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Questão 13 Questão 14

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Academic year: 2021

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Texto

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Após a tomada e o saque de Roma pelos visi-godos, em 410, pagãos e cristãos interroga-ram-se sobre as causas do acontecimento. Para os pagãos, a resposta era clara: foram os maus princípios cristãos, o abandono da reli-gião de Roma, que provocaram o desastre e o declínio que se lhe seguiram. Do lado cristão, a queda de Roma era explicada pela compa-ração entre os bárbaros virtuosos e os roma-nos decadentes: dissolutos, preguiçosos, sen-do a luxúria a origem de tosen-dos os seus peca-dos.

(Adaptado de Jacques Le Goff, “Decadência”, em História e Memória. Campinas, Ed. da Unicamp, 1990, p. 382-385.)

a) Identifique no texto duas visões opostas so-bre a queda de Roma.

b) Entre o surgimento do cristianismo e a queda de Roma, que mudanças ocorreram na relação do Império Romano com a religião cristã?

Resposta

a) Segundo o texto, as visões opostas sobre a queda de Roma são dos pagãos e dos cristãos. Para os pagãos foram os maus princípios cristãos e o abandono da religião de Roma que provoca-ram o desastre e o declínio.

Para os cristãos "a queda de Roma era explicada pela comparação entre os bárbaros virtuosos e os romanos decadentes: dissolutos, preguiçosos, sendo a luxúria a origem de todos os seus peca-dos".

b) No início, os seguidores da doutrina cristã fo-ram perseguidos, pois, entre outros aspectos, re-cusavam-se a adorar as divindades da religião ro-mana, apesar das perseguições. O imperador Constantino converte-se ao cristianismo e o Edito de Milão (313) concede liberdade de culto aos cristãos. Em 395, sob o imperador Teodósio, o cristianismo torna-se a religião do Império Roma-no. Portanto o cristianismo foi inicialmente perse-guido, algum tempo depois tolerado e finalmente tornou-se a religião oficial do império.

Os motivos que levaram Colombo a empreen-der a sua viagem evidenciam a complexidade da personagem. A principal força que o mo-veu nada tinha de moderna: tratava-se de um projeto religioso, dissimulado pelo tema do ouro. O grande motivo de Colombo era defender a religião cristã em todas as par-tes do mundo. Graças às suas viagens, ele esperava obter fundos para financiar uma nova cruzada.

(Adaptado de Tzvetan Todorov, “Viajantes e Indígenas”, em Eugenio Garin. O Homem Renascentista. Lisboa: Editorial Presença, 1991, p. 233.)

a) Segundo o texto, quais foram os objetivos da viagem de Colombo?

b) O que foram as cruzadas na Idade Média? Resposta

a) Segundo o texto, Colombo tinha como propósi-to central em sua viagem "um projepropósi-to religioso, dissimulado pelo tema do ouro". Buscava, ainda, reunir recursos para "uma nova cruzada" e assim expandir a fé católica. Baseando-se em obras de Ptolomeu, Marco Polo e Paolo Toscanelli, Cristó-vão Colombo pretendia alcançar as ricas terras do Oriente, navegando para o poente (Ocidente). Obteve auxílio dos reis católicos da Espanha (Fernando e Isabel) e em 12 de outubro de 1492 chegou à ilha de Guanahani (Bahamas), que cha-mou de San Salvador.

b) Chamam-se Cruzadas as expedições militares empreendidas pelos cristãos da Europa Ocidental entre os séculos XI e XIII, com a finalidade de res-gatar Jerusalém e o Santo Sepulcro, em poder dos turcos. Entre os participantes havia elemen-tos com perspectivas de ganho comercial, o que conferiu às Cruzadas também um caráter econô-mico. Fala- se, ainda, nas Cruzadas Ocidentais, ou Guerra da Reconquista, que resultou na expulsão dos muçulmanos da península Ibérica. Em 1208, o papa Inocêncio III pregou uma Cruzada contra os albigenses, também chamados de cátaros, ex-tremamente violenta, que implicou o extermínio fí-sico de populações inteiras.

