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Faça a Sua Horta Biologica

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Academic year: 2021

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Sumário

6

Introdução: Torne-se Um Micro-horticultor

Horticultura Biológica: Noções Básicas sobre o Cultivo de Plantas Comestíveis

12

Capítulo 1

Cultive em Todo e Qualquer Lugar

24

Capítulo 2

Obter Plantas

32

Capítulo 3

Um Bom Começo

40

Capítulo

4 Abordagens Diferentes: Cultivar na Terra

ou em Vaso

58

Capítulo

5 Cuidados: Cultivar Plantas Saudáveis

6 6

Capítulo 6

A Horta sob Ataque As Plantas

80

Capítulo 7

Legumes

128

CapítuloS

Frutos

140

Capítulo g

Ervas Aromáticas e Flores Comestíveis Colha o Que Semeou

168

Capítulo io

Como Colher

174

Capítulo li

O Futuro dos Frescos: Como Armazená-los e Conservá-los

202

Glossário

(4)

Introdução: Torne-se Um M icro-horticultor

Tive o meu primeiro contacto com a horticultura urbana quando era criança e vi batatas a crescer dentro de um balde, na minúscula varanda de cimento da minha avó Scylla, natural das índias Ocidentais. Começar vida nova num apartamento situado no gélido Norte do Canadá não a impediu de, tal como fazia na sua terra, Barbados, cultivar o que comia.

A descoberta desse balde levou-me, muitos anos depois, a fazer experiências nos espaços de que dispunha e inspirou-me a expandir o conceito de horta e da sua localização.

Criei a minha primeira horta «verdadeira» no quintal minúsculo e cheio de lixo do lar de estudantes superlotado onde vivi enquanto frequentei a

universidade. Eu e os meus colegas cavámos e plantámos o jardim não tendo quaisquer

conhecimentos sobre a matéria - a intuição e o acaso serviram-nos de guias. Claro, perdi muitas plantas devido a erros de principiante e a negligência, mas, para minha surpresa (e sorte), consegui colher e saborear uma fartura de feijões, tomates, alfaces, cebolas, cenouras e batatas, tudo fresco e biológico, apesar do meu magro orçamento de estudante.

Anos depois, e com uma vasta prática de horticultura atrás de mim, já não sou tão pobre (felizmente) como nos meus tempos de estudante. No entanto, para mim, cultivar uma horta biológica tornou-se algo mais do que ter à disposição alimentos de qualidade em tempos difíceis. Com o tempo, adquiri - ou, melhor, as minhas hortas cultivaram em mim - o conhecimento, a autossuficiência e a confiança necessários para me livrar da dependência do supermercado e dispor, durante todo o ano, dos meus próprios produtos. A pequena horta urbana do meu telhado reacendeu o meu fascínio infantil pelo mundo, bem como o orgulho e o entusiasmo que perduram ao longo de todas as fases do processo de crescimento.

A colocação de floreiras numa varanda pode criar uma microquinta invulgar mas produtiva. Esta oferece uma abundância de tomates e pimentos!

(5)

Nunca mais dispus de um quintal desde que saí desse tal lar de estudantes, mas tenho cultivado muitas hortas, tanto ao nível do solo como acima dele, e tudo porque a criatividade e o engenho de Scylla, bem como o seu desrespeito pelas normas sociais canadianas, me levaram a repensar as minhas lim itações e a transformá-las em vantagens.

Muitos de nós, residentes na cidade, sofremos de um complexo incapacitante no que diz respeito ao espaço. Metemos na cabeça que, para nos dedicarmos à horticultura, temos de possuir um terreno ou uma vasta propriedade. E quando esse terreno existe, receamos que não seja do tipo adequado. Além desses problemas, invocam os poucos conhecimentos, falta de dinheiro, ou... Há sempre uma razão a impedir-nos de meter mãos à obra.

E verdade que, por detrás de cada tomate e de cada viçoso molho de manjericão biológicos, há uma horta feliz e saudável. O que não é verdade é que seja preciso ter um quintal, uma quinta, ou um conhecimento enciclopédico do que gostaríam os de cultivar para que a nossa horta prospere. Atualmente, por todo o mundo, os horticultores urbanos estão a prestar um contributo importante às econom ias alimentares locais de formas inspiradoras. Sabe-se que em Havana, Cuba, 50 a 8o por cento de todos os hortícolas frescos consumidos na cidade provêm de hortas urbanas - e biológicas! O único obstáculo que nos impede de seguir esse exemplo é... nós próprios.

Não vou mentir. Há mesmo muito que aprender antes de plantar uma horta. Mas no princípio ninguém sabe tudo. Aprende-se com o tempo, com o êxito e, sim, também com os fracassos. Se quiser dedicar-se à horticultura, só precisa de ter algum a orientação (este livro) e uma planta ou duas para começar. A partir daí, a experiência e a confiança crescerão ao mesmo tempo que as plantas. E, acim a de tudo, tenha em mente o seguinte: de certeza que vai cometer erros. Todos os horticultores erram de tempos a tempos. Não tenha medo de estragar - assim poderá aprender e, em breve, terá taças cheias de morangos maduros, ramalhetes de ervas aromáticas, a sanduíche de tomate perfeita e a horta dos seus sonhos,

Este habitante dos subúrbios cavou o relvado da sua casa para criar uma horta e não se esqueceu de um estufim frio para cultivar mostarda-da- -índia, nem de um barril para recolher a água da chuva que escorre do telhado.

(6)

Preferir e Cultivar Produtos Biológicos

Hoje em dia, o interesse em saber o que os alimentos contêm e de onde eles vêm deu origem a uma preferência por produtos biológicos que não mostra sinais de abrandar. Muitos de nós passámos a comprar produtos da época, cultivados localmente, que não têm de percorrer milhares de quilómetros para chegar à nossa mesa. Hoje também damos importância ao preço e à qualidade daquilo que comemos, do ponto de vista quer do ambiente, quer da nossa saúde. Se está a ler este livro é provável que tenha essas preocupações e deseje levar para a sua mesa produtos biológicos a um preço acessível. Mas com tantos chavões a circular, é provável que se interrogue sobre o que significa horticultura biológica para si e para o seu jardim.

Em termos gerais, a horticultura biológica é aquela que não recorre a químicos nem a pesticidas. Se já os evita, está meio caminho andado. Também implica ir buscar inspiração à natureza para criar um jardim equilibrado e saudável. O objetivo do horticultor biológico não é criar um mundo perfeito, microssustentável, livre de pragas e doenças. Longe disso! Para a horticultura biológica, o solo é uma entidade viva que tem de ser sustentada e

alimentada. Por sua vez, um solo saudável produz plantas saudáveis capazes de se defenderem dos problemas inevitáveis com que se irão confrontar. O emprego de químicos tem o efeito oposto. Proporciona às plantas um crescimento rápido a curto prazo, mas mata os organismos existentes no solo, bem como as outras criaturas vivas que encontrar pelo caminho.

Nesse sentido, a horticultura biológica não é tão difícil nem intimidatória como por vezes se pensa. Em princípio, nenhum de nós tem de gerir uma propriedade familiar com quatro hectares - e resolver problemas numa varanda com i,8o x 1,25 cm, fora do alcance de lesmas e caracóis, é bastante mais fácil. Mesmo na terra, onde as lesmas são rainhas, a horticultura biológica pode até poupar trabalho a longo prazo, visto que se concentra, antes de mais nada, na prevenção. E se não aspirar a resultados de uma perfeição irrealista, terá mais tempo para repousar e usufruir do delicioso - <> completamente livre de químicos - fruto do seu trabalho!

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Com eçar

A Secção 1, «Horticultura Biológica: Noções Básicas sobre o Cultivo de Plantas < !< miestíveis», destina-se a inspirar a criação da sua mini-horta biológica, independentemente de o seu espaço ser o ideal ou estar longe disso. Estes capítulos debruçam-se sobre o trabalho preliminar fundamental para conhecer o terreno de que dispõe e transformá-lo numa horta útil, além de lhe fornecerem o know-how indispensável para resolver os problemas que acabam sempre por aparecer em qualquer horta.

Saber como começar uma horta é uma coisa; conhecer as necessidades de cada planta é outra. Encare a Secção 2, «As Plantas», como uma ajudante - um ponto de partida para a exploração e o conhecimento daquilo que diferentes espécies de plantas deliciosas exigem para o seu

crescimento. Entusiasme-se com variedades antigas, fascinantes e extraordinárias, tão bonitas como saborosas. Fique a conhecer sugestões e truques relacionados com o cultivo tanto em vaso como no solo. Releia-os sempre que se vir em dificuldades e precisar de ajuda, ou quando quiser cultivar uma planta pela primeira vez.

