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Sala de recursos, uma proposta para atender alunos superdotados em suas

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Academic year: 2021

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Sala de recursos: uma proposta para atender alunos superdotados em suas necessidades

especiais

Bartira Santos Trancoso Maria Tereza Elias

Valquíria Rodiani Teixeira

Título do Trabalho: Sala de recursos, uma proposta para atender alunos superdotados em suas necessidades especiais

Autores:

Bartira Santos Trancoso (1) Maria Tereza Elias (2)

Valquíria Rodiani Teixeira (3)

Afiliação:

(1) psicóloga/professora, especialista em educação especial inclusiva e superdotação.

(2) pedagoga/professora, especialista em educação especial inclusiva e superdotação, mestranda em educação/superdotação.

(3) psicóloga/pedagoga, psicopedagoga, especialista em educação especial.

Instituição: Sala de recursos para alunos com Altas

Habilidades/Superdotação da Escola Municipal Papa João XXIII – Ensino Fundamental E Educação Infantil. Prefeitura Municipal de Curitiba-Paraná.

E-mail: bartiratrancoso@curitiba.org.br Modalidade: Políticas e experiências dos estados Formato: comunicação livre

Resumo:

Área Temática: A Superdotação em seu contexto mais amplo

A discussão sobre altas habilidades/superdotação e talento é relativamente nova no Brasil, o que nos leva a reconhecer que a pessoa com alto potencial e elevada criatividade se encontra excluída das

oportunidades que lhes permitem o desenvolvimento de seu maior potencial e o alcance de um nível satisfatório de auto-realização.

No âmbito das políticas educacionais, inicialmente, as Diretrizes Básicas da Secretaria de Educação especial do Ministério da Educação (Brasil, 1995) consideram superdotados ou com altas habilidades aqueles educandos que apresentam alto desempenho e/ou elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos isolados ou combinados: capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica específica, pensamento criativo e

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produtivo, capacidade de liderança, talento para as artes visuais, dramáticas, música e capacidade psicomotora.

Considerando as políticas educacionais inclusivas, o educando deve ser cada vez mais atendido em seus interesses, necessidades e potencialidades.

Sendo assim, a Prefeitura Municipal de Curitiba/Secretaria Municipal de Educação propõe a

implantação desta Sala de Recursos com a intenção de uma ação mais abrangente no tocante ao atendimento de seus educandos, o qual visa, além do enriquecimento curricular escolar, também o atendimento periódico dos pais e o assessoramento aos professores e pedagogos das escolas que os atendem no ensino fundamental.

A proposta é atender a crianças, adolescentes, e adultos provenientes da Rede Municipal de Ensino de Curitiba (80% das vagas) e oriundos da Rede Estadual de Educação e rede privada de ensino (20% das vagas) em Sala de Recursos, respaldada nos seguintes pressupostos legais: Declaração de Salamanca e Enquadramento da Ação na área das Necessidades Educativas Especiais (1994); Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB (Lei 9394/96) Artigos nº 58 a 60; Parâmetros Curriculares Nacionais: Adaptações

Curriculares – Estratégias para educação de alunos com Necessidades Educacionais Especiais – 1998; Plano Nacional da Educação (Lei 10172/01); Resolução nº 2 do Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica – 11/09/01; Parecer nº 17/01 do Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica – 03/07/01; Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica do Ministério da Educação – 2002; Deliberação nº 02/03 – Sistema Estadual de Ensino do Estado do Paraná.

Estes fundamentos asseguram a implantação e implementação deste programa piloto na Rede Municipal de Ensino de Curitiba, que se efetiva na Escola Municipal Papa João XXIII desde fevereiro (organização) e março do corrente ano (com alunos), no turno da manhã e visa o acompanhamento

sistemático e complementar de crianças com altas habilidades/superdotação, da educação infantil ao Ensino Fundamental com ADP, (Avaliação Diagnóstica Psicoeducacional e diagnóstico de Superdotação).

O atendimento, individual ou em pequenos grupos, tem um caráter transitório e de convite (não de obrigatoriedade) acontecendo preferencialmente no contra turno. Vinte alunos de quinze escolas diferentes estão freqüentando o programa, das quais, duas são particulares.

