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I – Contextualização dos Princípios

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Academic year: 2019

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Terapia Psicomotora Institucional e Clinica

Felismar Manoel, Fisioterapeuta, Doutor em Ciência da Religião, Mestre em Motricidade Humana, Especialista em Docência Superior, Formação em Psicomotricidade Sistêmica, Formação em Psicanálise Clinica. Professor Adjunto I na Unigranrio, Bacharel em Filosofia e Bacharel em Teologia - Duque de Caxias, RJ, Brasil. 2016

I – Contextualização dos Princípios

1.0 – Contextualização e Princípios

1.1 - A Resolução COFFITO 80, do Egrégio Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, considera a fisioterapia como ciência aplicada, que tem como objeto de estudos o movimento humano em todas as suas formas de expressão e potencialidades, tanto nas alterações patológicas, quanto nas suas repercussões psíquicas e orgânicas, com objetivos de preservar, manter, desenvolver ou restaurar a integridade de órgãos, sistemas ou funções; preconiza o processo terapêutico em fisioterapia lançando mão de conhecimentos e recursos próprios, com os quais, e baseado nas condições psíquicas, físicas e sociais, buscar a promoção, proteção, aperfeiçoamento ou adaptação do individuo a uma melhor qualidade de vida, através da relação terapêutica.

A Sociedade Brasileira de Psicomotricidade define a psicomotricidade como uma ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito, cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.

1.2 - O francês Jean Le Boulch, educador físico, médico e psicólogo criou em 1966 o Método da Psicocinética que propõe uma ciência do movimento aplicada ao desenvolvimento humano. Sua proposta é de uma educação pelo movimento no contexto das ciências da educação. Defendeu uma Educação Física científica com objetivos e métodos claramente definidos (propostos na França em 1947).

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para viver sua motricidade em consonância com suas representações mentais.

Le Boulch preconiza que o desenvolvimento psicomotor na infância faz a organização psicomotora; na pré adolescência e adolescência, faz a regulação dos fatores psicomotores cognitivo, afetivo e motor; e na fase adulta os componentes da conduta. Sua metodologia pode ser aplicada, tanto na área da educação como na área da saúde, sendo às vezes interpretada a psicocinètica como uma abordagem científica e a psicomotricidade como uma abordagem prática. Na ciência da motricidade humana, conforme a concebe Manuel Sergio ( ), as duas abordagens se incluem.

1.3 – O ser humano, conforme pontua Manuel Sergio da Vieira Cunha (CUNHA,1994 ) , é um ser carente do mundo, no qual ele realiza o seu projeto de vida, através da motricidade que emerge da sua corporeidade. Neste contexto entra em cena o corpo próprio com suas memórias, suas marcas, suas contingências, subjetividades, idiossincrasias.

O corpo próprio ocupa um lugar no cenário existencial, sendo o papel da corporeidade, manifestá-lo neste mundo, no qual ele existe enquanto ser, agindo, interagindo, produzindo culturas modificadoras do mundo, às quais ele internaliza via motricidade, imergindo-a na corporeidade, desempenhando as funções de ator e espectador, como sujeito e objeto de seus fazeres.

Essas funções do ser humano como sujeito e objeto, ator e espectador nos cenários da vida e existência, mediatizadas pelo corpo próprio, se revelam na corporeidade, atreladas aos afetos e históricos afetivos do individuo, com repercussões na cognição, na vida afetiva e nas funções executivas do desempenho na vida prática, portanto em manifestações sistêmicas na totalidade da experiência existencial humana.

II – Referenciais Teóricos

2.0 –Alguns Referenciais Teóricos

2.1 - HEINSIUS, Ana Maria - Na visão de HEINSIUS (2010) a psicomotricidade se interessa pela construção do corpo , na integração motora-instrumental, emocional-afetiva e práxico-cognitiva:

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marcas inconscientes ; e o conhecimento do corpo próprio e seus alcances no tempo e no espaço.

Trata-se aqui do corpo subjetivado, construído em um tempo e em um espaço sociocultural, que traz as marcas, memórias, lembranças, elaboradas pelo sujeito na sua história de vida, graças aos seus potenciais biológicos.

Um corpo subjetivado se constrói nas fases do desenvolvimento humano, existindo diferentes referenciais teóricos para tal desenvolvimento. Vamos tomar aqui as visões evolutivas de Wallon (1980) nas suas abordagens de Psicologia Genética.

2.2 - WALLON, Henry - Pode-se compreender essa evolução na sucessão dos estágios, impulsivo-emocional, quando predomina a emoção e a construção do Eu, no primeiro ano de vida; o sensóriomotor – projetivo -na construção do mundo através da cognição, do segundo ao terceiro ano de vida; o personalista, também através da emoção e construção do Eu, dos três aos cinco anos; o categorial, na fase escolar, também através da cognição e da relação com o mundo; e finalmente com a reestruturação do Eu sob a regência da emoção na puberdade e adolescência.

2.3 - PIAGET, Jean - Outro teórico é Piaget (1975), que também em sua psicologia genética, trabalha a questão do desenvolvimento da criança. Focando três tipos de esquemas: sendo o esquema de ações; o esquema de objetos; e o esquema de relações.

O indivíduo interage com o meio, produzindo a adaptação; a adaptação se faz na assimilação e acomodação, produzindo a ação; a ação faz trocas constantes com o esquema motor, produzindo as estruturas mentais.

Assim, a criança nasce com os reflexos neonatais, estes dando lugar mais tarde aos movimentos voluntários. Lá pelos seis meses de vida surgirá o período sensório-motor; surge depois o período pré-operatório em torno dos dois anos; em seguida as operações concretas mais ou menos aos seis ou sete anos; mais tarde, surge a fase da adolescência, dando lugar às operações formais.

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Vygostiky traz à tona a noção da Zona do Desenvolvimento Proximal (ZDP), sendo esta uma área cerebral de troca de informações em uma relação intersubjetiva, onde os participantes compartilham uma mesma tarefa, dinamizando o desenvolvimento de áreas cerebrais próximas das áreas que são gerenciadoras do conhecimento já existente, possibilitando assim, ampliar a irrigação sanguínea de tais áreas cerebrais e consequentemente ampliar também a sua funcionalidade melhorando a aprendizagem e ampliando o conhecimento.

