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INFLUÊNCIA DO TEOR DE ARGILA E DA SECAGEM POR TROCA SUCESSIVA DE NÃO SOLVENTES NA MORFOLOGIA DAS MEMBRANAS DE POLIAMIDA6/ARGILA

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INFLUÊNCIA DO TEOR DE ARGILA E DA SECAGEM POR TROCA SUCESSIVA DE NÃO SOLVENTES NA MORFOLOGIA DAS MEMBRANAS

DE POLIAMIDA6/ARGILA

C.H.,Pereira1*;R.S.B.,Ferreira1; Bezerra, E.B1.; A.M.D.,Leite1.; E.D.,Araújo1; H. L.Lira1.

1Universidade Federal de Campina Grande, Av. Aprígio Veloso, 882 – Bairro

Universitário,CEP: 58429-140 Campina Grande-PB/Brasil *E-mail de correspondência: caio.henrique7@hotmail.com

RESUMO

Membranas de nanocompósitos de poliamida6/argila com diferentes teores (1 e 3%) de argila bentonítica nacional através da técnica de inversão de fases foram obtidas. Inicialmente os nanocompósitos foram obtidos, em uma extrusora dupla rosca co-rotacional, pelo método de intercalação por fusão.Os nanocompósitos foram caracterizados por difração de raios-x (DRX), sendo, assim, verificado que possivelmente foi obtidauma estrutura esfoliada e/ou parcialmente esfoliada. As membranas foram secas a temperatura ambiente e também por troca sucessiva de não solventes, a fim de evitar o colapso dos poros, utilizando o álcool etílico e o n-hexano como não solventes. A partir das fotomicrografias de superfície de topo por microscopia eletrônica de varredura (MEV), observou-se a alteração da morfologia das membranas a partir da presença de diferentes teores de argila comotambém a partir da secagem das mesmas por troca sucessiva de não solventes, obtendo membranas com maior quantidade de poros e uniformemente distribuídos.

Palavras-chave: membrana, nanocompósitos, argila bentonítica, poliamida6.

INTRODUÇÃO

Os processos de separação por membranas (PSM) acabaram se tornando processos industriais técnicos e comercialmente vantajosos, aoserem

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comparados aos processos usuais de separação, como extração, absorção, filtração simples, destilação etc, principalmente no que diz respeito à qualidade do produto final, diminuição da demanda energética, aumento na flexibilidade operacional e melhoria na seletividade. O tamanho ou as características físico-químicas das espécies a serem separadas, são as funções que diferem dos processos clássicos de separação(1).

Sendo assim, pode-se definir membrana como sendo uma barreira semipermeável a qual separa duas fases e restringindo, total ou parcialmente, a passagem de uma ou diversas espécies químicas (solutos) que estão presentes na solução (2).

A maioria das membranas poliméricas assimétricas são obtidaspela técnica de inversão de fases, onde esta é dividida em três importantes etapas, onde a primeira se dápelo preparo de uma solução polimérica homogênea, seguido do espalhamento da solução formada a partir do solvente com o polímero formando um filme com certa espessura e por fim a formação da estrutura polimérica da membrana a partir da separação de fases do sistema(3).

Os nanocompósitos poliméricos são materiais híbridos onde substâncias inorgânicas de dimensões nanométricas, tais como argilas e outros minerais, estão dispersas em uma matriz polimérica. Utilizam-se os minerais de argila como nanopartículas pelo fato de apresentarem estrutura especial de camadas, capacidade de troca de cátions e o baixo custo (4).

Ao se adicionar nanopartículas inorgânicas em materiais poliméricos, há uma melhora nas propriedades de filtração das membranas, sendo um ponto forte no desenvolvimento da ciência e tecnologia de membranas. Segundo alguns autores, a adição apropriada de nanopartículas inorgânicas na matriz polimérica pode barrar a formação e o crescimento de macrovazios, fazendo com que haja um aumento no número de pequenos poros, contribuindo assim para a melhoria da porosidade, hidrofilicidade e permeabilidade com retenção quase inalterada, e melhorando também as propriedades mecânicas e estabilidade térmica e desempenho anti incrustações (5,6,7,8).

