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OS SALMOS Hino à palavra criadora e providente Hino à glória de Deus expressa na ordem do Universo

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Academic year: 2021

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OS SALMOS  

Hino à palavra criadora e providente 

Hino à glória de Deus expressa na ordem do Universo 

 

A criação nasce da Palavra. A Palavra tem uma dimensão cósmica: «tudo foi criado por  Ele e para Ele» (Col 1, 16). «Tudo começou a existir por meio d’Ele, e, sem Ele, nada foi  criado» (Jo 1, 3).  A certeza de que tudo começou a existir pela Palavra e nada do que existe é fruto do  acaso irracional, mas pertence ao desígnio de Deus (dimensão cósmica da Palavra), é  louvada e cantada nos Salmos: como hino à Palavra criadora e providente e à glória  de Deus expressa na ordem do Universo: 

«A Palavra do Senhor criou os céus, e o sopro da Sua boca todos 

os astros. Porque Ele disse e tudo foi feito, Ele ordenou e tudo 

foi criado,» 

(Sl  33 (32), 6.9). Canta‐se a celebração da obra de Deus na  criação, a organização e a manutenção do universo. 

«Os céus proclamam a glória de Deus, o firmamento anuncia a 

obra das Suas mãos» 

(Sl 19 (18), 2). Hino à glória de Deus expressa na  ordem do universo. 

 

A palavra que o homem dirige a Deus é também Palavra de 

Deus 

Palavra de Deus que se torna oração do homem e da 

Assembleia 

(O salmo é uma bênção cantada pelo povo, louvor de Deus cantado pela assembleia,  aplauso de todos, palavra universal, voz da Igreja, melodiosa profissão de fé) 

 

É no Livro dos Salmos que Deus nos fornece as palavras com que podemos dirigir‐nos  a Ele. A Palavra divina introduz cada um de nós no diálogo com o Senhor: o Deus que  fala e vem ao encontro do homem ensina‐nos como podemos falar com Ele, dando‐Se a  conhecer no diálogo. Nesta perspectiva, todo o homem aparece como o destinatário da  Palavra, interpelado e chamado a entrar, por uma resposta livre, em tal diálogo de amor.  Assim Deus torna cada um de nós capaz de escutar e responder à Palavra divina. O  homem é criado na Palavra e vive nela; e não se pode compreender a si mesmo, se não 

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se  abre  a  este  diálogo,  se  não  conduzir  a  própria  vida  para  o  colóquio  com  Ele.  Transformando a própria vida num movimento para Deus. A Palavra de Deus revela a  natureza filial e relacional da nossa vida. Por graça, somos verdadeiramente chamados  a configurar‐nos com Cristo, o Filho do Pai, e a ser transformados n’Ele (DV 22, 24).  É nos Salmos que encontramos articulada toda a gama de sentimentos  que o homem pode ter na sua própria existência e que são sapientemente  colocados  diante  de  Deus;  alegria  e  sofrimento,  angústia  e  esperança,  medo e perplexidade encontram lá a sua expressão. E, juntamente com  os Salmos, pensamos também em numerosos textos da Sagrada Escritura  que apresentam o homem a dirigir‐se a Deus sob a forma de oração de  intercessão (Ex 33, 12‐16), de canto de júbilo pela vitória (Ex 15), ou de  lamento no desempenho da própria missão (Jr 20, 7‐18). Deste modo, a  palavra que o homem dirige a Deus torna‐se também Palavra de Deus,  como confirmação do carácter dialógico de toda a revelação cristã, e a  existência inteira do homem torna‐se um diálogo com Deus que fala e  escuta,  que  chama  e  dinamiza  a  nossa  vida.  Aqui  a  Palavra  de  Deus 

revela que toda a existência do homem está sob o chamamento divino  (DV 24). 

O Livro dos Salmos contém a Palavra de Deus que se torna oração do homem. Nos 

outros livros do Antigo Testamento, «as palavras declaram as obras» (de Deus a favor  dos homens) «e esclarecem o mistério nelas contido» (DV 2). No Saltério, as palavras do  salmista  exprimem,  cantando‐as  para  Deus,  as  suas  obras  de  salvação.  É  o  mesmo 

Espírito que inspira, tanto a obra de Deus, como a resposta do homem. Cristo unirá  uma e outra. N’Ele, os salmos não cessam de nos ensinar a orar (CIC 2587). 

