO, J.L. Localizacion y tamaño poblacional de cormoraneras en la Ria Deseado (Santa Cruz, ARGENTINA). Hornero, 14:243-246, 1997.

(9)

ALTMANN, J. Observational study of behavior: sampling methods. Behaviour 48: 227-267, 1974.

AU, D.W.K. & R.L. PITMAN. Seabird associations with dolphins and tuna in the Eastern Tropical Pacific. The Condor 88: 304-317, 1986.

BRÄGER, S. Feeding associations between White-fronted terns and Hector’s dolphins in New Zealand. The Condor 100: 560-562, 1998.

BRANCO, J. O. Biologia do Xiphopenaeus kroyeri (Heller, 1862) (Decapoda: Penaeidae), análise da fauna acompanhante e das aves marinhas relacionadas a sua pesca, na região de Penha, SC-Brasil. 147 p. Tese de Doutorado. Universidade de São Carlos, SP.1999.

CARVALHO, CT. Sobre um boto comum no litoral do Brasil. Rev. Brasil. Biol., 23(3): 263-276, 1963. COSCARELLA, M. A., S. L. DANS, E. A. CRESPO & S. N. Pedraza. Potencial Impact of Unregulated dolphin watching activities in Patagonia. Journal of Cetacean Research and Management 5(1): 77-84, 2003. CREMER, M.J; SIMÕES-LOPES, P. C.; PIRES, J.S.R. Interações entre aves marinhas e Sotalia guianensis (P.J. Van Bénédén, 1864) na Baía da Babitonga, sul do Brasil. Rev. bras. Zoociências. Juiz de Fora v. 6, n.1, p. 103-114, Jul/2004.

DA SILVA, V.M.F. & BEST, R.C. Sotalia Fluviatilis. Mammalian Species. Nº 527. 1996. 7 p.

DEL-CLARO, K. & PREZOTO, F., As distintas faces do Comportamento Animal, Sociedade Brasileira de Etologia: SBEt, 2003. 276 p.

DEL-CLARO, K., Comportamento Animal, uma introdução à ecologia comportamental, KDC Uberlândia: KDC, 2004. 132 p.

DOMIT, C., Comportamento de filhote do boto-cinza, Sotalia guianensis, na região do Complexo Estuarino – Lagunar de Cananéia, SP, Brasil. 2002. 93 f. Monografia de Bacharelado - Departamento de Biologia, UEL, Londrina, 2002.

DOMIT, C., Comportamento de pesca do boto-cinza, Sotalia guianensis (van Bénédén, 1864). 2006. 96 f. Dissertação de Mestrado – Pós graduação em Zoologia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2006. EDWARDS, H. H., SCHNELL, G. D. Status and ecology of Sotalia fluviatilis in the Cayos Miskito Reserve, Nicaragua. Marine Mammal Science 17 (3): 445 – 472, 2001.

EVANS, P. G.H. Associations between seabirds and cetaceans: a review. Mammal Rev., v.12, n. 4, 187-206, 1982.

GONÇALVES, M. Interacções entre embarcações e Sotalia guianensis (Cetacea, Delphinidae), no estuário de Cananéia, Estado de São Paulo, Brasil. 2003 . 47 f. Monografia de Graduação - Universidade dos Açores, 2003.

KRUSE, S. The interactions between killer whales and boats in Johnstone Strait, B. C. Dolphin Societies. Edited by K. Pryor & K. Norris. Berkeley,University of California Press. 397pp, 1991.

LEHNER, P. N. Handbook of ethological methods. Cambridge, University Press, 1996, 672 p.

LODI, L. F. Uso de Hábitat e preferência do Boto-Cinza, Sotalia fluviatilis (CETACEA, DELPHINIDAE), na Baía de Paraty, Rio de Janeiro. 2002. Dissertação de Mestrado - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2002.

LODI, L., HETZEL, B. Cleptoparasitismo entre fragatas (Fregata magnificens) e os botos-cinza (Sotalia

fluviatilis) na Baía de Paraty, Rio de Janeiro, Brasil. Biociências 8 (1): 59-64, 2000.

MARTIN, A. R. Feeding association between dolphins and shearwaters around the Azores Islands. Can. J. Zool.64: 1372-1374, 1986.

MONTEIRO-FILHO, E. L. A., Comportamento de Caça e Repertório sonoro do golfinho sotalia guianensis (Cetácea: Delphinidae) na região de Cananéia, Estado de São Paulo, 85 p., Instituto de Biologia, UNICAMP, Campinas, 1991.

MONTEIRO-FILHO, E. L. A., Pesca associada entre golfinhos e aves marinhas. Revta bras. Zool. 9 (1/2):29-37, 1992.

MONTEIRO-FILHO, E. L. A. Group organization of the dolphin Sotalia guianensis in an estuary of southeastern Brazil. Ciência e Cultura Journal of the Brazilian Association for the Advancement of Science. 52(2): 97-101, 2000.

MONTEIRO-FILHO, E.L.A., OLIVEIRA, F and LODI, L. Interações Interespecíficas. In:.) Biologia, Ecologia e Conservação do Boto-Cinza. In press.

NEWMANN, D. R; ORAMS, M. B. Feeding behaviours of short-beaked common dolphins, Delphinus

delphis, in New Zealand. Aquatic Mammals, 29(1): 137-149, 2003.

NORRIS, K.S. & DOHL, T.P. Behavior of the Hawaiian spinner dolphin, Stenella longirostris. Fish. Bull. 77 (4):821-845, 1980.

(10)

PITMAN, R.L. & L.T. BALANCE, Parkinson’s petrel distribution and foraging ecology in the eastern

Pacific: aspects of an exclusive feeding relationship with dolphins. The Condor 94 (4): 825-835, 1992.

