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Psico-Oncologia: a atuação do psicológo no tratamento de pacientes com câncer

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - UNIJUI

ANNELISE HELENA ULLRICH BECK

PSICO-ONCOLOGIA: A ATUAÇÃO DO PSICOLÓGO NO TRATAMENTO DE PACIENTES COM CÂNCER

Ijuí 2017

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ANNELISE HELENA ULLRICH BECK

PSICO-ONCOLOGIA: A ATUAÇÃO DO PSICOLÓGO NO TRATAMENTO DE PACIENTES COM CÂNCER

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Psicologia da Universidade Regional Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Psicologia.

Orientador: Prof. Ms. Daniel Ruwer

Ijuí 2017

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Dedico este trabalho à minha irmã, Anna Christina, vítima de câncer, que me ensinou até seu último dia de vida a importância do estudo para o crescimento como sujeito.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Eliane e Derli, por me apoiarem desde o início desta jornada, emocional e principalmente financeiramente, e por se desdobrarem para tornar meus sonhos possíveis, mesmo que muitas vezes não entendessem e concordassem plenamente com minhas escolhas.

Ao meu companheiro de vida Bruno, por me acompanhar lado a lado no crescimento profissional e pessoal, por aceitar minhas inúmeras ausências físicas ao longo de todo o percurso acadêmico e principalmente por me acolher nos momentos de angústias e dúvidas, em especial no último ano.

Ao meu sobrinho Otto, por me fazer enxergar a vida de uma forma diferente e mais pura, você é um anjo em minha vida.

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RESUMO

O presente trabalho reflete sobre o papel do psicólogo na área oncológica e as possibilidades de atuação deste profissional na área referida. Após o entendimento do que é a patologia, realizou-se uma contextualização histórica acerca do câncer, bem como as diferentes formas e perspectivas de tratamento existentes ao longo dos anos. Para além disso, buscou-se na literatura elementos que fazem referência à área da Psicologia que pretende trabalhar questões relativas ao adoecimento pelo câncer, a Psico-Oncologia. Num segundo momento, realizou-se uma reflexão a respeito do papel do profissional da Psicologia na área da Oncologia e as contribuições possíveis a partir daí. Seguindo o método de trabalho qualitativo, o estudo se deu através de uma revisão da literatura sobre o tema, a partir da qual é possível considerar possibilidades de intervenção para o enfrentamento do processo do adoecer pelo câncer.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 07 1. PSICO-ONCOLOGIA: AS DESCOBERTAS SOBRE O CÂNCER AO LONGO DA HISTÓRIA ... 09 1.1 O Câncer e a Psico-Oncologia ... 09 1.2 Oncologia ... 12 2. PAPEL DO PSICÓLOGO NA ASSISTÊNCIA ÀS FAMÍLIAS E PACIENTES COM CÂNCER ... 17 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 29 REFERÊNCIAS ... 0

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INTRODUÇÃO

O aumento na incidência do câncer nos últimos anos coloca esta doença como um dos principais males da humanidade, independente de gênero, classe social ou idade. Até meados do século XIX o câncer era considerado como uma doença fatal, praticamente uma sentença de morte.

A partir do surgimento de tratamentos e medicamentos contra a doença, passaram a surgir questões de cunho psicossocial. Assim, o paciente, sua família e a equipe de saúde iniciaram um diálogo sobre o diagnóstico.

É possível afirmar que o diagnóstico de câncer traz consigo efeitos psíquicos bastante significativos, já que abala tanto o paciente quanto sua família. Toda a família que acompanha o paciente se envolve com a situação, considerando que o câncer por vezes é associado com desfiguramento, dor, crise financeira, trauma emocional, perda das funções corporais e morte. Além de que, o tratamento pode demandar mudança de papeis, dependência, modificações no estilo de vida e rotina e possíveis perdas no funcionamento sexual.

Ao pensar no trabalho da psicologia no contexto oncológico, é necessário considerar diversos aspectos, buscando atingir a melhor qualidade de vida de todos os sujeitos envolvidos neste processo, independentemente da fase da doença, ou seja: prevenção do câncer, diagnóstico, tratamento, cura ou até mesmo a terminalidade. Neste sentido, ao considerar o tratamento do câncer, é preciso conhecer as repercussões psíquicas do adoecer com o câncer e como a psicologia pode atuar frente às demandas dos pacientes e familiares envolvidos.

A presente pesquisa classifica-se como pesquisa bibliográfica, já que foi desenvolvida com base em material bibliográfico já existente e tem como foco o estudo do papel do psicólogo na assistência aos pacientes oncológicos e suas famílias. O método utilizado para a coleta de dados do presente trabalho foi a revisão bibliográfica de autores relacionados com a psico-oncologia. Através do embasamento teórico será contextualizada a doença, a atuação do médico oncologista, o tratamento do câncer, a família no contexto da doença e, principalmente, o papel do psicólogo frente a essa realidade.

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Para tanto, a pesquisa é desenvolvida em dois capítulos. No primeiro, é abordado uma contextualização histórica acerca do câncer e diferentes tratamentos existentes ao longo dos anos. Além disso, são apresentadas questões relativas a área da psicologia que dedica-se ao trabalho com pacientes acometidos pelo câncer, a psico-oncologia.

Já o segundo capítulo é dedicado a discussão acerca do papel do psicólogo na área oncológica e as possibilidades de atuação deste profissional na área referida. Por fim, a pesquisa aborda a relação do tratamento com a família do sujeito e a questão da resiliência como fator para enfretamento do processo da doença.

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1. PSICO-ONCOLOGIA: AS DESCOBERTAS SOBRE O CÂNCER AO

LONGO DA HISTÓRIA

1.1 O câncer e a psico-oncologia

Neste primeiro momento da pesquisa, torna-se pertinente realizar uma breve contextualização histórica acerca do câncer, bem como suas características etiológicas e biológicas, e diferentes formas e perspectivas de tratamento que surgiram ao longo da história. Para além disso, buscou-se na literatura elementos que fazem referência à área da Psicologia que pretende trabalhar questões relativas ao adoecimento pelo câncer, a Psico-Oncologia.

A partir das descobertas da ciência, do avanço nas técnicas de diagnóstico precoce de formações neoplásicas e do surgimento de formas mais eficazes de tratamento, modificou-se o panorama da doença e elevaram-se significativamente os índices de sobrevida de pacientes acometidos pelo câncer.

Neste sentido, o próprio desenvolvimento da Medicina no que se refere ao entendimento das enfermidades oncológicas, bem como a descoberta de tratamentos novos, foram modificando, a partir do início do século XX, a visão do câncer como uma sentença de morte. As primeiras cirurgias, possibilitadas pela descoberta da anestesia, começaram a permitir a retirada de tumores, o que abriu caminho para maiores possibilidades de cura.

