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INTERFACES ENTRE A CULPA E O PECADO

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Academic year: 2021

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Pedro Kuniharu Iwashita**, Rafael Gouvêa Domingues***

Resumo: “Culpa” e “pecado” são dois termos comumente rechaçados. O presente texto,

para buscar entender o significado da culpa, se inspira na psicologia de Jung. Perfazendo o plano moral e antropológico, atingir-se-á a esfera teológica, am-plificando a compreensão da culpa em relação ao pecado, num patamar espiri-tual, conferindo novo e positivo significado à existência humana.

Palavras-chave: Culpa. Pecado. Teologia. Espiritualidade. Psicologia.

O

vocabulário contemporâneo é permeado de diversos termos e conceitos que

facilmente se deslocam de seus significados genuínos, sobretudo por causa de fatores culturais que fazem ascender ou descender ideais de acordo com os inte-resses e pensamentos em voga naquele contexto específico. Assim, uma mesma palavra pode obter concepções distintas e até mesmo díspares, dependendo da circunstância. O conceito ao qual se fará referência neste texto é o de “culpa”, mormente rechaçado por muitos indivíduos como algo puramente negativo e de-preciativo ao próprio ego. No entanto, quando se trata de culpabilizar a outrem, a compreensão dessa palavra recebe acento diverso, mais avizinhado à justiça, à responsabilidade, ao dever cumprido. Isso porque “alguém deve ser culpado”, pois, se há o mal, é incontingente que um sujeito seja responsável por ele. Há, inclusive, muitos indivíduos que sentem certa necessidade de encontrar e

iden-INTERFACES ENTRE

A CULPA E O

PECADO*

–––––––––––––––––

* Recebido em: 13.06.2018. Aprovado em: 01.10.2018.

** Doutor em Teologia pela Universidade de Fribourg, Suíça. Docente do Programa de Es-tudos Pós-Graduados em Teologia da PUC/SP. E-mail: iwashita2001@gmail.com *** Mestrando em Teologia Prática pela PUC/SP. Membro da Comissão Pastoral de Formação

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tificar com precisão culpados, pois na esfera psicológica isso confere um desen-cargo de consciência, no qual aquela pessoa que culpou outrem se julga supina ou mais perfeita em relação àquele que malogrou.

À culpa há várias constatações que pululam na pastoral, especialmente no atendimento cotidiano personalizado dos presbíteros às pessoas, seja através da celebração do sacramento da Penitência, seja por meio dos aconselhamentos espirituais (SANTO DOMINGO, 1992, p. 46). Na vida cristã, a palavra “culpa” teve as-sombrosos declives por causa da perda mesma de sentido do pecado, pois que a culpabilidade está em íntima conexão com o pecado, apesar de este ser mais abrangente que aquela, uma vez que todo pecado implica a culpa de uma pes-soa, ao passo que nem toda culpa é pecaminosa. Desde o Primeiro Testamento, a culpa aparece, mormente, relacionada ao pecado, e sua isenção surge como inocência: “Embora eu seja inocente, Deus me nega o direito; com o direito de meu lado, passo por mentiroso; a flechada me inflama, embora não tenha pecado” (Jó 34,5s).1

A primeira consideração a ser feita concerne ao pavor que muitas pessoas expressam quando se menciona o vocábulo “culpa”. Este é identificado no primeiro mo-mento com grave erro ou pecado, como um jugo do qual deve se esvanecer o quanto antes. Apesar de o pecado não ser um conceito tão bem compreendido em seu autêntico significado, mas, quando utilizado emerge, ainda que ligei-ramente, para se associar à culpa. Transmite-se este movimento e compor-tamento distinto de acordo com a conjuntura da culpa: a culpa pessoal gera sofrimento, baixa autoestima, mal-estar da pessoa consigo mesma e, quando levada a extremos, pode causar depressão, complexos psicológicos, autoinfe-riorização, negativas, comparações contínuas com outras pessoas, sentimento de inutilidade, desprezo de si e esgotamento nervoso.

Poderíamos definir o “senso de culpa” como a sensação dolorosa (vergonha, medo, escrúpulo) que acompanha o ato julgado “mau” e cujas causas não pro-vêm da consciência de pecado no sentido teológico, mas de outras experiências realizadas no decurso da própria existência. Muitas vezes o senso da culpa vem acompanhado de sensações que contrastam claramente com o espírito de fé, com o caráter de inevitabilidade e até de desespero. Muitas vezes, os conceitos de pe-cado e de sentimento de culpa se identificam indevidamente com termos tais como remorso, medo do pecado e senso do pecado (FIORES; GOFFI, 1989, p. 926). A expressão “sentimento de culpa” ainda ocupa um patamar relevante na hodiernidade.