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A base da teologia de Martinho Lutero resi-de na idéia da completa indignidaresi-de do ho-mem, cujas vontades estão sempre escravi-zadas ao pecado. A vontade de Deus perma-nece sempre eterna e insondável e o homem jamais pode esperar salvar-se por seus pró-prios esforços. Para Lutero, alguns homens estão predestinados à salvação e outros à condenação eterna. O essencial de sua dou-trina é que a salvação se dá pela fé na justi-ça, graça e misericórdia divinas.

(Adaptado de Quentin Skinner, As fundações do pensamento político moderno. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 288-290.)

a) Segundo o texto, quais eram as idéias de Lutero sobre a salvação?

b) Quais foram as reações da Igreja Católica à Reforma Protestante?

Resposta

a) A salvação da alma do fiel, para Martinho Lute-ro (1483-1546), segundo o texto, estaria estrita-mente vinculada à vontade divina, cabendo ao ho-mem apenas a esperança de se salvar a partir de sua fé. Tais ideias podem ser observadas nos ex-certos "A vontade de Deus permanece sempre eterna e insondável" e "a salvação se dá pela fé na justiça, graça e misericórdia divinas".

b) A Igreja Católica reagiu à Reforma Protestante por meio de uma série de medidas que se torna-ram conhecidas como Contrarreforma ou Reforma Católica, cujos pilares foram: a aprovação dos es-tatutos da Companhia de Jesus (1540), a reorga-nização da Inquisição (o Tribunal do Santo Ofício, 1542), a criação doIndex Librorum Prohibitorum

(índice de livros proibidos, 1559) e a reunião do Concílio de Trento (1545).

A união de Espanha e Portugal, em 1580, trouxe vantagens para ambos os lados. Portu-gal era tratado pelos monarcas espanhóis não como uma conquista, mas como um outro rei-no. Os mercados, as frotas e a prata espa-nhóis revelaram-se atraentes para a nobreza e para os mercadores portugueses. A Espa-nha beneficiou-se da aquisição de um porto atlântico de grande importância, acesso ao

comércio de especiarias da Índia, comércio com as colônias portuguesas na costa da Áfri-ca e contrabando com a colônia do Brasil. (Adaptado de Stuart B. Schwartz. Da América Por-tuguesa ao Brasil. Lisboa: Difel, 2003, p. 188-189.) a) Segundo o texto, quais foram os benefícios da união ibérica para Portugal e para a Espa-nha?

b) No contexto da União Ibérica, o que foi o sebastianismo?

Resposta

a) Segundo o texto, para Portugal "Os mercados, as frotas e a prata espanhóis revelaram-se atraentes para a nobreza e para os mercadores portugueses. A Espanha beneficiou-se da aquisi-ção de um porto atlântico de grande importância, acesso ao comércio de especiarias da Índia, co-mércio com as colônias portuguesas na costa da África e contrabando com a colônia do Brasil". b) O último monarca da Dinastia de Avis, D. Se-bastião, aventurou-se na África a lutar contra os infiéis e pereceu na batalha de Alcácer-Quibir, no Marrocos (1578). Em seguida ao seu desapareci-mento, abre-se uma grave crise dinástica e su-cessória, pois o monarca não deixara herdeiro. Abre-se uma disputa entre possíveis pretendentes à sucessão do trono, vencendo o neto pelo lado materno de D. Manuel, o rei Felipe II da Espanha. Inicia-se o período que ficou conhecido como Domínio Espanhol ou União Ibérica (1580-1640), no qual Portugal perde sua independência políti-ca. Face à crise e decadência que se segue sob o Domínio Espanhol, emerge um mito segundo o qual D. Sebastião não morrera e voltaria para "salvar" Portugal, restituindo a dignidade do país e da Monarquia. Esse mito na crença na volta de D. Sebastião ficou conhecido como sebastianismo e chegou a se estender pelo Império Colonial, ecoando no Brasil, por exemplo, até a época da República, quando Antônio Conselheiro, líder messiânico, pregava a volta de D. Sebastião, que iria salvar o Brasil, restaurando a Monarquia e destruindo a República, identificada como "anti-cristo". Assim, o sebastianismo passou a integrar o repertório dos mitos salvacionistas.

