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A Mudança do Contexto de Referência da Representação da Paixão de Cristo de Fazenda Nova

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Academic year: 2021

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(1)Universidade Federal de Pernambuco Centro de Ciências Sociais Aplicadas Departamento de Ciências Administrativas Programa de Pós Graduação em Administração - PROPAD. Rodrigo Jófili Varejão. A Mudança do Contexto de Referência da Representação da Paixão de Cristo de Fazenda Nova. Recife, 2004.

(2) 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO. CLASSIFICAÇÂO DE ACESSO A TESES E DISSERTAÇÔES. Considerando a natureza das informações e compromissos assumidos com suas fontes, o acesso a monografias do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Pernambuco é definido em três graus: ƒ "Grau 1": livre (sem prejuízo das referências ordinárias em citações diretas e indiretas); ƒ "Grau 2": com vedação a cópias, no todo ou em parte, sendo, em conseqüência, restrita a consulta em ambientes de biblioteca com saída controlada; ƒ "Grau 3": apenas com autorização expressa do autor, por escrito, devendo, por isso, o texto, se confiado a bibliotecas que assegurem a restrição, ser mantido em local sob chave ou custódia; A classificação desta dissertação se encontra, abaixo, definida por seu autor. Solicita-se aos depositários e usuários sua fiel observância, a fim de que se preservem as condições éticas e operacionais da pesquisa científica na área da administração. ___________________________________________________________________________. Título da Monografia: A mudança do contexto de referência da representação da Paixão de Cristo de Fazenda Nova Nome do Autor: Rodrigo Jófili Varejão Data da aprovação: 28/10/2004. Classificação, conforme especificação acima: Grau 1 Grau 2 Grau 3. Recife, dezembro de 2004. --------------------------------------Rodrigo Jófili Varejão.

(3) 2. Rodrigo Jófili Varejão. A Mudança do Contexto de Referência da Representação da Paixão de Cristo de Fazenda Nova. Orientadora: Dra. Cristina Amélia Pereira de Carvalho. Dissertação apresentada como requisito complementar para obtenção do grau de Mestre em Administração, área de concentração em Organizações, do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Pernambuco.. Recife, 2004.

(4) 3.

(5) 4.

(6) 5. Resumo. Este estudo tem como objetivo central analisar de que modo a transformação dos determinantes técnicos e institucionais da Sociedade Teatral de Fazenda Nova - STFN, em cada período marcante de sua história, influenciou no espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém. A partir da noção de campo desenvolvida na teoria institucional, este trabalho analisa a trajetória da organização desde antes da sua formalização (1951), até 2004, enfocando os papéis de diversos empreendedores e atores organizacionais que mantiveram relações significativas ou influenciaram de alguma forma a organização. Foi possível destacar organizações do poder público, nas esferas Federal e Estadual, organizações do campo do teatro e do turismo de Pernambuco e empresas privadas que apóiam ou patrocinam o espetáculo em troca de visibilidade. Trata-se de um estudo de caso analisado qualitativamente que busca, através de pesquisa bibliográfica, observação direta e entrevistas semi-estruturadas em profundidade, compor as transformações ocorridas no ambiente organizacional da STFN e em seus aspectos internos. Os resultados evidenciam transformações ocorridas quanto às formas de financiamento, à origem do público, à infra-estrutura do evento, ao formato do espetáculo, à natureza e número de atores organizacionais, às formas de publicidades e às relações interorganizacionais dentro do campo, caracterizando alterações no contexto de referência do espetáculo que deixou assim, de ser restrito à localidade onde está inserido, passando a referenciar aspectos compartilhados em um contexto mais amplo.. Palavras-chave: Contexto de referência. Teoria institucional. Organizações culturais. Sociedade Teatral de Fazenda Nova..

(7) 6. Abstract. The main aim of this study is to analyze the influences of technical and institutional determinants on transformations of the Sociedade Teatral de Fazenda Nova - STFN, during the remarkable periods of its history, on the spectacle of Paixão de Cristo de Nova Jerusalém. Using the concept of field, developed within the institutional approach, this work analyses the trajectory of the organization responsible for the event. This study encompass the period since before its formalization at 1951 all the way until 2004, approaching the roles played by important organizational actors which held significant environmental relationships through the period or influenced the organization. It was possible to detach public organizations as well as organizations from the theatrical and tourism field in Pernambuco and private groups which support or sponsorship the spectacle for visibility. This is a case study that utilized direct observations, bibliographical review and interviews to understand the changes occurred in the organizational environment and internal aspects of STFN. The results shows transformations occurred related to financial issues, origin of spectators, infrastructure available, format of spectacle, number and nature of the organizational actors, forms of publicity and interorganizational relationships at the field, showing changes in the spectacle reference context, from limited to its local reality, becoming more interactive with a larger context of interorganizational relationships at national patterns.. Palavras-chave: Context of reference. Institutional Theory. Cultural organizations..

(8) 7. Lista de figuras, tabelas e quadros Figura 1 (2) – Processos inerentes à institucionalização.......................................................... 33 Gráfico 1 (4) – Número de espectadores da Paixão de Cristo, por ano .................................. 88. Quadro 1 (4) – Relação de indicadores de mudança de contexto de referência, por período, da STFN.......................................................................................................................................104.

(9) 8. Lista de siglas. ABAV – Associação Brasileira de Agências de Viagens ABRAJET – Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores de Turismo BANDEPE – Banco do Estado de Pernambuco COTAL - Confederação dos Organismos de Turismo da América Latina EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo EMPETUR – Empresa Pernambucana de Turismo FAB – Força Aérea Brasileira GDPAF – Grupo Dramático Paroquial de Água Fria SENAC – Serviço de Aprendizagem Comercial STFN – Sociedade Teatral de Fazenda Nova TAR – Teatro Adolescente do Recife TPN – Teatro Popular do Nordeste TURP – Teatro da Universidade Rural de Pernambuco UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura..