Novas informações sobre as causas e os processos de câncer e novos tratamentos - radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e outros - começaram a modificar o cenário da doença, trazendo uma maior esperança de eficiência no tratamento e uma possível cura, em um grande número de casos.

Essa nova realidade, somada às evidências da importância dos fatores psicossociais no quadro da patologia, incentivou a criação de um trabalho com maior direção à qualidade de vida dos pacientes oncológicos e aos esforços de prevenção. A partir dos anos 70, equipes formadas por psiquiatras e psicólogos começaram a ser requisitadas pelos oncologistas nos hospitais e centros de oncologia, inicialmente com o objetivo de auxiliar o médico na dificuldade da informação do diagnóstico de câncer ao paciente e sua família. Outro objetivo da presença dos profissionais da psicologia neste contexto era o de possibilitar que a pessoa

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com câncer pudesse ser vista não somente em sua dimensão física, mas também nas dimensões psicológicas e sociais. (CARVALHO, 2002)

Sendo assim, é possível dizer que a década de 70 foi um marco para o estabelecimento da psico-oncologia enquanto área de pesquisa e prática profissional. Nos Estados Unidos, a psiquiatra Jimiie Holland instituiu o serviço de psiquiatria no New York’s

Memorial Sloan-Kettering Câncer Center, no ano de 1977, com o objetivo de trabalhar o

trauma emocional dos pacientes e de seus familiares. A psiquiatra também conduziu os primeiros estudos sobre o impacto da doença na vida das pessoas e o papel dos fatores psicológicos e comportamentais no risco de desenvolver o câncer e no aumento da sobrevida. Seu trabalho buscava responder as seguintes questões:

O que são respostas normais ao câncer? Quais são anormais, refletindo um sofrimento que possa interferir no plano de tratamento? Qual a prevalência de problemas psicológicos que indicam a necessidade de psicoterapia? As reações emocionais afetam o curso da enfermidade negativa ou positivamente? Quais as intervenções e métodos de enfrentamento que podem reduzir o sofrimento? (Holland, 1996, p. 122)

Ainda na década de 70, a Associação Americana de Psicologia oficializou a atuação do psicólogo na saúde ao criar a divisão de Psicologia da Saúde. Essa nova área da Psicologia estava voltada à prevenção, promoção e manutenção da saúde, estudos etiológicos e diagnósticos, tanto a nível ambulatorial quanto a nível político. (CARVALHO, 2002)

Os pesquisadores e profissionais da saúde brasileiros, inspirados na expansão da psico-oncologia em nível internacional, começaram a se ocupar cada vez mais com o assunto. Nos anos 80, foram criados centros de atendimento nas grandes cidades do país com o objetivo de divulgar os conhecimentos sobre o câncer e atender pacientes e familiares, além de capacitar profissionais da área da saúde para uma atuação mais voltada às especificidades dos sujeitos com câncer. Os primeiros trabalhos científicos publicados no Brasil, a partir das mais diversas linhas teóricas, foram registrados em 1983.

Em 1989 e em 1992, em Curitiba e Brasília, respectivamente, foram realizados os primeiros Encontros Brasileiros de Psico-Oncologia, nos quais nasceu a ideia da criação da Sociedade Brasileira de Psico-Oncologia (SBPO). A criação desta, em 1994, estimulou a realização de congressos nacionais e a criação de cursos de extensão e especialização na área.

Na ocasião, em 1994, Gimenes apresentou a definição mais utilizada no Brasil para descrever a Psico-Oncologia:

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[...] representa área de interface entre a Psicologia e a Oncologia e utiliza conhecimento educacional, profissional e metodológico proveniente da Psicologia da Saúde para aplicá-lo. 1º) Na assistência ao paciente oncológico, sua família e profissionais de Saúde envolvidos com a prevenção, o tratamento, a reabilitação e a fase terminal da doença; 2º) Na pesquisa e no estudo de variáveis psicológicas e sociais relevantes para a compreensão da incidência, da recuperação e do tempo de sobrevida após o diagnóstico do câncer; 3º) Na organização de serviços oncológicos que visem ao atendimento integral do paciente, enfatizando de modo especial a formação e o aprimoramento dos profissionais da Saúde envolvidos nas diferentes etapas do tratamento. (1994, p. 46)

A partir de então, o trabalho expandiu-se por todo o país. Profissionais da área passaram a fazer parte das equipes oncológicas para contribuir com a prevenção, reabilitação e tratamento do paciente com câncer. Para além disso, ocuparam-se com atendimentos aos familiares dos pacientes e procuraram um conhecimento científico mais aprofundado sobre as questões da área oncológica.

Já em outubro de 1998 foi publicado no Diário Oficial da União a Portaria 3.535 do Ministério da Saúde, que determina a presença obrigatória de psicólogos nos serviços de suporte e centros de atendimento de oncologia, como um dos critérios de cadastramento destes serviços junto ao Sistema Único de Saúde (SUS). Como consequência disso, diversos setores de oncologia de centros médicos, clínicas e hospitais de todo o Brasil – públicos ou privados – passaram a incluir profissionais devidamente instrumentalizados para atendimento às questões que permeiam a realidade do câncer.

Dessa forma, o psicólogo passa a ser membro da equipe multidisciplinar cuidadora do paciente com câncer, atuando em todas as etapas do processo do tratamento oncológico.

Hoje, em mais um movimento de reconhecimento da importância dos cuidados psicológicos aos pacientes que passam por eventos de saúde, a Agência Nacional de Saúde (ANS) inclui em seu rol de procedimentos a obrigatoriedade de cobertura pelos planos de saúde de até 40 atendimentos psicológicos ao ano. Isto, sem dúvida, aumenta o acesso dos pacientes oncológicos ao cuidado especializado e a um tratamento mais efetivo das consequências psíquicas que a doença traz consigo.

Neste sentido, pensar o câncer como uma doença associada a dor, sofrimento, degradação física e a uma possível sentença de morte, acaba desgastando psiquicamente tanto o sujeito doente quanto seus familiares. Esta questão permite afirmar que a intervenção da psico-oncologia possibilita desmistificar medos e fantasias dos sujeitos em relação a doença.

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Dessa forma, Costa (2001) observou que a psico-oncologia se constitui como uma ferramenta indispensável para promover as condições de qualidade de vida do paciente com câncer, facilitando o processo de enfrentamento da doença.

Em se tratando da psico-oncologia, Landskron (2008) corrobora com esta ideia e vem apontando a relevância do acompanhamento psicológico ao paciente oncológico, já que este visa facilitar o seu processo de enfrentamento da doença.

