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Importancia, definición y conflictos de la autoría en publicaciones científicas

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publicações científicas

María Luz Gunturiz Albarracín 1, Claudia Marcela Castro 2, Pablo Enrique Chaparro 3

Resumo

Definir a autoria de artigos e documentos científicos é um processo essencial e complexo, que envolve subjetivi-dade e depende de acordos quase sempre informais, o que pode causar conflitos entre pesquisadores. Algumas diretrizes foram publicadas para aperfeiçoar esta prática, mas ainda são poucos os procedimentos quantitati-vos para estabelecer a autoria e a coautoria de textos científicos, e não há consenso para definir os autores e a ordem em que devem aparecer. Com este artigo, visamos recapitular alguns critérios e considerações para determinar a ordem de autoria em artigos científicos.

Palavras-chave: Autoria. Pesquisadores. Autoria-Ética. Artigo de revista.

Resumen

Importancia, definición y conflictos de la autoría en publicaciones científicas

Definir la autoría en artículos y documentos científicos es un proceso esencial y complejo, que encierra subjeti-vidad y depende de convenios establecidos en general de palabra, lo que puede ocasionar conflictos entre los investigadores. Se han publicado algunas guías con lineamientos generales para mejorar esta práctica, sin embargo son pocos los procedimientos cuantitativos para precisar autoría y coautoría de un escrito científico, y no hay consenso para definir los autores y el orden en que deben aparecer. Con este artículo intentamos rescatar algunos criterios y consideraciones para determinar el listado de autores en textos científicos.

Palabras clave: Autoría. Investigadores. Autoría-Ética. Artículo de revista.

Abstract

Importance, definition and conflicts of authorship in scientific publications

Defining authorship in scientific articles and documents is an essential and complex process that involves subjectivity and depends on largely informal agreements, which may cause conflict among researchers. Although some guidelines have been published to improve this practice, there are few quantitative procedures in the literature to specify authorship and co-authorship of a scientific paper, and there is no consensus on the definition of authors and the order in which they should be listed. With this article we try to review a few criteria and considerations for determining author lists in scientific articles.

Keywords: Authorship. Research Personnel. Authorship-Ethics. Journal article.

1. Doutora mgunturiz@ins.gov.co – Instituto Nacional de Salud (INS) 2. Mestre ccastro@ins.gov.co – INS 3. Doutor pchaparro@ins.gov.co – INS, Bogotá, Colômbia.

Correspondência

Maria Luz Gunturiz Albarracín – Av. Calle 26, 51-20 CAN. Bogotá, Colombia. Declaram não haver conflito de interesse.

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Definir quem são os autores e a ordem em que aparecem nos artigos ou documentos científicos é um problema delimitado por aspectos éticos. Não determinar a autoria antes ou durante o desenvolvi-mento da pesquisa pode provocar conflitos entre os responsáveis pela publicação. Geralmente, a definição do primeiro autor (o “autor principal”) e dos colabo-radores (coautores), bem como a da ordem em uma publicação, responde a exigências de cientistas de maior hierarquia ou a critérios estabelecidos por pes-quisadores líderes, e envolve muita subjetividade.

De acordo com o Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas 1 (ICMJE, pela sigla em

inglês), todo autor ou colaborador de um documento científico (artigo, texto, relatório, projeto) deve ter con-tribuído em quatro atividades: 1) concepção ou estru-turação do estudo e obtenção, análise e interpretação de dados; 2) redação do artigo ou revisão crítica de substancial conteúdo; 3) aprovação de uma versão do documento ou texto final; 4) acordo de responsabili-dade para garantir a fideliresponsabili-dade e integriresponsabili-dade do estudo. Embora existam importantes publicações com princípios éticos e argumentos sobre autoria, ainda não há consenso sobre quem deve ser considerado ou não como autor. Nesta revisão temática, pro-põem-se considerações e critérios para determinar os autores e a ordem de autoria em artigos científicos.

O que é autoria?

Autoria é a menção das pessoas que contribuí-ram de forma representativa e perceptível para a pes-quisa, em uma ordem que demonstre a dimensão e relevância de sua contribuição 2. Em geral, admite-se

como autor de um documento científico aquele que o elabora em sua totalidade (autor único) ou o grupo de coautores que participaram significativamente do estudo. Erlen e colaboradores 3 consideram como

autor aqueles cuja contribuição em uma pesquisa e no texto científico tenha sido relevante, e como coautor aquele que participa com “responsabilidade semelhante” à do autor em uma obra.