Diver-sas vezes tal sentimento aparece associado ao remorso, principalmente com extremis-mos simplistas: “Muitos cristãos dizem a si mesextremis-mos: ‘eu não sinto remorsos, então é sinal de que não fiz nenhum mal’. Ou, ao contrário: ‘sinto um remorso intenso, logo

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devo ter pecado gravemente’” (THÉVENOT, 1993, p. 89). Na celebração do sacra-mento da Confissão, ele insurge ora de modo equilibrado, ora polarizado, tanto por excesso quanto por escassez; nas duas últimas situações, isto exige do confessor finu-ra pastofinu-ral e espiritual pafinu-ra bem nortear aquele fiel que o procufinu-ra. Conforme ensina o Magistério,

é necessário que ele (o ministro) acrescente a uma boa sensibilidade espiritual e pastoral uma séria preparação teológica, moral e pedagógica, que o torne capaz de compreender a existência da pessoa. Além disso, é-lhe muito útil conhecer os âmbitos sociais, culturais e profissionais de quantos se aproximam do confessionário. Para pode oferecer conselhos idôneos e orientações espirituais e práticas à sabedoria humana, à preparação teológica, é necessário acrescentar uma profunda disposição de espiritualidade, alimentada pelo contato orante com Cristo, Mestre e Redentor (CONGREGAÇÃO PARA O CLERO, 2011, p. 63). Ao se perguntar pelo conceito do sentimento de culpa, é imprescindível considerar este

fe-nômeno ligado ao psiquismo, sem reduzi-lo à psicologia. Entretanto, a culpa e seu sentimento foram também objeto de reflexão por parte de psicanalistas.

A angústia da culpa não faz referência direta ao outro no que ele verdadeiramente é. Ela é, antes, a expressão de um conflito que é, em primeiro lugar, interior no psi-quismo. A culpa, poder-se-ia dizer, acontece, primeiro, entre eu e eu. E é por isto que os psicólogos, da mesma forma, aliás, que os grandes espiritualistas, sempre enfatizaram: a culpa e o remorso têm, definitivamente, uma dimensão egocêntrica bastante importante (THÉVENOT, 1993, p. 60).

Diante de tudo o que foi exposto até aqui, pode parecer ao leitor que a culpa se con-suma meramente em negatividades e sombras, as quais devem ser rejeitadas veementemente. Contudo, um olhar mais apurado sobre tal realidade permite perceber que

a experiência da culpa, ao provocar desordem, mancha, ruptura, erro ou equívo-co, infidelidade […] desperta mal-estar interior e desejo de reparação. Trata-se, portanto, de sentimento muito lógico e natural, como consequência da falta co-metida […]. A culpa, como a dor ou febre nos mecanismos biológicos, faz sentir o mau funcionamento da pessoa e o desejo de cura eficaz (AZPITARTE, 1995, p. 321-322).

Transformar positivamente a visão acerca da culpa é um itinerário altivamente li-bertador e salutar ao ser humano. Uma leitura cristã dos cânticos do

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Ser-vo Sofredor, presentes nos textos dêutero-isaianos (cf. Is 42,1-9; 49,1-13; 50,4-7; 53), traduz o significado da cura espiritual-salvífica de Cristo dian-te do pecado: “Nossos pecados ele os carregou em seu corpo no madeiro, a fim de que, mortos para o pecado, vivamos para a justiça. Suas cicatrizes nos curaram” (1Pd 2,24). Ainda se pode afirmar que “o fato de a culpa ser às vezes vivenciada de forma madura ou patológica não exclui os valores positivos que traz, como uma chamada de atenção para refletir sobre as falsas justificações e dar-se conta dos próprios erros” (AZPITARTE, 2005, p. 59).

EXCESSIVO SENTIMENTO DE CULPA

Uma situação reincidente reside na exacerbação da própria culpa. Por detrás de tal so-frimento não é difícil encontrar consciências frustradas, perfeccionistas e es-crupulosas (FERNÁNDEZ, 1995, p. 178-183) que comumente têm problemas de se relacionar intersubjetivamente de modo saudável, até porque o escrúpulo é considerado patológico, num deslocamento idealizador:

De um lado, a consciência escrupulosa é consciência delicada e meticulosa que se apaixona por perfeição cada vez maior, de outro, o escrúpulo marca a entrada da consciência moral em sua condição patológica. A pessoa escrupulosa fecha-se no labirinto dos mandamentos; a obrigação adquire caráter enumerativo e acumulativo, que contrasta com a simplicidade e a sobriedade do mandamento de amar a Deus e aos homens. A atitude do escrupuloso leva à visão “jurídica” da ação e à ritualização quase obsessiva da vida cotidiana, causa e efeito ao mesmo tempo da perversão do conceito de obediência; volta-se à “escravidão da lei”, descrita por São Paulo (Rm 7) (FIORES; GOFFI, 1989, p. 922).

