CONTRIBUIÇÃO AO CONHECIMENTO DOS POLIPLACÕFOROS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, BRASIL (MOLLUSCA ;POLYPLACOPHORA).
Dissertação de Mestrado apresentada ã Coordenação de Curso de Pôs-Graduação em Zoologia da Universidade do Rio de Janeiro . RIO DE JANEIRO 19 7!,
•
Federale no
Setor de Malacologia do Departamento de Invertebrados do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro
Sob a orientação do Professor
ARNALDO CAMPOS DOS SANTOS COELHO
D�ntre os muitos colegas a quem devo gratidão, quero agradecer em especial aos professores ARNALDO e.DOS SANTOS COELHO pela orientação segura e dedicada, JOHAN BECKER pelas precisas traduções e OTÁVIO SARMENTO PIERI pelo cuidadoso trabalho fotográfico.
Introdução .
Metódos e material .
Cronologia das ocorrências .
Classe POLYPLACOPHORA Blainville, 1816 . Sub-classe NEOLORICATA Bergenhayn, 1955 .
Ordem LEPIDOPLEURINA Thiele, 1910
Família tEPIDOPLEURIDAE Pilsbry, 1892 • Gênero Lepidopleurus Risso, 1826
Lepidopleurus kerguelensis (Haddon, 1886) Gênero Oldroydia Dall, 1894
Oldroydia darioi Righi, 1973 . Ordem ISCHNOCHITONINA Bergenhayn, 1930 . Família ISCHNOCHITONIDAE Dall, 1889 .
Gênero Ischnochiton Gray, 1847 •
Ischnochiton striolatus (Gray, 1828). Ischnochiton pruinosus (Gould, 1846). Ischnochiton moreirai Righi, 1973 . Ischnochiton aidae Righi, 1973 . Família CHAETOPLEURIDAE Plate, 1899 .
Gênero Chaetopleura Shuttleworth, 1853 . Chaetopleura fulva (Wood, 1815)
Chaetovleura isabellei (Orbigny. 1841) Chaetopleura spinulosa (Gray, 1828) Chaetopleura asperrima (Gould, 1852). Gênero Calloplax Thiele, 1909 .
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Calloplax janeirensis (Gray, 1828). Conclusões Eibliografia . Resumo pag. 05 pag. 07 pag. 09 pag. 10 pag. 11 pag. 11 pag. 11 pag. 12 pag. 12 pag. 14 pag. 15 pag. 18 pag. 18 pag. 19 pag. 21 pag. 22 pag. 24 pag. 25 pag. 26 pag. 27 pag. 27 pag. 32 pag. 35 pag. 38 pag 41 pag. 41 pag. 43 pag. li 7 pag. 46
O presente trabalho ê orientado dentro do espírito do plano de atividades malacolÕgicas do Museu Nacional da Universi-dade Federal do Rio de Janeiro. Nessa perspectiva, tentei inven tariar e divulgar a fauna de.moluscos poliplacÕforos do Estado do Rio de Janeiro, não apenas relacionando as espécies assinaladas
para essa região, mas também fornecendo todos os dados disponí-veis sobre elas, figurando seus aspectos anatômicos, acrescentan do dados de observação pessoal e informando s�bre os
depositados nas coleções malacolÕgicas.
espécimes A primeira dificuldade com que me deparei foi definir o que seja "Rio de Janeiro" . As contínuas alterações de ordem política ocorridas nessa região fazem com· que o material daí pr� veniente seJa rotulado com as indicações de "Distrito Federal" ,
"Guanabara" e Rio de Janeiro, o que confunde principalmente os pesquisador�s estrangeiros, mal informados dessas mudanças.
Decidi por isso, ao tratar de um grupo marinho, delimi tar como área de trabalho toda a região compreendida entre o li-toral do atual Estado do Rio de Janeiro e o limite
talude continental fronteiro.
inferior do Serão portanto considerados como ocorrentes no Rio de Janeiro os animais coletados entre as latitudes de 21916'S e 239181S (aproximadamente).
� difícil estabelecer rigidamente um limite d� afasta-mento do litoral que delimite as aguas do Rio de Janeiro. O 1 i mite oficial de duzentas milhas tem caPâter político-econômico e não ecológico. O limite inferior do talude· continental se me a figura a demarcação mais ampla possível. Além desse ponto, creio que qualquer anim2l deve ser rotulado como abissal e nao cor.1O o corrente no Rio de Janeiro.
.MÉTODOS E MATERIAL
Classificação O arcabouço sistemático utilizado ba -seia-se em BERGENHAYN (1955). Não foi fácil a decisão de abando
que tem nar a sólida classificação proposta por TRIELE (1931),
sido utilizada por cerca de 30 anos e faz parte de minha forma-ção. Uma sirie de fatores contudo levou-me a isto, a saber:
a) O sistema de BERGENHAYN (1955) não ê antag;nico ao de TRIELE (1931), representa na verdade uma evolução do mesmo.
b) BERGENHAYN (1955), apesar de se ter baseado. princi-palme�te em características concholÕgicas, manteve estreito par� lelis�o com os conceitos filogeniticos enunciados por PLATE(l898 e 1901).
c) A classificação de BERGENHAYN (1955) ê utilizada p� cialmente por SMITH (1960), um paleontÕlogo e por HYMAN (1967) um zoÕlogo. Outros zoólogos como FISCHER-PIETTE & FRANC (1960 ) a aceitaram totalmente. Esse uso indiscriminado por paleontÕl� gos e zoólogos faz prever a generalização de seu usp nessas duas áreas, o que seria altament� desejãvel.
Terminologia - As duas Últimas pranchas deste trabalho foram utilizadas para representar as principais estruturas. exte� nas de um poliplacÕforo, indicando sua localização e o termo com que foram caracterizadas.
r nm i e: e: n r,;:in C::() fr,rr,PrPr 11TTl::1 rpfpr�rÍ ;:t
terminologia morfolÕgica desse grupo que tem pouca ou nenhuma tra dição de uso entre os autores de língua portuguesa.
Foi usada a tradução ou adaptação para o português da terminologia sugerida por SMITH (1960), exceção feita para a p� lavra perinoto, que preferi manter com a significação dada por THIELE (1931) em lugar de cinturão (girdle), por julgá-la bastan te expressiva e de uso mais generalizado.
e n t ida d e s t a x o n Ô mi c a s d e h i e r ar q u i à s u p e r i o r · a gene r � , b a s e e i -me em SMITH (1960), TRIELE (1931) e FISCHER- PIETTE & FRANC (1967) Na caracteriza�ão dos gineros preferi utilizar a descrição orig! nal, quando disponfvel ou, em sua falta as transcrições e
cita
-çoes de PILSBRY (189 2 e 1893) e finalmente SMITH (1960), TRIELE (1931) e FISCHER-PIETTE & FRANC (1960).
A sinonfmia ·dos gineros baseia-se em SMITH (1960). A caracterização especffica baseia-se nos espécimes es tudados e, em alguns casos, nas informações fornecidas por RIGHI (1967, 1968, 1970, 1971, 1973a e 1973b). As listas s1non1m1cas
.
.,.
sao citadas apos o nome válido da espécie.de {azi-las o mais completas possfvel e, no
Utilizei o critério
-caso de nao ter tido acesso aos espécimes ou sua descrição, apresentei em seguida a citação a fonte onde foi obtida.
Os comentários sao, de um modo geral resultado de con ceitas e observações pessoais.
Tratamento dado aos espécimes e peças anatômicas - Qu� do possfvel .
- .
os espec1.mes coletados foram mantidos distendidos so bre lâmina, anestesiados com mentol e fixados em formal neutrali zado pelo carbonato de cálcio. O lfquido conservador btilizado foi o álcool etflico 709GL glicerinado na proporção de 5 para 1. As rádulas e, em alguns casos os elementos do perinoto foram tratados pela potassa aquosa a 5% a quente, desidratados na série de alcoois, corados com orange G e montados entre
na e lamfnula com bálsamo d� Canadá.
1 ârni Material examinado - Todos os espécimes examinados es tao depositados na coleção respectiva do Setor de Malacologia do Departamento de Invertebrados do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, (Cal. Mol. M.N. e M. N. Col. Mol. H. S. Lopes).
