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Da glória ao declínio do perímetro irrigado Icó-Lima Campos:Ocupação, economia e impactos sócio-ambientais.

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FABIANA MARIA DA SILVA

MARIA ERINEIDE F E R R E I R A BRITO

MARIA VALMIRA GONQALVES DE ARAUJO

UNIVERSIDADE F E D E R A L DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE FORMAQAO DE P R O F E S S O R E S

DEPARTAMENTO DE CIENCIAS SOCIAIS

C U R S O DE ESPECIALIZAQAO EM G E S T A O AMBIENTAL PARA O

SEMI-ARIDO NORDESTINO

DA GLORIA AO DECLJNIO DO PERJMETRO IRRIGADO

ICO - LIMA CAMPOS: OCUPAQAO, ECONOMIA E

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FABIANA MARIA DA SILVA

MARIA ERINEIDE FERREIRA BRITO

MARIA VALMIRA GONQALVES DE ARAUJO

DA GLORIA AO DECLINIO DO PERfMETRO IRRIGADO ICO - LIMA

CAMPOS: OCUPAQAO, ECONOMIA E IMPACTOS

SOCIO-AMBIENTAIS

Monografia apresentada a Universidade

Federal de Campina Grande, como

requisito para a obtencao do titulo de

especialista em Gestao Ambiental para o

Semi-Arido Nordestino sob a orientacao

do Prof. Ms. Francisco Augusto de Souza.

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Curso de Especializagao em Gestao Ambiental para o Semi-Arido

Nordestino.

Folha de Avaiiacao

Titulo da Monografla: "Da Gloria ao Declinio do Perimetro Irrigado Ico

- Lima Campos: Ocupagao, Economia e Impactos Socio-Ambientais".

Nome das Alunas: Fabiana Maria da Silva

Maria Erineide Ferreira Brito

Maria Valmira Gongalves de Araujo

MONOGRAFIA APROVADA EM / /

PROF°. ORIENTADOR: Prof. Ms. Francisco Augusto de Souza

1° EXAMINADOR: Prof. Dr. Marcelo Henrique de Melo Brandao

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Dedico a t o d a s as p e s s o a s que d u r a n t e a realizacao deste trabalho fizeram-se presente.

F a b i a n a Maria d a Silva.

Dedico aos m e u s pais, pelo amor, d e d i c a c a o e c o m p r e e n s a o e pelo incentivo e m fazer este curso.

A o colega e a m i g o Erivan A n a s t a c i o de Sousa, pela f r e q u e n c i a e proveitosas s u g e s t o e s que tanto e n r i q u e c e r a m a mim e a este trabalho.

Maria Erineide Ferreira Brito.

Dedico a minha mae, meus irmaos e a t o d o s que c o n t r i b u i r a m direta o u indiretamente para a realizagao desse trabalho.

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A G R A D E C I M E N T O S

Em e s p e c i a l a Deus pela forca e c o r a g e m q u e me c o n c e d e u e m t o d o s os m o m e n t o s , os quais f o r a m f u n d a m e n t a i s para que e u a l c a n g a s s e e s s e objetivo.

A o professor e orientador do Curso de Especializagao F r a n c i s c o A u g u s t o de S o u z a , pela c o n s t a n t e f r e q u e n c i a nos m o m e n t o s precisos.

A o professor do C u r s o de Especializagao M a r c e l o B r a n d a o , pelo incentivo a realizagao d e s t e trabalho.

A o s irrigantes do p e r i m e t r o - Ico-Ce, pelo muito q u e c o n t r i b u i r a m .

A M a n o e l Diniz, T e c n i c o A g r i c o l a , ex-funcionario publico federal do D N O C S e professor de geografia.

A t o d a s as p e s s o a s que c o n t r i b u i r a m direto ou indiretamente neste trabalho, entre elas, Eliane V i a n a , Ivoneide Lemos, Luziete A r a u j o e Edna Rolim.

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R E S U M O

Esta m o n o g r a f i a analisa o trabalho feito pelo D N O C S ( D e p a r t a m e n t o N a c i o n a l de O b r a s C o n t r a as Secas) no P e r i m e t r o Irrigado Ico-Lima C a m p o s e as politicas d e s e n v o l v i d a s por este o r g a o nesta p e q u e n a a r e a do sertao nordestino. Esta analise parte de u m a p e s q u i s a e m p i r i c a entre f u n c i o n a r i o s do D N O C S e irrigantes d a a r e a de estudo. Primeiramente, n e c e s s i t a v a - s e f u n d a m e n t a r bibliograficamente o que e irrigagao, para posteriormente, de p o s s e de u m a c o n c e p c a o positiva e pratica, p e s q u i s a r e descobrir se foi urn projeto viavel a t o d o s ou a p e n a s mais urn projeto g o v e r n a m e n t a l sem p e r s p e c t i v a s de urn futuro promissor. O despertar para este trabalho iniciou-se a partir de relatos atraves de p e s s o a s e n v o l v i d a s d i r e t a m e n t e c o m a c a u s a e sofrimento a qual p a s s a hoje o irrigante, q u e a n t e s no i n i t i o da c o n s t r u c a o do canal t e v e urn p e r i o d o de d e s e n v o l v i m e n t o , f a z e n d o a s s i m c r e s c e r a e c o n o m i a local e regional e hoje e n c o n t r a - s e e m situacao a g o n i z a n t e , c o m t e c n i c a s r u d i m e n t a r e s e p o u c o interesse por parte d o s g o v e r n a n t e s e falta de politicas de incentivos aos irrigantes. S e g u i n d o - s e c o m as p e s q u i s a s bibliograficas, d e s c o b r e - s e situagoes s e m e l h a n t e s e m outras a r e a s de implantagao de P e r i m e t r o de Irrigagao, o que veio a facilitar e e n r i q u e c e r o trabalho, c o m a o p i n i a o de outros a u t o r e s o c o r r e u u m e n r i q u e c i m e n t o louvavel a p e s q u i s a a p r e s e n t a d a . T o d a s as e t a p a s as q u a i s dividiu-se este trabalho, levaram a atingir os objetivos: sistematizar os c o n h e c i m e n t o s p e s q u i s a d o s s o b r e o p r o c e s s o historico e o g e o g r a f i c o d o p e r i m e t r o e a inter-relagao d e s s e p r o c e s s o c o m a s o c i e d a d e de f o r m a geral, e m u m s e g u n d o m o m e n t o foi visto a situagao gritante d o irrigante e a falta de recursos para aplicar n a area implantada e o d e s e s t i m u l o d o s filhos destes e m levar a f r e n t e o trabalho no c a m p o , j a que hoje e m dia os a v a n g o s t e c n o l o g i c o s c r e s c e m c a d a vez mais e as p e r s p e c t i v a s do trabalho no c a m p o c a d a vez m a i s p e r d e e s p a g o para os g r a n d e s investimentos d i r e c i o n a d o s a c i d a d e . Diante de tudo isto e s p e r a - s e q u e haja a l g u m a politica publica voltada ao d e s e n v o l v i m e n t o do c a m p o , e por c o n s e g u i n t e u m m e l h o r d e s e n v o l v i m e n t o s o c i o - e c o n o m i c o d e s t e setor, r e s g a t a n d o u m p o u c o do espirito e m p r e e n d e d o r e d e s e n v o l v i m e n t i s t a do h o m e m do c a m p o .

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R E S U M E N

Esta m o n o g r a f f a analiza el h e c h o de trabajo para D N O C S (la S e c t i o n N a t i o n a l de T r a b a j o s Contra las S e q u e d a d e s ) en el P E R I M E T R O Irrigado Ico-Lima C a m p o s y la politica d e s a r r o l l a d a s por este o r g a n o en este a r e a p e q u e n a del nativo interior de Brasil nororiental. Este analisis sale de una i n v e s t i g a t i o n e m p i r i c a entre los e m p l e a d o s de D N O C S y irrigantes del a r e a del estudio. Primeramente, se necesitaba basar bibliograficamente q u e es i r r i g a t i o n , para d e s p u e s , de p r o p i e d a d de un positivo y c o n c e p t i o n practica, investigar y ser d e s c u b i e r t o f u e r o n un proyecto viable a t o d o s o s i m p l e m e n t e mas un proyecto g u b e r n a m e n t a l sin p e r s p e c t i v a s de un futuro prometedor. El despertar para este trabajo e m p e z o e m p e z a n d o de los informes a traves d e las p e r s o n a s involucro d i r e c t a m e n t e con la c a u s a y sufriendo q u e pasos el irrigante hoy, q u e antes de al principio de la c o n s t r u c t i o n del he/she del c a u c e tenia un p e r i o d o de d e s a r r o l i o y h a c e a s i crecer la e c o n o m i a local y regional y hoy el he/she se e n c u e n t r a en s i t u a t i o n a g o n i z a n t e , c o n las t e c n i c a s rudimentarias y el interes p e q u e f i o por parte de los g o b e r n a n t e s y extrafia d e politica d e incentivos el irrigantes. S i g u i e n d o s e c o n las investigaciones bibliograficas, el h e / s h e se d e s c u b r e situaciones similares en otro las areas de i m p l a n t a t i o n de Perimetro de I r r i g a t i o n , lo q u e vino facilitar y e n r i q u e c e r el trabajo, con el otro la o p i n i o n de a u t o r e s que p a s o un e n r i q u e c i m i e n t o laudable la i n v e s t i g a t i o n p r e s e n t a d a . T o d a s las f a s e s que los h e / s h e dividieron e s t e trabajo, t o m o para alcanzar los objetivos: para sistematizar el c o n o c i m i e n t o investigado s o b r e el proceso historico y el g e o g r a f i c o en un s e g u n d o m o m e n t o se vio el gritate de la s i t u a t i o n del irrigante y la falta de recursos para aplicar en el a r e a i m p l a n t a d a y los d e s e s t i m e l o de los nifios de esto t o m a n d o el frente el trabajo e n el c a m p o del p e r i m e t r o y la i n t e r r e l a t i o n de e s e p r o c e s o c o n la s o c i e d a d de una m a n e r a g e n e r a l , d e s d e que hoy d i a los p r o g r e s o s t e c n o l o g i c o s crecen c a d a vez mas y las p e r s p e c t i v a s del trabajo e n el c a m p o p i e r d e n e s p a c i o c a d a vez mas para las g r a n d e s i n v e r s i o n e s dirigidas la c i u d a d . A n t e s de t o d o esto se e s p e r a que hay a l g u n a politica publica d e v u e l t a al desarrolio del c a m p o , y por c o n s i g u i e n t e un desarrolio s o c i o - e c o n o m i c o mejor de esta s e c t i o n , r e s c a t a n d o un p o c o del espiritu e m p r e n d e d o r y el h o m b r e del d e s e n v o l v i m e n t i s t a del c a m p o .