O objetivo deste trabalho foi analisar a influência do teor de argila assim como a influência da secagem por troca sucessiva de não solventes ocorrida na morfologia das membranas de poliamida 6/argila.

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MATERIAIS E MÉTODOS Materiais

A matriz polimérica utilizada foi a poliamida 6 Polyform B300, de viscosidade IV = 140-160 mL/g sob a forma de grânulos de coloração branca.A argila foi a Brasgel PA, com capacidade de troca de cátion (CTC) de 90meq/100g, fornecida pela empresa Bentonit União Nordeste.

Para a preparação de membranas utilizou-se como solvente o ácido fórmico com 98-99% de pureza, fabricado pela Vetec. E foram utilizados o álcool etílico e N-Hexano como não solventes.

Métodos

Para a obtenção dos híbridos de poliamida 6/argila, foi obtido um concentrado de polímeros/argila (1:1) em massa, utilizando-se um Homogeneizador de alta rotação, modelo MH-50H da marca MH Equipamento. O concentrado obtido foi triturado e após isso, foi incorporado à matriz de poliamida 6 em quantidades que representam teores nominais de 1e 3% de argila, em peso, utilizando uma extrusora de dupla rosca corrotacional Werner-Pfleiderer ZSK 18.

As membranas foram produzidas por meio da técnica de inversão de fases. A poliamida 6 e os nanocompósitos foram dissolvidos numa proporção de 20:80% em massa de polímero: ácido, sob agitação constante por um período de 24 h, para a total dissolução do material. Após o preparo da solução, esta foi espalhada com um bastão de vidro em uma placa de vidro, previamente lavada e seca. Após o espalhamento, a placa foi rapidamente imersa em um banho de precipitação contendo água destilada. Concluída a precipitação, a membrana foi removida e lavada com água destilada para retirada do solvente residual. As membranas foram secas de duas maneiras, em temperatura ambiente e por meio da troca sucessiva de não solvente.

Os nanocompósitos foram caracterizados por Difração de raios-X e as membranas por Microscopia Eletrônica de Varredura.

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Na Fig.1 estão apresentados os difratogramas de raios-X da argila, poliamida 6e dos nanocompósitos com teores de 1 e 3% de massa de argila, as quais foram analisadas por meio de filmes prensados.

Verifica-se que o pico característico da argila desaparece quando a mesma é incorporada à matriz polimérica, indicando assim que o nanocompósito obtido apresentauma estrutura esfoliada e/ou parcialmente esfoliada. É possível observar que a poliamida 6 apresenta dois picos característicos da fase α (alfa) que estão entre 2θ = 20° e 24°, e entreesses picos, apresentou-se um pico característico da fase γ (gama), sendo mais intenso, do polímero.

A poliamida 6 é um polímero semicristalino e a existência de regiões amorfas é indicada pelo alargamento dos picos(9). É possível observar também que nos nanocompósitos poliamida 6com teores de 1 e 3% de argila apresentaram uma diminuição nos seus picos à fase γ (gama), entretanto, observa-se também que os picos referentes à fase α2 aumentaram,

provavelmente devido à presença da argila.

0 5 10 15 20 25 30 35 In te n si d a d e (u .a .) 2 MMT PA6 PA6 + 1%MMT PA6 + 3%MMT 12,73  1  2

Figura 1 – Difratogramas de DRX da argila, PA6 e de seus nanocompósitos com diferentes teores de argila (1 e 3%).

As fotomicrografias de MEV foram realizadas para as membranas de PA6 e de seus nanocompósitos com teores de 1 e 3% de argila, com secagem em temperatura ambiente e com secagem pela troca sucessiva de nãos solventes, e foram analisadas as superfícies de topo (Fig.2) e seções transversais (Fig.3).