2.5 - LURIA - Outro autor que fornece subsídios importantes para a prática psicomotora é Luria (1973), com o seu conceito das três unidades funcionais do cérebro. Nesse modelo, faz-se um enfoque neuropsicológico das funções cerebrais:

A primeira unidade com as funções de regulação tônica, de alerta e dos estados mentais, principalmente a nível do tronco encefálico e regiões sub-corticais; a segunda unidade com as funções de recepção, análise e armazenamento de informações, principalmente as regiões ociptal e temporal superior; e a terceira unidade, de programação, regulação e verificação da atividade, principalmente à frente do sulco central, formando os lóbulos frontais, incluindo a região pré central e a região frontal, como bem pontua Vitor da Fonseca (1995).

2.6 – MANUEL SERGIO da Vieira Cunha - A Ciência da Motricidade Humana – A ciência da motricidade humana, tal como a concebeu Manuel Sergio da Vieira Cunha (Cunha, 1994 ), naturalmente valendo-se de contribuições de outros saberes, pesquisadores e cientistas, valoriza a questão da intencionalidade operante do sujeito que age na produção dos seus movimentos, neste caso ficando o movimento voluntário caracterizado por um perfil neuropsiquicomiocinético. Assim. Vale-se do enfoque desta ciência como referencial teórico para a abordagem, avaliação e tratamento dos fenômenos observados no baixo rendimento de tarefas diversas na área do ensino e aprendizagem e comportamental existencial.

Sabe-se que os aspectos neurais são importantes para a formação da mente e do aparelho psíquico, mas que esta elaboração depende dos estímulos físicos e sócio culturais do ambiente onde se desenvolveu a pessoa, agregando aspectos afetivos, existenciais, nutricionais entre outros, da sua história de vida.

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expertises e performances existenciais, sob o enfoque da psicomotricidade, tanto institucional quanto clínica.

2.7 – A Questão do Inconsciente Freudiano – As Fases do Desenvolvimento da Consciência segundo Yves Leloup

O corpo é o continente onde o individuo existe e se afirma enquanto ser e pessoa, estando impressas nele as suas marcas existenciais e de singularidade. O corpo próprio é a via de manifestação do ser humano no mundo, constituindo-se assim em corporeidade. Existe uma relação entre o Corpo e os Estados de Consciência que orienta as diferentes "escutas" da corporeidade humana.

A Antropologia Essencial de Jean-Yves Leloup (O Corpo e Seus Símbolos, 2010), oferece uma escala do desenvolvimento da consciência relacionada com as variações das faixas etárias, considerando também a consciência inconsciente da visão freudiana..

Observa o autor que a consciência pode ser comparada como uma escada, onde os degraus superiores se apoiam nos degraus inferiores, exigindo que esses primeiros degraus sejam solidamente construídos, para dar suporte e sustentação aos degraus superiores. Assim também é a consciência, em que suas fases superiores na vida adulta, irão depender da boa formação dos estágios inferiores da infância, para que tenham uma saudável manifestação durante a vida em forma de saúde mental e psíquica.

O desenvolvimento da consciência vai desde a consciência intrauterina pré pessoal até a abertura à consciência transpessoal, possibilitando as diversas ressonâncias registradas no corpo como memórias corporais. Assim:

A – Consciência Matricial - O primeiro local de memória corporal é a intrauterina, quando passivamente registra-se as vivências da mãe, configurando as memórias arcaicas, formando a consciência matricial.

B – Consciência Oral - Com o nascimento (um evento traumático para a criança), o bebê entra em relação com outro corpo, procurando a fusão e a unidade que ele acaba de perder. Época da educação para a formação de vínculos durante a vida toda. Surge a consciência oral. Tudo o que gira com nossa oralidade deve ser observado, também deixando marcas que podem influenciar a vida toda.

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suas fezes); essa constitui a fase da consciência anal, voltada para a aprendizagem da limpeza e cuidados com a corporeidade pessoal, também podendo deixar marcas para a vida adulta.

D – Consciência Genital - A seguir vem a descoberta de nosso ser sexuado, quando surge a consciência genital, podendo esta ser fonte de felicidade na vida adulta, identificando-se e aceitando-se na sexualidade que se tem, ou fonte de dificuldade não se identificando ou não se aceitando na sexualidade que se é, também com marcas para a vida adulta.

== INCONSCIENTE PSICANALÍTICO Domínios do Id, das Pulsões Instintivas - Essas quatro etapas anteriores, na visão freudiana, tem importância fundamental na formação do inconsciente psicanalítico, com as cargas energéticas do Id, do mundo dos desejos, a procura de expressão no mundo da realidade, que quando encontrarem as contra realizações em consequência das interdições do superego, produzirão os recalques.

E – Consciência Familiar - Ao crescer, mais ou menos a partir da idade escolar, surge a consciência familiar assimilando os valores e símbolos da cultura dos pais e do meio, quando se corresponde à imagem que nossos pais fazem de nós, da qual, às vezes é difícil sair.

F – Consciência Social - Na sequência, geralmente na fase da pré-adolescência, surge a consciência social, o topo da escada na visão freudiana, pois se houver um desenvolvimento sem medo, poderá gerar uma boa adaptação à vida sexual e/ou do trabalho, estando bem integrado a sociedade.

Pode-se considerar que a consciência social é o reino do eu, do ego bem adaptado ao cenário sociocultural; acontece entretanto que, se tal sociedade for uma sociedade "doente" em sua forma de ser e agir, faz com que a pessoa nela formada seja psiquicamente não saudável, incorporando as más influências dessa sociedade.

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interditos esses que formarão os recalques geradores dos sintomas neuróticos.

G –CONSCIÊNCIA DO EGO AUTÔNOMO - Nem sempre a consciência social do ego bem adaptado é sinal de saúde, pois se a sociedade estiver "doente", essa adaptação também será doentia, surgindo a necessidade interior de libertar-se dessa imagem social, conquistando uma consciência do ego autônomo, importante na consolidação da singularidade e identidade da pessoa, tanto a identidade de gênero, quanto a identidade sociocultural e religiosa, expressando-se nas idiossincrasias e subjetividades pessoais.