-CRONOLOGIA DAS OCORRÊNCIAS'
Os primeiros poliplacÕforos a serem assinalados no Es tado do Rio de Janeiro estão citados no trabalho de GRAY (1828) onde, na pâgina 6 aparecem os nomes
Chiton spinulosus
,Chiton
strioZatus
eChiton Janeirensis
com a indicação da localidade"Rio de Janeiro".
Em 1846, GOULD, em reunião da "Boston Society of Natural Hi�tory", anunciou- resultados parciais de seu exame do material · coletado pela "U .. S. �xploring Expedition" sob o comando de C .
Wilkes, Denominou então
Chiton pruinosus
a uma espêcie de qui-tão coletado no Rio de Janeiro. PILSBRY ·(189 2), referiu que Cou thouy, em manuscrito, teria mencionado essa espécie como "cole�a da nas pedras em frente ao Forte Santa Cruz a duas ou três bra ças de profundidade "É o mesmo GOULD (1852) que, continuando a descrever o material coletado pela "U.S. Exploring Expedition", citou na p� gina 326
Chiton asperrimus
e_deu como localidade de coleta ''Ilha do Pai, na entrada do Porto do Rio de Janeiro" .Desde 1815
Chiton fulvus
havia sido descrita por WOOD para os mares da Europa . ROCHEBRUNE & MABILLE (189 1), examinando os moluscos da Missão Científica ao Cabo Horn, assinalaram essa mesma espécie, sob a denominação deChaetopZeura fuZva
( Wood 1815 ), no extremo sul da Amêrica do Sul. CARCELLES (19 50), me� cionou es_sa espécie dando como distribuição geográfica "Portugal, Espana, Region Magallanica y Patagonia".Apenas em 1954, KAAS, examinando material que lhe fora enviado pelo Dr. H . de Souza Lopes, coletado na· Ilha de Santa A na em Macaê, Rio de Janeiro, concluiu pela identidade entre a
ChaetopZeura fuZva
(Wood, 1815) e oChiton tehuelahus
Orbigny, 1841 descrito da Baia de San Elas, na Patagônia. Jâ PILSBRY (189 2) se referia ·ã possibilidade dessa identidade ao tratar daespécie de 0rbigny. Coube porem a KAAS (1954), nao
-
.
so -cer a sinonimia, como assinalar a espicie pra o Rio deestabele-Janeiro e propor a criação da variedade tehuelcha 0rbigny, 1841 para os espécimes do hemisfério sul.
Tratando de material coletado pela " Lund University Chile Expedition 11 , e baseando-se em material brasileiro deposi tado no Museu Britinico, .LEL0UP (1956) assinalou " entre a Ilha do Pai e a Ilha.de Maricãs, -em frent� ao Rio de Janeiro, a 38 braças de profundÍdade " a Chaetopleura ilj]abellei (0rbigny·, 1841) descrita pela primeira vez para a jã citada Baia de San Blãs .
Diversos foram os autores que forneceram informações a dicioiais, descrições e ilustrações da fauna de poliplacÕforos do Rio de Janeiro. Entre outros devem ser destacados S0WERBY (1841) em 1
1Conchologic.al Illustrations" , REEVE (1847) em Concho logia Iconica11
, 0RBIGNY (1841) em " Voyage dans l 'Amerique Meri dionale " e PILSBRY (189 2 e 1893) 1.n "Tryon, Manual of Conchology11•
Modernamente deve-se a RIGHI (1967, 1970, 1971, 19 73 a e 1973b) uma pormenorizada revisão dos poliplacÕforos brasilei ros . Foi esse autor que assinalou a ocorrência no Rio de Janei-ro das demais esp�cies ai assinaladas. R IGHI (1973a) em II Molu� cos da Baia da Ilha Grande, Rio de Janeiro, II II assinalou. para
essa localidade o Lepidopleurus kerguelensis (Haddon, 1886). No trabalho II Adições aos Polyplacophora Brasileiros " RIGHI (1973b)
do Rio de Janeiro, a saber: Oldroydia darioi (apenas um-exemplar do Rio de Janeiro), Ischnochiton moreirai P Ischnochiton aidae os dois Últimos em frente ao litoral dé Cabo Frio, RJ.
Classe P0LYPLAC0PH0RA Blainville, 1816
sub-divide em valvas, em geral 8, as quais estão·total o� parcialme� te incluídas em um cinturão protetor (perinoto). Valvas reco-brindo-se em maior ou menor grau. Cabeça diferenciada. Pê ada.E_
tado a rastejar. Numerosas brânquias ocupando uma prega ventral entre o pê e o perinoto. Rádula presente,heterodonte. Sexos se parados. (apud SMITH, 1960: 149)
Sub-classe NEOLORICATA Bergenhiyn, 1955
Estrutura das valvas constando de camadas superpostas denominadas periostraco, tegmento, articulamento (s.s.) e hipo� tra co; alguns gruposmais evoluidos apresentam tambêm camada de mesostraco; exceto nas famílias mais primitivas o articulamento projeta-se alem do tegmento, formando placas de inserção e lâmi nas suturais. (apud SMITH, 1960: 150)
Ordem LEPIDOPLEURINA Thiele, 19 10
Superfície do tegmento da valv� anterior com apenas uma area (área anterior); valvas intermediárias divididas em uma area central e duas laterais; valva terminal dividida em area central · e ãrea posterior com mucro. (apud SMITH, 1960 : 150)
Família LEPIDOPLEURIDAE Pilsbry, 189 2
•
QuitÕes nos quais as valvas anterior e posterior sao articuladas de modo semelhante e cujas placas de inserção são v�
tigiais, ou se presentes, sem entalhes. Perinoto finamente esca mado ou espiculadd; brânquias curtas, posteriores. (apud PILSBRY, 189 2: 1)
Camada de articulamento usualrnenti consistindo apenas de lâminas suturais fracamente desenvolvidas nas valvas II a VII.
(apud SMITH, 1960 :152)
Gênero Lepidopleurus Risso, 1826
Lepidopleurus Risso, 1826:267; Leptochiton Gray, 1847:127
"
Deshayesiella "Carpenter" Dall, 1879:314 ; non . Lepidopleurus"Carpente r " D a 11 , l 8 7 9 : 2 9 7 ; R h o m b i eh i to n K o nine k , 1 8 8 3 : 2 O 6
Rhombichiton Koninck, 1883:206 ; Beanella Thiele, 1893:388 ( pa� tim) ·non Beanella Dall, 1882:284 ; Pilsbryella Nierstrasz,1905: :11 Parachiton Thiele, 1909:14 ; Terenochiton Iredale,1914:28; Xiphiozona Berry, 1919:4 ; Belchiton Ashby & Cotton. 1939:220.
