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Curso de Processo Legislativo Constitucional IGEPP Prof. Leo van Holthe AULAS 05 e 06

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Curso de Processo Legislativo Constitucional

IGEPP – Prof. Leo van Holthe

AULAS 05 e 06

Pontos do edital enfrentados neste material: Processolegislativo (parte I): arts. 59, 61, 63, 65 a 67 da CF/88.

1. Definição de processo legislativo

Na clássica lição de Nélson de Sousa Sampaio, o processo legislativo pode ser

concebido no sentido sociológico ou no sentido jurídico.

O primeiro refere-se ao conjunto de fatores reais ou fáticos que põem em movimento

os legisladores – mídia, pressão popular, ajustes político-partidários, etc. –, bem como ao

modo como os congressistas costumam proceder ao realizar a tarefa legislativa.

Nas palavras de Celso Ribeiro Bastos, entende-se por processo legislativo do ponto

de vista jurídico

o conjunto de disposições constitucionais que regula o

procedimento a ser obedecido pelos órgãos competentes, na

produção dos atos normativos que derivam diretamente da própria

Constituição.

De modo mais simples, podemos afirmar que o processo legislativo consiste na

sequência de atos que devem ser cumpridos para a devida formação das normas jurídicas

indicadas no art. 59 da CF/88, a saber:emendas à Constituição, leis complementares, leis

ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções.

Essas normas são chamadas pela doutrina de atos normativos primários, pois retiram

o seu fundamento de validade jurídica diretamente da Constituição Federal, sem

intermediários.Isso os diferencia dos chamados atos normativos secundários(a exemplo do

decreto regulamentar), que são aqueles que retiram o seu fundamento de validade dos atos

primários.

Portanto, o processo legislativo previsto na CF/88 somente se refere à formação dos

atos normativos primários previstos no art. 59 da CF/88.

2. Objeto do processo legislativo

Seção VIII

DO PROCESSO LEGISLATIVO Subseção I

Disposição Geral

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I - emendas à Constituição;

II - leis complementares; III - leis ordinárias; IV - leis delegadas; V - medidas provisórias; VI - decretos legislativos; VII - resoluções.

Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.

Para José Afonso da Silva, a rigor, as medidas provisórias e as leis delegadas não são

objeto do processo legislativo, porque elas não são elaboradas pelo Legislativo, mas pelo

presidente da República e posteriormente são submetidas a um procedimento especial de

apreciação no Congresso Nacional.

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3. Classificação de processo legislativo

Vejamos algumas classificações de processo legislativo com maior probabilidade de

cobrança nas provas dos concursos públicos.

Quanto à participação do povo no processo legislativo:

a) processo legislativo autocrático, que é aquele realizado pelo monarca ou ditador,

sem a participação de um órgão composto de representantes do povo;

b) processo legislativo direto, em que a lei é feita diretamente pelo povo, em

assembleias públicas;

c) processo legislativo semidireto,quando a lei é elaborada por um órgão formado de

representantes do povo, mas que somente se aperfeiçoa depois de uma aprovação popular

posterior, por meio de referendo. Assim, no processo legislativo semidireto, a aprovação

popular por meio do referendo é etapa obrigatória do processo de elaboração da lei. No

Brasil, a realização de um referendo é facultativa, razão pela qual não adotamos este modelo;

d) processo legislativo representativo ou indireto, em que a lei é produzida por um

órgão composto de representantes do povo, sendo o adotado pelo Brasil.

Quanto ao modo (mais demorado ou mais rápido) pelo qual os atos do processo

legislativo se realizam:

a) processo legislativo ordinário ou comum, que é o adotado para a elaboração das

leis ordinárias. Podemos dividi-lo em três fases:

1.ª) A faseintrodutória,que é a fase da iniciativa da lei, em que a autoridade

competente apresentará o projeto de lei no Poder Legislativo.

2.ª) A fase constitutiva, que compreende uma deliberação parlamentar (quando o

projeto será discutido e votado no Legislativo) e uma deliberação executiva (quando o projeto

receberá uma sanção ou um veto do presidente da República).

No caso de veto presidencial, teremos ainda, dentro da fase constitutiva, a apreciação

do veto pelo Congresso Nacional (CF, art. 66, § 4.º).

3.ª) A fase complementar, que abrange a promulgação e a publicação da lei.

b) processo legislativo sumário, que possui as mesmas regras do processo legislativo

ordinário, mas com uma grande diferença: aqui existem prazos para que as Casas Legislativas

deliberem sobre o projeto.O processo sumário também é conhecido como procedimento de

urgência constitucional. Está previsto no art. 64, §§ 1.º ao 4.º, da CF/88 e será estudado em

momento oportuno.

c) processos legislativos especiais, destinados à elaboração das:

c.1) emendas à Constituição (CF, art. 60);

c.2) leis complementares (CF, art. 69);

c.3) leis delegadas (CF, art. 68);

c.4) leis orçamentárias (CF, art. 166);

c.5) resoluções e decretos legislativos; e

c.6) medidas provisórias (na realidade, leis ordinárias que resultam da conversão das

medidas provisórias – CF, art. 62).

4. Processo legislativo ordinário

Oprocesso legislativo ordinário(ou comum) é aquele utilizado para a elaboração das

leis ordinárias.

Como dissemos antes, o processo legislativo ordinário pode ser dividido em três

fases: a introdutória, a constitutiva e a complementar. Vejamos separadamente cada uma

dessas fases do processo legislativo ordinário.

4.1. Fase introdutória: a iniciativa das leis

Subseção III Das Leis

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Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.

Iniciativa legislativa é a faculdade conferida a uma pessoa ou órgão de apresentar

projetos de lei ao Poder Legislativo. Nesse ponto, faz-se necessário esclarecer alguns

conceitos importantes sobre o tema da iniciativa das leis.

a) Iniciativa parlamentaré a conferida a membrosou comissões de um Parlamento (no

caso do processo legislativo federal, a qualquer membro ou comissão da CD, do SF ou do

CN).

b) Já ainiciativa extraparlamentaré conferida a pessoas ou órgãos fora do Parlamento

(exs.: presidente da República, STF, tribunais superiores, Tribunal de Contas da União,

procurador-geral da República e cidadãos).

c) A iniciativa é ditaconcorrente (comum ou compartilhada)quando a Constituição

concede simultaneamente a mais de uma pessoa ou órgão a iniciativa das leis. São exemplos

de iniciativa concorrente da CF/88:

c.1) a iniciativa das propostas de emenda à Constituição (PECs) cabe

concorrentemente ao presidente da República, a um terço de deputados ou de senadores e à

maioria das assembleias legislativas (CF, art. 60, I a III);

c.2) a iniciativa das leis ordinárias e complementares federais cabe (CF, art. 61,

caput):

 a qualquer membro ou Comissão da CD, do SF ou do CN (ex.: Comissão Mista de

Orçamento – art. 166, § 1.º, da CF);

 ao presidente da República;

 ao Supremo Tribunal Federal;

 aos tribunais superiores (STJ, TSE, TST e STM);

 ao procurador-geral da República;

 aos cidadãos, na forma e nos casos previstos na CF/88.

d) Pelainiciativa reservada (privativa ou exclusiva), o PL relativo a determinada

matéria somente pode ser proposto por uma pessoa ou órgão específico, com a exclusão de

todos os demais.

