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Exportações de produtos agrícolas e o ambiente portuário : a perspectiva da teoria dos custos de transação

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Engenharia Agrícola

MARIA CAROLINA DE PAULO ESTEVES

EXPORTAÇÕES DE PRODUTOS AGRÍCOLAS E O

AMBIENTE PORTUÁRIO: A PERSPECTIVA DA TEORIA

DOS CUSTOS DE TRANSAÇÃO

CAMPINAS 2017

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MARIA CAROLINA DE PAULO ESTEVES

EXPORTAÇÕES DE PRODUTOS AGRÍCOLAS E O

AMBIENTE PORTUÁRIO: A PERSPECTIVA DA TEORIA

DOS CUSTOS DE TRANSAÇÃO

Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia Agrícola da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestra em Engenharia Agrícola, na Área de concentração: Gestão de Sistemas na Agricultura e Desenvolvimento Rural.

Orientador: Profa. Dra. Andréa Leda Ramos de Oliveira

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA MARIA CAROLINA DE PAULO ESTEVES, E ORIENTADA PELA PROFA. DRA. ANDRÉA LEDA RAMOS DE OLIVEIRA.

CAMPINAS 2017

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Este exemplar corresponde à redação final da Dissertação de Mestrado defendida por Maria

Carolina de Paulo Esteves, aprovada pela Comissão Julgadora em 01 de dezembro de 2017,

na Faculdade de Engenharia Agrícola da Universidade Estadual de Campinas.

________________________________________________________________ Profa. Dra. Andrea Leda Ramos de Oliveira – Presidente e Orientadora

FEAGRI/UNICAMP

_________________________________________________________________ Profa. Dra. Vanilde Ferreira de Souza Esquerdo – Membro Titular

FEAGRI/UNICAMP

_________________________________________________________________ Profa. Dra. Ana Paula Milanez – Membro Titular

UTFPR/PR

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de vida acadêmica da discente.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus que me deu o suporte que precisei durante os momentos desafiadores desta jornada.

Meus sinceros agradecimentos à professora e orientadora Andréa Leda Ramos de Oliveira, que com muita paciência foi mais que uma orientadora: Foi uma parceira e amiga. Andréa não me deixou desanimar, me ajudou a encontrar soluções e juntas terminamos este trabalho.

Aos agentes que responderam os formulários aplicados nesta pesquisa.

Agradeço imensamente ao meu esposo Thiago, com quem sou tão feliz em partilhar a minha vida, que me apoiou e acima de tudo acreditou em mim.

À Faculdade de Engenharia Agrícola da UNICAMP por me receber e por permitir que eu realizasse este sonho.

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RESUMO

O cenário portuário brasileiro passou por diversas mudanças ao longo das últimas décadas, desde a descentralização das atividades até novos critérios para a exploração e arrendamento para a iniciativa privada de terminais de movimentação de carga em portos públicos. Estas transformações tiveram impacto na dinâmica de exportação dos produtos agrícolas e nos custos de transação. Isto posto, este trabalho busca identificar os custos de transação no ambiente portuário para exportação de produtos agrícolas e a construção de um índice de custo de transação (ICT). As movimentações de dois importantes produtos agrícolas foram analisadas: soja e etanol. As dimensões das transações analisadas foram: especificidade dos ativos, frequência e incerteza. Os resultados indicaram que o maior ICT obtido foi para o etanol. Contudo, os ativos avaliados para ambos os produtos apresentaram especificidades que variaram entre média e alta, o que permitiu concluir que no setor portuário os custos de transação envolvidos são altos, promovendo a adoção de novas estratégias e formas de governança para mitigar o risco associado às transações, como por exemplo, os contratos de longo de prazo e de parcerias.

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ABSTRACT

The Brazilian port scenario has undergone several changes over the last decades, from the decentralization of activities to new criteria for exploration and leasing for the private initiative of cargo handling terminals in public ports. These changes had an impact on the export dynamics of agricultural products and on transaction costs. This paper seeks to identify the transaction costs in the port environment for the export of agricultural products and the construction of a transaction cost index (ICT). The movements of two important agricultural products were analyzed: soy and alcohol. The dimensions of the analyzed transactions were: asset specificity, frequency and uncertainty. The results indicated that the highest ICT obtained was for alcohol. However, the assets evaluated for both products had specificities that varied between average and high, which allowed to conclude that in the port sector the transaction costs involved are high, promoting the adoption of new strategies and forms of governance to mitigate the risk associated with the transactions, such as long-term contracts and partnerships.

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Sumário

AGRADECIMENTOS ... 5

RESUMO... 6

ABSTRACT ... 7

1 Introdução Geral ... 9

2 Artigo ... 12

Introdução ... 13

Fundamentação Teórica ... 15

Metodologia ... 20

Resultados e Discussão ... 22

Considerações Finais ... 27

Referências Bibliográficas ... 28

3 Conclusões Gerais... 31

4 Referências Bibliográficas ... 33

Anexo 1: Roteiro dos Questionários... 36

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1 INTRODUÇÃO GERAL

A administração dos custos de produção e de transação promove a sustentabilidade dos negócios no ambiente corporativo. Soma-se a isso o fato de existir setores produtivos com reduzidas margens de lucros e com pouca capacidade de diferenciação e agregação de valor, como é o caso da maioria das commodities agrícolas, fazendo com que a gestão eficiente dos custos de comercialização seja necessária.

Segundo dados do Ministério da Adgricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Brasil está entre os líderes em exportação de produtos agropecuários mentendo-se no topo do

ranking de exportação de produtos como por exemplo o café, açúcar, etanol de

cana-de-açúcar, suco de laranja e complexo de soja (farelo, óleo e grão). Ainda segundo o MAPA (2013), a previsão é de que até 2030, um terço dos produtos agrícolas comercializados sejam brasileiros, por conta da crescente demanda dos países asiáticos.

Este cenário impõe desafios para as empresas do setor agrícola que precisam encontrar formas de comercialização mais adequadas. Isto porque a agricultura passou por mudanças no campo organizacional, que podem ser observadas no relacionamento do setor agrícola com fornecedores de insumos e canais de distribuição. Esta “agricultura” deixou de fazer a maior parte das transações via mercados para ser regida por contratos (ZYLBERSZTAJN, 2005).