No quadro das revoltas ocorridas em Minas Gerais na primeira metade do século XVIII – entre 1707 e 1736 –, verificamos, em algumas delas, elementos de marcante originalidade, por contestarem abertamente os direitos do

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Rei e envolverem participação ativa de seg-mentos procedentes dos estratos sociais infe-riores.

(Adaptado de Luciano Raposo de Almeida Figueire-do, “O Império em apuros: notas para o estudo das relações ultramarinas no Império Português, sécu-los XVII e XVIII”, em Júnia Furtado (org.). Diálo-gos oceânicos: Minas Gerais e as novas abordagens para uma história do Império Ultramarino Portu-guês. Belo Horizonte: UFMG, 2001, p. 236.) a) Segundo o texto, quais eram as caracterís-ticas originais apresentadas por algumas re-voltas ocorridas na primeira metade do sécu-lo XVIII?

b) Dê duas características da Inconfidência Mineira que a diferenciam das revoltas ocor-ridas na primeira metade do século XVIII.

Resposta

a) Segundo o texto, como características originais algumas revoltas contestaram "abertamente os di-reitos do Rei" e envolveram a "participação ativa de segmentos procedentes dos estratos sociais inferiores".

b) Diferentemente das rebeliões ocorridas na pri-meira metade do século XVIII, a Conjuração Mi-neira foi um movimento emancipacionista, relacio-nado ao exemplo da independência dos Estados Unidos (1776), a decadência da economia mine-radora e nitidamente republicana, sendo que se afirma que alguns dos conspiradores pretendiam abolir a escravidão.

No ano de 1808, entrou em vigor a proibição do tráfico negreiro, tanto nos Estados Unidos como no Império Britânico. No caso do Impé-rio Britânico, a proibição teria maior impacto em escala mundial. Enquanto isto, no Impé-rio Português, o porto do Rio de Janeiro tinuaria a comprar escravos da zona con-go-angolana em quantidade cada vez maior. (Adaptado de João Paulo Pimenta & Andréa Slemian, A corte e o mundo. Uma história do ano em que a família real portuguesa chegou ao Brasil. São Paulo: Alameda, 2008, p. 82-83.)

a) Segundo o texto, quais as mudanças relati-vas ao tráfico negreiro ocorridas em 1808? b) Quais eram os interesses do Império Britâ-nico na proibição do tráfico negreiro na pri-meira metade do século XIX?

Resposta

a) Segundo o texto, "entrou em vigor a proibição do tráfico negreiro, tanto nos Estados Unidos como no Império Britânico".

b) Não existe unanimidade entre os especialistas sobre a razões que teriam motivado o Império Bri-tânico proibir o tráfico de escravos na primeira metade do século XIX. Existem aqueles que dão importância aos motivos humanitários – a escravi-dão e o tráfico de escravos eram condenáveis do ponto de vista moral e religioso.

Outra explicação associa-se à ideia de que a Ingla-terra encontra-se em plena Revolução Industrial. Nessa perspectiva, o combate ao tráfico e à pró-pria escravidão teria como motivo subjacente am-pliar mercados consumidores para os manufatura-dos britânicos, ou seja, a perspectiva de um ex-es-cravo tornar-se um assalariado faria o mesmo vir a ser um consumidor de produtos britânicos. Há ainda uma outra versão que chama a aten-ção para o fato de que as colônias britânicas produtoras de açúcar, especialmente no Caribe, não teriam condições de competir em condições de igualdade com outras áreas onde persistisse o tráfico de escravos e a escravidão, daí então de-corria o interesse britânico em combater o tráfico e a escravidão em escala internacional. Provavel-mente cada uma das explicações, à sua maneira, pode ter contribuído no combate ao tráfico e à própria escravidão em épocas diferenciadas e graus variados de importância.