São exemplos constitucionais de iniciativa reservada:

d.1) a iniciativa do presidente da República para as matérias previstas no art. 61, § 1.º;

d.2) a iniciativa da CD e do SF para o PL que fixa a remuneração dos seus cargos,

funções e serviços (arts. 51, IV, e 52, XIII).

e) A iniciativa conjuntaocorre quando se exige que mais de um órgão ou autoridade

assinem, em conjunto, determinado projeto de lei.

Ela não é mais prevista na Carta Política de 1988. A CF continha uma única hipótese

de iniciativa conjunta no seu art. 48, XV, ao exigir que o subsídio dos ministros do STF (o

teto do funcionalismo público) se originasse de um PL de iniciativa conjunta dos presidentes

da República, da Câmara, do Senado e do STF.

A EC n.º 41/03 alterou a redação do referido art. 48, XV, razão pela qual não há mais

hipótese de iniciativa conjunta na CF/88. A partir da referida EC, para a fixação do subsídio

dos ministros do STF, basta um projeto de lei ordinária de iniciativa do próprio Supremo, de

acordo com a redação atual dos arts. 48, XV, e 96, II, b, da CF.

Jurisprudência

1) Em relação à iniciativa legislativa privativa, o STF pacificou o entendimento pelo

qual, regra geral, os demais Poderes não podem estipular um prazo para que outro Poder

exerça sua iniciativa legislativa reservada ou privativa.

Em homenagem ao princípio da separação dos poderes, o Supremo considera que o

Legislativo ou o Judiciário não pode, por exemplo, estipular um prazo para que o Executivo

exerça uma iniciativa legislativa a ele reservada pela CF/88, tendo em vista que a outorga

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constitucional da iniciativa privativa abrange, implicitamente, o poder de decidir sobre o

momento oportuno de propor o PL (ADI 546/DF, ADI 2.393/AL-MC).

4.1.1. Iniciativa legislativa privativa do presidente da República

Art. 61, § 1.º – São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: I – fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;

II – disponham sobre:

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;

b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;

c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; (Redação dada pela EC n.º 18/98)

d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;

e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI; (Redação dada pela EC n.º 32/01)

f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva. (Incluída pela EC n.º 18/98)

O art. 61, § 1.º, da CF/88 prevê hipóteses de iniciativa legislativa privativa ou

reservada do presidente da República.As matérias contidas nesses dispositivos possuem nítida

relação com as atribuições privativas do presidente da República (organização da

Administração Pública Direta e Indireta, efetivo das Forças Armadas, regime jurídico dos

servidores públicos, etc.), daí a iniciativa das leis que regulem tais assuntos ser reservada ao

chefe do Poder Executivo.

Resumimos da seguinte forma os temas contidos no art. 61, § 1.º:

a) Efetivo das Forças Armadas e regime jurídico dos militares (o que abrange a

remuneração, a reforma, as promoções dos militares, etc.).

b) Organização administrativa, judiciária, matéria tributária, orçamentária, serviços

públicos e pessoal da administração dos territórios federais.

Todas essas matérias relacionadas com os territórios federais são da iniciativa

privativa do presidente da República.

c)Servidores públicos da União e seu regime jurídico (inclusive provimento de

cargos, estabilidade e aposentadoria dos servidores).

Qualquer PL que trate do regime jurídico dos servidores públicos da União (hoje,

como sabemos, concentrado na Lei n.º 8.112/90) é de iniciativa privativa do PR;

d) criação de cargos, funções ou empregos públicosna administração direta e

autárquicaou aumento de sua remuneração.

Registre-se que a criação de empregos públicos nas sociedades de economia mista,

nas empresas públicas e nas fundações de natureza privada mantidas pelo poder público não

necessita de um PL de iniciativa privativa do PR. Isso é porque a criação desses empregos

públicos não demanda a aprovação de um PL, mas simples decisão administrativa da própria

entidade, desde que a medida esteja respaldada no orçamento anual de investimento da

empresa governamental (CF, art. 165, § 5.º, II).

Portanto, somente a criação de cargos, empregos e funções públicos na administração

direta, nas autarquias e nas fundações públicas demanda um PL de iniciativa exclusiva do PR.

e) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União(MPU e

DPU), bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria

Pública dos Estados(MPEs e DPEs), do Distrito Federal e dos Territórios.

f) criação e extinção de ministérios e órgãos da Administração Pública, observado o

disposto no art. 84, VI.

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Por essa regra, é da iniciativa legislativa privativa do PR a criação e a extinção de

ministérios e órgãos da Administração Pública federal direta e indireta.

A exceção do art. 84, VI, diz respeito a hipóteses em que não precisamos falar em

iniciativa de PL, pois não haverá a necessidade de lei para disporsobre o assunto, bastando

um decreto presidencial.

Jurisprudência

1. O STF entende que as matérias reservadas constitucionalmente ao chefe do Executivo para disposição em lei (CF, arts. 61, § 1.º, e 165) não podem ser exaustivamente tratadas na Constituição Estadual ou na Lei Orgânica Municipal ou do DF, sob pena de usurpação da iniciativa legislativa privativa do chefe do Executivo. Assim, um grupo de parlamentares estaduais ou municipais não pode propor uma emenda à constituição do estado ou à lei orgânica municipal, a fim de dispor sobre as matérias do art. 61, § 1.º, da CF, sob pena de afronta à referida norma constitucional (ADI 858/RJ, vide Informativo n.º 494 do STF).

2. Por afrontar a iniciativa legislativa privativa do chefe do Executivo, o STF já declarou a inconstitucionalidade de norma estadual de iniciativa parlamentar que:

a) criava atribuições para órgãos administrativos, ao exigir que o Poder Executivo organizasse um sistema de avaliação de satisfação dos usuários de serviços públicos, em ofensa ao art. 61, § 1.º, II, e, da CF (ADI 3.180/AP);

b) vedava o estabelecimento de limite máximo de idade para inscrição de candidatos nos concursos públicos realizados por órgãos da Administração Direta e Indireta do Estado. Entendeu-se que houve usurpação da iniciativa reservada ao Chefe do Poder Executivo para as leis em tema de provimento de cargos de servidores públicos (CF, art. 61, § 1.º, II, c) (ADI 776/RS).

3. Criação de órgão e vício formal: Por entender usurpada a competência privativa do chefe do Poder Executivo para iniciar projeto de lei que disponha sobre criação, estruturação e atribuições de órgãos da Administração Pública (CF, art. 61, § 1.º, II, e), de observância obrigatória pelos estados-membros, tendo em conta o princípio da simetria, o STF declarou a inconstitucionalidade de emenda à constituição do estado que criava uma entidade da administração indireta (ADI 3.644/RJ).

