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ABAIXO ASSINADO PROPOSTA DE PEC PROJETO EMENDA CONSTITUCIONAL INDICAÇÃO E NOMEAÇÃO DE MINISTROS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF

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ABAIXO ASSINADO

PROPOSTA DE PEC PROJETO EMENDA

CONSTITUCIONAL

INDICAÇÃO E NOMEAÇÃO DE MINISTROS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - STF

FUNDAMENTOS E PROJETO:

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NOMEAÇÃO DE MINISTROS DO STF

Nos idos do ano de 1987, quando desenvolvia a tese de doutorado, publicada com o título “Controle de Constitucionalidade por via de Ação”, preocupei-me com os efeitos da decisão. Sustentava que, para o sucesso desta pretensão impunha-se combater as causas que impediam tal resultado. Imperativo era a ampliação selecionada da legitimação para propor a ação direta, a qual competia, até então, apenas ao Procurador Geral da República. Um segundo ponto era a composição do Tribunal competente para o julgamento. Evidentemente, com a otimização da legitimação ativa e a excelência do colegiado julgador, teríamos o resultado satisfatório.

A Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988, completou (24) vinte e quatro anos. Estabeleceu a legitimação mais democrática, embora exagerada. Quanto à composição da Corte Maior, fixou no artigo 101 o número de “onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada” e no Parágrafo único que: “Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal”. Este critério paradoxal, como veremos, não oferece as garantias necessárias, desejadas, ao órgão superior cuja competência precípua é a guarda da Constituição. O notável saber jurídico indefinido, fica aberto à subjetividade. A reputação ilibada envolve o alto nível de independência e imparcialidade, componentes da isenção com que deve atuar o magistrado. A nomeação pelo Presidente da República poderá levar à confirmação, tão somente, de quem ele indica. Digo poderá porque há a possibilidade de indicação e nomeação por pressões de outras forças políticas e jurídicas. A aprovação pela maioria absoluta do Senado, com uma base aliada, majoritária, atende as escolhas do executivo e pode viciar o sistema.

Indubitavelmente devemos crer na seriedade e isenção dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, mas estes fenômenos poderão ocorrer e como seres humanos terem seus sentimentos contaminados. Há uma presunção “juris tantum”, portanto, admite prova em contrário, de que ajam sem influência. Ao mesmo tempo e da mesma forma, cabe a hipótese de ação comprometida. Não fora isso, dispensáveis seriam as garantias constitucionais de independência e imparcialidade no artigo 95 e seu Parágrafo único, da Constituição Federal, nem a previsão de

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suspeição e impedimento no Código de Processo Civil, artigos 134 e 135. Se são oferecidos expressamente é para evitar o constrangimento, a contaminação e são necessários para a isenção no exercício da judicatura.

No Brasil, ministros são nomeados pelo/a Presidente da República, com aprovação prévia do Senado, em votação secreta. Apesar dos requisitos exigidos, é tão difícil quanto vulnerável o “notável saber jurídico”. Neste sentido, tem causado repúdio dos mais eminentes juristas certas indicações para o Tribunal de Contas e outros Tribunais. São indicações, políticas, de elementos com níveis abaixo do necessário para exercer a própria profissão, com cursos realizados nos fins de semana e, mesmo assim, desconhecidos dos colegas de turma. Isto poderá acorrer, também, com o Supremo Tribunal Federal (Folha de São Paulo – 24.6.1988 – Política, p.A-4: a propósito de indicação pelo governador do Estado de São Paulo, para o Tribunal de Contas do Estado). Aprovação por uma maioria qualificada de três quintos de todos os membros, do Senado ou de uma Assembléia, aliada aos demais requisitos a serem propostos evitarão estes abusos.

Mister se faz, destacar que, para os demais Tribunais brasileiros, as exigências para composição, embora insuficientes, são maiores do que para a Corte mais importante. Enquanto esta compreende apenas os pretendentes de notável saber jurídico e reputação ilibada, com certa volubilidade, podendo alcançar elementos fora do universo jurídico, para o Superior Tribunal de Justiça os candidatos devem ser juízes dos Tribunais Regionais Federais, desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal; advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, com mais de dez anos de carreira ou atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes, conforme artigo 104, parágrafo único, incisos I e II e artigo 94, todos da Lei Maior. Dá-se também prazo para o Executivo. Recebidas as indicações, reduzidas a lista tríplice pelo Tribunal, deverá escolher um de seus integrantes e nomeá-lo, em obediência ao parágrafo único do artigo 94.