(10) 9. Sumário 1 Introdução........................................................................................................................................................ 10 1.1 Objetivo Geral ................................................................................................................................................ 14 1.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................................................... 14 1.3 Justificativa teórica e prática .......................................................................................................................... 15 2. Referencial teórico........................................................................................................................................... 17 2.1 Organizações e ambiente ................................................................................................................................. 17 2.2 Influências Contemporâneas na Teoria Organizacional .................................................................................. 23 2.3 Ambiente Institucional ................................................................................................................................... 25 2.3.1 Processo de institucionalização ................................................................................................................... 29 2.4 O Campo Organizacional ............................................................................................................................... 37 2.5 Contexto de Referência Organizacional ......................................................................................................... 41 2.6 Mudança organizacional................................................................................................................................. 44 2.7 Globalização, mundialização e localização .................................................................................................... 46 3 Procedimentos Metodológicos ........................................................................................................................ 53 3.1 Definições constitutivas (DC) e operacionais (DO) dos termos centrais do estudo ....................................... 53 3.2 Delineamento da Pesquisa .............................................................................................................................. 55 3.3 Delimitação do universo................................................................................................................................. 57 3.4 Instrumentos e Técnicas de Coleta de Dados ................................................................................................. 58 3.5 Instrumentos e técnicas de análise de dados................................................................................................... 60 4 Apresentação e análise dos dados................................................................................................................... 62 4.1 Trajetória da representação da Paixão de Cristo de Fazenda Nova ................................................................ 62 4.1.1 O período inicial .......................................................................................................................................... 63 4.1.2 Período de transição .................................................................................................................................... 71 4.1.3 Período atual................................................................................................................................................ 90 4.2 O campo organizacional da STFN.................................................................................................................. 99 4.3 .............................................................................................. Determinantes técnicos e institucionais ............................................................................................................................................................................. 103 5 Conclusões...................................................................................................................................................... 106 Referências......................................................................................................................................................... 111 APÊNDICE A .................................................................................................................................................... 116 APÊNDICE B ............................................................................................................Erro! Indicador não definido. APÊNDICE C .................................................................................................................................................... 117 APÊNDICE D .................................................................................................................................................... 119.

(11) 10. 1 Introdução. Na atual conjuntura mundial as desigualdades entre os países são maiores que nunca e ameaçam crescer mais. Relações desiguais de comércio moldam o caminho apresentado para o desenvolvimento de países pobres, como se fosse uma etapa do processo evolutivo das nações rumo às riquezas dos países centrais. Dentre os caminhos apontados como possíveis formas de desenvolvimento em meio à já constante crise econômica mundial, o turismo é apresentado como via para superação dessa “crise” numa perspectiva local. O turismo atrai divisas e é capaz de beneficiar economicamente a localidade receptora. Essa possibilidade de desenvolvimento através do turismo vem motivando gestores e mobilizando populações no Brasil com bastante freqüência, principalmente nas últimas décadas do século passado. Contudo, como ressalta Krippendorf (2001) “[...] o lazer e o turismo, em alguns aspectos, não constituem um mundo à parte que obedece a leis próprias. Eles são conseqüência e, simultaneamente, um componente do sistema social industrial, da organização dos seres humanos e da civilização moderna.” (p.21). Os investimentos para a atividade turística requerem tradicionalmente participação efetiva do Estado, disponibilizando infra-estrutura básica para acomodar os empreendimentos da iniciativa privada. Isso inclui construção de estradas, instalação de redes de abastecimento de água, luz e esgoto, e ainda, a implantação de outros aparatos fundamentais ao convívio social como policiamento, hospitais e escolas públicas..

(12) 11 Além do importante papel do Estado, a localidade precisa da iniciativa privada para o estabelecimento de meios de hospedagem, restaurantes e comércio que são aparatos necessários ao estabelecimento de fluxos turísticos consistentes. Os defensores da atividade turística como mecanismo de desenvolvimento local argumentam que esse tipo de empreendimento gera renda para a população local e contribui para a economia com a entrada de recursos trazidos pelos turistas. As organizações do campo do turismo aproveitam aspectos naturais e culturais característicos da localidade, para atrair visitantes. Os atrativos turísticos podem ser naturais (praias, montanhas, lagos, cachoeiras, fontes termais) ou aqueles oriundos da cultura da localidade receptora, que incluem, danças típicas, folclore local, gastronomia da região e festas populares. Organizações e representações culturais identificam-se com o turismo realizando apresentações culturais que mostrem, ainda que de forma efêmera, traços da cultura local. Há mais de meio século em Pernambuco, são representados, durante a Semana Santa, espetáculos populares retratando trechos da Bíblia sobre a passagem de Cristo na Terra. A relevância desse evento para a atividade turística do estado vem sendo confirmada pelo poder público, que tem oferecido incentivos, infra-estrutura e promoção para o evento há décadas. Notadamente, o projeto do Governo do Estado denominado “Pernambuco das Paixões” pretende aproveitar os atrativos da época da quaresma em diversos municípios, para fortalecer a infra-estrutura do turismo, referenciando principalmente a Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, objeto deste estudo. A representação da Paixão de Cristo de Fazenda Nova inspirou-se em uma tradicional representação européia. Uma pequena cidade do sul da Alemanha, Oberammergau vive, ainda hoje, a tradição de celebrar a Paixão de Cristo. Essa tradição se deu durante a guerra de trinta anos (1618-1648) que dividiu os alemães entre católicos e protestantes,.

(13) 12 quando a peste chegou à cidade. Ao final da epidemia que levara muitos, os sobreviventes juraram encenar a Paixão de Cristo a cada década em troca da proteção divina. A cidade celebra até hoje, a cada dez anos, passagens importantes sobre a morte e ressurreição de Jesus Cristo (BANDEIRA, 2002). A celebração se dá em formato teatral, em ambiente fechado, para uma platéia que se desloca até Oberammergau para prestigiar o evento. O teatro é uma manifestação muito antiga que atrai multidões. Tem o objetivo de interpretar obras literárias, reproduzir passagens históricas e religiosas, ou imitar outras ações humanas para platéias de diferentes tamanhos (ANDRADE, apud PACHECO, 2002). É importante considerar que o ato de imitar está presente nos mais primitivos rituais religiosos. A palavra teatro vem do grego, e significa “lugar aonde se vai para ver”. Quer dizer que o teatro é tanto o prédio ou o espaço aonde se vai para presenciar a encenação, quanto aquilo que é encenado (PACHECO, 2002). O teatro contribui para a popularização do entendimento de temas culturais e religiosos. Na Semana Santa, a saga que narra a morte e ressurreição de Jesus é encenada em muitos locais do mundo como uma forma de difundir valores religiosos e, mais ultimamente, de atrair visitantes. A história da tradição celebrada em Oberammergau foi narrada pela revista brasileira “Fon-Fon”, muito popular em meados do Século XX, no Brasil. A reportagem chegou às mãos de Epaminondas Mendonça, líder político e comerciante do Brejo da Madre de Deus, município do Agreste pernambucano. Entusiasmado, ele motivou a família a representar a Paixão de Cristo no Distrito de Fazenda Nova, seguindo os moldes da cidade alemã, mas aproveitando as características geográficas, climáticas e fisiográficas da região, que são semelhantes às do cenário original onde viveu Cristo (REIS, 2001). Esse empreendimento da família Mendonça e que contou com amplo apoio popular para sua estruturação, começou de forma improvisada e, com o passar do tempo, se transformou e se desenvolveu. O que de início era uma apresentação informal, nascida no seio.