4.1.2. Iniciativa popular de lei

Art. 61, § 2.º – A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

O art. 61, § 2.º, acolhe a iniciativa legislativa geral dos cidadãos,mais conhecida

como iniciativa popular de lei, pela qual se permite que os cidadãos apresentem um projeto de

lei ordinária ou complementar sobre quaisquer matérias, ressalvadas aquelas de iniciativa

reservada a pessoas ou órgãos específicos (José Afonso da Silva e Manoel Gonçalves Ferreira

Filho).

Sobre o tema, os parágrafos do art. 13 da Lei n.º 9.709/98 dispõem que:

a) O PL de iniciativa popular deverá circunscrever-se a um só assunto.

b) O PL de iniciativa popular não deve ser rejeitado por vício de forma, cabendo à

Câmara dos Deputados, por seu órgão competente, providenciar a correção de eventuais

impropriedades de técnica legislativa ou de redação.

4.2. Fase constitutiva

Analisada a fase introdutória do processo legislativo ordinário, nas diversas

modalidades de iniciativa legislativa, passemos ao estudo da fase constitutiva.

Essa fase abrange uma deliberação parlamentar (quando o projeto de lei será discutido

e votado no âmbito do Poder Legislativo) e uma deliberação executiva (quando o PL será

submetido à sanção ou ao veto do chefe do Poder Executivo).No caso de veto presidencial,

teremos ainda, dentro da fase constitutiva, a apreciação do veto pelo CN (CF, art. 66, § 4.º).

Comecemos com o estudo da primeira parte da fase constitutiva: a deliberação

parlamentar.

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4.2.1. Deliberação parlamentar (discussão + votação)

Apresentado o projeto de lei no Congresso Nacional, ele passará a ser discutido e

votado nas duas Casas Legislativas sucessivamente, sempre na forma estabelecida nos

respectivos regimentos internos.

Como observação inicial, registramos que, diante dos propósitos limitados desse

material, serão priorizados os aspectos constitucionaisda deliberação parlamentar. A menção

às normas regimentais, notadamente do RICD e do RISF, será realizada apenas quando

indispensável à devida compreensão da matéria.

4.2.2. Casa Iniciadora e Casa Revisora

Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados.

Tendo o Legislativo federal brasileiro adotado o bicameralismo do tipo igual, o

projeto de lei deverá necessariamente tramitar pelas duas Casas do CN, sendo que a primeira

Casa em que o PL tramita recebe o nome de casa iniciadorae a segunda, de casa revisora.

Nesse ponto, a primeira questão a ser resolvida diz respeito a quando a Câmara dos

Deputados e o Senado Federal funcionam como casa iniciadora ou revisora. De acordo com

osarts. 61, § 2º, e 64 da CF/88, a Câmara dos Deputados será obrigatoriamente a casa

iniciadora nos projetos apresentados:

a) por membro ou comissão da Câmara dos Deputados;

b) pelo presidente da República;

c) pelo STF ou pelos tribunais superiores;

d) pelos cidadãos (na iniciativa popular de lei).

4.2.3. O papel das Comissões

Em cada Casa Legislativa, o PL é submetido à apreciação das comissões, onde serão

analisados:

a) os seus aspectos formais (constitucionalidade, juridicidade, redação e técnica

legislativa, além da adequação financeiro-orçamentária do projeto), o que ocorre nas

Comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e de Finanças (ex.: Comissão de Finanças e

Tributação – CFT – da Câmara dos Deputados); e

b) o seu mérito, o que ocorre nas Comissões Temáticas (que pode ser a Comissão de Meio

Ambiente, a Comissão de Defesa do Consumidor, etc.).

Essas comissões são criadas para facilitar a tarefa legislativa na discussão de temas

relacionados a matérias específicas (meio ambiente, direito do consumidor, educação, cultura,

etc.).

Pois bem. Em cada uma dessas comissões, o PL é distribuído para um congressista (o

relator), o qual oferece um parecerpela aprovação ou pela rejeição da matéria. Oferecido o

parecer (que é também considerado como uma proposição legislativa – v. arts. 126 a 130 do

RICD e 211, V, do RISF), será ele (o parecer) discutido e votado em reunião da comissão.

Aprovados os pareceres das comissões, regra geral, será o projetoencaminhado para a

sua discussão e votação no Plenário da Casa Legislativa.

Ocorre que, segundo o art. 58, § 2.º, I, da CF/88, compete às comissões temáticas

―discutir e votarprojeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do

Plenário, salvo se houver recurso de um décimodos membros da Casa‖.

Preste muita atenção: esse dispositivo traz a possibilidade de determinados PLs serem

discutidos e votadosnas próprias Comissões Temáticas, dispensando a deliberação do projeto

pelo Plenário da respectiva Casa.

Isso é o que a doutrina denomina de delegação interna corporis(a delegação externa

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O RICD chama essa regra de ―apreciação conclusiva‖. Repare que cabe ao Regimento

Interno de cada Casa Legislativa estabelecer quais matérias poderão ter suas deliberações

(discussão e votação) delegadas às comissões temáticas, dispensando a apreciação do

Plenário. No RICD, a matéria está regulada nos arts. 24 e 58. No âmbito do RISF, esse

procedimento é denominado de ―deliberação terminativa‖ das comissões (RISF, arts. 49 e

91).

Por fim, não esqueça que a própria Constituição traz uma exceção, determinando que,

nesses casos de delegação interna corporis, cabe recurso de um décimo dos membros da

respectiva Casa.

Ou seja, mesmo quando o regimento permite a delegação interna para as comissões,

cabe recursoassinado por, pelo menos, 1/10 dos membros da respectiva Casa, a fim de exigir

que determinado PL seja obrigatoriamente deliberado pelo Plenário.

4.2.4. Do poder de emenda

No âmbito da deliberação parlamentar, as casas legislativas podem modificar o texto

dos projetos de lei sob seu exame, mediante aprovação de emendas ao projeto original,

apresentadas por seus membros ou comissões parlamentares, nos limites da matéria

disciplinada na proposição inicial.

O art. 118 do RICD conceitua a emenda como a proposição legislativa apresentada

como acessória de outra, considerada principal (ex.: emendas oferecidas a um projeto de lei

ordinária ou complementar).

Aprovados o projeto original e as emendas em uma casa legislativa, o projeto passa a

tramitar com esse novo texto normativo, a ser encaminhado para a sanção ou veto do chefe do

Poder Executivo (CF, art. 66) ou para a deliberação da outra casa, no caso dos legislativos

bicamerais.

4.2.5. Limites ao direito de emendar

Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:

I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o

disposto no art. 166, § 3º e § 4º;

II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos

Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público.

As emendas parlamentares:

a) podem ser apresentadas pelos membros da casa legislativa em que estiver

tramitando a proposição principal, seja esta de iniciativa de congressistas ou de legitimados

extraparlamentares. Por exemplo, enquanto o PL tramitar no Senado Federal, os senadores

podem oferecer emendas a PLs de iniciativa de outros senadores, de deputados, do PGR, etc.;

b) podem ser apresentadas tanto no âmbito das comissões, quanto em plenário, nos

prazos regimentais;

c) devem guardar pertinência com a matéria da proposição legislativa principal (arts.