Todos esses disparates jazem numa formação defectiva da própria consciência. As pessoas es-crupulosas costumam igualmente exigir exageradamente de si mesmas, arquitetando e alimentando imagens e conceitos contraproducentes sobre elas próprias e os outros. Há maior fluidez em visualizar e reter situações sombrias que iluminadas, minúcias que conjuntos. Geralmente, as pessoas que se ajuízam assim tendem a gestar desgos-tos para si e para os outros; por sua vez, naturalmente, isto vai desembocar em frus-trações, desânimos e consternações aparentemente irremediáveis, pois a convergência para tais sujeitos é que esses sentimentos se avolumem até a saturação de transborda-mento para outrem. A polarização da culpa

consiste, em última análise, em se desprezar. Ela consiste em cultivar a culpa a ponto de se autodepreciar, de entrar num sentimento de humilhação, de

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“mor-te” a si mesmo. Ora, os filósofos ateus, como os místicos, sempre acentuaram o quanto essa autodepreciação era narcisista (THÉVENOT, 1993, p. 93).

A correta e sensata compreensão da culpa é basilar no conjunto do tema do pecado. Há diversas interpretações errôneas quando o assunto é culpa, geralmente con-templado unicamente como algo sinistro. Todavia, numa leitura mais apurada,

a culpabilidade nunca significou um desejo masoquista de autotortura, mas um reconhecimento maduro e consciente de nossa responsabilidade frente a um ato desumanizador e injusto. Assim, para a fé cristã, o sentimento de culpa não representava um gesto de anulação do humano. Contrariamente, sinalizava a intenção de reconhecimento do erro e do desejo profundo de reparação (VIEI-RA, 2013, p. 45).

É inegável que em alguns momentos da história e em certos contextos mais radicais alienados (espiritualismos, puritanismos, fundamentalismos, fanatismos), especialmente na Idade Média, se chegou a apregoar uma exaltação ao sofrimento esquadrinhado e até provocado, como sinal de purificação e salvação pessoal, traduzido num individualismo intimista (DELUMEAU, 2003, p. 413-434). Atualmente, não são aceitas, logicamente, pela Igreja e pelas teologias e espiritualidades sérias tais comportamentos. Oseias já havia acenado para isso; assertiva ratificada posteriormente por Jesus (cf. Os 6,6; Mt 9,13a).

A pessoa perfeccionista, para além da ponderação psicológica, é alguém que vive insatisfeita ininterruptamente consigo mesma e com os outros, pois, ao exigir demasiadamente de si, espontaneamente passa a cobrar dos outros com intolerância e impaciência, uma vez que projeta seu mal-estar em quem se relaciona com ela. No campo da vivência da fé cristã, geralmente tais sujeitos obstaculizam mais o perdão a si e aos outros, se prendem a uma exacerbada rigidez (FRANCISCO, 2017), perdendo a leveza e a beleza da vida que poderia ser contemplada na ótica da fé, além de sadia flexibilidade e compreensão das pessoas. É evidente que, quando Jesus exorta seus ouvintes a ser perfeitos como o Pai celeste (cf. Mt 5,48), Ele não está exigindo algo sobrenatural e impossível, mas, antes, motivando à aprendizagem a partir do proceder do Pai, num percurso ininterrupto de afeiçoamento ao próprio Deus: é o itinerário das bem-aven-turanças mateanas (FRANCISCO, 2018, n. 67-94).

Mais estritamente conectado à celebração do sacramento da Reconciliação está o escrúpulo. O sentimento polarizado da culpa faz com que a pessoa seja meticulosa, duvidando muitas vezes do perdão divino, inventando até suspeitas e neuroses se de fato seus pecados foram perdoados, pois ela mesma não consegue se perdoar e se desfazer de suas culpas. “Uma palavra-chave […] é a palavra perdão. Porque, se não se perdoa, necessariamente fica-se na dinâmica da ira, da ação e da retaliação. Seja quando se

