• Nenhum resultado encontrado

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL"

Copied!
27
0
0

Texto

(1)

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A MEDIAÇÃO ENQUANTO SOLUÇÃO DOS CONFLITOS FAMILIARES. QUAIS AS MUDANÇAS QUE OCORREM NAS FAMILAS AO LONGO DOS

ANOS?

Por: Vanessa Duarte S. Oliveira

Orientador

Profº. FRANCIS RAJZMAN

Rio de Janeiro 2013

(2)

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A MEDIAÇÃO ENQUANTO SOLUÇÃO DOS CONFLITOS FAMILIARES. QUAIS AS MUDANÇAS QUE OCORREM NAS FAMILAS AO LONGO DOS

ANOS?

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Mediação de Conflitos com Ênfase em Familia.

Por: Vanessa Duarte S. Oliveira

Rio de Janeiro 2013

(3)

AGRADECIMENTOS

A Deus por permitir estar viva e gozar desta oportunidade de crescimento profissional; aos meus familiares que sempre me apoiaram em todas as jornadas; aos amigos que compreenderam minha ausência com respeito e carinho.

(4)

DEDICATÓRIA

A todos que estiveram comigo nessa trajetória e que de algum modo, me ensinaram algo.

(5)

“É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar; é melhor tentar, ainda que em vão, que sentar-se fazendo nada até o final. Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias tristes em casa me esconder. Prefiro ser feliz, embora louco, que em conformidade viver...”

(6)

RESUMO

O presente trabalho visa analisar e compreender as transformações da sociedade, tendo como foco as diversas conjunturas de arranjos familiares. A partir de então, abordaremos uma reflexão no que tange os conflitos intergeracionais, seu processo histórico e sua representação na sociedade. Trataremos a mediação enquanto um método alternativo de solução de conflito, restabelecendo a comunicação e convívio entre as pessoas.

(7)

METODOLOGIA

O presente trabalho de conclusão de curso será subsidiado por pesquisas bibliográficas, pelo uso de livros, artigos, publicações acadêmicas, pelas aulas ministras em sala e por sites reconhecidamente válidos no sentido de confiabilidade.

(8)

SUMÁRIO

Introdução 09

Capitulo I Trajetória da Família na Sociedade 10 1.1 A Família em seu Processo Histórico-Social 10 1.2 A Família na Concepção Jurídica 12

Capitulo II Os Conflitos 14 2.1Os Conflitos Familiares 14 2.2Princípios Básicos da Mediação 16 2.3 A Teoria Sistêmica e a Mediação 16

Capitulo III Os Modelos de Abordagem em Mediação de Conflitos 19 3.1 Modelo Tradicional de Harvard 19 3.2 Modelo Transformativo 20 3.3 Modelo Circular-Narrativo 20 3.4 Modelos Transformador 21 Considerações Finais 23 Referências Bibliográficas 24 Índice 26 Folha de Avaliação 27

(9)

INTRODUÇÃO

Falar em família significa abordar suas relações tanto na sociedade mais ampla onde se insere bem como em contexto intrafamiliar. Pensando nas relações e o processo histórico eminente dessa conjuntura é possível questionarmos sobre as mudanças da família nuclear tão presente até o ultimo século e as novas conjunturas de famílias.

Compreendo que as transformações são oriundas de conflitos e de condigente positivo, uma vez que no decorrer do conflito surgem as oportunidades. Assim abordaremos o papel da família na sociedade e as problemáticas vivenciadas por estes grupos. A partir disso contextualizaremos a mediação de conflitos como método de facilitação do dialogo e a negociação entre as partes que estão em conflitos.

Na mediação familiar se faz necessário ao mediador auxiliar as partes na identificação de interesses comuns, complementares e divergentes com o objetivo de mantê-las responsáveis dos resultados provenientes do consenso, no atendimento de interesses e necessidades e na satisfação mútua.

Desse modo abordaremos o surgimento do termo família, os aspectos de formação da família no Brasil e suas definições, assim como a autoridade patriarcal, a família nuclear burguesa e os novos núcleos familiares.

Também trataremos dos conflitos intergeracionais modernos e os métodos de soluções de tais problemáticas. Dentre as formas de atender os litígios, em especial os de abrangência familiar trataremos a mediação.