Pesquisas apresentadas nos congressos da Sociedade Brasileira de Psico-Oncologia (SBPO) apontam que a intervenção da psico-oncologia vem auxiliando equipes médicas na transmissão do diagnóstico, aceitação dos tratamentos, ajustamento emocional e funcional do indivíduo à doença, alívio dos efeitos colaterais dos medicamentos e melhora na qualidade de vida e de morte dos pacientes.

A psico-oncologia parece que nem sempre cura o câncer, mas tem um papel fundamental em seu processo. Enquanto todos olham o físico, o corpo orgânico, o psicólogo assume a tarefa de enxergar o sujeito que habita aquele corpo. Ainda poderá auxiliar o paciente e seus familiares a restabelecerem seu equilíbrio psíquico e restaurarem sua confiança. É preciso que o paciente e seu cuidador encontrem em seu íntimo o desejo de enfrentar o processo de adoecimento, para que a possibilidade de cura seja mais real. (CARVALHO; VEIT, 2008)

1.2 Oncologia

Apesar do aumento considerável no número de diagnósticos nos últimos anos, o câncer não é uma doença nova, e sim uma anomalia que acompanha o homem desde a sua origem enquanto espécie.

As mais remotas evidências de tumores ósseos foram encontradas em múmias egípcias, e a primeira descrição da doença, embora ainda não com a nomenclatura hoje utilizada, data de 1600 a.C., no papiro de Edwin Smith, no qual está descrito oito casos de tumores ou ulcerações da mama, tratados com cauterização.

A palavra câncer vem do grego karkínos, que quer dizer caranguejo, e foi utilizada a primeira vez por Hipócrates, o pai da medicina. O conceito de câncer reúne um conjunto de mais de duzentos diferentes tipos de patologias que possuem em comum a característica de

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constituir tecidos de aspecto desorganizado a partir da proliferação descontrolada de algumas células, podendo sofrer metástase em outras regiões do corpo. (MORI, 2002)

Segundo Veit e Carvalho (2010), o câncer é uma denominação genérica para modificações em estruturas celulares que resultam, de modo geral, em formações tumorais. A especificidade dessas formações é sua capacidade de migrarem, por via sanguínea ou linfática, para outros órgãos do corpo, gerando novos agrupamentos celulares. Estes tratam-se das metástases, ou seja, a distribuição da doença em diferentes órgãos do corpo do sujeito, para além do órgão de origem da doença.

Estudos afirmam que não existe câncer benigno, porém existem diferentes graus de malignidade e agressividade dos tumores. O órgão primário ou inicial em que se verifica a transformação, o tamanho e natureza do tumor e o grau de invasão deste para outros órgãos constituem-se em critérios sobre a gravidade e prognóstico de cada caso.

Neste sentido, é possível afirmar que uma das preocupações da ciência em relação ao câncer tem seu foco nas origens e causas da doença. Quanto a isso, Yamagushi (1994) classifica a Oncologia, ciência que estuda esta questão como:

a ciência que estuda o câncer e como ele se forma, instala-se e progride, bem como as modalidades possíveis de tratamento. O médico que cuida dos aspectos clínicos é chamado oncologista clínico. Além deste, outros profissionais envolvidos no tratamento são o cirurgião oncológico, o radioterapeuta e o psicólogo, que participam de uma equipe multidisciplinar. (p. 21)

É a partir desses critérios que se definem condutas e tratamentos que, cada vez mais, mostram que câncer e morte não são sinônimos. Mas, houve um tempo em que o câncer era inevitavelmente apresentado como uma sentença de morte, visto que até meados do século XIX era considerado uma doença fatal, transmissível e deformante. Essa realidade fez com que se desenvolvessem, no imaginário das pessoas, medos intensos em relação a essa doença. Apenas com o avanço no conhecimento da patologia é que o câncer foi compreendido como consequência de processos de mutação celular.

O medo em relação ao câncer traz consequências importantes como por exemplo, o afastamento da possibilidade de diagnóstico precoce. Sabe-se que diagnóstico precoce e a adequada intervenção imediata são elementos decisivos, que chegam a definir o prognóstico da doença. Além disso, é possível afirmar que, em muitos casos, estes fatores representam um diferencial para o processo de cura.

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O medo também pode ser responsável pela existência de grande sofrimento psíquico. Vale lembrar que o sofrimento, comumente, não se restringe ao paciente apenas, mas estende-se a familiares, amigos, colegas e até mesmo à própria equipe de saúde, responsável pelo tratamento. (VEIT & CARVALHO, 2010)

Conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer deve ser analisado como um problema de saúde pública, que acomete pessoas de todas as idades e em todos os continentes, constituindo-se a segunda principal causa geral de morte por doença em todo o mundo.

Ainda segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), para o Brasil, são previstos aproximadamente 236 mil novos casos de câncer para o sexo masculino e 253 mil para o sexo feminino. O câncer de mama constitui-se hoje a primeira causa de morte por câncer entre as mulheres e, entre os homens, o grande número de casos de câncer de pulmão e próstata implica no crescimento das mortes pela doença no sexo masculino.

Apesar de o número de casos ter aumentado significativamente nos últimos anos, é preciso afirmar que muito se tem feito em relação ao conhecimento da doença, buscando novos métodos de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença.

Neste sentido, diante do diagnóstico do câncer, a função da medicina e da oncologia, ciências que tratam da cura do corpo, se sustenta em uma intervenção em prol da extirpação da doença. Assim, inicia-se uma “luta contra o câncer”. Nesse intuito, entre as principais linhas de tratamento estão: a abordagem cirúrgica, a quimioterapia e a radioterapia ou transplante de medula óssea. Em muitos casos, é necessário combinar mais de uma modalidade em busca de melhor eficácia no tratamento (INCA, 2011).

Ao pensar nesta questão, é possível contextualizar o que é a Oncologia. Esta é, segundo Yamagushi:

A ciência que estuda o câncer e como ele se forma, instala-se e progride, bem como as modalidades possíveis de tratamento. O médico que cuida dos aspectos clínicos é chamado oncologista clínico. Além deste, outros profissionais envolvidos no tratamento são o cirurgião oncológico, o radioterapeuta e o psicólogo, que participam de uma equipe multidisciplinar. (p. 21, 1994).

Conforme Ferreira e Castro-Arantes (2014), no século XVIII as mastectomias eram realizadas com o uso de guilhotinas, marcando a radicalidade das cirurgias da época. Estas não eram, contudo, as únicas cirurgias mutiladoras, somando-se a elas as cirurgias de extração

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de membros, realizadas com toda precariedade com que contava a medicina daquele período, ocasionando alto índice de mortes em decorrência do próprio tratamento.