QUITO, L. Associações entre o boto-cinza, Sotalia guianensis (van Benédén, 1864), e aves marinhas no Complexo Estuarino Lagunar de Cananéia, litoral sul do Estado de São Paulo – SP. 2006. 59 f. Monografia de Bacharelado UFSC-Car, São Carlos-SP, 2006.

REZENDE, F. Bioacústica e alterações acústico comportamentais de Sotalia fluviatilis guianensis (Cetacea: Delphinidae) frente a atividade de embarcações na Baía de Trapandé, Cananéia, SP. 2000. 82 f. Dissertação de Mestrado - Universidade Federal de São Carlos, SP, Brasil, 2000.

RIDOUX, V. Feeding association between seabirds and killer whales, Orcinus orca, around subantartic Crozet Islands. Can. J. Zool. 65: 2113-2115, 1987.

ROSAS, F. C.W. & E.L.A. MONTEIRO-FILHO. Reproduction of the estuarine dolphin (Sotalia

guianensis) on the coast of Paraná, southern Brazil. J. Mamm. 83(2):507-515, 2002.

SANTOS, M.E. dos & M. LACERDA. Preliminary observations of the bottlenose dolphin (Tursiops

truncatus) in the Sado estuary (Portugal). Aquat. Mamm. 13 (2): 65-80, 1987.

SASAKI, G. P. Interações entre embarcações e Boto-cinza Sotalia guianensis (Cetacea, Delphinidae), na região da Ilha das Peças, Complexo Estuarino da Baía de Paranaguá, Estado do Paraná. 2006. 38 f. Monografia de Bacharelado - Instituto de Biologia, UFPR, Curitiba, 2006.

SIMÕES-LOPES, P. C. Ocorrência de uma população de Sotalia fluviatilis (Gervais, 1853), (Cetacea: Delphinidae) no litoral sul de sua distribuição, Santa Catarina, Brasil. Biotemas, v. 1, n. 1, p. 57-62. 1988. SUTHERLAND, W. J. The importance of behavioural studies in conservation biology, Animal Behaviour, v.56, p.801–809, 1998.

THOMAS. Kelp gulls, Larus dominicanus, are parasites on flesh of the right whale, Eubalaena australis. Ethology 79: 89-103, 1988.

WÜRSIG, B & M. WÜRSIG. Behavior and ecology of the bottlenose dolphin, Tursiops truncatus, in the south Atlantic. Fish. Bull. 77 (2): 399-412, 1979.

WÜRSIG, B & M. WÜRSIG. Behavior and ecology of dusky dolphins, Lagenorhynchus obscures, in the south Atlantic. Fish. Bull. 77: 871-890, 1980.

BEHAUVORIAL ECOLOGY OF INTERACTIONS BETWEEN ESTUARINE

DOLPHINHS, SOTALIA GUIANENSIS (DELHINIDAE – VAN BÉNÉDEN,

1864) AND SEABIRDS IN PARANÁ, BRAZIL.

Lorena de Freitas Machado

Federal University of Uberlândia, Biology Institute, Uberlândia, MG.

lorenafreitasm@hotmail.com Kleber Del Claro

Federal University of Uberlândia, Biology Institute, Uberlândia, MG.

delclaro@ufu.br

Abstract: Interactions between cetaceans and seabirds are common and involve different species in

the entire world. The aim of the present study was to register and to characterize the associations between estuarine dolphins, Sotalia guianensis, and seabirds in distinct regions of the Estuarine Complex of Paranaguá Bay (PR, South of Brazil). The data of this study was collected in January and February of 2008, from fixed points in land at the “Ponta do Poço Marina” (Pontal of Paraná - PR) and in Guaraqueçaba. Moreover, some boat expeditions were carried out in the sector of the Port of Paranaguá, totalizing 161 hours of amostral effort. The estuarine dolphins were present 53,84% of that time. Five species of seabirds had been observed in association with the estuarine dolphins: Sula leucogaster, Fregata magnificens, Phalacrocorax brasilianus, Sterna sp. and Larus dominicanus. Only the last two were not effectively registered in interaction. The duration of the interactions presented significant differences and the association between the size of the groups of dolphins and seabirds during the interactions presented negative correlation in the three regions of the study. We characterize the interactions as commensalism.

Referências

Documentos relacionados

Assim, este estudo teve como principais objetivos descrever quem são e o que pensam os condutores de embarcações turísticas para observação de botos-cinza

Figura 7 - Mapa da área de estudo de uso de habitat pelo boto-cinza com os pontos de observação de grupos de botos-cinza (bolas azuis); área de vida dos grupos (linha

Através dos dados obtidos, realizou-se um levantamento de freqüência total de cada comportamento em relação a cada embarcação e/ou grupo de embarcações, para que

No presente estudo, foi avaliada a dieta e ecologia alimentar do boto-cinza (Sotalia guianensis) na região do Banco dos Abrolhos por meio da análise dos conteúdos

Como o comportamento dos animais é intensamente relacionado ao ambiente, por meio do monitoramento dos botos-cinza nas praias de Tibau e Pipa (RN) (Valle e Melo 2006),

Interações entre embarcações e Boto-cinza, Sotalia guianensís (Cetácea, Deiphinidae), na região da Ilha das Peças, complexo estuarino da Baía de Paranaguá,

As ligações em cinza representam interações quantitativas entre as espécies, sendo que a largura dessa ligação representa o número de interações...32 Figura 3 –

Cada parcela foi constituída por 25 plantas de pimenta-do-reino, distribuídas em 5 plantas por 5 linhas de cultivo, sendo avaliadas as 9 plantas centrais, quanto ao