Assim apresentaremos a mediação “como método de condução de conflitos, voluntários e sigiloso aplicado por um terceiro neutro e especialmente habilitado visando restabelecer a comunicação entre as pessoas que se encontram em impasse, ajudando-as a chegar a um acordo”. Desse modo o mediador através do conhecimento de metodologias especifica restabelece os liames estremecidos, catalizando a comunicação entre as partes.

(10)

CAPITULO I – TRAJETÓRIA DA FAMÍLIA NA SOCIEDADE

“A família constitui, então, um terreno privilegiado para estudar a relação entre a natureza e a cultura”.

(SARTI, Cynthia. 2002)

1.1 A FAMILIA EM SEU PROCESSO HISTORICO-SOCIAL

Atualmente podemos verificar as modificações da família nos dias atuais, como também a mudança nos meios onde esta se encontra inserida. Sendo possível destacarmos: o nascimento do filho; a adolescência; a saída dos filhos de casa; uma possível separação conjugal do casal; o adoecimento do familiar; crises afetivas, crise financeiras entre outras. Assim podemos verificar que a vida em família e caracterizada por perdas, ganhos apegos e rupturas.

Desde os primórdios a família é compreendida como espaço de garantia de sobrevivência de desenvolvimento e de proteção de seus membros. É na família que fornece os aportes materiais e principalmente os afetivos para o desenvolvimento dos seus componentes. É também em seu interior que se edificam as marcas entre as gerações e são notados os valores culturais.

“Pensar a família como uma realidade que se constitui pelo discurso sobre si própria, internalizado pelos sujeitos, é uma forma de buscar uma definição que não se antecipe à sua própria realidade, mas que nos permita pensar como ela se constrói, constrói sua noção de si, supondo evidentemente que isto se faz em cultura, dentro, portanto, dos parâmetros coletivos do tempo e do espaço em que vivemos, que ordenam as relações de parentesco.” (SARTI, 2003 p.27) .

Durante anos o modelo de família nuclear (mamãe, papai e filhinho) se fez notável em nossa sociedade. No entanto com o advento do feminismo, a mulher redescobre seu corpo e sua sexualidade, através do surgimento da

(11)

pílula anticoncepcional. Como também assume maior espaço no campo do trabalho.

A partir de então surge diversas estruturas de família, conforme na antropologia podemos destacar três:

• Família Tradicional • Familia Nuclear • Familia Pós-Moderna

A família tradicional pode ser caracterizada pela autoridade patriarcal, comum até a metade do século XX. Eram considerada família o entorno familiar e as relações baseavam-se nos conceitos morais e autoritários da época.

Já a família nuclear esta basicamente fundamentada em pai, mãe e filho, cujas relações não demonstram autoridade e seu núcleo familiar esta solidificado com a residência, ou seja: ‘família caseira’

No que envolve o pós-moderno podemos destacar a ausência de regra, uma vez que a família pode ser considerada membros que estabelecem laços consanguíneos e/ou afetivos, independentemente de sua formação.

Segundo SARTI (2002 p.40) a família vai ser a concretização de uma forma de viver os fatos básicos da vida (...). Esta é uma estrutura universal, e qualquer sociedade humana se forma pela combinação destas relações. A família é o grupo social concreto através do qual se realizam os vínculos.

Além disso, o mundo familiar é palco de inúmeras interpretações. Contudo cada família envolve um modo particular de emocionar-se, elaborando uma cultura familiar própria, com seus códigos, com suas regras e sintases próprias de comunicação. Além das emoções e interpretações que geram ações circulando num enredo cuja trama compõe o universo familiar.

A família tem sido vista como um sistema linguístico, construído “onde significado e compreensão são social e intersubjetivamente construídos” e onde...”mudanças é a evolução de novos significados através do dialogo” (SZYMANSKI apud ANDERSON & GOOLISHIAN, 1988).

(12)

Cabe ressaltar que as transformações na sociedade implicam diretamente com a vida familiar. As mudanças familiares possuem sentidos diversos para diferentes segmentos, mas o fato principal esta unido a comunicação precária e/ou conflituosa gerando assim outros conflitos familiares atrelados a violência, negligência, crise financeiras, crise Intergeracionais e outras.