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S U M A R I O A P R E S E N T A Q A O 10 I N T R O D U g A O 11 1. P r e s s u p o s t o s - T e o r i c o s - M e t o d o l o g i c o s 13 1.1 - C a r a c t e n s t i c a s do M e t o d o de P e s q u i s a 13 1 . 2 - P r o c e d i m e n t o s M e t o d o l o g i c o s e O p e r a c i o n a i s 13 2. C a r a c t e r i z a g a o d a

Area

15 2.1 - N o r d e s t e : C o n d i g o e s Naturais e R e a l i d a d e R e g i o n a l 15 2.2 - O D N O C S e as Politicas de C o m b a t e as Secas no N o r d e s t e Brasileiro 17 2.3 - Definigao de Irrigagao 2 3 2.4 - A C o n s t r u g a o d a B a r r a g e m L i m a - C a m p o s e seu P r o c e s s o Historico.... 27

2.5 - A C o n s t r u g a o e o P r o c e s s o Historico do P e r i m e t r o Irrigado Ico-Lima

C a m p o s 2 9

2.6 - A s p e c t o s S o c i o - E c o n o m i c o 3 4 2.7 - Impactos S o c i o - A m b i e n t a i s 3 8

3. R e s u l t a d o s da P e s q u i s a 4 0 3.1 - Uso do Solo antes e d e p o i s d a Instalagao do Perimetro irrigado 4 0

3.2 - R e p e r c u s s o e s S o c i o - e c o n o m i c a s e A m b i e n t a i s 4 6

C O N S I D E R A Q O E S F I N A I S 4 8

B I B L I O G R A F I A 5 0

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L I S T A D E I L U S T R A Q O E S Foto do A c u d e de Lima C a m p o s 2 8 T a b e l a d a

Area

Total do P e r i m e t r o 3 0 Foto do A c u d e de Oros 3 3 G r a f i c o O l 41 Grafico 02 41 Foto d a Plantacao de A r r o z 4 2 Foto da P l a n t a c a o de B a n a n a 4 3 Foto d a P l a n t a c a o de C o c o 4 3

Foto da Plantagao de Feijao 4 4

T a b e l a d a Relagao Atual de Bovino (PILC) . . 4 5

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A P R E S E N T A Q A O

Este trabalho c o m p o e d o s p r e s s u p o s t o s teoricos m e t o d o l o g i c o s e analise e m p i r i c a q u e s a o e x p o s t o s no capitulo 1, caracterizagao d a area d e s c o r t i n a d a no capitulo 2, analise e s u g e s t o e s para a possivel solugao d a problematica no c a p i t u l o 3, por fim a conclusao.

0 c a p i t u l o 1 e uma introdugao teorica sobre o conceito de Irrigagao e sua classificagao. T r a z t a m b e m a r g u m e n t a g o e s sobre a importancia das politicas de irrigagao para o nordeste.

O c a p i t u l o 2 analisa e interpreta d a d o s c o l e t a d o s sobre a area e s t u d a d a . 0 c a p i t u l o 3 analisa os resultados d a p e s q u i s a e a p o n t a p o s s i v e i s solugoes para os p r o b l e m a s da area.

Este trabalho c o n t h b u i r a no sentido de alertar a p o p u l a g a o para a problematica existente no local e m relagao as c o n d i g o e s e c o n d m i c a s e ambientais, s e r v i n d o de incentivo a uma possivel revitalizagao do perimetro.

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I N T R O D U Q A O

O Semi-arido brasileiro localizado no interior da R e g i a o Nordeste, s e n d o parte integrante do c h a m a d o P o l i g o n o das Secas, assim d e n o m i n a d o e m virtude d a o c o r r e n c i a de s e c a s periodicas q u e a s s o l a m esta area de f o r m a t o p o l i g o n a l , c o r r e s p o n d e n t e aos nove Estados d a R e g i a o Nordeste, a l e m do norte Estado de M i n a s Gerais. M e n d e s (1986).

Muitos autores afirmam que as secas no Nordeste brasileiro, constituem p r i n c i p a l m e n t e um probfema social e nao climatico.

N e s s e sentido, b u s c o u - s e neste trabalho relacionar a o c o r r e n c i a d a s secas aos p r o b l e m a s sociais, a m b i e n t a i s e e c o n o m i c o s existentes na regiao, e relatar as politicas publicas a d o t a d a s no intuito de reverter o p r o c e s s o de d e t e r i o r i z a c a o e c o n o m i c a pela qual v e m p a s s a n d o ha a l g u m a s d e c a d a s .

Este trabalho m o n o g r a f i c o consta de u m a p e s q u i s a e m p i r i c a realizada e m c a m p o , por meio de entrevistas e fotografias, b e m c o m o a f u n d a m e n t a c a o teorica e m q u e a b o r d a o objeto e s t u d a d o .

T e n d o e m vista que, o traco mais m a r c a n t e do P o l i g o n o d a s Secas e o clima, p r i n c i p a l m e n t e pela existencia de u m regime pluviometrico q u e delimita d u a s e s t a c o e s b e m distintas: u m a curta estagao c h u v o s a , d e n o m i n a d a de "inverno", que o c o r r e no primeiro s e m e s t r e do ano, e u m a longa estagao seca c h a m a d a p e l o n o r d e s t i n o de "verao".

O c o m p o r t a m e n t o irregular das chuvas, tanto na sua intensidade c o m o n a sua distribuigao, p r o v o c a p e r i o d i c a m e n t e a o c o r r e n c i a de secas p r o l o n g a d a s .

A s secas tern a g r a v a d o as estruturas s o c i o - a m b i e n t a i s e e c o n o m i c a s d a R e g i a o , diante d e s s a realidade, o D e p a r t a m e n t o Nacional de O b r a s Contra as S e c a s - D N O C S , o r g a o federal r e s p o n s a v e l pela construgao e administragao de agudes, b a r r a g e n s publicas e p r o g r a m a s de irrigagao no semi-arido, tern c o m o u m a de s u a s politicas, a s s e n t a r as f a m i l i a s de a g h c u l t o r e s nas terras c i r c u n d a n t e s a m o n t a n t e de reservatorios a p r o v e i t a n d o os g r a n d e s potenciais h i d r i c o s para v a z a n t e s e as terras d a j u s a n t e para a implantagao de perimetros irrigados. Foi o caso da criagao do p e r i m e t r o irrigado Ico-Lima C a m p o s , situado a j u s a n t e d a b a r r a g e m Lima C a m p o s , localizado no m u n i c i p i o de Ico, Estado do

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Ceara, na bacia do ho S a l g a d o , c o m uma a r e a irrigada de 9.8860.40 ha, distribuida e m lotes para os agricultores a s s e n t a d o s pelo D N O C S .

O objetivo geral d e s t e t r a b a l h o e d e m o n s t r a r e analisar o p r o c e s s o de o c u p a g a o , d e s e n v o l v i m e n t o s o c i o - e c o n o m i c o e os a s p e c t o s ambientais, identificando os impactos c a u s a d o s p e l a implantagao do Perimetro Irrigado Ico-L i m a C a m p o s , m o s t r a n d o o p r o c e s s o historico d e s d e a construgao d a b a r r a g e m a criagao do referido perimetro, o auge do s e u d e s e n v o l v i m e n t o , p e r p a s s a n d o pelas q u e s t o e s q u e levaram ao s e u declinio.

O c a m i n h o trilhado nos p r o c e d i m e n t o s m e t o d o l o g i c o s , d e u - s e atraves de m e t o d o s quantitativos e qualitativos q u e possibilitaram a sistematizagao d o s d a d o s c o l e t a d o s , j u n t o a populagao do entorno do c a n a l de irrigagao, c o m o t a m b e m a o s t e c n i c o s do D N O C S . Desta f o r m a , p r o c u r a m o s obter u m a melhor c o m p r e e n s a o para concretizar os objetivos propostos.

A p e s q u i s a foi r e a l i z a d a junto a o s agricultores instalados no p e r i m e t r o e f u n c i o n a r i o s do D N O C S , c o m o objetivo de obter informagoes n e c e s s a r i a s a e i a b o r a g a o desta m o n o g r a f i a .

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1. P R E S S U P O S T O S - T E O R I C O S - METODOLOGICO

1.1 - C a r a c t e r i s t i c a s d o Metodo d e P e s q u i s a

Esse e s t u d o foi d e s e n v o l v i d o no p e r i m e t r o irrigado Ico - Lima C a m p o s , localizado no m u n i c i p i o de Ico, Estado do Ceara.

T e m o s c o m o f i n a l i d a d e analisar o p r o c e s s o de o c u p a g a o , o d e s e n v o l v i m e n t o e c o n o m i c o e ambiental, v i s a n d o identificar a problematica de

regiao, a p o n t a n d o s u g e s t o e s p o s s i v e i s a resolver ou a m e n i z a r s e u s efeitos negativos.

O c a m i n h o trilhado nos p r o c e d i m e n t o s m e t o d o l o g i c o s foi atraves de d a d o s quantitativos e qualitativos q u e possibilitam a sistematizacao d a s informagoes coletadas junto a p o p u l a g a o do e n t o r n o do canal de irrigagao, de e n g e n h e i r o s e tecnicos do D N O C S , p a r a d e s t a f o r m a obter u m a melhor c o m p r e e n s a o e determinar os objetivos propostos.