Coase (1937) já afirmava que recorrer ao mercado pode impor pesados custos de transação. Conforme Belik (2007), a transação é a transferência de bens e/ou serviços entre agentes que estão separados por etapas de produção e, adicionalmente, esta transação é regida por contratos. Assim, existem custos de transação associados que são definidos como sendo os custos de elaborar, negociar e garantir o cumprimento dos contratos (ZYLBERSZTAJN, 2005).

Então quando os agentes econômicos recorrem ao mercado para conseguir produtos e serviços, são esses os custos enfrentados. Dessa forma, para Williamson (1985) as instituições econômicas (regras formais e informais) têm como função principal, embora não exclusiva, reduzir os custos de transação.

Tendo em vista a expressividade do agronegócio nas exportações brasileiras e a importância dos portos neste processo, avaliar a existência e a dimensão dos Custos de Transação no ambiente portuário se apresenta como um elemento estratégico para promover ganhos de competividade.

(10)

Apesar de ser reconhecida a importância dos Custos de Transação pelas organizações e agentes econômicos, os esforços dos estudos atuais se concentram na aplicação da Teoria dos Custos de Transação (TCT) no ambiente empresarial, com o intuito de identificar, analisar e compor bases para a tomada de decisão das organizações. Alguns trabalhos mais recentes envolveram a proposição de modelos analíticos para sistemas agroindustriais a luz da TCT, permitindo testar hipóteses a respeito da organização dos sistemas como Fernandes (2009), Ji et al., (2012) e Nuintin et al., (2012). Nesta mesma linha, a TCT também foi aplicada para entender sua influência na escolha do mecanismo de comercialização mais adequado em Leme e Zylbersztain (2008), Oliveira (2011), Fragoso (2013) e Weiseen et al. (2014). No entanto, a literatura ainda precisa de mais trabalhos com aplicações que busquem a criação de parâmetros comparativos, sendo essa uma das motivações para o desenvolvimento do presente trabalho.

A hipótese desta pesquisa é a de que quanto mais específico for o produto ou a atividade desenvolvida nas atividades de exportação, maiores serão os custos de transação envolvidos nas exportações, acarretando a necessidade de contratos de longo prazo mais elaborados.

Para testar esta hipótese, este trabalho propõe a criação de um Índice de Custos de Transação (ICT), desenvolvido a partir da análise dos níveis de especificidade dos ativos das atividades de exportação de soja e etanol no ambiente portuário. Para que isso fosse possível este estudo se concentrou em analisar as atividades operacionais envolvidas na exportação desses produtos no Porto de Santos sob a perspectiva da Teoria dos Custos de Transação.

Foram analisados os níveis de especificidade dos ativos físicos, humanos, tecnológicos, temporal e locacional empregados nas diversas atividades e investimentos realizados pelos agentes exportadores no Porto de Santos. Dentre as atividades e os investimentos analisados na pesquisa estão as instalações físicas, móveis e equipamentos, tempo de armazenagem, equipamentos para troca eletrônica de dados, processos de gestão, planejamento e logística treinamentos e gestão do conhecimento, necessidade de proximidade do cais, porto e ferrovia e monitoramento.

Com base nestes níveis de especificidades de cada um destes investimentos e atividades, foi construído o Índice de Custos de Transação, obtendo um parâmetro que direciona quais os ativos que mais acarretam custos, contribuindo para escolha do melhor

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arranjo contratual. A pesquisa realizada deu origem ao artigo que compõe o corpo desta dissertação, apresentado a seguir.

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2 ARTIGO

Exportações de Produtos Agrícolas e o Ambiente Portuário: a perspectiva da Teoria dos Custos de Transação

Resumo: O cenário portuário brasileiro passou por diversas mudanças ao longo das últimas

décadas, desde a descentralização das atividades até novos critérios para a exploração e arrendamento para a iniciativa privada de terminais de movimentação de carga em portos públicos. Estas transformações tiveram impacto na dinâmica de exportação dos produtos agrícolas e nos custos de transação. Isto posto, este trabalho busca identificar os custos de transação no ambiente portuário para exportação de produtos agrícolas e a construção de um índice de custo de transação (ICT). As movimentações de dois importantes produtos agrícolas foram analisadas: soja e etanol. As dimensões das transações analisadas foram: especificidade dos ativos, frequência e incerteza. Os resultados indicaram que o maior ICT obtido foi para o etanol. Contudo, os ativos avaliados para ambos produtos apresentaram especificidades que variaram entre média e alta, o que permitiu concluir que no setor portuário os custos de transação envolvidos são altos, promovendo a adoção de novas estratégias e formas de governança para mitigar o risco associado às transações, como por exemplo, os contratos de longo de prazo e de parcerias.

Palavras-Chave: Nova economia institucional, Logística de exportação, Agronegócio. Exports of Agricultural Products and the Port Environment: the perspective of the

Theory of the Transaction Costs

Abstract: The Brazilian port scenario has undergone several changes over the last decades,

from the decentralization of activities to new criteria for exploration and leasing for the private initiative of cargo handling terminals in public ports. These changes had an impact on the export dynamics of agricultural products and on transaction costs. This paper seeks to identify the transaction costs in the port environment for the export of agricultural products and the construction of a transaction cost index (ICT). The movements of two important agricultural products were analyzed: soy and alcohol. The dimensions of the analyzed transactions were: asset specificity, frequency and uncertainty. The results indicated that the highest ICT obtained was for alcohol. However, the assets evaluated for both products had specificities that varied between average and high, which allowed to conclude that in the port sector the transaction costs involved are high, promoting the adoption of new strategies and forms of governance to mitigate the risk associated with the transactions, such as long-term contracts and partnerships.

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Introdução

O Brasil está entre os líderes em exportação de produtos agropecuários e se mantém no topo do ranking de exportação de produtos como: café, açúcar, etanol de cana-de-açúcar, suco de laranja e complexo de soja (farelo, óleo e grão). A previsão do Ministério da Agricultura é de que até 2030, um terço dos produtos agrícolas comercializados sejam brasileiros, por conta da crescente demanda dos países asiáticos (BRASIL, 2013).

Grande parte das exportações de commodities passa pelo Porto de Santos, que é o maior porto da América Latina. Em 2016, as movimentações no Porto de Santos atingiram aproximadamente 113,8 milhões de toneladas, com forte influência dos embarques de produtos agrícolas (28% das movimentações) com destaque para o açúcar, soja grão, milho, farelo de soja e sucos cítricos. As movimentações de produtos agrícolas totalizaram 31,5 milhões (CODESP, 2016).