E assim a família como um todo se modifica e nesse contexto o individuo procura se adaptar a uma anova conjuntura familiar, buscando mecanismos para um convívio harmonioso, como também construindo novos laços familiares.

1.2 A FAMILIA NA CONCEPÇÃO JURIDICA

Na questão jurídica podemos observar profundas alterações nas questões referentes ao Direito Familiar. Essas mudanças vêm ocorrendo desde o Código Civil de 1916, quando limitou a família por laços matrimoniais e a filiação oriunda desta união. Mas somente com o advento da Carta Magna de 1988 foi possível ampliar o conceito de família, reconhecendo a união estável entre homem e mulher como entidade familiar, no paragrafo 3º, do artigo 226 e, abolindo o vocábulo “constituído pelo casamento”.

Assim o reconhecimento da união estável incorporou um avanço, para efeito de proteção do Estado, a família de fato dimanante de amasiada obteve critica dos conservadores que não compreendiam a família sem prole ou quando fruto de concubinato.

A verdade é que a partir da Constituição Federal de 1988 tivemos um marco na evolução do conceito família, exteriorizando o conceito de Lévy-Brul “o traço dominante da a evolução da família é a sua tendência a se tornar um grupo cada vez menos organizado e hierarquizado e que cada vez se funda mais na afeição mútua” (apud GENOFRE, 2002).

Desse modo ocorreu uma ruptura com o conceito de família, destacando os direitos e garantias obrigatórias, estabelecidos pelos princípios de liberdade, igualdade e dignidade da pessoa humana, outorgando a mulher a igualde entre o homem.

(13)

O artigo 5º da Constituição Federal de 1988 estabelece:

“Todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito a vida, à igualdade, a segurança, e a propriedade, nos termos seguintes: I – Homens e Mulheres são iguais em direito e obrigações, nos termos desta Constituição”.

A garantia da igualdade perante a lei e a quebra jurídica sobre o conceito de família caracterizou-se como uma evolução no ordenamento jurídico, visto que em outros países já eram aceitos a união entre pessoas do mesmo sexo/ casamento homossexual.

Mais recentemente com a aprovação do novo Código Civil (Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002) que entrou em vigor no ano seguinte ( Janeiro de 2003), traz as mudanças competentes a relação de gênero, em particular o homem enquanto chefe de família e pátrio poder competente ao mesmo, conforme expõe Pimentel (2002, p.27).

O novo Código Civil inova na medida em que elimina normas discriminatórias de gênero, como por exemplo, as referentes à chefia masculina da sociedade conjugal; a preponderância paterna no pátrio poder e a do marido na administração de bens do casal, inclusive dos particulares da mulher; a anulação do casamento caso ele desconheça o fato de já ter sido a mulher desflorada e a deserdação de filha desonesta que vivia na casa paterna.

Diante dos avanças ainda é possível verificar alguns conceitos contrários a época vigente. Mesmo assim se faz notável alguns avanços no Código Civil de 2002 se comparado ao Código Civil de 1916. Tais alterações foram possíveis pela Constituição Federal de 1988, conforme mencionado anteriormente.

Contudo os avanços repercutem em conflitos, principalmente na dinâmica familiar e no relacionamento entre seus membros. Tais fatos contribuíram para sua resolução, através da mediação de conflitos.

(14)

CAPITULO II – OS CONFLITOS

“Somos todos iguais, com conflitos diferentes. Somos todos diferentes, com conflitos iguais e maneiras

diferentes de resolver conflitos iguais”. (Edneia Gloria)

2. O CONFLITO

O conflito é inerente à vida do homem, não existe nenhuma forma de prever um conflito, eles envolvem as relações humanas, uma vez que estão presentes em todos os tipos de relacionamento, em especial as relações familiares, onde os indivíduos mantem maior envolvimento emocional.

Até a década de 50 os conflitos eram compreendidos como destruidor, sendo uma lógica de exclusão. Posteriormente as ideias negativas dos conflitos passaram a ser entendidos como positivo, já que a mudança/conflito são construtivos, originalizando novas mudanças.