1.2 - P r o c e d i m e n t o s M e t o d o l o g i c o s e O p e r a c i o n a i s

A s atividades m e t o d o l o g i c a s f o r a m d e s e n v o l v i d a s e m tres etapas:

• A primeira e t a p a e n v o l v e u a construgao de u m a teoria m e t o d o l o g i c a e m e s t u d o s integrados, m e d i a n t e u m l e v a n t a m e n t o de d a d o s t e o r i c o s que serviu de base p a r a e l a b o r a g a o d e instrumentos p a r a p e s q u i s a .

• A s e g u n d a e t a p a , d e u - s e c o m a p l i c a g o e s d o s instrumentos de p e s q u i s a e as o b s e r v a g o e s para a coleta de dados.

• Na terceira e t a p a o c o r r e u o p r o c e s s o de analise, interpretagao e sistematizagao d o s d a d o s coletados e e l a b o r a g a o d a monografia.

P a r a a coleta d o s d a d o s f o r a m utilizados v a r i o s p r o c e d i m e n t o s q u e possibiiitaram a construgao da monografia, c o m a o b s e r v a g a o participante q u e foi

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r e a l i z a d a atraves de c o n t a t o s diretos c o m os atores sociais para obter informagoes reais e diversificadas s o b r e o objeto do estudo, c o m o objetivo de d i a g n o s t i c a r os p r o b l e m a s sociais e a m b i e n t a i s q u e a f e t a r a m a p o p u l a c a o do p e r i m e t r o irrigado Ico - Lima C a m p o s , atraves de q u e s t i o n a r i o s e entrevistas.

a) P e s q u i s a bibliografica

A p e s q u i s a bibliografica foi feita atraves de u m l e v a n t a m e n t o bibliografico que o f e r e c e u s u b s i d i o p a r a definir e elaborar instrumento d e p e s q u i s a s e c o n t r i b u i u c o m d a d o s b a s i c o s , t e o r i c o s p a r a as d e m a i s e t a p a s de e l a b o r a g a o d a m o n o g r a f i a .

b) C o l e t a de d a d o s

O s t r a b a i h o s de p e s q u i s a f o r a m r e a l i z a d o s c o m a c o m u n i d a d e da a r e a do p e r i m e t r o irrigado Ico - Lima C a m p o s , atraves de visitas que b u s c a s s e obter d a d o s reais e c o n h e c i m e n t o s sobre os a s p e c t o s sociais, e c o n o m i c o s e ambientais.

c) A n a l i s e e interpretagao de d a d o s

O s p r o c e d i m e n t o s q u e f o r a m a d o t a d o s p a r a a analise e interpretagao de d a d o s f o r a m b a s e a d o s e m a n a l i s e estatisticas d o s d a d o s c o l e t a d o s na p e s q u i s a , atraves de varias tecnicas: analise quantitativa e qualitativa; analise d a s relagoes sociais e e c o n o m i c a s d a regiao; analise do p r o c e s s o de d e s a p r o p r i a g a o e o c u p a g a o d a s terras e sistematizagao tematica.

O t r a t a m e n t o de interpretagao d o s d a d o s t e v e c o m o r e f e r e n d a o c o n t e u d o d o s q u e s t i o n a r i o s e d a s entrevistas e o b s e r v a g o e s feita c o m a c o m u n i d a d e d a a r e a de e s t u d o .

A n a l i s e estatistica d o s d a d o s foi feita de a c o r d o c o m os m e t o d o s de utilizagao de f r e q u e n c i a a b s o l u t a e relativa; e c o m o m e t o d o d e utilizagao d a m e d i a aritmetica e p o r c e n t a g e m .

A partir d e s s e s d a d o s f o r a m e l a b o r a d o s textos, graficos e q u a d r o s , c o n s i d e r a n d o t o d a s as informagoes c o l e t a d a s d u r a n t e o trabalho de p e s q u i s a .

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2. CARACTERIZAQAO DA A R E A

2.1 - N o r d e s t e : C o n d i c d e s Naturais e R e a l i d a d e R e g i o n a l

0 Nordeste, pela sua p r o x i m i d a d e do E q u a d o r localizando-se entre 1° e 18° de latitude sul, deveria, ser uma regiao de clima tropical c h u v o s o .

O mais intrigante e q u e o semi-arido, c o m sua v e g e t a c a o raquitica e seca, e v i z i n h o d a regiao A m a z o n i c a , altamente c h u v o s a e d e t e n t o r a de e x u b e r a n t e floresta tropical.

Outro f e n o m e n o contraditorio q u e ocorre no p o l i g o n o d a s s e c a s diz respeito a d e s p r o p o r g a o entre a n e b u l o s i d a d e e a precipitagao. A n e b u l o s i d a d e , apesar de baixa, a p r e s e n t a - s e mais a b u n d a n t e q u e a pluviosidade. Pela q u a n t i d a d e de n u v e n s que c a e m na regiao, d e v e r i a ocorrer uma maior q u a n t i d a d e de chuvas.

O p o l i g o n o d a s s e c a s e u m a d a s regioes semi-aridas m a i s q u e n t e do globo. A t e m p e r a t u r a m e d i a p e r m a n e c e mais o u m e n o s c o n s t a n t e ao longo do a n o e, relativamente uniforme e m toda a regiao. A s medias termicas a n u a i s o s c i l a m entre 23° e 2 7 ° C . A amplitude diaria fica proxima de 10°C, m a n t e n d o - s e inalterada, tanto ao longo d a s altitudes, c o m o e m relagao ao mar.

A f o r t i s s i m a e v a p o r a g a o q u e ocorre no p o l i g o n o das secas, constitui u m d o s f a t o r e s climaticos de g r a n d e significado para a regiao. Em virtude das p o u c a s n u v e n s e de sua baixa latitude, esta r e g i a o r e c e b e a incidencia q u a s e vertical d o s raios solares, o que f a v o r e c e as e l e v a d a s t e m p e r a t u r a s que, aliadas a baixa u m i d a d e atmosferica p r o v o c a m u m a excessiva evaporagao.

A i e m dos fatores f i s i c o s ja citados, esta a r e a e c o n h e c i d a c o m o u m a " a r e a - p r o b l e m a " , cujas condigoes sao b e m c o n h e c i d a s . Elas d e c o r r e m da c o n t i n g e n c i a de se a p r e s e n t a r e m a n o s de e x c e p c i o n a l aridez que acarreta a p e r d a g e n e r a l i z a d a das colheitas. A s e c a r o m p e o equilibrio ecologico. C o m ela, d e s a p a r e c e a d i n a m i c a d a produgao, d e s e n c a d e a n d o a f o m e g e n e r a l i z a d a , que so p o d e ser r e m e d i a d a com auxilios macigos p r o c e d e n t e s de outras regioes.

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S e g u n d o Arrojado Lisboa (1913):

•Seca no rigor l6xico, signifies estiagem, falta de umidade.

Da chuva provGm a 6gua necessSria a vida na terra. O problema das secas, assim encarado, seria simplesmente o problema da &gua, isto 6, do seu suprimento. Mas a palavra seca referida a uma porgSo do territ6rio habitado, pelo homem, tern significagao muito mais complexa. Com efeito o fendmeno flsico de escassez da chuva influi no homem pela alteragSo profunda que dela decorre para as condigdes econdmicas da regiSo, que por sua vez se reflete na ordem social".

D u a s alternativas principals sao a p o n t a d a s c o m o c a p a z e s de resolver o u atenuar o p r o b l e m a da seca. A primeira diz respeito a criacao de c h u v a s artificiais.

A s e g u n d a alternativa a p o n t a d a , refere-se a u m conjunto de o b r a s de e n g e n h a r i a , c o m p r e e n d e n d o a transposigao de v a z o e s do ho Sao Francisco e do T o c a n t i n s , de m o d o a perenizar g r a n d e s rios secos regionais, nos Estados do Piaui, Ceara, Rio G r a n d e do Norte, P a r a i b a e P e r n a m b u c o . C o n c o m i t a n t e m e n t e , seriam e r g u i d a s n o v a s r e p r e s a s e implantados g r a n d e s projetos de irrigagao, p r o p i c i a n d o u m a menor d e p e n d e n c i a do clima inconstante.

No entanto, e s s a t r a n s p o s i c a o tern dividido opinioes e g e r a d o a c a l o r a d o s d e b a t e s sobre o seu exito e s u a s p o s s i v e i s c o n s e q u e n c i a s beneficas.

A i n d u s t r i a d a S e c a

A q u e l e s que c o s t u m a m dizer q u e a s e c a e a c a u s a da miseria e d a p o b r e z a de g r a n d e parte d a p o p u l a g a o nordestina estao e n c o b r i n d o as c a u s a s reais do p r o b l e m a . A s c a u s a s d a p o b r e z a e miseria n a o sao naturais, sao f u n d a m e n t a l m e n t e sociais e politicas, tais c o m o : a baixa r e n d a da maior parte da populagao, g r a n d e c o n c e n t r a g a o das p r o p r i e d a d e s rurais e da riqueza nas maos de u m p e q u e n o grupo de pessoas.

A s secas na regiao sao c o n h e c i d a s d e s d e o seculo X V I , mas o G o v e r n o C e n t r a l so veio tomar d e c i s o e s , a partir do s e c u l o XIX, c o m a g r a n d e seca de 1877-1879, a d o t a n d o u m a politica de c o m b a t e a o s s e u s efeitos por meio, p r i n c i p a l m e n t e , d a construgao de agudes e d a distribuigao de v e r b a s aos

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municfpios d a s a r e a s atingidas. Essa politica, no entanto, tern servido muito mais para beneficiar g r a n d e s f a z e n d e i r o s e politicos locais do que resolver os g r a v e s p r o b l e m a s q u e a f l i g e m os sertanejos: a destruicao das lavouras, a f o m e e o e x o d o rural.