Os Salmos, para além da sua componente pessoal, constituem a oração da Assembleia, 

em que esta reflecte sobre a Palavra de Deus que se torna oração do Povo orante.  Os  salmos  nutrem  e  exprimem  a  oração  do  povo  de  Deus  enquanto  assembleia,  por  ocasião  das  grandes  festas  em  Jerusalém  e  em  cada  sábado  nas  sinagogas.  Esta  oração  é  inseparavelmente  pessoal  e  comunitária; diz respeito aos que a fazem e a todos os homens; sobe da  Terra Santa e das comunidades da Diáspora, mas abraça toda a criação;  recorda os acontecimentos salvíficos do passado, mas estende‐se até à  consumação  da  história;  faz  memória  das  promessas  de  Deus  já  realizadas,  mas  espera  o  Messias  que  as  cumprirá  definitivamente.  Rezados  por  Cristo  e  n’Ele  realizados,  os  salmos  continuam  a  ser  essenciais para a oração da sua Igreja (CIC 2586). 

Os  salmos  são  o  espelho  das  maravilhas  de  Deus  na  história  do  seu  povo  e  das  situações  humanas  vividas  pelo  salmista.  As  expressões  multiformes  da  oração  dos 

salmos tomam forma, ao mesmo tempo, na liturgia do templo e no coração do homem.  Quer  se  trate  dum  hino,  duma  oração  de  aflição  ou  de  acção  de  graças,  de  súplica  individual  ou  comunitária,  dum  cântico  real  ou  de  peregrinação,  ou  ainda  duma 

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meditação  sapiencial.  Um  salmo  pode  reflectir  um  acontecimento  do  passado,  mas 

reveste‐se  de  tal  sobriedade  que  pode  com  verdade  ser  rezado  pelos  homens  de  qualquer condição e de todos os tempos (CIC 2588). 

Há  traços  constantes  e  comuns  a  todos  os  salmos:  a  simplicidade  e  a  espontaneidade da oração; o desejar Deus em pessoa, através e com tudo  o que é bom na sua criação; a situação desconfortável do crente que, no  seu  amor  de  preferência  pelo  Senhor,  tem  de  se  confrontar  com  uma  multidão de inimigos e de tentações; a certeza do seu amor e a entrega à  sua vontade, enquanto espera o que o Deus fiel fará. A oração dos salmos  é sempre animada pelo louvor; e é por isso que o título desta colectânea  corresponde bem ao que ela nos oferece: «Os Louvores». Coligida para o  culto da assembleia, faz‐nos ouvir o apelo à oração e canta a resposta ao  mesmo apelo: «Hallelou‐Ya» (Aleluia)! «Louvai ao Senhor!» (CIC 2589).  Santo Ambrósio dizia: «Haverá coisa melhor que um salmo? É por isso que David diz, e  muito bem: “Louvai o Senhor, porque salmodiar é bom: para o nosso Deus, louvor suave  e belo!” E é verdade. Porque o salmo é uma bênção cantada pelo povo, louvor de Deus  cantado pela assembleia, aplauso de todos, palavra universal, voz da Igreja, melodiosa  profissão de fé.        xxxxxxxxxxxxxxxxx……….xxxxxxxxxxxxxxxxxxx        Livro dos Salmos    (http://www.gotquestions.org/Portugues/Livro‐de‐Salmos.html#ixzz31Gna5SNV)  Autor: As breves descrições que introduzem os salmos referem David como autor de 73  Salmos. A personalidade e identidade de David estão claramente estampadas em muitos  desses salmos. Embora seja claro que David escreveu muitos dos salmos individuais, ele  definitivamente  não  é  o  autor  de  toda  a  colecção.  Dois  dos  salmos  (72  e  127)  são  atribuídos a Salomão. O Salmo 90 é uma oração atribuída a Moisés. Outro grupo de 12  salmos (50 e 73‐83) é atribuído à família de Asaf. Os filhos de Coré escreveram 11 salmos  (42, 44‐49, 84‐85,87‐88). O Salmo 88 é atribuído a Hemã, enquanto que o Salmo 89 é  atribuído  a  Etã,  o  ezraíta.  Com  a  exceção  de  Salomão  e  Moisés,  todos  esses  autores  adicionais foram sacerdotes ou levitas responsáveis pelo fornecimento de música para  a  adoração  no  santuário  durante  o  reinado  de  David.  Cinquenta  dos  salmos  não  mencionam qualquer pessoa específica como seu autor. 