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age, seja no desejo de vingança e que se fica enrustindo” (DAMASCENO, 2001, p. 99).2 Espiritualmente, a falta de perdão e a escrupulosidade originam uma permanente

insatisfação própria e até com Deus, uma vez que pessoas assim se sentem sempre como devedoras que nunca conseguem sanar suas “dívidas espirituais”. Frequente-mente estão exageradaFrequente-mente preocupadas em fazer penitências, em compensar suas culpas de algum modo, gerando alguns sofrimentos desnecessários para si mesmas. Ainda na área do sacramento da Reconciliação, é válido notar que tais indivíduos

pro-curam se confessar com frequência desmedida, como, por exemplo, mais de uma vez por semana, o que impossibilita um autêntico itinerário de conversão, que é indubitavelmente processual, além de tornar a Confissão algo mecânico, automático, reduzindo-a a mero desencargo de consciência, alívio imediato e descompromissado com a vivência da fé cristã, seja pelas atitudes concretas da cotidianidade, seja pelo esvaziamento de uma verdadeira espiritualidade que faculta experiências profundas e fecundas de Deus. Este tipo de procedimento dista da recomendada frequência à Confissão sacramental pela devoção salutar (MIRAGOLI, 1999, p. 70-85).

SENTIMENTO DE CULPA ESCASSO

O segundo grupo anteposto ao primeiro concerne àquilo que se verifica majoritariamente na contemporaneidade, ou seja, a escassez do sentimento de culpa. Há inúmeras pessoas que não admitem em hipótese alguma ser culpadas por quaisquer coisas más que aconteçam, pois estão sempre se justificando psicológica e/ou social-mente e responsabilizando outras pessoas e/ou condicionamentos ambientais e temporais. Determinam, assim, que a culpa, na verdade, seria algo inexistente e impensável de aplicar a um indivíduo específico, mas representaria uma abs-tração coletiva, culpando a sociedade ou tal sistema ou ideologia que provocou aquilo, e o máximo a ser permitido seria uma participação ingênua e desculpável de uma pessoa em particular, inserida aleatoriamente naquele meio.

Essa retirada absoluta ou quase absoluta da culpa se faz presente na sociedade, que almeja identificar mulheres e homens culpados que possam esquivar aquele indivíduo que simplesmente os observa, julga e condena, colocando-se num patamar mais excelso de quem é considerado culpado e totalmente alheio ao ocorrido. Num cenário como este, é fundamental recordar que

o pecado pode ser definido como aquilo que desestrutura profundamente as pessoas e a sociedade. É pecado tudo aquilo que desumaniza, no sentido forte da palavra. Entretanto, é preciso reconhecer que existem abordagens que mais favorecem a acomodação pessoal e o status quo social do que interpelam no sentido de mudanças para o crescimento (MOSER, 2002, p. 124).

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Peculiarmente, no âmbito da Confissão, muitos sujeitos já não se consideram sequer como pecadores, por pensarem que o pecado se restrinja a atos gravemente desordenados e de caráter público ou explícito, como um homicídio ou roubo danoso. Há os que assiduamente se colocam em paralelo, num quadro comparativo, envaidecendo-se porque não fazem isto ou aquilo de mal como outros fazem e elencando prerrogativas em detrimento alheio, com presunção. Sobre a péssima postura de se colacionar superiormente às pessoas, é digna de nota a referência em Lc 18,9-14. Nesta parábola, Jesus revela qual é a oração que agrada ao Pai e, mais intimamente, qual é a atitude interior condizente a um filho de Deus, convergindo simultaneamente às dimensões vertical e horizontal da fé cristã. Outra parábola não menos preciosa para tal entendimento se localiza em Mt 21,28-32, por ocasião dos dois filhos que têm posturas contrárias entre a coerência do dizer e do agir, retroalimentado positivamente o exemplo do primeiro filho. Além da divergência da atitude deles, é mais enaltecedora ainda a profecia de Jesus, que escandalizou aqueles sacerdotes e anciãos ao afirmar que haveria precedência no Reino de Deus por parte de prostitutas e cobradores de impostos em relação àqueles que se julgavam impecáveis por simplesmente cumprirem a Lei e os preceitos judaicos diversos. Nesse ínterim, ainda é digno de nota Mc 7,14-23, quando Jesus ensina que a pureza/impureza está no interior humano e não nas leis externas, ambientais, de tradição humana simplesmente.

SENTIMENTO DE CULPA EQUILIBRADO

A terceira e ideal situação tange ao comedimento da culpa, evitando os extremos que ocasionam diversas circunstâncias ruins, conforme já aludido. Há uma pre-missa à culpabilidade da qual não se deve omitir, que é a diferenciação entre a culpa verdadeira, que por sua natureza deve ser objetiva, real, acontecida, daquela mera impressão ou sentimento excessivamente subjetivo (subjetivista) de culpa, que se alicerça mais no plano complexado pelo próprio sujeito. A pessoa que comporta uma culpa autêntica, seguramente, experimentará capacidades

inerentes à abordagem madura e franca da própria culpa. A primeira faculdade concerne à facilidade com que tal pessoa suplica o perdão, seja na dimensão vertical em relação a Deus, seja na dimensão horizontal na relação fraterna. Simultaneamente na mesma via do perdão encontra-se a habilidade de perdo-ar. Indubitavelmente, esta atitude é uma das mais exigentes e reiteradas nos evangelhos (cf. Mt 6,12; Mc 2,10; Lc 7,48; 15; Jo 8,11), denotando o valor da prática da remissão da ofensa como caminho de salvação.