O s agudes, e m b o r a c o n s t r u i d o s c o m recursos publicos, e n c o n t r a m - s e q u a s e s e m p r e e m g r a n d e s p r o p h e d a d e s particulares, s e n d o por isso controlados por latifundiarios o u coroneis, c o m o s a o c o n h e c i d o s os g r a n d e s f a z e n d e i r o s nordestinos.

A s v e r b a s q u e o g o v e r n o federal r e p a s s a a o s Estados e M u n i c i p i o s para c o m b a t e r os efeitos d a s s e c a s sao u s a d o s c o m fins eleitoreiros.

"A industria d a s e c a " e c o m o f i c o u c o n h e c i d a a v e r g o n h o s a pratica d e s e n v o l v i d a por politicos, g r a n d e s f a z e n d e i r o s , c o m e r c i a n t e s para obter lucros e v a n t a g e n s c o m as secas e c o m o sofrimento de m i l h o e s de sertanejos pobres.

Construir a g u d e s e m terras publicas e u m antigo instrumento de voto de cabresto, e m e p o c a s de eleigao no Nordeste. Na vida do sertanejo, u m agude e u m b e m inestimavel, por e s s a razao, a p r o m e s s a de concluir o agude vale ouro nas v e s p e r a s de eleigao, e a s s i m muitos politicos c o n s e g u i r a m se eleger por varios a n o s a custa d e s s a p r o m e s s a .

A i n d a e n e c e s s a r i o muito t r a b a l h o e d e s d o b r a d a v o n t a d e politica para mudar a reaiidade nordestina.

2.2 - O D N O C S e a s P o l i t i c a s d e C o m b a t e a s S e c a s n o N o r d e s t e B r a s i l e i r o

A seca, c o m o p r o b l e m a social e cultural tern a g r a v a d o as estruturas s o c i o -a m b i e n t -a i s e e c o n o m i c -a s d -a R e g i -a o Nordeste, di-ante disso, o G o v e r n o Feder-al e m p e n h a d o e m d e s e n v o l v e r no Nordeste u m centro produtivo, criou e m 2 1 / 1 0 / 1 9 0 9 por forga o Decreto n° 7.619, a Inspetoha d e O b r a s Contra a Seca ( I O C S ) , q u e atraves de estudos t e c n i c o s iniciou a formagao de u m c o n h e c i m e n t o mais p o r m e n o r i z a d o d a regiao.

Em 1919, s o b o Decreto n° 13.687, o I O C S t o r n o u - s e I F O C S - I n s p e t o h a F e d e r a l de O b r a s C o n t r a a S e c a - c o m a m e s m a politica de atuagao, realizando

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o b r a s de e n g e n h a r i a civil a fim de s o l u c i o n a r os efeitos da seca. S o m e n t e a partir d o s a n o s 3 0 tiveram i n i t i o os e s t u d o s a g r i c o l a s , v o l t a d o s a p e s q u i s a e e x t e n s a o de n o v a s e s p e c i e s que p o d e r i a m ser utilizadas c o m r e n t a b i l i d a d e na regiao. S e n d o q u e , n e s s a s e g u n d a f a s e o o r g a o p r o c u r a v a dar um a p r o v e i t a m e n t o racional as obras de infra-estrutura a c u m u l a d a s e m 3 0 a n o s de lutas contra a seca.

T r a n s c o r r i d o s 21 anos, o I F O C S foi t r a n s f o r m a d o e m D N O C S -D e p a r t a m e n t o N a c i o n a l de O b r a s Contra a Seca, d e n o m i n a c a o atual q u e Ihe foi conferida e m 1945 pelo Decreto Lei n° 8.846.

A atividade marcante d a f a s e D N O C S , tern sido a do a p r o v e i t a m e n t o hidrico, c o m todos os s e u s d e s d o b r a m e n t o s , c o m o construgao de reservatorios, p e r f u r a c a o de pocos, intensificagao da piscicultura, a b a s t e c i m e n t o s a c o m u n i d a d e s , agricultura e outros.

Esta f a s e de t r a b a l h o do D e p a r t a m e n t o , q u e foi m a r c a d a por g r a n d e s s e c a s c o m o a de 1958, 1970, 1979-83, tern sido m a r c a d a , t a m b e m , por g r a n d e s obras, q u e a b r a n g e n d o u m longo p e r i o d o de realizagoes p o d e ser dividido e m d o i s s e g m e n t o s principals, q u e se d e s t a c a m dentro d o contexto nordestino: o primeiro e o s e g m e n t o da a g u d a g e m , c o m o objetivo de a c u m u l a r a g u a , pois dela p a d e c e o Nordeste ciclicamente; o s e g u n d o , tao ou m a i s importante q u e o primeiro, e o do a p r o v e i t a m e n t o do e s t o q u e de a g u a n a irrigagao, portanto s o m e n t e se justifica a construgao de a g u d e s para d e l e s se fazer uso nos m o m e n t o s de c a r e n c i a d ' a g u a .

• A c u d a g e m

0 D N O C S , a partir de 1945 e mais e s p e c i f i c a m e n t e nas d e c a d a s de 50 e 6 0 intensificou s u a s agoes no d e s e n v o l v i m e n t o d o s recursos hidricos.

O g r a n d e aporte de recursos q u e se seguia as g r a n d e s s e c a s c o n s e g u i a d e s e n v o l v e r g r a n d e s p r o g r a m a s de a g u d a g e m publica e, t a m b e m , de a g u d a g e m particular.

Esta atividade de construgao de agudes, muito e m b o r a c o n t i n u e c o m o papel importante do D N O C S , t e n d e a arrefecer para dar lugar a u m maior a p o r t e d e recursos ao s e g u n d o s e g m e n t o d a f a s e de a p r o v e i t a m e n t o hidrico.

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• Irrigagao

0 p r o g r a m a de irrigagao do D N O C S sofre u m a serie restrigao de o r d e m territorial, nao a p e n a s por limitagoes p e d o l o g i c a s para culturas a g r i c o l a s , mas, s o b r e t u d o , por d i s p o n i b i l i d a d e de r e c u r s o s hidricos, a qual restringe a area agricultavel no Nordeste.

A a g u d a g e m e a p e r e n i z a g a o dos rios, a j u s a n t e dos a g u d e s p o d e r i a m ter e n c o r a j a d o uma maior utilizagao da a g u a para a agricultura irrigada. No entanto, d u r a n t e toda a primeira m e t a d e do s e c u l o XX, nao f o r a m v e h f i c a d o s esforgos significativos no sentido de aproveitar o potencial d o s a g u d e s c o n s t r u i d o s para a irrigagao de culturas.

No final dos a n o s 60, o D N O C S a d o t o u politicas, no p o l i g o n o d a s s e c a s , de implantagao de p e r i m e t r o s irrigados, para a b a s t e c e r os centros u r b a n o s de alimentos e ao m e s m o t e m p o formar u m a classe media rural.

A s contribuigoes do D N O C S , d e s d e a criagao d a antiga Inspetoha de O b r a s Contra as S e c a s - I O C S - ate o p r e s e n t e , s e m p r e f i z e r a m j u s a e x p r e s s a o "obras contras as secas", m u d a n d o a p e n a s , no d e c o r r e r do t e m p o , a a b r a n g e n c i a , a e s p e c i f i c i d a d e e o a l c a n c e social d e s s a s obras. Os d a d o s e informagoes aqui a p r e s e n t a d o s , p r e t e n d e m mostrar o papel do D N O C S no d e s e n v o l v i m e n t o d a e c o n o m i a nordestina, t e n t a n d o mostrar o inter-relacionamento existente entre as a t i v i d a d e s de geragao, g e r e n c i a m e n t o e c o n s e r v a g a o d e recursos hidricos, a p e s q u i s a a g r i c o l a e a agricultura irrigada. S o m e n t e atraves de u m a a b o r d a g e m holistica d e s s e s e l e m e n t o s , q u e c o n t e m p l e a c o m p l e m e n t a r i d a d e entre as agoes do D e p a r t a m e n t o e a q u e l a da iniciativa privada, e q u e o D N O C S c o n s e g u i r a contribuir p a r a colocar o Semi-arido N o r d e s t i n o nos trilhos de u m d e s e n v o l v i m e n t o f i r m e e d u r a d o u r o .

O u t r a s P o l i t i c a s G o v e r n a m e n t a i s n o S e m i - a r i d o N o r d e s t i n o

O s efeitos nefastos d a s secas q u e p e r i o d i c a m e n t e a f l i g e m a p o p u l a g a o r e s i d e n t e no p o l i g o n o das s e c a s , a b r a n g e u m a area q u e r e p r e s e n t a 4 6 % d a s u p e r f i c i e total do Nordeste, c o m p r e e n d e n d o c e r c a de 7 3 0 m u n i c i p i o s da regiao,

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ultrapassa os efeitos de u m d e t e r m i n i s m o climatico, a l c a n g a n d o a s s i m os p a t a m a r e s das d e c i s o e s politicas.

• O B N B - E T E N E

A p o s a s e c a de 1 9 5 1 , o G o v e r n o Federal implantou o B a n c o do Nordeste do Brasil - BNB - c o m a f i n a l i d a d e de d e s e m p e n h a r f u n c o e s de B a n c o de Investimentos e D e s e n v o l v i m e n t o , s o b r e t u d o no setor primario e s e c u n d a r i o d a e c o n o m i a , na regiao.

Dentro d a estrutura do B N B , vale salientar a existencia de um escritorio de Estudos T e c n i c o s sobre a E c o n o m i a do N o r d e s t e - E T E N E - que serviu c o m o n u c l e o de e s t u d o s para a viabilidade da aplicagao de v e r b a s f e d e r a i s na regiao, s e n d o f o r m a d a nesse escritorio, uma geragao de experientes economistas.