(14) 13 da estrutura familiar nordestina, passou a ser gerida, a partir do período denominado neste trabalho como de transição, por uma associação civil sem fins lucrativos, formalmente constituída, cada vez mais de acordo com características empresariais. Hoje a Sociedade Teatral de Fazenda Nova (STFN) produz um mega-espetáculo dentro da cidade-teatro “Nova Jerusalém”, considerado o maior teatro ao ar livre do mundo. A “Paixão de Cristo de Nova Jerusalém” acontece todos os anos, atraindo milhares de pessoas a cada dia, durante a Semana Santa, para assistir o espetáculo. Esta pesquisa descreve a trajetória da representação da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém através da lente dos estudos organizacionais. Considera-se a formalização da STFN como marco de sua história, ainda que não seja o marco inicial uma vez que a formalização da organização só aconteceu 11 anos depois do primeiro espetáculo. Ainda busca compreender as mudanças mais recentes que aconteceram no evento, no final da década de 1990, contextualizando-as às contingências ambientais. Entender a trajetória histórica de uma organização proeminente pode apontar indícios da estruturação do campo do turismo em Pernambuco e dos significados institucionalizados nele ao longo do tempo. As relações interorganizacionais foram certamente transformadas e tornaram-se mais complexas nas últimas décadas. Essas transformações aconteceram não apenas no que diz respeito aos aspectos técnicos, que foram significantemente aprimorados, mas também no que diz respeito aos valores e crenças legitimados no campo que estruturam essas relações. A perspectiva institucional foi escolhida como abordagem deste trabalho, pois enfatiza o ambiente onde as organizações estão inseridas, e considera tanto características ambientais de cunho técnico, como fornecedores, clientes e tecnologias empregadas, como aspectos culturais compartilhados pelos integrantes da organização, além de fatores macrosociais, políticos e econômicos pelos quais passa o mundo e a sociedade (OLIVER, 1997)..

(15) 14 Este trabalho visa analisar as mudanças ocorridas no ambiente da STFN ao longo de sua trajetória, considerando a “construção social da realidade” protagonizada por diferentes atores organizacionais ao longo do tempo. Pressões isomórficas podem determinar padrões técnicos e novas instituições compartilhadas pela organização. Almeja-se identificar determinantes técnicos e institucionais presentes no campo da STFN, e ponderar suas formas de influência em aspectos internos da organização, como processos, crenças, valores e objetivos. Em síntese, este trabalho se propõe responder ao seguinte problema de pesquisa: De que modo a transformação dos determinantes técnicos e institucionais da STFN, em cada período marcante de sua trajetória, influenciou na representação da Paixão de Cristo em Nova Jerusalém?. 1.1 Objetivo Geral Este trabalho tem por objetivo central analisar a transformação dos determinantes técnicos e institucionais do ambiente da Sociedade Teatral de Fazenda Nova, ao longo de sua trajetória e de que modo influenciaram a representação da Paixão de Cristo em Nova Jerusalém.. 1.2 Objetivos Específicos Descrever a trajetória histórica da Representação da Paixão de Cristo em Nova Jerusalém desde seu surgimento em 1951 até 2004 e identificar os períodos marcantes; Caracterizar o campo organizacional da Representação da Paixão de Cristo em Nova Jerusalém, em períodos determinados de sua trajetória no que se refere a seus atores relevantes do ponto de vista técnico, como fornecedores, clientes, parceiros e concorrentes;.

(16) 15 Identificar determinantes institucionais marcantes do campo da representação da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, seus valores e crenças preponderantes e seu contexto de referência institucional, em cada período. Analisar a relação de influência entre os determinantes técnicos e institucionais da organização responsável pela representação da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém e seu contexto de referência, na atualidade.. 1.3 Justificativa teórica e prática A relevância deste trabalho, do ponto de vista da teoria reside, primeiramente, na exploração da perspectiva das organizações como fenômeno importante da atualidade, convertendo, conforme Perrow (1991), a política, as classes sociais, a economia e a religião, entre outros, em variáveis dependentes da ação organizacional, uma vez que as organizações, de diferentes níveis, passaram a estruturar todos os aspectos da vida humana. Entender as organizações passou a ser condição para a própria compreensão da sociedade (PERROW, 1991). A perspectiva institucional permite o entendimento mais profundo e contextualizado. das. relações. interorganizacionais,. bem. como. do. processo. de. institucionalização das organizações e de suas práticas, considerando a perspectiva histórica. Em estudo anterior, Holanda (2003) analisou os atores significativos e o contexto de referência do campo do turismo de Recife, considerando este último como difuso, “apresentando influências de âmbito internacional, nacional, regional e local” (p.148). O campo onde está inserida a STFN está fortemente relacionado com o campo do turismo de.

(17) 16 Pernambuco, que inclusive considera o espetáculo objeto deste trabalho como referência local de divulgação internacional (HOLANDA, 2003, p. 97). Este trabalho aborda, assim, um campo fértil para estudos organizacionais, pois trata da relação entre as organizações culturais e o ambiente onde estão inseridas assim como dos tipos de influência que podem ocorrer entre organizações do campo e práticas características em organizações culturais. Através da análise da trajetória da STFN, este estudo pretende realizar uma aplicação empírica da abordagem institucional, com vistas a aprofundar seus fundamentos conceituais e contribuir para o fortalecimento de sua capacidade explicativa. Do ponto de vista prático, o estudo permite uma compreensão mais aprofundada de uma organização relevante no campo do turismo do Estado de Pernambuco e, cada vez mais, do país, utilizando a vertente sociológica da teoria institucional como principal instrumento de análise. Por outro lado, este estudo pode oferecer parâmetros para outras organizações culturais que objetivem explorar suas potencialidades turísticas. Finalmente, este trabalho tenta contribuir para a compreensão da representação da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, e de sua organização produtora, a STFN, a fim de servir como ferramenta para futuros planejamentos estratégicos da organização e no esclarecimento e possível otimização de sua relação com outros atores do campo, contribuindo, assim, para o desenvolvimento de uma importante organização do campo no turismo do Estado de Pernambuco..

(18) 17. 2. Referencial teórico Nesta parte do trabalho estão apresentados conceitos e considerações de teóricos dos estudos organizacionais que compõem fundamento teórico para dar suporte ao desenvolvimento deste estudo.. 2.1 Organizações e ambiente A sociedade contemporânea é composta, estruturalmente, por um sem-número de organizações formais. As organizações permeiam de forma inequívoca a vida do homem contemporâneo uma vez que nascemos, morremos, passamos horas de nossas vidas estudando e trabalhando, ou mesmo rezando e nos divertindo em organizações, além de consumir os produtos e serviços disponibilizados pelas organizações no mercado. Segundo Etzioni (1964), a sociedade moderna possui tantas organizações, que é necessário todo um conjunto de organizações secundárias para organizá-las e supervisioná-las. Presentes em todos os setores sociais, os diversos tipos de organizações lutam para sobreviver na arena do mercado e ficar em conformidade com leis, normas, crenças e mitos institucionalizados na sociedade. No início do século XX, a atuação das fábricas era quase que completamente livre de regulação legal ou social. Havia grande carência de produtos industrializados na sociedade e as fábricas apareciam como principal alternativa - necessariamente benéfica, de desenvolvimento. A grande carência de produtos industrializados estimulava a produção visando alcançar o maior mercado possível (DAFT, 1999). Entretanto, o mercado se tornou mais complexo nas décadas seguintes, com a proliferação de grandes empresas na chamada “sociedade organizacional” fundamentada por.

