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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL UNIJUÍ RAIZA KALINSKY KOCHHANN

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GRANDE DO SUL – UNIJUÍ

RAIZA KALINSKY KOCHHANN

EFEITOS DA SÍNDROME DO OVERTRAINING EM UMA ATLETA DE ULTRAMARATONA: UM ESTUDO DE CASO

SANTA ROSA 2017

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EFEITOS DA SÍNDROME DO OVERTRAINING EM UMA ATLETA DE ULTRAMARATONA: UM ESTUDO DE CASO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Educação Física da UNIJUÍ, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel.

Orientadora: Profª. Dra. Moane Marchesan Krug

Santa Rosa 2017

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DHE – Departamento de Humanidades e Educação

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o trabalho de conclusão de curso:

EFEITOS DA SÍNDROME DO OVERTRAINING EM UMA ATLETA DE ULTRAMARATONA: UM ESTUDO DE CASO

elaborado por:

RAIZA KALINSKY KOCHHANN

Banca examinadora:

___________________________________________________ Profª. Dra. Moane Marchesan Krug – Presidente da banca

___________________________________________________ Profº. Stela Maris Stefanello Stefanello – Examinador do trabalho

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ULTRAMARATONA: UM ESTUDO DE CASO

Autora: Raiza Kalinsky Kochhann Orientadora: Profª. Dra. Moane Marchesan Krug

RESUMO

O objetivo do treinamento esportivo é a melhoria do desempenho físico do atleta. Adaptações fisiológicas positivas ocorrem quando são respeitadas as cargas de trabalho. Porém, alguns atletas podem se tornar excessivamente treinados, devido a tentativa de alcançar níveis cada vez mais altos de aptidão física. Fadiga crônica, diminuição do rendimento, mudanças hormonais e queda no sistema imune são alguns dos sintomas da síndrome do overtraining. Com o intuito de compreender a síndrome com base nesses fatores, o presente trabalho de conclusão de curso tem como objetivo analisar os efeitos da síndrome do overtraining, seus marcadores bioquímicos (alterações hormonais), presença de inflamação no trato respiratório superior, alterações no ciclo menstrual e nos sintomas clínicos. Para isso foi realizado um estudo de caso com uma atleta de ultramaratona. Foram avaliados a razão testosterona/cortisol através de exames clínicos, os principais sintomas do overtrainig foram avaliados a partir de questionário e entrevista. Os resultados indicam que a síndrome do overtraining causa grande impacto na vida do atleta, baixando seu rendimento e trazendo danos à saúde. Com isso, é possível concluir que a síndrome do overtraining se não identificada e tratada a tempo, pode prejudicar além da saúde, a carreira do atleta, podendo ocorrer inclusive o abandono ao esporte.

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1 INTRODUÇÃO ... 7

1.1 OBJETIVOS ... 8

1.1.1 Objetivo geral ... 8

1.1.2 Objetivos específicos ... 8

2 REVISÃO DE LITERATURA ... 9

2.1 TREINAMENTO EM ATLETAS DE ALTO NÍVEL... 9

2.2 ATLETAS DE ULTRAMARATONA ... 10 2.3 SÍNDROME DO OVERTRAINING ... 10 2.4 ESTÁGIOS DO OVERTRAINING ... 11 2.4.1 Fadiga ... 12 2.4.2 Estresse ... 12 2.4.3 Overreaching ... 12

2.5 DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DO OVERTRAINING ... 13

2.5.1 Alterações comuns metabólicas da Síndrome do Overtraining ... 14

2.5.2 Inflamações do trato respiratório e a síndrome do overtraining ... 14

2.5.2 Testosterona x cortisol ... 15

2.5.3 Síndrome do overtraining na mulher atleta ... 16

2.6 PREVENÇÃO ... 17 2.7 TRATAMENTO ... 18 3. METODOLOGIA ... 19 3.1 TIPO DE ESTUDO ... 19 3.2 DESCRIÇÃO DO CASO ... 19 3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS ... 20 3.4 ASPECTOS ÉTICOS ... 21 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 22 4.1 TESTOSTERONA/CORTISOL ... 22

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4.3 CICLO MENSTRUAL ... 24

4.4 ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO DE SINTOMAS CLÍNICOS DO OVERTRAINING ... 24

CONCLUSÃO...26

REFERÊNCIAS ... 27

APÊNDICE 1 – ENTREVISTA COM A ATLETA ... 31

APÊNDICE 2 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ... 32

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1 INTRODUÇÃO

O objetivo do treinamento esportivo é a melhoria do desempenho físico do atleta. Esse processo resulta no rompimento do equilíbrio interno do organismo humano, isso acontece pelo aumento progressivo das cargas de treinamento (MIRANDA; BARA FILHO, 2008).

Miranda e Barra Filho (2008) também destacam que para o atleta conseguir chegar no ápice do seu desempenho físico, o desequilíbrio da homeostase (estresse positivo) se torna uma das condições essenciais para um treinamento de qualidade, e assim, junto com períodos de recuperação, o organismo se adapta, aumentando sua capacidade física.

Quando não respeitadas as cargas de trabalho (volume/intensidade) e a capacidade de resposta do atleta frente ao estresse gerado pelo treinamento, pode ocorrer uma diminuição crônica do desempenho físico, trazendo reações negativas ao organismo do mesmo (CUNHA; RIBEIRO; OLIVEIRA, 2006).

Essa inadaptação está associada a síndrome do overtraining, que é definida como um distúrbio neuroendócrino, resultado do desequilíbrio entre a demanda do exercício e a assimilação do treinamento, o que acarreta em negativas alterações metabólicas e nos aspectos fisiológicos, psicológicos, bioquímicos e imunológicos (ROHLFS et al. 2005).

São vários os fatores associados ao overtraining. Sem um diagnóstico preciso essa síndrome pode prejudicar muito a saúde do atleta, fazendo com que sua carreira seja comprometida, pois as consequências fazem com que o atleta tenha que se afastar dos treinamentos e competições o que pode acarretar em abandono ao esporte (FREITAS; MIRANDA; BARRA FILHO, 2009)

Budgett (1998), comprovou que a principal causa desta síndrome é o tempo inadequado de recuperação do atleta. A relação entre estresse e recuperação da carga de treinamento, reforça a necessidade de periodização do treinamento para que os resultados sejam alcançados de forma a não comprometer a integridade e saúde do atleta.