• D o G T D N a S U D E N E

Em 1958, o c o r r e u outra g r a n d e seca, ja havia u m a e n o r m e infra-estrutura q u e , no entanto, se mostrava insuficiente para minimizar os p r o b l e m a s d a p o p u l a g a o . Por e s s e motivo o G o v e r n o Federal teve de se utilizar de politicas de e m e r g e n c i a , e m p r e g a n d o u m n u m e r o muito e l e v a d o de pessoas, o n d e f i c o u c a r a c t e r i z a d o a m a l v e r s a g a o das v e r b a s publicas, por uma categoria de e x p l o r a d o r e s da miseria nordestina - "Os industrials da seca".

A n e c e s s i d a d e de u m a nova estrategia para solucionar o p r o b l e m a d a s e c a se faz p r e m e n t e . No m e s m o ano, 1958, f o r m o u - s e c o m o a p o i o do G o v e r n o Federal, o G r u p o de T r a b a l h o p a r a o D e s e n v o l v i m e n t o do N o r d e s t e G T D N -t e n d o e m sua c o o r d e n a g a o o e c o n o m i s -t a p a r a i b a n o C e l s o Fur-tado. C o m o resultado dos estudos do G T D N , o b t e v e - s e um relatorio definitivo, intitulado: " U m a politica de D e s e n v o l v i m e n t o E c o n o m i c o para o Nordeste", que d e m o n s t r a v a a situagao e c o n o m i c a do Nordeste frente ao Centro-sul, o n d e os f i n a n c i a m e n t o s que os n o r d e s t i n o s r e c e b i a m d a U n i a o e r a m m e n o r e s q u e os impostos pagos.

0 d i a g n o s t i c o da e c o n o m i a nordestina feito pela G T D N d e m o n s t r a v a a n e c e s s i d a d e de u m a reestruturagao da agao do g o v e r n o federal no Nordeste. O

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novo diagnostico e s u a s m e d i d a s p r o p u n h a m uma inovagao no c o n c e i t o de Nordeste e as infra-estruturas e n t a o existentes nao p o s s u i a m o poder de implantar as novas m e d i d a s . D a i a n e c e s s i d a d e de formar um n o v o unificador e reestruturador d a a c a o do g o v e r n o federal frente as n e c e s s i d a d e s nordestinas, a S u p e r i n t e n d e n c i a do D e s e n v o l v i m e n t o do Nordeste - S U D E N E - foi criada e m 1959. Esta objetivava f a v o r e c e r politicas e p i a n o s de d e s e n v o l v i m e n t o para a regiao, facilitando a implantagao de industrias atraves da redugao de impostos de s e u s produtos. Critica-se sua agao por beneficiar industrias do S u d e s t e do pais, q u e levam os lucros obtidos aqui no N o r d e s t e para a sua regiao de origem.

0 q u a d r o institucional do Nordeste hoje e dramatico, p r o v a v e l m e n t e , muito mais p r e o c u p a n t e q u e o existente e m 1959, ano d a criagao da S U D E N E . D e fato, os p r o b l e m a s de a c e s s o aos b e n e f i c i o s sociais no Nordeste f o r a m a m p l i a d o s c o m a crise financeira do Estado, a qual constitui u m indicador efetivo d a redugao da c a p a c i d a d e d e investimento do setor publico, c o m o se v e m o b s e r v a n d o d e s d e o inicio dos a n o s 80. Essa crise foi levada a o s e u limite no s e g u n d o s e m e s t r e de 1988, q u a n d o foi posto e m pratica u m a m p l o e v i g o r o s o p r o c e s s o de " d e s m o n t e " do a p a r e l h o do Estado Brasileiro. C o m o resultado d e s s e processo, as principais instituigoes de d e s e n v o l v i m e n t o regional e sub-regional ou f o r a m extintas ou p e r d e r a m espago de atuagao.

A S U D E N E foi s e n d o e m p u r r a d a para o ostracismo, com p e r d a crescente de sua c a p a c i d a d e de articular interesses. T e r m i n o u por ser extinta pela M e d i d a Provisoria n° 2.145, de 2 de maio de 2 0 0 1 , sob o a r g u m e n t o de que os interesses do N o r d e s t e seriam melhor d e f e n d i d o s se c o l o c a d o e m s e u lugar u m a A g e n d a de D e s e n v o l v i m e n t o do N o r d e s t e - A D E N E - .

0 B a n c o do Nordeste p a s s o u a f u n c i o n a r s e g u n d o os interesses mais e s p e c i f i c o s das instituigoes de credito e m geral, s e n d o transferido d a esfera do ministerio e n c a r r e g a d o dos a s s u n t o s de d e s e n v o l v i m e n t o regional para a orbita do Ministerio da F a z e n d a . 0 D N O C S nao c o n s e g u i u evitar o p r o c e s s o de a b s o l e s c e n c i a a q u e vinha s e n d o submetido, p e r d e n d o a c a p a c i d a d e de planejar e investir e m projetos de captagao, a r m a z e n a m e n t o e distribuigao de agua, bem c o m o e m projetos de irrigagao. R e s t o u a C O D E V A S F - C o m p a n h i a de D e s e n v o l v i m e n t o do V a l e do Sao F r a n c i s c o - que e m b o r a t e n h a p e r d i d o c a p a c i d a d e de investimento, pela redugao ou c o n t i n g e n c i a m e n t o de s e u s

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orgamentos, t a m b e m vive hoje, o limbo das indefinicoes, m e s m o t e n d o a s e u favor a d e c i s a o g o v e r n a m e n t a l que a m p l i o u sua area de atuagao para o V a l e do Paraiba. Pode sair fortalecida d a situacao e m que se e n c o n t r a se s o u b e r se estruturar, de f o r m a a e x p a n d i r sua base de recursos f i n a n c e i r o s e h u m a n o s , a m p l i a n d o o e s c o p o de s e u s t r a b a l h o s nas areas do planejamento, do d e s e n v o l v i m e n t o s u s t e n t a v e l , nas p e r s p e c t i v a s regional, sub-regional e local.

Projeto S e r t a n e j o

C r i a d o pelo Decreto n° 7 8 . 2 9 9 de 2 3 de a g o s t o de 1976, t e n d o c o m o meta prioritaria a o r g a n i z a g a o d a s u n i d a d e s produtivas do Semi-arido Nordestino e contribuir para a solugao efetiva d o s p r o b l e m a s sociais q u e a f l i g e m a regiao, a s s e g u r a n d o uma maior estabilidade e eficiencia as atividades, e a e x p a n s a o de oferta de e m p r e g o s . Este v i s a v a o fortalecimento d a s p e q u e n a s e medias p r o p r i e d a d e s a g r i c o l a s , atraves d a a s s o c i a c a o de agricultura irrigada c o m agricultura seca, d a execugao de obras p a r a a retengao de a g u a , da d i s s e m i n a c a o de m o d e r n a s tecnicas a g r o n o m i c a s para as lavouras xerofilas e da r e o r g a n i z a g a o da estrutura d a produgao e c o n o m i c a .

A a r e a de atuagao do p r o g r a m a c o r r e s p o n d e a regiao semi-arida do N o r d e s t e , o n d e as precipitagoes pluviometricas a n u a i s sao, e m g e r a l , baixas e irregularmente distribuida e as secas incidem c o m maior f r e q u e n c i a . T o t a l i z a n d o c e r c a d e 8 5 0 mil K m2, a a r e a r e p r e s e n t a 5 2 % da s u p e r f i c i e do Nordeste, a b r a n g e n d o u m a p o p u l a g a o superior a 12 milhoes de habitantes, ou seja, 3 8 % d a populagao regional.

A a r e a priorizada pelo p r o g r a m a coincide c o m a faixa territorial o n d e as s e c a s o c o r r e m c o m m a i s f r e q u e n c i a , q u e c o r r e s p o n d e aos sertoes s e m i - a r i d o s dos E s t a d o s do Piaui, Ceara, Rio G r a n d e do Norte, Paraiba, P e r n a m b u c o , A l a g o a s , Sergipe, Bahia e M i n a s Gerais (area do p o l i g o n o das secas).

Eram 27 n u c l e o s do projeto sertanejo o p e r a d o s pelo D N O C S , b e n e f i c i a n d o 151 m u n i c i p i o s . Nos tres primeiros a n o s os projetos tiveram u m d e s e n v o l v i m e n t o progressivo, s e n d o que e m 1 9 8 1 , estes atingiram s e u ponto maximo. D u r a n t e os quatro a n o s s e g u i n t e s os recursos f i n a n c e i r o s q u e se

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d e s t i n a v a m a execugao do p r o g r a m a t o r n a r a m - s e mais e s c a s s o s , e m virtude desse fato, s u a s a t i v i d a d e s f o r a m r e d u z i d a s de f o r m a gradativa, a n o a p o s ano, fato este que contribuiu efetivamente para a sua desativagao, ocorrida e m d e z e m b r o de 1985.

P R O I N E

D u r a n t e o g o v e r n o do p r e s i d e n t e J o s e Sarney, f o r a m langados e m 1986 dois importantes p r o g r a m a s regionais: o P r o g r a m a de Irrigagao do N o r d e s t e -P R O I N E - e o -P r o g r a m a N a c i o n a l de Irrigagao - -P R O N I - .

A n t e s d o a d v e n t o do P R O N I , o D N O C S c o n s e g u i u implantar 2 2 . 2 1 7 hectares de irrigagao publica. Em fins de 1988, portanto, c o m m e n o s de dois a n o s de instituigao do P R O N I o n u m e r o de hectares irrigados a l c a n g a v a a cifra de 2 6 . 3 5 8 , e n c o n t r a n d o - s e e m f a s e de implantagao mais 10.800. Ele c o m p l e m e n t a os d e m a i s p r o g r a m a s g o v e r n a m e n t a i s definidos para o Nordeste e cujos objetivos e s t a v a m d i r e c i o n a d o s tanto p a r a o setor rural q u a n t o p a r a o u r b a n o , v i s a n d o beneficiar, f u n d a m e n t a l m e n t e as p o p u l a g o e s de baixa renda.