Apesar da intensidade das atividades de exportação no Porto de Santos, o processo de escoamento encontra falhas estruturais e de planejamento, o que tem ocasionado diversas filas de caminhões e longa espera de navios para embarcar. De acordo com o relatório Global

Competitiviness Report 2016-2017 (SCHWAB, 2016), o Brasil ocupa a 114ª colocação entre

138 países em infraestrutura portuária. Isso mostra que apesar da expressiva participação no comércio mundial é preciso investimentos para superação dos gargalos.

Segundo Neto et al. (2015), os caminhões carregados com açúcar levam cerca de 12 horas para descarregar, o ideal é que esta operação fosse feita entre três e quatro horas. Além da morosidade no descarregamento implicar em filas de caminhões para desembarque, há o problema que envolve o tempo de espera dos navios para atracação em Santos. Em 2012, a fila durava 16 horas, quase três vezes o tempo que se gastava em 2003 (seis horas), enquanto o total de estadia das embarcações no porto passou de 26 para 35 horas no mesmo período (NETO et al., 2015).

Com vistas a contribuir com a tarefa de encontrar elementos que auxiliem no direcionamento de arranjos logísticos de exportação mais eficientes, é necessário analisar os custos de transação do ambiente portuário. Avaliando os custos de transação inerentes às atividades portuárias, é possível verificar quais os melhores arranjos contratuais para determinada transação, objetivando assim a redução dos custos.

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Ademais, a avaliação dos custos de transação no ambiente portuário pode contribuir para o interesse de investimentos no setor portuário que tem tido sua configuração alterada desde 2003, quando Lei de Modernização dos Portos (Lei nº 8.630/93) foi implementada e seguida pelo novo marco regulatório (Lei nº 12.815/2013) possibilitando novos modelos de arranjos contratuais.

Há uma base de estudos sobre Custos de Transação bastante rica, iniciando a partir de Coase (1937) em A Teoria da Firma, onde apresentou o tema das instituições dentro do contexto da teoria econômica. Coase (1937) observou que as vezes o custo de gerenciar transações econômicas por meio de mercados é maior do que o custo de gerenciar as transações econômicas dentro das organizações. Anos após a publicação de Coase (1937), Williamson deu andamento aos estudos sobre custos de transação.

A transação nada mais é que processo de transformação de um determinado produto através de interfaces tecnologicamente separáveis (WILLIAMSON, 1985). Tendo como finalidade a redução dos custos de transação , os agentes podem se utilizar de mecanismos capazes de regular uma transação, os quais são denominados “estruturas de governança” (WILLIAMSON, 1985). A proposição básica é de que cada forma de governança, isto é, mercado, integrada ou mista, deve estar suportada por determinado tipo de contrato. Nesse sentido, o objetivo da TCT é estudar as características dos custos de transação como indutores de modos alternativos de organização da produção pelas firmas, ou seja, sua governança, dentro de um quadro de análise institucional (ZYLBERSZTAJN, 1995).

Tendo em vista a expressividade do agronegócio nas exportações brasileiras e a importância dos portos neste processo, avaliar a existência e a dimensão dos Custos de Transação no ambiente portuário se apresenta como um elemento estratégico para promover ganhos de competividade.

Apesar de ser reconhecida a importância dos Custos de Transação pelas organizações e agentes econômicos, os esforços dos estudos atuais se concentram na aplicação da Teoria dos Custos de Transação (TCT) no ambiente empresarial, com o intuito de identificar, analisar e compor bases para a tomada de decisão das organizações.

Considerando este cenário, este estudo contribui para a base de pesquisas relacionadas à aplicação da TCT nas organizações empresariais e para os modelos de gestão. Para tanto, o objetivo deste trabalho foi criar um Índice de Custos de Transação (ICT), desenvolvido a partir da análise dos níveis de especificidade dos ativos das atividades de exportação de soja e

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etanol no ambiente portuário. Este índice pode ser utilizado para auxiliar a tomada de decisão de agentes exportadores nos processos de contratação de fornecedores, decisão entre comprar ou alugar equipamentos e contratação de serviços no ambiente portuário.

A hipótese desta pesquisa é a de que quanto mais específico for o produto ou a atividade desenvolvida nas atividades de exportação, maiores serão os custos de transação envolvidos nas exportações, acarretando a necessidade de contratos de longo prazo mais elaborados.

O cenário portuário brasileiro vem passando por diversas mudanças ao longo das últimas décadas, em especial após a Lei de Modernização dos Portos (Lei nº 8.630/93) (BRASIL, 2017a) e o novo marco regulatório (Lei nº 12.815/2013) (BRASIL, 2017b) com novos critérios para a exploração e arrendamento (por meio de contratos de cessão para uso) para a iniciativa privada de terminais de movimentação de carga em portos públicos. Além disso, as novas regras facilitam a instalação de novos terminais portuários privados. Para Farranha et al. (2015), um dos objetivos principais da Lei nº 12.815/2013 foi proporcionar mais agilidade e modernizar o setor, reduzindo os custos das transações.

Fundamentação Teórica

As instituições são as regras do jogo em uma sociedade ou, mais formalmente, são as restrições humanamente concebidas que moldam a interação humana. Em consequência, elas estruturam incentivos no intercâmbio humano, seja político, social ou econômico. A mudança institucional molda o modo como as sociedades evoluem ao longo do tempo e, portanto, é a chave para a compreensão da mudança histórica (NORTH, 1990).

As instituições constituem-se como um conjunto de regras construídas pelos seres humanos que estruturam a interação social, econômica e política. Elas podem ser regras formais (constituições, leis e direitos de propriedade) e/ou informais (costumes, tradições, tabus e códigos de conduta) (OLIVEIRA, 2011).

North (1990) ao escrever sobre a importância das Instituições na economia, descreve que as instituições afetam o desempenho da economia pelo seu efeito nos custos de troca e produção, onde juntos com tecnologia empregada, determinam os custos de transação e transformação, constituindo assim os custos totais.

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O conceito de que as instituições afetam o desempenho das economias é pouco controverso, assim como o de que este desempenho é fundamentalmente influenciado pela forma como as instituições evoluem (NORTH, 1990).

O estudo precursor para o entendimento dos custos de transação foi realizado por Ronald Coase que introduziu este tema em seu artigo The Nature of the firm, em 1937. Neste estudo, o autor descreve a firma como um instrumento para atuar nos mercados com o intuito de diminuir os custos de transação e de contratos.