Na Fig.2a, verifica-se que a membrana de PA6 apresentou uma estrutura densa e com pequena quantidade de poros.Já a membranas com a secagem por troca sucessiva de não solventes, Fig.2b, também apresentou

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uma estrutura densa, porém com uma menorquantidade de poros. Observa-se que as membranas com teores de argila de 1 e 3%, apresentaram uma maior quantidade de poros e uma melhor distribuição destes, quando comparados a membrana de PA6. As membranas com um maior teor de argila apresentaram uma maior quantidade de poros, porem esses em menor dimensão quando comparados as membranas com 1% de argila. Sendo assim, pode-se dizer que provavelmente a presença da argila alterou a quantidade e uniformidade dos poros. É possível verificar também que as membranas com argilas e trocas sucessivas de não solventes, Fig.2d e 2f, apresentaram uma maior quantidade de pequenos poros e uma melhor distribuição uniforme ao serem comparadas com as mesmas sem troca, logo, é possível que a secagem por troca sucessiva de não solventes tenham alterado a quantidade e distribuição dos poros.

Figura 2 - Fotomicrografias da superfície de topo obtidas por MEV das membranas sem e com troca sucessiva de não solventes: (a) PA6; (b) PA6

com troca; (c) PA6 + 1%MMT; (d) PA6 + 1%MMT com troca; (e) PA6 + 3%MMT; (f) PA6 + 3%MMT com troca.

Na Fi. 3, estão representadas as fotomicrografias de MEV das seções transversais da PA6 e de seus nanocompósitoscom secagem em temperatura ambiente e com secagem pela troca sucessiva de não solventes. De maneira geral, todas as membranas obtidas apresentaram uma estrutura semelhante caracteristica do método de obtenção, que é uma membrana assimétrica constituida de uma pele filtrante e um suporte poroso. Pode-se observar que tanto a membrana de PA6 sem troca (Fig.2a) e com troca (Fig.2b), apresentaram uma camada seletiva fina e um suporte com poros esféricos,

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uniformes e interligados. Já as membranas com teores de 1% e 3% de argilaapresentaram camada seletiva mais espessa quando comparadas ao polímero puro e a camada porosa apresentou umadistribuição uniforme dos poros com estes em formato esférico, foi visualizada próxima a camada seletiva a presença de “fingers”, que pode estar relacionado à presença da argila juntamente com um atraso na precipitação, mas estes da mesma maneira que os menores poros estão interconectados. Observa-se, no geral, que com o aumento do teor de argila, ocorre tambéma formação de uma camada seletiva mais espessa, provavelmente em função da viscosidade da solução que é maior, dificultando assim a troca do solvente pelo não solvente no processo de difusão no banho de precipitação. O processo de secagem por troca sucessiva de não solvente proporcionou uma diminuição no tamanho dos poros do suporte poroso como tambémuma redução na formação dos “fingers”.

Figura 3 - Fotomicrografias das seções transversais obtidas por MEV das membranas sem e com troca sucessiva de não solventes: (a) PA6; (b) PA6

com troca; (c) PA6 + 1%MMT; (d) PA6 + 1%MMT com troca; (e) PA6 + 3%MMT; (f) PA6 + 3%MMT com troca.

CONCLUSÕES

A partir da análise dos resultados obtidos, observou-se que, por DRX, aparentemente foram obtidos nanocompósitos com uma estrutura esfoliada e/ou parcialmente esfoliada. Pelas fotomicrografias de MEV da superfície de topo, verificou-se que a presença de argila e a secagem por troca sucessiva de não solventes, provavelmente alteraram a morfologia das membranas,promoveram um aumento na quantidade de poros e uma distribuição uniforme dos mesmos. Ao analisar as seções transversais,