(19) 18 uma nova lógica de mercado que se difundia pelo mundo e se fortalecia na promessa de desenvolvimento. O trabalho em organizações burocráticas passa a estruturar a existência de todas as pessoas, reunidas não mais nos campos, mas nos grandes centros urbanos. O número crescente de organizações, interagindo na nova configuração do ambiente, torna as relações interorganizacionais mais complexas. Pressões ambientais ganham significância e os estudos teóricos começam a incorporar aspectos técnicos do ambiente organizacional em seus trabalhos. As organizações não mais podem ser estudadas independentemente do ambiente onde estão inseridas nem dos aspectos culturais que são compartilhados pelos seus membros. Sem se distanciar da busca por eficiência e eficácia que já estavam presentes nos primeiros esforços teóricos da administração científica, os estudos de administração de empresas se desenvolvem e incorporam novos campos, focados não somente na estrutura e nos processos organizacionais, mas também na cultura, nos indivíduos ou na relação organização-ambiente. De fato, para se compreender o que se passa nelas e com elas, é fundamental considerar as possíveis interações organização-ambiente, uma vez que não se pode desprezar as relações sociais intervenientes (HALL, 1984). O trabalho de Burns e Stalker que confere ao ambiente papel de destaque na compreensão das organizações serviu de base para o desenvolvimento da teoria contingencial, na segunda metade do século XX. Burns e Stalker conceberam dois modelos (tipos ideais) de sistemas organizacionais de classificação que estão situados em extremos opostos de um continuum: o sistema mecânico e o sistema orgânico (MOTTA, 2001). Uma organização com predominância do sistema mecânico é considerada mais adequada a um ambiente estável, que consiste em ambiente com concorrência mais amena e com baixo volume de inovações, sendo caracterizada por: [...] divisão de trabalho rígida, por uma nítida hierarquia de controle, pela concentração de autoridade de linha na cúpula administrativa, pela concentração de informação e de conhecimento no mesmo nível e pela.

(20) 19 valorização das comunicações e interações verticais entre superiores e subordinados (MOTTA, 2001, p. 25).. Segundo essa perspectiva, para condições ambientais não estáveis (turbulentas), é recomendada a adoção do sistema orgânico, no qual os papéis organizacionais são definidos de forma menos rígida, pois o conhecimento (informação) é mais bem distribuído entre os funcionários de diferentes graus hierárquicos. Isso possibilita uma comunicação mais fluida entre os membros da organização, tanto vertical como horizontalmente (HARDY; CLEGG, 2001). A tendência de aproximação em relação a um dos modelos corresponde a um distanciamento do outro. Embora toda organização possua os dois modelos em alguma proporção, a predominância de características do modelo mecânico é mais adequada para ambientes mais estáveis de tecnologia e mercado, enquanto que em ambientes turbulentos as organizações orgânicas têm mais probabilidade de sucesso. As organizações são consideradas sistemas integrados a sistemas maiores aos quais devem se adaptar a fim de sobreviver. O desempenho das organizações corresponde à adequação de sua estrutura ao ambiente onde ela se encontra. A capacidade das organizações de se adaptarem ao ambiente é questionada pela Teoria da Ecologia Populacional, que compara o ambiente organizacional ao meio-ambiente natural, estudado nas Ciências Naturais. De forma semelhante à Teoria da Seleção Natural de Darwin, as organizações são vistas como de diferentes “espécies”, numa tentativa de explicar a diversidade organizacional. Cada “espécie organizacional” possuiria características específicas, podendo ser ou não compatíveis com determinados tipos de ambiente. Nesse caso, a disputa por recursos escassos do ambiente, atuando como fator de seleção natural das organizações mais eficientes, faria com que as mais fracas fossem eliminadas gradualmente..

(21) 20 As “espécies” organizacionais melhor adaptadas a um dado ambiente, em um determinado momento, tenderiam a se tornar “mais populosas” (BAUM, 1996). A teoria da dependência de recursos, que foi a primeira a inserir relações de poder no ambiente organizacional, demonstra o estabelecimento de uma zona de incerteza ligada a aspectos de eficiência, determinante do crescimento, e ao controle de recursos escassos. A incerteza poderia ser minimizada com a participação ativa de organizações no meio político ao seu redor, mas a “racionalidade limitada” adicionava mais força aos ditames da incerteza (MOTTA, 2001; DAFT, 1999). As perspectivas apresentadas têm em comum a base no paradigma moderno, que considera que a adequada combinação de práticas e procedimentos, obtida a partir de observações e de cálculos racionais, levaria diretamente a um melhor desempenho e, por conseguinte, ao desenvolvimento da empresa. Scott (1995) apresenta a evolução do pensamento organizacional em relação ao seu ambiente como dividido em três “eras”. A primeira, incipiente, era caracterizada pelo domínio de modelos de “sistema fechado”, enfatizando fatores internos como determinantes da estrutura e comportamento nas organizações. No período seguinte, a partir dos anos sessenta, focava a interdependência técnica das organizações e de seus ambientes. Os modelos de “sistema aberto” que ganharam domínio nesse segundo período enfatizavam a incompletude da unidade organizacional, principalmente em termos de recursos e informação. As organizações desenvolvem atividades como um sistema técnico e os gerentes devem assegurar insumos e mercados adequados à organização desenvolvendo formas de trabalho eficientes, coordenando e controlando as atividades técnicas. No terceiro período, que segundo o autor perdura até hoje, pôde-se notar um significativo aumento de interesse nas interdependências sociais e culturais das organizações e ambientes. As organizações são vistas como partícipes de um sistema de relações inter-.

(22) 21 organizacionais mais amplo que compartilha valores e crenças institucionalizados no ambiente. Estudos em outras áreas (como Antropologia e Psicologia) contribuíram para os estudos organizacionais, pois apontaram uma parcela de incerteza na tomada de decisão dos indivíduos. A alegação de uma total submissão da ação à razão se mostrava como falácia do paradigma moderno. No entanto, diferente do que anunciava o modernismo, a tomada de decisão não está vinculada apenas à razão (racionalidade total), mas também, a um complexo esquema de significados construídos através do tempo e das relações sociais. Práticas recorrentes podem atingir o status de instituições em um longo processo através da legitimação e do hábito. Ainda que de forma inconsciente, ou sub-consciente, a imparcialidade na tomada de decisão era comprometida por valores e crenças anteriores do indivíduo, ou institucionalizadas no ambiente (BERGER; LUCKMANN, 1978). Cada vez mais os estudos organizacionais buscam compreender o ambiente de forma mais ampla e profunda. As teorias administrativas, ainda que parcialmente libertas das limitações do “sistema fechado” que se limitava ao estudo dos aspectos internos das empresas, passam a dar relevância às teorias que abordam o ambiente organizacional, ainda que o entendimento do conceito de ambiente organizacional esteve inicialmente limitado ao nível técnico. A perspectiva do ambiente de tarefas deixa lacunas que são, em parte, consideradas posteriormente pela concepção do ambiente institucional. Sob a perspectiva técnica, as organizações são motivadas por considerações unicamente econômicas ou por esforços para reduzir incertezas na sua atividade. As organizações se baseiam em fornecedores e clientes para tomar suas decisões, focando numa dinâmica cujo funcionamento se desencadeia pelas relações de troca de bens e serviços entre as organizações, que são avaliadas pela eficiência do processamento do seu trabalho (SCOTT, 1994; MACHADO-DA-SILVA, 1999). Organizações que estabelecem relações eficazes no.