Nos três capítulos da Secção 2 f- «Legumes», «Frutos» e «Ervas Aromáticas e Flores Comestíveis» - algumas plantas encontram-se agrupadas por pertencerem à mesma família ou apresentarem um crescimento semelhante. Na caixa kjue surge no início de cada grupo de entradas são indicados dados específicos sobre o seu cultivo.

O pico da época da colheita pode, na região onde vive, ocorrer um pouco mais cedo ou mais tarde do que a data indicada, mas define-se sempre pelo mesmo: uma grande abundância. Talvez até excessiva. Desperdiçar o que tanto trabalho lhe deu seria uma dor de alma. O método de cultivo já não tem segredos para si, mas sabe quando deve colher um tomate ou um pepino? E o que faz um horticultor de sucesso com uma verdadeira invasão de tomates e pimentões? A Secção 2 revela como e quando colher produtos específicos; procure na Secção 3, «Colha o Que Semeou», indicações gerais, como, por exemplo, qual a melhor hora do dia para fazer a colheita e com que frequência.

A Secção 3 também lhe ensina técnicas tradicionais para guardar e conservar os seus alimentos. Com alguns conhecimentos e roubando um reduzido número de horas a uma tarde de sábado, poderá usufruir dos seus produtos da época durante muitos meses.

Sobre os Projetos e as Receitas

Os ingredientes que utilizei nas receitas refletem a alimentação da minha família: arroz e farinha integrais, manteiga e laticínios biológicos, pães e bolos com baixo teor de açúcar e em que o sabor doce deste é substituído pelo do xarope de ácer ou de agave, ou ainda pelo mel. Adaptei . algumas das minhas receitas infalíveis de modo a

satisfazerem o paladar da maioria das pessoas, mas, se quiser acentuar o sabor doce, vá em frente! Os sabores dos

ingredientes variam consoante a localização, o solo e até as condições meteorológicas - não hesite em afiná-los de modo a aproximarem-se mais dos seus próprios gostos e hábitos alimentares.

Todos os p rojetos deste livro foram classificados, de acordo com o seu grau de dificuld ade , de m uito fácil a m uito difícil M W , para que possa optar, com rapidez, pelos que m elhor se ajustam ao seu caso.

(8)

Horticultura Biológica:

Noções Básicas sobre o Cultivo

de Plantas Comestíveis

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Ca p í t u l o i :

Cultive em Todo e Qualquer Lugar

Terraços, varandas, telhados, decks, passeios, caldeiras de árvores, floreiras ou parapeitos - todos estes locais são hortas potenciais à espera de serem cultivadas.

Durante a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial, bem como noutras épocas em que a comida e o dinheiro escassearam, por toda a América do Norte, houve pessoas que não

hesitaram em lançar sementes ao solo para cultivar feijão-verde ou tomate. Ninguém se preocupou em saber se o seu espaço era o «ideal». Esta ideia de que é normal cultivarmos os nossos próprios alimentos ainda hoje existe em muitos países espalhados pelo mundo, mas com o tempo, e com base numa atitude um tanto retrógrada, acabámos por nos convencer de que uma horta requer um espaço mínimo perfeito. De uma maneira geral, pensa-se que esse espaço terá de se localizar ao nível do solo. De preferência, num quintal. E situado nas traseiras, para que ninguém o veja.

Devo confessar que há dias em que sonho com um quintal que possa transformar na minha miniquinta. Mas depois olho para a viçosa horta que criei em vasos no telhado da minha casa, ou para a minha razoável horta comunitária, e concluo que estou a sair-me muito bem. As minhas hortas podem não ser um retângulo no quintal das traseiras de um belo condomínio. E, eu sei, ficam a quilómetros de distância uma da outra; no entanto são perfeitas. Na verdade, são mais do que perfeitas. Vejo e saboreio provas disso todos os dias quando me sento à mesa.

As boas notícias é que as plantas querem crescer. Algumas desenvolvem-se nas circunstâncias mais opressivas. De uma maneira geral, as plantas que domesticámos tendem a ser um pouco mais sensíveis do que aquelas que crescem à beira das estradas, mas muitas ervas aromáticas e legumes são suficientemente tenazes e audazes para se darem bem onde menos se espera. Se dispõe apenas de um pequeno espaço em frente de casa, porque não substituir o vulgar relvado por uma horta situada num canteiro elevado? E que manter um relvado dá imenso trabalho. E que tal aquele quadrado de terra atrás da garagem? E quem disse que tem de cultivar uma sebe na faixa de solo que separa a sua casa da do vizinho? Porque não enchê-la de acelgas? Ou manjericão- -roxo? Ou uma incrível seleção de alfazemas! Alguns dos espaços mais improváveis oferecem excelentes condições para cultivar plantas alimentares apreciadoras de sol. Esse espaço «ideal» pode estar mesmo debaixo do seu nariz.

Mesmo aquelas pessoas que não dispõem de espaço podem cultivar rebentos numa cozinha escura, uma mistura de microverduras (ver «Legumes Que não Exigem Espaço», na página 14) numa floreira, ou cravinhos num vaso, no parapeito da janela (ver «Plantas Comestíveis em Parapeitos», na página 16). Pode parecer pouca coisa, mas é um princípio que pode conduzir a objetivos mais ambiciosos e à procura de espaços para lá do parapeito da janela. Se hoje plantar um tomateiro na escada de incêndio, amanhã dará consigo a consultar catálogos de sementes, de caneta fluorescente na mão e expressão divertida nos olhos.

(10)

Up

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lU f

Encontrei este canteiro elevado rep le to de tom ateiros escondido atrás de uma garagem , num beco, em Toronto. Embora, d o po n to de vista estético, não seja a horta que m uitos am bicionam , serve de referência para o meu êxito no tip o de horticultu ra que pratico. Se este hortelão conseguiu que as suas plantas vingassem nas piores condições imagináveis, qualquer pessoa consegue!

(11)

C U L T IV A R

Legum es Q ue não Exigem Espaço

VAI PRECISAR DE

• S e m e n te s ou re b e n to s pa ra g e rm in a r • F lo reira ou re c ip ie n te co m b u ra c o s pa ra a

d re n a g e m (m ín im o : 10 cm d e p r o fu n d id a d e ) • Terra pa ra vasos

• T a b u le iro sem b u ra c o s pa ra re c o lh e r o excesso d e ág ua

Independentemente das condições de luz e espaço, qualquer pessoa - e quero mesmo dizer qualquer pessoa - pode cultivar rebentos frescos na cozinha. O s rebentos são ricos em todo o tipo de elementos saudáveis, como antioxidantes, enzimas, vitam ina C, fibra e proteínas, além de darem um toque saboroso a sopas, saladas e sanduíches.

Se dispõe apenas de um pouco de luz e de um parapeito, experim ente cultivar uma mistura de microverduras. Estas plântulas jovens e liliputianas não passam de rebentos aos quais foi permitido desenvolverem-se um pouco mais - por vezes uma sem ana ou mais após a germinação. A diferença não está só na idade, mas tam bém no sabor, na cor e na textura. Hoje em dia, as microverduras são a grande moda para guarnição dos pratos, nos melhores restaurantes, mas pode cultivá-las por meia dúzia de cêntimos. Veja na secção «Contactos Úteis», no fim do livro, onde encontrar em balagens com sementes já m isturadas ou faça a sua própria mistura a partir das sugestões que se seguem.

Sementes de todo o tipo, das mais minúsculas aos grandes feijões, podem ser germ inadas no solo. Nas lojas de comida saudável e nos grandes hipermercados encontrará uma boa seleção de sementes para germ inar a preços acessíveis.

E X P E R IM E N T E G E R M IN A R ESTAS S E M E N T E S : Rebentos Comuns

alface, espinafre, girassol, ervilha, feijão azuki, brócolos,

lentilhas, alfafa, beterraba, couve Rebentos Picantes

mostarda, agrião-da-terra, nabo daikon, rabanete,

cebola, repolho, rúcula Rebentos Sumarentos

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Escolha as sementes que nlo fortim tniladas com um fungicida; verifique prim eiro «<• é esse o caso ou compre produtos biológicos certificados.

1. Para a c e le ra r a g e rm in a ç ã o , c o lo q u e as s e m e n te s d e m o lh o em á g u a à te m p e ra tu ra a m b ie n te , d u ra n te 4 -8 ho ras. D e m o lh e os fe ijõ e s m ais rijo s d u ra n te m ais te m p o .

