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Análise financeira da indústria de petróleo e gás em condições de certeza

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Academic year: 2021

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Tema 5: Análise financeira da indústria de petróleo e gás em condições de

certeza

Alexandre Henrique Leonardelli - RA: 21017413 Thiago Tavares - RA: 11063413

RESUMO

Como em qualquer outro setor da indústria, as empresas petrolíferas buscam empreendimentos que gerem retorno aos seus investimentos. Uma série de fatores envolvem a tomada de decisão a respeito da viabilidade econômica dos poços. Neste trabalho, serão apresentadas diferentes formas de cálculo utilizadas para definir quanto a viabilidade ou não dos poços considerando as condições de certeza. De modo geral os métodos aqui descritos consideram a quantidade de petróleo ou gás presentes no reservatório, desconsiderando as incertezas que permeiam a exploração desse recurso.

Palavras-Chave:​ Análise econômica, Viabilidade de poços, Gerenciamento de reservatórios. ABSTRACT

As any other sector of the industry, oil companies are looking for ventures that generate returns on their investments. A lot of factors need to be considerate to decide about economic viability of oil wells. In this article, will be presented different forms of calculation used to define the viability or not of the wells considering the conditions of certainty. In general, the methods described here consider the quantity of oil or gas present in the reservoir, disregarding the uncertainties that permeate the exploitation of this resource.

Keywords:​ ​Economic analysis, Well viability, Reservoir management.

1.Introdução

A indústria do Petróleo movimenta bilhões de dólares todos os anos, esse produto é uma fonte de energia não-renovável muito valiosa. Matéria prima para a fabricação de inúmeros produtos, o petróleo ainda é fundamental para o setor de transportes, indústria, comércio e também para a geração de energia elétrica, mesmo com a preocupação de encontrar novas fontes energéticas e crescente desenvolvimento de alternativas aos combustíveis fósseis.

A produção de petróleo pode ser dividida em três etapas, prospecção, perfuração e avaliação. O primeiro desafio das empresas do setor é encontrar poços de petróleo que possuam condições que viabilizem financeiramente e tecnicamente a produção, de modo a retornar o grande capital investido por essas empresas.

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A fase de prospecção envolve o estudo de possíveis localizações dos poços de petróleo através de dados geográficos e geológicos. Quando essa etapa mostra a probabilidade de existência de quantidades significativas de petróleo na região estudada, tem-se início a fase de perfuração, sendo essa a única maneira de garantir a existência de petróleo no reservatório. Assim que a perfuração confirma a existência de petróleo no poço, inicia-se a fase de avaliação, onde é analisada a viabilidade econômica de exploração.

No Brasil grande parte das reservas petrolíferas não se encontra em terra e sim em grandes profundidades d’água, acarretando às etapas de exploração e de produção de petróleo (E&P) a absorção de elevados montantes financeiros, haja vista a capacitação tecnológica necessária para prospectar, perfurar e completar poços, produzir e transportar óleo em profundidades da ordem de mais de 2000 metros (PEREIRA, 2004).

O presente trabalho pretende trazer os aspectos econômicos de poços de petróleo sob as condições de certeza, descrevendo os diferentes métodos de análise da viabilidade e maximização do retorno de investimentos.

2.Gerenciamento de Reservatórios

O gerenciamento do petróleo é um processo que visa explorar o reservatório de petróleo de modo a se obter o maior lucro possível.

Alguns fatores influenciam na determinação do valor monetário do reservatório, como por exemplo: A quantidade de petróleo e gás contida no reservatório, a vazão de produção, o preço de mercado e os custos de produção desses elementos.

Atualmente, Gerenciamento de Reservatório pode ser visto como uma metodologia que procura maximizar o valor do ativo de hidrocarbonetos. Entretanto, diferentes empresas e autores possuem diferentes entendimentos sobre essa metodologia e, por isso, não há uma definição genérica aceita totalmente pela Indústria do Petróleo (KLEIN, 2002).

Para a Mobil Oil, por exemplo, gerenciamento de reservatório é o guia de todos os recursos de negócios, técnicos e operacionais apropriados para se otimizar a explotação de um reservatório desde a sua descoberta até o seu abandono (Al-Hussainy e Humphreys, 1995).

As estratégias de exploração de poços de petróleo variam de acordo com as condições e características dos poços e com o plano de exploração assumido. Por exemplo, operar um reservatório em produção máxima até o ponto em que os custos de produção tornem-se maiores que a receita obtida e então abandoná-lo ou, adotando uma estratégia diferente, investir em tecnologias que permitam o melhor aproveitamento dos hidrocarbonetos contidos nos poços.

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Diferentes técnicas de exploração podem apresentar resultados muito diferentes entre si, além de possuírem custos de implementação de exploração pouco semelhantes. Por conta disso o estudo e elaboração de estratégias de gerenciamento dos reservatórios é tão importante para garantir a maximização dos lucros, alterando a análise econômica e viabilização do projeto, uma vez que interferem nos valores de investimento e retorno, além da vida útil dos poços.