125 do RICD e 230, I, do RISF).

Por fim, resta-nos analisar os limites impostos pela CF/88 ao direito de emenda

parlamentar.Nesse ponto, o STF admite a apresentação de emenda parlamentar em projetos de

iniciativa legislativa privativa dos demais Poderes, bastando, para tanto que:

1.º)a emenda seja pertinente à matéria do PL.Exemplificando, a emenda não pode

tratar de contribuição de iluminação pública, se o projeto versa sobre o processo eleitoral.

2.º)a emenda não provoque aumento de despesa, nos termos do art. 63 da CF/88. De

acordo com esse artigo da CF, não será admitido aumento de despesa prevista:

a) nos projetos de iniciativa exclusiva do presidente da República, ressalvado o disposto

no art. 166, § 3.º e § 4.º;

Essa exceção se refere às leis orçamentárias e permite que haja emendas

parlamentares que aumentem as despesas na lei orçamentária anual (LOA), desde que

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compatíveis com o plano plurianual (PPA) e com a lei de diretrizes orçamentárias (LDO); ou

na própria LDO, desde que compatíveis com o PPA.

b) nos projetos sobre organização dosserviços administrativos da Câmara dos

Deputados, do Senado Federal, dos tribunais Federais e do Ministério Público.

Respeitando o princípio da separação entre os poderes, os parlamentares não podem

aumentar as despesas previstas nos projetos que envolvem a organização dos serviços

administrativos do Poder Judiciário ou do MP.

A CF proibiu também que os deputados e senadores aumentem a despesa nos projetos

de resolução que tratem da organização dos serviços administrativos de suas próprias Casas

Legislativas.

4.2.6. Votação: aprovação ou arquivamento do PL

Após a fase de discussão, a proposição legislativa é submetida à votação. Tendo em

vista que um projeto de lei pode ser discutido e votado em caráter conclusivo ou terminativo

nas comissões parlamentares, registramos que a fase decisória pode ter lugar no Plenário ou

na própria comissão.

Com a votação, completa-se o turno regimental de discussão e votação (arts. 180 do

RICD e 271 do RISF). Esta só pode ocorrer depois de encerrada aquela, a partir do ―princípio

da separação da discussão e votação‖, pelo qual a fase de votar o projeto depende do

encerramento da discussão e, finda esta, não se pode mais discutir a matéria no ato da

votação.

4.2.7. Modalidades de votação

A votação pode ocorrer sob duas formas: ostensiva (escrutínio aberto ou público) ou

secreta (escrutínio secreto).

Na votação ostensiva, são adotados:

a) o processo simbólico, pelo qual os parlamentares que aprovarem a matéria devem

permanecer como estão e os contrários devem se manifestar, sendo essa modalidade a

utilizada para a votação das proposições em geral;

b) o processo nominal, pelo qual se utiliza o sistema eletrônico (ex.: painel eletrônico)

ou se realiza a chamada um a um dos parlamentares para enunciar o seu voto. O processo

nominal é utilizado para as proposições que exijam quorum qualificado (ex.: lei

complementar) ou quando houver pedido de verificação de votação ou requerimento para a

utilização do processo nominal (arts. 186 e 187 do RICD e 294 do RISF).

Na votação secreta, por sua vez, utiliza-se o sistema eletrônico ou, ainda, o sistema de

cédulas ou de esferas (arts. 188 do RICD e 295 a 297 do RISF). O texto atual da CF/88

concentra as hipóteses de votação secreta na escolha pelo Senado Federal de determinadas

autoridades públicas (art. 52, incisos III e IV), assim como a escolha e a exoneração do

procurador-geral da República antes do término do seu mandato (art. 52, III, IV e XI).

Não obstante, os regimentos internos da Câmara e do Senado estabelecem outros

casos de votação secreta, tais como a suspensão das imunidades parlamentares durante o

estado de sítio e a eleição dos membros da Mesa Diretora (arts. 188 do RICD e 90 do RISF).

Lembremos que a recente Emenda Constitucional n. 76, de 2013, transformou dois

tradicionais casos de votação secreta em aberta. Portanto, atualmente, submetem-se a voto

aberto no Congresso Nacional:

1) a resolução da Câmara ou do Senado que determina a perda do mandato do

parlamentar, a partir da instauração de um processo de cassação (art. 55, § 2.º);

2) a apreciação congressual, em sessão conjunta, sobre o veto do presidente da

República (art. 66, § 4.º).

4.2.8. Resultado da votação: aprovação ou rejeição

Basicamente, são três os resultados possíveis da votação:

1.º) aprovação do PL com emendas parlamentares;

2.º) aprovação integral do PL sem emendas;

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3.º) rejeição do PL.

No âmbito de um Poder Legislativo bicameral, como é o caso do Congresso

Nacional, as aprovações apresentam os seguintes desdobramentos:

a) a Casa Iniciadora que aprova a proposição com ou sem emendas parlamentares

elabora os chamados ―autógrafos de revisão‖

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, a fim de que esse texto seja tomado como

referência para a deliberação da segunda Casa;

b) a Casa Revisora que aprova a proposição sem emendas parlamentares redige os

chamados ―autógrafos de sanção (ou de promulgação)‖, reproduzindo o texto aprovado pela

Casa Iniciadora e não emendado pela Revisora, a fim de remetê-lo ao presidente da República

para efeito de sanção ou veto (CF, art. 66) ou ao presidente do Congresso Nacional para

promulgação, em se tratando de decreto legislativo, o qual não se submete a sanção;

c) a Casa Revisora que aprova a proposição com emendas parlamentares

(apresentadas na deliberação revisional) encaminha estas emendas, juntamente com os

autógrafos procedentes da Casa Iniciadora, a esta Casa, a fim de que sejam apreciadas as

referidas emendas da Casa Revisora, nos termos do art. 65 da CF/88, adiante estudado.

Entenderemos melhor esta última situação, quando da análise do referido dispositivo

constitucional e dos problemas que o sistema legislativo bicameral oferece.

4.2.9. Rejeição e princípio da irrepetibilidade (CF, art. 67)

Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

Ao invés de ser aprovado com ou sem emendas, a proposição legislativa pode ser

rejeitada por alguma das Casas Legislativas do CN.

Assim, seja na Casa Iniciadora, seja na Revisora, se o projeto não alcança o voto

favorável da maioria simples (no caso de leis ordinárias), da maioria absoluta (no caso das

leis complementares) ou da maioria qualificada (no caso das emendas à CF/88 e de algumas

resoluções e decretos legislativos, a exemplo dos arts. 5.º, § 3.º; 51, I; e 52, parágrafo único,

todos da CF/88), a proposição é considerada rejeitada e será arquivada definitivamente.

Nesse caso, aplica-se o art. 67 da CF/88. Esse dispositivo abriga o princípio da

irrepetibilidade, o qual objetiva evitar que o Poder Legislativo receba, ao menos na mesma

sessão legislativa, projetos que há pouco foram considerados inviáveis pelo Parlamento,

obstaculizando, assim, a repetição inútil da deliberação parlamentar.