E scorra a ág ua e d ê um a e n x a g u a d e la às s e m e n te s .

3. Encha o re c ip ie n te a té trê s q u a rto s da sua c a p a c id a d e c o m te rra pa ra vasos p re v ia m e n te h u m e d e c id a . E spalhe a te rra mas não se d ê ao tra b a lh o d e a alisar b e m . Uns a lto s e b a ix o s não tê m q u a lq u e r im p o rtâ n c ia .

4. E spalhe as s e m e n te s d e m o d o u n ifo rm e s o b re a te rra e c u b ra c o m um a fin a ca m a d a d e te rra h ú m id a . Na p á g in a 25 e n c o n tra m ais in fo rm a ç ã o s o b re c o m o fa z e r a s e m e n te ira . 5. C o lo q u e o re c ip ie n te em cim a d o ta b u le ir o d e d re n a g e m e re g u e m o d e ra d a m e n te . G u a rd e -o s num lo c a l q u e n te e m a n te n h a a te rra s e m p re h ú m id a c o m o um a e s p o n ja . A s s e m e n te s só n e c e s s ita m d e luz d e p o is d e g e rm in a re m . O s te m p o s d e g e rm in a ç ã o d ife re m d e s e m e n te pa ra s e m e n te . R aba nete s, a g riõ e s , co u v e e m o s ta rd a re q u e re m 4 -8 dias; o g ira s s o l e a c e b o la p o d e m le v a r 10-14 dias.

6 . Q u a n d o as p lâ n tu la s c o m e ç a re m a a p a re c e r à s u p e rfíc ie , m u d e o ta b u le ir o c o m o re c ip ie n te pa ra um p a ra p e ito s o a lh e iro . N ã o se e sq u e ça d e m a n te r a te rra h ú m id a m as n ã o e n c h a rc a d a .

Colheltm Comece a colher os rebentos pouco depois du germinação. Corte os lançamentos pela linha do solo com uma tesoura. No caso das microverduras (plântulas com quatro ou mais pares de folhas), aguarde entre alguns dias a duas semanas antes de as colher.

Após a Colheita: Continue a colher rebentos e microverduras até terminar a época da colheita. A erva-de-trigo proporcionará várias colheitas a partir da mesma planta. Junte composto às raízes e à terra e recomece (página 46).

Fácil e Rápido: Em vez de com prar recipientes de plástico, cultive as suas plantas em embalagens vazias de bolos, iogurtes, etc. Abra uns furos na base para a drenagem , coloque a tam pa por baixo a fazer de tab ule iro e já está.

G erm inação H idrop ón ica: O velho m étodo de deixar as sementes germ inar de ntro de um frasco cheio de água e tap ado com gaze caiu em desuso devido ao perigo de propagação de salmonelas e E. coli. A verdade é que em bora essa técnica antiga pareça fácil, im pedir que as salmonelas e o bolor se desenvolvam ju n to às suas verduras é um bico de obra. Já cultivar rebentos num tab ule iro com terra é seguro e infalível.

(13)

CULTIVAR

Plantas Comestíveis em Parapeitos

Muitas ervas aromáticas, verduras, alfaces, flores comestíveis e até malaguetas podem produzir mais do que o esperado num parapeito soalheiro, em especial durante os meses de verão, quando os dias são compridos e a luz é mais intensa.

Na ausência de um parapeito soalheiro será necessário contar com a ajuda de luz artificial, que pode consistir simplesmente numa lâmpada de espetro total.

CUIDADOS GERAIS

E provável que a horta que criou no seu parapeito não dure para sempre, mesmo num local coberto. Para manter as plantas sãs o máximo de tempo possível, certifique-se de que elas dispõem de uma boa drenagem, de bastante água e do máximo de luz possível. Regue a terra quando ela deixar de estar húmida como uma esponja e se apresentar levemente seca a uns 2 cm do topo. A frequência das regas depende da localização, pois os vasos que se encontram em janelas quentes situadas por cima de uma placa de aquecimento

secam depressa, ao passo que os colocados em janelas viradas a norte com correntes de ar retêm a humidade durante mais tempo. Verifique sempre a terra, espetando o dedo até cerca de dois centímetros de profundidade, antes de lhe deitar mais água.

Nos meses secos aumente a humidade em volta das folhas, colocando os vasos dentro de um tabuleiro com seixos ou pulverizando-os com água.

CONTROLO DE PRAGAS E MANUTENÇÃO

Restrinja os fertilizantes durante os meses de inverno, em que o crescimento é lento. Com dias curtos e pouco sol, as plantas tornar-se-ão longas e frágeis. Pode-as com regularidade para estimular a emissão de lançamentos abundantes e fortes.

A ESCOLHA DAS PLANTAS

Se quiser cultivar uma mistura de espécies diferentes num mesmo vaso ou numa floreira, escolha plantas com exigências semelhantes. Uma mistura de ervas mediterrânicas, como orégãos, manjerona, salva e tomilho, todas elas apreciadoras de sol e de boas condições de drenagem, é um êxito garantido. As diversas alfaces também se dão bem juntas, mas é melhor cultivar o pimentão num vaso individual.

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Se quiser cultivar plantiiN iiinii local coberto, a maioria das ervas aromáticas desenvolve se melhor a partir de mudas. O manjericão, a calêndula, as violetas, os amores-perfeitos e os coentros são a exceção, atingindo depressa o tamanho ideal quando cultivados a partir de semente. Quanto às verduras e alfaces, a sementeira é a única alternativa.

A ESCOLHA D O RECIPIENTE

A s floreiras de janela são a escolha óbvia, já que a sua forma estreita e retangular foi concebida a pensar nos parapeitos. Contudo, existem hoje as mais diversas opções, incluindo vasos individuais quadrados, como os da fotografia ao lado. O s vasos e as floreiras devem ter um mínimo de 12,5 cm de profundidade, furos para a drenagem e tabuleiros por baixo. Quanto mais fundo o vaso, maiores as hipóteses de as plantas se manterem saudáveis a longo prazo. Os recipientes sem buracos podem ser adaptados, cobrindo o fundo com uma camada de 2-5 cm de gravilha (ou cacos de barro), que funcionará como um reservatório de água. Este método resulta a curto prazo, mas requer regas cuidadosas que evitem «afogar» as plantas.

1. Encha o seu re c ip ie n te ou a flo re ira com te rra para vasos h u m e d e cid a , até cerca de 7 c e n tím e tro s da b o rd a .

2. Se q u is e r p la n ta r estacas ou m udas, abra um b u raco para cada uma, a fa s ta n d o um p o u c o d e te rra para os lados.

3. Retire as m udas dos vasos o n d e se en c o n tra m e insira-as, na v e rtic a l, no novo re c ip ie n te . Procure d e ix a r vários c e n tím e tro s e n tre as plantas, para q u e as raízes ten ham espaço para crescer. Em ge ral, não se d e ve c o lo c a r mais de trê s plan ta s num a flo re ira d e ja ne la com 30 x 15 cm.

4. Uma vez as plan ta s inseridas, preencha os espaços em v olta delas, c e rtific a n d o -s e de q u e a coroa (o p o n to em qu e as raízes e n co n tra m o caule) não fica e n te rra d a . D eixe 2 a 4 c e n tím e tro s e n tre a s u p e rfíc ie da te rra e a b o rd a do re c ip ie n te , para p e rm itir a rega.

5. Regue bem , para q u e a te rra fiq u e m olha da até ao fu n d o d o

VAI PRECISAR DE

• F lo reira ou vaso co m bu racos pa ra a d re n a g e m

• C acos ou p e d ra s (fa cu lta tivo ) • S em e ntes, m u d a s (p e q u e n a s

plan tas) ou e sta cas com raízes JANELAS M U IT O SOALHEIRAS • T o m ilh o • O ré g ã o s • Salva • M a n je ro n a • M a la g u e ta s (e x p e rim e n te as m inú sculas «chinesas o rn a m e n ta is» ou as vig o ro s a s Red Rocoto) • M a n je ric ã o (e x p e rim e n te va rie d a d e s

c o m p a c ta s c o m o P u rp le Bush) • Salsa • A g riã o • C a lê n d u la JANELAS C O M A LG U M A S OM BRA • H o rte lã -p im e n ta • C e b o lin h o • A lfa c e • E spinafres • Salsa • T o m ilh o • M izuna • B e ld ro e g a -d e -in v e rn o (C la yto n ia ) • V io le ta s e a m o re s -p e rfe ito s vaso.