H – CONSCIÊNCIA DO SELF - Nas vivências da consciência autônoma, através das crises e pressões da existência do indivíduo, ele poderá perceber que, mesmo a afirmação do ego autônomo sendo boa, não é ela o objetivo principal da sua vida, descobrindo a consciência do self, a consciência da Verdade, a consciência da Vida, sintonizando-se com ideais e sentimentos que animam a sua vida pessoal, o seu "si mesmo" autêntico, harmonizando-se com a sua verdade, geralmente através de medos, de recusas, ou com a ajuda dos terapeutas, ou ainda dos ministros das religiões.

== SELF VERDADEIRO – Domínio da Consciência Consciente - Na visão freudiana, o ego verdadeiro deverá ser formado libertando-se das pressões intrigantes do Id e do Superego, para dar lugar a um Eu equilibrado manifestado no self verdadeiro.

I – CONSCIÊNCIA TEANTRÓPICA – Domínios da Consciência “Além do Medo e do Desejo” - Há ainda a possibilidade de surgir outra etapa (ou até outras etapas) de difícil definição. Trata-se da consciência theantrópica

(de Theos = Deus e Antropos = ser humano), sendo uma consciência além do medo e do desejo, pois em algum lugar dentro de cada um de nós, sempre haverá esse estado de não-medo, não-cobiça, própria da transcendência e auto transcendência; mas haverá também a pulsão sexual, o medo da doença, o medo da decomposição. Em nós, todas essas consciências estão sempre presentes enquanto memórias corporais.

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corpo-mente, soma-psiqué, já que o ser humano é integral), pois elas compõem a nossa memória corporal ontogenética.

III – Psicomotricidade Institucional

3.0 – A Psicomotricidade Institucional

Vamos pontuar aqui aspectos práticos da psicomotricidade, enquanto abordagem interventiva sobre itens relacionados à vida escolar, que resultam em baixo rendimento acadêmico.

3.1 - Ficha Individual de Encaminhamento – É sempre interessante que se tenha uma ficha de encaminhamento do aluno, podendo ser dos seus professores, do terapeuta, do médico, dos pais ou responsáveis, e quando adultos, a ficha com os dados das suas queixas ou registros das coisas que lhe estão incomodando, ou lhe trazendo transtorno.

Seja qual for o nível de atendimento a um aluno, do ensino regular, da universidade, demanda espontânea, que queiramos ajudar, necessitamos de alguns dados para nortear o perfil psicomotor da pessoa, para a partir daí elaborar propostas interventivas e desenvolvê-las com o aluno, só ou em grupo.

Com base em observações de Marion Weichimam ( ) que fez afirmação sobre crianças, eu as repito, mas aplicado a qualquer pessoa, em qualquer faixa etária, pois “qualquer indivíduo que não puder aprender da forma que lhe é ensinada, é melhor que o ensinemos da maneira que ele puder aprender”. Isto se aplica otimamente às atividades psicomotoras, mesmo no universo dos adultos, pois os mecanismos da plasticidade neural permitem a formação de engramas neuronais capazes de gerenciar comportamentos aprendidos.

3.1.1 - Dados Pessoais do Aluno

Data da entrevista:______/____________/_____

Nome:____________________________________________

Data do nascimento: ___/____/____ Idade: ____________

Nacionalidade:__________Naturalidade: ______________

Endereço:_________________________________________

Telefone:_____________E-mail:_____________________

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______________________________________________

Com quem mora:_________________________________

Universidade:___________________________________

Ano letivo:________Curso:_____________

Período:_________

Disciplina:______________________Turma:_____________

Turno: ________________________

Quem conduziu a entrevista:

_____________________________________________

3.1.2 - Motivos de Encaminhamento para a Intervenção Psicomotora

a) Baixo rendimento acadêmico/escolar

b) Problemas de comportamento

c) Problemas emocionais

d) Suspeita de superdotação

e) Dificuldades de adaptação

f) Dificuldades auditivas

g) Dificuldades visuais

h) Dificuldades motoras

i) Dificuldades de linguagem

j) Dificuldades cognitivas

k) Desatenção/hiperatividade

l) Outras:________________________________________

4.0 – Competências Psicomotoras

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Existem diversas competências psicomotoras, tanto pessoais quanto sociais, que interferem no rendimento acadêmico ou escolar e também na vida pessoal. Cada individuo traz contingências constitucionais e históricas que devem ser conhecidas, para se avaliar, configurar um perfil e a partir dele traçar condutas que tenham pertinências para sua melhora de performance, otimização, ou maximização.

A psicomotricidade integra funções afetivas, motoras, mentais e psíquicas que asseguram o desenvolvimento cognitivo e de habilidades psicomotoras da pessoa, levando em conta suas possibilidades, ajudando na sua manifestação da afetividade, para si próprio em nível de autoestima, na sua expansão, equilíbrio e relações interpessoais.

A construção do perfil psicomotor é indispensável à toda pessoa, na faixa da normalidade sociocultural, ou com problemas de aprendizagem ou de ajustamento, podendo esse perfil ser percebido através de condutas avaliativas da estruturação psicomotora.

Didaticamente pode-se considerar na estruturação psicomotora seis ítens principais:

4.2 - O Esquema Corporal - O esquema corporal é uma estrutura configurada a nível cerebral, compartimentando-se tanto na recepção de informações através dos estímulos aferentes na área somestésica, área de associação, fornecendo comandos funcionais através de estímulos eferentes da área motora, possibilitando que a pessoa tome consciência do seu corpo próprio e das possibilidades de expressar-se por meio dele, constituindo a sua corporeidade. A corporeidade torna possível um perfil avaliativo, através das seguintes ações:

a) Identificar partes do seu corpo próprio;

b) Identificar partes do corpo de outras pessoas;

c) Esclarecer as funções de cada parte corporal.