3.Fluxo de Caixa de um Projeto de Petróleo

O fluxo de caixa de um reservatório de petróleo segue um padrão conhecido, como pode ser visto na figura a seguir.

Fluxo de Caixa de um Projeto de Petróleo.

Fonte: Metodologia de Análise Econômica de Óleo e Gás (2004).

Essa estrutura mostra todas as etapas do processo de exploração de um reservatório, a letra “E” representa a fase de exploração onde estão representados os gastos de prospecção e perfuração dos primeiros poços. Em seguida, tem-se os gastos de avaliação (letra “A”), é nessa etapa que são feitos os estudos para determinar a viabilidade econômica do reservatório. A letra “D” representa a fase de desenvolvimento em que o reservatório é preparado para produção do óleo, terminada estas três etapas segue a fase de Produção quando no fluxo de caixa começa a entrar receita, já perto do fim da vida do reservatório são necessários investimentos em Recuperação e por último os custos de Abandono. (Pereira, 2004).

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4.Condições de Abandono de Poços

Quando não é mais possível continuar a extração em um poço de petróleo, seja por razões técnicas ou econômicas, os reservatórios são abandonados.

Do ponto de vista econômico, uma razão que resulta no abandono de poço de petróleo é o chamado break-even point, onde a receita bruta se iguala aos custos de produção.

Braak Even Point de poços de petróleo. Fonte:Metodologia de Análise Econômica de Óleo e Gás (2004).

Em Metodologia de Análise Econômica de Óleo e Gás, Fabiano Pereira define o que seria a vazão de abandono de um poço de petróleo ou gás, considerando o conceito de break even point.

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5.Métodos Convencionais de Análise Econômica de Poços de Petróleo 5.1 Método do Tempo de Retorno

O método do tempo de retorno é uma técnica de análise de fluxo de caixa não descontado, e busca determinar o tempo de retorno do investimento inicial com base na simples determinação em que o fluxo de caixa aumulado torna-se positivo, ou seja, quando o valor investido no início do projeto é recuperado.

Esse método não considera nenhuma taxa de juros para a determinação do tempo de retorno.

5.2 Método do Lucro Não Descontado

Este segundo método também não considera nenhuma taxa de juros mas utiliza outros indicadores, como o ROI (Return on Investments) para analisar a viabilidade econômica do projeto.

O lucro não descontado é a diferença entre a totalidade das receitas líquidas e a totalidade dos investimentos, sem considerar nenhuma taxa de juros (Pereira, 2004).

5.2.1 ROI (Return on Investments)

O ROI, também chamado de retorno sobre investimentos permite analisar e quantificar se um determinado projeto está dando lucro ou não.

Esse índice revela o percentual de lucro ou prejuízo relacionado ao empreendimento e é calculado através da diferença entre as receitas e o valor investido, conforme descreve a fórmula abaixo:

Pela análise da equação, é fácil perceber que quando é encontrado um ROI negativo, significa que os lucros são menores do que os investimentos, ou seja, o projeto não está sendo

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5.3 Método do Valor Presente Líquido (VPL)

Esse método é um dos mais conhecidos e utilizados nos cálculos de viabilidade econômica de projetos. O valor presente líquido utiliza a taxa mínima de atratividade, definida pela empresa responsável pelo projeto, para calcular os valores de investimentos e receitas em uma determinada data de referência. Normalmente o ano de início do projeto.

Uma das maneiras de se calcular o VPL é através da fórmula:

Utilizando o método do valor presente líquido, considera-se o valor do dinheiro no tempo e torna-se possível comparar a rentabilidade do projeto com o custo do investimento.

5.4 Método da Taxa Interna de Retorno (TIR)

Trata-se de encontrar a taxa de juros que, quando utilizada para descontar o fluxo de caixa do projeto, anula o valor presente líquido do mesmo (PEREIRA, 2004).

A TIR relaciona-se com o VPL igualando-o a zero, ou seja, é a taxa de retorno que iguala o somatório das receitas geradas com a soma dos investimentos realizados, considerando o valor presente.

6. Aproveitamento Avançado de Poços de Petróleo

Conforme discutido anteriormente, uma das etapas finais da vida útil dos poços de petróleo são as técnicas de aproveitamento de poços. Um procedimento disponível para aproveitar a produção de um determinado poço em que o auge de sua produção já passou e os custos de produção se aproximam da receita obtida é a de recuperação avançada, que consiste em utilizar algumas técnicas para aproveitar os hidrocarbonetos disponíveis em determinado poço. Os métodos de recuperação dividem​-se em três tipos: primária, secundária e terciária.