Mediante a todos esses fatores, este trabalho de conclusão de curso, traz um estudo de caso baseado em uma atleta de ultramaratona diagnosticada com a síndrome do overtraining, onde abrange as principais consequências desenvolvidas através da

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síndrome pela atleta. Uma análise baseada em questionários e exames clínicos da atleta, trouxe a esse estudo uma abordagem mais ampla acerca das consequências graves que o overtraining pode causar, entre esses fatores estão infecções, alterações hormonais, mudanças no ciclo menstrual e presença dos mais comuns sintomas clínicos.

Para isso, os objetivos são apresentados em seguida, logo após tem-se a explanação dos achados da literatura, os caminhos metodológicos, que indicam o processo utilizado para a realização da pesquisa, os resultados encontrados e a discussão com os autores e, por final, a conclusão.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Analisar os efeitos da síndrome do overtraining nos marcadores bioquímicos (alterações hormonais), presença de inflamação no trato respiratório superior, alterações no ciclo menstrual e nos sintomas clínicos.

1.1.2 Objetivos específicos

- Comparar os marcadores bioquímicos apresentados por uma atleta de ultramaratona diagnosticada com a síndrome do overtraining, com os parâmetros normais indicados para faixa etária e sexo.

- Diagnosticar a presença de alterações no trato respiratório e no ciclo menstrual de uma atleta de ultramaratona.

- Identificar a presença de sintomas clínicos da síndrome do overtraining em uma atleta de ultramaratona.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 TREINAMENTO EM ATLETAS DE ALTO NÍVEL

O treinamento desportivo de alto nível tem como principal objetivo a maximização da performance do atleta. Com o desenvolvimento de um programa de treinamento físico, o atleta passa a ter adaptações fisiológicas e neurológicas positivas em sua musculatura, para que isso aconteça de maneira correta, é preciso que o treinamento respeite uma periodização que permita o equilíbrio entre distribuição de cargas de treino e a recuperação do atleta (BAPTISTA et al., 1999).

Durante e logo após uma sessão de treinamento, ocorre a diminuição da tolerância ao esforço (fase catabólica), com isso ocorrem mudanças reversíveis nos parâmetros bioquímicos, hormonais e imunológicos. Durante o período de repouso, ocorre o período de adaptação ao treinamento, onde há o aumento das reservas energéticas e adaptação do organismo frente ao estresse gerado pelo treinamento (fase anabólica) (BAPTISTA et al. 1999).

De acordo com Silva et al. (2006), quando um treinamento é mal planejado ou não ocorre sua periodização, resultado de treinamento excessivo, o atleta fica disposto a desenvolver a síndrome do overtraining.

Embora muitos técnicos e atletas desconheçam essa síndrome, estudos encontrados na literatura demonstram que 70% dos atletas de endurance (esportes predominantemente aeróbicos) de alto nível são diagnosticados com overtraining, sendo 6% dos corredores de longa distância (MORGAN et al., 1987).

Já pesquisas mais recentes realizadas com atletas de endurance, observaram resultados baseados nos sinais e sintomas da síndrome, 7 a 21% dos atletas de corrida de longa distância mostraram possuir os principais sintomas da síndrome do overtraining (RAGLIN; WILSON, 2000).

Embora a síndrome do overtraining seja mais frequentemente notada em atletas de elite, ela pode ser também um problema em atletas de outros níveis. Raglin e Wilson (2000), sugeriram que jovens atletas são submetidos a cargas de treinamento comparável à dos atletas de alto nível, o que os predispõe ao desenvolvimento do overtraining.

Esses resultados são exemplos de que todos os atletas, tanto amadores quanto de alto nível são diretamente influenciados por treinamento excessivo e recuperação deficiente,

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por isso o entendimento desse fenômeno se faz necessário a fim de favorecer a qualidade de vida desses atletas.

2.2 ATLETAS DE ULTRAMARATONA

De acordo com Coiceiro e Costa (2010), a ultramaratona é caracterizada como uma prova de corrida cuja distância percorrida excede os 42.195 metros da maratona, podendo variar de acordo com a quilometragem ou limite de tempo. A ultramaratona pode ser feita em diferentes locais como pista de atletismo, nas ruas da cidade e em trilhas.

Tanto nos treinamentos quanto nas competições, a ultramaratona desencadeia um desgaste físico e emocional nos atletas, sendo assim seu corpo é o suporte para a realização do seu desempenho. A força, resistência física, a dor e os limites corporais avançam sobre o corpo do atleta durante uma prova de ultramaratona, isso faz com que tenham o controle da situação e do seu corpo, permitindo assim uma performance inacreditável e com isso a realização e conclusão das provas (COICEIRO; COSTA, 2010) Quantidades excessivas de treinamento, ansiedade, acúmulo de competições com intervalos insuficientes de recuperação, são considerados fatores comuns na rotina de um atleta de ultramaratona, esses fatores podem fazer com que ele desenvolva a síndrome do overtraining. Morgan et al. (1987), indicou que sinais e sintomas característicos da síndrome aparecem em mais de 60% de corredores de longa distância, sendo 7 a 20% tem sua incidência durante a temporada de competições.

Cuidados na rotina de treinamento do atleta e a identificação de marcadores que possam diagnosticar com antecedência sinais e sintomas característicos da síndrome do overtraining permitiria a atletas e treinadores ajustarem suas cargas de trabalho, tanto para aumentar os benefícios do treinamento, melhorando o desempenho, a saúde e a qualidade de vida do atleta (ALVES; COSTA; SAMULSKI, 2006)

2.3 SÍNDROME DO OVERTRAINING

A síndrome do overtraining pode ser definida como um distúrbio neuroendócrino, que ocorre no eixo hipotálamo-hipófise, resultado do desequilíbrio entre a demanda do exercício e a capacidade de resposta do organismo (SILVA, 2006).