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Encontrar Espaço

E o que fazer quando as nossas ambições vão para além do parapeito, mas não temos nem uma faixa de terra? Que tal pedir alguma emprestada? Hoje em dia é cada vez maior o número de organizações dedicadas à horticultura comunitária que difundem o amor pelo cultivo da terra.

Hortas Com unitárias

Ocupando espaços em jardins públicos, terrenos privados ou antigas lixeiras, elas oferecem aos habitantes locais a hipótese de pegar na enxada lado a lado com os vizinhos. Cada horta distingue- se pelos grupos que dela tratam, que têm as suas regras e os seus modelos próprios. Umas atribuem uma pequena área de terra, ou parcela, a uma pessoa; outras funcionam em regime de associação, sendo coletivamente trabalhadas por um grupo. Uma horta comunitária ou urbana pode consistir apenas em meia dúzia de parcelas ou ocupar um quarteirão inteiro e ser trabalhada por centenas de membros. Visite as que existem na sua região e descubra a que melhor corresponde às suas necessidades e ao seu estilo. Se não encontrar nada que lhe agrade na sua área de residência, ponha a hipótese de inaugurar uma juntamente com alguns vizinhos.

O cupe o Q ue Puder

A horticultura «de guerrilha» é a mãe da horticultura comunitária, ou talvez se deva dizer a sua prima rebelde e provocadora. A horticultura «de guerrilha» consiste em criar uma horta em toda e qualquer área livre, sem compromisso nem autorização. A maioria dos hortelões guerrilheiros atua de passagem, lançando sementes e plantas à terra, sem voltar para cuidar delas.

Mas é possível cultivar hortícolas nessas condições? Afinal, cultivar o que se come é antes de mais um ato que requer empenho e, a maioria das vezes, a expetativa de uma futura colheita. Alguns horticultores guerrilheiros optam por investir algum tempo no espaço e regressar com regularidade para cuidar das plantas, como fariam numa horta comunitária ou num quintal. Outros escolhem plantas que não exigem cuidados, para que qualquer um usufrua da sua produção. Exigir ou não cuidados depende muito do clima e das condições oferecidas. Por exemplo, os residentes de São Francisco sabem que plantas comestíveis como chagas, amoras e funcho crescem bem em terrenos baldios e abandonados, sem a mínima intervenção humana. Infelizmente, as plantas que mais prosperam tendem a ser oportunistas invasivas, sufocando a vegetação espontânea (e a não espontânea) quando deixadas à sua sorte. Se decidir criar uma horta «de guerrilha», pense nos seus efeitos a longo prazo e tente espalhar boa-vontade comestível e não causar danos.

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Sonhar e Planear

Durante décadas, a horticultura foi erradamente considerada um membro humilde, prático e pouco atraente, do universo da jardinagem. As flores e plantas ornamentais não comestíveis eram expostas com orgulho na frente das casas, enquanto a horta ficava nas traseiras, remetida para um canto soalheiro mas bem escondido.

A lim entos Fabulosos

Felizmente a nossa atitude mudou de forma radical, graças a um interesse inédito por plantas que antigamente se cultivavam, muitas delas atraentes e coloridas. De um momento para o outro, a outrora ignorada acelga e a desconsiderada couve passaram a receber o respeito e a atenção que merecem. Os jardineiros viraram os seus holofotes para as plantas comestíveis, afastando velhos preconceitos e permitindo-lhes partilhar o venerado canteiro. Ainda por cima, assistimos também à nova tendência de utilizar flores em culinária. Muitas delas são hoje um apontamento saboroso, nutritivo e atraente num prato principal ou numa sobremesa. Quem tenha pouco espaço para cultivar já não precisa de optar entre beleza e utilidade. Podemos apreciar as nossas flores e também comê-las!

Plantas Comestíveis no Jardim

Criar uma paisagem elegante e comestível é muito fácil, bastando para tal plantar legumes vistosos entre as flores do canteiro, onde uma erva ornamental ou uma frondosa Heuchera costumavam ser rainhas. Plantas de folhas grandes e abundantes, como a acelga Rhubarb e a couve Redbor, podem acompanhar hostas e cóleos ao longo da estação de crescimento, enquanto o alto, arrendado e delicado endro, ou o metálico funcho-púrpura, são excelentes substitutos das não comestíveis salsa-selvagem e astilbe.

Trocar as nossas dispendiosas ornamentais pelas suas sósias comestíveis também sai mais barato. A alcachofra é um tipo de cardo que se torna tão imponente como qualquer cardo ornamental, mas apresenta um gosto delicado no fim do seu ciclo de vida. Deixe o seu alho- -francês na terra durante o inverno e ele produzirá uma flor colorida e esférica no ano seguinte - uma versão vigorosa e comestível da cebola ornamental (Allium giganteum), cujo preço é exorbitante. A perila-vermelha e o manjericão Purple Opal ficam lindos num local soalheiro, com a vantagem de que pode usar as folhas para fazer um chá ou um saboroso pesto. Experimente variedades variegadas de plantas vulgares, como a malagueta Variegata, o morangueiro (Fragaria vescá) Variegata ou as chagas Alaska Mix. Há mesmo uma variedade de tomateiro variegado vermelho e branco. A cor vermelha dos frutos não tem nada de especial, mas a planta é espetacular!

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A pa rtir do canto superior esquerdo, no sentido dos ponteiros do relógio: majestosos beldros e acelgas decoram uma avenida soalheira; morangos, violetas e manjericão Purple Ruffles partilham um pote primaveril com buracos; feijões coloridos embelezam uma cerca; faça uma treliça para ervilheiras com ramos de uma árvore podada; o espantoso manjericão Purple Ruffles.

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O H ortelão C ontem porâneo

Juntar plantas ornamentais comestíveis a um canteiro de flores é apenas o começo. Se gosta de plantar, decorar e organizar, vai divertir-se imenso a desenhar uma horta maravilhosa e decorativa. Embora os hortelões sejam, por tradição, maníacos na sua dedicação a uma disposição formal, simétrica, não há razão para não dispor as suas plantas em grupos, amontoados ou espirais. Organizando as suas plantas em agrupamentos cooperativos, na chamada consociação (página 34), não só obterá um resultado esteticamente agradável, como também beneficiará a saúde de toda a horta.

Remate o perímetro da sua horta com alfaces baixas, atraentes e coloridas, chagas, camomila, tomilho, morangos, salsa-frisada ou violetas. Inspire-se nas hortas formais, dividindo-a em quadrados com bordaduras bem aparadas de alecrim, alfazema ou mirtilos.

Pense em plantar em altura e não apenas em largura. Crie arranjos em volta de um ponto central, como uma treliça em madeira ou um tripé em bambu por onde trepem feijoeiros, ervilheiras ou tomateiros. Construa uma estrutura biológica com ramos de árvore e cordel forte. Plante por baixo alface, tomilho ou manjericão Purple Ruffles, o que protegerá o solo ao mesmo tempo que impedirá o crescimento de ervas daninhas, facilitando o seu trabalho lá mais para diante.

O cultivo de plantas comestíveis na vertical aumenta a produtividade dos espaços pequenos, esconde vedações feias como por magia e cria privacidade entre vizinhos. Plante variedades vivazes e resistentes a pragas como Melothria scabra, um parente do pepino que produz uma folhagem delicada e pequenos frutos adoráveis, ou Scarlet Runner Bean, cujas vistosas flores escarlates dão origem a grandes vagens pendentes. Uma fileira de alcachofras-de-jerusalém é uma divisória fácil de cultivar, com flores semelhantes a girassóis empoleiradas em caules de 25 centímetros. Faça um lúpulo (Humulus lupulus) trepar por um poste ou muro, para o tapar de forma fácil e rápida. Colha as flores para fazer cerveja caseira ou chá; na primavera, coza os rebentos jovens como se fossem espargos. O lúpulo segue o exemplo da corriola, crescendo de forma agressiva e selvagem - uma vez estabelecida, nunca mais se verá livre desta planta. Cultive-a em recipientes grandes para evitar que ela se torne invasiva.

Estas flores de begónia-tuberosa num tom rosa-vivo são ► quase fluorescentes quando cultivadas em vaso. As

pétalas sumarentas são tão ácidas com o o limão e substituem -no de m odo convincente.