De acordo com o art. 57, caput, da CF/88, a sessão legislativa ordinária do CN

compreende os períodos de 02/02 a 17/07 e de 1.º/08 a 22/12. É nesse período que o PL

rejeitado não pode ser reapresentado.

A exceção fica por conta da possibilidade de a maioria absoluta dos membros de

qualquer das Casas do CN reapresentar, na mesma sessão legislativa, projeto idêntico ou com

a mesma matéria do PL rejeitado (na Câmara ou no Senado). A justificativa, conforme alerta

Manoel Gonçalves Ferreira Filho, reside na possibilidade de novos argumentos ou de novas

circunstâncias fáticas ou sociais superarem os obstáculos que justificaram a rejeição do PL,

tudo isso a partir de uma decisão da maioria absoluta dos deputados ou dos senadores.

Jurisprudência

1)Não aplicação do princípio da irrepetibilidade pela simples rejeição do substitutivo: ―É de ver-se, pois, que tendo a Câmara dos Deputados apenas rejeitado o substitutivo, e não o projeto que veio por mensagem do Poder Executivo, não se cuida de aplicar a norma do art. 60, § 5.º, da Constituição. Por isso mesmo, afastada a rejeição do substitutivo, nada impede que se prossiga na votação do projeto originário. O que não pode ser votado na mesma sessão legislativa é a emenda

1

Os autógrafos representam um documento oficial em que se reproduz a redação final do PL definitivamente aprovado pela Casa Legislativa (em Plenário ou pela Comissão em tramitação terminativa ou conclusiva), a fim de autenticar, certificar o texto acatado pelo Poder Legislativo (arts. 200 do RICD e 328 a 331 do RISF).

(10)

10

(constitucional) rejeitada ou havida por prejudicada, e não o substitutivo que é uma subespécie do projeto originariamente proposto. Mandado de segurança conhecido em parte, e nesta parte indeferido‖ (STF, MS 22.503/DF).

4.2.10. A Casa Revisora

Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.

Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.

Nos termos do art. 65 da CF/88, o PL aprovado por uma Casa do Congresso, será

revisto pela outra, em um só turno de discussão e votação.

A consequência disso é que na, Casa Iniciadora, o projeto de lei ordinária ou

complementar pode passar por um ou por dois turnos de discussão e votação (a título de

exemplo, nos termos do art. 148 do RICD, o projeto de lei complementar, na Câmara dos

Deputados, submete-se a dois turnos de discussão e votação). Já na Casa Revisora, por

expressa determinação do art. 65 da CF/88, o PL será revisto obrigatoriamente em um só

turno de discussão e votação.

Na Casa Revisora, o projeto de lei será novamente analisado pelas Comissões (de

Constituição e Justiça e Temáticas), discutido e votado, nos mesmos termos analisados nos

tópicos anteriores.

Nessa Casa Revisora, podem acontecer três situações:

1.ª) O PL pode ser rejeitado, quando então será arquivado.

Neste caso, como vimos, o PL somente poderá constituir objeto de novo projeto, na

mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absolutados membros de qualquer

das Casas do Congresso Nacional (CF, art. 67).

2.ª) O PL pode ser aprovado sem emendasou, pelo menos, sem nenhuma emenda que

altere substancialmente alguma de suas normas.

Nessas hipóteses, o PL não precisa voltar à Casa Iniciadora e deve ser encaminhado

ao presidente da República para o fim de sanção ou veto presidencial. Exemplificando, o PL

que receba emendas de redação não teve o conteúdo de suas normas alterado, já que essas

emendas apenas melhoram a sua redação ou técnica legislativa

2

.

3.ª) O PL pode ser aprovado com emenda que altere substancialmente alguma de suas

normas (a exemplo das emendas substitutivas e aditivas).

Nesse caso, o PL deve retornar para a Casa Iniciadora, a qual apreciará

exclusivamente as emendas da Casa Revisora.

É muito importante, caro leitor, que você preste atenção nesse ponto.

Alterado em sua substânciana Casa Revisora, o PL retorna à Casa Iniciadora para

apreciação dessas emendas. E, veja bem, de acordo com a doutrina, a Casa Iniciadora aprecia

apenas as emendas da Casa Revisora.

A partir desse entendimento, a Casa Iniciadora poderá:

a) aprovar tais emendas, quando então o PL será enviado ao presidente da República

com as modificações propostas pela Casa Revisora; ou

b) rejeitá-las, sem a possibilidade de apresentação de subemendas às emendas da

Casa Revisora.

Nesse caso, caro aluno, veja que curioso: o PL será encaminhado ao presidente da

República com a redação dada pela Casa Iniciadora, já que as emendas da Casa Revisora

foram rejeitadas!

Observe que isso provoca uma nítida predominância da Casa Iniciadora sobre a

Revisora no âmbito do processo legislativo ordinário, pois, no caso de a Iniciadora rejeitar as

2

Essa é a jurisprudência do STF, a saber: ―LC 101/2000. Vício formal. Inexistência. O parágrafo único do art. 65 da CF só determina o retorno do projeto de lei à Casa iniciadora se a emenda parlamentar introduzida acarretar modificação no sentido da proposição jurídica‖ (STF, ADI 2.238‑MC).

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11

emendas apresentadas pela Revisora, aquela encaminhará o ―seu texto‖ ao chefe do

Executivo, para fim de sanção ou veto.

Analisada a deliberação parlamentar, passemos ao exame da deliberação executiva

(sanção ou veto presidencial), para concluir o estudo do processo legislativo ordinário com a

fase complementar (promulgação e publicação da lei).

4.2.11. Deliberação executiva (sanção ou veto presidenciais)

Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.

§ 1.º – Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.

§ 2.º – O veto parcial somente abrangerá texto integralde artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.

§ 3.º – Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará sanção.

§ 4.º – O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores (Redação da Emenda à Constituição n. 76, de 2013).

§ 5.º – Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da República.

§ 6.º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4.º, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final.

§ 7.º – Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República, nos casos dos § 3.º e § 5.º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.

Ainda no âmbito da fase constitutiva do processo legislativo ordinário, temos a

deliberação executiva, que ocorre por meio da sanção ou do veto do presidente da República

(chefe do Poder Executivo federal).

Com efeito, após a aprovação em definitivo do PL pelo Congresso Nacional, a Casa

que por último apreciou o projeto o encaminha ao presidente da República (PR) em

―autógrafos‖ (que é o documento formal que reproduz o texto aprovado pelo Legislativo).

Recebido o PL, o presidente da República poderá, então, vetá-lo ou sancioná-lo, nos termos

do art. 66 da CF/88.

4.2.11.1. Sanção presidencial

A sanção é a concordância do PR com o texto do PL, o que se dá, em regra, pela mera

assinatura do presidente da República no projeto. Com ela, unem-se as duas vontades, a do

Legislativo e a do Executivo, necessárias à formação da lei. Inclusive, é a sanção (ou a

derrubada do veto – art. 66, § 4.º, da CF) que transforma o projeto de lei aprovado pelo Poder

Legislativo em lei, i.e., até a sanção, temos um projeto de lei; após a sanção (ou a derrubada

do veto), termina a fase constitutiva e já temos uma lei pronta para ser promulgada e

publicada. A fórmula consagrada para exprimir a sanção solene é: ―O

PRESIDENTEDAREPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono

a seguinte Lei‖.