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Para Budgett (1998) o overtraining é uma condição de fadiga e baixo rendimento, frequentemente, associado com quadros de infecções e depressões com o decorrer de treinamentos e competições intensas, em que os sintomas não cedem em duas semanas de repouso e não apresentam uma causa clínica identificável.

Existem basicamente dois tipos de overtraining: o simpático, que é caracterizado pelo aumento da atividade do sistema nervoso simpático em repouso e o parassimpático, que é caracterizado pela predominância do tônus parassimpático no repouso (VANCINI, 2000).

Com menor prevalência, a forma simpática, tem sido apontada principalmente em atletas que utilizam grande potência e velocidade, como é o caso de saltadores, corredores e nadadores de provas de curta distância. Já o overtraining parassimpático atinge atletas de endurance, que tem predominância aeróbica como: corredores, ciclistas e nadadores de longa distância. Ambos causam redução no desempenho esportivo do atleta (LEHMANN et al., 1999 apud MATTOS, 2001)

A síndrome do overtraining tem uma grande relevância no ambiente esportivo, principalmente entre os atletas de elite que buscam superar seus limites e aqueles que se submetem à prática de atividade física sem orientação especializada. O desenvolvimento da síndrome envolve diversos fatores internos (biológicos) e externos (ambientais) que devem ser identificados e controlados a fim de que a mesma não se estabeleça (ALVES; COSTA; SAMULSKI, 2006).

2.4 ESTÁGIOS DO OVERTRAINING

Durante a rotina de treinamentos de um atleta, sintomas transitórios, sinais e mudanças podem ser diagnosticados, porém, por si só podem não caracterizar a síndrome do overtraining.

Entre atletas de alto nível, o processo de treinamento chamado de supercompensação é o mais usado a fim de melhorar o desempenho esportivo. Esse processo é caracterizado por um treinamento de sobrecarga, por alguns dias, seguido de um período de descanso essencial. Esse processo faz a quebra da homeostase fisiológica corporal, assim, estimulada pelo treinamento intenso, a capacidade de desempenho desportivo do atleta é melhorada. Tanto o treinamento físico intenso, quanto o tempo de recuperação tem que ser respeitados para que o atleta consiga chegar ao ápice do seu

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desempenho, caso isso não ocorra o atleta pode desenvolver a síndrome do overtraining (ROHLFS et al., 2005).

Segundo Lehmann (1998), a síndrome do overtraining ocorre devido a um desequilíbrio entre estresse e recuperação, ou seja, grandes fatores estressantes combinados com pouco tempo de recuperação e descanso. Estresse, fadiga, aspectos sociais, viagens, monotonia do treinamento, competições em excesso, entre outros fatores, atuam no aumento do risco da síndrome.

2.4.1 Fadiga

A fadiga pode ser definida como um conjunto e manifestações produzidas por trabalho, ou exercício prolongado, tendo como consequência a diminuição da capacidade funcional de manter, ou continuar o rendimento esperado (ROHLFS et al., 2005).

Em esportes de resistência, o overtraining é caracterizado por fadiga persistente e apatia. Essa fadiga envolve uma inabilidade de gerar energia numa proporção suficiente para manter uma atividade física (ALVES; COSTA; SAMULSKI, 2006).

2.4.2 Estresse

O estresse pode ser definido como a percepção do indivíduo em relação ao desequilíbrio entre demandas físicas ou psicológicas e seus recursos para enfrentamento do mesmo, em uma atividade considerada importante, como, por exemplo, a ação esportiva é para um atleta (ROHLFS et al., 2005).

Treinamento físico intenso, excesso de competições, pressões por resultados, viagens, perda de sono, exposição a ambientes estressores, são fatores que estão sempre presentes na vida de um atleta, o overtraining então, passa a ser a soma de todos esses eventos (ALVES; COSTA; SAMULSKI, 2006).

2.4.3 Overreaching

A diminuição do desempenho esportivo em curto prazo é caracterizada como overreaching, esse estágio de treinamento apresenta basicamente os mesmos sinais e

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sintomas do overtraining, porém a diferença entre eles refere-se ao tempo de recuperação (ROHLFS et al., 2005).

Podendo ser levado a um estado de supercompensação, o overreaching basicamente é caracterizado por um desempenho inferior transitório, que será revertido em um período de recuperação de uma a duas semanas, diferentemente do overtraining, que o processo de recuperação pode durar meses ou anos (COSTA et al., 2005).

2.5 DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DO OVERTRAINING

Muitos estudos sobre overtraining foram realizados a fim de identificar suas causas, sintomas, hipóteses e marcadores. No entanto, o diagnóstico é muito difícil, pois os sintomas se confundem com os do treinamento normal, sendo assim, de difícil associação.

Alves et al (2006) considera a fadiga um dos sintomas mais importantes da síndrome do overtraining, pois ele a considera um sinal de alarme do organismo frente ao estresse excessivo. Além da fadiga, muitos outros sintomas têm sido analisados pela literatura, estes estão divididos em:

 Fisiológicos: Diminuição do desempenho físico, da força muscular, da coordenação, aumento da percepção de esforço e do período de recuperação, alterações no sono.

 Bioquímicos: Diminuição do glicogênio muscular, da testosterona livre, aumento do cortisol sérico e da uréia, glutamina plasmática diminuída, alterações menstruais (amenorréia).

 Psicológicos: depressão, estresse emocional, medo de competir, apatia geral, fadiga mental constante, instabilidade emocional.

 Imunológicos: aumento de infecções e enfermidades (susceptibilidade aumentada a doenças, resfriados e alergias), sensibilidade muscular, infecções repetitivas por herpes viral.

(CUNHA et al., 2006)

Por ser de difícil detecção e por não haver testes que comprovam com eficiência que um indivíduo está com a síndrome do overtraining, recentemente, um questionário simples vem sido utilizado. O Questionário de Sintomas Clínicos do Overtraining é um instrumento composto por 54 perguntas de respostas que vão do 0 (nunca) ao 3 (sempre),

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esse questionário analisa aspectos das diferentes variáveis relacionadas a síndrome. Com o uso deste questionário, pode-se avaliar a síndrome em diferentes fases do treinamento (FERNANDES et al., 2008).