Além disso, existem registros de que apenas para os tumores externos as cirurgias eram possíveis, ou seja, os que causavam grande deformidade do corpo a olhos vistos, e que eram, então, passíveis de detecção por meio dos recursos com que o médico contava.

Desde o final do século XIX formas mais eficazes de tratamento do câncer vêm surgindo. A partir da criação da anestesia é que se desenvolveram técnicas cirúrgicas para o tratamento da doença. Essas cirurgias apresentavam eficácia quando os tumores eram ainda localizados, ou seja, sem a expansão para outros órgãos, as chamadas metástases. Ainda no mesmo período, surgiu a possibilidade do uso da radioterapia, como elemento paliativo no tratamento de alguns tipos de câncer.

Corroborando com estas questões, Teixeira, Porto, & Noronha afirmam que:

No século XIX, deu-se um avanço das técnicas cirúrgicas e de assepsia e, a partir da descoberta de anestésicos, foram adotados procedimentos mais invasivos de retirada de tumores, tornando-se a cirurgia o tratamento principal no controle da doença. Nesse contexto, a contraindicação cirúrgica se fazia presente nos casos de impossibilidade de ressecção do tumor, por algum motivo, então os medicamentos assumiam a função terapêutica. (2012, p. 63)

No que diz respeito ao uso da radioterapia, avanços foram registrados ao longo dos anos e cada vez mais esta opção de tratamento auxilia na busca da cura da doença. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a radioterapia é um tratamento no qual se utilizam radiações para destruir um tumor ou impedir que suas células aumentem. Estas radiações não são vistas e durante a aplicação o paciente não sente nada.

Já em meados do século XX, após a II Guerra Mundial, começaram a ser desenvolvidos medicamentos para o tratamento do câncer. Em 1950 houve relatos do primeiro caso de cura de câncer através do uso de um medicamento. Inicia-se então a era da quimioterapia.

No que tange ao uso da quimioterapia, esta pode ser classificada como o método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, no tratamento de doenças causadas por agentes biológicos. No caso do câncer, este meio de tratamento é chamado de quimioterapia antineoplásica ou quimioterapia antiblástica. (Pro-Onco, 1993)

Vale ressaltar que o primeiro quimioterápico antineoplásico foi desenvolvido a partir do gás mostarda, utilizado na Primeira e Segunda Guerra Mundial como arma química. Isto se

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deve a observação de que após a exposição de soldados a este gás, os mesmos desenvolveram hipoplasia medular e linfoide, o que levou ao seu uso no tratamento de linfomas malignos.

Desde então, muitos avanços têm sido observados, como a criação de quimioterápicos mais ativos e menos tóxicos, que atualmente encontram-se disponíveis para uso na prática clínica.

Como consequência de fatores como esse, aliados a outras formas de tratamento, é possível perceber a possibilidade do aumento do tempo de sobrevida de pacientes com câncer, a maior chance de cura da doença e a melhora na qualidade de vida do paciente enquanto passa pelo enfrentamento do processo de tratamento.

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2. PAPEL DO PSICÓLOGO NA ASSISTÊNCIA ÀS FAMÍLIAS E

PACIENTES COM CÂNCER

Neste segundo momento, torna-se de extrema importância uma reflexão a respeito do papel do profissional da Psicologia na área da Oncologia e as contribuições possíveis a partir daí.

O trabalho do psicólogo junto aos pacientes oncológicos se dá antes mesmo do início do tratamento da doença propriamente dito. Já no momento do diagnóstico do câncer a presença deste profissional se faz relevante junto a equipe que atua com o paciente.

Como a psicologia se insere nessa estrutura? Primeiramente, o cenário é o seguinte: o indivíduo hospitalizado pode atravessar um momento de crise ao adoecer, uma vez que teve sua rotina interrompida, necessitando deslocar-se para um ambiente que geralmente remete à insegurança, à ansiedade, ao medo e à angústia, além de, não raro, exigir-lhe uma postura passiva. Nesse contexto, dadas as circunstâncias, o olhar psicológico é diferenciado, diante de reações do paciente à doença e à hospitalização, que não raro afetam seu tratamento e adesão. (INCA, 2014, p. 42)

Neste sentido, ao falar de diagnóstico, é necessário conceituar esse momento tão importante no percurso de uma doença. De acordo com Araújo (2007), o conceito de diagnóstico tem origem na palavra grega diagnõstikós, que significa discernimento, faculdade de conhecer, ou ver através de. Na forma como vem sendo utilizado, significa estudo aprofundado, realizado com o objetivo de conhecer determinado fenômeno por meio de um conjunto de procedimentos teóricos, técnicos e metodológicos.

Termo tradicionalmente utilizado na medicina, foi gradualmente incorporado aos discursos e práticas profissionais de diferentes áreas de conhecimento. Para a psicologia, no contexto hospitalar, o diagnóstico é o conhecimento da situação existencial e subjetiva da pessoa adoentada em sua relação com a doença. (Simonetti, 2004)

Gaspar (2011, p. 107) define que “se as outras doenças causam sofrimento, o câncer parece destruir a pessoa”. Essa afirmação deve-se ao fato de que o câncer se apresenta como uma enfermidade misteriosa e implacável, uma doença sem causa única, de evolução progressiva e silenciosa, como um inimigo que sorrateiramente se instala em terreno alheio para, internamente, sinalizar sua presença e produzir graves danos. Desde a fase de investigação diagnóstica, o sujeito parece fadado a sofrer uma série de transformações, de ordem física, social e emocional.

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É compreensível, portanto, a linguagem bélica desenvolvida em torno do tratamento oncológico, do combate ao câncer, conforme exemplifica Gaspar (2011) com grande riqueza metafórica:

O câncer é considerado um inimigo (quando se recebe o diagnóstico). Os médicos, os soldados combatentes. As armas são as baterias de exames e procedimentos invasivos solicitados (os tratamentos – cirurgia, quimioterapia, radioterapia). Os remédios, os salvadores da vida (é o pós-tratamento, quando o paciente está assintomático). No entanto, outras células podem tornar-se invasivas e atacar o sistema de defesa do corpo (são as recidivas e/ou progressão do câncer). O cirurgião é o coronel-comandante desta batalha. E a morte do paciente significa que se perdeu a guerra (cuidados paliativos). (p. 107)

É possível afirmar ainda que o diagnóstico de câncer traz consigo efeitos psíquicos bastante significativos, já que abala tanto o paciente quanto sua família. Este momento inicial, além de todo o processo da doença são vividos pelo sujeito doente e pela sua família como um momento de grande angústia, sofrimento e ansiedade.