Os critérios para compor os demais Colegiados exigem juízes de carreira, advogados, membros do ministério público com experiência, participação dos Tribunais e dos órgãos de classe. Evita-se a dependência de um poder em relação ao outro. Há uma participação do Senado, como aprovação, do executivo na nomeação, mas são limitados e condicionados, mantendo equilíbrio afastando o comprometimento dos que terão a tarefa jurisdicional. Montesquieu já dizia: “Quando

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na mesma pessoa ou no mesmo corpo de magistratura, o poder legislativo está reunido ao poder executivo, não existe liberdade, pois se pode temer que o mesmo monarca ou o mesmo senado apenas estabeleçam leis tirânicas para executá-las tiranicamente”, e “Não haverá também liberdade se o poder de julgar não estiver separado do poder legislativo e do executivo. Se estivesse ligado ao poder legislativo, o poder sobre a vida e a liberdade dos cidadãos seria arbitrário, pois o juiz seria legislador. Se estivesse ligado ao poder executivo, o juiz poderia ter a força de um opressor” (O Espírito das Leis, Livro XI, capítulo VI). A ordem inversa traz os mesmos resultados perniciosos, agravados quando há uma aliança majoritária entre o executivo e o legislativo e uma dependência do judiciário, prenunciadas pelo sábio francês.

Na pesquisa citada no início, vinte e cinco (25) anos passados, tive a preocupação com a composição das Cortes Constitucionais. Comparamos a organização de sete países europeus: França, Alemanha, Áustria, Itália, Espanha, Portugal e Bélgica, além de alguns do, então, bloco do leste europeu socialista. Verificamos, na Espanha, uma seleção entre magistrados, representantes do Ministério Público, professores Universitários, funcionários públicos, advogados, com mais de quinze (15) anos de experiência, juristas de reconhecida competência, afastando-se a escolha meramente política e desprovida da qualidade necessária. São nomeados doze (12) pelo Rei, sendo, quatro (4) propostos pela Câmara, eleitos pela maioria de três quintos de seus membros; quatro (4) pelo Senado, com idêntica maioria; dois (2) pelo Governo e dois (2) pelo Conselho Geral do Poder Judiciário. Portugal impõe a designação de dez (10) pela Assembléia e mais três (3) cooptados pelos dez (10). Três dos dez e os três cooptados são juízes dos outros tribunais e os demais juristas. A condição para a eleição de todos é a maioria de 2/3 (dois terços). A Alemanha limita à idade mínima de 40 anos e máxima de 68 anos para indicação de seis (6) magistrados federais e mais dez (10) que preencham as condições para serem juízes. Na França compõe-se dos ex-presidentes da República e mais nove (9) com indicação de três (3) pelo Presidente da República, três (3) pela Assembléia Nacional e três (3) pelo Senado.

O critério de participação mista, lista dupla, tríplice, sêxtupla e a qualificação persistem nos demais países. Procura-se estabelecer qualidade, independência, isenção, decisões livres de influências. São condições que nos levam a afirmar, com Carl Schmitt, a criação de um Tribunal cujos membros tenham formação e consciência da importância de suas funções (Defensa de La Constitución, p.96,

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1983). “Será provável que o tribunal não queira abandonar a esfera da Justiça efetiva”.

Das análises feitas, conclui-se que a composição do Supremo Tribunal Federal deverá levar em consideração, além de ou para garantir o notável saber jurídico e a reputação ilibada, uma idade mínima de quarenta (40) anos, a qualidade de juízes de outros tribunais para sete (7) componentes; uma indicação do Poder Legislativo, uma do Poder Executivo, duas (2) dentre advogados e representantes do Ministério Público, todos juristas titulados, professores, com experiência de dez (10) anos, apresentados pelo órgão de classe, em lista sêxtupla, reduzida em tríplice pelo STF, aprovada pelo Senado, por três quintos de seus membros, para escolha e nomeação pelo Presidente da República em vinte (20) dias.

Com os fundamentos, expostos, propõe-se a seguinte emenda:

Art. 1º. O art. 101 da Constituição Federal passa a vigorar com as seguintes alterações:

Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros.

§ 1º. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de quarenta e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, dez anos de experiência ou carreira depois de aprovada a escolha pela maioria de três quinto dos membros do Senado Federal, sendo:

I – dois dentre Ministros do Superior Tribunal de Justiça, um dentre Ministros do Tribunal Superior do Trabalho, um do Superior Tribunal Militar, um dentre desembargadores dos Tribunais Regionais Federais e dois dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista sêxtupla pelo próprio Tribunal.

II – dois, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do artigo 94.

III – um indicado alternadamente, pela Câmara dos Deputados Federais e pelo Senado Federal em lista sêxtupla.

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IV – um indicado pelo Presidente da República em lista sêxtupla.

§ 2º. Os incluídos nos incisos II, III e IV do parágrafo 1º deverão ser professores, titulados com pós-graduação e reconhecidos juristas.

§ 3º. As listas sêxtuplas serão reduzidas a tríplices pelo Supremo Tribunal Federal que enviará ao Poder executivo para nos vinte dias subseqüentes, escolher um de seus integrantes para nomeação.

Art 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, ... de ... de ...

Mesa da Câmara dos Deputados

Mesa do Senado Federal

___________________________________________________________________ Dircêo Torrecillas Ramos

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ABAIXO ASSINADO - Proposta de PEC - Projeto de Emenda Constitucional

Indicação e Nomeação de Ministros do Supremo Tribunal Federal - STF

Fundamentos e Projeto: C.L. PDG.: Dircêo Torrecillas Ramos

NOME Nº DO RG CIDADE/UF ASSINATURA

ENVIAR PARA: AVENIDA SANTA INÊS, 836 - SALA 06 - PARQUE

Referências

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