Concha geralmente incolor, bem externa, superfície gr� nulada� raramerite cohl esculturaçio forte, sem placas <le inserçao, lâ�inas suturais bastante pequenas. Perinoto revestido por
quenas escaminhas na maioria das vezes alongadas. Rádula notori
amente �eterodonte, gume da escápula (segundo dente lateral) com uma, duas ou três cÚspides. (apud TRIELE, 1931 :6)
Esp�cie-tipo: Chiton cajetanus Poli, 1791 ·( Designaçio subsequente: Gray, 184 7)
Lepidopleurus kerguelensis (Haddon, 1886) (f igs. la-lc, 2)
r,P.pt;och-iton kerguel-r-m.c:ú; Had<lon, 1886:12, !)l-2, fígc:. 3a-3e
Leptochiton Pagenstecheri Martens & Pfeffer, 1887:107, pl. 3,apud Hedley, 1916
Leptochiton kergueZensis: Pilsbry, 1892: 1 2 , pl. 1, figs. 14-17 Leptochiton pagenstecheri: Pislbry, 1892: 1 2, pl.2, figs. 39-40 Leptochiton kergueZensis: Nierstrasz, 1905: 5 e 10
Leptochiton kergueZensis: Thiele, 1906b: 550 Leptochiton kergueZensis: Thiele, 1906c: 330
Leptochiton kergueZensis: Thiele, 1908: 9, apud Dell, 1964 Leptochiton kergueZensis: Thiele, 1911: 627, apud Leloup, 1956 Leptochiton kergueZensis: Melvill & Standen, 1914: 343, apud Le
-loup, 1956
Leptochiton kergueZensis: Hedley, 1916: 34
Leptochiton kergueZensis: Odhner, 1923: 1, apud Leloup, 1956 Terdnochiton kergueZensis: Cotton, 1937: 11, apud Leloup, 1956 LepidopZeurus kergueZensis: Carcelles & Williamson, 1951: 236 e
243
Terenochiton kergueZensis: Powell, 1951: 60-63, apud Dell, 1964 Terenochiton kergueZensis: Carcelles, 1953: 158
LepidopZeurus kerguelensis: Leloup, 1956: 1 2-13, fig. 1 LepidopZeurus kergueZensis: Castellanos, 1956: 465, pl. 1 Terenochiton kergueZensis: Powell, 1960: 1 24, apud Dell, 1964 LepidopZeurus kergueZensis: Dell, 1964: 113
LepidopZeurus kergueZensis: Righi, 1973: 239, figs. 1- 2 LepidopZeurus kergueZensis: Rios, 1975: 264
Concha diminuta, lisa, com pequeníssimos tubérculos dis persos; as lados se encontram num ingulo de mais ou menos 1009, lâminas suturais pequenas, triangulares. Valva I pequena e lisa
com tubérculos abortados dispersos. Valvas intermediárias de a
rea central lisa com estrias longitudinais muito sutis; áreas la
terais dificilmente visíveis, com discretas estrias radiais e di minutas cristas co�cêntricas interrompidas diri�ir.do-sc ao ápice e transformando-se gradativamente em imperceptíveis tubérculos dispersos. Valv� VII com mucro amplamente arredondado, atrás do
qual há uma suave depressão; área central se�elhante ·âs das val vas intermediárias; área posterior semelhante ã valva I.
Perinoto estreito com delicadas escamas. Brânquias Pº-..? teriores em numero de oito ou nove.
Animais pequenos de cor esbranquiçada uniforme, medin do 3mm de comprimento por 1, 5mm de largura. (apud HADDON, 1886: : 12)
Localidade-tipo: Baia de Balfour, Royal Sound, Arquipê lago de Kerguelen, Sul do Oceano Pacífico.
Distribuição geográfica: Oceano 1ndico: Arquipélago de Kergulen (Haddon, . 1886), Arquipélago de Gaugh (Dell, 1964), Ilha Petermann (Leloup, 19 56), Ilha Crozet (Dell, 19 64). Antártida: Mar de Ross (Dell, 1964), Terra de Enderby (Deli, 1964), Arquip� lago de Palmer (Thiele, 19 08). Oceanci Atlântico: Ilhas Shetland (Dell, 1964), Ilhas Ôrcadas do Sul (Odhner, 19 23), Ilhas GeÕrgia do Sul, Ilhas Falkland, Terra do Fogo (Thiele, 19 08) . Brasil:RJ, Baia da Ilha Grande (Righi, 1973a).
-
.
pec1e.Material referido: Não disponho de exemplares dessa e� O Ünico espécime coletado no Brasil, na Ilha Grande, RJ, estã depositado no Museu de Zoologia da Universidade de são Pau
lo, sob o n9 18.594. Sobre ele informou RIGHI (1973a:239 ) tra tar-se de um animal enrolado e parcialmente fragmentado .
Gênero
OZdroydia
Dali� 1894Oldroydia
Dali, 1894:9 0Valvas pesadas, fortemente esculturadas, com costelas transversais irregulares que no animal vivo sao bem separadas por
estreitas extensoes do perinoto, chegando ao jugo, resultando em uma cobertura que e desde parcial atê apical; articulamento bem desenvolvido, nao denteado; tegmento co� extensao posterior en tre as lâminas suturais amplamente desenvolvidas; area jugal pr-9 eminente, diferentemente esculturada das ãreas pleurais, âreas la tera is não diferenciadas. (apud SMITH, 1960: 152)
Concha espessa, ornamentada com nÕdulos rasos,tegmento com um prolongamento entre as lâminas de sutura bem desenvolvi-das . Perinoto recoberto com pequenas agulhinhas, algumas delas maiores. Gume do dente escapular bicuspidado. (apud THIELE, 19 31:
: 7)
Espécie-tipo:
OZdroydia percrassa
Dall, 189 4Oldroydia darioi
Righi, 1973 (Figs. 3a-3c, 4a-4d, 5, 6a-6b)OZdroydia
(?)darioi
Righi, 1973b: 259, figs. 1-11OZdroydia
(?)darioi:Rios,
1975: 264, pl. 86, fig. 1 268Contorno fusiforme. Todas as valvas ornamentadas por pequenos nódulos arredondados, justapostos e dispost�s em series margem. �alvas II a VII largas e arqueadas porem sem carena.
-
o ângulo de divergência na valva·v e de 1009. Na área central ao longo de toda a largura do sino das valvas intermediárias os no dulos se dispõem em series longitudinais que se tornam sucessiva mente radiais e mais curtas em direção as areas laterais. As-reas laterais não são elevadas mas podem ser percebidas facilmen te pela orientação radial das series de nÕdulos. Mucro da valva VIII saliente e sub-central, ligeiramente anterior com queda po� a
terior concava. Na ãrea central da valva VIII os n5dulos obede-cem a uma simetria não só radial como concêntrica. Linhas de crescimento nas valvas I a VII sob a forma de sulcos que indepe� dem dos nódulos;
Perinoto de cor ·principal branca com manchas castanhas. Escamas pequenas com 3 ou 4 costelas longitudinais e medindo de 42 a 52 micra. Espalhados entre as escamas alguns espinhos de maior comprime�to; 125 a 183 micra.
Dente céntral- da rãdula e primeiro dente lateral com larg� margem cortante. Gume do segundo dente lateral tricuspid� do.
Brânquias peri-anais
.
.
em número.de 8 a 10 de cada lado. A caracterização dessa espécie como apresentei baseia-se na descrição original da RIGHI (1973b,:259 ). Ao ler essa des-crição surpreendi-me por não encontrar as características da di� nose ·genérica fornecida por SMITH (1960: 152) que reproduzi aqui,quais sejam: as costelas transversais fortemente esculturadas, as extensões do perinoto sobre �s valvas, as ãreas jugais destaca -das e as ãreas laterais indistintas. A descrição original da e�
pêcie a�resenta tênues pontos de contato com a diagnose genérica encontrada em TRIELE (1931:7) também aqui reproduzida. Julguei portanto que RIGHI (1973b:259) tinha razão de sobra para colocar em dúvida a filiação genérica de sua espécie.
Mas tarde porem. examinando um exemplar (Col.Mol.M.N. 3767) coletado na Praia Grande, são Sebastião, SP, a 5m de pro
fundidade, aderido a pedra, em fundo de areia e pedras sÔltas, e� contrei as seguintes características:
- Ani�al muito pequeno com 4mm de comprimento por 2, 9mm de largura. Um pouco contraído. Apenas as valvas III, IV e V
totaloente expostas; as demais de parcial a totalmente
encober-tas por expansões do perinoto. Finos prolongamentos do perinoto entre as valvas III e IV e as valvas IV e V. Coloração gerai do
perinoto verde acinzentado.
Valvas expostas de cor castanha amarelada clara; area jugal vis!vel nas valvas III, IV e V; ireas laeerais indistintas; vestígios de costelas transversais nas valvas III e V. As ireas pleurais dessas valvas apresentam vestígios de linhas longitudi-nais muito finas. Brânquias posteriores, começando à altura da valva VI e terminando·cerca da valva III.
Não tenho dúvida de que este espécime pertença ao gen� ro
OZdroydia
Dall,- 1894, assim como me parece evidente a identi dade do mesmo com os três espécimes descritos por RIGHI (1973b: :260) não obstante a ausência de nódulos no exemplar que exami nei. Atribuo esia discrepância ao estado em que se encontra o exemplar com as valvas fortemente erodidas, talvez pela açao des calcificante do formal icido.Na figura 3 deste trabalho redesenhei as figuras 1, 2 e 4 de RIGHI (1973b: 261) eliminando os nódulos das figuras orig� nais, o que acentua a semelhança com o referido exemplar.