 Quais as autoridades públicas que podem sancionar uma proposição legislativa?

A sanção, no Brasil, é ato privativo dos chefes do Poder Executivo (PR, governadores

e prefeitos). Se ele a nega, a proposição até pode ser promulgada por outra autoridade (CF,

art. 66, § 7.º), mas não sancionada por quem não chefia o Poder Executivo.

 No caso de um PL com vício de iniciativa legislativa ser sancionado pelo presidente

da República, essa sanção supre o vício de iniciativa do PL?

(12)

12

Não. De acordo com a jurisprudência consolidada do STF, a sanção do presidente da

República não supre eventual vício de iniciativa, ainda que o projeto de lei trate de matéria de

iniciativa exclusiva do próprio PR.

4.2.11.2.Veto presidencial

O veto, por sua vez, é um mecanismo de checksandbalances, pelo qual o chefe do

Poder Executivo discorda total ou parcialmente do PL aprovado pelo Legislativo, no prazo de

quinze dias úteis contados do seu recebimento. Para José Afonso da Silva, o veto é a ―sanção

negativa‖, i.e., a face negativa da sanção.

De acordo com o emérito constitucionalista paulistano, o veto tem origem no

pensamento de Montesquieu, o qual não concordava com a possibilidade de o monarca

participar do processo legislativo pela faculdade de estatuir (o que, inclusive, inspirou a

Constituição dos EUA de 1787 a não conferir ao presidente da República a iniciativa das

leis), mas permitia que ele participasse do processo legislativo pela faculdade de impedir, de

modo absoluto,PLs abusivos.

No Brasil, contudo, não prevaleceu a concepção de Montesquieu de que o veto traria

um impedimento absoluto ao PL, mas a versão norte-americana do veto, pela qual este

assume um caráter relativo e superável que apenas suspende a transformação do PL em lei até

que haja nova deliberação do Poder Legislativo, aceitando-o ou rejeitando-o por maioria

qualificada. Veremos as características do veto, nos termos do art. 66 da CF, em sala de aula.

4.3. Fase complementar: a promulgação e a publicação

A fase complementar do processo legislativo ordinário finaliza o processo de

elaboração das leis ordinárias e é formado por dois atos contínuos: a promulgação e a

publicação. Vejamos cada um deles.

4.3.1. Promulgação

No dicionário Houaiss da língua portuguesa, encontramos que promulgar significa

―tornar publicamente conhecido‖, ―dar a saber‖. Na fase da promulgação, torna-se conhecido

o texto da lei que foi sancionadopeloPR ou que foi vetado e teve o veto derrubado pelo CN.

Em verdade, a promulgação não passa de um atestado de que uma nova lei acaba de

surgir no ordenamento jurídico (atestado de existência) e, portanto, deve ser obedecida por

todos (ordem para que a lei seja executada).

Segundo a melhor doutrina, a promulgação não passa de um comunicado de ordem

administrativa, realizado pelas mais altas autoridades brasileiras e posteriormente publicado

no Diário Oficial, pelo qual se transmite a presunção iuris tantum (até que o Poder Judiciário

declare a inconstitucionalidade da lei) de que o ato legislativo foi feito de modo regular, a

partir das exigências constitucionais e regimentais, e está apto a produzir todos os seus efeitos

jurídicos, evitando, assim, que qualquer pessoa se escuse de sofrer as consequências

normativas contidas na lei.

Na maioria dos casos, a promulgação de uma lei ocorre por meio da seguinte fórmula:

―O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu

sanciono a seguinte Lei:‖.

Registre-se, por fim, que a promulgação é uma imposiçãoàautoridade por ela

responsável, uma vez finalizado o processo de formação da norma jurídica. Daí não ser este o

momento para verificar a sua regularidade ou sanar eventuais vícios do processo legislativo,

tendo em vista que a promulgação não pode ser negada e deve ser levada a cabo, ainda que

paire qualquer dúvida sobre a constitucionalidade formal ou material da lei.

4.3.2. Publicação

No momento em que o texto da lei é promulgado, ordena-se a sua publicação, que

nada mais é do que a divulgação do texto promulgado no Diário Oficial. Inclusive, quem

promulga o PL é quem ordena a sua publicação.

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A publicação é uma comunicação dirigida a todos, com o objetivo de tornar pública a

existência da lei e do seu conteúdo. Ela impede que se alegue a ignorância da lei e marca o

momento em que a legislação começa a vigorare, consequentemente, obrigar a todos.

É por isso que toda lei possui, como último artigo, a chamada ―cláusula de vigência‖,

que geralmente determina: ―Esta lei entra em vigor na data de sua publicação‖, a evidenciar

que a publicação marca o momento da vigência da lei.

É possível que a lei estabeleça um período de vacância (vacatio legis), ao determinar

que a sua vigência ocorra apenas alguns dias após a sua publicação (ex.: esta lei entra em

vigor após decorridos dez dias de sua publicação oficial).

A vacatio legis, portanto, é o período que medeia entre a publicação e a vigência de

uma lei. Seu objetivo é proporcionar um intervalo de tempo razoável para que as pessoas

tomem efetivo conhecimento da norma, tendo em vista que a população não possui o costume

de ler o diário oficial no seu café da manhã!

QUESTÕES DE CONCURSOS ANTERIORES

1. (CESPE 2011 AL/CE Analista Legislativo Direito) Lei de criação de autarquia estadual pode ser proposta e encaminhada por iniciativa de deputado estadual.

2. (CESPE 2011 AL/ES Técnico Legislativo- ADAPTADA) O processo legislativo ordinário destina-se à elaboração de leis ordinárias, de leis complementares e de leis delegadas.

3. (CESPE.Juiz.TRF1.2009-Adaptada) De acordo com a CF, pelo procedimento legislativo abreviado, as comissões, em razão da matéria de sua competência, podem discutir e votar projeto de lei que dispense, na forma regimental, a competência do plenário.

4. (CESPE.Juiz.TRF1.2009-Adaptada) Quando o veto presidencial abarcar todo o projeto de lei, o Congresso Nacional não poderá promover a rejeição parcial desse veto.

5. (CESPE.Analista.MJ.2013) Se, por iniciativa de um deputado federal, o Congresso Nacional aprovar lei ordinária que insira dispositivo legal no texto da Lei n.º 8.112/1990, para criar gratificação destinada a remunerar todos os servidores públicos que exerçam atividade em região de fronteira, o presidente da República deverá sancionar a referida lei ordinária, tornando-a vigente a partir da sua publicação, já que ela se encontra em conformidade com a Constituição Federal.

6. (CESPE - 2009 - PC-RN - Escrivão de Polícia Civil) A casa legislativa que concluir a votação enviará o projeto de lei ao presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará. Decorridas 48 horas, o silêncio do presidente importará sanção.

7. (CESPE - 2010 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) – Juiz - Adaptada) A CF veda a iniciativa popular para desencadear processo legislativo destinado à edição de lei complementar.

