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Desigualdade de gênero e alocação do tempo no Brasil

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Academic year: 2020

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Desigualdade de gênero e alocação do

tempo no Brasil

Ana Luiza Neves de Holanda Barbosa (IPEA)

MULHERES, EMPRESAS E O DIREITO 2018:

IGUALDADE DE GÊNERO E INCLUSÃO ECONÔMICA NO BRASIL Rio de Janeiro

(2)

Motivação

- Ao longo dos últimos anos, algumas mudanças

importantes foram observadas com relação ao uso do

tempo dedicado ao trabalho remunerado e ao trabalho

não remunerado;

- transformações ocorridas na estrutura e na composição

das famílias; maior facilidade de arranjos formais e

informais para o cuidado dos filhos, e; da maior

eficiência na produção de bens e serviços domésticos

(Browning, Chiappori e Weiss, 2014; Greenwood e Vandenbroucke, 2008; Goldin, 1989; Heckman, 1974);

- o uso do tempo dedicado ao lazer tem recebido especial

atenção em anos recentes

(Aguiar, Hurst e Karabarbounis, 2012;

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Objetivo

Documentar tendências na alocação do tempo no Brasil

ao longo do período entre 2001 e 2015. Em particular,

pretende-se analisar a evolução das jornadas semanais de

trabalho no mercado e em afazeres domésticos, além do

tempo semanal de deslocamento entre casa e trabalho e

das horas semanais dedicadas ao lazer.

(Nota Técnica ‘Tendências nas Horas dedicadas ao Trabalho e

Lazer: uma análise da alocação do tempo no Brasil’, Boletim de

Mercado de Trabalho n

o

64, Ipea, abril de 2018)

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Margem Intensiva (população total)

• ráfico1

da

Participação

no

Mercado de Trabalho e das Horas

de Trabalho e de Deslocamento

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Margem Intensiva (população ocupada)

• Gráfico2 evolução das horas de lazer por

gênero;

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Horas de lazer (população ocupada)

• ráfico1

da

Participação

no

Mercado de Trabalho e das Horas

de Trabalho e de Deslocamento

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Evolução do uso do tempo no Brasil

• homens desfrutam de mais horas de lazer do que as mulheres, ainda que haja uma tendência de redução dessa diferença ao longo do tempo;

• elevação do tempo dedicado ao lazer tanto para os homens quanto para as mulheres, sendo que esta elevação se dá de forma mais acentuada para as mulheres;

• Para os homens, a elevação do lazer (de 4 horas semanais ao longo de 2001 a 2015) pode ser explicada por uma redução expressiva nas horas trabalhadas no mercado (5 horas) em comparação com o leve aumento ocorrido nas horas dedicadas aos afazeres domésticos (1 hora);

• Para as mulheres brasileiras, a elevação nas horas de lazer (de 7 horas semanais no período 2001-2015) pode ser explicada por uma redução nas horas dedicadas aos afazeres domésticos (7 horas) em relação à estabilidade nas horas direcionadas ao trabalho no mercado.

(13)

Base de Dados - PNAD

Pesquisa Nacional por Amostra de domicílios (PNAD) –

Conduzida desde 1967 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística), a PNAD é uma pesquisa domiciliar, com

representatividade

nacional,

realizada

anualmente,

cujas

informações são referentes às características gerais da população,

migração, educação, trabalho.

(14)

Base de Dados – Variáveis

- Horas de Trabalho no mercado: horas habitualmente trabalhadas por semana no trabalho principal, no secundário e nos demais trabalhos remunerados que a pessoa tinha na semana de referência. A definição de trabalho no mercado (ou trabalho em atividade econômica) segue a definição de trabalho adotada pelo IBGE e compreende o trabalho remunerado, o trabalho não remunerado exercido em determinadas atividades (ajuda a membro familiar na agricultura; voluntário em instituições religiosas etc; aprendiz e estagiário) e o trabalho na produção para o próprio consumo ou na construção para o próprio uso.

- Horas de Trabalho em afazeres domésticos: realização de tarefas ou atividades (que não se enquadram no conceito de trabalho remunerado) de: i) arrumar

ou limpar toda ou parte da moradia; ii) cozinhar ou preparar alimentos, passar

roupa, lavar roupa ou louça, utilizando, ou não, aparelhos eletrodomésticos para executar estas tarefas para si ou para outro(s) morador(es); iii) orientar

ou dirigir trabalhadores domésticos na execução das tarefas domésticas;

iv) cuidar de filhos ou menores moradores; ou v) limpar o quintal ou terreno

(15)

Base de Dados – Variáveis

- Horas de deslocamento casa-trabalho: tempo que os indivíduos gastam nos deslocamentos de casa para o trabalho (código V9057), disponibilizada pelo IBGE desde 1992, é construída como variável categórica com os seguintes intervalos: i) até trinta minutos; ii) entre trinta minutos e uma hora; iii) entre uma e duas horas; e iv) duas horas ou mais. O tempo médio de deslocamento das viagens foi calculado utilizando o ponto médio de cada categoria intermediária e o primeiro ponto da última categoria aberta (Pereira e Schwanen (2013); Bussab e Morettin (1987)).