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C

apítulo

2:

Obter Plantas

Escusado será dizer que o seu jardim precisa de plantas. Comprar plantas

envasadas para transplantar é a opção óbvia, mas pode ser um modo difícil

e dispendioso de preencher o espaço de um jardim novo em folha.

Felizmente há outras maneiras de obter plantas sem gastar um cêntimo. Muitos horticultores têm um excedente de sementes e plântulas que não se importam de partilhar. Procure online comunidades com as quais seja possível negociar, ou experimente dividir encomendas com amigos - quem cultiva espaços pequenos raramente precisa de usar as embalagens inteiras e algumas plantas podem dar origem a várias (ver a página 31).

Para comprar plantas, feiras, mercados locais, sociedades de horticultura, lojas de comida étnica, bancas de rua, exposições de plantas e até estabelecimentos especializados são excelentes para encontrar mudas invulgares e sementes a preços económicos.

A melhor maneira de aumentar a sua coleção é cultivando sementes, fáceis e baratas de comprar pelo

correio. As melhores variedades estão à distância de pouco dinheiro por pacote, tornando-se muito económico comprar um tomateiro ou uma alface. Os milhares de empresas que vendem sementes satisfazem as necessidades de qualquer horticultor e muitas têm catálogos coloridos que pode consultar online. Fazer compras deste modo permite poupar papel, ainda que se perca o velho hábito de folhear um catálogo e assinalar o que se prefere.

Criar Plantas: Cultivar a partir de Semente

Na loja, os pacotes de sementes exibem palavras como polinização aberta, clássica e híbrida. As variedades de «polinização aberta» e «clássica» são as que se desenvolveram por meio de polinização natural, sendo as segundas aquelas que se foram transmitindo de geração em geração. Recolha as sementes de um pepino, tomate ou melão quando chegar o outono e terá bastantes para cultivar no ano seguinte e oferecer a todos os vizinhos. As híbridas são cruzadas de modo a oferecerem resistência às doenças e aos insetos. São uma boa escolha se quiser cultivar espécies que na sua região são particularmente sensíveis a esses problemas. Infelizmente, produzem sementes estéreis, 0 que as torna dependentes da intervenção humana para sempre.

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0 Q ue É Necessário

Pode fazer a sementeira em qualquer recipiente que seja capaz de levar terra e escoar água. O melhor lugar para procurar equipamento é o contentor da reciclagem e não a secção de jardinagem. Não gaste o dinheiro que tanto lhe custou a ganhar em estufas de plástico. Reutilize pequenos recipientes de plástico com orifícios abertos no fundo. Coloque-os sobre a respetiva tampa e terá o problema do tabuleiro de drenagem resolvido num instante! Deite uma camada de sementes de alface ou cebola num daqueles 1 ncipientes de plástico onde se vendem os legumes. Corte uma garrafa de plástico ao meio, inverta a parte de cima, formando um funil, insira-a na de baixo, e terá um prático recipiente de rega automática para fazer a sua sementeira.

Os primeiros dias de vida de uma plântula são vitais para a saúde da planta a longo prazo. As plântulas cultivadas num local coberto tornam-se mais suscetíveis às doenças do que as suas irmãs semeadas diretamente no solo. A saúde das plantas jovens depende de um princípio de vida numa terra própria para sementeira, leve e bem arejada, que retenha a humidade mas disponha de boas condições de drenagem.

Não se esqueça de colocar etiquetas nos recipientes assim que deitar as sementes à terra, para não se ver diante de uma confusão de plantas anónimas quando chegar a altura de as transplantar. As diferentes plantas são fáceis de identificar, mas a maioria das variedades é muito semelhante. Costumo fazer pequenas bandeirolas com um pedaço de papel autocolante enrolado à volta de um palito. Os depressores de língua ou os paus dos gelados ficam bem em vasos pequenos e podem ser pintados para uma

identificação imediata.

Semear e Plantar

Como e quando se lançam as sementes à terra depende da planta. Algumas devem ser plantadas num local coberto cerca de três meses antes das últimas geadas, enquanto outras podem ser semeadas ao ar livre assim que a terra aquecer, na primavera. E difícil

memorizar a data em que se semeou cada planta. Tenha sempre as datas sob controlo recorrendo a uma «Tabela de Sementeira e Plantação» (página 200), que indica quando cada espécie deve ser semeada e transplantada. Pendure-a num lugar visível para nunca se esquecer das datas. Pode parecer aborrecido ter de a preencher, mas vai poupar-lhe muito trabalho mais tarde.

Muitas plantas, como ervilheiras, alfaces, hortaliças e feijões, crescem melhor se forem semeadas ao ar livre, diretamente no local definitivo, seja ele um canteiro ou um vaso. Semear diretamente tem todas as vantagens da sementeira sem o inconveniente de ter de arranjar espaço no quarto ou na cozinha para colocar os vasos com as plantas bebés. Na Secção 2 deste livro descubra como semear plantas específicas.

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As sementes são inseridas na terra a profundidades diferentes, de acordo com o tipo de planta, embora prevaleça a regra geral que diz deverem as sementes ficar cobertas com uma camada de terra cuja altura meça, mais ou menos, o mesmo que o maior dos seus lados. Isso significa que as sementes mais pequenas são colocadas à superfície com muito pouca terra em cima e as maiores devem ser introduzidas numa pequena cova com uma profundidade igual ao dobro da sua altura. Fácil, não é? Se quando chegar o momento tiver alguma dúvida, não se preocupe: na maioria das embalagens de sementes está escrito o que deve fazer.

Para semear num local coberto, encha o recipiente, até cerca de um centímetro da borda, com mistura para sementeira humedecida e calque-a com os dedos ou com um vaso do mesmo tamanho. Se achar que os buracos do seu vaso são demasiado grandes e podem deixar cair a terra, tape primeiro o fundo com um pedaço de papel de jornal. Insira as sementes à profundidade requerida para cada planta, não colocando mais de duas num vaso de 10 centímetros. Se usar um tabuleiro grande ou semear no local definitivo, siga as instruções da embalagem quanto aos intervalos ideais entre as sementes e distribua-as da forma mais uniforme possível. Coloque os vasos e tabuleiros num local quente e mantenha a terra húmida, como uma esponja bem torcida, durante a germinação. A duração da germinação difere de planta para planta, por isso não se assuste se as minúsculas primeiras folhas demorarem a aparecer.

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CULTI VAR

Alvéolos Feitos com Rolos de Papel Higiénico

Esqueça as esferas de turfa e os vasos minúsculos. São bonitos, mas dão muito trabalho e saem caros. Um saco de mistura para sementeira e uns rolos de papel higiénico são uma opção ecológica que apresenta todos os benefícios de uma esfera de turfa sem custar um cêntimo. São especialmente bons para sementes de feijão e girassol, cujas raízes não gostam de ser perturbadas durante a repicagem.

1. C o loq ue três, cinco ou sete rolos de papel higié nico na vertical, em cima de um p ra to ou ta b u le iro , fo rm a n d o um círculo.

2. A te um cordel em volta, sem a p e rta r m uito, só para os rolos não saírem do lugar.

3. Com cuidado, encha cada tu b o com terra para sem enteira hum edecida, calcando ligeiram e nte até quase à borda.

4. Plante apenas uma sem ente em cada tu b o , à p ro fu n d id a d e requerida, e regue ligeiram ente.

5. Q ua ndo a plântula estiver p ro nta para ir para o ar livre, retire com cuida do a camada e x te rio r de papel, de ixa ndo uma interior, fina e intacta, e d e po is insira cada cilin d ro na sua cova.

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C riar o Bebé

Se usar uma campânula ou tampa para conservar a humidade, retire-a assim que as pequenas plantas começarem a emergir à superfície. Todos sabemos que as plântulas precisam de água e luz para sobreviver, mas raramente nos lembramos do terceiro requisito: ventilação. A ventilação raramente constitui problema ao ar livre, mas as nossas casas fechadas no inverno, onde o ar não é renovado, oferecem condições ideais ao aparecimento de doenças como a murchidão das

plântulas (página 73), que ataca as plantas jovens e vulneráveis. Se puder instalar uma pequena ventoinha elétrica junto das plântulas em desenvolvimento, é uma boa ajuda.

As sementes recém-germinadas devem também receber luz de imediato - durante pelo menos 12-16 horas por dia e proveniente de lâmpadas fluorescentes colocadas a uma distância nunca superior a 5-10 cm. Sim, muito perto. Mais afastadas nem que seja um centímetro e as plantas tornar-se-ão altas, frágeis e pouco saudáveis, pois crescerão na direção da pouca luz existente. Os parapeitos virados a sul servem, à falta de melhor, mas em geral são frios e não recebem luz suficiente. Invista num suporte barato para duas lâmpadas fluorescentes, uma branca e fria e outra branca e quente, e pendure-o por cima das suas plantas. Em alternativa, coloque as plantas em cima de uma pilha de listas telefónicas ou tijolos e vá-os retirando à medida que as plântulas forem crescendo.