2.5.1 Alterações comuns metabólicas da Síndrome do Overtraining

Muitos estudos sobre a síndrome do overtraining foram realizados na última década, contudo os sintomas, hipóteses e marcadores da síndrome ainda são muito difíceis de ser identificados, pois se confundem com os sintomas do treinamento normal (CUNHA; RIBEIRO; OLIVEIRA, 2006).

Os sintomas do overtraining podem variar de psicológicos a bioquímicos, contudo no presente estudo foi abordado os sintomas e doenças adquiridos pela atleta durante o processo de diagnóstico do mesmo, os quais interferiram de forma negativa em sua qualidade de vida. Entre esses sintomas estão a amigdalite (inflamação do trato respiratório superior), os níveis de testosterona livre e cortisol (razão testosterona/cortisol) e as alterações no ciclo menstrual (amenorréia).

2.5.2 Inflamações do trato respiratório e a síndrome do overtraining

A síndrome do overtraining tem sido caracterizada como uma resposta ao treinamento excessivo, onde o corpo sofre um grande estresse devido a aplicação de altas cargas no sistema músculo-esquelético, associado a isso períodos insuficientes de recuperação e repouso (CUNHA, 2006)

O sistema musculo-esquelético é responsável pela síntese de glutamina, que é utilizada pelas células do sistema imune. Exercícios intensos e prolongados provocam uma queda na concentração plasmática de glutamina durante o esforço e até dias depois, durante a recuperação (GARCIA JUNIOR; MORTATTI, 1998 apud NEWSHOLME et al. 1994).

Nos músculos, a concentração de glutamina é de aproximadamente 20mmol/L e geralmente aumenta durante o exercício (GARCIA JUNIOR; MORTATTI, 1998). Em exercícios prolongados e de intensidade moderada, a glutamina aumenta nos primeiros 10 minutos e com o prosseguimento do exercício ela diminui. Apesar desse aumento

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durante o exercício, tem sido constatado que há também um rápido declínio nos primeiros 10-15 minutos de recuperação (RENNIE et al. 1981).

Caso o atleta não faça uma reposição de glutamina via suplementação, após exercícios exaustivos, as alterações nos processos de produção e liberação desse aminoácido são comprometidas, sendo assim, não há a disponibilização da glutamina para as células do sistema imune, deixando o atleta suscetível a processos infecciosos (GARCIA JUNIOR; MORTATTI, 1998).

Dentre as consequências fisiológicas causadas pela síndrome do overtraining, a depressão do sistema imune é uma das mais graves e mais fáceis de ser notada no atleta, pois o torna sensibilizado a infecções, principalmente do trato respiratório. A glutamina vem como um parâmetro importante a ser acompanhado e considerado na avaliação do estado de treinamento do atleta, pois ela executa um papel importante na funcionalidade do sistema imune. Desse modo, a relação entre exercício e recuperação deve receber atenção especial em atletas de alto nível (VIEIRA, 2007).

2.5.2 Testosterona x cortisol

Embora muitos técnicos desportivos, professores de educação física e até atletas desconhecem a síndrome do overtraining, existem estudos que demostram que esse problema afeta aproximadamente 6% dos corredores de longa distância e estima-se que 70% dos atletas de endurance de alto nível tenham entrado em overtraining durante suas carreiras (CUNHA, 2006).

Entretanto, existem poucos marcadores confiáveis que possam identificar a síndrome do overtraining, mas parâmetros hormonais, especialmente a razão testosterona/cortisol, vem sendo proposta como potencial marcador da síndrome. Budgett (1998), sugeriu que se uma diminuição dessa razão fosse maior que 30%, o atleta estaria com a síndrome do overtraining.

A razão entre a testosterona e o cortisol representa o equilíbrio entre a atividade anabólica e catabólica do indivíduo, sendo a testosterona com efeitos anabólicos e o cortisol catabólicos (CUNHA, 2006).

A testosterona atua no músculo esquelético como hormônio anabólico, aumentando a síntese proteica. Em atletas com a síndrome é observado uma queda nas

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concentrações de testosterona livre, afetando e diminuindo a performance do mesmo (KRAEMER e RATAMESS, 2005).

Já durante a ação catabólica, o cortisol induz a lipólise e previne a reesterificação de ácidos graxos. O cortisol sérico em indivíduos com overtraining é aumentado em relação a indivíduos que praticam atividade física normal (KRAEMER e RATAMESS, 2005).

Simões et al. (2004) sugerem que a razão testosterona/cortisol seja mais influenciada pelo volume do que pela intensidade dos treinamentos. Eles compararam a essa razão entre corredores fundistas e velocistas e observaram que ouve queda na razão testosterona/cortisol durante o treinamento de maior volume e menor intensidade, quando comparado ao grupo de velocistas.

Considerando os efeitos antagonistas desses hormônios, a razão testosterona/cortisol pode ser utilizada como uma ferramenta confiável para determinar o estado de treinamento de um atleta. Também pode ser muito útil para prever um desequilíbrio entre o metabolismo anabólico e catabólico durante o treinamento e competições.

2.5.3 Síndrome do overtraining na mulher atleta

As anormalidades no sistema reprodutivo feminino estão ligadas diretamente ao estresse fisiológico da atleta. Entre esses problemas podemos citar o atraso da menarca, amenorréia primária e secundária e oligomenorréia. Apesar dessas anormalidades ocorrerem entre 6-79% das mulheres atletas, entre as corredoras existe uma maior incidência de ocorrer a desordem menstrual, pois essa disfunção é mais observada em mulheres que praticam esportes onde a perda de gordura corporal é associada a exercícios exaustivos, como é o caso dos exercícios de endurance (ROGERO, MENDES, TIRAPEGUI, 2005).