Além do rótulo que o câncer carrega consigo, como uma doença dolorosa e fatal, o paciente comumente vivencia no tratamento, por vezes longo, perdas significativas e sintomas indesejáveis, tendo como consequência prejuízos nas suas habilidades funcionais, vocacionais e a presença de uma grande incerteza em relação ao futuro. Ainda, para além disso, encontram-se presentes na vida do paciente, muitas fantasias e preocupações quanto a morte, possíveis mutilações e dor. (Venâncio, 2004)

Quanto ao diagnóstico, Venâncio (2004) afirma que este provoca efeitos traumáticos na vida do sujeito, para além da enfermidade em si. Sem esperar, o paciente se depara com a iminência de uma possível perda no seu corpo, como a retirada de um órgão, por exemplo. A autora diz ainda que o câncer causa um grande temor no sujeito de ter uma doença sem cura, repleta de sofrimentos e ainda hoje muito estigmatizada.

Sendo assim, é preciso levar em conta que o sujeito não vem sozinho ao hospital, ou seja, com ele vem a doença, seus familiares e todas as implicações presentes no seu contexto de vida, e é preciso considerar que o ser humano adoece na sua totalidade. Por isso é necessário olhar para a pessoa doente e não apenas para a doença em si, colocando em destaque o sujeito que existe naquele contexto, já que o câncer ainda provoca nos sujeitos um medo eminente da morte, causando efeitos psíquicos de grande dimensão.

A partir do diagnóstico confirmado, o paciente vê sua vida tomar um rumo diferente do que provavelmente havia planejado anteriormente, já que o câncer costuma provocar

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alterações significativas nas diferentes esferas da vida, como o trabalho, a família, e a vida social do sujeito. Neste sentido, pesquisas apontam que as mudanças nas relações familiares e sociais dos sujeitos com câncer são provocadas mais por problemas considerados psicológicos do que unicamente físicos. (Sales et al., 2001)

No que diz respeito ao diagnóstico do ponto de vista psicológico, Simonetti (2011) diz que o papel da Psicologia em relação a este não é o de diagnosticar doenças, mas o que acontece com as pessoas relativamente à doença.

Na situação do adoecimento, o paciente costuma apresentar para o psicólogo uma série de preocupações, angústias, sintomas, medos, sua história de vida, seus projetos, etc. Em meio a isso tudo, o diagnóstico é "a maneira de organizar todo esse material” (Simonetti, 2004, p. 34).

Ainda em relação ao diagnóstico, é importante lembrar que apesar de trabalharem em conjunto no contexto hospitalar, existem diferenças entre o diagnóstico médico e o psicológico. Enquanto o médico trabalha com o corpo físico, ou seja, se dirige para os fatos objetivamente verificáveis na anatomia, incluindo um resumo da situação clínica do paciente, como por exemplo, o nome da doença, sua condição atual, os principais sintomas, o tratamento a ser proposto, a medicação indicada e o prognóstico, o psicólogo apoia o seu trabalho no corpo simbólico do sujeito e sua tarefa é focalizada na atenção direta da subjetividade do paciente e seu processo de enfrentamento da doença.

Na cena hospitalar, medicina e psicologia se aproximam bastante, articulam-se, coexistem, tratam do mesmo paciente, mas não se confundem, já que possuem objetos, métodos e propósitos bem distintos: a filosofia da medicina é curar doenças e salvar vidas, enquanto a filosofia da psicologia é reposicionar o sujeito em relação a sua doença. (Simonetti, 2004, p. 20)

Ao pensar no trabalho da psicologia no contexto oncológico, é necessário considerar todos os aspectos, físico, emocional, espiritual, social ou cultural, atingindo a qualidade de vida de todas as pessoas envolvidas no processo de adoecimento, independentemente da fase da doença, ou seja: prevenção do câncer, diagnóstico, tratamento, cura ou até mesmo a terminalidade. (BIFULCO; FIGUEIREDO, 2008)

Dentro do contexto oncológico, mais especificamente após o diagnóstico da doença, a questão da morte passa a fazer parte da rotina do sujeito doente. Como citado anteriormente, por mais que tenham havido avanços no tratamento, no prognóstico e aumentado as

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perspectivas de cura, no imaginário social, uma das enfermidades mais associadas à questão da morte na contemporaneidade ainda é o câncer.

A morte faz parte do desenvolvimento humano desde a mais tenra idade (Kovács, 1992). Indivíduos de todas as idades, ao se defrontarem com a morte, colocam em questão a própria vida, com seus medos, angústias e possibilidades.

Neste sentido, vale dizer que a percepção das vivências da morte e do morrer têm sofrido transformações ao longo do tempo histórico, acompanhando as transformações da sociedade no que diz respeito às atitudes diante da morte, evoluindo desde uma experiência tranquila – e até mesmo desejada – na Idade Média para uma possibilidade impregnada de angústia, temor e aflição, que deve ser evitada a todo o custo na época atual. (Souza & Boemer, 2005)

Ao pesquisar a cultura de povos antigos, é possível perceber que o homem sempre abominou a morte e, provavelmente, sempre a repelirá. Para Kübler-Ross (1996, p. 14), “é inconcebível para o inconsciente imaginar um fim real para nossa vida na terra, e se essa vida possui um fim, ele será sempre atribuído a alguma intervenção maligna externa”.

No que diz respeito ao paciente oncológico, Torres (2002) destaca que o homem comumente expressa em símbolos as ameaças à vida. Segundo Borges et al (2006), “o câncer suscita a ideia de um caranguejo – animal que vive em profundidade, invisível e se desloca mal coordenado e imprevisível; é agressivo, apodera-se de suas presas e as tortura até a morte.”.

Todos morrem – é fato. Como humanos, diferenciamo-nos dos outros seres justamente pela consciência sobre a finitude de nossa existência (Vendruscolo, 2005). O significado do fenômeno da morte não se esgota em sua dimensão natural ou biológica. Ela comporta, também, como qualquer fato da vida humana, uma dimensão social (Borges et al, 2006).

Segundo Moraes (2002),

O homem não tende a encarar abertamente seu fim de vida na Terra; só eventualmente e com certo temor é que lançará um olhar sobre a possibilidade de sua própria morte. Uma dessas ocasiões é a consciência de que sua vida está ameaçada por uma doença. (p. 57)

Para o paciente, o câncer traz em si a consciência da possibilidade de morte. Essa ideia geralmente costuma vir acompanhada de angústia e temores que perpassam o desenrolar

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do tratamento. Segundo Kovács (1992), o medo é a resposta psicológica mais comum diante da morte. O medo de morrer é universal e atinge todo os seres humanos.

Sabe-se que, sob o aspecto psicológico, os enfermos experimentam reações de reajustamento que podem ser chamadas de estágios do processo de morrer, formulados por Kübler-Ross (1989).