0 P R O N I c o n t a v a c o m a participagao d a iniciativa privada, a irrigagao n e s s a m o d a l i d a d e atingiu 2 6 0 . 0 0 0 h a no p o l i g o n o d a s secas, fora da Bacia do S a o Francisco, a l c a n g a n d o no Estado do C e a r a u m a area e m torno de 7 3 . 8 0 0 ha, d o s quais 5 4 % n o s v a l e s p e r e n i z a d o s pelos agudes c o n s t r u i d o s pelo D N O C S , no sistema do rio J a g u a r i b e .

Os objetivos gerais do P R O I N E , r e s u m e m - s e no a d e q u a d o a t e n d i m e n t o as n e c e s s i d a d e s b a s i c a s d a populagao, e s p e c i f i c a m e n t e no setor de produgao de alimentos, a m p l i a g a o das o p o r t u n i d a d e s de e m p r e g o e melhoria das c o n d i g o e s de t r a b a l h o d a populagao rural, p r o d u g a o de materias-primas para a agroindustria e d e m o c r a t i z a g a o do a c e s s o a terra.

2.3 - D e f i n i c a o d e Irrigagao

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A s u a s o m b r a , civilizagoes brilhantes n a s c e r a m e f l o r e s c e r a m , basta recordar a historia de g r a n d e s imperios q u e t i v e r a m s u a s b a s e s e c o n o m i c a s f u n d a m e n t a d a s na irrigagao. G u e r r a (1983).

P o d e - s e citar o Imperio E g i p c i o que por volta d e 5.000 a.C. comega a se formar as m a r g e n s do ho Nilo q u e p a s s a a ser idolatrado por oferecer t o d a s as c o n d i g o e s naturais p r o p i c i a s ao s e u d e s e n v o l v i m e n t o . A c o n s t r u c a o de g r a n d e s o b r a s hidraulicas que era a principal f u n g a o do Estado e m sua o r i g e m , permitiu o s u r g i m e n t o de c i d a d e s - e s t a d o s que se t o r n a r i a m u m g r a n d e imperio, cuja principal atividade e c o n o m i c a foi a agricultura irrigada, f i c a n d o c o n h e c i d o por e s s e motivo c o m o imperio d e regadio, ou seja, de regar, j o g a r a g u a .

Outra civilizagao q u e m e r e c e d e s t a q u e n e s s e c o n t e x t o foi a M e s o p o t a m i a , regiao situada entre os rios T i g r e e Eufrates, cujas e n c h e n t e s a n u a i s f o r m a v a m c a n a i s que fertilizavam o solo. A regiao c o n h e c e u o s e u a p o g e u e c o n o m i c o c o m a agricultura irrigada, o q u e a tornaria c o n h e c i d a c o m o "o celeiro do m u n d o " , foi o alvo de muitas disputas d e v i d o ao s e u diferencial, por tratar-se de u m o a s i s c e r c a d o por p a i s e s p o b r e s e deserticos.

C o m o se p o d e constatar, ao longo d a historia d a h u m a n i d a d e a a g u a a s s u m e o papel decisivo a sua existencia, desta f o r m a , o h o m e m v e m utilizando e s s e recurso de f o r m a a satisfazer s u a s n e c e s s i d a d e s , e x e r c e n d o s e u d o m i n i o e s o b r e s s a i n d o - s e m e s m o as c o n d i g o e s naturais adversas.

S e g u n d o G u e r r a ( 1 9 8 3 ) : M e t a d e d a superficie da T e r r a e constituida de regioes aridas o u semi-aridas, o n d e a irrigagao se faz n e c e s s a r i a ; m e t a d e da p o p u l a g a o d e s t e planeta d e p e n d e hoje d a irrigagao para o s e u sustento.

"Irrigagao e a aplicagao artificial de a g u a ao solo a fim de supri-lo e m t e m p o s e e m q u a n t i d a d e s e s s e n c i a i s ao c r e s c i m e n t o d a s plantas" - D N O C S (1959). • M e t o d o s d e Irrigagao S e g u n d o G u e r r a (1983): Os m e t o d o s d e aplicagao da a g u a d e irrigagao p o d e m se e n q u a d r a r n a s seguintes categorias: 1. Irrigagao de superficie;

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2. irrigagao s u b t e r r a n e a ; 3. irrigagao de a s p e r s a o .

A irrigagao d e s u p e r f i c i e c o m p r e e n d e a irrigagao por inundagao e a irrigagao e m sulcos.

I n u n d a g a o - Este m e t o d o , consiste e m cobrir o terreno c o m o lengol de

a g u a . A inundagao pode ser livre, ou natural e e m d i q u e s . Este ultimo mais a c o n s e l h a d o , consiste e m construir p e q u e n a s p a r e d e s de terra de 15 a 2 0 cm, que d i v i d e m o terreno a irrigar e m faixas de 10 a 2 0 metros de largura e 100 a 4 0 0 metros de c o m p r i m e n t o , d e p e n d e n d o do declive e do bom p r e p a r o do solo.

Irrigagao e m s u l c o s - U s a d o e m todo o m u n d o , para culturas e m fileiras

c o m o o milho e o a l g o d a o , exige terreno bem p r e p a r a d o , c o m d e c l i v e suave. O s sulcos se f a z e m o b e d e c e n d o ao declive.

A p r o f u n d i d a d e dos sulcos p o d e variar de 10 a 3 0 c m , e o c o m p r i m e n t o m e d i o d e v e ser e m t o r n o de 100 metros, p o d e n d o variar de 50 a 2 0 0 metros.

O m e l h o r sistema para alimentar os sulcos e por m e i o de p e q u e n o s sifoes, de a l u m i n i o o u plastico, que sao postos para f u n c i o n a r e m g r a n d e n u m e r o .

Irrigagao p o r a s p e r s a o - Presta-se para q u a s e t o d a s as culturas e t o d o s

o s tipos de solos; e m muitos casos, de solos muito ingrimes, ou muito rasos, ou de altas taxas de absorgao, e o mais indicado e ate m e s m o o unico aceitavel.

A a s p e r s a o o f e r e c e o melhor a p r o v e i t a m e n t o e a melhor distribuigao da a g u a , a l e m de d i s p e n s a r a sistematizagao do solo.

Os sistemas de a s p e r s a o e m geral f u n c i o n a m sob alta pressao, 6 0 a 100 libras por p o l2 mas, t a m b e m s a o usados sistemas de baixa p r e s s a o 15 libras q u e u m e d e c e m faixas de 15 metros de c a d a vez, e a m e d i a pressao, 2 0 a 50 libras q u e m o l h a m 2 0 a 3 0 metros de diametro.

Entre nos, a a s s i s t e n c i a a a p a r e l h a g e m , e p r i n c i p a l m e n t e o s e u e l e v a d o custo inicial, esta inibindo a difusao deste excelente p r o c e s s o de irrigagao.

S e g u n d o Couto (1985) A p u d P R O I N E (1986) - t r e c h o de exposigao feita ao S e n a d o Federal.

"Com a irrigagao, nSo h6 truques nem magicas. Apenas passa-se a administrar com inteligGncia os trunfos do Nordeste, o potencial do Nordeste. H6 terras ferteis no seu

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interior e sobram luminosidade e calor, ambos essenciais a agricultura. As 6guas tambem nSo faltam, desde que bem administradas".

• H i s t o r i c o e E v o l u c a o d a Irrigagao

0 primeiro reservatorio c o n s t r u i d o no Nordeste c a p a z de permitir irrigagao e m maior escala foi o C e d r o e m Quixada, no C e a r a c o m c a p a c i d a d e de 126 m i l h o e s de m3 p o r e m , nao c o n s e g u i u despertar o interesse pela lavoura irrigada; situado e m uma z o n a criadoura por excelencia, o d o n o d a terra preferiu irrigar o pasto natural, e c o n t i n u o u a c h a r boi.

A d e c a d a de 1920, foi marcada pelo i n i t i o d a execugao do maior p i a n o de o b r a s previsto para o N o r d e s t e durante a g e s t a o do Presidente Epitacio P e s s o a , t e r m i n a d o , p o r e m , o g o v e r n o do estadista p a r a i b a n o f o r a m s u s p e n s a s as obras, q u e v i s a v a m g r a n d e s reservatorios no Ceara, Rio G r a n d e do Norte e Paraiba.

A s e c a de 1932 f e z ressurgir a f a s e construtiva, e de 1932 a 1937 n a s c e r a m as obras que ja permitiam q u e se partisse para t r a b a l h o s de irrigagao. (Lima C a m p o s - C E , G e n e r a l S a m p a i o - C E , Aires de S o u z a - C E , S a o G o n g a l o - P B , C o n d a d o - P B , P i r a n h a s - P B , Itans-RN).

A i n d a e m 1932 tiveram i n i t i o os c a n a i s de Lima C a m p o s (Ico-Ce).

P o u c o a p o u c o f o r a m c o n s t r u i d a s mais a l g u m a s r e d e s distribuidoras. T a o c e d o os c a n a i s e r a m c o n s t r u i d o s , e n s a i a v a - s e n a area a o p e r a g a o de regar o solo. Esta atividade era confiada a " C o m i s s a o de R e f l o r e s t a m e n t o e Postos A g r i c o l a s do Nordeste", foi instalada e dirigida por J o s e A u g u s t o T r i n d a d e .

S e g u n d o T r i n d a d e (1932) e m s e u primeiro relatorio

-"A obra hidra'ulica, sendo o meio insubstituivel de estabilizagSo da vida nos sertoes do Nordeste, precisa ser secundada, completada e utilizada devidamente - a fim de que seus objetivos sejam alcangados, por uma ser/e de empreendimentos agricolas, tais como os que acham a cargo da Comiss3o... E um desdobramento das prdprias obras contra as secas, uma nova fase do cicldpico esforgo de corregao das consequ6ncias do andmalo regime de chuvas no Nordeste..."

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N i n g u e m p o d e negar a influencia b e n e f i c a q u e os Postos A g r i c o l a s tiveram na vida sertaneja. Nas b a c i a s de irrigagao, muitos agricultores p r o s p e r a r a m .