Um fator importante de ressaltar é a relação da amenorréia e da densidade mineral óssea da mulher atleta. Durante o período de amenorréia ocorre a perda de densidade mineral óssea, ou seja, quanto mais tempo a atleta ficar sem menstruar, maior será a perda de densidade óssea. Há evidências experimentais que indicam que essa perda é irreversível, assim a atleta fica suscetível a desenvolver doenças como a osteopenia e até a osteoporose (WARREN, SHANTHA, 2000).

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A tríade da mulher atleta é uma síndrome comumente conhecida na área da medicina esportiva. Essa tríade é composta por sintomas como: desordens alimentares, amenorréia e osteoporose. Mulheres detectadas com indícios desses três sintomas são diagnosticadas com a síndrome do overtraining (ROGERO, MENDES, TIRAPEGUI, 2005).

2.6 PREVENÇÃO

Indivíduos de alto rendimento, muito motivados, que não respeitam o período de descanso, indivíduos auto treinados, sem orientação ou com orientação não qualificada, são altamente suscetíveis ao desenvolvimento da síndrome do overtraining (ROHLFS et al., 2005).

Assim a prevenção à síndrome torna-se meta principal para quem trabalha com atletas de alto nível. Mas ela dificilmente ocorrerá utilizando os conceitos de uma única ciência ou marcador, principalmente pelo fato de que as alterações metabólicas e orgânicas estão associadas com diversos sistemas corporais.

De acordo com Alves et al. (2006), algumas recomendações servem para prevenir a síndrome do overtraining em atletas:

 Considerar que os atletas têm diferentes níveis de aptidão e tolerância frente a carga de treinamento;

 Aumentar a carga de treinamento lentamente e de forma progressiva;

 Propiciar as modificações da carga de treinamento, com reduções do volume e alterações da intensidade;

 Evitar a monotonia dos treinamentos;  Priorizar os períodos de recuperação;

 Incluir sessões de treinamento mental e relaxamento para reforçar a concentração e recuperar energia;

 Estabelecer metas realistas e atrativas;  Evitar competições em excesso;

 Incentivar o desenvolvimento das capacidades psicológicas, fisiológicas e sociais mediante a manutenção de uma boa saúde e condição física, com controle dos fatores de estresse, dieta e treinamento equilibrados.

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A melhor ação de treinadores e profissionais relacionados ao esporte, é a implantação de um programa sistematizado de prevenção aos efeitos nocivos no desempenho, na saúde e consequentemente no bem-estar do atleta.

2.7 TRATAMENTO

Quando sinais de fadiga crônica, estagnação ou decréscimo no desempenho, infecções respiratórias e alterações no humor aparecem em um atleta, já significa que ele apresenta sintomas que estão diretamente relacionados a síndrome do overtraining. Assim, para controlar esses fatores torna-se necessário a aplicação de treinamentos reduzidos e repouso prolongado por alguns dias ou meses para que o atleta tenha uma completa recuperação.

De acordo com Rohlfs et al. (2005), o único tratamento efetivo para quem foi diagnosticado com a síndrome de overtraining é o repouso prolongado, o qual impossibilita a participação do atleta em treinamentos e competições, podendo esse repouso durar meses ou anos.

Pelo fato do tratamento da síndrome do overtraining ser o repouso absoluto, Alves et al. (2006) enfatiza que pode ocorrer de o atleta abandonar o esporte, devido à perda de motivação e duração prolongada do tempo de repouso, por isso ele menciona que o acompanhamento psicológico é fundamental nessa fase.

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3. METODOLOGIA

3.1 TIPO DE ESTUDO

De acordo com Gil (2002) um estudo de caso consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outras metodologias, sendo esta uma modalidade de pesquisa utilizada nas ciências sociais e biomédicas.

3.2 DESCRIÇÃO DO CASO

Para este estudo foi selecionada de maneira intencional uma atleta da modalidade de ultramaratona, que tinha 24 anos quando foi diagnosticada com a síndrome do overtraining. A atleta praticava esse esporte a quatro anos e chegava a competir até dez vezes por ano em provas de corrida, incluindo maratonas e ultramaratonas.

Com uma rotina semanal de treinamentos estabelecida por sua técnica, no período em que foi diagnosticada com a síndrome, a atleta estava a dois meses mantendo a mesma rotina de treinamento, essa pode ser visualizada no quadro abaixo (Quadro 1).

Quadro 1 – Rotina diária de treinamentos e compromissos da atleta.

Fonte: Raiza Kochhann (2017)

A atleta seguia dieta nutricional, restringindo o consumo de carboidrato. Por conta do ovário policístico, o nutricionista dela restringiu o consumo de carboidratos, então sua fonte de energia vinha da ingestão de gorduras boas e proteínas, seu organismo reagiu

Dias/Trurnos Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo

Manhã + 30 min corridaMusculação

1h 30 min corrida + 50 min natação Musculação + 30 min corrida 1h 30 min corrida + 50 min natação Musculação + 30 min corrida Longão (15 - 25 km) 2 a 3 horas de corrida Dia de folga ou treino regenerativo

Tarde Estágio Estágio Estágio Estágio Estágio

Noite 30 min de corrida TCC 30 min de corrida TCC 30 min de corrida

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bem a mudança e ela seguiu com esse plano nutricional. Não fazia uso de nenhum suplemento alimentar.

No período em que começaram a aparecer os primeiros sintomas característicos da síndrome do overtraining, a atleta estava em fase preparatória para duas provas, uma em dupla onde tinha que correr 33 km e outra sozinha onde percorreria 50 km (ambas as provas eram em trilhas e tinham intervalo de duas semanas entre elas). Nesse período a atleta teve uma grave infecção no trato respiratório superior (amigdalite) e contraiu herpes zoster, devido ao seu sistema imunológico debilitado.

Além da sobrecarga de treinamento, outros fatores podem ser considerados como estressores para o diagnóstico desse caso. A atleta estava em período de estágio profissional e desenvolvendo seu trabalho de conclusão de curso, por conta disso estava em um período mentalmente estressante e também tinha irregularidades no sono por conta dessas preocupações, o que influenciava diretamente seu período de recuperação pós-treinamento.