- Lazer: dotação do tempo semanal de uma pessoa (168 horas

semanais) menos as horas normalmente trabalhadas no mercado

por semana, as horas por semana que habitualmente dedicava aos

afazeres domésticos e o tempo semanal que a pessoa gasta no

deslocamento de casa para o trabalho.

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Base de Dados – Amostra

- Indivíduos de 24 a 64 anos de idade ao longo do período entre

2001 e 2015.

- Composição demográfica:

Mulher Homem Mulher Homem Mulher Homem

Idade média 40,3 40,0 41,2 40,8 42,4 41,9

Escolaridade média 6,5 6,3 7,9 7,5 8,9 8,4

% com filhos entre 0 e 4 anos 19,6% 22,1% 15,0% 16,4% 13,4% 14,3%

% idoso no domicílio 3,8% 3,6% 4,6% 4,4% 5,0% 5,1%

% casados(as) 67,0% 74,8% 64,7% 71,0% 63,7% 68,6%

% chefes 43,9% 93,0% 53,3% 79,2% 64,6% 75,5%

Tamanho da amostra 92.927 84.921 103.585 93.642 99.089 89.286

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Metodologia

(Aguiar & Hurst, 2007)

Análise descritiva de cada uma das atividades de uso do tempo

(lazer, trabalho no mercado e trabalho não remunerado) ao longo

de 2001-2015

Análise condicionada a variáveis demográficas da variação do

tempo alocado em cada uma das atividades:

𝑇𝑖𝑡𝑗= 𝛼 + 𝑡=2002 𝑛=13 𝛽𝑖,𝑗 𝐷𝑖,𝑗 + 𝛾𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝐼𝑑𝑖𝑡 + 𝛾𝑒𝑑𝑢𝑐𝑎𝐸𝑑𝑢𝑐𝑎𝑖𝑡 + 𝛾𝑐𝑎𝑠𝑎𝑑𝑜𝐶𝑎𝑠𝑎𝑑𝑜𝑖𝑡 + + 𝛾𝑓𝑖𝑙ℎ𝑜𝐹𝑖𝑙ℎ𝑜𝑖𝑡 + 𝜀𝑖,𝑗

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Possíveis Extensões

• Análise por grupos demográficos (por estado conjugal; por condição de filho); análise dos efeitos das desigualdades de gênero no uso do tempo dentro da família no mercado de trabalho (Browning e Gortz, 2012);

• Pesquisas de Uso do Tempo: coletam informações de como os indivíduos alocam o seu tempo em trabalho, estudo, lazer, afazeres domésticos, entre outras atividades. Em geral, os estudos distinguem quatro categorias de tempo: i) trabalho remunerado; ii) afazeres domésticos e cuidado da família; iii) tempo pessoal, e; iv) tempo livre (ou lazer).

• Medidas de Lazer: i) atividades que geram bem-estar direto ao indivíduo (atividades de entreterimento/atividades sociais e de recreação ativa); ii) item i) + atividades que podem servir de insumos intermediários (atividades fisiológicas/biológicas e de cuidados pessoais); iii) item i) + item ii) + tempo gasto diretamente no cuidado primário e educacional dos filhos; iv) tempo não dedicado a atividades do trabalho em mercado e ao trabalho em afazeres domésticos.

Aguiar e Hurst (2007): encontra tendências semelhantes entre as quatro medidas de lazer. • Pnad Contínua refina o questionário de ‘Outras formas de Trabalho’: 1) Produção para

o próprio consumo e construção para o próprio uso; 2) Trabalho Voluntário; 3) Cuidado de pessoas; 4) Afazeres Domésticos.

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Possíveis Extensões

• Pnad Contínua refina o questionário de ‘Outras formas de Trabalho’: 1) Produção para o próprio consumo e construção para o próprio uso; 2) Trabalho Voluntário;

3) Cuidado de pessoas:

3.1) auxílio nos cuidados pessoais; 3.2) auxílio em atividades educacionais; 3.3) ler, jogar ou brincar; 3.4) monitorar ou fazer cia dentro do domicílio; 3.5) transportar para escola, médico, etc; 3.6) outros.

4) Afazeres Domésticos:

4.1) preparar alimentos, arrumar mesa, lavar louça; 4.2) limpeza ou manutenção de roupas e sapatos; 4.3) limpar ou arrumar o domicílio;

4.4) fazer pequenos reparos ou manutenção do domicílio, automóvel, eletrodomésticos, etc; (64% dos homens e 34% das mulheres) 4.5) organização do domicílio (pagar contas, etc);

4.6) fazer compras ou pesquisar preços;

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Mulheres e Mercado de Trabalho

• Oferta de Creche e Participação Feminina na Força de Trabalho

(Costa, 2007; Barbosa e Costa, 2017)

• ‘Efeitos da Ampliação dos Direitos Trabalhistas sobre a

Formalização, Jornada de Trabalho e Salários das Empregadas

Domésticas’

(Costa, Barbosa e Hirata, TD 2241, Ipea, 2016)

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Obrigada !

Referências

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