Temos em nossa proposta os seguintes objetivos: propiciar o desenvolvimento das habilidades e dos talentos dos alunos com alto potencial, favorecendo o desenvolvimento global, de tal forma que possam dar maiores contribuições à sociedade; proporcionar vários tipos de enriquecimento a um segmento maior da população escolar, oferecendo melhores oportunidades que atendam ao perfil de cada educando, bem como ao seu ritmo de crescimento e aprendizagem; ampliar experiências em uma diversidade de áreas e não apenas em uma área do conhecimento, desenvolvendo hábitos de estudo, pesquisa e trabalho; incrementar um clima de aprendizagem que resulte em maior produtividade e criatividade, possibilitando a expansão dos interesses;

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estimular o nível de motivação favorecendo o ajustamento pessoal, emocional e o desenvolvimento social; ampliar a discussão e troca de experiências no atendimento da diversidade nas escolas, para o fortalecimento das políticas de educação inclusiva no município; sensibilizar a comunidade escolar em relação ao

atendimento de educandos com altas habilidades/superdotação e talento; orientar quanto à necessidade de formação e capacitação de recursos humanos, especificamente das salas de recursos e classes regulares, para a efetivação do sistema educacional inclusivo e transformação da prática educativa; ofertar cursos de

capacitação para profissionais do magistério que atuam junto a educandos com altas

habilidades/superdotação e talento; orientar quanto às adaptações curriculares necessárias ao atendimento pedagógico adequado aos educandos com altas habilidades/superdotação e talento; atuar, de forma

compartilhada, com os pais dos educandos em questão priorizando a melhor forma de atendimento tanto na escola quanto na família; estabelecer parcerias com instituições públicas, privadas e terceiro setor, visando abertura de espaços para o desenvolvimento das potencialidades dos educandos envolvidos.

Para alcançar estas metas, temos promovido: Atividades exploratórias tipo 1:

Estes pequenos grupos são atendidos em atividades diversificadas, explorando jogos, livros, gibis, propondo jogos “espontâneo criativos” e análise e uso de softwares educacionais, desenvolvendo-se no decorrer do período a construção do portfólio pessoal (Utilizando-se de algumas sugestões do livro: “Toc,Toc, Plim! Plim!” Virgolim, Fleith & Neves-Pereira, 1999). Participam deste grupo uma menina de quatro anos, uma menina e um menino de cinco e um de oito em atendimento individual por apresentar co-morbidades associada a superdotação (conduta típica). Este aluno está sendo trabalhado para ingressar num grupo e o grupo para recebê-lo.

Enriquecimento de nível 2

Estes são os grupos que já desenvolvem projetos dentro de seus interesses envolvendo algumas áreas do conhecimento e trabalhando as áreas do desenvolvimento. Projetos que estão sendo desenvolvidos no momento: 1.O segredo das bonecas (além das pesquisas na internet as alunas desenvolveram uma pesquisa de campo com eficaz leitura dos dados levantados, elaboração de tabela e gráfico e para finalizar estamos realizando uma apresentação em slides e algumas oficinas, onde as mães participam ensinando as meninas a confeccionar bonecas de pano). Participam deste grupo duas meninas com sete anos e uma com seis. 2. O Universo dos Dinossauros (Temos um aluno que domina muita informação sobre os dinossauros, então o

grupo desenvolveu pesquisas para realização de uma apresentação de slides sobre o assunto, trouxeram um fóssil de dinossauro para a aula e no momento estão preparando um trabalho de animação no software

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“Micromundus” (software de linguagem de programação LOGO), onde os “dinos” são modelados em massinha, fotografados em várias posições, copiados no computador e “animados”, com “movimentos” e “falas”. Participam deste projeto dois meninos com sete anos e um com seis. 3. Personagens de Gibis (Este

grupo gosta muito de ler e de desenhar, portanto o projeto acabou por transcorrer por uma rápida pesquisa e concentra-se mais na criação de histórias pelos próprios alunos. Atualmente estão trabalhando na criação de histórias utilizando um “site” de criação de histórias em quadrinhos “Hagáquê”). Participam deste projeto um menino de sete anos, um de oito, e uma menina de nove. 4. Esses carros maravilhosos! (Além das pesquisas e visitas pedagógicas, este projeto utiliza-se de recursos tecnológicos da Lego Educacional, envolvendo a robótica como elemento propulsor da criatividade e desenvolvimento integrado das áreas do conhecimento). Os desafios são apresentados aos alunos de forma progressiva e cabe a estes descobrirem a melhor maneira de efetivar o modelo proposto. Não há uma única maneira de fazer! Os maiores desafios propostos na

execução deste projeto foram: construir um “robô” que ande em linha reta para frente e para trás, e outro que faça uma curva. Participaram deste projeto um aluno de oito anos, um de nove, um de dez e um de treze. 5. O Mistério das joaninhas (O interesse dos alunos por este insetinho levou-os a pesquisa e elaboração de um

texto literário sobre uma determinada “Joaninha Superdotada”. Participam deste grupo uma menina e um menino de oito, um menino de dez.

Encontro de Pais

Uma vez por mês, os pais e a professora da sala de recursos, sob a coordenação de Maria Tereza Elias (mestranda em Educação/especialista em superdotação) e com a colaboração da Gerente de Currículo da Educação Especial do Município, se reúnem para compartilhar experiências, estudar aspectos característicos da área da superdotação e da legislação vigente, assistir filmes e debater questões pertinentes à área. Estas reuniões são registradas em “livro ata” e documentadas através de registros, fotos ou filmagem. A proposta final é a sistematização destes encontros.

