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AVALIAÇÃO DA ROTULAGEM PARA O TEOR DE SÓDIO EM REFRIGERANTES CONVENCIONAL, LIGHT E ZERO

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Academic year: 2021

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AVALIAÇÃO DA ROTULAGEM PARA O TEOR DE SÓDIO

EM REFRIGERANTES CONVENCIONAL, LIGHT E ZERO

L. S. Soares¹, T. Heberle

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, R. da S. Rodrigues

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1-Acadêmica de Química de Alimentos – Universidade Federal de Pelotas, Centro de Ciências Químicas, Farmacêuticas e de Alimentos – CEP: 96010-610 – Pelotas – RS – Brasil, Telefone: (53)30255915 – e-mail: (lianeslawskisoares@gmail.com)

2- 1-Acadêmica de Química de Alimentos – Universidade Federal de Pelotas, Centro de Ciências Químicas, Farmacêuticas e de Alimentos – CEP: 96010-610 – Pelotas – RS – Brasil, Telefone: (53)30255915 – e-mail: (thauana.heberle@hotmail.com)

3-Universidade Federal de Pelotas, Centro de Ciências Químicas, Farmacêuticas e de Alimentos - CEP: 96010-900 – Pelotas – RS – Brasil, Telefone: (53)32757570– e-mail: (rosane.rodrigues@ufpel.edu.br)

RESUMO – Atualmente existe uma grande preocupação com o consumo excessivo de sódio através da dieta, devido aos efeitos deletérios à saúde. Considerando que refrigerantes são bebidas bastante consumidas pela população em geral, objetivou-se avaliar a rotulagem quanto ao teor de sódio em refrigerantes convencional, light e zero. O método utilizado foi o observacional, utilizando onze diferentes marcas e sabores. Dentre os refrigerantes analisados, a maioria das bebidas light e zero apresentaram maior teor de sódio do que as bebidas adoçadas com açúcar, com destaque àquelas nos sabores laranja, citrus e uva, cujo elevado teor de sódio pode estar associado à presença dos edulcorantes que conferem gosto doce e que contém sódio em sua estrutura.

ABSTRACT –Currently there is great concern with excessive sodium intake through diet, due to the deleterious health effects. Soft drinks are often consumed by the general population. We aim to assess the labeling on the sodium content in conventional soft, light and zero. The method used was observational, using eleven different brands and flavors. From the soft drinks analyzed, most light drinks and zero had higher sodium content than the sugar-sweetened beverages, especially those in the orange flavors, citrus and grapes, whose high in sodium may be associated with the presence of sweeteners that give sweet taste and contains sodium in its structure.

PALAVRAS-CHAVE: bebida gaseificada, sal, rótulos, edulcorantes. KEYWORDS – carbonated beverage, salt, labels, sweeteners.

1. INTRODUÇÃO

O sódio é um elemento químico necessário ao organismo que age como um dos principais fatores de regulação osmótica do sangue, plasma e fluidos intercelulares e é essencial para a manutenção do equilíbrio hídrico no interior do organismo, na transmissão dos impulsos nervosos e relaxamento muscular. Seu teor no organismo humano gira em torno de 1% do peso corporal e deve ser consumido em uma quantidade aproximada de 500 mg por dia (Franco, 1992).

Atualmente existe uma grande preocupação com o consumo excessivo de sódio através da dieta devido aos efeitos deletérios à saúde, como aumento da pressão arterial e consequentes problemas cardiovasculares. Quando há excesso do nutriente no sangue, ocorre uma alteração no equilíbrio entre os líquidos intra e extracelulares. O organismo retém mais água, que aumenta o volume de líquido, sobrecarregando o coração e os rins, situação que pode levar à hipertensão. A pressão alta prejudica a

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flexibilidade das artérias e ataca os vasos, coração, rins e cérebro. Dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico do Ministério da Saúde revelam que 22,7 % dos brasileiros já receberam diagnóstico de hipertensão (Vigitel, 2014).

Alimento com quantidade elevada de sódio é aquele que possui em sua composição uma quantidade igual ou superior a 400 mg de sódio por 100 g ou 100 mL na forma como está exposto à venda (Brasil, 2010). De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira (Brasil, 2014) a recomendação de sal não deve ultrapassar 5 g por dia (que corresponde a 1,7 g de sódio), sendo que o consumo do brasileiro é em média de 12 g diárias, ou seja, mais que o dobro da recomendação máxima. As iniciativas voltadas à redução do consumo de sódio se destacam entre as ações de prevenção e controle das doenças crônicas diretamente associadas à alimentação por uma relação positiva entre custo e efetividade. Entre as principais estratégias encontram-se a redução voluntária do conteúdo de sódio de alimentos processados e a realização de campanhas de mídia para a promoção de hábitos alimentares saudáveis, que, segundo estimativas da OMS, poderiam evitar 2,5 milhões de mortes e poupar bilhões de dólares aos sistemas de saúde no mundo (Nilson et al., 2012).