8. (CESPE.Juiz.TJCE.2011) A iniciativa de leis em matéria tributária, por ter repercussão direta no orçamento do ente federado, é privativa do chefe do Poder Executivo.

9. (CESPE.Procurador.AGU.2010) Pelo voto da maioria absoluta dos deputados e senadores, o veto presidencial a projeto de lei poderá ser rejeitado. Em tal hipótese não haverá mais a participação do presidente da República no processo legislativo, já que a subsequente promulgação ficará a cargo do presidente do Senado Federal.

10. (CESPE.AGU.2012) A competência para votar os projetos de lei é, em regra, dos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, mas as mesas diretoras das respectivas casas podem, mediante decreto legislativo, outorgar às comissões permanentes, em razão da matéria de sua competência, a prerrogativa de discutir, votar e decidir as proposições legislativas.

11. (CESPE.Diplomata.IRB.2012) A iniciativa das leis complementares e ordinárias pode ser exercida tanto por parlamentares quanto por comissões da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do

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Congresso Nacional, pelo presidente da República, pelo STF e tribunais superiores, pelo procurador-geral da República e por cidadãos, na forma e nos casos previstosna CF.

12. (Cespe.Juiz.TJ.PI.2011) A promulgação é entendida como o atestado de existência da lei; desse modo, os efeitos da lei somente se produzem depois daquela.

13. (Cespe.Juiz.TJ.PI.2011) A promulgação e a publicação da lei são sempre atos conjuntos e devem ocorrer de forma simultânea.

14. (CESPE.Juiz.TRF5.2011-Adaptada) Apesar de não admitir o veto presidencial tácito, a CF admite o denominado veto sem motivação, resguardando ao presidente da República a prerrogativa de simplesmente vetar, sem explicar os motivos de seu ato.

15. (CESPE.Juiz.TRF3.2011) A matéria constante de projeto de lei rejeitado poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

16. (CESPE.Juiz.TJAC.2011) Como regra, os projetos de lei, assim como as propostas de emenda à CF, são submetidos a dois turnos de discussão e votação.

17. (CESPE.Juiz.TJAC.2011) Não se admite, nos projetos que versam sobre a criação e extinção de ministérios e órgãos da administração pública, emenda parlamentar que gere aumento da despesa prevista.

18. (CESPE.Juiz.TJ.ES.2011-Adaptada) A CF veda, completamente, a apresentação de emendas parlamentares que representem aumento das despesas a projetos de lei de iniciativa exclusiva do chefe do Poder Executivo.

19. (CESPE.Juiz.TJ.ES.2011-Adaptada) A criação de cargos e funções na administração direta e autárquica, assim como o aumento da sua remuneração, somente pode ocorrer mediante lei de iniciativa do presidente da República ou do Congresso Nacional.

20. (CESPE.Analista.Processual.MPU.2010) Como decorrência do princípio da simetria e do princípio da separação dos poderes, as hipóteses de iniciativa reservada ao presidente da República, previstas na Constituição Federal, não podem ser estendidas aos governadores.

21. (CESPE.Analista.MJ.2013) O processo legislativo compreende a elaboração, entre outros atos normativos, das leis delegadas, das resoluções e das medidas provisórias.

22. (CESPE.Analista.MPU.2013) Promulgação é ato que incide sobre projeto de lei, transformando-o em lei e certificando a inovação do ordenamento jurídico.

23. (CESPE - 2012 - PC-CE - Inspetor de Polícia – Civil) Em função do sistema de distribuição de competências legislativas criado pela CF, há nítida superioridade hierárquica das leis federais sobre as estaduais.

24. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista - Técnico em Material e Patrimônio) O processo legislativo compreende a elaboração de emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas e medidas provisórias. Os decretos legislativos e as resoluções — que tratam de matérias de competência privativa do Senado Federal e da Câmara dos Deputados — são considerados atos internos do Poder Legislativo, que não necessitam de sanção presidencial e, portanto, não compõem o processo legislativo.

25. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista - Técnico em Material e Patrimônio) São de iniciativa privativa do presidente da República as leis que disponham sobre normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos estados, do Distrito Federal e dos territórios.

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26. (CESPE. Analista.TJDFT.2013) A matéria constante de projeto de lei rejeitado no Congresso Nacional só pode ser objeto de novo projeto, na mesma legislatura, mediante proposta assinada pela maioria absoluta dos membros de qualquer uma das Casas.

27. (CESPE - 2008 – OAB) Havendo veto do presidente da República a um projeto de lei, este será submetido a votação inicialmente na Câmara dos Deputados, e, se o veto for mantido, será então enviado ao Senado Federal.

28. (CESPE.Juiz.TRF2.2013) Nos casos em que o presidente da República, transcorrido o prazo de quinze dias úteis do recebimento de projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, não se manifestar expressamente no sentido de sancionar ou de vetar o projeto, ocorrerá a sanção tácita, que terá como fase seguinte a promulgação da lei.

29. (CESPE.Agente.PC.AL.2012) O processo legislativo ordinário ou comum, caracterizado pela sua maior extensão, é o que se destina à elaboração das leis ordinárias e das leis complementares.

30. (CESPE - 2007 - TJ-TO – Juiz) Com relação ao processo legislativo, na forma da jurisprudência do STF, assinale a opção correta.

a) A sanção presidencial ao projeto de lei de iniciativa parlamentar sobre matéria que demanda iniciativa privativa do presidente da República supre a inconstitucionalidade formal inicial desse projeto.

b) A matéria restrita à iniciativa do Poder Executivo não pode ser regulada por emenda constitucional de origem parlamentar.

c) Lei estadual que conceda isenção tributária é de iniciativa privativa do governador.

d) Observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, a remuneração dos servidores públicos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário é matéria reservada à iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo.

31. (CESPE - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO – Juiz) O processo legislativo envolve a elaboração de várias espécies normativas, entre as quais se incluem as leis delegadas, as medidas provisórias, os decretos e os regulamentos.

32. (CESPE.Analista.CD.2012) A matéria constante de projeto de lei rejeitado não pode constituir objeto de novo projeto na mesma sessão legislativa.

33. (CESPE/Técnico.TCE.TO.2008) Não haverá vício formal em projeto de lei ordinária, de iniciativa parlamentar, que vise disciplinar a aposentadoria dos servidores públicos.

34.(CESPE/OAB-SP exame n. 135/2008) São de iniciativa privativa do presidente da República as leis que disponham sobre criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta. 35.(CEPE.TC-DF.Procurador.2013)Os projetos de lei de iniciativa reservada, como os que dispõem sobre a organização dos serviços administrativos dos tribunais federais e do MP, não admitem a apresentação de emenda parlamentar.

36. (CESPE/OAB-SP exame no 135/2008) São de iniciativa privativa do presidente da República as leis que disponham sobre normas gerais para a organização do Ministério Público e do Poder Judiciário dos estados, do Distrito Federal e dos territórios.