O progresso econômico no Brasil da segunda metade do século XIX acarretou profundo de-sequilíbrio entre poder econômico e poder po-lítico. Na década de 1880, o sistema político concebido a partir de 1822 parecia pouco sa-tisfatório aos setores novos. O Partido Repu-blicano recrutou adeptos nesses grupos sociais insatisfeitos.

(Adaptado de Emília Viotti da Costa, Da monar-quia à república: momentos decisivos. São Paulo: Editorial Grijalbo, 1977, p. 15-16.)

a) Dê duas características do sistema político brasileiro concebido em 1822.

b) Quais as transformações ocorridas no Bra-sil da segunda metade do século XIX que le-varam ao desequilíbrio entre poder econômi-co e poder polítieconômi-co?

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Resposta

a) O sistema político adotado pelo Brasil quando de sua independência em 1822 foi a monarquia, cujas características foram definidas na Constitui-ção outorgada em 1824, dentre as quais podemos citar: o voto censitário e masculino, as eleições in-diretas, a concentração de dois poderes nas mãos do imperador – o Executivo e o Moderador – e o Estado unitário.

b) No século XIX intensificou-se o plantio do café na região do Vale do Paraíba e do Oeste Paulista, dada sua grande valorização no mercado interna-cional, tornando-o o principal produto de exporta-ção brasileiro e criando uma nova elite econômi-ca. Apesar de propostas de reforma, o regime monárquico centralizado mostrou-se pouco per-meável a essas novas elites. Assim, a monarquia foi identificada à centralização, e a república à descentralização. A nova elite adere à causa re-publicana como uma forma de influenciar e fazer do Estado um instrumento de seus interesses.

Nos Estados Unidos da década de 1870, o projeto político sulista de excluir os negros venceu. Os Republicanos Radicais ficaram isolados em sua defesa dos negros e tiveram que enfrentar a oposição violenta do terroris-mo branco no sul. A Ku Klux Klan, formada por veteranos do exército confederado, virou uma organização de terroristas, perseguindo os negros e seus aliados com incêndios, surras e linchamentos. A depressão de 1873 apressou o declínio dos Republicanos Radicais, que sen-tiram a falta do apoio financeiro dos bancos. Para o público, a corrupção tolerada pelos Re-publicanos Radicais agora parecia um des-perdício inaceitável.

(Adaptado de Peter Louis Eisenberg, Guerra Civil Americana. São Paulo: Brasiliense, 1982, p. 102-105.) a) De acordo com o texto, aponte dois fatores que levaram à vitória do projeto de exclusão dos negros no sul dos Estados Unidos após a Guerra da Secessão.

b) Quais foram as causas da Guerra da Se-cessão?

Resposta

a) De acordo com o texto, os fatores que levaram à vitória do projeto de exclusão dos negros do Sul

dos Estados Unidos foram: os republicanos radicais ficaram isolados em sua defesa dos ne-gros; a violência do terrorismo branco no Sul; as perseguições aos negros e seus aliados, com in-cêndios, surras e linchamentos pela Ku Klux Klan; e a crise de 1873, que resultou na falta de apoio financeiro dos bancos aos republicanos radicais. b) Entre as razões da Guerra de Secessão (1861-1865), destacamos a questão da escravi-dão e a política protecionista do Norte em conflito com o liberalismo do Sul.