A sensatez da culpabilidade ainda engendra um autoconhecimento profícuo, não ape-nas no campo psicológico, mas ainda mais no âmbito espiritual e místico, pois

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a pessoa torna-se verdadeira consigo mesma e com os outros seres humanos, uma vez que não teme saber nem encontrar com a verdade, que, em seu mais altivo nível, liberta (cf. Jo 8,32). A autenticidade talvez seja a experiência mais contundente e inexaurível que exista no ser humano, ontologicamente compreendido como ser-no-mundo. O bom senso da culpa ainda conduz à perseverança no discipulado cristão.

Há uma incisiva tendência de que o homem e a mulher cultuem a si mesmos, ges-tando o denominado narcisismo. Este pode resultar em vaidades desmedidas: egocentrismo, egolatria, individualismo egoístico. A culpa emerge mais uma vez favoravelmente quando provoca o rompimento com esse narcisismo, de-senvolvendo a autoconsciência do sujeito, adolescendo-o à responsabilidade. Corrobora pensar nesta plataforma que

no fundo de todo sentimento de culpa existe a sensação de angústia pelo temor de perda e pelo medo de castigo. É a rejeição de sensação que se torna insupor-tável […] essa frustração inconsciente e angustiosa diante da impossibilidade de seguir seus próprios desejos desencadeia, nesse mesmo nível, um movimento de agressividade […] o sentimento de culpa será a vingança cruel do próprio sujeito (AZPITARTE, 1995, p. 322).

Segundo Azpitarte, uma compreensão sensata da culpa pulula entre uma atitude farisai-ca e um autoaniquilamento desesperador:

É preciso, portanto, evitar um duplo extremismo entre o sentimento farisaico da pessoa auto satisfeita, que se considera incólume de toda falha e merecedora da benevolência divina, e a culpabilidade daquele que naufraga por não superar seus conflitos. Nenhuma das duas posições encontra justificação no evangelho

(AZPITARTE, 2005, p. 113).

ALGUNS APROFUNDAMENTOS SOBRE A CULPA EM RELAÇÃO AO PECADO A culpa é um elemento contemplado pelo sacramento da Reconciliação, uma vez que

o penitente, antes de se dirigir à celebração deste sacramento quando movido para ele seriamente, faz um exame de consciência diante de Deus e obtém como resultado mais que um simples sentimento ou listagem discriminada e pormenorizada de pecados. O penitente reconhece-se como pecador no âmago de sua consciência espiritual e percebe o fardo de sua culpabilidade ou, em outras palavras, a responsabilidade por seus atos, num movimento em que se coadunam simultânea e convergentemente a objetividade daquele ato pecami-noso com a subjetividade (não subjetivismo) da culpa.

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O pecado, no sentido próprio e verdadeiro, é sempre um ato da pessoa, porque é um ato de um homem, individualmente considerado, e não propriamente de um grupo ou de uma comunidade. Este homem pode ser condicionado, pressionado, impelido por numerosos e ponderosos fatores externos, como também pode estar sujeito a tendências, taras e hábitos relacionados com a sua condição pessoal... tais fatores externos e internos podem atenuar, em maior ou menor grau, a sua liberdade e, consequentemente, a sua responsabilidade e culpabilidade. No en-tanto, é uma verdade de fé... que a pessoa humana é livre […]. Em todos e em cada um dos homens, não há nada tão pessoal e intransferível como o mérito da virtude ou a responsabilidade da culpa (JOÃO PAULO II, 1984, n. 16).

A citação acima deixa evidente o nível de responsabilização de cada pessoa em particular, ba-lanceando entre o particular e o social, de tal modo que não se dilui um no outro, nem sequer se inventem desculpas, mas objetivamente se impliquem as dimensões em questão. Os fatores ambientais podem ser influentes, mas não determinantes à con-duta de cada indivíduo, que, sob a perspectiva cristã, jamais obnubila por completo a liberdade, dom recebido gratuitamente de Deus desde a criação (cf. Gn 1,28-30) e revigorado no Mistério Pascal de Cristo (cf. Gl 5,1.13s).