Conforme Simonetti (2011),

Adoecer é como entrar em órbita. A doença é um evento que se instala de forma tão central na vida da pessoa, que tudo o mais perde importância ou então passa a girar em torno dela, numa espécie de órbita que apresenta quatro posições principais: negação, revolta, depressão e enfrentamento. (p. 37)

Ainda segundo o autor, habitualmente a pessoa entra na órbita da doença pela negação, depois se revolta, algum tempo depois entra em depressão e, por último, após certo esforço e trabalho pessoal, alcança a possibilidade de enfrentamento real. Vale ressaltar que essa ordem não é fixa, de modo que o sujeito pode mudar de posição, vindo a ocupar qualquer uma dela, ou, ainda, se fixar em um só posição.

A primeira posição que Kübler-Ross (1989) traz em seu trabalho é a negação. Nesta, geralmente a primeira reação de um sujeito diante da doença é de choque, seguido de descrença. Alguns pacientes costumam procurar uma segunda opinião, outros manifestam a negação de maneira implícita, agindo com otimismo e planos para o futuro.

Para Simonetti (2011), o encontro com a doença é semelhante a um tropeço inesperado que desconcerta o sujeito. Esse “tropeço” no real faz com que o sujeito se depare com uma realidade por vezes cruel e absurda. Absurda no sentido da impossibilidade de representação psíquica da própria morte.

Na posição de negação, a pessoa costuma agir como se a doença não existisse, ou então busca minimizar sua gravidade e adia as providências e a busca pelos tratamentos necessários. Na negação, o medo da doença encontra-se reprimido, e o que surge é uma angústia vaga, indefinida e flutuante. (Simonetti, 2011)

É importante ressaltar que a negação também pode acontecer por parte dos familiares e médicos em relação ao paciente, e, ainda, que esta não tem a ver com inteligência, cultura, nível intelectual ou social.

A negação não se dá por falta de informação, e sim por falta de condições psicológicas, falta essa que não deve ser entendida como defeito, e sim como característica naquele dado momento. A racionalização, por exemplo, é uma maneira

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culta e elaborada, geralmente usada por pessoas informadas e inteligentes para negar a doença usando a informação para segurar a emoção diante da doença. (Simonetti, 2011, p. 42)

A segunda posição vivenciada pelo sujeito no enfrentamento do processo da doença é a revolta. Esta geralmente se inicia como frustação. Em primeiro lugar, “frustra o princípio do prazer, pelo qual funciona nosso inconsciente, ao introduzir a dor e o desprazer” (Simonetti, 2011, p. 45). Neste sentido, a doença se coloca como mais uma força de castração a que o ser humano é submetido em sua jornada.

Neste estágio o sujeito enxerga a doença e enche-se de uma revolta que pode ser dirigida para qualquer lado: contra a doença em si, contra o médico que a comunica, contra a equipe, contra si mesmo, contra a família, ou até mesmo contra o mundo exterior.

Conforme a ideia de Simonetti (2011, p. 51), é neste momento que “o psicólogo, com sua arte de escuta, deve estar preparado para desempenhar um papel de mediação nesse campo conflituoso”.

Kübler-Ross (1989) apresenta o terceiro estágio como sendo o da barganha. Neste, o sujeito doente faz espécies de acordos, com o objetivo de adiar o processo da doença e consequentemente de uma possível morte. A autora afirma que as barganhas, com frequência, são feitas com Deus e normalmente são mantidas em segredo.

Para Simões (2014, p. 2), a barganha é, na verdade, “tão somente um adiamento, um prêmio que pode vir a acontecer, uma meta a ser perseguida com a finalidade de se prolongar a vida.”. Neste sentido, a busca pela religião atua positivamente, já que a fé adquire a função de estabelecer um pacto com a vida, de conseguir um aliado na luta contra a doença. O objetivo deste pacto é o afastamento da dor e da morte, muitas vezes obtido por promessas.

Já na posição depressão a pessoa se entrega passivamente a sua doença. Este momento é caracterizado muito mais como de desesperança, em que o sujeito não acredita que possa ser curado, ou então a cura possível já não lhe interessa, em razão das perdas que pode acarretar. No caso do câncer, estas perdas significativas podem ser pensadas em situações de retiradas de órgãos do corpo.

A palavra depressão, embora não termina em “s”, é uma palavra plural. Isso se deve pelo fato de que esta pode assumir diferentes formas. Freud (1917) distingue dois tipos principais de depressão: o luto e a melancolia; o primeiro, uma reação no campo da normalidade, o segundo adentrando o campo psicopatológico.

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Pode-se dizer que tanto o luto como a melancolia são maneiras do sujeito lidar com a perda do objeto, ou seja, o objeto da pulsão, da libido. (Freud, 1917). Neste sentido, Simonetti (2011) afirma que o objeto exato o qual se perde na doença, somente o trabalho terapêutico com o paciente é que pode determinar, visto que muitas vezes esse objeto perdido só existe no imaginário do sujeito. Para Freud (1917), na depressão a perda é secreta.

Em seu trabalho Luto e Melancolia, Freud (1917) diz que:

O luto comporta um estado de alma doloroso, a perda de interesse pelo mundo exterior, a perda da capacidade de escolher um novo objeto de amor – o que equivaleria a substituir aquele por quem se está enlutado – e o abandono de qualquer atividade não relacionada à memória do defunto. Concebemos facilmente que essa inibição e restrição do ego exprimem o fato de o indivíduo se entregar exclusivamente ao seu luto, de sorte que nele nada resta para outros projetos e outros interesses.

Ainda em se tratamento da posição depressão, é importante ressaltar que, no processo de adoecimento, a depressão, em seu sentido de luto, é uma etapa necessária ao enfrentamento da doença. (Simonetti, 2011)

Na última posição, é possível encontrar autores que a denominam como enfrentamento, como é o caso de Simonetti (2011), e outros que optam por a chamar de aceitação. Esta última denominação torna possível abranger a questão de uma forma mais ampla, no sentido de que para além de enfrentar a doença, essa fase faz com que o sujeito doente possa aceitar que a esta é algo do real e que a morte pode estar presente durante este processo. Neste sentido, optou-se, na presente pesquisa, por utilizar a ideia de aceitação enquanto a última posição do processo.

Simonetti (2011) afirma que “se o encontro com a doença é uma espécie de tropeço no real, no enfrentamento trata-se então de fazer da queda um passo de dança”. Ainda segundo o autor, a aceitação é uma espécie de adeus às ilusões que provoca no sujeito uma mudança, bastante evidente pelo posicionamento que este se coloca em relação a doença, que agora, passa a ser uma alternância entre luta e luto.