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O Livro dos Salmos não é verdadeiramente um livro, nem foi feito de uma só  vez nem tem uma doutrina uniforme e explícita 

Quando  foi  escrito:  Um  exame  cuidadoso  da  questão  da  autoria,  bem  como  dos  assuntos  abrangidos  pelos  Salmos  em  si,  revela  que  cobrem  um  período  de  muitos  séculos. O salmo mais antigo da colecção é provavelmente a oração de Moisés (Sl 90 

(89)  –  Brevidade  da  vida  humana),  uma  reflexão  sobre  a  fragilidade  do  homem  em 

comparação com a eternidade de Deus. O mais recente é provavelmente o Salmo 137 

(136 – Junto dos rios da Babilónia), uma canção de lamento claramente escrita durante os dias  em que os hebreus estavam em cativeiro pelos babilónios, cerca de 586‐538 AC. 

É claro que os 150 salmos individuais foram escritos por diferentes pessoas durante um  período  de  mil  anos  na  história  de  Israel.  Eles  provavelmente  foram  compilados  e  agrupados na sua forma actual por algum editor desconhecido a seguir ao cativeiro cerca  do ano 537 AC.  O Livro dos Salmos é o mais longo livro da Bíblia e é também um dos mais diversos, já  que os salmos lidam com temas como Deus e Sua criação, guerra, adoração, sabedoria,  o pecado e o mal, julgamento, justiça e a vinda do Messias.  Como coletânea de cânticos ou poemas espirituais, muitos dos quais foram compostos  para adoração, por meio da música, no Tabernáculo e no Templo, eles revelam a atitude  da  alma  na  presença  de  Deus,  quando  contempla  a  história  vivida,  a  experiência  presente e a esperança profética. Cada salmo é a expressão dum consciencioso auto‐ exame da alma frente a seu Deus, sentido e conhecido profundamente. 

Resumo:  O  Livro  dos  Salmos  é  uma  colecção  de  orações,  poemas  e  hinos  que  transformam  os  pensamentos  sobre  Deus,  por  parte  do  adorador,  em  louvor  e  adoração. Partes deste livro foram usadas como um hinário nos cultos de adoração do  antigo Israel. A herança musical dos salmos é demonstrada pelo seu título. Ele vem de  uma palavra grega que significa “uma música cantada com acompanhamento de um  instrumento musical”.    Salmos messiânicos  Prenúncios: A promessa de Deus da vinda de um Salvador para o Seu povo é um tema  recorrente nos Salmos. Fotos proféticas do Messias são vistas em numerosos salmos.   O Salmo 2, 1‐12 retrata o triunfo do Messias e do reino. O Salmo 16, 8‐11 preanuncia a  Sua morte e ressurreição. O Salmo 22 mostra‐nos o sofrimento do Salvador na cruz e  apresenta  profecias  detalhadas  da  crucificação,  que  em  Cristo  foram  cumpridas  com  perfeição.  As  glórias  do  Messias  e  Sua  noiva  estão  em  exposição  no  Salmo  45,  6‐7,  enquanto que nos Salmos 72, 6‐17, 89, 3‐37, 110, 1‐7 e 132, 12‐18 apresentam a glória  e a universalidade do Seu reinado. 

 