Por meio de pares acadêmicos, as revistas devem atestar que o conhecimento publicado se atém às regras do método científico e garantir a propriedade intelectual das ideias ou opiniões divul-gadas 4-6. Cabe mencionar que a autoria é

indepen-dente da profissão, cargo, posição hierárquica ou relação trabalhista, e se atribui pelas contribuições aos documentos científicos ou pesquisas realizadas.

As pessoas indicadas como autores devem ser idôneas para a autoria e, por tanto, devem ter

participado adequadamente do estudo de tal forma que possam ser um garante público do seu con-teúdo. Além disso, um ou mais autores devem assu-mir a responsabilidade pela totalidade do trabalho, desde seu início hasta que este seja publicado5,7.

Geralmente, a autoria de estudos multicêntricos é atribuída a um grupo, por isso todos os membros devem atender cabalmente todos os critérios de autoria citados anteriormente. Aqueles que não cumprirem tais critérios poderão ser incluídos, com sua autorização, em “Agradecimentos”. Uma boa prática em algumas publicações tem sido a inclusão no manuscrito de una seção denominada “Contribuição dos autores”, onde se descreve a con-tribuição de cada um, diminuindo um pouco a subje-tividade no momento de atribuir a autoria5,6.

Para artigos de revisão temática, é preciso que todos os autores participem da análise crítica das obras, artigos e documentos incluídos como referên-cias bibliográficas. Da mesma forma, em esboços, memórias, relatórios científico-técnicos e outros textos dirigidos a terceiros, deve incluir-se a listagem dos pesquisadores nos mesmos termos e condições de uma publicação científica.

Por que é relevante a autoria em textos científicos?

A autoria concede prestígio acadêmico, social e, em alguns casos, ganhos financeiros aos pesquisa-dores e colaborapesquisa-dores. O autor tem o compromisso de divulgar um achado científico ou tecnológico, mas também tem direito ao reconhecimento do seu trabalho pela comunidade acadêmica, que atesta a qualidade de suas contribuições8,9. Por exemplo, no

México, instituiu-se em 1984 o Sistema Nacional de Pesquisadores (SNI, pela sigla em espanhol) com o propósito de exaltar o trabalho de profissionais con-sagrados ao conhecimento científico e tecnológico8.

Nesse sistema, o reconhecimento é estabelecido pela avaliação por pares e reside em atribuir a designação “pesquisador nacional”, que simboliza a importância e o crédito das contribuições científicas. Não obs-tante, independentemente de distinções como essa, a autoria sempre implica transparência e compro-misso com os trabalhos submetidos a publicação9.

As instituições poderiam mensurar a produção dos pesquisadores distinguindo em quantas publi-cações os cientistas de sua entidade lideraram os artigos, o que influenciaria de alguma forma na atri-buição de recursos ou na concessão de incentivos. No entanto, isso depende da instituição à qual está vinculado cada pesquisador10.

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Quem deve ser autor e quem deve ser o primeiro autor?

Apontar a autoria em artigos científicos é uma tarefa essencial, que em muitos casos não é assu-mida com a devida importância. As dificuldades para especificar quem deve ser o primeiro autor (o “autor principal”) surgem quando não se estima de forma adequada a contribuição de cada participante nas diferentes etapas de uma pesquisa e na redação do artigo, ou quando há desconhecimento ou impre-cisão sobre quem é o autor intelectual (ou idealiza-dor) e quem é o autor prático da pesquisa (técnico de campo ou laboratório)11.

Em certas áreas do conhecimento científico, a disposição e as categorias de autoria não têm dema-siada importância. Não obstante, no âmbito biomé-dico, essa ordem é relevante não somente porque destaca a contribuição dos diferentes autores, mas também porque algumas instituições dão mais importância ao primeiro autor que aos outros cola-boradores ou ao autor de comunicação (correspon-dência)12. Embora não haja um consenso global, na

prática o mais comum é que o líder ou pesquisador principal do projeto seja o primeiro autor, depen-dendo da disciplina e da quantidade de autores7,13.