Apesar de alguns sintomas terem aparecido antes das provas de corrida, a atleta conseguiu completar com excelência ambas as corridas e só após a segunda prova que seu corpo ficou debilitado devido ao overtraining.

3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS

Para a coleta das informações foram utilizados diferentes instrumentos. O primeiro instrumento que pode ser citado é o Questionário de Sintomas Clínicos do Overtraining (VALLERAND et al. 1992 apud BRUN, 2003), que foi validado por Fernandes et al. (2008), traduzido de acordo com o procedimento parallel translation back-translation (BRISLIN, 1986).

O mesmo é constituído por 54 questionamentos sobre a frequência de sintomas de overtraining, onde o sujeito deve marcar 0 para “nunca”, 1 para “as vezes”; 2 para “frequentemente” e 3 para “sempre”. Essa escala do tipo Likert, foi elaborada para que o atleta possa transmitir com mais clareza as informações sobre as afirmativas contidas no questionário (FERNANDES et al., 2008).

A tradução do questionário foi feita do francês para o português por dois sujeitos bilíngues, onde eles traduziram a escala do idioma oficial à língua do objeto de estudo.

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Esta tradução foi feita novamente ao idioma oficial para avaliar possíveis erros de compatibilidade (FERNANDES et al., 2008).

Após esse processo, o questionário foi avaliado por um comitê de professores doutores em Psicologia do Esporte que fizeram as devidas correções. Para finalizar o processo, a escala já traduzida foi avaliada por quatro treinadores e 10 atletas, população alvo de futuros estudos (FERNANDES et al., 2008).

Esse questionário avalia diversas variáveis, tais como rendimento, possíveis mudanças psicológicas, fisiológicas, sociais, alimentares e infecções. Também possibilita a avaliação das cargas de treino em diferentes fases de treinamento e análise da incidência da síndrome em atletas de diferentes modalidades esportivas, o que possibilita ao profissional uma ampla análise das percepções do atleta (FERNANDES et al., 2008).

O segundo instrumento utilizado foi uma entrevista estruturada com sete perguntas que englobavam vários aspectos da vida da atleta, como sua rotina, alimentação, detalhes sobre a síndrome do overtraining como os sintomas e diagnóstico (APÊNDICE 1).

Também foram analisados exames clínicos da atleta, feitos no período em que foi diagnosticada com a síndrome (outubro/2016), os parâmetros hormonais analisados foram a testosterona livre e o cortisol.

A pesquisa foi realizada entre os meses de setembro e outubro de 2017.

3.4 ASPECTOS ÉTICOS

O presente estudo seguiu as normas do Comitê de Ética em Pesquisa e foi desenvolvido de acordo com a Resolução 466/2012 que indicada os cuidados que foram tomados ao conduzir pesquisas com seres humanos. Além disso, a mesma assinou um termo de consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE 2) onde foi informado os riscos e benefícios em participar deste estudo.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados do presente estudo seguem os objetivos relatados no capítulo 1. Os mesmos foram divididos em quatro tópicos para facilitar o entendimento e visualização dos dados. Os primeiros resultados são referentes aos marcadores bioquímicos, seguido pelos sintomas imunes e hormonais e por fim os resultados do questionário aplicado na atleta, todos descritos abaixo.

4.1 TESTOSTERONA/CORTISOL

Os resultados apresentados na tabela 1 mostram os dados referentes aos marcadores bioquímicos estudados. Com base nesses valores é possível perceber que a testosterona da atleta se encontra dentro dos valores normais, já o cortisol se encontra abaixo dos valores de referência.

TABELA 1: MARCADORES BIOQUÍMICOS DE UMA ATLETA DE ULTRAMARATONA.

Variáveis Exames da atleta Valores normais

Testosterona 18,70 pg/ml 18 a 55 pg/ml

Cortisol 15,20 nmol/L 17,10 - 34,40 nmol/L

(pg/ml = picograma por mililitro; nmol/L = nanomol por litro) Fonte: Raiza Kochhann (2017)

Após analisar os dois exames da atleta referentes as variáveis de testosterona e cortisol, podemos perceber que a testosterona se manteve dentro dos valores normais, já o cortisol teve um resultado inferior aos valores normais. Tendo em vista que os exames foram feitos já no período de recuperação do overtraining, após um período de descanso, os parâmetros podem ter mudado em comparação ao pico da síndrome.

Apesar disso, Araujo et al. (2008) explica que no monitoramento do treinamento físico, a relação testosterona/cortisol pode indicar o nível de estresse imposto pela fase do treinamento. Se a concentração de testosterona estiver maior que a concentração de cortisol, indica um resultado positivo em relação ao treinamento. Mas quando acontece o

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oposto e a concentração de cortisol está maior, representa um estímulo estressor intenso para o organismo.

4.2 SISTEMA IMUNOLÓGICO E INFECÇÃO DO TRATO RESPIRATÓRIO

Budgett (1998) mostra que atletas ficam muito suscetíveis a contrair infecções do trato respiratório após maratonas ou treinamentos intensivos, pois eles são expostos a uma imunossupressão, onde os níveis de cortisol aumentam e os níveis de glutamina diminuem.

Vieira (2007) relata que infecções do trato respiratório superior (boca, nariz e garganta), quando acometida pelo atleta, é uma enfermidade leve e de curta duração. Há evidências onde é associado o maior risco de infecções do trato respiratório superior a treinamento de endurance e em atletas de maratona e ultramaratona sendo os sintomas aumentados após competição.

Sabendo disso, a atleta estudada foi questionada sobre essas possíveis alterações. Conforme a mesma...

“Na minha última semana de treinos fortes (2 semanas antes do início das competições) ganhei amigdalite e herpes zoster. Ou seja, minha imunidade estava no chão. Fingi não ser nada sério para minha mãe e para minha treinadora e segui. Sorte que não tinha mais treinos fortes e consegui chegar bem nas provas. ”

Ela completa ainda que...