(23) 22 ambiente de tarefas obtêm estabilidade quanto ao fornecimento de insumos que são críticos à geração de produtos ou prestação de serviços que serão trocados no mercado (OLIVER, 1997). A ênfase no ambiente possibilitou um salto qualitativo na compreensão das organizações, admitindo uma nova conceituação. De um mero instrumento para suprir necessidades da sociedade (graças à sua estrutura e atividades), as organizações passaram a ser analisadas como partícipes importantes que, além de sofrer influências do ambiente onde estão inseridas, também o influenciam, buscando reduzir as incertezas que comprometem sua sobrevivência (FRIEDBERG, 1993). Em seu trabalho sobre a fluidez das fronteiras organizacionais, Friedberg (1993) aponta a relação contingência-estrutura não apenas como meramente causal. A contingência pode influenciar a estrutura organizacional através da criação de um novo setor na organização para tratar de um novo aspecto ambiental, assim como a organização possui meios de influenciar as pessoas e outras organizações do campo sobre as quais exerça algum controle. A busca por controle das incertezas traz à tona o conceito de “ambiente negociado”, que afirma que as organizações aplicam estratégias de redução de incertezas ambientais, através da edificação de alianças e acordos para além das suas fronteiras com o ambiente (FRIEDBERG, 1993). Para Friedberg (1993), o mundo exterior às organizações está presente no seu interior através “dos indivíduos que pertenciam a uma sociedade, a classes sociais, a categorias sócio-profissionais, a grupos profissionais, a credos diferentes”, os quais “transportavam consigo objectivo (sic) de sociedade cuja influência traduziam nos seus comportamentos” (p. 79). Essa constatação destacou a relevância do ambiente externo para o desempenho das organizações. Os estudos administrativos transformaram seu enfoque de.

(24) 23 análises sobre indivíduos e grupos integrantes das organizações, para a própria organização, como única unidade de análise (HALL, 1984). Scott (1991), influenciado pela publicação de Zucker (1987), anuncia mudança no foco de sua pesquisa, que passa a examinar os efeitos causados pelos ambientes institucionais nas estruturas das organizações, em vez de continuar a estudar a geração interna de formas institucionalizadas dentro das organizações.. 2.2 Influências Contemporâneas na Teoria Organizacional A Teoria Geral dos Sistemas por possuir grande abrangência na ciência, pode ser aplicada substancialmente a qualquer objeto de estudo científico (HATCH, 1997). Um sistema é composto por partes inter-relacionadas, que afetam umas às outras e juntas compõem um todo. Cada parte do sistema pode compor um sistema em si e um sub-sistema do primeiro. Juntas, as partes, ou sub-sistemas, formam o todo que compreende mais do que simplesmente a soma das partes em separado. O sistema precisa, assim, ser compreendido de forma holística para preservar sua complexidade. A noção de sistemas está presente nos estudos organizacionais, uma vez que permite entender a organização enquanto microcosmo, composto de unidades que podem ser compreendidas como subsistemas. O ambiente organizacional corresponde ao supersistema onde a organização está inserida, mais especificamente o campo organizacional. É necessário não perder de vista que a própria compreensão das organizações sob essa perspectiva é fruto da construção da teoria, como forma de direcionar a compreensão da realidade como um todo, que de fato não está separada objetivamente em sistemas, subsistemas e supersistemas. A teoria organizacional sofreu influência de diversas tendências epistemológicas ao longo de sua história. Hatch (1997), em sua obra sobre a teoria organizacional, apresentou.

(25) 24 idéias que são especificamente associadas com cada uma das perspectivas do modernismo, interacionismo-simbólico e pós-modernismo. Segundo uma lógica cronológica de influência na teoria organizacional, a autora descreve que a Teoria Geral dos Sistemas de Ludwig Bertalanffy rompeu algumas barreiras entre as ciências, propondo pesquisas transdisciplinares que fundamentaram novos conhecimentos e uma revolução na forma de condução da ciência. Em seguida, no campo do interacionismo-simbólico, Hatch (1997) faz uso da Enactment theory de Karl Weick, para focar a atenção na origem subjetiva das realidades organizacionais. “Quando você usa conceitos como organização, você cria o fenômeno que busca estudar [...] nós tornamos o fenômeno real falando e agindo de forma a dar-lhe tangibilidade” (p. 41). “Reificação” e “construção social da realidade” são termos desenvolvidos nesta perspectiva que serão mais bem explicados na continuação deste trabalho. A terceira perspectiva explorada pela autora é o pós-modernismo, que foi edificado, fundamentalmente, em oposição ao modernismo e, assim, “questiona o desejo modernista de unificar visões com sua crença que o conhecimento é fundamentalmente fragmentado” (HATCH, 1997; p. 44). A pós-modernidade implica em não tomar nada como certo - “take nothing for granted” (p. 46), desconstruindo todas as “verdades” para reduzir os argumentos às suas premissas básicas e, assim, determinar que pontos de vista são beneficiados por uma forma particular de enxergar ou argumentar sobre o mundo (HATCH, 1997). Este trabalho considera mais pertinentes os conhecimentos edificados a partir da perspectiva do interacionismo simbólico para o universo das organizações, trilhando o caminho teórico da “construção social da realidade”, como está apresentado mais adiante. Contudo, não se pode ignorar a importância fundamental da noção dos sistemas na.

(26) 25 compreensão das organizações, suas partes componentes e de suas relações com outros atores do campo. Mesmo sem se libertar do paradigma sistêmico, o estudo das organizações tem recebido ainda forte influência da vertente teórica do “interacionismo simbólico”, que enfoca a participação determinante da ação humana na forma como é percebida e estruturada a realidade. A perspectiva do campo organizacional foi edificada sobre a lógica sistêmica, onde a organização está inserida num supersistema, que é o ambiente organizacional onde ela se encontra, e ainda é composta por setores, ou partes, que correspondem a seus subsistemas.. 2.3 Ambiente Institucional A distinção entre os dois ambientes (técnico e institucional) reflete diferenças fundamentais entre a teoria institucional e teorias de estratégia econômica, por exemplo, no que diz respeito aos motivos que possuem as organizações para estabelecer relações ambientais. As perspectivas de ambientes técnico e institucional não são mutuamente excludentes, ao contrário, podem ser consideradas complementares para uma análise mais complexa do entorno organizacional. Neste trabalho o ambiente corresponde aos recursos materiais, de tecnologia e de capital, que, por sua vez, correspondem ao ambiente técnico, como também a “elementos culturais, como valores, símbolos, mitos, sistemas de crenças e programas profissionais”, que constituem o ambiente institucional (CARVALHO; VIEIRA; LOPES, 1998). A abordagem institucional desenvolveu-se a partir de três diferentes orientações: a econômica, a política e a sociológica (CHANLAT apud CARVALHO; VIEIRA, 2003). A orientação econômica caracteriza-se por buscar a inserção do “processo econômico no marco.