A culpa pode ser compreendida tripartidamente nos seguintes planos: do instinto, que é o nível inferior, por se tratar de mera compreensão da culpa como transgressão de regras so-ciais preestabelecidas, mormente com determinados tabus. No segundo plano, moral, a culpa se desenvolve, ao transcender a exterioridade para transitar pela interioridade da consciência, na realização ontológica da pessoa; deste modo, a culpa moral atenta contra a própria consciência do sujeito, que vê aquela como empecilho para sua au-torrealização na verdade de suas ações. Por último, o terceiro e mais radical nível se alicerça no plano espiritual cristão, em que há uma maturidade mística, pois a culpa tenciona a relação entre dois seres que livremente se amam: o ser humano e o ser divino (Deus); o pecado é traduzido como infidelidade ao amor; existe aqui uma au-têntica contrição do pecador que se reaproxima de Deus, mediante o perdão recebido, itinerário para a realização do ser humano em Deus mesmo (FIORES; GOFFI, 1989, p. 922-923). O alargamento do conceito de culpa nesses termos é fundamental para se mensurar outros elementos concomitantes, como o arrependimento e a conversão diante do pecado, pois manifesta a intensidade e os efeitos deste na vida humana. O grande psiquiatra Carl Gustav Jung, fundador da psicologia analítica, de cunho humanista,

possui, entre suas variadas abordagens, considerações preciosas acerca da culpa. Em um de seus escritos, no contexto da Primeira Guerra Mundial, na realidade mais espe-cífica da Alemanha, ele afirma:

Na verdade pouco se ganha em perder de vista a própria sombra ao passo que o conhecimento da culpa e do mal que habitam em cada um traz muitas vantagens.

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A consciência da culpa oferece condições para a transformação e melhoria das coisas […]. A consciência da culpa pode, portanto, converter-se no mais pode-roso movente moral (JUNG, 2002, p. 49).

Interessante notar como Jung enaltece a culpa, inclusive, no campo da moralidade, como poten-cial de crescimento humano. No plano teológico, corroborado por esta assertiva an-tropológica, aponta-se para a misericórdia de Deus, capaz de transformar as mazelas humanas, quando a mulher e o homem se reconhecem como pecadores (cf. 1Jo 1,9). Em sequência, Jung (2002, p. 50) afirma:

sem culpa não pode haver maturação psíquica nem tampouco ampliação do horizonte espiritual. O que dizia Mestre Eckhart? “Por isso, Deus tantas vezes cobriu com a miséria do pecado justamente aqueles homens por ele destinados a grandes coisas”.

O pensamento junguiano nesta esfera demonstra, pelas vias da consciência, a positividade latente na culpa e no pecado sob a ótica espiritual. A culpa é útil para gestar responsabilidade e adolescer os indivíduos. Longe de ser uma autodestruição de abaixamento da própria estima ou aniquilamento pessoal enfadonho, ela perpetra um autoconhecimento sadio e maduro, capaz de arrancar a pessoa de alienações ou julgamentos de superioridade em relação a outrem. Vale ilustrativamente a referência de Paulo ao “espinho na car-ne” (cf. 2Cor 12,7).

Uma interpretação conveniente à culpa reside no ferimento que esta provoca no ego do sujeito, sobretudo quando este está imbuído ostensivamente de narcisismo. Procedente de um importante mito grego (FÉLIX, 2008), este consiste basilarmente na autocontempla-ção extremada, em que o indivíduo se posta num nível de superioridade e arrogância em relação às outras pessoas, esvaindo-se facilmente em vaidades desmedidas, em egoísmos centralizadores, que o vão tornando hermético. Dá-se um solipsismo em que o sujeito se posiciona egocentricamente, numa ininterrupta circularidade centrí-peta. A culpa, nessa situação, é uma forma favorável para provocar uma ruptura na mentalidade desse ser humano, que se poderia reconhecer falível e declinar (ou ascen-der) ao nobilíssimo degrau da humildade.

Reconhecer a própria culpa, e até pedir perdão por ela, é uma atitude sublime, de ma-turidade humana e cristã. Por extensão, é digno de nota recordar Jo 8,1-11, num episódio lapidar do ministério de Jesus, que sábia e categoricamente en-sina que não se pode condenar a outrem, pois todas as pessoas, sem exceção, são pecadoras. Outro fator que causa este temor está na falta de compreensão alheia e na distorção da imagem social, algo inegociável para quem embasa sua vida e carreira profissional somente nesse status quo, absolutizando-o es-tética e fenomenologicamente ao bojo social.