A partir dos estudos de Coase (1937) e North (1990) iniciou-se uma corrente de estudos denominada Nova Economia Institucional (NEI). O objetivo fundamental da nova economia institucional, também denominada de Teoria dos Custos de Transação (TCT) é o de estudar o custo das transações como o indutor dos modos alternativos de organização da produção (governança), dentro de um arcabouço analítico institucional (ZYLBERSZTAJN, 1995).

Uma das formas de entender o desempenho das organizações se dá por meio da análise dos Custos de Transação, considerada por Williamson (1979) fundamental para o estudo da economia, onde os Custos de Transação identificam as dimensões críticas para caracterizar as transações, descreve as principais estruturas de governança das transações e indica como e porque as transações podem ser combinadas com as instituições de forma discriminatória.

Numa estrutura de governança, o objetivo é garantir uma coordenação (com ou sem o mercado) que economize os custos de transação e reduza a incerteza, compensando os agentes da racionalidade limitada e do oportunismo (BELIK, 2007). Assumindo que nas transações, sejam elas via mercado ou internas, existem custos, Williamson (1979) destaca que para entender o conceito da Teoria dos Custos de Transação (TCT) é necessário destacar dois pressupostos comportamentais: Racionalidade Limitada e Oportunismo.

Racionalidade limitada é o pressuposto de que o agente não possui todas as informações necessárias para a transação e sendo assim o ator humano é considerado limitadamente racional. Para fins de TCT, a ramificação chave da racionalidade limitada para o estudo do contrato é que todos os contratos complexos são inevitavelmente incompletos. A ficção analiticamente conveniente da contratação completa é assim desautorizada (WILLIAMSON, 2007).

O outro pressuposto comportamental é o Oportunismo, a ideia essencial é a de que, na busca do seu auto-interesse, os homens nem sempre se conduzem de maneira transparente e

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honesta. Para Williamson (1993) o oportunismo não condiz apenas às falhas em auto-revelar atributos verdadeiros ex-ante (seleção adversa) e verdadeiro desempenho ex-post (risco moral), mas o fracasso em dizer a verdade e em se admitir que os agentes econômicos podem mentir, trapacear, roubar e violar o espírito de um acordo. Ademais, são admitidas as possibilidades de os agentes econômicos induzirem deliberadamente a quebra de contrato e se envolverem em outras formas de comportamento estratégico (WILLIAMSON, 1993).

Para que a redução de Custos de Transação seja possível por meio de uma estrutura de governança, as empresas podem optar por três tipos de estrutura: 1) via mercados; 2) formas híbridas; 3) hierarquia (integração vertical). Esta escolha é baseada na análise dos parâmetros das transações contratuais observadas por Williamson (1985): a especificidade dos ativos envolvidos na transação, a frequência e a incerteza.

O conceito de incerteza é relacionado com pressuposto comportamental do oportunismo e de acordo com Azevedo (2000) a incerteza aumenta as lacunas de informações que os contratos não podem cobrir, portanto neste ambiente os agentes sem posse das informações necessárias não podem prever os acontecimentos futuros aumentando as possibilidades de renegociação e possíveis perdas.

A frequência de uma transação também é considerada na escolha da estrutura de governança, já que quanto maior a frequência, menores os custos associados à coleta de informações e elaboração de um contrato complexo, além de que os agentes não terão motivos para impor perdas aos seus parceiros. Em transações recorrentes, as partes podem desenvolver reputação, o que limita seu interesse em agir de modo oportunista para obter ganhos de curto prazo (OLIVEIRA, 2011).

Por último, a especificidade dos ativos envolvidos é um dos parâmetros mais importantes, sendo considerada uma variável chave para a determinação da estrutura de governança. Quanto mais específico um ativo, assume-se que maiores serão os custos de transação envolvidos e segundo Azevedo (2000), os ativos são específicos quando o retorno relacionado a eles depende da continuidade de uma transação.

Williamson (1985) aponta que a especificidade de ativos pode ser considerada em seis diferentes tipos, sendo eles:

• Especificidade local: refere-se ao espaço geográfico necessário para utilização do ativo, ou seja, para a utilização de um determinado ativo existem restrições locacionais;

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• Especificidade física: refere-se aos ativos envolvidos durante a produção de um determinado produto a ser transacionado. O ativo possui limitação de uso, seriam máquinas e equipamentos específicos para um determinado processo produtivo;

• Especificidade humana: relacionada aos recursos humanos necessários para realização de uma determinada atividade;

• Especificidade tecnológica: a empresa para poder realizar a transação precisa investir em determinados processos tecnológicos. Como em tecnologia da informação (troca eletrônica de dados, gestão de estoques, planejamento da logística).

• Especificidade de marca: relaciona-se à reputação que o nome da empresa ou produto tem no mercado, ocorre quando se exige que uma marca específica represente todos os produtos advindos da cadeia de suprimentos;

• Especificidade temporal: está presente quando um determinado produto apresenta características de perecibilidade ou qualquer outra condição que implique na necessidade de consumo em um determinado período de tempo.

Considerando os diferentes tipos de especificidades de ativos, ao pensar sobre os custos de transação, quanto maior a especificidade dos ativos, maior a perda associada a uma ação oportunista por parte de outro agente. Consequentemente, maiores serão os custos de transação (AZEVEDO, 2000).

Se a especificidade dos ativos for nula, os custos de transação serão negligenciáveis, não havendo necessidade de controle sobre a transação. Nesse caso, a forma organizacional mais eficiente seria o mercado. Se, ao contrário, a especificidade de ativos for elevada, os custos associados ao rompimento contratual serão altos. Neste caso, é interessante um maior controle sobre as transações, mesmo que às custas de menor motivação. Opta-se, portanto, pela hierarquia (integração vertical) (AZEVEDO, 2000).

A estrutura de governança mais adequada pode ocorrer baseando-se na avaliação dos três parâmetros da transação, sendo eles: a especificidade dos ativos, a frequência e a incerteza (Figura 1).

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Figura 1. Estrutura dos Principais Conceitos da TCT de Williamson

Fonte: Belik et al. (2007:117).