Desde 1820, o Compromisso de Missouri havia estabelecido um acordo entre escravistas e não-escravistas. Nos territórios anexados, a es-cravidão estaria autorizada ao sul do paralelo 36 30’o e proibida ao norte. Aumentam as rivalida-des entre as partes. Em 1854, os escravistas fa-zem aprovar uma lei que virtualmente abolia o Compromisso de Missouri, estabelecendo que, a partir de então, caberia aos habitantes dos novos estados decidirem por eles mesmos se deveria ou não existir a escravidão.

Os abolicionistas fundam um novo partido, o Repu-blicano, que se coloca contra os escravistas. Esse partido, no poder em 1860 com Abraham Lincoln, presidente, provoca a separação entre o Norte e o Sul.

Destaca-se também o fato de as economias do Norte e do Sul serem diferentes na questão do protecionismo ou do livre-cambismo.

O Norte se caracterizava por uma economia onde predominava a vida urbana, a construção naval, pequenas propriedades e um relativo desenvolvi-mento industrial, portanto defensores de uma polí-tica protecionista. Em contrapartida, no Sul predo-minava uma vida mais rural, o latifúndio, a escra-vidão e a cultura do algodão e do tabaco.

Para a economia do Sul era importante o li-vre-cambismo, assim mantendo o fluxo de seus produtos agrícolas para exportação.

Dessa forma, em 1860, com Abraham Lincoln na presidência, uma política antiescravista e protecionista resultou no movimento separatista dos estados do Sul em relação à União. A guerra inicia-se em abril de 1861.

Na busca de um herói para a República, quem atendeu as exigências da mitificação foi Tiradentes. O busto de Tiradentes idealizado em 1890 era a própria imagem de Cristo. A simbologia cristã apareceu em várias outras obras de arte da época. Mas Tiradentes não era apenas um herói republicano, era um

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rói do jacobinismo, dos setores mais radicais do Partido Republicano. Além do republica-nismo, atribuía-se a Tiradentes um caráter plebeu, humilde, popular, em contraste com a elite econômica e cultural, aproximando-o as-sim do florianismo.

(Adaptado de José Murilo de Carvalho, A forma-ção das almas: imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 57-69.) a) De acordo com o texto, quais os significa-dos associasignifica-dos à imagem de Tiradentes pela propaganda republicana no Brasil?

b) Dê duas características políticas dos pri-meiros governos da república (Marechal Deo-doro e Floriano Peixoto).

Resposta

a) Segundo o texto, "O busto de Tiradentes ideali-zado em 1890 era a própria imagem de Cristo. A simbologia cristã apareceu em várias outras obras de arte da época. Mas Tiradentes não era apenas um herói republicano, era um herói do jacobinis-mo, dos setores mais radicais do Partido Republi-cano. Além do republicanismo, atribuía-se a Tira-dentes um caráter plebeu, humilde, popular, em contraste com a elite econômica e cultural, aproxi-mando-o assim do florianismo".

b) O período que se estende de 1889 a 1894 é conhecido como República da Espada, por desig-nar a época em que a República recém-fundada foi governada sucessivamente pelos militares, os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixo-to.

No período de Deodoro, foi promulgada a Consti-tuição republicana de 1891, que consagrava uma república presidencialista, federativa, com o sufrá-gio universal masculino.

Já o período de Floriano foi caracterizado pelo seu autoritarismo político e pela dura repressão a movimentos que contestavam sua autoridade, bem como a sua intervenção na chamada Revolta Federalista no Sul. Observa-se que nos dois go-vernos ocorrem as Revoltas da Armada, que con-testavam as autoridades constituídas.

À meia-noite de 15 de agosto de 1947, quan-do Nehru anunciava ao munquan-do uma Índia independente, trens carregados de hindus e muçulmanos, que associavam a religião às causas de uma ou outra comunidade,

cruza-vam a fronteira entre a Índia e o novo Pa-quistão, em uma das mais cruéis guerras ci-vis do século XX. Gandhi, profundamente co-movido, começava um novo jejum, tentando a conciliação. Mais tarde, já alcançada a Independência, foram as diferenças entre hindus e muçulmanos que levaram Nehru, primeiro-ministro da Índia, a separar religião e Estado, para que as minorias religiosas, como os muçulmanos, não fossem vitimadas pela maioria hindu.