Localidade-tipo: 150m a nordeste da Ilha Vitória, SP. Distribuição geogrifica: Ilha Vitória, SP (Righi,1973b); _ Ilha Grande, RJ (Rigbi, 1973b); são Sebastião, SP
Material examinado: (Cal. Mal. M.N. 3767), 1 exemplar, Praia Grande, Sebastião, SP, cal. O. Guerra, 7/1964.
Apenas 4 exemplares dessa espécie foram capturados ate
agora. Os 3 espécimes descritos por RIGHI (1973b) estao depos�
tados no Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da Universidade de são Paulo sob os números ZU 100 (holótipo), ZU 101 (paritipo) e ZU 102. Não examinei estes exemplares.
Ordem ISCHNOCHITONINA Bergenhayn, 1930
QuitÕes variando em seu tamanho desde pequenos até bas
tante grandes. Valva anterior apenas com área anterior; valvas
intermediárias com uma area central -e duas laterais; valva post�
rior com áreas central e posterior separadas. Ãpice bem desen-volvido nas valvas I a VII. Ãreas laterais e posteriores com es
cultura semelhante, distinta da escultura das areas centrais. Ar
ticulamento bem d�senvolvido, consistindo em placas de inserção e lâminas suturais, sendo que as Últimas es�ão ausentes na valva I. Placas de inserção em todas as valvas, divididas por um núm� ro variável de incisões, formando dentes que podem ser lisos ou
agudos e afiados em ambos os lados, forte ou fracamente pectin�
dos ou reforçados por fora. Raios de entalhe geralmente prese� tes e bem desenvolvidos. Perinoto extremamente variável em tama
nho e ornamentaçao, não recobrindo as valvas, deixando exposta
-uma grande extensao do tegmento em comparaçao a extensao do arti culamento. (apud SMITH, 1960:155)
Família ISCHNOCHITONIDAE Dall, 1889
QuitÕes ovalares alongados de tamanho variado.
reomento <las valvas intermerliÁrias rlivi<lirlo em Ãrea rentral e a reas lat�rais por uma costela diagonal (usualmente indistinta)e�
tendendo-se do ápice até o ângulo anterior externo de cada lado
das valvas. Articulamento das valvas terminais multi- entalhado e das valvas intermediárias com apenas um entalhe ou, em alguns
grupos, com dois ou mais entalhes de cada lado. Dentes de
mar-gens cortantes, nao pectinados, pregueados ou reforçados por [o
ra. Goteiras não porosas. Lâminas suturais afiadas e bem desen
Gênero Ischnochiton Gray, 1847
Iaahnochi ton Gray, 184 7b: 126 ; Ischnoradsia "Ca rp ente r" Da 11 1879:297 Beanella Thiel_e, 1893: 388 (partim) non Beanella Dall, 1882: 284
1893: 381
Lophyriscus Thiele, 1893: 381 ; Leptopleura Thiele Stereoplax Thiele, 1893: 383 ; Rhodoplax Thiele, 1893: :384 ; Levicoplax Iredale & Hull, 1925: 349 ; Diktuonus Ashby 1931: 36 .
Valvas finas; valva posterior nao denteaqa; as placas de inserção muito finas de bordos lisos das valvas intermediari as com apenas um �ntalhe cada; margem recoberta por escamas im bricadas muito pequenas . (apud GRAY, 1847b: 126)
Espécie-tipo: Chiton textilis Gray, 1828 ( Designação subsequente Gray, 1847)
Ischnochiton striolatus (Gray, 1828) (Figs. 7, 8a-8f, 9 )
Chiton striolatus Gray, 1828: 6, apud Pilsbry, 1892
Chiton squamulosus Adams, 1845: 8
Chiton striolatus:Reeve, 1847, pl . 22, fig . 144
Chiton (Ischnochiton) lutulatus Shuttleworth, 1853:76, apud Pils
. bry, 1892
Lepidopleurus stri�latus: H . & A . Adams . 1858: 472 Ischnochiton funiculatus "Carpenter" Da-11, 1889: 172
Chiton (Ischnochiton) caribbaeorum "Carpent�r" Smith, 189 0: 496
Ischnochiton striolatus: Pilsbry, 1892: 105, pl . 20, fig . 20-24
Ischnochiton (Ischnochiton) caribbacorum: Pilsbry, 1892: 107, pl .
20, figs . 25-26
Ischnochiton funiculatus: Pilsbry, 189 2: 108
Ischnochiton striolatus: Dall & Simpson, 19 01: 45 2
Ischnochiton (Stenoplax) striolatus: Thiele, 1910:112, apud
Ri-ghi, 1973a
Ischnochiton striolatus: Thiele, 1916:110
Ischnochiton (R [hodoplaxJJ striolatus: Thiele, 1931:17 Ischnochiton (I) striolatus: Morretes, 1949 : 6
Ischnochiton (I) caribbaeorum: Morretes, 1949 : 6
Ischnochiton (Stenoplax) striolatus: Warmke & Abbott, 1961: 217
Ischnochiton pseudostriolatus Leloup, 1961: 6, pl. 1, fig. 3, pl . . 2, fig. 3
Ischndchiton (Stenoplax) striolatus: Righi, 1967: 86, figs. 2-11
(partim)
Ischnochiton striolatus: Righi, 1968: 73 .
Ischnochiton striolatus: Righi, 1971: 132 e 140 (partim) Ischnochiton striolatus: Righi, 1973a: 240
Ischnochiton striolatus: Righi, 1973b: 263
Ischnochiton striolatus striolatus: Abbott, 1974: 394 Ischnochiton striolatus funiculatus: Abbott, 1974: 394
Ischnochiton striolatus: Rios, 1975: 265, pl. 87, fig. 1278 Inclui nesta relação Ischnochiton striolatus striola tus: Abbott, 1974 por ter esse autor indicado sinonímia com Chi ton squamulosus Adams, 1845 que é evidente sinônimo de Ischno-chiton striolatus (Gray, 1828). Não estou contudo convencido de que a citação de ABBOTT (1974)· seja correta; a profundidade em que foram capturados os espécimes referidos (294 braças), sug� re tratar-se de alguma espécie próxima e não o ·I.striolatus que é caracteristicamente intertidal.
Ji Ischnochiton pseudostriolatus Leloup, 1961 foi co�
siderada sinônimo de Ischnochiton striolatus (Gray, 1828)por que me pareceu imposs!vel julgar pelos elementos do perinoto que a
espécie de LELOUP (1961) seja distinta da de GRAY (1S28). O f a-tor conclusivo seria uma figura da radula, que não ê apresentada
por LELOUP (19 61)
Ischnochiton striolatus
(Gray, 1828) ê um animal pequ� no, tendo em média 14mm de comprimento por 8mm de largura. Colo raçao extremamente variada. Valvas não carenadas com areas late rais pouco destacadas; A principal característica da ornamenta-ção da concha ê um conjunto de finas estrias, visíveis apenas sob a lupa com disposição quinconcial. Os exemplares maiores costu mam apresentar discretas estrias longitudinais nas pleuras dasvalvas intermediarias.
Perinoto recoberto na face dorsal por pequenas escamas elípticas (fig. 8a) com costelas transversais e disposição imbri cada. Margem recoberta de pequenos espinhos curtos e estriados
(figs. 8b-8f).
Radula característica diferindo das demais espécies do gênero pela implantação do dente central em forma de triângulo a gudo (fig. 9).
Espécie intertidal raramente descendo a mais de 7m de profundidade.
Localidade-tipo: Rio de Janeiro
Distribuição geogrâfica: Antilhas. Saint Thomas e Bar bados (Pilsbry, 1892); Brasil. Ceara, Pernambuco, Alagoas, Espf rito Santo, Rio de Janeiro (Morretes, 1949); são Paulo e Santa Catarina (Righi, 1967).