Até o momento, o primeiro autor foi determi-nado de forma subjetiva, ignorando as normas que orientam o “direito de autor”, a propriedade intelec-tual e a ética profissional, relegando a participação acadêmica e a experiencia prática dos coautores ou colaboradores14. De fato, reportaram-se poucos

ins-trumentos quantitativos para estabelecer a autoria e coautoria de um texto, embora se tenham publicado alguns guias onde se expõem alguns princípios gerais. A série de autores de um texto pode, e deve ser determinada, no início do projeto, propondo as res-ponsabilidades por um pacto verbal ou escrito15,16.

No entanto, a designação de autores pode variar durante o desenvolvimento do estudo por vários motivos. Por isso é imprescindível criar um formulá-rio para avaliar quantitativamente as contribuições dos autores em qualquer etapa da pesquisa17.

É importante que, uma vez concluído o estudo, se definam as contribuições para a conquista dos resultados, estabelecendo a ordem da autoria, desde que todos contribuam para a redação e revisão crítica do documento. Acosta11 estabeleceu

um formato que pode ser utilizado por profissionais e instituições, levando em conta que essa é uma tarefa que corresponde aos pesquisadores ou à sua instituição, e não aos grupos ou comitês editoriais das revistas científicas. Uma vez que as publicações

geralmente não fornecem orientações em relação à autoria dos documentos, ou à ordem de apresen-tação no texto, seria conveniente uma definição por consenso entre todos os autores12,15.

Atividades como a consecução de recursos financeiros, a obtenção de dados, o fornecimento de informações de rotina (por exemplo, do sistema de vigilância), o recrutamento de sujeitos para experi-mentação ou processamento de amostras sem outro valor agregado, entre outras, devem ser reconheci-das na seção de agradecimentos, e não condicionam a inclusão como autor. É conveniente, desde o início de um projeto, explicar às pessoas contratadas como suporte técnico para o processamento de amostras ou coleta de dados que elas não serão identificadas como autores do estudo.

A pessoa vinculada a uma equipe de pesquisa e que, por sua condição de poder ou vínculo emprega-tício, exija constar como autor por virtude do ofício, está transgredindo a autonomia acadêmica e o prin-cípio de equidade. Por outro lado, a omissão de um colaborador nos documentos ou publicações deriva-dos de um projeto científico implica una subtração ilícita e injusta da autoria e transgrede as normas de propriedade intelectual. Quanto à ordem dos auto-res, indicou-se que o primeiro autor (ou o principal) é aquele que realizou as contribuições mais relevan-tes no estudo e que preparou informes e esboços submetidos a publicação. Por sua vez, o pesquisador sênior, responsável por orientar o projeto de pes-quisa, será incluído como último autor; os outros autores serão atribuídos por ordem de importância ou, dependendo do trabalho, por ordem alfabética.

O autor de correspondência é aquele que admite a tarefa de comunicação e interação com o comitê editorial da revista à qual se submeteu o texto, durante todo o processo editorial e para soli-citações futuras decorrentes da publicação4,7,12,16-18.

Esse autor deve atender às exigências logísticas e administrativas que se apresentem e fornecer dados sobre autoria, avais dos comitês de ética e pesquisa, informações provenientes do estudo, potenciais conflitos de interesse e documentos solicitados pelos editores12,19,20.

Quando, em uma publicação, algum dos auto-res não possa assumir a auto-responsabilidade por todo o conteúdo, suas contribuições serão incluídas de forma específica e independente, salvo nos casos em que este assunto já esteja regulado pelas nor-mas editoriais. Por outro lado, há a possibilidade de argumentar a ordem de apresentação dos autores em uma nota de rodapé. Por exemplo, quando um coautor tenha participado da redação do artigo, seu empenho é comparável com o do autor principal,

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e, portanto, ele terá a mesma deferência que este. A situação deve ficar evidente na publicação o em textos derivados deste trabalho. O mesmo critério se aplica aos autores sênior21.

Quem deve ser incluído nos agradecimentos?

Como foi dito anteriormente, na seção “Agradecimentos” serão incluídos aqueles partici-pantes que não atendem os critérios de inclusão como autores, mas que realizaram atividades, como a obtenção de recursos financeiros, a direção geral de grupos de pesquisa, o apoio administrativo, apoio na redação, correção de estilo, edição técnica, pro-cessamento de amostras, organização de dados sem valor agregado, ajuda técnica, correção de testes, análise estatística ou respaldo geral (de um diretor de departamento, por exemplo). A contribuição de recursos financeiros e materiais também deve ser registrada nos agradecimentos15,16,19.