Após a década de 50, compreende a teorização do conflito como “cooperativo”, uma vez que evidenciam a solução da problemática. Em outros termos: o conflito justapõe um pedido de socorro ou uma solução.

Em contrapartida não há consenso sobre conflito, este pode ser caracterizado por diversos modos: como um fenômeno subjetivo, necessidades incompatíveis, concorrência de intenções, uma situação desencontrada de vontades ou frustações de interesses. O mesmo pode ocorrer num momento isolado ou se manifestar no desenrolar de diversas situações que revelam divergência, confronto e indagações irreconciliáveis.

Os conflitos podem se dividir em cinco categorias:

• Conflito de Relacionamento – provenientes do desgaste nos relacionamentos, atrelados a sentimentos negativos tais como: magoa, desconfiança, culpa, frustação.

• Conflitos de Interesses – divergência de interesses, onde cada sujeito visa satisfazer seus próprios interesses e necessidades.

• Conflitos Estruturais – ocorre pelos padrões destrutivos de comportamento ou interação, controle de posse ou distribuição desigual

(15)

de valores, como também fatores geográficos físicos ou ambientais que impeçam a cooperação.

• Conflitos de Informações – são causados pela falta de comunicação ou entendimento divergente mencionado por uma parte, gerando interpretações incompatíveis.

• Conflitos de Valores – ocorrem no nível intelectivo, implicando em situações objetivas em que há a percepção que se materialize, agregando outros valores aparentes ou não.

Todavia os conflitos não são necessariamente eventos negativos, a forma como tratamos eles que podem germinar interpretações equivocadas e reações indesejáveis. Para Folger e Bush (1999) o conflito é potencialmente transformativo e compreendem-no como parte integrante da vida e capaz de gerar mudanças.

2.1 OS CONFLITOS FAMILIARES

Com as mudanças contemporâneas as famílias vêm sofrendo varias alterações, podendo se apresentar de varias formas e participando de conflitos. Os conflitos familiares em sua maioria surgem por divergência de opiniões, de entendimento, de ideias entre outros. Estes possuem como norte a comunicação falha, onde uma parte expõe seu pensamento e o outro não compreende.

Segundo Vezulla (2006, p.33)

“Assim, considera-se que a família é a principal vitima no que se refere às alterações sociais sobrevindas recentemente, e que começam a se desconstruir com muita frequência, empregando-se da fuga ou do rompimento em vez de buscar solucionar de forma mais adequada o conflito em questão, sem observar que a solução de uma dificuldade é uma descoberta, ou até mesmo uma vitória”.

Desse modo as divergências familiares se destacam como o conflito de maior envolvimento sentimental, já que esta vinculado a proteção e os

(16)

primeiros contatos e comunicações estabelecidas por um ser humano; ou seja: nosso primeiro contato é efetivado no seio familiar. Assim os conflitos familiares se destacam por envolver seus membros como um todo, prejudicando até mesmo os nãos envolvidos no fato gerador do problema.

2.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA MEDIAÇÃO

Cabe ao mediador aprimorar sua conduta nos seguintes princípios: Imparcialidade, Credibilidade, Competência, Confidencialidade e Diligência.

• Imparcialidade – Caraterística essencial para o mediador, o mesmo deve compreender a realidade dos mediados, se excluindo de qualquer valor pessoal e ou preconceito que venha prejudicar sua função

• Credibilidade – É relevante a credibilidade perante as partes de forma coerente, independente e franco

• Competência – Capacidade de trabalhar diante as controversas, por isso é necessário inteligência e qualificação do mediador.

• Confidencialidade – Os assuntos tratados no decorrer das entrevistas são de caráter sigiloso e privilegiado. Assim as praticidades devem assinar um documento retificando o sigilo dos assuntos abordados no decorrer desse processo, respeitando o princípio da autonomia das partes, desde que não contrarie a ordem pública.

• Diligência – Prudência e cuidado para a observância da regularidade, garantindo a qualidade do processo e cuidando ativamente dos princípios fundamentais.

O mediador como profissional se utilizará desses princípios fundamentais para valorização de seu exercer profissional e de sua conduta, uma vez que não existe regra básica/padrão para a mediação, sendo notável a utilização dos princípios supracitados.