Em 1 9 6 1 , foi introduzida a irrigagao por meio de sifao/ sulco, p r o v a v e l m e n t e a primeira no Nordeste.

F o r a m instalados "viveiros", o n d e seriam e s t u d a d a s f o r r a g e i r a s a r b o r e a s , arvores frutiferas, m a d e i r a s de lei etc. Nos postos a g r i c o l a s se f i z e r a m t r a b a l h o s experimentais e de d e m o n s t r a g a o sobre silvicultura, pomicultura, irrigagao, l a v o u r a - s e c a , etc.

A p e s a r das dificuldades d a e p o c a , foi iniciado u m n o v o c a p i t u l o n a luta contra as secas nos a n o s q u e se s e g u r a m a 1932.

2.4 - A C o n s t r u g a o d a B a r r a g e m L i m a C a m p o s e s e u P r o c e s s o H i s t o r i c o

A b a r r a g e m Lima C a m p o s projetada e c o n s t r u i d a pelo D N O C S , l o c a l i z a -se no m u n i c i p i o de Ico, Estado do Ceara, a cerca de 4 0 0 Km d a Capital Fortaleza. Barra d o rio Sao Joao, p e r t e n c e n t e a o sistema do h o J a g u a r i b e , cuja bacia hidrografica m e d e 3 4 0 K m2, c o n s i d e r a n d o a interligagao c o m a bacia do agude Oros.

Lima C a m p o s , ex-Estreito, ate o a n o de 1930, era a p e n a s u m a f a z e n d a de criagao de g a d o , a qual pertencia ao Senhor A n a n i a s Evangelista.

Na d e c a d a de 1930, d e p a r a v a - s e c o m u m a g r a n d e e s c a s s e z de c h u v a s , viu-se entao a n e c e s s i d a d e de se realizar um trabalho de carater e m e r g e n c i a l , a fim de garantir o d e s e n v o l v i m e n t o d a s culturas, ora a m e a g a d a s pela falta de a g u a .

O r e s p o n s a v e l pela o b r a foi o servidor ja f a l e c i d o Sr. S e b a s t i a o de A b r e u - pratico c o m vasta experiencia e m construgao de agudes, c h e g o u na c a s a g r a n d e d a f a z e n d a Estreito junto a s u a e q u i p e de trabalho no dia 13 de abril de 1932, e no m e s m o dia, d e u - s e ao alistamento de primeiros t r a b a l h a d o r e s , feito isso, c o m e g a r a m os d e s m a t a m e n t o s , d e s t o c a m e n t o , e s c a v a g a o de f u n d a g a o d a b a r r a g e m e os t r a b a l h o s se p r o c e s s a v a m r a p i d a m e n t e , f u n c i o n a v a dia e noite. A s o b r a s c o n s t a r a m de u m a maneira geral do agude, canais de irrigagao e rodovias,

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compreendendo como tais Lima Campos - Ico, Lima Campos - Iguatu e Lima

Campos - Oros.

Os trabalhos comecaram com cerca de 3.000 trabalhadores, numero este

que aumentou bruscamente para 15.000, nao havia improviso capaz de atender a

avalanche humana que se precipitava para os lugares onde se iniciava uma obra

ou se supunha iniciar.

Improvisar trabalhos, higiene, policia, entre outros, para tamanha

populagao era praticamente impossivel.

Alem do contingente de pessoas havia falta de ferramentas, tecnicos,

transportes, material de construgao e por ultimo a falta d'agua, o que acarretou

desastrosas epidemias que se alastraram com a falta de medicamentos, os surtos

incontrolaveis de tifo, desinteria levaram ao obito 2.261 pessoas.

Apesar dessas dificuldades surgidas no decorrer da obra, no mes de

Janeiro de 1933, era inaugurado o agude publico Estreito com capacidade de

66.382.000m

3

, que entao passou a denominar-se agude publico Lima Campos,

em homenagem ao engenheiro civil, Artur Fragoso de Lima Campos, inspetor de

secas, morto em um desastre de aviao do "Saudia Manchett", ocorrido em 26 de

abril de 1932, na cidade de Salvador.

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2.5 - A C o n s t r u g a o e P r o c e s s o H i s t o r i c o d o Perimetro Irrigado Ico - L i m a C a m p o s

0 D N O C S , no final d a d e c a d a de 1 9 6 0 e i n i t i o de 1 9 7 0 d o s e c u l o p a s s a d o , c o m politicas r e l a c i o n a d a s ao interior, comega a implantar p e r i m e t r o s irrigados que s e g u n d o s e u s d e f e n s o r e s d a r i a m para a b a s t e c e r os centros u r b a n o s de alimentos e ao m e s m o t e m p o formar u m a classe media rural. S e n d o instalado u m d e s s e s projetos de irrigagao e m Ico - Lima C a m p o s , n a tentativa de valorizagao h i d r o - a g r i c o l a das terras, t a m b e m tinha o intuito de apropriar o s agricultores para melhor explora-las g a r a n t i n d o o d e s d o b r a m e n t o do capital e c o n s e q u e n t e m e n t e dar u m a maior m o b i l i d a d e de forga de trabalho, que a c o m p a n h a v a o b v i a m e n t e o fluxo das m e r c a d o r i a s .

C o m a instalagao do Perimetro Irrigado Ico - Lima C a m p o s e o a s s e n t a m e n t o d o s primeiros 6 6 Irrigantes, e v e n t o este t r a n s c o r r i d o ha 32 a n o s (1973). N a q u e l a e p o c a , introduziu-se n a s a r e a s , irrigadas e agricultaveis d o Perimetro n o v o s m e t o d o s da tecnologia m o d e r n a , t r a n s f o r m a n d o , a agricultura tradicional, milenar e arcaica praticada n u m a exposigao e d e m o n s t r a g a o tanto setor a g r i c o l a c o m o pecuario d e v i d o ter ocorrido a aceitagao, assimilagao e a aplicagao d a t e c n o l o g i a pelos irrigantes, t o r n a n d o f r e q u e n t e no p e r i m e t r o a visita de p e s s o a s de d i v e r s a s regioes. Este "Celeiro de Produgao", atraves da e q u i p e tecnica existente no p e r i o d o a u r e o de d e s e n v o l v i m e n t o e f u n c i o n a m e n t o normal de suas atividades, e s t a g i a r a m a l u n o s universitarios dos cursos de a g r o n o m i a , veterinaria e t a m b e m alunos de e s c o l a s tecnicas agricolas.

A m e d i d a q u e os servigos d e c o n s t r u g o e s dos c a n a i s a v a n g a v a m , a e q u i p e de t e c n i c o s d o D N O C S , o r i e n t a v a os c o o p e r a d o s no s e n t i d o de uma m e l h o r exploragao agricola. C o m introdugao de s e m e n t e s s e l e c i o n a d a s , p o r e m as culturas a g r i c o l a s d i f e r e n c i a v a m pelas c o n d i g o e s do solo: t e n d o e n t a o atividade principal as culturas do a l g o d a o , arroz, feijao, b a n a n a , laranja e c a p i m , e a pecuaria de corte e leiteira, s e n d o atividade secundaria, constituindo os unicos tipos de exploragao animal.

A implantagao do p e r i m e t r o Ico - Lima C a m p o s (PILC), c o r r e s p o n d e ao d e s e n v o l v i m e n t o de maior i n t e n s i d a d e do capital industrial e f i n a n c e i r o na area, sob os d o m i n i o s do D N O C S , q u e ao distribuir lotes, controlava totalmente, nesta

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f a s e inicial toda a produgao, t e n d o c o m o e n c a r r e g a d o d e s s a tarefa os tecnicos a g r i c o l a s que a g i a m no sentido de o r i e n t a r e m os irrigantes no plantio.

Esse p e r i m e t r o tern 13 conjuntos, divididos e m 0 4 z o n a s : Z o n a I: Posto A g r i c o l a , Alfa, Beta e Delta.

Z o n a II: G a m a , G e H.

Z o n a III: P e d r i n h a s , B R 1 1 6 e N H 2 . Z o n a IV: N H - 3 , KL e M.

Para administragao do m e s m o , foi instalado o "Centro G e r e n c i a l " na c i d a d e de Ico, e n c o n t r a n d o - s e o m e s m o e m q u a d r a s , c o m a s e g u i n t e organizagao:

Q u a d r a A - c o m 12 c a s a s d e s t i n a d a s ao pessoal do nivel superior.

Q u a d r a B - c o m 3 0 c a s a s para s e r e m o c u p a d a s pelo pessoal do nivel medio.

Q u a d r a C e D - c o m 3 0 c a s a s d e s t i n a d a s ao pessoal de apoio.

0 n u m e r o de c o l o n o s o u irrigantes inicialmente a s s e n t a d o s e m t o d a s as z o n a s , era de 4 6 6 , c o m uma p o p u l a g a o e m projegao de 3.200 pessoas.

A area total do p e r i m e t r o e de 9.886, 4 0 ha, distribuida da seguinte forma:

A r e a de lotes 2 . 4 4 9 , 0 0 ha

A r e a do P A T 3 6 , 0 0 ha

A r e a Extra - Lote 4 2 3 , 5 0 ha

A r e a s mortas ( m a n g a s ) 4 . 7 9 3 , 2 0 h a

A r e a s de rios, riachos, coletores, estradas e n u c l e o s h a b i t a c i o n a i s 2 . 1 8 4 , 7 0 ha

A r e a m e d i a / lote 5,4 h a

Lotes v e n d i d o s 7 0

P o r c e n t a g e m de lotes v e n d i d o s 1 5 %

FONTE: DNOCS - 2005

Dos 1 0 0 % d a a r e a irrigada do p e r i m e t r o q u e c o r r e s p o n d e m a 2 . 9 0 8 , 5 0 ha, 3 3 % , o u seja, 9 6 0 . 0 0 ha sao irrigados por g r a v i d a d e e 6 7 % , ou seja, 1.948,50 ha s a o irrigadas atra\/es de e l e t r o b o m b a s que d e p e n d e m de e n e r g i a eletrica para o s e u f u n c i o n a m e n t o .