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Outro fenômeno fluentemente detectável reside no hábito de terceirizar a própria culpa, delegando-a a intermináveis e injustificáveis desculpas e explicações. Tais jus-tificativas tentam balizar com certo encadeamento lógico e forçoso a própria culpa. O sujeito até aceita ter cometido um delito, mas lança sua culpa em outras pessoas, sistemas, circunstâncias da vida aleatórias ou acontecimentos. Há homens e mulheres mais espirituosos que amenizam suas culpas a partir do demônio, sem entender esse processo espiritual do pecado, desde a ten-tação, passando pelo consentimento, até o cometimento mesmo do ato mau. Teologicamente, sabe-se bem como funciona esse percurso e até que ponto tem o demônio poder de sugestão para o mal; as artimanhas do demônio logo no início do ministério público de Jesus mostram bem isso (cf. Mt 4,1-11; Lc 4,1-13). Todavia, é lúcido que a pessoa não deixa de ser a responsável por suas escolhas, sejam boas ou más; há influências, mas não determinação. Caso contrário, não existiria a liberdade de decisão, mas imperiosos e inextinguíveis condicionamentos, o que se oporia drasticamente à fé cristã, especialmente no terreno da liberdade (cf. Gl 5).

Apesar de não ser objeto formal deste texto a culpa na psicologia, mas, antes, na teologia, é lícito que se elenque algumas sucintas ponderações daquela ciência, com ha-bilidade própria para se debruçar mais que a teologia sobre este mote, sem, con-tudo, se restringir a um psicologismo. Inclusive, alguns teólogos acenam para a psicologia profunda, como é o caso de João Batista Libanio, numa obra mais antiga (LIBANIO, 1976, p. 17-19). Ao tematizar a psicologia profunda, é válido reconsiderar o narcisismo, que é confrontado pela culpa, naquele processo de amadurecimento espiritual e existencial, conforme supramencionado, como um dos vieses positivos da culpa. A pessoa narcísica conflui para uma autoidealiza-ção que a prejudica, bem como a outrem, sem que ela note muitas vezes isso.

A culpa é fato que destrói o eu ideal, com o qual o indivíduo se identifica. Para esse eu ele encaminhou uma multidão de esforços, com a ilusão de conseguir um dia sua plena realização. O desajuste entre esse ideal e sua execução prática cria os sentimentos de condenação, de rejeição, de degradação. É insatisfação de fundo por causa da incapacidade de obter a meta sonhada, na qual estavam depositadas tantas esperanças pessoais e expectativas dos outros. É inconfor-mismo egocêntrico, fomentado pela urgência da própria autossatisfação (AZPI-TARTE, 1995, p. 323).

A culpa não deve amedrontar o ser humano a ponto de que este crie psicoses e neuro-ses que, ao invés de libertá-lo do mal e do pecado, o naufraguem ainda mais. Corrobora para uma perspectiva libertadora da culpa a superação de todo lega-lismo, como se a culpa fosse somente uma transgressão legal. Tal

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desvirtuamento consiste em considerar as relações entre Deus e o ser humano sob o modelo de relações jurídicas que existem na sociedade civil […]. Essa maneira de ver as coisas corresponde, aliás, a uma disposição do espírito hu-mano. No momento em que os psicólogos contemporâneos examinam as etapas do desenvolvimento da consciência moral, descobrem que cada indivíduo passa necessariamente por uma etapa “legalista”. A criança de 6 ou 7 anos não pra-tica o bem porque isso é bom, mas porque papai e mamãe lhe pedem, ou, ainda, porque é ameaçada de castigo, em caso de desobediência. Estudos minucio-sos feitos pelo americano Lawrence Kohlberg pretendem mostrar que inúmeros adultos permanecem nesse estágio (GAUDETTE, 1997, p. 47-48).

Os cristãos e as cristãs que vivem assim, reduzidamente, num infantilismo espiritual permeado pelo temor, delimitando a culpa à dimensão jurídica e externa, como desobediência às leis, não se maturam na fé, que se perfaz pela experi-ência mais radicalizada de Deus em suas vidas, isto é, mediante o cultivo de uma espiritualidade processual e fecunda, até se tornar uma mística perma-nente. É a experiência que repele o medo, no ensinamento joanino de que “no amor não há lugar para o temor; ao contrário, o amor desaloja o temor. Pois o temor se refere ao castigo, e quem teme não alcançou um amor perfeito” (1Jo 4,18).