Material examinado: (Col.Mol. M.N. 3748) 5 exemplares, Praia da Piedade, Recife, PE, cal. O. Guerra, 2/1966; (Cal. Mal. M.N. 3746) 5 ex., Salvador, BA, cal. H.S. Lopes, 11/1954 ; (Col. Mol.M.N. 3745) 23 ex., Farol da Barra, Salvador, BA, col. O.Gue� ra, 2/1966 ; (Col. Mal . M.N. 3741) 8 ex. ·, Armação dos Búzios, Ca
bo Frio, RJ, col. I. Brito, 1/1958 (Col. Mol. M. N. 3736) 1. ex. ; Ilha do Governador, RJ, col. P. Jurberg, 1/1963 ; (Col. Mol. M.N. 3747) 1 ex., Praia da Boa Viagem, Niter6i, RJ, col. H.S.Lopes,10/ 1940; (Col. Mol. M.N. 3738) 4 ex., Porto, são Sebastião, SP, col.
o·.
Guerra, 7/1964 (Col. Mol. M.N. 3743) 10 ex., Praia do Baleei ro, São Sebastião, SP, col. O. Guerra, 7/1964 ; (Col. Mol. M. N • 3749) 12 ex., Praia do Zimbro, são Sebastião, SP, col. O. Guerra, 7 / 1964 ; ( C o 1 . Mo 1 . M . N . 3 7 3 9 ) 2 6 ex . , Praia Grande , Sã o Se b as t i ão, SP, col. Daylva Brito, 7/1962 ; (Col. Mol. M. N. 37 37) 30 ex.; · Praia Grande, são Sel;,astião, SP, col. O. Guerra, 7/1964 ; (Col,Mol. M. N. 3744) 4 ex., Ilha do Araçá, são Sebastião, SP, col.O. Guerra, 4/1964 ; (Col. Mol. M. N. 3740) 1·3 ex., Ilhabela, são Se ·
bastião, SP,. col. o. Guerra, 7/1964 ; (Col. Mol. M. N. 3742 ) .7 ex., Camboriú, Santa Catarina, col. H.S.�opes, 11/1954 ( M. N. Col. Mol. H.S.Lopes 7686) 9 ex., Camboriú, Santa Catarina,col.H. S. Lopes, 2/1954.
Ischnochiton pruinosus (Gould, 1846) (figs. 10a-10b,ll,12a-12b)
Chiton pruinosus Gould, 1846:144
Chiton pruinosus: Gould, 1852:316, fig. 419 seg. Pilsbry, 1892 Ischnochiton boogii Haddon, 1886:12 (partim)
Chiton prµinosus: Rochebrune & Mabille, 1891:141, apud Righi, 1973b
Ischnochiton pruinosus: Pilsbry, 1892:109, pl. 21, figs. 27-28 Ischnochiton roseus: Dupuis, 1918:530 (partim)
Ischnochiton pruinosus: Leloup, 1938:1, fig. 1:5:6 Ischnochiton pruinosus: Marretes, 1949:6
Ischnochiton pruinosus: Castellanos, 1956:474:483, pl6 Ischnochiton strioZatus: Righi, 1971:132 (partim)
Ischnochiton pruinosus: Righi, 1973b: 263, fig. 13 Ischnochiton pruinosus: Rios, 1975: 265
Animais pequenos todavia maiores em mêdia que I.strio Zatus (Gray, 1828). Medidas mêdias: 19mm de comp rimento por 10 mm de largura .
Valvas levemente carenadas com discreta elevação das á reas laterais das valvas intermediárias. Ornamentação em estri as quinconciais p resente mas em geral mascarada por estrias con cêntricas que tomam toda a face superior das valvas.
Elementos do perinoto um tanto semelhantes aos de Isch
nochiton strioZatus . As escamas da face . dorsal mais altas do que
largas e com maior número de estrias são, . desses principal caráter diferencial (fig. 12a).
elementos, o
O dente central da rádula ê muito característico pela s u a placa de implantação em forma de iosango irregular (fig. 11). Essa espêcie tem eleição por águas limpas , de mar bati do , diferentemente de I . strioZatus que aceita um certo grau de poluição e tem prefer ência por águas de mar calmo. I . pruinosus distribui-se verticalmente desde uma p rofundidade de duas a tr ês · braças, (PILSBRY, 1892:109) atê 90m (RIGHI, 1973b:263).
Os trabalhos de LELOUP (1938) e RIGHI (1973b) afastam a possibilidade de identidade entre a esp écie aqui tratada e Ischnochiton roseus (Sowerby, 1832). I . roseus e maior, com as escamas do perinoto proporcionalmente menores, rádula muito ca r a c te r í s t i c a ( RI G H I , 1 9 7 3 b , f i.g . 1 2 ) e , a t ê a p r e s e n t e d a ta
foi assinalada no Rio de Janeiro.
Localidade-tipo: Rio de Janeiro
nao
Distribuição Geográfica: Brasil: Ilha de Fernando de No ronha (Haddon, 1886); Bahia, BA (Dupuis, 1919); ao largo de Guaraparí, ES, Cabo de são Tomê e Cabo Frio, RJ (Righi, 1973b); Estreito de Ma g a 1 h
ã
e s ( ?) ( Ro c h e b r une & Ma b i 11 e , 1 8 9 1) ; J o a t i n g a , R . d e Jane i r o , R J .Material examinado: (Col. Mol. M. ·N . 3750)- 6 exempla r es , Joatinga, Rio de Janeiro, RJ. col. E.H.Maurício, 2/1964. S e is metros de profundidade.
Isc hnochiton moreirai Righi, 1973 (Figs. 13a-13c, 14a-14b, 15)
Isc hnochito n moreira i Righi, 1973b:264, figs. 14- 26
Ischnochiton moreirai: Rios, 1975 : 265, pl. 86 � fig : 1275
Animais. de cor predominantemente rosea. Valvas orna-mentadas por nódulos diminutos de distribuição irregular. Val vas intermediirias não carenadas com inguio de divergincia de 909 na valva V. Ãreas laterais pouco elevadas e irea central in divisa. Ridula bem caracterizada pelo dente central com a mar gem livre quase circular e a placa de inserção quase piriforme . O primeiro dente lateral tem a forma de um Y, em cuja forquilha situa-se o segundo dénte lateral .
ral e tricuspidado com as cÚspides a mediana maior. Mucro anterior.
O gume do segundo dente laterais de igual tamanho Fórmula dos entalhes das cas de inserção das valvas: 8-1-8 ou 7-1-7.
late e pl�
Localidade-tipo: Ao largo do litoral de Cabo Frio, Rio de Janeirp . Coordenadas: 229 00' S e 4 09 06' W. A �Om de pr� fundidade.
•
Distribuição geogrifica: Conhecida apenas da localida-de-tipo.
Material referido: Não tive oportunidade de examinar qualquer dos 14 exemplares referidos por RIGH I (1973b). Não te
bo porem dGvida de que se trata de espécie "totalmente distinta demais do genero em vista da figura de râdula muito caracte rística fornecida por RIGHI (1973b: 264) que redesenhei neste tra (fig. 15). RIOS (19 75: 265) citou apenas a espécie e repr� uma figura da descrição original de RIGH I (1973b).
Ischnochiton aidae Righi, 1973
(�igs . 16A-16C , 17A-17C , 18) Ischnochiton aidae Righi , 1973b: 266 , figs. 24-35
Ischnochiton aida,: Rios , 1975: 264 , pl. 86 , fig. 1268 A descrição original de RIGH I (i973b) baseia-se
espécimes sendo 1 tomado como holÕtipo e os demais como
pos.
Cor dominante das valvas ros ca, podendo ocorrer
em 4
parâti- man-chas de coloração variada . Perinoto cor laranja clareando em di r eçao a margem. Valva I ornamentada por pequenos nÕdulos de di�
posição irregular nos 4/6 anteriores e segundo linhas radiais i�
perfeitas nos 1/6 posterior de cada lado. Três a quatro sulcos concêntricos junto a margem. Valvas intermediárias com ápice
pouco pronunciado; valva VI arqueada em 709. Áreas laterais po�
· co elevadas com nÕdulos ornamentais dispostos mais ou menos em
linhas radiais e 6 ou 7 sulcos concêntricos nem sempre . nítidos.
Ãrea central com finas costelas radiais , fracamente nodulosas vi
síveis sob grande aumento . Sino ligeir�mente prolongado para di
ante. Valva terminal com costelas como as das areas laterais , p�
rém com disposição longitudinal. Área posterior nodulosa com al
g u ns sulcos concêntricos. posterior reta.