(32)

Perimetro Irrigado Ico - L i m a C a m p o s • O c u p a c a o

Em Janeiro de 1973, c h e g a v a m as primeiras f a m i l i a s a fim de o c u p a r a area do p e r i m e t r o irrigado, s e n d o c o m p o s t a s por Pescadores v i n d o s da bacia do a c u d e Oros.

A o c h e g a r e n c o n t r a r a m c o n s t r u i d a s c a s a s simples feitas de barro, a s quais nao d i s p u n h a m de a r m a z e n s , ou a l g o p a r e c i d o , para estocar a produgao, f i c a n d o esta p o s t e r i o r m e n t e a r m a z e n a d a e m c o m o d o s d a propria casa.

O s primeiros trinta e tres c o l o n o s a o c u p a r o p e r i m e t r o f o r a m a s s i m distribuidos: trinta f i c a r a m no conjunto alfa e tres no conjunto Beta, a g e r e n c i a entao f u n c i o n a v a no Posto a g r i c o l a t o d o s situados na Z o n a I.

A partir de e n t a o c o m e g a r a m a c h e g a r c o l o n o s de t o d a s as regioes adjacentes e ate de outros Estados c o m o t a m b e m a l g u n s d o s a n t i g o s m o r a d o r e s d a a r e a que fora d e s a p r o p r i a d a , c o n t i n u a r a m persistindo na area.

O processo de ocupagao, d e u - s e de f o r m a muito o r g a n i z a d a , s e n d o feitas inscrigoes e uma selegao muito rigida d o s q u e se interessassem a o c u p a r a area, u m a vez s e l e c i o n a d a , a f a m i l i a receberia a visita de u m a assistente social e seria s u b m e t i d a a e x a m e s m e d i c o s a fim de c o m p r o v a r boa saude, t e n d o e m vista q u e n a e p o c a h a v i a m sido r e g i s t r a d o s muitos casos d a doenga de c h a g a s , h a v e n d o u m so c a s o de doenga na familia toda ela seria eliminada do processo.

A p o s a aprovagao, o c o l o n o e sua familia e r a m instalado e m sua n o v a residencia, receberia s e u lote m e d i a n t e a a s s i n a t u r a de u m contrato de carater experimental ou de c o m p r a e v e n d a c o m o c o m p r o m i s s o de p o s t e r i o r m e n t e ser efetivada a c o m p r a por parte do m e s m o , e ao D N O C S c a b e r i a o c o m p r o m i s s o do r e p a s s e do titulo de p r o p r i e d a d e a o s n o v o s m o r a d o r e s .

N o entanto, isso a i n d a nao foi efetivado, e s t a n d o ate os dias atuais, o s c h a m a d o s hoje irrigantes sem a p o s s e das terras. S e g u n d o informagoes coletadas j u n t o a f u n c i o n a r i o s do D N O C S e s s e p r o c e s s o estaria e m f a s e inicial c o m o l e v a n t a m e n t o d a area, a fim de que seja r e g u l a m e n t a d a a posse definitiva d a s terras o c u p a d a s dentro do perimetro.

(33)

L o c a l i z a c a o e A c e s s o

0 P e r i m e t r o Irrigado Ico - Lima C a m p o s , localiza-se no M u n i c f p i o de Ico, Estado d o Ceara, na Bacia do Rio S a l g a d o , a 3 7 0 Km d a Capital Fortaleza, a p r e s e n t a n d o as s e g u i n t e s c o o r d e n a d a s g e o g r a f i c a s : latitude 6 ° 2 5 ' sul e longitude 38°58' W g r . A altitude media do M u n i c i p i o , c o m relagao ao nivel d o mar, e d e 135 m.

O a c e s s o ao p e r i m e t r o e feito pela R o d o v i a Federal BR 116, totalmente asfaltada.

C a r a c t e r i s t i c a d a A r e a

O m u n i c i p i o fica localizado na z o n a fisiografica do Sertao do S a l g a d o , R e g i a o V I - V a l e do J a g u a r i b e e Centro-sul - Micro R E G I A O 74. A altitude d a c i d a d e e de 153 metros q u a d r a d o s . O Ico limita-se ao norte c o m os m u n i c i p i o s de Oros, J a g u a r i b e e Pereiro, ao sul c o m Umari e L a v r a s d a M a n g a b e i r a , ao leste c o m os Estados do Rio G r a n d e do Norte e d a P a r a i b a , a oeste c o m Iguatu e Cedro.

A t u a l m e n t e , a populagao do Ico-Ce consta c o m u m n u m e r o a p r o x i m a d a d e : 75.000 habitantes e c o m u m a d e n s i d a d e d e m o g r a f i c a , 31 habitantes por quilometros q u a d r a d o s , s e n d o a maior c o n c e n t r a g a o d a populagao na a r e a u r b a n a do municipio.

A s p e c t o s F i s i c o s Naturais

O clima d a regiao o n d e esta localizado o p e r i m e t r o irrigado e do tipo muito q u e n t e e semi-arido, de a c o r d o c o m a classificagao de K o p p e n . A t e m p e r a t u r a m e d i a e de 2 5 , 5 ° C . No d e c o r r e r do dia a t e m p e r a t u r a oscila entre u m a m i n i m a de 2 2 , 5 ° C e u m a m a x i m a de 38,5°C, o c o r r e n d o entre 13:00 hs e 15:00 hs.

A estagao d a s c h u v a s , g e r a l m e n t e , tern inicio e m Janeiro, indo ate j u n h o , c o m 7 5 % d a s precipitagoes c o n c e n t r a d a s nos m e s e s de margo, abril e maio. A precipitagao media a n u a l situa-se e m 7 0 0 mm, c o m distribuigao irregular atraves d o s anos.

(34)

A insolagao media e de 2.600 horas e a diaria e de 12 horas. A

evaporagao e bastante elevada com media de 2.000 mm/ ano.

• O Relevo da area que forma o perimetro, apresenta-se com declividade

no sentido oeste/ leste, da ordem de 1,8%.

• Os solos do Perimetro Irrigado Ico - Lima Campos foram classificados em

dois tipos: aluvioes e halomorficos. Os solos aluvionais vao desde a

textura fina, ate a textura grossa e predominam no perimetro, ocupando

96% da superficie total. Ja os solos halomorficos formam apenas 4% da

superficie do projeto, e sao considerados solos nao recuperaveis.

• O suprimento hidrico do perimetro irrigado e assegurado pelo agude

Publico Federal Lima Campos, com capacidade de 66.383.000m

3

e pelo

agude Oros com a capacidade de 2.000.000.000m

3

. Ha um tunel e um

canal interligando as duas bacias hidraulicas.

FONTE: DNOCS - Or6s, Juscelino Kubitschek - 1990.

• Toda a vegetagao natural foi erradicada para ceder lugar as implantadas,

restando apenas plantas rasteiras fora da area de cultivo, como

mata-pasto, carrapicho, relogio, vassourinha, salsa e exemplares dispersas de

Hortencia e mufumbo.

(35)

Nas a r e a s de d r e n a g e m m a i s diffcil, e n c o n t r a m - s e o c a p i m vela, o j u n c o e, e m a l g u n s pontos, a melosa.

Existe a i n d a a l g u n s t r e c h o s p r e s e r v a d o s c o m v e g e t a c a o de porte v a r i a d o localizada a s m a r g e n s d o Rio S a l g a d o c o m o : oiticica, canafistula, m u t a m b a , marizeira, j a r a m a t a i a , j u a z e i r o e t r a p i a r a n a e outros.

2.6 - A s p e c t o s S o c i o - E c o n o m i c o

A G l o r i a

C o m a i m p l a n t a c a o do P e r i m e t r o Irrigado Ico - Lima C a m p o s (PILC), e m n o s s a regiao, v i e r a m surgir i n u m e r a s o p o r t u n i d a d e s para o d e s e n v o l v i m e n t o , e ao m e s m o t e m p o e l e v a r os j a existentes. A agricultura foi u m dos p o n t o s basicos d e s t e c r e s c i m e n t o , t r a z e n d o c o n s i g o a abertura para n o v o s horizontes, o u seja, o s u r g i m e n t o nos diversos setores da e c o n o m i a do m u n i c i p i o .

C o m a irrigagao p e r m a n e n t e , e l e v o u - s e a p r o d u t i v i d a d e a n i v e i s bastante altos, c o m o no c a s o d a cultura do arroz, b a n a n a e feijao, v e i o ate s u p e r a r as g r a n d e s regioes p r o d u t o r a s c o m o V a r z e a A l e g r e q u e era c o n h e c i d a c o m o a terra d o arroz, U r u b u r e t a m a terra d a b a n a n a , e ate Brejo S a n t o f a m o s o na cultura do feijao.

C o m a linha de credito especifica, a a s s i s t e n c i a tecnica e j u r o s subdivididos, foi p o s s i v e l galgar posigao de d e s t a q u e , e r e s p e i t a b i l i d a d e j u n t o s as instituigoes f i n a n c i a d o r a s das cooperativas.

T r o u x e t a m b e m c o m isso a influencia a o irrigante de valorizagao d o associativismo, c o n s c i e n t i z a n d o o m e s m o de primar pela sua organizagao.

P r o m o v e u o a u m e n t o de sua r e n d a liquida, a u m e n t a n d o a a r r e c a d a g a o d o m u n i c i p i o c o m I C M S , g e r a n d o n o v o s e m p r e g o s , p r o p o r c i o n a n d o a melhoria de n i v e i s na s a u d e , na educagao, habitagao s e m e s q u e c e r o g r a n d e a v a n g o q u e h o u v e no c o m e r c i o local.

A c o n d u g a o da "Agricultura Irrigada", e r a o r g a n i z a d a , p l a n e j a d a e e x e c u t a d a atraves d a e l a b o r a g a o de u m Piano A n u a l de Cultivo de Culturas e x p l o r a d a s no 1° e 2 ° semestre.

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