Apesar de ser reconhecida a importância dos Custos de Transação pelas organizações e agentes econômicos, os esforços dos estudos atuais se concentram na aplicação da Teoria dos Custos de Transação (TCT) no ambiente empresarial, com o intuito de identificar, analisar e compor bases para a tomada de decisão das organizações. Alguns trabalhos mais recentes envolveram a proposição de modelos analíticos para sistemas agroindustriais a luz TCT, permitindo testar hipóteses a respeito da organização dos sistemas como Fernandes (2009), Ji et al. (2012) e Nuintin et al. (2012). Nesta mesma linha, a TCT também foi aplicada para entender sua influência na escolha do mecanismo de comercialização mais adequado em Leme e Zylbersztain (2008), Oliveira (2011), Lucci et al. (2006), Fragoso (2013) e Weiseen et al. (2014). No entanto, a literatura ainda precisa de mais trabalhos com aplicações que

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busquem à criação de parâmetros comparativos, sendo essa uma das motivações para o desenvolvimento do presente trabalho.

Com relação a estudos empíricos e aplicados, Zylbersztajn (1995) propõe um modelo analítico para sistemas de agribusiness, em especial do mercado de café, com base na Teoria dos Custos de Transação (TCT). Este trabalho concluiu que a TCT permite formular e testar hipóteses a respeito da organização de sistemas em geral e de agribusiness em particular, com possibilidades de aplicação em coordenação e competitividade de sistemas produtivos.

Diversos fatores como mercado, economia e cultura organizacional fazem parte de um pacote de requisitos para a escolha da estrutura de governança de uma organização e, além destes parâmetros, os custos de transação passam a ter papel importante no ambiente competitivo, onde a redução dos custos de produção e transação são extremamente estratégicos.

Exemplo desta abordagem é o trabalho de Nogueira e Bataglia (2012), em que foi avaliada a influência dos Custos de Transação e das competências organizacionais na escolha da estrutura de governança no sistema de produção em seu estágio de manufatura.

Dentre as dimensões da TCT, a especificidade dos ativos é considerada a dimensão de maior peso, pois indica o potencial de perda de investimentos incorridos em uma transação, se isso não ocorrer. Nesta abordagem, a estrutura de governança adotada é o resultado de uma escolha racional para minimizar os custos de transação, principalmente devido ao risco de comportamento oportunista pela contraparte em uma transação (NOGUERIA; BATAGLIA, 2012).

Uma análise importante foi feita em Raz-Yurovich (2012), que estudou as questões sobre a decisão doméstica de terceirizar trabalhos, considerando a família como uma unidade organizacional, à luz da Teoria dos Custos de transação. Apesar disso, ao contrário do que se é observado no cenário empresarial, as questões de confiança, incerteza e desonestidade podem ser mais importantes na decisão de terceirizar do que a frequência e a especificidade.

Metodologia

A pesquisa é exploratória qualitativa. Segundo Gil (2010), as pesquisas exploratórias têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições, sendo compostas em sua maioria por uma pesquisa bibliográfica, entrevistas com pessoas que

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tiveram experiências práticas com o problema pesquisado e análise dos casos para possibilitar a compreensão.

A metodologia empregada nesta pesquisa se baseou no modelo desenvolvido por Neves (1999) para o planejamento de canais de distribuição de alimentos e bebidas e em Oliveira (2011) que avaliou os custos de transação dos produtos agrícolas no ambiente ferroviário.

Na presente pesquisa os produtos selecionados foram soja e etanol. A escolha destes produtos se deu por serem itens comercializados e exportados de forma expressiva e pelas diferenças físicas entre eles, o que poderia permitir uma análise mais abrangente.

Foi possível realizar contato com 20 agentes/tradings, que atuam nas atividades de exportação de soja e etanol no Porto de Santos, para os quais foram enviados formulários estruturados com o intuito de identificar, interpretar e analisar os custos de transação, especificamente a respeito da especificidade dos ativos empregados em tais atividades. Os agentes/tradings entrevistados foram representantes de grandes companhias como Petrobrás e Caramuru e também de centros universitários.

As entrevistas foram realizadas em Julho/2016 e foram recebidos 11 formulários preenchidos. Os dados obtidos inicialmente foram avaliados individualmente e, num segundo momento, de forma consolidada.

Os formulários empregados na pesquisa foram estruturados com questões que trataram as dimensões das transações avaliadas, a saber: especificidade dos ativos, frequência e incerteza. O nível de especificidade foi classificado como baixo, médio ou alto.

Os formulários recebidos foram compilados em tabelas e as respostas qualitativas (Baixo, Médio e Alto) foram substituídas por respostas quantitativas equivalentes (1, 2 e 3). Para que as análises fossem realizadas e aplicou-se a metodologia de cálculo do índice de custo de transação (ICT) proposto por Oliveira (2011). Este índice envolve a transformação das cinco dimensões por ele contempladas quanto às especificidades (ativos físicos, temporal, ativos humanos, tecnológica e locacional) em valores que variam entre 1 (baixo), 2 (médio) e 3 (alto), e a combinação destes valores em um indicador síntese. Assim, temos:

k k S ICT k x S k i i 2 100 . 34 , ... 3 , 2 , 1 1 − × = = =

=

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em que, . transação de custo de índice avaliados atributos de número dade. especifici de índice dade. especifici de atributos dos somatório = = = = ICT k i x S

Para que as análises fossem possíveis, foram usados dois critérios: 1. Classificação do ICT em três categorias: baixo, médio e alto. ICT máximo = 102 ICT mínimo = 34 Média aritmética = 68 • ICT baixo: ≤ 51 • ICT médio: 52 - 84 • ICT alto: ≥ 85

2. Comparativo entre os dois produtos estudados, soja e etanol.

Resultados e Discussão

O índice do custo de transação (ICT) obtido para a soja e para o etanol estão reunidos na Tabela 1. O indicador foi construído a partir das diferentes dimensões das especificidades dos ativos, indicando assim para qual produto se tem um maior custo de transação. Segundo Oliveira (2011), quanto mais exclusivo e especializado for um bem ou serviço, e quanto menos substituível este bem ou serviço for, maiores serão os preços. Para Belik (2007), os ativos são ditos específicos quando eles não podem ser reempregados para outro uso sem que incorra em perdas de seus valores. Em suma, quanto maior o valor, mais específico o ativo, corroborando para um mais alto índice de custos de transação.