Mucro ligeiram�nte posterior . Queda Escamas dorsais do perinoto medindo , em media, 51 m i
-um n-umero médio de 12 costelas lisai por escama.
O dente central da râdula ê alargado para dentro, reco parte do 19 dente lateral; o gume ê largo e pnuco curvo Primeiro dente lateral grosseiramente quadrangular.
te lateral tricuspidado.
Segundo den
Localidade-tipo: Ao largo do litoral de Cabo Frio, Rio de Janeiro. Coordenadas: 229 00 ' S e 409 06'
w .
Profundidade de 90m.Distribuição geográfica: Conhecida apenas da localida de-tipo
Material referido: Não me foi possível examinar os es
pecimes referidos por RIGH I (1973b). A espécie e todavia clara
ment e distinta das demais do genero pela sua peculiar ornamenta ção das valv as, pelo arqueamento das mesmas (que chega a 709 na va l v a V I ) e pela forma característica dos dentes da râdula.
O material descrito por RIGHI (1973b) estâ depositado no Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da Uni versidade de são Paulo, sob os números ZU 110 (holÕtipo) e ZU 1 1 1 (parâtipos).
Família CHAETOPLEURIDAE Plate, 1899
A superfície da concha na maí.,ria das vezes guarnecida
d e verrugas que nas valvas terminais e nas ãreas laterais se di� põem, ora em fileiras radiais, ora desordenadamente e, nas áreas
centrais em fileiras longitudinais. Superficie do perinoto com
corpos calcários pequenos, na maioria das vezes escamiformes e
com espinhos ora maiores ora menores, com cálices duplos basais
ou menos longos. Dente escapular da �ádula com · gume de du a s ou três cúspides. (apud TRIELE, 1931:15)
Gênero Chaetopleura Shuttleworth, 1853
Chaetopleura Shuttleworth, 1853:19 0 ; Choetop leura Shuttleworth, 1856 : 1 68 (n.n. ) ;_ Hemphilia "Carpenter" Dall, 1879 :297 no� Hemphi_
tia B land & Binney, 1872:208 ; Pal lochiton Dall, 1879 :297 Ar
thuria " Carpenter" Dall, 1882:298 ; Helioradsia Thiele, 1�93:384 ; Variol�pis Plate, 1899:200 ; Pristochiton Clessin, 19 03:104
Chetopleura Ashby, 19 29 :225 (n.n.)
De tamanho pequeno a médio, face ventral das valvas com
as pec to de porcelana longos dentes afiados e sino quadrado ; got�i
r a s nao porosas. Tegmento usualmente esculturado com pequenas
coste las de contas l ongitudinais nas âreas centrais e nódulos ou costelas nodulares nas areas laterais e valvas terminais, podendo
os nÕdu los ser irregularmente dispostos em al guns grupos. ( apud
SMITH , 1960:160)
Espécie-tipo: Chiton peruvianus Lamarck, 1819 (Design�
-ç a o subsequente Dall, 1879 )
Chaetopleura fu lva (Wood, 1815)
(figs. 19, 20a- 20c, 21)
Chiton candisatus gaditanus Chemnitz, 1788 : 374, pl . 173, fig. 1691
Chi ton fu lvus Wooc, 1 815:7, pl. 1 , fig. 2, apud Dautz cmber g, 19 27
Chiton fu l v us: Dillwyn, 1817 : 2, apud Dautzemberg, 19 27
fu Zvus: Sowerby , 1841, pl. 161, fig . 69, pl . 163, figs . 83 e 83a
tehu e Zch us Or bigny, 1841:488, pl . 65, figs. 7-13 fu Zvus:Reeve, 1842:11, pl . 132, fig . 83
muZticostatus Adams, 1845:8
Chiton fulvus: Reeve 1847, pl . 7, fig . 39 Tonic ia fu Zva: Gray, 1847 :67
Chiton fu Zvus: MacAndrew, 1856:117, 136 e 145, apud Dautzemberg, 1927
ChaetopZeura fuZva: H . & A . Adams, 1858:476
Chiton fulvus: Reeve, 1860:37 Chiton fulvus: Nob re, 1884:14
Chiton fu Zvus: Hidalgo, 1886:405, apud Dautzemberg, 1927 Chiton fuZvus: Locard, 1886:232, apud Dautzemberg, 1927
Chaetop Zeura fu Zva: Rochebrune, 1889:137, apud Dautzemberg, 1927 ChaetopZeura fulva: Rochebrune & Mab i l le, 1891:137, apud Righi ,
1927
Tonicia tehuelcha: Rochebrune & Mab i l le, 1891:138, apud
Dautzem-berg, 1927
Chiton fuZvus: Dautzemberg, 1891:609 e 617
Chiton fulvus: Locard, 1892:232, apud Dautzemberg, 1927 Tonicia tehue Zchus: Pi lsbry, 1892:205, pl . 40, figs . 13-15 ChaetopZeura fulva: Pi lsbry, 1892, pl. 44, figs . 62-64 Chru, tovl euY'a fu lva : P i l s b rv . 1 8 9 3 : 7 1
ChaetopZeura fulva: Thiele, 1893:381, pl . 31, fig . 16, apud Daut
zemberg, 1927
Chi.ton (Chaetople ura ) fu lvus: Clessin , 4i904:106-116, pl. 41, fig. 9, apud Dautzemberg, 1927
Chaetopleura fulva: Thiele, 1908 :17, apud Lel oup, 1956 Cha�tcpleu- - ,.wa ful••n ·. 1.., _ 1. .... ; da l � o ó ' 1.L .., º16 · 2�5 • .. ' apud Dautzemberg,
Stereochiton felipponei Dal l, 1927:11 Chaetop Zeura fu Zva: Dautzemberg, 1927:232
1927 i.ton
Chaetopleura fulva: Bergenhan, 1930 : 23, pl. 4, fig . �l, pl. 5 ; figs . 43-44, apud L�loup, 1956
Chiton fulvus : Nobre , 1936 : 19 1 Chiton fulvus : Carvalho, 19 36 : 8 Chiton fulvus : Nobre, 1938 : 499
Stereochiton felipponei : Carcelles, 1944 : 237
To n i eia te h u e l e h u s : B o u d e t , 1 9 4 5 : 1 2 9 , a p u d C a s t e 1 1 ano s , 1 9 4 8
ChartopZeura fu 1va : Boudet, 1945 : 131, apud Leloup, 19 56
Chaetopleura tehuélcha : Castellanos, 1948 : 194
Chaetopleura isabell·ei: Carcelles, 1950 : 48, p l . 1, fig. 2 Chaetopleura fulva : Carcelles, 1950 : 48
Chaetopleura fulva : Carcelles & Williamson, 1951 : 246 Chaetopleura tehuelcha : Cas tellanos , 1951 : 7
Stereochiton felipponei : Barattini, 1951·: 189 Chaetopleura tehuelcha : B arattini, 1951 : 189
Chaetopleura tehuelcha : Castellanos, 1953 : 18 2, fig . s /n
Chaetopleura fulva var . tehuelcha : Kaas , 19 54 : 17
Stereochiton felipponei : Cas·tellanos, 1956 : 472
Chaetopleura fulva : Leloup , 1956 : 29, figs . 9 , 11 e 12
Chaetopleura fulva f. tehuelcha Orbigny, 1835 : Leloup, 1956 : 33
Stereochiton felipponei : Barattini & Ureta, 1960 : 89
Chiton fe lipponei : Barattini & Ureta, 1960, pl. 17, fig. s /n
Chaetopleura tehuelcha : Barattini & Ureta , 1960 : 9 1
Chiton tehuelchus : Barattini & Ureta, 1960, p l. 17, fig. a
Stereochiton felipponei : Figueiras & Sicardi, 1968 : 14
Chaetopleura tehuelcha : F i gueiras & Sicardi, 1968 : 14
Chaetopleura fulva : Cas tellanos, 19 7 0 : 16 0 e 164
Chaetople ura (Chae topleura ) fulva tehuelcha : Righi, 1967 : 9 1, f i gs. 21-3]
Clta ld i-op Z. euNi ( Crtue L-u pleu1·u ) fu l vu L, ehue l c:h a : Righi, 19 71 : 1 4 1
Chaetop l cura (Chaetople ura ) fulva lehuelcha : R i g h i, 19 73n : 240
fulva tehuelcha :
Rios, 19 75: 266, pl.87, ·fig. 1284fulva :
Scarabino, 1977: 197, pl.5, fig. 13O primeiro autor a figurar essa espécie foi CHEMNIT Z (1788:374). O nome proposto todavia não pode ser validado por não es tar de acordo com a nomenclatura lineana e a prioridade coube
Chaetopleura fulva
(Wood, 1815) .Chiton
.