As plantas acabadas de germinar são comparáveis aos ovos de galinha, na medida em que contêm toda a nutrição de que necessitam sob a forma de cotilédones, as primeiras folhas que emergem do solo. Estas em breve são substituídas por um segundo par, a que se chama folhas verdadeiras. As plântulas começam a exigir alimen.to adicional quando os cotilédones murcham e desaparecem. Algumas das terras próprias para sementeira contêm um pouco de matéria orgânica incorporada, mas, se não for esse o caso da sua, junte-lhe agora vermicomposto e farinha de algas (página 65), pelo sim, pelo não.

Como não podia deixar de ser, o número de sementes germinadas pode ser maior do que o previsto. Quando isso acontece, terá de pôr o seu amor à prova, desbastando as plântulas congestionadas enquanto elas ainda são pequenas, para que as outras tenham espaço para se expandirem. E um trabalho duro - até a mim me custa fazê-lo e tenho sempre vontade de simplesmente desenterrar as que estão a mais e plantá-las noutro lugar qualquer. Não faça isso. Corre o risco de danificar o delicado sistema de raízes para salvar apenas algumas. Em vez disso, corte a parte aérea das que estão a mais com uma tesoura. As tenras aparas das plântulas de acelga, couve, nabiças, beterrabas, cenouras e cebolas dão um toque delicioso às saladas. Não as encare como plantas para deitar fora, mas sim como uma colheita precoce!

^ A p a rtir d o canto su p erior esquerdo, no sen tido dos po n te iro s d o relógio: plântulas d e cebola prontas a transplantar; este to m a te iro tem lesões causadas pe lo frio e p e lo sol, po rq u e não fo i de vid am e nte aclim atado; não se esqueça das etiquetas; faça etiquetas baratas com depressores de língua pintados com tinta de ardósia.

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Levar para o A r Livre

A altura correta para mudar as suas plântulas do aconchego caseiro para o cruel mundo exterior depende das necessidades individuais de cada uma. Muitas podem ir para o exterior assim que passar o perigo das geadas na região onde vive, mas outras devem ser mudadas antes e outras ainda muito depois. Leia as instruções inseridas nas embalagens para descobrir os cuidados a ter com cada uma.

Todas as plantas a transplantar, ou repicar, que foram cultivadas num local coberto precisam de passar por um processo a que se chama aclimatação, e que consiste em ajudá-las a fazer a transição da vida protegida do interior para as inóspitas condições do exterior. Levá-las de imediato para a terra seria para elas um choque que não tardaria a matá-las. Lá se ia todo o seu trabalho por água abaixo.

1. Q uando a tem peratura tiv e r subido o suficiente, coloque to d o s os dias as suas plântulas ao livre, num local abrigado, durante algum tem po.

2. A o lo n g o de duas semanas aum ente gra du alm e nte o p e río d o passado ao ar livre.

3. Vá tira n d o da som bra as plantas que gostam de sol até elas se habituarem à intensidade da luz d o exterior.

M a n u s e io das J o ve n s P lâ n tu la s: S egure-as se m p re pelas fo lh a s e não p e lo s caules. As fo lh a s

d a n ific a d a s v o lta m a cre scer; as p lâ n tu la s com o cau le d a n ific a d o fic a m arruina das.

L im p e za d o s Vasos: D e p o is d e p ro c e d e r à re p ic a g e m das suas p la n ta s, g u a rd e os vasos para os p o d e r re u tiliza r. D e ixe -o s d e m o lh o em água com sabão e um as ta m p a s d e água o x ig e n a d a e /o u vin a g re e fic a rã o lim p o s e e s te riliz a d o s , p ro n to s para a p ró x im a u tiliza çã o .

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FAZER

Multiplique as Suas Plantas

Quando obtenho plantas novas a partir de estacas, não consigo deixar de sentir que estou a cometer um ato de desobediência e provocação. Como é possível que uma forma tão barata e fácil de multiplicar a colheita não seja um pouco desonesta?

Plantas como hortelã, manjericão, malva, alfazema, tomilho, alecrim, lúcia-lima e orégãos criam raízes com especial facilidade. Pegue numa tesoura e faça um corte em diagonal num rebento, logo abaixo do ponto de inserção de uma folha. Coloque o caule num frasco com água e, em menos de uma semana, verá que já criou raízes. Combine partilhar as estacas com amigos e todos colherão grandes frutos a partir de um par de plantas.

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Ca p í t u l o 3:

Um Bom Começo

A primeira coisa a fazer antes de começar uma horta é estudar o espaço

disponível. Eu sei, não parece muito divertido, pois não? Nesta altura, a

única coisa que lhe apetece é comprar uma tonelada de sementes e

começar a mexer na terra!

Perder algum tempo a estudar o espaço de que dispõe pode parecer aborrecido, em especial se chegar à conclusão de que ele nada tem a ver com o jardim dos seus sonhos. Contudo, conhecer fatores como sol, solo e exposição pode fazer a diferença entre uma horta exuberante e uma que só tem bom aspeto no papel.

Fazer planos realistas vai permitir-lhe levar em conta as suas limitações e maximizar os seus recursos. Em vez de imaginar o pior, pense nas direções inesperadas que a sua horta pode tomar se a trabalhar de forma esclarecida.

ição

Regra geral, as hortas dão-se bem em locais com sol direto. Muitos horticultores impacientes

convencem-se de que a sombra de uma árvore ou o parapeito virado a norte serve muito bem.

Infelizmente, isto não é verdade. Se tem um espaço à sombra, não se iluda e poupe-se a uma futura deceção. São poucas as plantas comestíveis que se dão bem à sombra. Felizmente, a sombra parcial é apreciada por algumas verduras e ervas aromáticas, embora, em certos casos, a pouca quantidade de sol possa dar origem a colheitas reduzidas. Para uma avaliação rigorosa, observe a luz ao longo do dia e as alterações que ela sofre de estação para estação. Um local virado a sul, embora muitas vezes seja considerado ideal, pode ser traído por uma vedação alta, um grande edifício ou por um grupo de árvores cujas folhas despontam durante o verão. Procure

orientar canteiros e recipientes de modo a tirarem partido da luz disponível, em especial ao princípio da manhã, altura em que ela é mais intensa.

A circulação do ar e do vento é outro aspeto que depende da exposição. As hortas dão-se bem se forem protegidas por um quebra-ventos das rajadas fortes e nocivas. Imagine uma brisa suave a soprar na sua pele. Agora imagine um vento forte a fustigar-lhe o rosto. Com as plantas não é

LUZ E X IG ID A

Sol D ireto: 6 horas ou mais de sol d ire to por dia. Sombra Parcial: 4-6 horas de sol dire to por dia.

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(I iferente. Uma brisa suave a atravessar o jardim reduz a estagnação i ■ regula a temperatura. Os ventos fortes, pelo contrário, sobretudo ao I lassarem entre dois edifícios que produzam um efeito de túnel, I iodem colidir frontalmente com as suas plantas, secar o solo, derrubar vasos e partir caules. Arvores, arbustos, plantas altas e I >aredes atuam como quebra-ventos ao nível do solo, mas as plantas i 'm telhados e varandas altas são mais suscetíveis, pois a essas altitudes não existe proteção natural. O truque consiste em criar quebra-ventos leves que interrompam o fluxo mas não entravem por completo a ação do vento. Use uma treliça ou uma rede de capoeira e disponha as suas plantas em grupos, colocando as mais vulneráveis n frente e as mais resistentes atrás, junto à treliça, cuja proteção elas podem reforçar.

Edifícios, muros e árvores altas podem interferir na direção do fluxo do ar e também na criação de bolsas de sombra ou calor numa área pequena. Os fatores mais diversos, como veículos, lagos, passeios, tijolos e vedações, podem associar-se e dar origem a diferentes microclimas num mesmo espaço. O tijolo, que absorve bem o calor, oferece um fundo acolhedor a pepinos e tomates. Mude um vaso de verduras para a sombra fresca das plantas de uma varanda e poderá colhê-las até às canículas do verão. Os

microclimas podem funcionar a seu favor se dedicar algum tempo a estudar de que modo eles influem no seu espaço.