A rotulagem dos produtos é uma das formas de informação ao consumidor quanto ao consumo de sódio e de outros nutrientes. Os rótulos são elementos essenciais de comunicação entre produtos e consumidores, surgindo daí a importância da clareza e facilidade de compreensão das informações da rotulagem, podendo estas serem utilizadas para orientar a escolha adequada de alimentos. Conforme a legislação brasileira, rotulagem é toda inscrição, legenda, imagem ou toda matéria descritiva ou gráfica, escrita, impressa, estampada, gravada, gravada em relevo ou litografada ou colada sobre a embalagem do alimento (Brasil, 2009). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é o órgão responsável pela regulação da rotulagem de alimentos no Brasil, estabelecendo as informações que devem estar contidas no rótulo, tendo em vista a garantia da saúde do consumidor e da qualidade do produto. Dentre elas está a obrigatoriedade da descrição do teor de sódio por porção do alimento ou bebida.

As bebidas carbonatadas, como os refrigerantes, destacam-se entre as bebidas não alcoólicas mais consumidas no País, com uma média de 80,6 L/habitante/ano (ABIR, 2016). Nestas bebidas a presença de sódio se deve principalmente aos aditivos químicos utilizados como conservantes e pelos edulcorantes que conferem o gosto doce ao produto, nas versões light e zero. Os refrigerantes light são aqueles que apresentam uma redução de 25 % em algum ingrediente ou atributo comparativamente ao convencional; e o zero, àquele que não apresenta determinado ingrediente, no caso o açúcar (Brasil, 1998).

Os edulcorantes utilizados nos refrigerantes são principalmente ciclamato de sódio, sacarina de sódio, acessulfame de potássio e aspartame que contém sódio em sua estrutura. Além disso, é possível encontrar sódio adicionado ao aspartame e à estévia para realçar o sabor doce e mascarar o resíduo amargo destes aditivos.

Objetivou-se comparar o teor de sódio em refrigerantes convencional, light e zero utilizando as informações nutricionais contidas nos rótulos.

2. METODOLOGIA

O método utilizado foi o descritivo observacional e a coleta de dados foi realizada de modo aleatório em três redes de supermercados da cidade de Pelotas, RS, Brasil. Foi avaliada a declaração do teor de sódio em 11 marcas de refrigerantes comerciais de sabores variados, nas versões convencional, light e zero.

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Tabela 1 - Quantidade de sódio presente em 200 mL de diferentes marcas e apresentações de refrigerantes

Marca/tipo/sabor Quantidade de sódio (mg.200 mL-1)

A - Convencional sabor cola 10

A - Zero sabor cola 28

A - Light sabor cola 23

B - Convencional sabor guaraná 16

B - Zero sabor guaraná 35

C - Convencional sabor uva 24

C - Zero sabor uva 45

C - Convencional sabor laranja 24

C - Zero sabor laranja 42

D - Convencional sabor limão 15

D - Zero sabor limão 38

E - Convencional sabor guaraná 17

E - Zero sabor guaraná 9

F - Convencional sabor cola 12

F - Zero sabor cola 20

G - Convencional sabor guaraná 11

G - Zero sabor guaraná 11

H - Convencional sabor citrus 16

H - Light sabor citrus 40

I - Convencional sabor cola 8

I - Light sabor cola 11

I - Convencional sabor cola com limão 17

I - Light sabor cola com limão 18

Segundo Ferrari e Soares (2003) os alimentos industrializados possuem níveis elevados de sódio, não só pela adição deste ingrediente, mas também de diversos conservantes necessários à modificação de suas propriedades. Deste modo, pessoas com história de hipertensão familiar devem ser informadas para evitar ou ter o conhecimento da presença do sal em alimentos e bebidas industrializadas principalmente nas conservas, sucos, refrigerantes, água mineral, etc., bem como devem ser alertadas para o fato de que alguns edulcorantes contêm sódio em sua composição e se consumidos em excesso podem contribuir para o aumento da pressão arterial.

As concentrações de sódio encontradas (Tabela 1) variaram de 8 a 45 mg 200mL-1. As bebidas

light e zero, apresentam maior teor de sódio do que as bebidas adoçadas com açúcar, salvo duas marcas: G sabor guaraná convencional e zero onde as quantidades que constam na rotulagem são iguais nas duas apresentações; e marca E em que a quantidade na versão zero é menor que na versão normal, cerca de 50%. Os refrigerantes de baixa caloria nos sabores citrus, laranja e uva possuem maior quantidade de sódio. Isso pode estar relacionado à presença de edulcorantes que contém sódio em sua estrutura, como o ciclamato de sódio (Petrarca et al., 2011) e a sacarina sódica (Medeiros e Maciel, 2013).