Em seu Manual de Psicologia Hospitalar, Simonetti (2011) defende a ideia de que na depressão só havia luto, na revolta só luta, e agora o que existe é uma alternância entre as duas forças. Conforme o autor, “luta é tudo o que uma pessoa faz diante de um limite tentando modificá-lo, e luto é tudo aquilo que uma pessoa faz diante de uma perda objetal, tentando suportá-la”.

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O pensamento na posição de aceitação se caracteriza pela sua amplitude, sendo bastante inclusivo e não negando nenhum aspecto da realidade e da doença em si. Outra característica do pensamento nesta posição é que o sujeito não está mais em busca de uma explicação pelo que lhe aconteceu. Isso se deve ao fato de que, o sujeito “descobriu que não se trata de saber se a doença faz ou não sentido, e sim de saber o que fazer com a doença” (Simonetti, 2011).

Ainda no que diz respeito as posições enfrentadas pelo paciente em relação a doença, é de extrema relevância tratar da questão da esperança. Esta não é uma posição na órbita da doença, e sim o fio que sustenta e conecta as quatro posições. Na negação é do tipo exagerada, na revolta querelante, na depressão mínima, quase inexistente, e na aceitação matizada pelo real.

Kübler-Ross (1989) enfatiza esta questão:

Qualquer que fosse o estágio da doença, quaisquer que fossem os mecanismos de aceitação utilizados, todos os nossos pacientes mantiveram, até o último instante, alguma forma de esperança. [...] No que tange a nossos pacientes, todos guardaram alguma esperança [...] Essa esperança pode vir sob a forma de uma nova descoberta, de um novo achado em pesquisa de laboratório, ou sob a forma de uma nova droga ou soro; pode vir como um milagre de Deus, ou pela constatação de que a radiografia ou o quadro clínico pertence a outro paciente. E essa esperança deve ser mantida, não importando a forma como o seja. (p. 57)

Ao pensar no tratamento do sujeito doente, uma questão que se faz muito presente é a adesão ou não ao mesmo. Esta se coloca como um dos grandes desafios da equipe multiprofissional que atua na assistência a pacientes oncológicos.

Apesar de comumente ocorrer a relação da adesão ao tratamento com a adesão ao medicamento, esse termo se refere a inúmeros outros comportamentos inerentes à saúde, que vão além do simples seguimento da prescrição medicamentosa e envolve aspectos referentes ao sistema de saúde, fatores socioeconômicos, além de aspectos relacionados ao próprio paciente e sua singularidade com a doença.

A adesão ao tratamento pode ser caracterizada como a extensão em que o comportamento do indivíduo, em termos de tomar o medicamento, realizar mudanças no estilo de vida e comparecer às consultas médicas coincide com o conselho médico ou de saúde. (Marques & Pierin, 2008)

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a adesão ao tratamento é um fenômeno multidimensional determinado pela interação de cinco fatores: sistema e equipe de

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saúde; fatores relacionados ao tratamento; fatores relacionados ao paciente; fatores relacionados à doença e fatores socioeconômicos.

No que se refere ao trabalho do psicólogo junto aos pacientes oncológicos, Venâncio (2004) diz que como consequência de um bom trabalho psicoterápico aparece a participação mais ativa dos pacientes durante o tratamento, resultando numa melhor adesão e, evitando assim, o abandono do mesmo.

Neste sentido, torna-se de extrema relevância pensar a atuação do profissional da Psicologia, levando em consideração a possibilidade de trabalho tanto na área clínica como na hospitalar.

O psicólogo oncológico trabalha tanto na instituição hospitalar quanto na sua própria clínica. O aporte teórico-técnico utilizado deve ser articulado conforme o local onde se desenvolve o trabalho, o diagnóstico do paciente, o tipo de intervenção e principalmente o objetivo que pretende ser alcançado. (Venâncio, 2004, p. 59)

Para além da delimitação do local de trabalho do psicólogo, é importante salientar que este, ao fazer parte de uma equipe multidisciplinar, atua em todas as etapas do processo do tratamento oncológico. Sendo assim, o psicólogo atuante na área de psicologia oncológica tem por objetivo manter o bem-estar psicológico do paciente, além de trabalhar com o sujeito as questões psíquicas causadas pela doença, e construir, junto com o paciente, uma significação da experiência do adoecer, possibilitando assim ressignificações desse processo.

Dada a complexidade no acompanhamento direcionado aos pacientes oncológicos, em que o setting terapêutico pode ser o consultório, o quarto de um hospital ou um leito de UTI e o suporte emocional pode ser realizado através de vários encontros, ou de um único, o objetivo é escutar e tentar dar um novo significado ao que faz sofrer. (Barbosa e Francisco, 2007, p. 4)

No que diz respeito às possibilidades de trabalho da psicologia no hospital, Simonetti (2004) diz que este é um campo de entendimento e tratamento dos aspectos psicológicos em torno do adoecimento e que o trabalho do psicólogo neste contexto consiste em ajudar o sujeito doente a fazer a travessia desse processo. Para tanto, o psicólogo se vale de seu “legítimo instrumento de trabalho: a palavra, ou seja, o trabalho clínico consiste em ajudar a pessoa a reencontrar a magia das palavras.” (Christo e Traesel, 2009).

O psicólogo tem um papel fundamental no tratamento, já que tem a possibilidade de escutar as questões trazidas pelo paciente, e, neste sentido, é preciso considerar que, segundo Figueiredo (2002), aquele que adoece e sofre é um sujeito e não um corpo. Portanto, sua fala

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deve ser percebida como uma possibilidade de fazer emergir uma dimensão singular da queixa enquanto um pedido de ajuda daquele sujeito que sofre.

Christo e Traesel (2009) corroboram com esta ideia ao afirmar que:

No hospital, é preciso olhar para as pessoas doentes e não para a doença, evidenciando o sujeito acometido pelo câncer dentro da sua história pessoal, ou seja, lembrar que ali existe um sujeito, não alguém que hoje está com determinado tumor e nomeá-lo como tal. (p. 76)

O trabalho do psicólogo oncológico ocorre principalmente no contexto hospitalar devido ao fato de que com frequência o tratamento do paciente requer visitas frequentes ao hospital, o que, inevitavelmente, implica uma ruptura com o ambiente habitual vivenciado pelo sujeito, modificando costumes, hábitos, cuidados pessoais e, ainda, interrupções das atividades cotidianas desempenhadas pelos pacientes e seus familiares.

Frente a essas mudanças, o sujeito doente e seus familiares vivenciam, como já citado anteriormente, algumas etapas até a aceitação da doença e adesão ao tratamento, que fazem parte do processo de enfrentamento da doença. O enfrentamento, segundo Rodrigues e Polidori (2012), é definido como os “esforços comportamentais e cognitivos do indivíduo voltados para manejar um acontecimento estressante, fazendo-o compreender quais são os fatores que irão influenciar o resultado final do processo”.