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Tabela 1. Índice de Custo de Transação (ICT) para soja e etanol

Especificidade de Ativos Soja Etanol

Especificidade de Ativos Físicos 11 20

Especificidade Temporal 4 2

Especificidade Tecnológica 30 32

Especificidade de Ativos Humanos 8 11

Especificidade Locacional 12 14

S = Somatório dos Atributos 65 79

ICT = Índice de Custo de Transação 46 66

Os custos de transação relacionados a especificidade locacional, apesar de estarem no mesmo nível de especificidade (Tabela 3), tem maior relevância no que tange às atividades de exportação de etanol (Tabela 2), em razão da necessidade deste produto ser armazenado e manuseado perto do porto e do cais, enquanto que a soja não demanda esta localização específica.

Tabela 2. Especificidade Locacional de Ativos

Tipo de Investimento em Ativos Nível de Especificidade

Soja Etanol

Necessidade de proximidade do cais 1 2

Necessidade de proximidade do porto 1 2

Necessidade de proximidade da ferrovia 3 2

Necessidade de proximidade do centro produtor 2 3

Fornecimento de energia 3 3

Fornecimento de água 2 2

Total 12 14

Tabela 3. Nível Especificidade Locacional de Ativos Classificação

Baixa Especificidade Entre 6 e 9

Média Especificidade Entre 10 e 14

Alta Especificidade Entre 15 e 18

Geralmente, armazéns que estocam soja também são capazes de armazenar outros produtos, como milho (Tabela 4). O etanol tem a sua armazenagem em tanques que devem ser utilizados exclusivamente para este fim. O etanol exige também, sistemas de dutos de bombeamento, carregamento e descarregadores de navios específicos para o manuseio. Estas características contribuem para que o nível de especificidade dos ativos físicos nas atividades

(24)

de exportação do Etanol seja alta (Tabela 5) e também para que o ICT relacionado a especificidade dos ativos físicos da soja seja menor em relação ao etanol.

Tabela 4. Especificidade de Ativos Físicos

Tipo de Investimento em Ativos Nível de Especificidade

Soja Etanol

Instalações Físicas

Armazenagem (Silo/ Armazém/ Tancagem) 1 3

Facilidade de estocagem 2 2

Centro de serviços e reparos 3 3

Pátio de armazenagem 1 3

Tombador 1 -

Esteira transportadora 1 -

Balança e Moega 1 -

Sistema de Bombeamento - 2

Duto para carregamento/descarregamento - 3

Medidor de vazão - 1

Instalações Móveis/Equipamentos

(Des) Carregador de Navio 1 3

Total 11 20

Tabela 5. Nível Especificidade de Ativos Físicos Classificação

Baixa Especificidade Entre 8 e 12

Média Especificidade Entre 13 e 19

Alta Especificidade Entre 20 e 24

Em geral, a especificidade de ativos humanos (Tabela 6) é um importante componente da transação. Este resultado se deve ao fato de que as pessoas que trabalham nas atividades de exportação de produtos agrícolas, necessitam de treinamento técnico específico, conhecimento operacional e de produto, conhecimento de trading e estar em constante aperfeiçoamento profissional. Considerando um alto nível de especificidade (Tabela7), deve-se analisar os riscos de falta de efetivo nas atividades e dificuldade de gestão do conhecimento, acarretando maiores custos de transação que poderiam elevar ainda mais o ICT.

(25)

Tabela 6. Especificidade de Ativos Humanos

Tipo de Investimento em Ativos Nível de Especificidade

Soja Etanol

Treinamento da mão-de-obra técnica 1 3

Necessidade de conhecimento do processo de operação 2 3

Necessidade de conhecimento do produto 2 3

Necessidade de conhecimentos de trading 3 2

Total 8 11

Tabela 7. Nível Especificidade de Ativos Humanos Classificação

Baixa Especificidade Entre 4 e 6

Média Especificidade Entre 7 e 9

Alta Especificidade Entre 10 e 12

A respeito da especificidade temporal, o ICT da soja é maior, haja visto que é um produto perecível, enquanto o etanol não (Tabela 8). A Soja exige maior frequência de embarque e desembarque e uma atenção ao tempo de armazenagem do produto, acarretando em uma média especificidade temporal (Tabela 9).

Tabela 8. Especificidade Temporal

Tipo de Investimento em Ativos Nível de Especificidade

Soja Etanol

Tempo de armazenagem (perecibilidade) 2 1

Embarque-desembarque frequente/transit time 2 1

Total 4 2

Tabela 9. Nível Especificidade Temporal Classificação

Baixa Especificidade Entre 2 e 4

Média Especificidade 4

Alta Especificidade Entre 5 e 6

De forma geral, a especificidade tecnológica é média nas atividades relacionadas tanto à exportação da soja quanto do etanol (Tabela 11), pois há a necessidade rastreamento dos produtos via SISCOMEX (Sistema Integrado de Comércio Exterior) desde a entrada no porto até a exportação (Tabela 11). A partir da Lei de Modernização dos Portos houve a

(26)

necessidade de integração entre os agentes exportadores, a Receita Federal e o Controle de Segurança dos Portos, coordenado pela CODESP (Companhia Docas do Estado de São Paulo).

Tabela 10. Especificidade de Ativos Relacionados à Tecnologia de Informação e Processos

Tipo de Investimento em Ativos Nível de Especificidade

Soja Etanol

Investimento em troca eletrônica de dados

Com CODESP 2 2

Com Receita Federal 3 3

Com Agência de Navegação 2 2

Com Dono da carga 2 2

Processo de gestão por categorias de produtos

Equipe 2 3

Armazém separado 3 3

Equipamentos distintos 1 2

Processo de gestão por cliente

Processo de fumigação 2 -

Processo de tancagem distinto - 1

Informação acompanhada junto ao produto 2 3

Processo de planejamento de logística conjunta

Com CODESP 1 1

Com Transportadora 2 3

Com Dono da carga 3 3

Programas de qualidade (certificações) 2 1

Programas de rastreabilidade da carga 3 3

Total 30 32

Tabela 11. Nível Especificidade de Ativos Relacionados à Tecnologia de Informação e

Processos

Classificação

Baixa Especificidade Entre 14 e 21

Média Especificidade Entre 22 e 34

Alta Especificidade Entre 35 e 42

Ademais, importadores como a China tem exigências especiais como registro junto as autoridades competentes do país, feito através do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), já os países da União Europeia exigem um rastreamento da carga. O etanol por sua vez, deve ser registrado via SISCOMEX junto à ANP (Agência Nacional do Petróleo). Estas necessidades sistêmicas fazem com que o grau de especificidade seja semelhante para os dois produtos.