A recuperação primária se baseia na utilização da própria pressão do poço para retirar o petróleo, essa pressão é oriunda da capa de gás ou da faixa de água presente no poço para, assim, facilitar a retirada de óleo.

A recuperação secundária consiste na injeção de água ou gás miscível com o óleo do reservatório. Este é um método puramente mecânico, de modo que a pressão ajuda na

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expulsão do óleo dos poros das rochas e além disso, requer baixos investimentos e custos operacionais.

Recuperação terciária, ou recuperação avançada, são indicados para campos maduros ou onde há óleo com alta viscosidade e quando as recuperações primárias e secundárias não são mais efetivas. A recuperação avançada consiste da injeção de fluidos ou um conjunto de fluidos para ajudar no deslocamento do óleo. Esses fluidos interagem de forma a alterar algumas propriedades do óleo, como tensão superficial, redução de viscosidade, modificação da molhabilidade. Os principais métodos são: térmicos, miscíveis, químicos e microbiológicos. Os métodos térmicos consistem em diminuir a viscosidade do óleo facilitando sua remoção das rochas e elevando a temperatura do mesmo. Neste método se utiliza injeção de vapor ou água quente, combustão ​in​situ

ou métodos eletromagnéticos.

Os métodos miscíveis consistem na injeção de fluidos que diminuem a interação do óleo com a água e assim auxiliam no deslocamento. Neste método se utiliza a injeção de gás natural, nitrogênio ou CO​2.

Esquema simplificado de injeção contínua de CO2. (FLORES, 2004).

Os métodos químicos consistem em injetar fluidos no poço que irão interagir com o óleo diminuindo a interação deste com a rocha reservatório e atua diminuindo a viscosidade, reduzindo a permeabilidade e aumentando assim a mobilidade do óleo dentro da formação. Usualmente injeta​-se surfactante, polímeros ou substâncias tensoativas.

Os métodos biológicos consistem em injetar no poço microorganismos que formarão metabólitos que atuarão como surfactantes, polímeros, ácidos e gases. Assim como os anteriores, este método atua modificando as propriedades do fluido dentro do poço e ajudando assim na recuperação do mesmo (CURBELO, 2006).

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Para os processos de recuperação que envolvem injeção de fluidos, a escolha pelo sistema deve ser pautado por aspectos da sua viabilidade técnica e econômica. Esse modelo deve:

● Proporcionar a maior produção possível de óleo durante um intervalo de tempo econômico e com o menor volume de fluido injetado possível;

● Oferecer boas condições de injetividade para se obter boa produtividade, resultando em vazões de produção economicamente atrativas; e,

● Ainda visando o aspecto econômico, fazer a escolha recair sobre um esquema em que a quantidade de poços novos a serem perfurados seja a menor possível, principalmente, no caso da aplicação do processo em um campo já desenvolvido (CURBELO, 2006).

Em linhas gerais, os métodos de recuperação avançada podem ser uma opção viável tanto no adiantamento do Valor Presente Líquido quanto na taxa interna de retorno, ocasionando adiantamento da produção e aumentando os lucros.

7. Conclusão

Muitos fatores influenciam a determinação da viabilidade econômica da exploração de reservatórios de petróleo. Todo os custos processo, desde sua prospecção até o abandono precisam ser quantificados e analisados frente aos possíveis lucros.

As técnicas de análise econômica auxiliam nessa tomada de decisão, os métodos listados possibilitam o cálculo diferentes índices econômicos que revelam aspectos financeiros e econômicos dos projetos.

Quando a empresa petrolífera opta por seguir com a exploração do poço, esse índices auxiliam no desenvolvimento da melhor estratégia de gerenciamento do reservatório de modo a maximizar as receitas geradas e tornar o empreendimento o mais lucrativo possível.

8. Referências Bibliográficas

● CURBELO, Fabiola Dias da Silva – Recuperação Avançada de petróleo utilizando tensoativos. Tese de Doutorado, UFRN, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química, 2006.

● FLORES, James C. 2004. [Online]. Disponível em: <http://www.secinfo.com/d14D5a.152nr.d.htm>.

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● PEREIRA, Fabiano Aderne Pozes - Metodologia de Análise Econômica de Projetos de Óleo e Gás. Projeto de Fim de Curso, UFRJ, Escola Politécnica, 2004.

● ALMEIDA, Luciana Faletti - Otimização de alternativas para o desenvolvimento de campos de petróleo, Gest. Prod., São Carlos, v. 14, n. 3, p. 489-503, set.-dez. 2007 .

● FLOR, Aguinaldo Júnio. Análise de Risco Financeiro em Projetos do Setor de Petróleo e

Gás. ​Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, IX SEGET​, 2012.

● MEIRELLES, Carmen Lúcia de Almeida; GOMES, Luiz Flávio Autran Monteiro. O apoio multicritério à decisão como instrumento de gestão do conhecimento: uma aplicação à

Referências

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