(Adaptado de Cielo G. Festino, Uma praja ainda imaginada: a representação da Nação em três roman-ces indianos de língua inglesa. São Paulo: Nankin/ Edusp, 2007, p.23.)

a) De acordo com o texto, que razões levaram Nehru a separar religião e Estado, após a Independência da Índia?

b) Quais os métodos empregados por Gandhi na luta contra o domínio inglês na Índia?

Resposta

a) De acordo com o texto, as razões que levaram Nehru a separar religião e Estado estavam asso-ciadas às guerras civis entre grupos religiosos, que levariam as minorias religiosas, como muçul-manos, a serem vítimas da maioria hindu. b) Gandhi, um dos principais líderes na luta contra o colonialismo britânico, usou o método da "deso-bediência civil" ou "resistência pacífica", a não-vio-lência como instrumento de emancipação.

De maneira geral, todos os movimentos anticolo-niais no século XX identificavam a luta emancipa-cionista como sendo uma forma de atingir o pro-gresso. Para Gandhi, a independência da Índia vi-sava à manutenção da tradição naquele país. Não se pode concluir como Gandhi conduziria o país após a separação política, isto é, se a defesa da tradição seria mantida ou se era apenas um meio para se atingir a independência com o apoio de um povo profundamente mergulhado nos valores religiosos da tradição das castas.

De qualquer forma, o método contra o domínio britânico era a resistência pacífica ao colonialis-mo.

O ativista negro Steve Biko, um dos críticos do Apartheid, que vigorou oficialmente na África do Sul entre 1948 e 1990, afirmou:

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Nós, os negros, temos que prestar muita aten-ção à nossa história se quisermos tornar-nos conscientes. Temos que reescrever nossa histó-ria e mostrar nossa resistência aos invasores brancos. Muita coisa tem que ser revelada e seríamos ingênuos se esperássemos que nos-sos conquistadores escrevessem uma história imparcial sobre nós. Temos que destruir o mito de que a nossa história começa com a chegada dos holandeses.

(Adaptado de Steve Biko, I write what I like: a selection of his writings. Johannesburg: Picador Africa, 2004, p. 105-106.)

a) Segundo o texto, por que os negros necessi-tariam reescrever a história da colonização sul-africana?

b) O que foi o regime denominado Apartheid na África do Sul?

Resposta

a) Segundo o texto, os negros necessitam rees-crever a história da colonização sul-africana para mostrar sua resistência aos invasores brancos. Segundo o texto, os conquistadores não seriam capazes de escrever uma história imparcial sobre os negros sul-africanos, bem como é necessário destruir o mito de que a sua história começa com a chegada dos holandeses.

b) Foi o regime institucional de segregação e dis-criminação racial que vigorou na África do Sul, na maior parte do século XX, no qual a maioria negra da população do país foi dominada política e eco-nomicamente por uma minoria branca.

Em 1980, num show comemorativo ao Primei-ro de Maio, o cantor Chico Buarque apresen-tou uma canção intitulada “Linha de Monta-gem”, que fazia referência às recentes greves do ABC:

As cabeças levantadas, Máquinas paradas, Dia de pescar,

Pois quem toca o trem pra frente Também, de repente,

Pode o trem parar.

(http://www.chicobuarque.com.br/letras/ linhade_80.htm)

a) Qual foi a importância das greves do ABC nos últimos anos do regime militar brasileiro, que vigorou de 1964 a 1985?

b) Aponte duas mudanças políticas que carac-terizaram o processo de abertura do regime militar.