tehuelchus
descrito por ORBIGNY (1841: 488) é e videntemente idintico iChae�opleura fulva
(Wood, 1815) . Foi tratado porém por diversos autores como ROCHEBRUNE & MABILLR (1891:
: 1 38 ) , .PILSBRY (189 2: 205), CASTELLANOS (19 48: 194 e 1951: 7) entre outros, que consideraram que se tratava de espécie dis tinta. PILSBRY (189 2: 205) já levantava a suspeição da identidade entre as duas espécies e KAAS (1954) propôs a criação de uma variedade
tehuelcha
Orbigny, o que foi aprovado por LELOUP (1956) que de s ignou separadamenteChaetopleura fulva
(Wood, 1815) para os ani mais europeus eChaetopleura fulva
f.tehuelcha
Orbigny, 1835 p� ra os animais americanos .Ressalvando-se em LELOUP (1956: 33) a incorreção da ci taçao do ano de pub licação da espécie de ORBIGNY (1841 e a data corre ta), parece-me não haver razao para estabelecer uma sub-es
pêcie para os animais da América do Sul como fizeram LELOUP(l9 5�
e RIGHI (1967 e 1973a) vis to que a forma caracterís tica europeia
c o ex i s t e n n t. t- l ;n t- i r n � 11 1 r n rn ::i f n rm ::i t í n i r ::i s u l - ;:imer i c a na . E x a m i nei alguns espécimes sul-americanos com o aspecto típico dos europeus . Descar tada a hip ó tese pouco provável de que os espéci mes que examinei tenham sido trazidos da Europa aderidos a cas cos de navios, res ta supor que es ta espécie seja dotada de gra� de plas ticidade fenotípica e mod ifique o seu aspecto segundo se de senvolva em aguas q u entes e tranqu ilas, resultando na chamada
"forma
tehuelcha" ,
ou em aguas agitadas, profundas e temperadasis fácil de admitir que a da existência de duas sub-espécies Colo quei
Stereochi ton felipponei
Dall, 1 9 2 7 como sinô deChae topleura fulva
(Wo o d, 1815) �or estar absolutamente desse fato. A descrição original de DALL (19 2 7 ) despe� suspeitas que foram reforçadas pelas observaçõ es d e (1956) e confirmadas pela figura de BARAT TINI (1960) . (1975) citou essa sinonímia sem apresentar as fontes.SCARABINO (19 7 7 : 197) indicou
Typhlochi ton felipponei
como sinônimo deChae topleura fulva
(Wo o q, 1815) , eng�atribuir ã semelhança entre os nomes específicos
espécie e
Stereochi ton felipponei
Dall , 1 9 2 7 e ao fato deambas o mesmo autor.
Typhlochi ton felipponei
Dall, 1 9 2 1 meespécie vâlida e de modo algum sinônimo da espécie aqui tra
Chae topleura fulva
(Woo d, 1 815) e provavelmente o maior pol iplacóforo · brasileiro, chegando a atingir 60mm de comprimento.Valvas fortemente carenadas. Cor predominante castanho escuro com
tom rosado. Placas intermediárias com âreas laterais
níti-das; valva V III do mesmo tamanho que a valva I com mucro central
e reg ião pós mucral convexa. Ãrea central das valvas
intermediâ-rias, ãrea anterior da valva I e ârea posterior da valva V I I I com
de escultura muito característico, formado de cordões t u h e r c u l a d o s lemb r a ndo um ro s ã r io d e p e q ue n a s co n t as , com dispo s i ção radial. nas valvas terminais e radial, quase longitud-inal nas
á r e a s centrai s (fig. 19) .
melhant e porêm os cordões
Nas âreas laterais a ornamentaçao e se
sao mai s gross-os e apagados e os nÕ
du-los sao meno res. Também a disposição varia tendendo os cordões a
ramificar-se.
F ace dorsal do perinoto com pe queno s e s pinhos triang�
l a r e s característ i cos entre os quais aparecem espaçadamente lon
go s espinhos de bai nha du p l a (f i gs . 20a, 20b e 20c) . A cor casta impãtricas. CASTELLANOS lIOS Dall, 19 21 no que s o p o s s o dessa terem parece tada. leve o mesmo ipa
nha desses elementos ê que determina a colo�ação ger� l do perin� to .
Rãdula com 4 dentes marginais, primeiro dente lateral
grande, segundo dente lateral com gume de duas cúspides. Dente
característico do $ênero, separando-se das demais es p êc� es pela forma de imp lantação ( fig . 21)
Localidade-tipo: Costa atlântica da Península Ibérica Distribuição geográfica: Águas atlânticas de Portugal e costas adjascentes de Es panha e França ( Kaas, 1954); Tenerife (Thiele, 1910); Golfo da Gasconha ( Dautze.mberg, 1891); do Estrei to de Magalhães atê o Estado de são Paulo ( Righi, 1969); Macaê, RJ ( Ka as , 1954) .
Material examinado: (Col . Mol . M . N . 3753) 4 exemp lares, Pont a de Guaratiba, RJ, col . M . S . Neves, 4/1963 (Col . Mol . M . N . 3742) 1 ex . , Ilha da Queimada Grande - Lage de Santos, col, M . F . Neves, 4/1964 ; (Col . Mol . M . N . 2917) 1 ex . , litoral de Santa Ca tar i na, col . Tadeu ( D . Caça e Pesca) .
Chaetopleura isabeZZei
( Orbigny, 1841) ( Figs. 22, 23, 24, 25)Chiton IsabeZZei
0rbigny, 1841 : 488, p l . 45, figs . 14-19Toniaia isabeZZei :
Rochebrune: 1889 : 138, apud Pilsbry, 1892Chaetopleura isabeZZei :
Pilsbry, 1892:35, p l . 13� figs . 57-58Chiton isabeZZei :
Rus h, 1893:2, apud Leloup, 1956Chaetopleura isabeZZei :
Pilsbry, 1897:8, �pud Leloup, 1956Chaetopleura is�beZZei :
Thiele, 1908 : 17, apud Leloup, 1956ighi , 19 71
isabellei:
Carcelles, 193 3: 600, apud Carcelles, 1944isabellei:
Carcelles, 1944: 237fonicia
isabellei:
Boudet, 1945: 128, apud Leloup, 1956isabellei:
Castellanos, 1948: 196Chaetop l eura
isabellei:
Carcelles & Williamson, 1951: 246Chaetop leura isab ellei:
Castellanos, 1951: 6Chaetopleura
isab ellei:
Barattini, 1951:189Chaetopleura
isabellei:
Castellanos, 195 3: 137 e 182Chaetop leura
isab ellei:
Morretes, 1954: 37Chaetop leura
isabellei:
Castellanos, 1956: 484, pl . 7Chaetop l eura
isabellei:
Leloup, 1956: 36, figs. 10, 13 e 17Chaetop leura
isabellei:
Barattini & Ureta, 1960: 90Chaetopleura
isabellei:
Figueiras & Sicardi, 1968: 240, pl. 45,figs. 14-19
Chaetopleura isabellei:
Castellanos, 1970: 161, pl. 1, fig. 11Chaetopleura (Chae topleura) isabellei :
Righi, 1971: 141Chaetopleura isabellei:
Rios, 1975: 266, pl. 87, fig. 1285Chaetopleura isabellei:
Scarabino, 1976 /77: 198, pl. 5, fig. 12 "Animal de uma coloração amarelada muito pálida em bai_xo , as brânquias quase brancas. O limbo em cima ê esbranquiçado
com raios rosados apenas visíveis. Concha escura oval com o dor so um pouco carenado , elevado . A valva anterior e os cantos das valvas i�termediãrias raiados de linhas divergentes,
frequente-men t e bifurcadas, formadas de tubérculos elevados, redondos, sa
lientes como pontas de uma lima. O meio das valvas intermed
iã-r ias é raiado em comprimento de tubérculos semelhantes , A valva po sterior é provida de uma depressão atrás de uma parte saliente mu ito marcada" (ORB I GNY , 1 841 )
Essa espécie parece ser bastante rara no litoral brasi le iro . Em seus m inuciosos trabalhos, RIGHI (1967 e 1971) fez a
la apenas o b s ervaç õ e s o c as io nais e ORB I GNY ( 18 Lf l ) a · c o n s id e rava comum na l o c alidad e tipo .