4.3 - Lateralidade Corporal – A lateralidade corporal, também referida como dominância lateral (não deve ser confundida com dominância hemisférica), poderá ser avaliada mediante a percepção de qual parte do corpo é dominante, no exercício de atividades, como preferência lateral da mão, do olho, do pé:

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a) Mão direita

b) Mão esquerda

II – Qual lado do corpo a pessoa utiliza ao chutar uma bola?

a) Pé direito

b) Pé esquerdo

III – Como a pessoa funciona no ato de escrever?

a) Pelo lado esquerdo

b) Pelo lado direito

c) No meio

d) No final

4.4 - Estruturação Espacial – Quando a pessoa está em um ambiente, como ela toma consciência da situação do seu corpo próprio? Como ela toma consciência do lugar que ela ocupa e da orientação que pode ter em relação a outras pessoas e às coisas que a cercam? Como ela se configura nessa constelação do cenário, inclusive do ponto de vista gestáltico?

I – Observe se a pessoa consegue distinguir com facilidade:

a) à frente/à atrás - perto/longe/ao lado

b) Para dentro/para fora - último/primeiro

c) Acima/abaixo

d) Consciência de seu papel no cenário contextualizado.

4.5 - Orientação Temporal – Orientação temporal é quando a pessoa tem capacidade de situar-se em função da continuidade, do tempo, da duração, da intermitência dos períodos de ocorrência dos acontecimentos, bem como da percepção que o tempo não volta atrás, sendo portanto irreversível.

I - A pessoa tem dificuldade em distinguir?

a) O que é antes/o depois - o hoje/ontem/amanhã - o rápido/lento

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4.6 - Tônus, Postura, Equilíbrio – O tônus é a capacidade da pessoa manter atitudes posturais sustentáveis, sem fadiga, sem desequilíbrios. O tônus corporal tem inicio muito cedo na vida infantil, a partir do diálogo tônico corporal tem-se abertura relacional para o outro, sendo seu histórico infantil importante para o desenvolvimento das inteligências sócio relacionais (intrapessoal e interpessoais). É graças ao tônus corporal que haverá a postura e a equilibração do individuo, com repercussões no corpo próprio e na corporeidade.

I – Observar o desempenho da pessoa:

a) Como anda em linha reta? mal ou bem;

b)A pessoa tem defeito de postura? (cabeça baixa, ombros para frente, corcunda, etc)?

c) Como é a pessoa quando segura objetos? Deixa cair objetos que segura?

d) E para pegar objetos com os dedos em pinça? - Segura peso adequado, com o polegar e o indicador?

e) A pessoa apresenta movimentos involuntários com frequência? (tiques e cacoetes)

f) A pessoa é desleixada ao sentar-se e ao andar?

g) Como é a pessoa quando escreve ou desenha? Seu traçado é muito forte?

h) A pessoa segue a linha quando escreve? Ou é fora da linha?

i) A pessoa consegue recortar respeitando o contorno do desenho? (sem problemas de visão)

j) A pessoa quando escreve, tem o traçado das letras

muito fraco/muito forte ?

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I –Como a pessoa se comporta no desempenho das atividades que seguem:(?)

a) No uso da tesoura ou na cobertura de pontilhados

b) Ao dar laços, enfiar linhas, abotoar/desabotoar roupas?

c) Ao empilhar objetos ou encaixar objetos?

d) Ao copiar do quadro - pintar

e) Desenhar - recortar

II – A pessoa já procurou ajuda na busca de soluções para os problemas?

_______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________

5.0 - Aspectos Cognitivos

5.1 - A cognição é o ato ou ação de conhecer ou de adquirir conhecimentos e tem muita relação com a questão afetiva. Tenta abordar como a pessoa aprende e pensa, havendo já um consenso de que se trata de fenômenos complexos, envolvendo aspectos afetivos, culturais e biopsicológicos.

A cognição pressupõe a estimulação da percepção, memória, atenção, raciocínio, conceituação, linguagem.

Percepção e discriminação - ato ou efeito de conhecer os objetos em suas qualidades ou relações. O fenômeno perceptivo implica em integração de estímulos e atribuição de significados aos mesmos, em interpretações pessoais acerca dos diferentes objetos.

I - Percepção visual - Dificuldade em discriminar: (?)

a) Cores - tamanhos - quantidades

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II - Percepção auditiva - Dificuldade em: (?)

a) Distinguir sons vocais e não vocais b) Reproduzir sons vocais

c) Localizar a fonte sonora___________________________

III - Percepção gustativa - Reconhece sabores: (?)

a) Doces/amargos - sim______ não _______ b) Azedos/salgados - sim______ não ______

IV - Percepção olfativa - Discrimina odores: (?)

a - Sim ________ Não ______

V - Percepção tátil - Distingue pelo tato: (?)

S para sim e N para não:

a) objetos ( ) formas ( ) tamanhos ( ) posição ( ) b) quantidades ( ) temperaturas ( ) texturas ( )

5.2 - Memória - Capacidade de registrar, fixar e recordar estímulos visuais, auditivos e tateis, tanto estáticos como cinéticos.

I - Memória visual - Dificuldade em: (?)

a) Compreender os estímulos visuais

b) Reter e evocar nomes de lugares, pessoas, objetos, figuras, frases, números

c) Reproduzir situações ocorridas (filmes, TV, situações reais) d) Reproduzir desenhos

II - Memória auditiva - Reter ou evocar sons: (?)

S para sim ou N para não

a) Onomatopaicos ( ) ordens verbais ( ) letras de músicas ( ) b) Noticias ( ) histórias ( ) trecho lido ( )

c) Frases ( )

III - Memória visomotora - capaz de: (?)

S para sim e N para não

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c) Imitar situações da vida diária - ir às compras, à escola, á festas - ( )

5.3 - Atenção - modo como a mente seleciona e fixa determinados estímulos por um período de tempo variável, segundo a motivação, fadiga da pessoa

-S para sim e N para não

a) Controla a atenção ( ) b) É dispersivo ( )

c) É desatento, olhar dispersivo ( )

5.4 - Raciocínio - Processo subjetivo, não visível, de manifestação oral ou por escrito, evidenciando como o pensamento se organiza; formas de pensar, através das quais se procuram resolver problemas, coletando dados, levantando hipóteses, selecionando a melhor e a testando -Apresenta dificuldades em: (?)

a) Resolver problemas simples b) Resolver problemas complexos c) Explicar uma situação

d) Realizar tarefas definidas

e) Tirar conclusões lógicas de determinadas situações f) Fazer críticas

5.5 - Conceituação - é a capacidade de organizar ou classificar objetos através de abstração de suas características gerais, o que permite a representação dos mesmos, pelo pensamento. Conceituar significa, classificar objetos segundo critérios como natureza (animais, flores...), o material de que são feitos (madeira, vidro...), sua utilidade (mobiliário, vestuário...), ou outras propriedades, isoladas ou combinadas.