“Quando tive amigdalite e a herpes, percebi pela primeira vez que tinha exagerado e que meu corpo não ia bem, mas insisti porque ainda não tinha feito nenhuma prova e queria levar aquilo da melhor maneira possível até o fim. Sinceramente não sei como meu corpo aguentou. Hoje vejo quanto a cabeça influencia no corpo. Repetia para mim mesma que eu estava bem e que meu corpo teria que aguentar até o fim. E ele aguentou de uma maneira surpreendente porque fui incrivelmente bem nas duas ultramaratonas. O problema é que chega uma hora em que o corpo paga pelo o excesso. E no meu caso, pagou caro.”

A partir do relato da atleta, cabe enfatizar que a depressão do sistema imune é uma das principais e mais sérias consequências da síndrome do overtraining, pois torna o atleta sensibilizado a infecções, principalmente do trato respiratório, influenciando diretamente no desempenho físico e na qualidade de vida do mesmo.

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4.3 CICLO MENSTRUAL

Em atletas engajadas em esportes que exigem a manutenção de um baixo peso corporal, como é o caso das atletas de corrida de longa distância, as anormalidades no ciclo menstrual são caracterizadas pelo hipoestrogenismo decorrente da alteração do eixo hipotálamo-hipófise-ovário, onde o LH (hormônio luteinizante) tem sua secreção hipofisária limitada assim, limitando a estimulação ovariana e a síntese de estradiol (WARREN, PERLROTH, 2001).

Questionada sobre esse fator, a atleta respondeu que:

“Fiquei um ano e oito meses sem menstruar e meu ciclo menstrual ainda é irregular. ”

Wharren e Perlroth (2001), explicam que quando o gasto energético de uma atleta é superior à ingestão energética, isso promove a supressão do LH (hormônio luteinizante), provocando assim o atraso da menarca ou a ocorrência de amenorreia primária ou secundária.

Portanto alterações no ciclo menstrual vem como um importante fator a ser considerado no processo de diagnóstico e supervisão da síndrome do overtraining.

4.4 ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO DE SINTOMAS CLÍNICOS DO OVERTRAINING

O Questionário de Sintomas Clínicos do Overtraining foi aplicado na atleta com o intuito de analisar sinais e sintomas do overtraining. Alterações psicológicas, fisiológicas, sociais, alimentares, de rendimento e infecções, foram as variáveis analisadas no questionário, essas distribuídas entre 54 perguntas com respostas de 0 (nunca) a 3 (sempre).

A análise do questionário foi feita a partir da porcentagem sobre a frequência das respostas, como mostra a tabela a seguir:

TABELA 2 - SINTOMAS CLÍNICOS DA SÍNDROME DO OVERTRAINING EM UMA ATLETA DE ULTRAMARATONA

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Nunca (0) 16,7%

Às vezes (1) 38,9%

Frequentemente (2) 29,6%

Sempre (3) 14,8%

Fonte: Raiza Kochhann (2017)

Com base nos resultados encontrados na aplicação do questionário, é possível ter uma ampla análise das percepções e sintomas da atleta no período onde foi diagnosticada com a síndrome do overtraining.

Entre os sintomas mais percebidos pela atleta, se encontram os de ordem fisiológica, como queda do desempenho esportivo, cansaço excessivo, dores musculares e pernas pesadas. Também foram sentidos pela atleta, sintomas relacionados ao sistema imunológico, como infecções na garganta e propensão a ficar doente.

Avaliações bioquímicas, fisiológicas, imunológicas e psicológicas ajudam no monitoramento do desempenho físico a fim de não permitir o surgimento da síndrome do overtraining. Questionários psicométricos são os mais utilizados em pesquisas e estudos que envolvem o overtraining, pois se mostram mais sensíveis e consistentes e possuem um rápido método de avaliação, sendo os resultados identificados em minutos, diferente dos marcadores fisiológicos, onde os resultados podem demorar dias (COSTA; SAMULSKI, 2005).

Outro fator importante de ressaltar é o fato de que atletas de alto nível em geral já são diferentes biologicamente comparado a população, mas existe uma grande diferença entre eles também. Por conta disso, nem todos atletas diagnosticados com a síndrome do overtraining pode desenvolver os mesmos sintomas. Assim, se faz necessário uma avaliação individual, monitorando-os continuamente e regularmente a fim de identificar sinais e sintomas característicos de cada atleta (COSTA; SAMULSKI, 2005).

Tendo em vista que a maioria dos sinais e sintomas foram percebidos pela atleta, esse questionário, vem como um importante instrumento capaz de diagnosticar a síndrome. Com ele treinadores, médicos e atletas podem detectar e analisar as diferentes variáveis a fim de ajustar as cargas de treinamento tanto para aumentar os seus benefícios quanto para diagnosticar a síndrome do overtraining.

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CONCLUSÃO

A síndrome do overtraining tem uma grande relevância no âmbito esportivo. Atletas de alto nível, a fim de chegar no ápice do desempenho físico, se submetem a altas cargas de treinamento, não respeitam o período de descanso e participam de competições em excesso. Fatores esses decisivos para o desenvolvimento da síndrome.

Sabendo que a síndrome é de origem multifatorial, marcadores hormonais, bioquímicos, imunes e psicológicos podem dar informações relevantes sobre um possível desenvolvimento da mesma.

A partir da análise baseada em exames clínicos, questionário e entrevista com uma atleta de ultramaratona diagnosticada com a síndrome do overtraining foi possível compreender alguns dos marcadores e sintomas, a fim de mostrar com mais clareza essa síndrome que está cada vez mais frequente em nosso ambiente de trabalho.

Infelizmente ainda não existe um simples marcador que possa prever a síndrome do overtraining, portanto, sendo o diagnóstico de difícil execução, o controle adequado no desempenho físico, nas cargas de trabalho e tempo de repouso são os cuidados principais que treinadores, médicos e atletas devem ter para poder prevenir a síndrome.

Por fim é importante ressaltar que profissionais que pretendem trabalhar com atletas de alto nível devem estar preparados e informados sobre os benefícios e malefícios que o alto rendimento impõe ao atleta. Respeitando a individualidade biológica e as cargas de treinamento de cada um, o atleta terá sucesso e uma ótima qualidade de vida durante sua jornada no ambiente esportivo.