Porém, o processo de enfrentamento não garante a solução definitiva do problema. É preciso dizer que eventos como um adoecimento, por exemplo, podem ser traumáticos para uma pessoa a ponto de impossibilitá-la a seguir sua vida, e, para outra, esse processo é difícil, mas é elaborado, o que possibilita a mesma a continuar a viver. Uma das razões para que uma mesma situação gere consequências diferentes a determinadas pessoas relaciona-se ao conceito de resiliência.

Portanto, afirmar que o sujeito é resiliente implica em ações de confronto e superação. Em pacientes oncológicos, a resiliência é definida como a capacidade de superar e ressignificar positivamente as situações adversas, manejando a doença e o tratamento ao longo do tempo.

A resiliência pode ser definida como uma capacidade universal que possibilita a pessoa, grupo ou comunidade prevenir, minimizar ou superar os efeitos nocivos das adversidades, inclusive saindo dessas situações fortalecida ou até mesmo transformada, porém não ilesa. (Mota, Benevides-Pereira, Gomes & Araújo, 2006, p. 58)

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Neste sentido, Rodrigues e Polidori (2012) afirmam que ter conhecimento da capacidade de resiliência dos pacientes torna possível o desenvolvimento de ações que acabam por influenciar o nível de adesão ao tratamento, de modo que cada fator, envolvido positivamente no processo de reabilitação, seja um alvo de intervenção da equipe multiprofissional, o que inclui o trabalho do psicólogo.

Diante do exposto, fica evidente a necessidade de ações que visem ao apoio aos familiares e ao paciente com câncer em todos os seus aspectos, em especial a dimensão psíquica destes sujeitos. Venâncio (2004) diz que “a atuação do psicólogo não se restringe ao paciente oncológico. É imprescindível incluir a família no atendimento, já que são personagens fundamentais no auxílio aos pacientes para o enfrentamento da doença”.

Estender o apoio psicológico para a família do paciente se faz necessário, já que o diagnóstico de uma doença como o câncer abala todos a volta do paciente. Toda a família se envolve com a situação, comumente acontecem mudanças de papeis no arranjo familiar, em que o filho poderá assumir o papel do pai, por exemplo. Outra situação que deixa os pacientes e familiares desconfortáveis é a dependência que a doença causa, tanto física quanto financeira. (Tranzzillo e Athayde, 2015)

O enfrentamento do processo da doença provoca muitas mudanças na estrutura familiar. Antes mesmo do diagnóstico, pode-se perceber as primeiras reações da tríade: paciente, família e médico:

O paciente que sente a dor quer se livrar dela o mais rápido possível: o seu interesse está no sintoma. A família, angustiada com o sofrimento do paciente, quer se assegurar que a doença não é tão grave e que ele vai ficar bom: seu foco de interesse está no prognóstico. Já o médico está muito interessado em descobrir qual a causa da dor do paciente: ele quer descobrir o diagnóstico. (Simonetti, 2011, p. 19)

Vale dizer que as reações à frente da doença variam de cada sujeito e de cada família. Porém, ainda que o câncer possa juntas algumas famílias e/ou afastar outras, nenhuma escapará de alguma transformação. O câncer afeta tanto a saúde mental quanto a física, de todos os membros da família e não somente do paciente doente.

[...] o câncer é uma doença que traz ameaça de perdas e separações, a qual poderá ser contida de modo mais eficaz em ambientes familiares nos quais existam relacionamentos seguros. Pode mobilizar nos relacionamentos familiares transformações tanto destrutivas quanto construtivas [...] o câncer requer da família uma revisão em seus modos habituais de comunicação e funcionamento, sendo a mutualidade entre os membros um fator decisivo acerca do quanto a doença vai ou não ameaçar o curso da vida familiar. (Valle, 2010 p. 28)

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Simonetti (2011) afirma que muitas vezes alguns profissionais de saúde não se dão conta de que a comunicação com a família do paciente não é algo prejudicial e que atrapalhe o seu trabalho, pelo contrário, é algo que faz parte dele. O apoio e o acolhimento da família podem garantir, inclusive ao paciente, a integridade da subjetividade naquele momento, que muitas vezes se encontra diluída no ambiente impessoal do hospital.

Atuando junto à família, o psicólogo deve buscar reforçar os vínculos entre familiares e paciente, facilitando um diálogo e auxiliando na construção de significações a respeito das experiências vividas. A participação dos familiares nas decisões, junto ao paciente, constitui outro fator que o psicólogo deve estar atento.

Por fim, é possível afirmar que o trabalho do psicólogo que trabalha no contexto oncológico é o de possibilitar um momento de escuta e acolhimento para que o sujeito doente e a família que lhe acompanha até o hospital possa falar a respeito de seus sentimentos em relação a todo o processo da doença, que inclui desde o diagnóstico até a aceitação da mesma.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente, mesmo com os avanços da medicina em relação à cura do câncer, sabe-se que sabe-seu diagnóstico ainda é vivido de forma temida e sabe-se apresabe-senta como um momento de grande sofrimento, físico e psíquico, do sujeito em situação de adoecimento.

Apesar de todo ser humano ter a certeza de morrer, alguns acontecimentos, tais como o diagnóstico de uma doença como o câncer, tendem a aproximar o paciente da realidade que parecia tão distante, colocando-o diante de sua finitude, servindo ainda hoje, apesar dos grandes avanços da medicina, como uma possível sentença final.

Dessa forma, o diagnóstico adquire um caráter de sofrimento capaz de fazer emergir sentimentos de angústia, sofrimento e ansiedade tanto para o paciente como para os sujeitos que o acompanham no processo de enfrentamento da doença.

A partir da presente pesquisa, é possível concluir que a psico-oncologia se faz presente desde o momento do diagnóstico do câncer, passa pelo tratamento e suas implicações e permanece também ao final do tratamento, dando atenção às questões psíquicas referentes a todo este processo.

Além disso, envolve não só o paciente, como também os familiares que, neste momento, são de fundamental participação no tratamento do paciente. Assim, o psicólogo deve ter atenção também às expectativas e ansiedades da família, auxiliando no fortalecimento dos vínculos afetivos e esclarecendo dúvidas sobre a doença e o tratamento.

É importante ressaltar que o trabalho do psicólogo oncológico não se limita apenas aos hospitais, mas também o profissional pode realizar seu trabalho em sua clínica, observando as individualidades de cada caso.

Por fim, o presente trabalho oferece a possibilidade de pesquisas futuras que possam investigar mais acerca da atuação do psicólogo no contexto oncológico, visto que ainda há muito que crescer no que diz respeito à inserção do psicólogo no ambiente hospitalar.

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