(27)

Considerações Finais

A Teoria dos Custos de Transação é um assunto bastante explorado na literatura, desde Coase (1937), passando pelas contribuições de Williamson (1985), North (1990) e Zylbersztajn (1995). A questão que se coloca é a necessidade de que estes conceitos, tão importantes para a gestão organizacional das empresas, sejam estudados e analisados de forma aplicada em estudos de caso, e mais importante ainda, que sejam utilizados de forma prática pelas organizações modernas assim como as pesquisas com aplicações já citados neste trabalho.

A utilização de indicadores como o ICT na construção da tomada de decisão das compra, terceirização, integração vertical, aluguel ou compra de equipamentos, é cada vez mais importante, haja visto que em um cenário competitivo a redução de custos se torna cada vez mais necessária e é fator decisivo de competitividade. Isso se confirma considerando o cenário atual, onde a empresa competitiva deve ser eficiente e efetiva, produzindo mais e com mais qualidade mantendo ou reduzindo custos de produção e transação.

É possível observar que a maioria das especificidades dos ativos estudados se encontram entre média e alta especificidade, indo ao encontro das conclusões geradas no trabalho de Lucci e Scare (2006) de que a operação portuária é uma atividade com grande potencial de gerar altos custos de transação derivados das especificidades dos ativos utilizados nas atividades de exportação de produtos agropecuários.

Com base no ICT calculado, de forma geral é desejável a utilização de contratos de médio e longo prazo na gestão organizacional das atividades de exportação de etanol. Neste caso, mesmo que os custos de transação sejam maiores inicialmente, estes arranjos contratuais mais elaborados e completos podem mitigar o comportamento oportunista e incerteza nas relações contratuais, regulando assim o ICT inerente a gestão destes ativos específicos.

Para as atividades de exportação de soja, os contratos de curto prazo se tornam mais atraentes, já que em alguns itens como especificidade de ativos físicos, temos índices de ICT menores e arranjos contratuais muito elaborados e de longo prazo, podem ser custosos sem o retorno desejado.

Este trabalho se concentrou em estudar a especificidade dos ativos, que é um dos parâmetros das transações contratuais observadas por Williamson (1985). Portanto há a oportunidade de estudar os outros dois parâmetros das transações contratuais para a análise dos custos de transação, sendo eles a frequência e a incerteza das transações. A aplicação da

(28)

NEI para analisar as atividades de exportação de outros produtos agropecuários também é interessante para compor um grupo de estudos aplicasdos sobre a TCT.

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(31)

3 CONCLUSÕES GERAIS

Analisar a percepção dos agentes econômicos que operam no Porto de Santos se mostrou adequada uma vez que proporcionou novos elementos direcionadores das decisões quanto ao mecanismo de comercialização mais indicado para exportação das commodities agrícolas. Os resultados obtidos mostraram que de forma geral, os ativos empregados nas atividades de manuseio do etanol são mais específicos que os empregados nas atividades envolvidas no manuseio da soja.

Contudo, os diferentes tipos de investimentos e as diferentes especificidades analisadas atingiram níveis que se concentraram entre médio e alto, variando de acordo com as características dos produtos avaliados.

A hipótese deste trabalho propôs que quanto mais específico o ativo ou a atividade desenvolvida nas atividades de exportação, maior o Índice de Especificidade dos Ativos e assim, maiores serão os custos de transação, implicando na necessidade de contratos de longo prazo mais elaborados. De posse dos resultados da aplicação do ICT, percebemos que a hipótese deste trabalho se prova com o comportamento do nível do índice, onde quanto maior a especificidade do ativo percebida pelos agentes, mais elevado é o seu ICT.

Tanto para soja como para o etanol é desejável a utilização de contratos de médio e longo prazo na gestão organizacional das atividades de exportação do etanol. Neste caso, mesmo que de implementação desses contratos sejam maiores inicialmente, estes arranjos contratuais mais elaborados e completos podem mitigar o comportamento oportunista e incerteza nas relações contratuais, regulando assim o ICT inerente à gestão destes ativos específicos.

Para as atividades de exportação de soja, os contratos de curto prazo se tornam mais atraentes, já que em alguns itens como Especificidade de Ativos Físicos, temos índices de ICT menores e arranjos contratuais muito elaborados e de longo termo, podem ser custosos e também poderiam engessar a rotatividade de produtos que poderiam ser manuseados nas mesmas instalações.

Algumas dimensões devem ser analisadas mais cuidadosamente, como por exemplo, a especificidade de recursos humanos que, em geral, tem grande relevância e mostra que alguns arranjos contratuais provenientes destes ativos requerem atenção durante seu desenvolvimento, já que a gestão do conhecimento tem grande influência no desenvolvimento das atividades de manuseio na exportação destes produtos. Isso se dá basicamente pela

(32)

necessidade de treinamentos e certificações específicas para o desenvolvimento destas atividades.

As transformações ocorridas após da Lei de Modernização dos Portos (Lei n.º 8.630) com a nova Lei dos Portos (Lei n.º 12.815) fizeram com que a estrutura de governança também fosse alterada, as formas híbridas de governança (contratos de médio e longo prazo) vem ganhando destaque.

Esta lógica fica mais clara quando se analisa a mudança promovida pela da Lei n.º 12.815 no que tange a forma de movimentação de cargas. A lei desvincula o conceito de carga própria, assim os terminais privados fora do porto público são livres para movimentar carga própria e de terceiros. Além de possibilitar o aumento da movimentação de cargas esta mudança no marco regulatório faz com que os agentes que operam tais terminais busquem estabelecer contratos de médio e longo prazo com as empresas interessadas.

A aplicação análise dos ICT proposto neste trabalho, sob a ótica das organizações, pode compor a base para a tomada de decisão sobre modelos de arranjos contratuais nas instituições, possibilitando ações mais estratégicas visando a redução dos custos e aumentando a competitividade das organizações.

As oportunidades de desenvolvimento de trabalhos de aplicação da TCT no ambiente de exportação agropecuária não se limita com este estudo, já que foi analisado um dos parâmetros das transações contratuais observadas por Williamson (1985). Portanto, há a oportunidade de desenvolvimento de aplicações da NEI à luz dos outros dois parâmetros, sendo eles a incerteza e o oportunismo.