(17)

A teoria sistêmica percebe o mundo em sua completude observando as relações, interações e integrações. Essa teoria tem como origem a física quântica contrariando a concepção linear-mecanicista.

Nessa lógica, os sistemas podem ser compreendidos em sua totalidade e suas inter-relações de uma forma dinâmica, flexível e estável. Assim as novas formas de pensar as relações, o mundo passa a ser observado de maneira ampla, permitindo analisar os fenômenos biológicos, sociais e ambientais, interligando-os e se firmando como um sistema vivo.

Para melhor entender o sistema sistêmico se faz necessário se apoiar no conceito Cibernético que diz respeito ao estudo da comunicação e do sistema de controle dos organismos vivos.

De acordo com Maruyama (1995) o estudo da cibernética se divide em duas fases: na primeira ordem sendo caracterizada em dois momentos, por primeira cibernética e segunda cibernética. Na primeira o estudo da estabilidade certifica que os sistemas funcionam com um objetivo, equivalente a um equilíbrio.

Nessa primeira fase o sistema é difundido de forma linear, onde a relação é clara, contendo mecanismos de controle e auto regulação, mantendo o equilíbrio integral do sistema. O beneficio pela estabilidade e previsibilidade do sistema possui como principio a homeostase, repercutindo os conceitos de funcionalidade e disfuncionalidade. Para manutenção da homeostase é necessário o procedimento de feedback negativo, já que reconduz ao equilíbrio. Em paralelo, o procedimento do feedback positivo foi sendo valorizado, uma vez que se mantivesse negativo seu resultado seria extinto.

Na segunda cibernética de primeira fase o feedback positivo explicitará a importância da resistência do sistema, repercutindo em alterações acerca da concepção da homeostase.

Em posteriori o pensamento sistêmico passa a ser compreendido e difundido com maior intensidade, passando analisar o individuo em seu contexto social, econômico e cultural, como parte integrante de um sistema.

Assim o pensamento cibernético, contudo no primeiro momento foi substituído por um novo paradigma, o de segundo momento. Desse modo a linearidade é substituída pela circubridade, ocasionando alterações na

(18)

concepção de sistema, o que antes visto como estático passa a possuir características de acontecimentos imprevisíveis e aleatórios.

Com dados bases, observamos a família como um sistema de relações com base em concepções a ser conhecidos. A família possui uma identidade com particularidade que a diferenciam das outras, seguindo suas próprias leis, de forma autônoma com suas consequências. Essas consequências podem ser entendidas como impasses e discórdias.

Na mediação de base sistêmica, o mediador não interfere opinando, mas facilitando o dialogo, de modo que ouve ambas as partes de ordem respeitosa, cordial e empática. Ao ouvir, identificar e entender os interesses e as necessidades subjacentes do outro, colocando-se em seu lugar, podem também avançar por meio de questões que propiciem em acordos mútuos, beneficiando as partes. O mesmo abre espaço para trocas e interações da realidade daqueles integrantes do sistema familiar. Junto à família, o mediador busca construir novas realidades e alternativas quanto às situações imprevisíveis, estando atendo as formas de enfrentamento dos membros com a realidade. Nessa perspectiva, o mediador se desempenha pela transformação do sistema e se coloca dentro dele, como parte integrante.

Durante o processo de mediação, o mediador observa e atua com o co-mediador, que auxilia no decorrer do processo de modo sutil tendo um ponto de vista divergente e propositivo para a mediação.

(19)

CAPITULO III – OS MODELOS DE ABORDAGEM EM MEDIAÇÃO DE CONFLITOS

“A falta de comunicação destrói qualquer família”. (Gabriel Nery)

3. MODELOS DE ABORDAGEM

Existem diferentes modelos de abordagem sobre o trabalho de mediação, sendo os mais conhecidos: o modelo da Escola de Negociação de Harvard, cujo modo de aplicação foi estabelecido em questões de caráter relacional das áreas humanas e sociais, com foco nas relações familiares.

O primeiro modelo conhecido foi o linear-tradicional (compreendido como negociação de acordos), posteriormente nos processos de mediação surgiram outras abordagens: o modelo transformativo ampliado por Bush e Folguer (1992) e o modelo circular-narrativo desenvolvido por Sara Cobb (1994). Também abordaremos o modelo de mediação transformadora de Luiz Alberto Warat. A seguir veremos algumas características de cada abordagem citada.