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observou-se que as membranas apresentaram uma estrutura com uma camada seletiva bem definida, exceto para as membranas de PA6, com poros interligados à mesma e com distribuição uniforme. Para as membranas com teores de 1 e 3% de argila, verificou-se o aparecimento de “fingers” junto à pele filtrante, possivelmente pela precipitação mais demorada da solução por estar mais viscosa com argila. Sendo assim, membranas microporosas assimetricas foram obtidas e a presença da argila em dois teores e o processo de secagem influenciaram de maneira significativa na formacao dos poros das membranas.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à BUN/PB, ao MCT/CNPq, PNPD Institucional/CAPES e PRH-25/ANP, pelo auxílio financeiro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Araújo, J. A, Costa, D. A.Membranas Poliméricas de PE-g-MA-Al/AlPO4 Impregnado com Fe, Al – Utilização na Recuperação de Efluentes de Galvanoplastia.Polímeros, vol. 24, n. 1, p. 101-109, 2014.

2. MULDER, M. Basic Principles of Membrane Technology. Netherlands. 2ndEdittions.Kluwer Academic Publishers.1997.363p.

3. FERREIRA, R. S. B., DO Ó PEREIRA, C. H., BEZERRA, E. B., LEITE, A. M. D., ARAÚJO, E. M. Influência do Tipo de Argila na Formação de Nanocompósitos de Poliamida 6 para a Produção de Membranas

Poliméricas.In: CONGRESSO BRASILEIRO DE

CERÂMICA,Anais...Aracajú,2014.

4. MEDEIROS, P. S. S., LEITE, A. M. D., MEDEIROS, K. M., MORAIS, D. D. S., ARAÚJO, E. M., LIRA, H. L. Caracterização Morfológica de Membranas Obtidas a Partir de Nanocompósitos de Poliamida6/Argila Bentonítica. 12º CONGRESSO BRASILEIRO DE POLÍMEROS. Anais…Florianópolis, 2013. 5. YANG, Y.; ZHANG, H.; WANG, P.; ZHENG, Q.; LI, J. The influence of nanosized TiO2 fillers on the morphologies and properties of PSF UF

membranes.Journal of Membrane Science.v.228, p. 231-238, 2007.

6. UGRAMI, T.; MATSUGI, H.; MIYATA, T. Pervaporation characteristics of organic-inorganic hybrid membranes composed of poly(vinyl alcohol-co-acrylic)

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and tetraethoxysilane for water/ethanol separation. Macromolecules. v. 38, p. 8440-8446, 2005.

7. NAGRALE, R. K.; SHASHI, V. K.; RANGARAJAN, R. Preparation of polyvinyl alcohol-silica hybrid heterogeneous anion-exchange membranes by sol-gel method and their characterization. Journal of Membrane Science. v. 248, p. 37-44, 2005.

8. YA-NAN, Y.; JUN, W.; QING-ZHU, Z.; XUE-SI, C.; HUI-XUAN, Z. The research of rheology and thermodynamics of organic-inorganic hybrid membrane during the membrane formation.Journal of membrane Science. v. 311, p. 200-207, 2008.

9. KHANNA, Y. P.; KHUN, W. P. Measurement of Crystalline Index in Nylons by DSC: Complexities and Recommendations. Journal of Polymer Science.v.35, p. 2219-2231, 1997.

INFLUENCE OF THE CLAY CONTENT AND DRYING OF SUCCESSIVE NO SOLVENTS CHANGE IN THE MORPHOLOGY OF POLYAMIDE6/CLAY

MEMBRANES

ABSTRACT

Membranes of polyamide 6/clay nanocomposites with different contents (1 and 3%) of Brazilian bentonite clay using the technique of phase inversion was obtained. The nanocomposites were obtained in a co-rotating twin screw extruder, by the melt intercalation method and were characterized by x-ray diffraction (XRD), which showed possibly an exfoliated and / or partially exfoliated structure was obtained. The membranes were dried at room temperature and also by successive exchange of non-solvents, to prevent collapse the pores using ethanol and n-hexane as a non-solvent. From the photomicrographs of top surface by scanning electron microscopy (SEM) showed to morphology change in the membranes from the presence of different clay contents as well as drying the same by successive exchange of non-solvents, obtaining membranes with larger amount of pores uniformly distributed.

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