(27) 26 de uma construção social manipulada pelas forças históricas e culturais” (p. 25). A orientação política focaliza a “autonomia relativa das instituições políticas em relação à sociedade, a complexidade dos sistemas políticos existentes e o papel central exercido pela representação e o simbolismo no universo político” (p. 26). Finalmente, a orientação sociológica trata do “caráter variável das bases da ordem social”, da “influência das normas culturais” e do “caráter histórico das estruturas econômicas e sociais” (CARVALHO; VIEIRA, 2003, p. 27). Embora sua aplicação seja bastante antiga em algumas outras áreas do conhecimento, como Sociologia, Ciência Política e Antropologia, a perspectiva institucional ganhou terreno nos estudos das organizações recentemente e vem sendo aplicada em diversos estudos organizacionais. Sua influência promoveu mudanças profundas em pressupostos e conceitos existentes na teoria sobre organizações. Segundo Perrow (1986, p. 167), a maior contribuição da escola institucional é a ênfase no ambiente, pois nenhum outro modelo de organização levou tanto em consideração a análise dos detalhes da relação organizaçãoambiente. Mais recentemente nos estudos institucionais em organizações, uma distinção entre o velho e o novo institucionalismo deu espaço a mais uma denominação que abrange a união dos dois antecessores: o neo-institucionalismo. Enquanto o velho institucionalismo foca questões de influência, coalizões e valores de competição como centrais no estudo, junto com questões de poder e estruturas informais, o novo institucionalismo dá ênfase à legitimidade, “the embeddedness of organizational fields and the centrality of classification, routines, scripts, and schema” (GREENWOOD; HININGS, 1996, p. 1). O neo-institucionalismo é a união desses dois enfoques. Os defensores da ótica institucional, que se baseia na idéia da “racionalidade limitada”, adicionaram o ingrediente ‘incerteza’ ao caminho para o desenvolvimento organizacional. Era necessário aceitar que o Homem não era tão onipotente quanto o.

(28) 27 Movimento Iluminista costumava defender. E, por não saber tudo, e por começar a perceber isso, diversos enfoques nos estudos das organizações se desenvolveram fundamentados na importância de se compreender o ambiente e as relações sociais que nele existem. Os institucionalistas reconhecem que nem sempre as informações relevantes estão todas disponíveis, e que os decisores têm uma limitada capacidade de processamento das mesmas. Assim, muitas das decisões tomadas se baseiam em imitações e/ou em experiências e hábitos passados, sem um fundo necessariamente lógico, ou empiricamente comprovado, fato que introduz um certo grau de incerteza na probabilidade de acerto de tais decisões. As probabilidades parecem se perder na multiplicidade de variáveis quando se tenta compreender o mercado, tendo entendido antes o pensamento humano perverso e socialmente legitimado que está por trás dele. Teóricos institucionais consideram a inserção de elementos simbólicos na formação do ambiente organizacional. As organizações buscam legitimidade e aprovação social, afastam-se das perspectivas que focam o papel do mercado, a competição e os recursos como determinantes diretos dos processos organizacionais (OLIVER, 1997). A legitimidade é uma forma indireta de conseguir recursos, vencer competição e cativar mercados. O desenvolvimento dessa nova perspectiva na análise do ambiente levou à diferenciação entre os ambientes técnico e institucional. Essa contribuição representa possivelmente a maior contribuição da perspectiva institucional para o estudo das organizações (SCOTT, 1991). “Sin embargo, los primeros modelos subrayaban los aspectos técnicos – recursos que se requieren en el sistema de producción de la organización para transformar los insumos en utilidades (SCOTT, 1991, p. 217). O ambiente institucional atenta para assuntos um tanto ignorados pelos estudos organizacionais que se baseavam num paradigma racional-funcionalista. Este diz respeito à.

(29) 28 “elaboração e difusão de regras e procedimentos que proporcionam às organizações legitimidade e suporte contextual” (MACHADO-DA-SILVA, 1999, p. 15). O ambiente institucional consiste a estrutura de códigos, valores e crenças construídas socialmente e compartilhadas substancialmente no campo, de forma que permite a cada indivíduo compreender a complexa realidade ao seu redor. No ambiente institucional são edificadas e difundidas as regras e os procedimentos, as crenças, os valores e as normas sociais compartilhadas no contexto. Em complemento às abordagens teóricas que contemplam apenas aspectos técnicos de troca de bens e serviços, a perspectiva do ambiente institucional confere maior poder explicativo aos estudos sobre as organizações (OLIVER, 1997). Enquanto a perspectiva estruturalista considera o ambiente das organizações composto apenas por aspectos de fundo técnico, baseados no seu ambiente de negócios, a perspectiva institucional considera a busca das organizações por uma sintonia com valores e crenças compartilhados pela sociedade, procurando a legitimidade social que lhes é necessária para garantir a própria sobrevivência. Este novo enfoque permitiu uma distinção entre as organizações simplesmente instrumentais e as organizações institucionalizadas. O primeiro tipo tem como finalidade a ação coordenada de um grupo de indivíduos, para a realização de tarefas que levem à realização de objetivos específicos determinados. Já as organizações institucionalizadas, ou instituições, detêm legitimidade social. Essas "captam padrões sociais importantes para a sociedade". São organizações, ou agrupamentos sociais, munidas de um significado especial, que possuem uma estrutura até certo ponto estável, e que compartilham crenças (PACHECO, 2002). A perspectiva institucional mostra as organizações buscando legitimidade e aprovação social, além de mecanismos de redução das incertezas ambientais de cunho técnico. As organizações competem não apenas por recursos e clientes, mas também por.