CRIE UM QUEBRA-VENTOS COMESTÍVEL • Acelgas • Alcachofras • Alcachofras-de-jerusalém • Alecrim • Amoras • Feijoca • Framboesas • Milho • M irtilos • Repolho

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Disposição: Como, onde e quando

A disposição que der às suas plantas, quer as cultive em vaso, quer diretamente na terra, é quase tão importante como a sua localização ou a época em que deve semeá-las. As plantas cultivadas muito perto umas das outras são obrigadas a competir pelo espaço disponível para as raízes, pelos nutrientes e pela água. As folhas começam a sobrepor-se e a fazer sombra umas às outras, aumentando o nível de humidade à sua volta e acabando por criar um meio suscetível às doenças. Por outro lado, deixar grandes intervalos entre elas não é tão inócuo quanto possa parecer. A produtividade torna-se obviamente mais baixa, porque quanto menos se cultiva, menos se colhe. Um pouco de sombra até é bom - refresca o solo e conserva a humidade deste durante mais tempo. Poupa- -lhe trabalho e é vantajoso para o ambiente!

C ultivar plantas em grupos em vez de as disp o r em fileiras é uma form a im batível de aproveitar um espaço pequeno sem causar balbúrdia. Im agine que o seu quintal é um ta b u le iro de xadrez e disponha as plantas em form ações alternadas 3-2-3 ou 2-3-2, deste m odo:

X X X

X X

X X X X X

X X X

X X

Q uer Ser Meu Vizinho? A Consociação

A consociação assemelha-se à distribuição dos lugares nas mesas de uma festa de casamento. Não vou mentir: pode ser igualmente difícil. A não ser que goste de assistir a combates na primeira fila, decerto não vai sentar o seu religioso tio Bill ao lado da sua cunhada defensora do aborto. Mas a consociação é mais do que brincar aos diplomatas; é também um modo de pôr comunidades de plantas a trabalhar em conjunto na criação de um ecossistema próspero. O aspeto positivo é que a consociação não resulta apenas quando as plantas partilham o mesmo solo. Mesmo quando as plantas estão em diferentes vasos pode usufruir dos benefícios da consociação se colocar os vasos de plantas que são boas parceiras perto uns dos outros.

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A Rotação das Culturas

A rotação das culturas é uma espécie de jogo das cadeiras levado a cabo no jardim por tempo indeterminado. Todas as plantas são diferentes e cada uma atrai pragas e doenças distintas, exigindo maiores quantidades de determinados nutrientes. Cultivar a mesma espécie no mesmo Mtio ano após ano esgota o solo, do mesmo modo que, se imprimirmos repetidamente uma imagem que contenha muito vermelho, gastamos o cartucho de tinta vermelha da impressora enquanto os outros permanecem cheios. No jardim, esse tipo de sangria desigual pode dar origem ■ i plantas doentes. Para piorar a situação, algumas doenças e pragas podem acabar por se instalar no solo, em redor das plantas de que se alimentam. Manter essas plantas sempre no mesmo lugar é convidar as pragas a irem a um restaurante onde o seu prato preferido é diariamente servido.

Ao anotar onde cultiva cada espécie poderá alterná-las e confundir as pragas e doenças, além de dar ao solo a hipótese de renovar os nutrientes esgotados. Nem sempre é fácil saber que planta deve suceder a outra, mas, de uma maneira geral, substituir uma dada espécie por um membro de uma família diferente faz uma grande diferença. A Secção 2 deste livro identifica as famílias a que cada planta pertence e sugere as melhores trocas para que tudo corra de forma satisfatória.

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T I P O S D E C O N S O C I A Ç Ã O

O s O p o s t o s A t r a e m - s e : P lantar e s p é c ie s q u e n e ce ssita m d e p o u c o a lim e n to ju n to a esp é cie s d e m u ito a lim e n to e p la n ta s d e raízes

c o m p rid a s ao la d o d e p la n ta s d e raízes c u rta s p ro p o rc io n a um a b o a d is trib u iç ã o do s n u trie n te s d o s o lo e e v ita a c o n c o rrê n c ia . A s raízes c o m p rid a s p e rfu ra m o s o lo tra z e n d o n u trie n te s q u e se e n c o n tra m nas p ro fu n d e z a s para a s u p e rfíc ie , e n q u a n to as raízes c u rta s cria m um e m a ra n h a d o ju n to à s u p e rfíc ie q u e p r o te g e o s o lo c o n tra a erosão.

R e p e l e n t e s d e P r a g a s : A lg u n s in setos pa rasita s são d is s u a d id o s p e lo c h e iro ou pela c o m p o s iç ã o q u ím ic a d e c e rta s p la n ta s. R o dear um a p la n ta v u ln e rá v e l d e o u tra s c o m um c h e iro fo rte , c o m o c e b o la s ou alhos, p o d e

c o n fu n d ir as pra ga s. EXPERIMENTE: C ra v o -d e -

d e fu n to , alho , c e b o lin h o -c h in ê s , c e b o la , c atá ria, alfazem a, h o rte lã e c o e n tro s .

A s m a is P o p u la r e s : A s flo re s d e algu m as p la n ta s a tra e m vespas pa rasita s, abelhas, b o rb o le ta s e o u tro s p o lin iz a d o re s b e n é fic o s , c o n tro la n d o as p o p u la ç õ e s d e p ra g a s e g a ra n tin d o a p o lin iz a ç ã o das plan ta s. EXPERIMENTE: B o rra g e m , h o rte lã -p im e n ta , e n d ro , m ile fó lio , c a lê n d u la e m a n je ric ã o . M ais in fo rm a ç õ e s na p á g in a 75.

C h a m a r iz e s : O s in fe s ta n te s das p la n ta s são c o n h e c id o s p o r p re fe rire m c e rta s esp écies. T ire p a r tid o dessa p re fe rê n c ia e c u ltiv e um a p la n ta q u e os atraia ju n to à sua e s p é c ie

p re fe rid a . Um a vez o «cham ariz» in fe s ta d o , re m o v a -o e d e s tru a -o , e lim in a n d o de sse m o d o a p ra g a , e x p e r i m e n t e: P la ntar cha ga s ju n to a m o s ta rd a -d a -ín d ia .

P la n t a s Q u e A l i m e n t a m : A s le g u m in o s a s , c o m o os fe ijõ e s e as ervilh a s, c a p ta m o a z o to c o n tid o no ar e lib e rta m -n o para o solo. J u n to às le g u m in o s a s p la n te e s p é c ie s a p re c ia d o ra s d e azo to, p o r e x e m p lo , brássicas, c o m o b ró c o lo s , c o u v e o u re p o lh o . A b r i g a r d a T e m p e s t a d e : C u ltiv e p la n ta s altas e re s is te n te s e m fre n te d e e s p é c ie s d e lic a d a s e sensíveis, pa ra as p r o te g e r d o v e n to ou d o c a lo r excessivo. In t e n s i f i c a d o r a s d o S a b o r : E m bo ra ain d a não este ja o fic ia lm e n te p ro v a d o , a lg u m a s p la n ta s in te n s ific a m , ou m e s m o a lte ra m , o s a b o r das

suas c o m p a n h e ira s . EXPERIMENTE: Plantar

b o rra g e m com m o ra n g o s , c e re fó lio com ra b a n e te s , m o n a rd a c o m to m a te .

F a z e r S o m b r a : Plante e s p é c ie s d e p e q u e n o p o rte , d e c re s c im e n to r á p id o e raízes curtas, c o m o as alfaces, p o r b a ix o d e e s p é c ie s altas e fo lh o s a s , c o m o os to m a te s ou os q u ia b o s . A s p la n ta s ba ixa s e n c h e m d e s o m b ra o s o lo das altas e n q u a n to elas se e s tã o a e s ta b e le c e r e as altas fo rn e c e m s o m b ra às baixas m ais

ta rd e , q u a n d o o v e rã o aq u e ce r. EXPERIMENTE:

V erd ura s, alface, c ra v o -d e -d e fu n to m e x ic a n o

(Tagetes minuta), salsa e to m ilh o .

* A partir d o canto superior esquerdo, no sentido dos ponteiros do relógio: plante flores ricas em néctar para atrair insetos benéficos ao seu jardim. Os sirfídeos imaturos devoram afídeos; os abelhões são conhecidos polinizadores; as larvas de joaninha são vorazes devoradoras de afídeos; de uma maneira geral, n» vespas são predadores úteis.