Resposta

a) No Brasil, a legislação trabalhista em vigor data, sem grandes mudanças, da época de Getú-lio Vargas (décadas de 1930 e 1940). De maneira geral, pode-se dizer que sua característica princi-pal é colocar o Estado como mediador das rela-ções entre capital e trabalho.

A massa trabalhadora que se forma torna-se im-portante e decisiva para a eleição de políticos e para o fortalecimento de partidos políticos. Criam-se mecanismos de controle social e político dessa massa urbana. E as organizações sindicais se tornam um dos instrumentos mais importantes na relação entre Estado e trabalhadores urbanos. Essa era, e de alguma forma ainda é, uma manei-ra dos detentores do poder exercerem controle sobre as atividades dos trabalhadores urbanos, por intermédio dos sindicatos, que pode ser resu-mida na fórmula: o Estado apoia os sindicatos e, em contrapartida, os sindicatos devem apoiar o Estado.

O regime centralizador e autoritário, imposto pe-los militares, que farejava, encontrava e punia os "comunistas" onde quer que estivessem, não pou-pou, evidentemente, as atividades sindicais. Assim, o antigo pacto Sindicato-Estado teve de ser organizado em outras bases. Foi, portanto, em um contexto econômico caracterizado por uma situação particularmente crítica e em um contexto político determinado pelos militares que se forjaram novas lideranças sindicais.

Para essas novas lideranças tratava-se de de-nunciar e expurgar as antigas e ineficientes lide-ranças, eliminar a imagem de que os sindicatos eram "antros de comunistas" e, ao mesmo tem-po, mediante ações pontuais, mostrar que não estavam interessados em política, e sim em "me-lhorar as condições da classe trabalhadora", posi-cionando-se equidistantes tanto do patronado quanto do Estado.

No plano político, essas novas lideranças asso-ciam-se a setores de oposição ao regime militar e se colocam como anticomunistas para não serem confundidos com as antigas lideranças, o que lhes valeu a aproximação com a chamada Igreja Progressista, provocando um reordenamento nas relações entre sindicatos e Igreja.

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Química – prova rotineira e temática

As questões foram contextualizadas nas Olimpíadas de Beijing e exigiram, principal-mente, conhecimento em Físico-Química (66% das questões).

Novamente, o bom-senso no uso do tempo disponível foi fundamental para o sucesso dos candidatos.

História – abrangente e básica

Comparada à prova do ano anterior, a prova deste ano apresenta um significativo con-traste. Foi abrangente quanto aos tópicos do programa e predominaram questões com um nível básico de complexidade.

As ações pontuais se traduziram principalmente na forma de greves, que passam a ter importância cada vez maior, especialmente nos setores de ponta da indústria metalúrgica do ABC Paulista. Aos poucos, essas greves se estendem para ou-tros setores da atividade econômica e para outras regiões do país.

A eficácia dessas greves conferiu legitimidade e poder a essas novas lideranças, que se tornaram os efetivos interlocutores nas questões que envol-viam Estado, capital e trabalho.

Além disso, essas lideranças contavam com a tru-culência e a falta de sensibilidade política dos mi-litares do poder, que em determinados momentos interferiam nos conflitos trabalhistas de forma de-sastrada e repressiva, fortalecendo-as ainda mais e criando para elas a imagem de eficácia, cora-gem e heroísmo.

Em um contexto de crise econômica, de desgaste político dos militares e de seu modelo político au-toritário, essas greves se constituíram em um dos vários fatores que levaram ao término do regime militar.

b) Entre as mudanças políticas que caracteriza-ram o processo de abertura política no Período Militar, podemos citar:

a Emenda Constitucional nº 11 (13.10.1978), cujas características principais envolveram a re-vogação das medidas de exceção (fim dos atos institucionais) e facilitaram a criação de partidos políticos, assinalando o fim do bipartidarismo;

a Lei de Anistia, em 1979;

as eleições diretas para governadores de Esta-do (1982).

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