A pessoa apresenta dificuldades em classificar os objetos, quanto à: (?) -S igual a sim; N igual a não

( ) Cor ( ) forma ( ) natureza ( ) tamanho ( ) Posição ( ) quantidade ( ) utilidade ( ) Tipo de material que constituir

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I - A pessoa apresenta as seguintes dificuldades quando fala:

( ) Omite fonemas

( ) Fala de forma incompreensível ( ) Apresenta gagueira

( ) Apresenta vocabulário aquém da sua idade ( ) Fala muito rápido (sem clareza)

( ) Outras;

_______________________________________________________________ ___________________________________

II - A pessoa apresenta dificuldades na leitura:

( ) Identificar as vogais ( ) unir vogais ( ) Trocar letras ( ) ler palavras simples

( ) Fazer leitura interpretativa ( ) respeitar pontuaç]ão ( ) Inventar palavras ( ) saltar linha

( ) Omitir fonemas ( ) aproximar o rosto do texto ( ) Lê soletrando palavras, frases ou texto

( ) Mexe os lábios ao fazer leitura silenciosa ( ) Não lê

III - A pessoa apresenta dificuldades na escrita:

( ) Escrever sobre a linha ( ) Omite letras ou palavras ( ) Acrescenta letras

( ) Substitui letras visualmente semelhantes (u/v, e/l, i/l...) ( ) Troca letras auditivamente semelhantes (pato/bato...) ( ) Identifica letras de orientação simétrica (p/d, n/u...) ( ) Tremor no traçado das letras

( ) Direção do traçado ( ) Escrita ilegível

( ) Inconstância no tamanho das letras ( ) Grafia ilegível

( ) Muita força muscular ao escrever ( ) Pouca força muscular ao escrever ( ) Dificuldade motora ao escrever ( ) Identificar vogais

( ) Unir vogais

( ) Copiar palavras ou textos do quadro ou de livros ( ) Outros

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6.0 - A Questão Cognitiva Comportamental

6.1 – Problemas de comportamento

I - A pessoa apresenta problemas de comportamento relativos a:

a) Indisciplina

( ) Sempre ( ) quase sempre ( ) às vezes

Nas seguintes situações:

( ) Quando a tarefa é difícil ( ) Quando a tarefa é oral

( ) Quando vem aborrecido de casa ( ) Quando alguém a agride

( ) Quando agride alguém ( ) Outros:

_______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______

Com frequência: ( ) Sim ( ) Não

Em caso positivo, a que atribuir a sua frequência?

_______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______

b) Conduta inadequada:

( ) Agressividade ( ) mentira ( ) furto ( ) exibicionismo ( ) Apatia ( ) inquietação ( ) egoismo

( ) Excessiva preocupação com a sexualidade ( ) Hiperativo ( ) rói unhas ( ) é birrenta ( ) Chupa o dedo ( ) É retraída, sonhadora ( ) Apresenta tiques, quais?

( ) Outros:

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7.0 - Problemas Emocionais

7.1 – Quanto aos problemas emocionais

I - A pessoa apresenta comportamentos que podem ser caracterizados como problema emocionais, como:

( ) Carência afetiva ( ) choro fácil ( ) Riso imotivado frequente

( ) Fala excessivamente sobre suas dificuldades ( ) Insegurança ( ) timidez excessiva

( ) Isolamento ( ) Outros: Quais?

_______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _____________________

8.0 - Altas Habilidades ou Superdotação

8.1 - Altas habilidades/superdotação - se referem aos comportamentos observados e/ou relatos que confirmam a expressão de "traços consistentemente superiores", em relação a uma média, (por exemplo: idade, produção, ou série escolar) em qualquer campo do saber ou do fazer.

A pessoa se destaca em um ou mais dos seguintes aspectos:

( ) Intelectual - apresenta flexibilidade; de independência de fluência de pensamento; rapidez e facilidade de aprendizagem; capacidade de pensamento abstrato para analisar; associar; avaliar; maturidade de julgamento; elevada compreensão e memória; capacidade para resolver problemas; poder excepcional de observação; fluência verbal.

( ) Acadêmico - capacidade de atenção; memória; interesse e motivação pelas tarefas acadêmicas; velocidade e precisão percentuais; habilidade para avaliar; sintetizar e organizar o conhecimento; destaca-se pelas habilidades especiais em matemática; informática; línguas e outras áreas; dispõe de grande quantidade de informação na área que lhe é peculiar; desempenho excepcional na escola.

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( ) Psicocinestésico - que se destaca por sua habilidade e interesse por atividades físicas e psicomotoras, agilidade, força e resistência, controle e coordenação motora.

9.0 Tratamento Especial

-Podendo envolver uma ou mais das seguintes áreas:

Artes plástica; comunicação; relacionamento humano; música; etc

9.1 - Dificuldades Auditivas

A pessoa apresenta dificuldades em:

(1 ) - Perceber sons; (2) - Reconhecer sons: (3) - Discriminar sons. ( ) ( ) ( ) ambientais

( ) ( ) ( ) instrumentais

( ) ( ) ( ) articulados (voz humana)

( ) Apresenta dor ou supuração no ouvido ( ) Não atende quando solicitado

( ) Não reage a sons pouco intensos, fora do seu campo visual

9.2 - Dificuldades Visuais

A pessoa apresenta:

( ) Irritação crônica nos olhos (lacrimejantes, pálpebras avermelhadas, inchadas ou remelosas)

( ) Náuseas, dupla visão ou névoas durante ou após a leitura ( ) Tentativas de afastar com as mãos os impedimentos visuais

( ) Pestaneja, pestanejamento constante, principalmente durante a leitura ( ) Hábito de esfregar os olhos, franzir ou contrair o rosto ao olhar objetos distantes

( ) Inquietação, irritabilidade ou nervosismo excessivos de um prolongado e atento trabalho visual

( ) Inclinação de cabeça para um lado durante a leitura

( ) Cautela excessiva no andar, correr raramente e tropeçar sem razão aparente

( ) Desatenção anormal durante trabalhos no quadro-de-giz, mapas de paredes etc.