3.1 MODELO TRADIONAL DE HARVARD

Esse modelo harvardiano é o mais tradicional, identificado como linear-tradicional, sua proposta é negociar a comunicação entre as partes, sendo desenvolvida de forma linear, ou seja: cada individuo expõe suas questões referentes ao dado conflito.

Seus principais autores, Bruce Patton, Roger Fisher e William Ury se baseiam em princípios tais como: o objetivo de forma clara e favorável para as partes alcançadas de modo eficiente; averiguar opções de soluções antes de decidir o que fazer avaliando os benefícios mútuos; chegar a um resultado embasado a padrões independentes da vontade; ceder aos princípios e não as pressões.

Esse modelo se baseia no caráter verbal, pressupondo três etapas: Analise, Planejamento e Discussão. A primeira voltada a identificar as emoções

(20)

presentes, as dificuldades na comunicação, os interesses das partes e as opções de solução viabilizada por ambas. A segunda tem como base a criação de ideias e as decisões sobre os caminhos a seguir, ressaltando os interesses mais importantes e os objetivos realistas. Já a terceira etapa caracteriza ao momento da comunicação, objetivada a facilitar a compreensão dos interesses mútuos pelos próprios envolvidos destacando os sentimentos mais complexos que dificultam tais comunicações.

Essa circunstância apresenta-se como normativa acompanhada por etapas reguladoras do processo exposto e prevista no inicio do contrato, antes do inicio da sessão.

3.2 MODELO TRANSFORMATIVO

Esse modelo tem como arranjo principal os conflitantes e o seu objetivo consiste na alteração do relacionamento entre as partes, por meio do reconhecimento de si mesmo e a revalorização de uma parte pela outra. Estabelecido pelos aspectos relacionais do conflito almeja fortalecer a capacidade das partes em avaliar situações e promover a resolução do conflito. Nessa modalidade o ganho mais importante esta voltado para a transformação nas relações e seus possíveis benefícios, ou seja concentra seus esforços na revalorização pessoal e reconhecimento do outro, este pode ocorrer pelo desempenho do mediador em motivar as partes através da positivação dos conflitos, sendo de forma espontânea por eles alcançados.

O modelo transformativo de Bush e Folguer tem como principio a compreensão do ser humano, o ser social e interativo através de sua capacidade de negociar e de reverter conflitos negativados em conflitos de ganho e crescimento pessoal. Assim sua função esta no sentido de desenvolver a capacidade de cada um descobrir suas potencialidades, revertendo o que houver de destrutivo em dados positivos, permitindo a reconstrução das relações em benefícios de crescimento e fortalecimento de todos os envolvidos.

(21)

Esse modelo segue por princípios de circularidade nas relações humanas, configurando-se por elementos verbais, não verbais e pára-verbais (expressões corporais, gestos e olhares) permitindo uma interação ampla entre esses elementos.

Defendida por Sara Cobb, esta relata que a mediação de conflitos necessita se embasar em uma teoria que auxilie a descrição dos relatos, facilitando a compreensão dos detalhes sobre as historias que se apresentam durante o processo. A mesma expõe a interpretação particular num determinado contexto, ou seja, quando o mediador escuta os sujeitos envolvidos ele analisa as divergentes formas de comunicação sobre uma diversidade, possibilitando-os a conduzir uma nova interpretação de sua realidade. Nesta abordagem não busca de inicio alcançar um acordo entre as partes mas favorece que os mediados ouçam a interpretação do outro sobre as questões que estão sendo salientadas.

Desse aspecto, a mediação possibilita a compreensão das versões que os indivíduos envolvidos possam ter da realidade contingente ao conflito, tendo a oportunidade de constituírem outras realidades menos divergentes e mais concordantes ao surgimento de problemas futuros, destacando a capacidade de reflexão.

Dessa forma a mediação em pauta é caracterizada por viabilizar a flexibilidade nas relações estagnadas permitindo a produção e a aceitação de mudanças de posições subjetivas por parte de ambos participantes, estabelecendo novos contextos relacionais entre os envolvidos.