(30) 29 poder político e legitimidade institucional (DIMAGGIO; POWELL, 1991), pois a compreensão do ambiente pode significar meios de dominá-lo. A institucionalização impõe limites no que as organizações podem fazer, mas também define séries de oportunidades e atenções renovadas para concepções amplas de estratégias coletivas e vantagem comparativa (DACIN, 1999). O ambiente é constituído por pessoas, grupos, organizações, condições sociais e técnicas com as quais a organização estabelece algum tipo de relação, como a troca de materiais, energia e informação. Um mesmo ambiente pode ser percebido de forma diferenciada por integrantes diversos. O contexto de uma organização deve ser compreendido como algo difuso, de difícil estabelecimento de fronteiras entre ele e a própria organização. Contudo, a organização é influenciada por esses aspectos externos que compõem seu ambiente, da mesma forma que ela também os influencia. Nenhuma organização pode existir sem um ambiente ou contexto, mas algumas delas podem ter a capacidade de escolher seu próprio contexto e ainda mudá-lo ou transformá-lo (OLABUENAGA, 1995).. 2.3.1 Processo de institucionalização Os estudos organizacionais buscam hoje compreender o processo de institucionalização dos valores e crenças compartilhadas na sociedade a partir, inclusive, do enfoque antropológico. Berger e Luckmann (1978), refletem sobre a “construção social da realidade”, centrados inicialmente nos indivíduos. Afirmam que o homem não possui meio ambiente específico para viver, sendo possível que o mesmo se adapte a inúmeras regiões do planeta, através de hábitos locais específicos. De fato, o processo de tornar-se homem se dá em correlação não apenas com o ambiente natural, mas também com o ambiente social no qual o ser humano nasce, para que se habitue aos costumes locais..

(31) 30 O processo de formação do indivíduo dura, além dos nove meses de gestação intra-uterina, aproximadamente mais um ano após o nascimento da criança. Nesse período de gestação fora do útero materno, o indivíduo já em contato com seu meio social, através principalmente dos pais, continua a se formar em sociedade entrando em contato com regras compartilhadas pelos seus pares. Esse período é fundamental para a formação do “eu” humano, que tem relação com o ambiente social com o qual interage. As pessoas se formam em contato não só com o ambiente, mas também com o meio social. No entanto, os homens, em sociedade, transformam e produzem o meio ambiente onde vivem, através da “construção social da realidade” e da formação sócio-cultural e psicológica dos humanos. Uma “ordem social” é criada como produto da atividade humana. “A ordem social não faz parte da ´natureza das coisas` e não pode ser derivada das ´leis da natureza`. A ordem social existe unicamente como produto da atividade humana” (BERGER; LUCKMANN, 1978, p.76). O conceito marxista de reificação é apontado nessa obra de Berger e Luckmann como importante para a compreensão da participação humana na configuração da realidade percebida. Pode-se identificar, a partir desse conceito, produtos humanos como fatos inquestionáveis “e mais, que a dialética entre o homem, o produtor, e seus produtos é perdida de vista pela consciência” (p. 123). [...] reificação é a apreensão de produtos da atividade humana como se fossem algo diferente de produtos humanos, como se fossem fatos da natureza, resultados de leis cósmicas ou manifestação da vontade divina. A reificação implica que o homem é capaz de esquecer sua própria autoria do mundo humano (BERGER; LUCKMANN, 1978, p. 122-123).. A origem da institucionalização se dá através da formação do hábito. O conhecimento adquirido em um nível pré-teórico fornece ao indivíduo as regras de conduta consideradas (institucionalmente) adequadas aos moldes do meio de vida social. Os significados compartilhados representam algo como soluções permanentes para problemas.

(32) 31 comuns daquela coletividade, que sendo legítimos socialmente, podem iniciar um processo de institucionalização. O hábito minimiza a expectativa de como agir frente a uma mesma situação, ocorrendo a tipificação do ato (MOREIRA, 2002). Qualquer ação humana freqüentemente repetida torna-se moldada em um padrão, sendo legitimada ao longo do tempo uma melhor maneira de desempenhá-la, visando economia de esforço. As ações humanas tornadas usuais formam o hábito, composto de procedimentos. considerados. mais. adequados. às. situações. recorrentes. na. vida.. “Empiricamente, a parte mais importante da formação do hábito da atividade humana é coextensiva com a institucionalização desta última. A questão passa a ser então saber como se originam as instituições” (BERGER; LUCKMANN, 1978, p.79). Para Berger e Luckmann (1978, p. 126-127) A legitimação enquanto processo é melhor definida dizendo-se que se trata de uma objetivação de sentido de “segunda ordem”. A legitimação produz novos significados, que servem para integrar os significados já ligados a processos institucionais díspares. A função da legitimação consiste em tornar objetivamente acessível e subjetivamente plausível as objetivações de “primeira ordem”, que foram institucionalizadas.. Portanto, as instituições não podem ser mantidas apenas pela memória ou pelos hábitos dos indivíduos, necessitando de “explicações ou justificações dos elementos salientes da tradição institucional” [...] exatamente, “a legitimação é este processo de explicação ou justificação” (p. 128). Berger e Luckmann (1978, p. 129) apresentam um modelo teórico que mostra quatro níveis do processo de legitimação, que culminam na estruturação do “universo simbólico”. A legitimação incipiente “acha-se presente logo que um sistema de objetivações lingüísticas da experiência humana é transmitido”. As proposições teóricas rudimentares podem ser representadas por provérbios, lendas e histórias populares. Em um próximo nível vêm as teorias legitimadoras e especializadas, essas podendo atingir o parâmetro de “teoria.

(33) 32 pura”. Finalmente, o universo simbólico se coloca como último estágio do processo de legitimação, assemelhando-se ao conceito de religião de Durkheim e fornece uma “integração unificadora de todos os processos institucionais separados” (BERGER; LUCKMANN, 1978, p. 141). Os choques entre universos simbólicos distintos, historicamente são decididos pelos grupos que estão mais bem preparados e possuem as melhores armas. Grupos que possuem diferentes universos simbólicos percebem-se aos outros como ignorantes, maus ou loucos, como no caso das catequizações católicas no oriente ou nas colônias européias. Porém, muitas das sociedades modernas são pluralistas, pois “compartilham de um universo que é o seu núcleo, aceito como indubitável, e tem diferentes universos parciais coexistindo em um estado de mútua acomodação” (p. 168). As instituições são produtos da construção humana e, segundo Berger e Luckmann, a origem da instituição é o resultado do processo de institucionalização, sempre se manifestando na coletividade, como ações habituais tipificadas reciprocamente pelos atores envolvidos. Uma instituição é necessariamente legitimada e está integrada a outras instituições dentro de um mesmo “universo simbólico”. “Dizer que um segmento da atividade humana foi institucionalizado já é dizer que esse segmento da atividade humana foi submetido ao controle social” (BERGER; LUCKMANN, 1978, p. 80). “As instituições são [...] produtos da construção humana e o resultado de ações propostas por indivíduos instrumentalmente guiados pelas próprias forças institucionais por eles interpretadas” (CARVALHO; VIEIRA, 2003, p. 3). Isto sugere um processo de construção da realidade que é ao mesmo tempo estruturado pelas instituições compartilhadas no ambiente e estruturante delas. A institucionalização é o processo central na criação e perpetuação de grupos sociais duradouros. É um processo, cujo resultado ou estágio final é a instituição e “ocorre sempre que há tipificação recíproca de ações habituais por tipos de atores” (BERGER; LUCKMANN, 1978, p. 79). As “ações tornadas habituais referem-se a comportamentos que.