( ) Capacidade de leitura apenas por apenas um período curto

( ) Hábito de, durante a leitura,, segurar o livro muito perto, muito distante, em outra posição incomum, ou ainda, fechar ou tampar um olho

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Descreva o relacionamento do aluno com o professor; da pessoa com seus superiores e demais pessoas do ambiente de trabalho ou estudo: (?)

_______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ____________________________

Descreva alguns pontos positivos da pessoa, aluno ou servidor:

_______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ __________________________________________

Outras observações que se possa fazer sobre a pessoa, aluno ou servidor:

Assinatura do Profissional

Data: _______ / _________________ / ____________

11.0 – A Relação Terapêutica e Vincular

11.1 - Abertura Relacional Clínica – O ser humano é um ser corporal de abertura, podendo estabelecer relações psicomotoras consigo mesmo, com os outros, com o mundo e com a transcendência.

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simbólica, as questões afetivas, cognitivas e executivas. Nesta perspectiva a psicomotricidade considera o corpo em sua instrumentalidade agindo sobre o mundo através da relação e da expressão.

A psicomotricidade concebe o individuo de forma global, considerando os aspectos motores, psicomentais, afetivos, cognitivos, executivos, sociais e espirituais, configurativos na compreensão da sua personalidade; é nessa concepção holística que a sua cognição e comportamentos, por meio de um corpo vivido, controlado, integrado, orientado no tempo e espaço, se abre e disponibiliza ao diálogo consigo mesmo, com os outros, com os objetos, com a cultura e com a transcendência, associando seus atos, sentimentos, pensamentos, gestos, palavras, conceitos, com trânsito e domínios no mundo simbólico.

Assim o corpo é o continente da sensibilidade, da afetividade, das cognições e das simbolizações, que mediante as atividades psicomotoras e da integração do controle corporal, promove e integra também as atividades socioculturais e espirituais, sendo portanto lugar de todas as experiências existenciais e repositório de todas as lembranças, tanto positivas, quanto negativas, vivenciadas em sua história de vida.

As atividades psicomotoras orientadas, via corpo próprio (ou corporeidade), se indicam para promover o desenvolvimento do ser humano em todas as fases do ciclo da vida, na busca da otimização funcional, da recuperação, da maximização e excelência de performances, das competências executivas, pessoais e sociais, com aplicações no campo pedagógico, institucional e clínico.

11.2 – Desenvolvimento e Socialização - O processo de socialização da criança se inicia na infância, mais precisamente a partir do diálogo tônico corporal do bebê, em sua relação com a mãe ou cuidadores, continua com suas primeiras brincadeiras e se consolida durante a adolescência.

Durante o desenvolvimento as crianças adquirem ganhos e possibilidades de aprendizado social, que serão importantes para uma vida centrada e bem resolvida; caso este processo de socialização e aquisição das principais competências pessoais e sociais não aconteça satisfatoriamente, no futuro poderá ser um adulto com desajustamentos diversos:

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portanto, a existência de iniciativas no uso da psicomotricidade, tanto na promoção e proteção de competências pessoais e sociais, quanto na prevenção das dificuldades e tratamentos, tanto a nível da clínica psicomotora, quanto na assistência de psicomotricidade institucional, escolar e acadêmica.

11.3 - Afinal o que dizer das competências pessoais e sociais?

Quando se fala em competência está se referindo a situações especiais executivas, nas quais se requer tomada de decisões e resolução de problemas. Isto exige que se compreenda a questão e que se avalie a situação, oferecendo uma resposta adequada para o caso em foco.

A tomada de decisão diante de conflitos e oposições; a questão da mobilização de recursos, tanto afetivos quanto cognitivos; o saber agir para dizer, fazer, explicar, compreender, são características principais das competência psicomotoras pessoais e sociais, que envolvem funções executivas.

A competência social é entendida por comportamento social adequado às situações especiais. Requer-se para o desenvolvimento das competências pessoais e sociais dos indivíduos, a função otimizada de sua autoestima e do seu autoconceito; de suas aberturas relacionais, através de comportamentos assertivos e boa fluência nas comunicações interpessoais, bem como um bom gerenciamento de suas emoções pessoais.

É possível investir na promoção do desenvolvimento adaptativo para um bom desempenho de funções executivas de perfil psicomotor, principalmente na fase da juventude, sem excluir o adulto e o idoso, nas devidas proporções. Pode-se prevenir comportamentos de riscos e potencializar o desempenho de capacidades pessoais e sociais e de bem estar biopsíquico, devendo esses programas considerar o individuo em seus múltiplos sistemas existenciais.

11.4 - Competências Pessoais e seus atributos - Abaixo algumas competências pessoais observáveis, para se concluir um perfil da pessoa e orientar uma abordagem terapêutica. Pode-se observar e pontuar numericamente os atributos.