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No início do verão, substitua as alfaces que crescem sob os tom ateiros e atingiram a m aturidade po r manjericão, para te r sem pre o que colher. Até num vaso se po de tira r p a rtid o desta estratégia.

Segundas Sementeiras

Muitos de nós temos tendência a considerar a primavera como a época em que se deve pegar nas sementes e começar a plantá-las, mas, na verdade, esta estação é apenas uma de várias

oportunidades para iniciar uma nova cultura. Consoante o clima, algumas sementes podem ser lançadas à terra no outono ou mesmo no inverno. Não deixe que o fim da primavera destrua o seu sonho de ter um jardim de plantas comestíveis. Siga estas indicações gerais para semear em praticamente qualquer estação do ano.

Do Início ao Meio do Verão

O tempo quente assinala o fim de muitas plantações de época fria na maioria dos climas, independentemente da proximidade do equador. Quando as ervilhas já tiverem sido colhidas e a alface começar a ficar flácida e amarga, está na altura de enviar as plantas para a

compostagem e preencher os espaços que ficaram vazios com plantas apreciadoras de calor. Este modo de fazer a rotação das culturas é a melhor maneira de aproveitar o solo de qualidade de uma propriedade. EXPERIMENTE: Semeie diretamente (ver a página 25) feijoeiros-rasteiros e trepadores, soja (edamame), milho e muito, muito manjericão.

No Final do Verão

Tal como contou os dias que faltavam até às últimas geadas para determinar quando fazer as plantações da primavera (ver a «Tabela de Sementeiras e Plantação», na página 200), use o mesmo método para saber quando deve plantar as colheitas do tempo frio antes que a estação de crescimento chegue ao fim. Consulte um almanaque do agricultor - o Borda d’Agua, por exemplo -, para saber quando começam as geadas na sua área. Depois veja quais são os dias em que se deve colher a planta que deseja, na «Tabela das Colheitas» (ver a página 173). Conte o número de dias que faltam para as primeiras geadas, para saber se ainda lhe resta tempo suficiente. Não se esqueça de acrescentar cerca de uma semana, a contar com a redução dos dias durante o outono. EXPERIMENTE: feijão, cenouras, ervilhas, espinafres, alface e verduras, cebolas, amores- -perfeitos e violetas, chicória, coentros e rabanetes.

No Inverno

Estas plantas podem ser semeadas de novo, para serem colhidas no inverno, em zonas sem geadas e temperadas. EXPERIMENTE: Calêndula, acelga, nabiças, ervilhas, repolho, couve, amores- -perfeitos e violetas, brócolos, nabos e cebolas.

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S U G E S T Õ E S S O B R E A P L A N T A Ç Ã O O Q u e T e m o s ? Id e n tifiq u e as condições que, no seu espaço, afetarão o

crescim ento das plantas, in cluind o luz e exposição, direção d o ven to e

m icroclim as (página 33), bem com o tip o e fe rtilid a d e d o solo (página 42).

L o c a liz a ç ã o , lo c a liz a ç ã o , lo c a liz a ç ã o :

C u ltivar plantas em gru po s e não em fileiras aum enta a colheita, refresca o solo, conserva m elhor a hum idade deste e pe rm ite que elas colaborem umas com as outras. (Ver «Disposição: Com o, onde e quando», na página 34.)

V iv e r c o m o s P a r e n te s : Plantar no local da colheita do ano seguinte plantas de outra fam ília é uma form a de da r ao solo um descanso m ere cido e enganar as pragas que, de o u tro m odo, se reuniriam nessa área. (Ver «A Rotação das

Culturas», na página 35.)

O b r ig a d o p e la S u a A m iz a d e : Se dispuser as plantas em gru po s que colaborem entre si m elhorará a saúde de todas (ver a consociação, na página 34).

P a ra o Lixo : Tire o m áxim o p a rtid o do seu espaço, fazendo seguir plantas de vida curta, com o ervilheiras, rabanetes e verduras, p o r uma cultura dife ren te e m antendo, deste m odo, a terra sem pre plantada. (Ver «Segundas Sementeiras», na página 38.)

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Abordagens Diferentes:

Cultivar na Terra ou em Vaso

Como se imagina, se compararmos o cultivo de plantas em vasos com o seu cultivo no solo verificaremos que há diferenças que é importante conhecer. Contudo, embora algumas estratégias e ingredientes sejam distintos, em muitos aspetos, os conceitos básicos não mudam. Por esse motivo, vale a pena ler as duas partes deste capítulo, independentemente do local onde vai plantar.

Cultivar no Solo

Os quintais são espaços herdados que já foram ocupados por diversos animais, plantas, insetos, pessoas e talvez mesmo por outra horta, antes de chegarem às suas mãos. O solo encerra a história de tudo o que por lá passou, quer se trate de poluentes de uma velha fábrica, compactação causada por um terraço de cimento ou acidez proveniente das agulhas caídas de uma conífera vizinha.

Visto que, de uma maneira geral, nenhum de nós pode vistoriar o terreno minuciosamente de um dia para o outro, o melhor é conformarmo-nos com o que temos e irmos melhorando as condições a pouco e pouco. Eis como.

Avaliar o Solo

O solo é o elemento mais importante num jardim. Como bons horticultores, é natural que nos concentremos nas plantas, embora, no que toca à saúde e à vitalidade do jardim, elas tenham uma importância secundária. O solo é um organismo vivo (sim, até o que não presta é importante!), uma amálgama de minerais, fungos, bactérias, ar, água, matéria orgânica e uma imensidão de pequenas criaturas, cada uma desempenhando a sua tarefa, mas também trabalhando em conjunto e estabelecendo complexas relações umas com as outras. Tal como as plantas, seguem um ciclo de vida e morte. As plantas retiram nutrientes da terra, à qual alguns deles regressam quando elas morrem. Sem intervenção humana, este ciclo repete-se infinitamente. Na nossa atividade de horticultores perturbamos esse equilíbrio, com a vontade de organizar e ordenar tudo. Quando arrancamos plantas no final da época, privamos o solo de nutrientes potenciais. Por isso é tão importante fazer composto (página 46) e juntar uma boa quantidade dele à terra todos os anos. De outro modo, vamos tirando, tirando, até restar apenas uma terra seca, poeirenta e infértil. As plantas alimentares crescerão pouco e devagar, serão atacadas por pragas e doenças ou tornar-se-ão improdutivas.

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A s condições do solo diferem grandemente de lugar para lugar, até dentro do mesmo quintal. Para saber a que tipo pertence o seu solo, siga estes passos:

1. V erifiqu e o pH reco rren do a um te ste caseiro, disponível nas lojas de ja rdin ag em e em drogarias a um preço acessível.

A maioria das hortas prefere um solo com um pH neutro a levemente ácido. Se o seu tiver uma pontuação média, salte para o passo seguinte. Alterar o pH de um solo cuja pontuação se aproxima de qualquer um dos extremos é um grande bico de obra. Em vez de lhe acrescentar doses intermináveis de composto, estrume, cal ou outros retificadores do solo, o mais fácil é construir um canteiro elevado, deitando todo o material que não interessa para o fundo do compostor. Veja «Construa Uma Horta Elevada», na página 44.

2. D e te rm ine a te x tu ra d o solo.

Cada solo tem uma textura diferente e que se pode sentir com as mãos. Pegue num pouco de terra, humedeça-a e passe-a entre os seus dedos. Sente a terra arenosa e áspera como a areia, pegajosa como a argila, macia como a lama, ou solta e granulosa como a marga? Caso a ache semelhante à marga, parabéns, saiu-lhe a sorte grande! Constituída por areia, lama, argila e matéria orgânica, a marga não se torna demasiado rija quando seca, não se deixa encharcar pela água e é leve, apresentando entre as partículas inúmeras bolsas de ar graças às quais as plantas respiram com facilidade.

Se não dispõe de um solo margoso, pode vir a tê-lo um dia. O truque é juntar grandes quantidades de composto ao solo, ano após ano. Saiba mais sobre composto na página 46.

C o m o T ira r P a rtid o d o Q u e Tem

O seu quintal é árido como se tivesse sido varrido por uma tempestade de areia? Tem um deserto ou um pântano nas traseiras? Há árvores altas, muros enormes ou um prédio novo a impedir a entrada do sol? A não ser que tenha rios de dinheiro, melhorar as condições de um solo realmente mau pode demorar várias estações - mas entretanto use a tabela apresentada na página ao lado e comece já a usufruir de uma pequena horta. Lembre-se que, em casos extremos, a produção pode ser inferior ao esperado.

Referências

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