CONCLUSÃO

Após percorrer suscintamente a temática da culpa, ligada ao pecado, haja vista ser um assunto bastante complexo e exaustivo para ser esgotado em tão poucas páginas, podem-se haurir algumas ideias em caráter de síntese e assimilação para um tema tão crucial à fé cristã como este. Na lícita abertura à interdisci-plinaridade, psicologia e teologia se aproximam na questão. É justo delinear lucidamente que o pecado se fundamenta na Revelação, portanto, na esteira da fé cristã, ao passo que a culpa, apesar do avizinhamento ao pecado, associa-se mais a fatores psicossociais de cada sujeito em particular, conforme demons-trado no texto. Embora haja esta distinção, é interessante pensar no sentimento de culpa em sua ambivalência negativa (hermetismo, exasperação, escrupulo-sidade, angústia) e positiva (processo de libertação interior, amadurecimento na fé, conversão, processo de crescimento e autoconhecimento). O intento foi exaltar a segunda perspectiva.

É indispensável que o cristão e a cristã saibam, a partir da dinâmica da fé, reconhe-cer saudavelmente a culpa, evitando as polarizações da escrupulosidade e do laxismo; assim, pode percorrer um itinerário de conversão e salvação. Numa perspectiva antropológica e teológica acerca da culpa, pode-se dizer que

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a posição mais evangélica então é abraçar com alegria esta docta ignorantia, humilde e sincera, de não ter medo de reconhecer diante de Deus que ignora-mos qual é nossa verdadeira situação. Somente ele penetra nesse mundo oculto e misterioso, onde se entrecruzam o bem e o mal em proporções tão diferentes, segundo os casos e as circunstâncias, mas quase sempre tão opaco para nós. É um esforço por colocar-se diante dele sinceramente, sem condenar-se com excesso nem sentir-se inocente com ingenuidade. Em última análise, sem saber o que somos, esperando sempre seu perdão e abertos ao carinho e ao agrade-cimento. Não é por nada que somos todos, ao mesmo tempo, justos e pecadores

(AZPITARTE, 2005, p. 114).

A culpa acosta-se mais ao plano psicológico e moral. Entretanto, o cristão é capaz de transcender estes dois planos para alcançar o nível espiritual, transcendental, que advém da fé. À culpa pecaminosa não se responde com desespero extre-mado, mas com confiança na misericórdia de Deus que está infinitamente aci-ma das debilidades huaci-manas, pois o perdão divino é indizivelmente generoso ante o pecado do ser humano:

A verdadeira consciência do pecado não olha para trás, como o remorso angus-tiado, para comprovar se fez tudo o que era necessário para obter o perdão. Ela está certa dele, porque ofereceu a Deus, à Igreja e aos irmãos uma palavra de arrependimento sincero, e agora se abre para o futuro com esperança e entu-siasmo, mas sem renegar seu passado ou pretender mudá-lo. O de menos é o que foi a sua história. O arrependimento contempla o porvir, e esse gesto reajusta a vida inteira, incluindo o passado miserável, para nova orientação (AZPITAR-TE, 1995, p. 324-325).

Desse modo, o pecado é indubitavelmente uma desgraça na existência humana. En-tretanto, o cristão, num processo profundo e sincero da própria consciência, se percebe culpado não para subestimar-se ou aniquilar-se desesperadamente, mas antes para poder experimentar mais profusamente a graça salvífica de Deus, convertendo-se a Ele moral, espiritual e existencialmente, num inin-terrupto percurso de discernimento: “Examinai tudo e ficai com o que é bom, evitai toda espécie de mal. O Deus da paz vos santifique completamente, vos conserve íntegros em espírito, alma e corpo” (1Ts 5,21-23a).

INTERFACES BETWEEN GUILT AND SIN

Abstract: “Guilt” and “sin” are two commonly dismissed terms. The present text, in

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achieving the moral and anthropological plane, the theological sphere will be reached, amplifying the understanding of the guilt in relation to the sin, in a spiritual level, conferring new and positive meaning to the human existence.

Keywords: Guilt. Sin. Theology. Spirituality. Psychology.

Notas

1 O Livro de Jó é categórico nas Sagradas Escrituras ao discorrer sobre o sofrimento humano em diversos vieses. Entre estes está a dramaticidade do justo que não consegue encontrar as razões dos sofrimentos que o acometem, uma vez que seriam consequências naturais do pecado; porém, na ausência deste, não haveria a culpa e, portanto, inexistiria o sofrimento. Na mentalidade deste autor, isso carece de lógica, pois a resposta virá somente ao término do livro.

2 Acerca do perdão, são incontáveis as referências bíblicas, das quais são exemplo: Lv 19,17s; Mt 18,21-35; Mc 11,26; Lc 15,11-32; Cl 3,13 etc. Cada um desses textos bíblicos, além de numerosos outros, se complementa de algum modo pela variedade de perspectivas no concernente à atitude de perdão, a qual está estreitamente ligada à fé.

Referências

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