Além disso, podem ser incluídas nas listas de autores as pessoas cujas contribuições ao manus-crito não tenham sido tão substanciais. Essas podem ser listadas como “pesquisadores clínicos” ou “pesquisadores participantes” cuja função ou contribuição pode ser explicada de diversas formas: “proporcionaram assessoria científica”; “revisaram criticamente o protocolo do estudo”; “processaram amostras”; “registraram informações”; ou “atende-ram pacientes (ou participantes) desta pesquisa”. Para evitar confusões ou mal-entendidos, deve soli-citar-se a todas essas pessoas autorização por escrito para constarem nos agradecimentos17,22.

O que é o conflito de interesse?

No conflito de interesse, os interesses priva-dos ou particulares de uma pessoa (o autor neste caso) interferem no direcionamento da pesquisa ou na redação do documento final, inclinando-o a favor de alguma pessoa ou instituição23,24. Em pesquisa

ou em clínica, a expressão é usada nos contextos em que o julgamento profissional foi influenciado por um interesse primário. Além disso, a validade da pesquisa também pode ser afetada por interes-ses secundários, como um benefício econômico ou acadêmico (reconhecimento profissional), ou pela urgência de publicar.

É comum que os pesquisadores estejam sub-metidos a diversos conflitos que influenciam nos resultados de seus estudos e deem a impressão de sujeição a interesses de terceiros. A presença de

conflitos de interesse, no entanto, não desqualifica a integridade de um pesquisador ou o valor cientí-fico de seu trabalho. É importante analisar como são tratados os benefícios para que o interesse primário não se veja afetado pelo secundário15,23,24.

Os esforços para regular os conflitos de inte-resse nas publicações científicas não procuram igno-rar os benefícios financeiros ou as aspirações de prestígio académico, mas sim incorporar boas práti-cas no ambiente científico. Dessa forma, os autores devem expor ao comitê editorial a existência desses conflitos, sem que isso invalide o estudo.

Confidencialidade em publicações científicas

Denomina-se “confidencial” o conteúdo expresso em reserva ou com segurança mútua entre duas ou mais pessoas. A confidencialidade reside em assegurar ao confidente a proteção de um segredo ou informação privilegiada25.

Os textos enviados aos editores de revistas científicas correspondem a comunicados confiden-ciais, e os autores podem ser prejudicados pela cir-culação antecipada de uma parte ou da totalidade de uma publicação. Assim, o comitê editorial deve comprometer-se a não divulgar informações, comen-tários ou decisões sobre os manuscritos recebidos antes da publicação, salvo aos próprios autores e revisores. Portanto, os editores deverão zelar para que esses documentos sejam protegidos e resguar-dados, eliminando cópias dos manuscritos, em papel ou eletrônicas, uma vez concluída a avaliação26.

Cessão de direitos de autor

A “cessão de direitos de propriedade intelec-tual” é o documento mediante o qual uma pessoa transfere a outra os direitos de autor de seus tex-tos27. Os comitês editoriais das revistas científicas

podem pedir ao grupo de pesquisadores que con-cedam seus direitos à revista, o que não implica que estes percam o crédito como autores do trabalho, mas sim que cedam a autorização de publicação e os direitos comerciais típicos do processo editorial.

Por outro lado, a internet abriu diversas possibi-lidades de difusão do conhecimento, como o Acesso Aberto (Open Access), que modificou a forma de divulgar os resultados da pesquisa científica. Integram o Acesso Aberto aquelas iniciativas que promovem o acesso livre, gratuito e sem restrições aos trabalhos da comunidade acadêmica como proteção contra usos indevidos. A publicação em aberto não significa

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que o autor renuncia a seus direitos sobre seu texto, mas sim que ele tem liberdade de escolher como quer proteger seus direitos e difundir seus manuscritos28.

Reflexão crítica sobre a “ética da autoria”

A designação da autoria científica é um pro-blema complexo, delimitado por aspectos e princí-pios éticos, que implica problemas de integridade e responsabilidade científica. Por isso é relevante con-tar com pautas claras e objetivas para a atribuição de autoria. Assim, propomos que se levem em conta as seguintes recomendações:

1. Desde a concepção do projeto, atribuir clara e detalhadamente as responsabilidades de cada pesquisador.

2. Definir a ordem de autoria para os diferentes manuscritos derivados do projeto inicial. Esta atividade deve ser realizada com todos os parti-cipantes da pesquisa.