37. (CESPE - 2011 - TJ-PB – Juiz) O veto que o presidente da República apõe a projeto de lei pode ser total ou parcial, devendo, neste caso, abranger texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.

38. (CESPE - 2005 - TRT-16R - Analista Judiciário - Área Judiciária) São de iniciativa privativa do presidente da República as leis que disponham sobre a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como as normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos estados, do DF e dos territórios.

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39. (CESPE - 2005 - TRT-16R - Analista Judiciário - Área Judiciária) Terão início no Senado Federal, por ser considerada a Câmara Alta, as discussões e votações dos projetos de lei de iniciativa do presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores.

40. (CESPE.Papiloscopista.PC.TO.2008) Se o veto for apreciado pelo Congresso Nacional no prazo de quinze dias a contar de seu recebimento, ele só poderá ser rejeitado pelo voto de dois terços dos deputados e senadores.

41. (CESPE - 2011 - PC-ES – Delegado) A iniciativa para elaboração de leis complementares e ordinárias constitui exemplo da denominada iniciativa concorrente.

42. (CESPE - 2010 - DPU - Defensor Público) Considere que o chefe do Poder Executivo tenha apresentado projeto de lei ordinária que dispõe sobre a remuneração de servidores públicos. Nesse caso, não se admite emenda parlamentar ao projeto para aumento do valor da remuneração proposto. (Texto para as questões 43 e 44) Considere-se que o presidente da República tenha vetado integralmente um projeto de lei, que retornou ao Congresso Nacional, com as razões do veto. Nessa situação, é correto dizer que,

43. (CESPE.Papiloscopista.PC.TO.2008) Se o veto não for mantido, o projeto de lei será enviado, para promulgação, ao presidente da República, que, nesse caso, não poderá mais optar por sancioná-lo ou novamente vetá-lo.

44. (CESPE.Papiloscopista.PC.TO.2008) Se o veto for mantido, o projeto de lei será arquivado, não havendo possibilidade de esse mesmo veto ser reanalisado por parte do Poder Legislativo.

45. (CESPE - 2010 - AGU – Procurador) Nos projetos orçamentários de iniciativa exclusiva do presidente da República são admitidas, em caráter excepcional, emendas parlamentares que impliquem aumento de despesas.

46. (CESPE Analista Jud Área Adm TRE MT 2010) Decorrido o prazo de quinze dias para o exame do projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, o silêncio do presidente da República importará veto, em razão da impossibilidade de ocorrer sanção tácita.

47. (CESPE.TCE/PB/2006) O Presidente da República vetou determinado projeto de lei ordinária de iniciativa do Senado Federal, por entendê-lo contrário ao interesse público. Entretanto, o veto foi rejeitado e a lei enviada ao Chefe do executivo federal que, se não promulgá-la dentro do prazo de a) 5 (cinco) dias, o Presidente da Câmara dos Deputados a promulgará e, se este se omitir, caberá ao Presidente do Senado fazê-lo no mesmo prazo.

b) 15 (quinze) dias, ocorrerá a promulgação tácita e com eficácia imediata.

c) até 30 (trinta) dias, caberá ao Vice-Presidente da República fazê-lo dentro de igual prazo.

d) 48 (quarenta e oito) horas, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.

e) 72 (setenta e duas) horas, será processado, perante o Congresso Nacional, por crime de responsabilidade.

48. (CESPE/Analista - TCE-TO/2008) A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de emenda à Constituição subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco estados, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles.

49.(CESPE/AGU/2009) Não há veto ou sanção presidencial na emenda à Constituição, em decretos legislativos e em resoluções, nas leis delegadas, na lei resultante da conversão, sem alterações, de medida provisória.

50. (CESPE - 2009 - TCE-AC - Analista de Controle Externo) Segundo a CF, emenda constitucional disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.

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51.(TRF2/2007- Adaptada) O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.

52. (CESPE.Analista.CD.2012)Via de regra, em cada Casa do Congresso Nacional, assim como nas suas comissões, estando presente a maioria absoluta de seus membros, as deliberações serão tomadas por maioria dos votos.

53. (FGV.DPE-RJ.Técnico Médio de Defensoria Pública.2014)O processo legislativo é o conjunto de regras procedimentais tendentes a regulamentar a elaboração das espécies normativas. A soberania popular é exercida de várias formas, como através da iniciativa popular. Sobre o instituto, a Constituição Federal prevê

a)que a iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento da população nacional.

b)que a iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, cinco por cento do eleitorado nacional.

c)somente a iniciativa popular em nível federal, razão pela qual não é possível em âmbito estadual e municipal, pois em matéria de processo legislativo, a competência para legislar é da União, nos limites previstos na Constituição.

d)somente a iniciativa popular em nível federal, e a omissão sobre a possibilidade de iniciativa popular em nível estadual e municipal não significa a impossibilidade de tal ocorrer, pois as Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais podem dispor sobre a matéria, pelo princípio do paralelismo ou simetria.

e)a possibilidade de iniciativa popular em âmbito municipal, através de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, com manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado.

54. (FGV.Fundação Pró-Sangue.Advogado.2013) O Deputado Federal "X" apresenta projeto de lei regulamentando a doação, alienação e demais atividades relacionadas ao corpo humano, matéria considerada de Direito Civil. Tal disciplina pode ser veiculada por meio de lei ordinária. Essa espécie normativa, prevê a Constituição Federal da República Federativa do Brasil, é de iniciativa:

a)exclusiva do Presidente da República.

b)privativa do Presidente do Supremo Tribunal Federal. c)de qualquer parlamentar do Congresso Nacional. d)privativa do Procurador-Geral da República. e)de qualquer parlamentar de Assembleia Legislativa.

55. (FGV.TJ-AM.Juiz.2013-Adaptada)Nos projetos de leis submetidos à iniciativa exclusiva do Presidente da República, a apresentação de emendas deve guardar pertinência com o objeto do projeto de lei apresentado, sob pena de usurpação indireta da iniciativa atribuída com exclusividade.

56. (CESPE.TC-DF.Analista Adm.TI.2014)O veto do presidente da República a projeto de lei será apreciado em sessão unicameral, somente podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos congressistas.

57. (CESPE.Câmara dos Deputados.Analista Legislativo.2014)Um deputado federal apresentou projeto que aborda matéria tributária de interesse da União, posteriormente convertido em lei, e, após alguns meses de vigência, foi ajuizada ação direta de inconstitucionalidade (ADI) por vício formal e material perante o Supremo Tribunal Federal (STF), por um partido político com representação no Congresso Nacional.Com base nessa situação hipotética, julgue o item a seguir à luz do disposto na CF e da jurisprudência do STF.

Tendo havido sanção expressa, é desnecessário o debate acerca de eventual defeito de iniciativa, já que este, mesmo existente, restaria convalidado pela anuência presidencial.

58. (CESPE.Câmara dos Deputados.Analista Legislativo.2014)A CF admite que se modifiquem, por meio de emendas parlamentares, projetos de lei elaborados pelo chefe do Poder Executivo no exercício de sua iniciativa reservada, mas veda, por inteiro, as emendas que ensejem aumento de despesa pública.

Referências

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