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-Nome => ----1---- ----2,---- --- 3, --- --- 4,--- ---

5,---A – Como é a apresentação pessoal da pessoa ? =>

-Descuidada - descontraída - correta - cuidada - refinada;

B – Como é a sua presença pessoal ? =>

Arrogante - apagada - discreta - segura - afirmativa;

C– Como é a sua capacidade de contato social ? =>

Alheado - reservado - extrovertido - caloroso - empático;

D – Como é o seu relacionamento interpessoal ? =>

Contrariador - aprovador - crítico - conciliador - cooperante;

E – Como é a sua inteligência social ? =>

Inflexível - inábil - direto - sutil - perspicaz;

F – Como é a sua integração com a hierarquia ? =>

Rebelde - contrariador - submisso - obediente - respeitador;

G – Como é a sua comunicação verbal ? =>

Confusa - linear - clara - fluente - viva;

H – Como é a capacidade de persuasão ? =>

Silencioso - monopolizador - atabalhoado - ouvinte - convincente;

I - Como se manifesta a sua autonomia ? =>

Dependente - seguidor - apoiador - independente - ousado;

J - Como é o seu controle emocional ? =>

Agressivo - reativo - equilibrado - calmo - estável;

K - Como é a sua capacidade de ponderação ? =>

Irrefletido - descuidado - consciencioso - prudente - precavido;

L - Como é o seu senso de determinação ? =>

(24)

M - Como é a questão do otimismo ? =>

Pessimista - desconfiado - espontâneo - confiante - alegre;

N - Como se manifesta a sua adaptação à mudança ? =>

Relutante - conservador - prudente - aberto - inovador;

O - Como se manifesta o seu sentido de organização ? =>

Desordenado - minucioso - perfeccionista - coerente - cuidadoso;

P - Como se manifesta a capacidade de liderança ? =>

Inibido - executante - coordenador - planificador - motivador.

11.5 - Valores sociais observáveis - Abaixo alguns valores sociais observáveis, úteis na verificação do perfil psicomotor da pessoa para orientar na abordagem terapêutica:

I - Tipos de valores, nomes e definições:

A – A questão do apoio:

1 – Apoio familiar – a família deve ser provedora de amor e suporte aos filhos;

2 – Comunicação familiar positiva – os pais e os jovens devem se comunicar positivamente, com abertura para que os jovens busquem orientação com eles e com outros membros da família parental;

3 – Relações com adultos – os jovens devem receber de adultos, exemplos positivos, além dos pais;

4 – Vizinhança cuidadora – o jovem deve vivenciar o sentido de cuidado por parte dos vizinhos na comunidade;

5 – Escola cuidadora – o jovem deve sentir um clima de cuidado e encorajamento por parte da escola;

6 – Os pais devem se envolver na vida escolar dos filhos – os pais devem ajudar seus filhos para que tenham sucesso na escola.

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7 – O jovem é valorizado pela comunidade; - o jovem deve acreditar que é valorizado pela comunidade de adultos;

8 – A juventude como recurso na comunidade – os jovens devem desempenhar papeis úteis na comunidade;

9 – Os jovens devem se envolver como voluntários na comunidade – os serviços comunitários devem oportunizar engajamento dos jovens semanalmente como voluntários;

10 – O jovem deve sentir-se em segurança – o ambiente doméstico, a escola, os vizinhos e a comunidade, devem oferecer um clima de segurança para o jovem;

C – A questão dos limites e expectativas:

11 – Clareza nos limites familiares – o ambiente familiar deve apresentar regras claras, com suas respectivas consequências, para os atos dos jovens, bem como monitorar suas idas e vindas.

12 – Clareza nos limites da escola - o ambiente escolar deve elaborar regras claras para os atos dos jovens, com suas respectivas consequências;

13 – Clima de confiança e transparência na vizinhança – uma vizinhança responsável deve monitorar as idas e vindas dos jovens sem um clima policialesco;

14 – Os adultos devem ser o modelo para os jovens – os pais e os adultos devem ser modelos positivos e de comportamentos responsáveis;

15 – A grupalidade tem influência na vida do jovem - os grupos de amigos do jovem devem apresentar modelos de comportamento responsável;

16 – Entusiasmo e esperança – os pais e os professores devem sempre encorajar o jovem a agir corretamente pela causa do bem;

D – A questão do uso construtivo do tempo:

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18 – Manutenção de programas para jovens – os clubes, ou outras organizações da comunidade, semanalmente devem oferecer programações que motive o envolvimento dos jovens;

19 – Comunidade de práticas espirituais – os serviços religiosos devem semanalmente oferecer práticas espirituais para os jovens;

20 – O ambiente doméstico deve ser atrativo para o jovem - o jovem deve gostar de sua casa, saindo com os amigos apenas uma ou duas vezes por semana.

12.0 – O Processo Terapêutico na Clínica Psicomotora

A abordagem da clinica terapêutica psicomotora, por qualquer profissional, se faz através de um processo, com suas fases bem definidas, cumprindo objetivos próprios a cada etapa (O’SULLIVAN, 1993; BROMFRENBRENNER, 1966; PICHON-RIVIERE, 1991).

12.1 – Coletar dados informacionais sobre a situação do cliente

Tudo tem inicio com a entrevista do terapeuta com seu cliente/paciente, quando se inicia as possibilidades de construção do “rapport”, ou a “relação” para gerar a empatia, ou seja, uma relação de confiança e harmonia dentro de um processo de comunicação, no qual a pessoa fica mais aberta e receptiva para interagir, trocar e receber informações.

A relação terapêutica se constrói sobre a visão do cliente/paciente do “sujeito suposto saber” justaposto ao terapeuta e o vínculo que se origina entre o “par terapêutico”, ou seja, entre o fisioterapeuta e o seu cliente/paciente.

Nessa fase inicial, dar-se-á inicio à formação da Díade Relacional de Observação, ou Díade Observacional. O terapeuta lançará mão de diversos recursos avaliativos, buscando definir um perfil situacional, no qual o cliente se enquadra naquele momento e que servirá de parâmetros para se elaborar o planejamento do trabalho de terapia clinica psicomotora a ser construído por ambos.

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objeto, ator e espectador, resultando sempre algo como produto nessa relação dialógica.

Além desses microssistemas, o individuo também está sob as influências do mesossistema, sendo este constituído pela interação resultante das relações entre os vários microssistemas, nos quais ele interage e desempenha papéis.

Tantos os microssistemas, como os mesossistemas ainda sofrem interferências dos exossistemas pelas influências que estes impõem pelas ocorrências que neles ocorrem, como por exemplo o sistema econômico, sistema de empregos e salários, catástrofes e coisas do gênero.

Somado a tudo isso, ainda se sofre as injunções dos macrossistemas, constituídos pelas culturas, ideologias dominantes, crenças e semelhantes.

Todos estes aspectos devem ser considerados em um trabalho terapêutico na clínica psicomotora.

12.2 – Uma vez definido o perfil psicomotor do cliente/paciente, deve-se elaborar o plano de trabalho que melhor atende às demandas requeridas.