3. Registrar por escrito os acordos e decisões toma-dos no que diz respeito à produção e autoria de artigos, estabelecendo também quem deve ser incluído na seção de agradecimentos.

4. Elaborar guias objetivos e listas de verificação a fim de diminuir os conflitos em relação à au-toria. Esses guias devem incluir e quantificar, sem margem para dúvidas, os quatro critérios já discutidos: participação na concepção do estu-do; obtenção ou análise dos dados; redação do manuscrito ou revisão crítica intelectual; e apro-vação final do manuscrito.

5. Incentivar o respeito pelo direito de autor, a pro-priedade intelectual e as boas práticas.

6. Se o projeto ou parte dele for realizado por es-tudantes (trabalho de graduação), deve deixar-se claro que eles deixar-serão os principais autores dos produtos científicos derivados do desenvolvimen-to de seu trabalho, e que, em hipótese alguma, esse direito será cedido ao orientador, coordena-dor ou líder do grupo. Da mesma forma, a lei na

Colômbia considera como autor único e exclusivo da obra (trabalho de graduação, tese) a pessoa que organizou, coletou, expressou, recompilou e plasmou por escrito suas ideias, incluídas as dire-trizes e ideias apresentadas pelo orientador nessa obra 29. No entanto, o estudante deve atender

ca-balmente os quatro critérios apontados para ser considerado como primeiro ou único autor. Do contrário, deverá compartilhar a autoria com as pessoas que colaboraram de forma substancial

para o desenvolvimento do projeto (outros es-tudantes, orientador, pesquisadores do grupo de pesquisa o do projeto original, entre outros).

Recentemente, foi proposta a menção explícita da contribuição individual dos autores como comple-mento das normas de Vancouver. Além de adicionar uma descrição exata das tarefas realizadas por cada participante, cria-se a figura do garante, que além de cumprir os critérios de autoria realiza um esforço adicional para garantir, endossar e responder pela integridade científica do projeto em seu conjunto, antes e depois da publicação.

As revistas que adotaram a normativa da autoria por contribuição, que obviamente não é excludente dos requisitos de autoria do Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas, geral-mente publicam tal informação no rodapé da página do título, em um apêndice antes dos agradecimen-tos ou ao final do artigo. O sistema promove as boas práticas e contribui para que as listas de autores revelem com precisão quem fez o trabalho, desen-corajando a inclusão de autores fantasmas, autores convidados ou autorias como cortesia30-33.

Considerações finais

A atribuição da autoria continua sendo um pro-blema ético nas publicações científicas, por isso é rele-vante que os pesquisadores instaurem boas práticas e políticas para erradicar procedimentos reprováveis.

Embora se tenham estabelecido diretrizes para definir a autoria, ainda restam dúvidas entre alguns editores, autores ou coautores, além de condutas eticamente incorretas, muitas das quais se devem, mas não se justificam, à competitividade da carreira acadêmica. Entre essas condutas inadmissíveis, Bennet e Taylor 33 incluem a diluição de

responsa-bilidade ou injusta distribuição do crédito da auto-ria, autoria por convite, como cortesia ou presente, autorias por pressão e autores fantasmas ou excluí-dos da lista, deixando de lado a duplicação de publi-cações ou as fraudes.

É recomendável que cada instituição ou grupo de pesquisadores estabeleça a autoria desde o pla-nejamento das pesquisas, e que disponham, na medida do possível, de una escala de mensuração das contribuições para definir a ordem da lista de autores. Como orientação geral, tais acordos deverão ficar registrados por escrito devido à oco-rrência de ajustes ao longo da pesquisa.

Por fim, para fortalecer os elementos de auto-ria, é necessário que as instituições de educação

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superior incorporem disciplinas para a formação

integral em ética profissional e esclareçam o papel de estudantes, tutores e pesquisadores nas publi-cações científicas.

Os autores agradecem ao Instituto Nacional de Saúde da Colômbia pelo apoio financeiro para a realização desta revisão. Referências

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Participação dos autores

Todos os autores contribuíram na revisão bibliográfica, na análise crítica e na redação do artigo. María Luz Gunturiz Albarracín

0000-0001-9803-7909 Claudia Marcela Castro

0000-0002-8792-2002 Pablo Enrique Chaparro

0000-0003-2498-4721

Recebido: 23.10.2018 Revisado: 29. 4.2019 Aprovado: 23.10.2019

Referências

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