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(31)

APÊNDICE 1 – ENTREVISTA COM A ATLETA Perguntas:

1- Referente ao teu treinamento, comente sobre sua rotina, tinhas acompanhamento nutricional? Fazia algum tipo de dieta? Usava suplementação?

2- No período em que os primeiros sintomas da síndrome começaram a aparecer, estava passando por um período de estresse? Quais motivos?

3- Estava se preparando para alguma competição? Qual fase de treinamento estava? Pré ou pós competição?

4- A síndrome do ovário policístico tu já tinha antes de ser diagnosticada com overtraining?

5- Por quanto tempo ficou sem menstruar? Já regulou?

6- Teve alguma infecção no trato respiratório? Nariz, garganta? Em qual período? Ou qualquer outra infecção? Comente.

7- Em algum momento tua treinadora ou algum profissional avaliou tua aptidão física?

(32)

APÊNDICE 2

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário, em uma pesquisa. Após ser esclarecido(a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa você não será penalizado(a) de forma alguma. Em caso de dúvida você pode procurar o pesquisador responsável por este projeto.

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:

Título do Projeto: Efeitos da Síndrome do Overtraining em uma atleta de ultramaratona: um estudo de caso.

Pesquisador Responsável: Professora Dra Moane Marchesan Krug Pesquisadores participantes: Raiza Kalinsky Kochhann Telefones para contato: (55) 9.8127-7458

◆ O presente estudo tem como objetivo analisar os efeitos da síndrome do overtraining nos marcadores bioquímicos (alterações hormonais), presença de inflamação no trato respiratório superior, alterações no ciclo menstrual e nos sintomas clínicos.

◆ A sua participação neste estudo não lhe causará nenhum risco, ou prejuízo, mas se em algum momento o senhor (a) se sentir desconfortável, poderá desistir de participar da pesquisa.

◆ Como benefício, o senhor (a) ao contribuir com essa pesquisa terá acesso aos resultados da mesma, o que lhe permitirá ter um conhecimento sobre os métodos utilizados não somente pelo senhor (a) como também pelos colegas de profissão. ◆ Para participar da pesquisa você deverá responder aos questionamentos entregues

pela pesquisadora, e em caso de não entender alguma pergunta, poderá entrar em contado com a mesma.

◆ Assinatura da pesquisadora responsável: ◆ Assinatura da pesquisadora principal:

(33)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO:

Eu, Gabriela Ulmann Zigoski, RG 1084675411, abaixo assinado, concordo em participar do estudo Efeitos da síndrome do overtraining em uma atleta de ultramaratona: um estudo de caso, como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido pela pesquisadora Raiza Kalinsky Kochhann sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve à qualquer penalidade ou interrupção de meu acompanhamento/ assistência/tratamento.

Local e data: Queenstown, Nova Zelândia, 9 de Dezembro de 2017. Nome e Assinatura do sujeito ou responsável: Gabriela Ulmann Zigoski

(34)

ANEXO 1 – QUESTIONÁRIO DE SINTOMAS CLÍNICOS DO OVERTRAINING

Questionário de Sintomas Clínicos do Overtraining

0- Nunca / 1 – Às vezes / 2 – Frequentemente / 3 – Sempre

01 Meu nível de rendimento / minha performance tem piorado.

02 Não estou atento como antes.

03 Meus familiares/amigos próximos percebem que meu comportamento tem mudado.

04 Tenho sentido um aperto no peito.

05 Tenho sentido grande palpitação (coração acelerado).

06 Tenho sentido um nó na garganta.

07 Tenho sentido menos apetite que antes. 08 Tenho comido mais que antes (um pouco compulsivamente).

09 Tenho dormido mal.

10 Tenho ficado sonolento durante o dia. 11 Os intervalos entre os treinos me parecem insuficientes (curtos).

12 Meu desejo sexual tem diminuído.

13 Meu rendimento tem sido pior.

14 Tenho ficado resfriado frequentemente.

15 Tenho tido problemas de memória.

16 Sinto-me acima do peso.

17 Sinto que estou cansado.

18 Sinto-me inferiorizado.

19 Tenho tido câimbras e dores musculares.

20 Tenho sentido dores de cabeça.

21 Tenho falta de entusiasmo.

22 Tenho tido mal-estar ou desmaio.

23 Tenho tido pouca segurança em mim mesmo.

24 Sinto-me fraco e adoentado.

25 Tenho tido dores de garganta.

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27 Tenho aguentado meu treinamento com muita dificuldade. 28 Em repouso, meu coração tem batido mais depressa que antes. 29 No exercício, meu coração tem batido mais depressa que antes.

30 Tenho ficado doente.

31 Tenho me cansado facilmente.

32 Tenho tido problemas digestivos.

33 Tenho tido vontade de ficar na cama. 34 Tenho tido menos confiança em mim mesmo.

35 Tenho me lesionado facilmente.

36 Tenho tido dificuldades para organizar minhas ideias. 37 Tenho tido dificuldades para me concentrar nas minhas atividades

esportivas.

38 Meus gestos técnicos tem piorado.

39 Tenho perdido força e raça.

40 Tenho tido a impressão de que estou sozinho.

41 Tenho dormido muito.

42 Tenho tossido muito.

43 Tenho sentido menos prazer na minha atividade esportiva. 44 Tenho sentido menos prazer nas minhas horas de lazer.

45 Tenho me irritado facilmente.

46 Tenho tido uma baixa de rendimento na minha atividade escolar ou profissional.

47 Meus amigos têm achado que conviver comigo está ficando cada vez mais difícil.

48 As sessões de treino me parecem cada vez mais difíceis. 49 Sou o único responsável pela piora do meu desempenho esportivo. 50 Tenho sentido minhas pernas pesadas. 51 Tenho perdido facilmente objetos pessoais. 52 Tenho sido pessimista, tenho pensado negativamente.

53 Tenho emagrecido.

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