(33)

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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(36)

ANEXO 1: ROTEIRO DOS QUESTIONÁRIOS

Especificidade dos ativos:

Quanto mais específico o ativo for, maior será o custo de transação associado. Ou seja, quanto mais especializado e exclusivo for um bem ou um serviço, e quanto maior a impossibilidade de se achar um substituto sem que haja perda de valores, mais altos são também os preços (OLIVEIRA et al., 2011). Para Williamson (1985) especificidade refere-se à quão específico é o investimento para a atividade e quão custosa é sua realocação para outro uso. Podem ser:

Construção de um Questionário para Identificação de Ativos Específicos Objetivo: Identificar, interpretar e analisar os custos de

transação dos produtos agrícolas (Soja e etanol) que sejam decorrentes das atividades portuárias de Santos. Considerando a alteração da regulação dos portos (Medida Provisória 595 ou MP dos Portos). Para isso, foi aplicado um questionário aos agentes portuários e empresas envolvidas a fim de medir o grau e a nova sistemática de especificidade dos ativos e dos serviços prestados com esta alteração regulatória.

Especificidade dos ativos físicos: refere-se ao ativos envolvidos durante a

produção de um determinado produto a ser transacionado (OLIVEIRA et al., 2011).

Especificidade Temporal: refere-se ao tempo para realização de uma

transação, sendo principalmente relevante no caso da negociação de produtos perecíveis (OLIVEIRA et al., 2011).

Especificidade Tecnológica: A firma, para poder realizar uma transação,

investe em processo tecnológicos sofisticados e específicos, ou ainda, utiliza a tecnologia da informação (OLIVEIRA et al., 2011).

Especificidade Humana: esta especificidade está relacionada com toda a

forma de capital humano específico a uma determinada firma (OLIVEIRA et al., 2011).

Especificidade Locacional: transações em que a localização dos ativos

envolvidos deve ser próxima para que a transação se realize com sucesso (OLIVEIRA et al., 2011).

Como: Para tanto, foi adotada a metodologia proposta por

Fava Neves (1999) e Lucci e Scare (2005) para analisar a especificidade dos ativos e identificar a existência de custo de transação no ambiente portuário de forma a avaliar a estrutura de governança.

De que forma: Aplicando a metodologia de cálculo do índice

de custo de transação (ICT) envolve a transformação das cinco dimensões por ele contempladas quanto às especificidades (ativos físicos, temporal, ativos humanos, tecnológica e locacional) em índices que variam entre 1 (baixo), 2 (médio) e 3 (alto), e a combinação destes índices em um indicador síntese.

Resultado esperado: Quanto maior o valor deste

indicador, maior será o custo de transação associado ao transporte portuário das commodities avaliadas.

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ANEXO 2: QUESTIONÁRIOS ENVIADOS AOS AGENTES PORTUÁRIOS

Instalações Móveis/Equipamentos

(Des) Carregador de Navio

Armazenagem (Silo/ Armazém/ Tancagem)

Facilidade de estocagem Centro de serviços e reparos

TABELA 1 - Especificidade de Ativos Físicos: Equipamentos, Infraestrutura e facilidades

Tipo de Investimento em Ativos

Instalações Físicas Soja Etanol

Nível de especificidade (alto/ médio/ baixo)

Balança e Moenga Esteira transportadora Pátio de armazenagem Medidor de vazão Tombador Sistema de Bombeamento

Duto para carregamento/descarregamento

O objetivo da tabela 1 é identificar quão específica foi a infra-estrutura feita para atender o produto. Assim, o objetivo neste item é saber se o produto do terminal tem necessidades especiais para sua acomodação e para sua movimentação. Ou seja, se é possível utilizar o terminal e os armazéns para atender outro produto qualquer. Neste item há duas divisões: instalações fixas e móveis.

Programas de rastreabilidade da carga Programas de qualidade (certificações)

Com transportadora Com o dono da carga

Processo de gestão por cliente:

Processo de fumigação Processo de armazenagem distinto

Processo de planejamento de logística conjunta:

Com CODESP

Informação acompanhada junto ao produto Equipamentos distintos

Processo de gestão por categorias de produtos:

Equipe Armazém separado Com o dono da carga Com agência de Navegação

TABELA 3 - Especificidade de Ativos Relacionados à Tecnologia de Informação e Processos

Nível de especificidade (alto/ médio/ baixo)

Com Receita Federal

Investimento em equipamentos para troca eletrônica

de dados: Soja Etanol

Com CODESP

Tipo de Investimento em Ativos

TABELA 2 - Especificidade Temporal: Pressão de tempo para realizar a transação

Tipo de Investimento em Ativos Nível de especificidade (alto/ médio/ baixo)

Soja Etanol

Embarque-desembarque frequente/transit time Tempo de armazenagem (perecibilidade)

O objetivo da tabela 2 é identificar o quanto a especificação do produto, no caso a perecibilidade, afeta no período de armazenagem da carga e na operação (embarque e desembarque).

Devido ao processo de modernização da atividade portuária em Santos e ao dinamismo necessário no atual sistema econômico, muito procedimentos foram automatizados. Esse foi um dos objetivos da Lei de Modernização dos Portos. Com a adoção da MP dos portos o intuito é que aumente a concorrência e os investimentos para modernizar o modelo de gestão e de processos, garantindo uma melhor eficiência portuária. Partindo da premissa de que isso ocorreu, pergunta-se aos entrevistados o quão específicos foram os investimentos para que isso ocorresse e, de uma certa forma, o quanto isso modificou a estrutura da empresa

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TABELA 4 - Especificidade de Ativos Humanos

Tipo de Investimento em Ativos Nível de especificidade (alto/ médio/ baixo)

Soja Etanol

Treinamento da mão-de-obra técnica Necessidade de conhecimento do processo de operação

Necessidade de proximidade do cais Necessidade de conhecimento do produto Necessidade de conhecimentos de trading

TABELA 5 - Especificidade Locacional de Ativos: Proximidade à matéria-prima, clientes, etc.

Tipo de Investimento em Ativos Nível de especificidade (alto/ médio/ baixo)

Soja Etanol

Fornecimento de água

Necessidade de proximidade do porto Necessidade de proximidade da ferrovia Necessidade de proximidade do centro produtor Fornecimento de energia

O objetivo da Tabela 4 é identificar se a atividade portuária precisa de trabalhadores com conhecimentos específicos? O quão específicos e em que etapa?

O objetivo da Tabela 5 é analisar o quão específico é ter um terminal para a empresa em termos de necessidade de determinada localização.

Referências

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