Capacitação de Professores e Pedagogos

Periodicamente acontecem reuniões de capacitação, promovidas pela professora deste programa (Sala de Recursos – Altas Habilidades/Superdotação). São convidados, os professores que atendem em suas salas de ensino regular alunos com Altas Habilidades/Superdotação, os pedagogos das escolas que atendem estas crianças e os pedagogos dos Núcleos Regionais de Educação. No primeiro encontro do ano fizemos aos presentes o repasse dos detalhes da implantação do projeto, apresentamos as questões legais vigentes sobre o tema e trabalharam-se os “Mitos e realidades” da superdotação. No segundo, fez-se o repasse dos assuntos abordados no Congresso Iberoamericano de Sperdotação e estudamos as características das crianças com

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altas habilidades/superdotação discutindo os possíveis problemas decorrentes. No terceiro encontro, abordou-se as peculiaridades, semelhanças e diferenças entre superdotação e hiperatividade e propiciou-se um momento de integração entre os professores e pedagogos para, através de uma dinâmica, apontarem suas dificuldades reais (se houvessem) em trabalhar com seus alunos superdotados.

Visitas e atendimento às Escolas

A partir da dinâmica realizada no último encontro com os professores, estes passaram a ser atendidos individualmente nas escolas para orientação e fornecimento de material de apoio e estudo específico. Alguns professores são atendidos na própria Sala de Recursos quando isto é possível, pois demonstram o desejo de conhecer nosso espaço. Estes encontros são registrados em relatório próprio, que posteriormente fará parte da Pasta/portfólio que será enviada para a Coordenadoria da Educação Especial. Nestas visitas e atendimentos individuais temos orientado as questões comportamentais e adaptativas, discutido e orientado sobre o processo de aceleração e melhor encaminhamento nos casos de crianças com conduta típica/superdotação.

Fizemos uma lista e previsão dos recursos que achamos necessários ao bom atendimento de nossos alunos, os quais foram aprovados e liberados pela Secretaria Municipal de Educação, mas o que temos percebido em nossa clientela é uma tendência aos aparatos tecnológicos, o que nos levou a investir nossas prioridades nesta área, equipando a Sala de Recursos com mais computadores e programas de criação, apresentações, animações como Corel Draw, Fhotoshop, Dreamweaver, Flash, internet banda larga, bem como de softwares educacionais.

Nosso trabalho tem partido do Programa de Enriquecimento Escolar segundo Joseph Renzulli, com inspiração na Pedagogia de Projetos, que tem em Fernando Hernández um de seus maiores colaboradores.

“O ensino por Projetos de Trabalho, traz em si, a idéia de aprender a estabelecer e interpretar relações e superar os limites das disciplinas escolares. A idéia é trabalhar com o todo e não fragmentar”.

(HERNÁNDEZ, 1998).

Fernando Hernández explica que os projetos de trabalho devem ter as seguintes características: Um percurso por um tema-problema que favorece a análise, a interpretação e a crítica; Onde predomina a atitude de cooperação, o professor é um aprendiz e não um especialista; Um percurso que procura estabelecer conexões e que questiona a idéia de uma versão única da realidade; Cada percurso é singular e é trabalhado com diferentes tipos de informação; O docente ensina a escutar: do que os outros dizem, também podemos aprender; Há diferentes formas de aprender aquilo que queremos ensinar (e não sabemos se aprenderão isso ou outras coisas); Uma aproximação atualizada aos problemas das disciplinas e dos saberes; Uma forma de aprendizagem na qual se leva em conta que todos os alunos podem aprender, se encontrarem o lugar para isso. (HERNÁNDEZ, 1998, p..83).

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Nossa prática tem mostrado que o Trabalho por Projetos torna a escola mais atraente e a

aprendizagem mais contextualizada e significativa para nossos alunos e acreditamos que, principalmente os alunos com altas habilidades podem se beneficiar desta prática, pois ela vem a contemplar suas necessidades educativas especiais e características peculiares, com respeito e competência.

REFERÊNCIAS

ALENCAR, Eunice Soriano de. Como desenvolver o potencial criador: um guia para a liberação da

criatividade em sala de aula. Petrópolis, RJ: Vozes, 1990.

BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Programa de capacitação de

recursos humanos do ensino fundamental: superdotação e talento. Brasília: MEC/SEESP, v. I, 1999.

HERNANDES, Fernando. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho; tradução Jussara

Haubert Rodrigues . Porto Alegre: ArtMed, 1998.

VIRGOLIM, A. M. R., FLEITH, D. S., & NEVES-PEREIRA, M. Toc, toc, plim, plim! Lidando com as

Referências

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