Deve-se harmonizar ao máximo o plano de trabalho terapêutico ao temperamento e caráter do cliente, sem negligenciar o que é essencial para superar falhas do desenvolvimento anterior, aquisição de novas habilidades, otimização de funções e construção de performances em expertises desejadas.

12.3 – Execução do Plano de Trabalho da Terapia Clínica Psicomotora.

Nessa fase do trabalho terapêutico, pode-se dar continuidade à Díade Relacional de Observação, ou evoluir para a Díade de Atividade Conjunta, dependendo muito das estratégias terapêuticas adotadas.

Pode-se às vezes uma Díade evoluir para uma Tríade, uma Tétrade, ou mesmo para uma Políade terapêutica, dependendo do número de pessoas que se necessita envolver no trabalho terapêutico, se três, quatro, ou mais pessoas.

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O terapeuta na clinica psicomotora deverá sempre reavaliar o seu trabalho, para verificar se o mesmo está trazendo melhoras percebidas pelo cliente e face aos parâmetros clínicos.

Na consolidação do êxito terapêutico, via de regra, a Díade Relacional evolui para a Díade Primária, quando o cliente/paciente assume cumprimento das orientações do terapeuta, mesmo quando o profissional não está presente.

13.0 – Algumas Estratégias de Atividades Corporais

com Repercussões Neuropsicológicas.

Quaisquer comportamentos, ou ações humanas resultam de atividades neuronais e trocas sinápticas em áreas do sistema nervoso cerebral. Por outro lado os comportamentos ou ações humanas e as atividades de segmentos corporais produzidos, enviam estímulos aferentes para áreas específicas do cérebro, melhorando a irrigação sanguínea dessas áreas e otimizando funções, com possibilidades de transformações, mudanças e inovações, em consequência do fenômeno da plasticidade neural.

Assim, certas práticas corporais intencionalizadas, produzidas por orientação, podem melhorar a irrigação sanguínea de sítios cerebrais especiais, produzindo resultados terapêuticos esperados, conforme o plano de trabalho previamente adotado. Assim:

I – Rolamento e reptação corporal pode melhorar o tônus neural e muscular, com resultados positivos para a propriocepção, equilibração e inicios de atividades terapêuticas. Afirma-se que essas práticas ativam os esquemas irigacionais filogenéticos (reptiliano) do arquicórtex, principalmente o sistema reticular ativador e inibidor.

II – Engatinhamento, quadrupedia, braqueação de apoio, alternância lateral de peso corporal e marcha, podem melhorar o tônus afetivo, cognitivo e memória. Afirma-se que essas práticas ativam também os esquemas irrigacionais filogenéticos (mamíferos) do paleocórtex, principalmente a nível de sistema límbico.

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práticas ativam os esquemas irrigacionais filogenéticos (primatas hominidas), principalmente os hemisférios corticais do neocórtex e o sistema neuronal de associação e múltiplas conexões.

IV – Terapia Clínica Psicomotora em Sequelas Neuropsíquicas

Quando ocorrem algumas sequelas neuropsíquicas nos clientes/pacientes, há a possibilidade de recuperar funções perdidas e novas adaptações, em razão do dinamismo da plasticidade neural.

Leva-se em conta os danos neuropsíquicos naturalmente, mas também valoriza-se o inventário de habilidades gerais que o cliente/paciente possuía antes do evento gerador das sequelas, juntamente com o seu perfil de temperamento biotiponômico, faixa etária e os potenciais neuropsíquicos e de plasticidade neural.

Essas reprogramações neuropsíquicas se valerão das possibilidades dos estímulos aferentes, através de movimentos passivos e atividades repetitivas, visando mobilizar recursos neuropsíquicos intracerebrais capazes de assumir a restauração de funções perdidas, funções substitutivas, ou mesmo adaptativas.

Um obstáculo que se tem observado nas clínicas e serviços com as populações de baixo poder aquisitivo, é que seus encaminhamento médicos fazem a previsão de um curto tempo para o atendimento terapêutico, geralmente as guias de encaminhamentos registram dez a doze sessões, sendo esse tempo inadequado para este padrão de tratamento. Tem sido registrados, resultados terapêuticos favoráveis, em um mínimo de tratamento continuado por noventa dias, sendo no mínimo de duas sessões por semana, com duração de quarenta a cinquenta minutos de duração. Essas sessões não devem extrapolar o tempo de noventa minutos, para não produzir fadiga nos segmentos agonistas.

Referências Bibliográficas

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BRASIL, Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Resolução nº 80, 1987.

BRONFRENBRENNER, Urie. A Ecologia do Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.

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FREUD, Sigmund. Los Caminos de La Terapia Psicanalítica – Obras Completas. Madrid: Biblioteca Nueva, 1948.

FONSECA, Vitor. Manual de Observação Psicomotora. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

HEINSIUS, Ana Maria. Fundamentos Psicológicos da Psicomotricidade na Área da Saúde, in Psicomotricidade na Saúde, Carlos Alberto de Mattos Ferreira e Ana Maria Heinsius. Rio de Janeiro: WAK,2010.

LE BOULCH, Jean. Educação Psicomotora. Porto Alegre: Artmed, 1987.

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LELOUP, Jean-Yves, O Corpo e Seus Símbolos - Uma Antropologia Essencial, Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2010.

LURIA, A. R. The Working Brain: Na Introduction to Neuropsychology, Peguin, Londres, 1973.

MATIAS RIBEIRO, Ana Cristina Gonçalves de Aguiar . Psicomotricidade na Promoção de Competências Pessoais e Sociais - Relatório de estágio elaborado com vista à obtenção do Grau de Mestre em Reabilitação Psicomotora. Portugal-Lisboa: Universidade Técnica de Lisboa, 2012.

O’SULLIVAN, Susan B. e SCHMITZ, Thomas J. Fisioterapia, Avaliação e Tratamento.São Paulo: Manole, 1993.

PIAGET, Jean. Construção do Real na Criança. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. 1975.

PICHON-RIVIERE, Enrique. Teoria do Vínculo.São Paulo: Martins Fontes, 1991.

VYGOTISKY, Lev. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 2000

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