3.4 MODELO TRANSFORMADOR

Diferente dos demais modelos de abordagem, o modelo transformador constituído pelo jurista, Luiz Alberto Warat, preocupa-se com o processo psíquico das situações conflituosas vivenciadas pelos mediados, por meio de praticas pedagógicas e psicanalíticos busca solucionar o problema.

Para desenvolver uma mediação eficaz, o mediador precisa estar preparado para atuar no campo psíquico, como também usufruir de uma escuta ativa permitindo uma interpretação acerca da origem e os possíveis motivos do surgimento do conflito.

(22)

Segundo Warat (1999) a mediação é como “uma forma ecológica de resoluções dos conflitos sociais e jurídicos; uma forma na qual o intuito de satisfação do desejo substitui a aplicação coercitiva e terceirizada de sanção legal”.

Assim se faz necessário observar os desencadeamentos do conflito, uma vez que existem particularidades não mencionadas, um segredo não revelado que estimula a angustia, a desconfiança, impossibilitando de viabilizar solução aos conflitos nas relações entre os envolvidos. Cabe enfatizar que esse tipo de bordagem permite auxiliar os mediados a redimensionar o conflito, sendo definido por um conjunto de condições culturais, psicológicas e sociais que delimitam um encontro de atitudes e interesses no relacionamento dos envolvidos.

Como marca Warat (1999) a mediação demonstra que é preciso romper com o paradigma atual de ganhar-perder, por meio de técnicas que minimizem os efeitos gerados pela ruptura da sociedade familiar. No mesmo sentido também é valorizada a construção conjunta de soluções por parte dos mediados e do advogado que atua com conflitos familiares, o qual necessita analisar a situação com neutralidade resgatando os sentimentos do cliente, o autor retifica a postura não adversarial do advogado que exerce o papel de mediador, posição diversa de sua formação.

Diante do exposto, podemos verificar que todos os modelos de mediação têm como objetivo a desagregação do conflito e buscam soluciona-los de forma pacifica. Embora todos os métodos mencionados anteriormente possam ser utilizados na resolução destes, não devemos nos prender a um modelo, visto que conforme a especificidade de cada caso, a utilização de uma determinada abordagem, sendo esta mais propositiva que outra.

(23)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir das bibliografias utilizadas e da analise realizada por meio do texto exposto verificamos que a família envolve muito além de seus membros isolados, mas dos sentimentos, ressentimentos e mágoas que cada individuo traz em si. E no seio familiar que estes sentimentos se tornam relevante e os conflitos inerentes aos seus desejos.

Assim no âmbito familiar configura-se num local de troca de sentimentos e bens materiais, onde o dialogo se torna o bem crucial para o desenvolvimento afetuoso entre seus membros. Entretanto por mudanças de conjunturas e societárias o dialogo tem assumido um espaço reduzido. Muita das vezes por excesso de trabalho e outras atividades preponderantes ao cotidiano do homem/ mulher atual. Permitindo uma comunicação fragilizada e permitindo diversos conflitos.

Contudo o mediador precisa estar atendo e atualizado diante dos fatos anteriormente ocorridos no âmbito familiar dos envolvidos, bem como atualizado e propositivo para a criação de intervenção adequada na mediação.

Dentro desse contexto verificamos a mediação como fundamental na facilitação da comunicação e solução do conflito.

Por meio do processo de mediação é possível que partes cheguem a solução de um problema sem serem levados pelos sentimentos e emoções que permitiram o surgimento do conflito. Assim comunicando de forma clara e pacifica e facilitando o dialogo e o relacionamento.

Destacamos que a mediação não se trata de uma terapia, mas um processo onde ambas as partes colocam seus anseios e pacificamente são resolvidos em quatro ou mais sessões. Cabe ressaltar o ganho mútuo de ambos envolvidos e o estabelecimento de um novo contato por meio de comunicação não mais fragilizada.

Assim a mediação quando bem conduzida, através de técnicas e da escuta ativa pode ser muito relevante na finalização de um conflito, na recuperação de um relacionamento e/ou na chegada de um acordo.

(24)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:

BRASIL. Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988

FOLGER, E.M de O. Empatia: Conceito, Evolução e Impacto Social. 4ª Mostra de Terapia Cognitivo – Comportamental. UERJ. Disponível em: http:www.atc-rio.org.br/docs/ANAIS_4ª_Mostra doc. Acessado em: 14/03/2012.