(34) 33 se desenvolveram empiricamente e foram adotados por um ator ou grupo de atores a fim de resolver problemas recorrentes” (TOLBERT; ZUCKER, 1998, p. 204). Uma instituição é o resultado ou estágio final do processo de institucionalização, é definida como “uma tipificação de ações tornadas habituais por tipos específicos de atores” (BERGUER; LUCKMANN apud TOLBERT; ZUCKER, 1998, p. 204). O processo de institucionalização dentro da realidade organizacional é, segundo Tolbert e Zucker (1998), composto por três etapas: habitualização, objetificação e sedimentação (Figura 1). Mudanças tecnológicas. Legislação. Forças de mercado. Inovação. Habitualização. Monitoramento interorganizacional. Objetivação. Teorização. Impactos positivos. Sedimentação. Resistência de grupo. Defesa de grupos de interesse. Fonte: (TOLBERT; ZUCKER, 1998, p. 207).. Figura 1- Processos inerentes à institucionalização. O processo de habitualização envolve a geração de novos arranjos estruturais em resposta a problemas ou conjunto de problemas organizacionais específicos a uma organização ou grupo, assim como a formalização desses arranjos em políticas e procedimentos dentro de uma organização, ou em várias organizações do campo. Em um nível de “pré-institucionalização”, as inovações organizacionais são compartilhadas apenas entre um grupo restrito de organizações similares que enfrentem problemas parecidos ou que dependam umas das outras, sendo interconectadas. Nesse estágio, não existem teorizações formais acerca de tais estruturas e o acesso a informações sobre os novos arranjos é muito.

(35) 34 restrita a atores que não estão em contato direto com os adotantes (TOLBERT; ZUCKER, 1998). A “objetificação” da estrutura é fase seguinte do processo em direção a um status mais permanente e disseminado. Essa fase pressupõe um certo grau de consenso social entre os componentes e, em especial, os decisores da organização a respeito do valor da estrutura já tornada habitual por alguns de seus concorrentes ou fornecedores, a partir do monitoramento do campo. Outras organizações tendem a adotar estruturas semelhantes às de uma organização reconhecida (legitimada) como mais competitiva no campo, por isomorfismo mimético. O reconhecimento compartilhado de que a adoção de uma determinada estrutura organizacional está relacionada positivamente com o desempenho da organização, influencia a tomada de decisão por parte de dirigentes de empresas do mesmo setor ao tentar implementar estruturas semelhantes. Estruturas que se objetificaram, começam a ser teorizadas e tornam-se mais “tangíveis”, sendo possível disseminá-las no campo, mesmo para atores sem contato direto com as organizações que a adotaram inicialmente. Elas podem ser descritas como estando no estágio de semi-institucionalização. A difusão dessas novas estruturas deixa de acontecer por isomorfismo mimético, simples imitação de organizações similares, para adquirir caráter mais normativo, baseado em teorizações cada vez mais explicitadas que visam diminuir a variação de formas nas organizações e assim diminuir incertezas. O ímpeto da difusão deixa de ser simples imitação para adquirir uma base mais normativa, refletindo a teorização implícita ou explícita das estruturas. À medida que a teorização se desenvolve e se explicita, deve diminuir a variação na forma que as estruturas tomam em diferentes organizações (TOLBERT, ZUCKER, 1998, p. 208).. A objetificação, apresentada no modelo de Tolbert e Zucker (1998), tem o seu grau máximo relacionado com o conceito de “reificação” oriundo da obra de Karl Marx. Esse.

(36) 35 conceito é apresentado no livro de Berger e Luckmann (1967), conforme apresentado anteriormente. A reificação é o estado terminal da objetificação, para além inclusive da instituição, quando estruturas ou processos desenvolvidos socialmente pela interação de atores sociais ao longo do tempo, estão tão profundamente enraizados na percepção dos indivíduos que são muito pouco questionados teoricamente e são entendidos, ainda que subconscientemente, como algo diferente de produtos humanos. (BERGER; LUCKMANN, 1978). Dito de outra forma, a teorização sobre as estruturas objetificadas pode largar a referência aos hábitos que fundamentaram a construção social de tal estrutura. Assim, as novas gerações só podem recorrer, para o aprendizado dessas estruturas, à experiência dos mais antigos, cuja vida e rotina já estão estruturadas dentro do “universo simbólico”. Os processos e estruturas objetificados nem sempre duram indefinidamente, podendo perder legitimidade para outros arranjos. No estágio de semi-institucionalização, as estruturas têm uma história relativamente curta e estão suscetíveis às observações sobre suas qualidades relativamente não testadas em uma organização ou campo, a respeito da eficácia da estrutura. Por fim, a sedimentação diz respeito à continuidade histórica de uma estrutura no decorrer das gerações de membros organizacionais. Última etapa antes da institucionalização total, a sedimentação caracteriza-se pela propagação aparentemente completa de sua estrutura pelo conjunto de atores apontados como adequados pela teoria. Nesse período as estruturas são perpetuadas por um período consideravelmente longo de tempo (TOLBERT; ZUCKER, 1998). As autoras apontam como chave para a compreensão do processo de sedimentação, a identificação dos fatores que afetam a abrangência do processo de difusão, como, também, a conservação, a longo prazo, de uma estrutura (1998). Dentre os principais fatores está o conjunto de atores organizacionais afetados adversamente pela estrutura, que.

(37) 36 podem vir a se mobilizar contra elas. Tolbert e Zucker (1998) ainda enfatizam que mesmo na ausência dessa oposição direta, a sedimentação pode ser truncada com o passar do tempo, pela falta de resultados percebidos e demonstrados associados à estrutura (TOLBERT; ZUCKER, 1998). Assim, a total institucionalização da estrutura depende, provavelmente, dos efeitos conjuntos de: uma relativa baixa resistência de grupos de oposição; promoção e apoio cultural continuado por grupos defensores; correlação positiva com resultados desejados. A resistência provavelmente limitará a disseminação da estrutura entre as organizações identificadas, pela teorização, como adotantes significativos (ZUCKER apud TOLBERT; ZUCKER, 1998, p. 210).. A promoção continuada em favor da estrutura, por parte de seu grupo defensor, assim como os benefícios demonstráveis são necessários para perpetuar a estrutura através no tempo (ZUCKER apud TOLBERT; ZUCKER, 1998), influenciando os esquemas interpretativos dos dirigentes do campo. Os tomadores de decisão das organizações fazem uso de esquemas interpretativos na busca por reduzir as incertezas do dia-a-dia. Tendo de lidar com um volume de informação maior que a sua capacidade de análise, eles baseiam suas decisões diárias em padrões preestabelecidos, consciente ou subconscientemente. Junto com esses padrões de comportamento também são estruturadas as relações sociais de cunho técnico e de cunho institucional entre os atores do campo. A compreensão do ambiente organizacional vem se desenvolvendo intensamente nas últimas décadas. Hoje a noção de campo organizacional representa um importante instrumento para entender o sistema social onde a organização busca aderência e otimização do seu desempenho, tanto na perspectiva técnica, como na institucional..

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