O sódio presente nos refrigerantes origina-se da polpa de fruta utilizada na formulação, dos conservadores químicos (benzoato e ou sorbato de sódio) e de alguns edulcorantes no caso das versões light e zero.

Considerando o consumo expressivo de edulcorantes (Christante, 2009; Shibao et al., 2009), a ANVISA atualizou a tabela de teores máximos dos edulcorantes dietéticos usados em alimentos e bebidas industrializadas (Brasil, 2008). Neste sentido, a redução destes limites máximos trouxe como consequência a redução do sódio nos casos em que o mesmo participa da composição do edulcorante, como no caso do ciclamato de sódio e da sacarina sódica em refrigerantes.

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Ainda assim, é importante considerar a ingestão diária de sódio decorrente do consumo destes produtos. Conforme estudo realizado por Lima e Mendes (2013), um consumidor médio de refrigerantes (259 mL/dia) poderá ingerir por dia cerca de 19 mg de sódio provenientes do refrigerante caso consuma bebidas adoçadas com açúcar, enquanto que o consumidor médio que preferir bebidas do tipo light estará ingerindo aproximadamente 39 mg de sódio/dia. Já o grande consumidor de refrigerantes (2 L/dia), ao preferir os adoçados artificialmente, estará ingerindo cerca de 300 mg de sódio/dia provenientes deste tipo de bebida, 17,6 % do máximo recomendado

(Brasil, 2014).

4. CONCLUSÃO

Considerando os rótulos dos refrigerantes analisados, a maioria das bebidas light e zero apresentaram maior teor de sódio do que as bebidas adoçadas com açúcar, com destaque àquelas nos sabores laranja, citrus e uva, cujo elevado teor de sódio pode estar associado à presença dos edulcorantes que conferem gosto doce e que contém sódio em sua estrutura.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABIR – Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas. Disponível em: < http://abir.org.br/>. Acesso em: 20 de jun. 2016.

Brasil, Decreto do Executivo (2009). Regulamenta a Lei nº 8.918, de 14 de julho de 1994, que dispõe da padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas. (Decreto 6.871/2009 de 04 de junho de 2009). Diário Oficial da União

Brasil, Ministério da Saúde (1998). Aprova o regulamento técnico sobre alimentos para fins especiais. Portaria nº 29 de 13 de janeiro de 1998. Diário Oficial da União.

Brasil, Resolução ANVISA (2010). Dispõe sobre a oferta, propaganda, publicidade, informação e outras práticas correlatadas cujo objetivo seja a divulgação e a promoção comercial de alimentos considerados com quantidades elevadas de açúcar, de gordura saturada, de gordura trans, de sódio, e de bebidas com baixo teor nutricional. RDC, nº 24, de 15 de junho de 2010. Diário Oficial da União. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. (2008). Dispõe sobre o Regulamento Técnico que autoriza o uso de aditivos edulcorantes em alimentos, com seus respectivos limites máximos. Resolução RDC nº 18, de 24 de março de 2008. Diário Oficial da República Federativa do Brasil.

Brasil. Ministério da Saúde. (2014). Guia alimentar para a população brasileira. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. (2. ed.) – Brasília: Ministério da Saúde.

Brasil. Ministério da Saúde. (2014). Vigitel Brasil 2014: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde.

Christante, L. (2009). Os adoçantes na balança. Unespciência, São Paulo. p.40-41.

Ferrari, C.C.; Soares, L.M. (2003). Concentrações de sódio em bebidas carbonatadas nacionais. Rev. Ciência e Tecnologia de Alimentos. 23(3), 414-417.

Franco, G. (1992). Tabela de composição química dos alimentos.(9.ed.) Rio de Janeiro: Livraria Atheneu.

Medeiros, J. C. de; Maciel, B. L. L. (2013). Avaliação de edulcorantes declarados em rótulos de refrigerantes, chás e sucos comercializados em Natal/RN. FIEP BULLETIN, 83(2), 1-7.

Lima, C. M.; Mendes, D. R. G. (2013).Efeitos Nocivos Causados por Bebidas Industrializadas.Revista de Divulgação Científica Sena Aire.

Nilson, E.A.F., Jaime, P.C., Resende, D.O. (2012). Iniciativas desenvolvidas no Brasil para a redução do teor de sódio em alimentos processados. Rev Panam Salud Publica. 34(4), 287–92.

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Petrarca, M. H.; Bonifácio, M. T. E. da S.; Monteiro, M.. (2011). Ciclamato de sódio em refrigerantes de baixa caloria. Revista do Instituto Adolfo Lutz. 70(1), 86-91.

Shibao, J.; Santos, G.F.A.; Gonçalves, N.F.; Gollücke, A.P.B. (2009) Edulcorantes em Alimentos: aspectos químicos, tecnológicos e toxicológicos. (1ª ed.) São Paulo: Editora Phorte.

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