FISHER, Roger. URY, Willam. PATTION, Bruce. Como Chegar ao Sim. A

Negociação de Acordo, Sem Concessões. 2ª Edição – Rio de Janeiro –

Imago, 2005

GENOFRE, R, Mauricio. A Família Contemporânea em Debate: Família:

uma leitura jurídica. S.P: EDUC/Cortez, 2003.

PIMENTEL, Silvia. Perspectiva Jurídica da Família. O novo Código Civil e a

Violência Familiar. Revista Serviço Social e Sociedade nº 71. Ano XXIII. S.P

Cortez, 2002

ROSENBERG, Marshal B. Comunicação não violenta: técnicas para

aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. São Paulo: Ágora,

2006

SANTOS, Alex Kniphoff dos. Mediação: da teoria a prática. Disponível em: http://www.unisc.m/portal/upload/com_editora_livro/mediacao.pdf Acesso em: 30 mar. 2013

SARTI, Cynthia A. Família e Individualidade: um problema moderno. A

Família Contemporânea em Debate. S.P: Ed. Cortez. 2002 – 4ª ed.

_______________ Famílias Enredadas. Família: Rede, Laços e Politicas

(25)

WARAT, Luiz Alberto (Org). Ecologia, Psicanálise e Mediação. Em nome do

acordo. 2ª Edição. Argentina: Almed, 1999

VEZZULLA, I.C. Mediação guia para usuários e profissionais. Florianópolis: IMAB,2001

(26)

INDICE

Folha de rosto 02 Agradecimentos 03 Dedicatória 04 Epígrafe 05 Resumo 06 Metodologia 07 Sumario 08 Introdução 09

Capitulo I Trajetória da Família na Sociedade 10 1.1 A Família em seu Processo Histórico-Social 10 1.2 A Família na Concepção Jurídica 12

Capitulo II Os Conflitos 14 2.1Os Conflitos Familiares 15 2.2Princípios Básicos da Mediação 16 2.3 A Teoria Sistêmica e a Mediação 16

Capitulo III Os Modelos de Abordagem em Mediação de Conflitos 19 3.1 Modelo Tradicional de Harvard 19 3.2 Modelo Transformativo 20 3.3 Modelo Circular-Narrativo 20 3.4 Modelos Transformador 21 Considerações Finais 23 Referências Bibliográficas 24 Índice 26 Folha de Avaliação 27

(27)

Folha de Avaliação

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes – AVM Faculdade

Integrada

Título da Monografia: A Mediação enquanto solução dos conflitos familiares.

Quais as mudanças que ocorrem nas famílias ao longo dos anos?

Autor: Vanessa Duarte Silva Oliveira

Data da entrega:

Avaliado por: Francis Rajzman

Referências

Documentos relacionados

Na análise geral, observando o P-valor, demonstrou-se que as variáveis Despesa Geral, Renda per capita, Produto Interno Bruto, Despesa per capita, Desempenho Verde das Despesas,

Assim, observando-se os Regimentos do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal temos que a melhor interpretação é a de que os embargos de declaração no

COMERCIO E INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTOS LTDA confia na lisura, na isonomia e na imparcialidade a ser praticada no julgamento em questão evitando assim a busca pelo Poder Judiciário para

Durante o tempo em que Moisés conduziu os filhos de Israel pelo Durante o tempo em que Moisés conduziu os filhos de Israel pelo ddes eser ertto, o, a a ggra rand nde e fo forç

Conforme apresentado inicialmente, o presente artigo teve como objetivo principal discutir algumas questões que tecem as estreitas e complexas relações entre

• Os saches de Fosfina, dos absorventes e o pó residual, desativados e secos, deverão ser enviados para o local de recebimento de embalagens, indicado na Nota Fiscal de Venda em

EXECUTOR: Serviço de Estatística e Computação

João Cândido de Oliveira, Nº 115, Cidade Jardim, Goiânia – GO, CEP: 74423-115 www.anhanguera.edu.br Administração ou Ciências Contábeis (Ver requisitos mínimos) Análise e