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PROFECIAS ESPECÍFICAS SOBRE O MESSIAS NOS SALMOS 

SALMO  REALIZAÇÃO  CRISTO REI  SOFREDOR  RESSUSCITOU  SUBIU AO PAI 

Deus  e o Seu  Ungido  Este é o Meu  Filho muito  amado   (Mt 3,17)  Tu és meu Filho,  Eu hoje te gerei  (Sl 2,7)        110  Promessas de  Deus ao Seu  ungido  Se David lhe  chama Senhor,  como é seu  filho?  (Mt 22,45)  Disse o Senhor  ao Meu Senhor:  senta‐te à  minha direita (Sl  110, 1)        45   Poema para o  Rei  O Teu trono ó  Deus  permanece  pelos séculos…  (Heb 1, 8)  O Teu trono é  eterno   (Sl 45, 7        72  Oração pelo Rei  ideal  Reinará  eternamente e  Seu reino não  terá fim   (Lc 1, 33)  Rectidão,  justiça, paz,  protecção   (Sl 72, 1.7)        72, 19  Estabeleci‐Te  como Luz dos  povos …   (Act 13, 47)  … E a terra  inteira se encha  da sua glória           132  Promessa de  Deus a David  O Senhor Deus  vai dar‐lhe o  trono de seu pai  David, reinará  eternamente…  (Lc 1, 32)  Hei‐de colocar  no teu trono  um  descendente da  tua família (Sl  132, 11)        22  A paixão do  justo  41, 10  Oração de um  homem doente  55  Oração do  perseguido  Mt 27, 46;   Lc 23, 45;  Jo 20, 25.27  Mt 27, 35‐36  Lc 22. 47      Traído,  desamparado,  escarnecido e  insultado.  Traspassado nas  mãos e nos pés,  sortearão Suas  vestes       69  O justo  sofredor entre  os homens  34, 21  Mt 27, 34  Jo 19, 32‐33    Beberá fel e  vinagre,  nenhum osso  lhe será  quebrado      16, 10  Deus nossa  herança e fonte  de vida  Mc 16, 6  Act 2, 24. 34‐36  Mt 28, 6‐7  Lc 24, 6‐7  Jo 20, 8‐9  Lc 20, 34‐38      Tu não me  entregarás à  morada dos  mortos   Ressuscitou!      68, 19  Epopeia trinfal  de Israel  Tu subiste às  alturas e levaste  contigo  prisioneiros  Mc 16, 19  Mt 24, 51  Act 1, 9‐11        Foi arrebatado  ao Céu e  sentou‐Se à  direita de Deus   

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Aplicação  Prática:  Cantar  é  um  dos  resultados  de  ser  cheio  do  Espírito  Santo  ou  da  palavra de Cristo. Os salmos são o “livro de música” da igreja primitiva que refletia a  nova verdade em Cristo. 

Deus  é  o  mesmo  Senhor  em  todos  os  salmos.  No  entanto,  respondemos  a  Ele  de  formas diferentes, de acordo com as circunstâncias específicas de nossas vidas. Deus  vai  muito  para  além  das  nossas  experiências  humanas,  mas  encontra‐se  também  suficientemente perto para ser tocado e caminha sempre ao nosso lado nos caminhos  percorridos da vida.  Podemos trazer todos os nossos sentimentos a Deus. Não importa se é uma queixa ou  apenas pensamentos negativos. Podemos ter a certeza de que Ele vai ouvir e entender.  O salmista ensina‐nos que a oração mais profunda de todas é um clamor de socorro  quando nos encontramos oprimidos pelos problemas da vida.  ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐xxxxxxxxxxx‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 

Os  Salmos  traduzem  a  concepção  de  Deus  e  de  todos  os  elementos  decisivos  da  experiência religiosa: um Deus que governa o mundo, a vida e a história. Um Deus que  é acolhedor e próximo e que está sempre disposto a entender os pedidos de socorro, os  gritos de desespero e os anseios de esperança do indivíduo e da comunidade.  Classificação dos Salmos   Tendo embora aspectos semelhantes, como expressão de vida religiosa e de oração, os  Salmos apresentam diversos géneros literários:   Salmos de louvor ou hinos – 8, 19, 29, 33, 100, 103, 104, 111, 113, 114, 117, 135,  136, 145‐150. 

Salmos individuais

 (Sapienciais) 

o De súplica – 5, 

6

, 7, 13, 17, 22, 25, 26, 28, 31, 35, 36, 

38

, 39, 42, 43, 

51

,  54‐57, 59, 61, 63, 64, 69‐71, 86, 88, 

102

, 109, 120, 

130

, 140‐

143

;  o De confiança – 3, 4, 11, 16, 23, 27, 62, 121, 131;  o De acção de graças – 9, 10, 30, 

32

, 34, 40, 41, 92, 107,116, 138.   Salmos colectivos  o De súplica – 12, 44, 58, 60, 74, 79, 80, 82, 83, 85, 90, 94, 106, 108, 123,  126, 137;  o De confiança – 115, 125, 129;  o De acção de graças – 65‐68, 118, 124.   Salmos reais – 2, 18, 20, 21, 45, 72, 89, 101, 110, 132, 144.   Salmos didácticos  o Sapienciais ou de meditação – 1, 37, 49, 73, 91, 112,119, 127, 128, 133,  139;  o Salmos históricos – 78, 105;  o Salmos de exortação profética – 14, 50, 52, 53, 75, 81, 95;  o Salmos rituais – 15, 24, 134. 

Referências

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