Em Julho d e 19 6 4 c o l e t ei d ois exempl are s d e s s a e s p é cie 4 me tro s d e pro f u n did ad e, ad erid o s a p e dras , n o c o s tao
praia do Zimbro , São Sebas t ião , são Paulo .
men t e o exemp lar maior extraviou- s e ant e s que lhe pud e s s e
qua i s quer p re p araç õ e s d a rádula o u elemen t o s d o p erino t o .
I n f eliz f a z e r Es s e exemplar media 2 2mm d e c omprime n t o p o r 12mm d e l argura e era em tudo , ex c e t o no t amanh o , id � n tic o ao que re s t o u ( Col. Mal . M. N.
3 7 5 2 ) . Es t e med e 13mm d e c omprim e n t o p o r 9mm d e l argura . e é tão
f r i gil_ que he s i t o em f a ze r - lhe p re p ara ç � e s re c ean d o inut ilizar o
un1 co e s p é c im e d e que dis p o nho.
Re pro duzí, em p art e a d e s c rição o riginal d e ORB IGNY (18 4 1) p o r j ulgar que e la não d eixa d �vid a s quan t o a uma id e n ti-f i ca ç ão pre cis a. As regio e s p l eurais das valva s in t erme diárias e a b o r d a da valva I p o s suem tubércul o s c omo o s d e s c ri t o s
âr eas i at era i s tiveram sua ornamen tação carac t erizada c om
s ao po r O RB IGNY ( i 841) . Também LELOUP ( 19 56 ) f o rn e ç eu uma lente f igura d e d e t al h e da c o ncha d e s s e animal.
e a s
pre c_:i;._
ex c e O p e rino t o é amp l o , c a s t anho amarel a d o e mai s c laro que as valva s , que no e x emplar ( Co l. Mo l. M . N. 375 2 ) s a o e s ve r d e adas
à pr imeira vis t a pare c e t o t alme nt e g l ab ro. Todavia s ob a lup a ele apr e s e n t a e s pinho s ( fig 22) , c o mo d e s cr e v eu LELOUP ( 19 5 6:3 6 )
e a margem s e r e c o b r e d e e s p inho s c omo o s d e s cri t o s p or CASTELLA
NOS ( 19 4 8. : 19 7 ) .
Segun d o CASTELLANO S ( 19 4 8 : 19 7) a rá d u la ( f ig . 23) e
muit o s emelhan t e i d a Cha e top leura fulva ( Wo o d , 18 1 5 ) , t en d o p� rem o d e n t e lat e r a l ( esc a pul ar) p r o p o rcio nalm e n t e mai o r.
-1889) ;· do Uruguai a t é o Estreito de Magalhães (Castellanos, são Paulo, Brasil (Morretes, 1954) ; Rio de Janeiro ( Le
-1956).
Material examinado : (Col. Mol. M. N. 3752) 1 exemplar de Sebastião, SP, col. O. Guerra, 7/1964.
Cha e top Z e ura spinu Zosa (Gray, 1828)
· (Figs. 26a-26g, 27, 28,29)
Chiton_Spinu Zo s us Gray, 1828 : 6, pl. 6, fig. 7 e 7a
Chiton 'SpinuZosus: Sowerby, 1841 (partim), figs. 84 e 84a Chiton Jan e ir ensi s : Reeve, 184 7, pl. 15, fig. 80
Chiton Sowerbianus Reeve, 1847, pl. 15, fig. 80 Chiton SpinuZosus: Reeve, 1847, pl. 16, fig. 90 Chiton spinu Zosus : H . & A. Adams, 1858 :475
Chiton spinu Zosus: Reeve, 1860 : 38
Chaetop Zeura spinu Zosa: Pilsbry, 1892 : 38, pl. 13, figs. 63-64 Chaetop Z eura sow erbiana: Pilsbry, 1892 : 39, pl. 13, figs. 67-68 Chaetop Z e ura spinu Zosa: Morretes, 1949 : 6
Chaetop Z eura sow erbiana: Morretes, 1949 : 6
Chaetop Z e ura (Chae top Z eura) spinu Zosa: Righi, 1967 : 89, figs. 12-20 Chaetop Zeura s owerbiana: Righi, 1971 : 141
Chaetopl eura ( Cha e t op Z eura) spinu Zosa: Righi, 1971 : 142 Chaetop Zeura sowerb iana: Rios, 1975 : 266
Chaetop Z eura spinuZosa: Rios : 266
Parece não haver dúvida quanto à identidade entre Cha e top Zeura spinuZosa ( Gray, 1828 ) e Cha e t op Z eura sowerbiana (Re eve , 1847 ) . As ilust r a ções a pre s en t ad a s por REEVE (1 847 , fig . 80 e f ig. 90) e reproduzidas por PILSBRY (1892, pl. 13, figs. 63-64 e 67- 68) apresentam forte semelhança entre si. Carpen ter, citado
por PILSBRY (1B92: 39) jã destacava que C . sowerbiana · parecia- lhe uma variedade grosseira de C. spinulosa Gray.
REEVE "(1847) apresentou a figura n9 80 da �rancha 15 nome de Chiton Janeirensis Gray. Mais adiante na prancha ao referir-se à figura 116, denominou o animal aí represent�
do Chiton Janeirensis Gray e, no Último parágrafo da explicação
acreditar que a figura 80 da prancha 15 representa� se realmente o Chiton Janeirensis Gray e propos para a referida fi gura o nome de Chiton Sowerbianus .
De fato, a · figura 116 da prancha 19 de REEVE (1847) mostra. claramente o Callop.lax janeirensis (Gray, 1828) estudado no presente trabalho, enquanto que a figura 80 da prancha 15 de REEVE (1847), em nada se lhe assemelha.
A controvertida figura 80 de REEVE (1847) é contudo ab s olutamente concordante com as figuras 84 e 84a, pl. 164 de SOWERBY (1841). Esse autor (SOWERBY, 1841) designou todavia na pagina 8, n9 99, quatro figuras como representando o Chiton Spi nu losus Gray (figs. 70, 71, 84 - e 84a). As figuras 84-e 84a real mente concordam com as da descrição original de GRAY (18 28) para essa esp écie assim como com as figuras de REEVE (1847) e PILSBRY
(1892) para C . spinulosa e C . sowerbiana .
Alem de todas essas coincidencias, o material que exa minei apresenta um nítido gradiente entre os caracteres dessas
si n;nimas , cabendo a prioridade a Chaetopleura spinulosa (Gray ,
1 8 2 8 ) .
Jâ as figs. 70 e 71 da prancha 161 de SOWERBY (184l)r� presentam uma espécie diferente que julgo seJ a Chaetopleura
asperrima (Gould, 185 2).
SOWERBY ( 1 841) propôs ainda Chi ton CoZumbiensis (fig . 15, pl. 40, op . cit) e Chiton Luridus (fig. 20, pl. 40, op. cit. ) como sinônimos de sua concepção de Chiton Spinulosus Gray, o que
nao
inf undado, tanto para Chaetop Z eur� spi n u Z o sa (Gray quanto para Chaetop Zeura asperrima (Go u l d , 185 2).
Chaetop Zeura spinu Z osa (Gray, 1828) ê a�ima l de porte
tendo em m é dia 30mm de comprimento por 21mm de largura. variando do castanho cl aro a o rosa escuro . Perino to de tona lida de mais clara aparentemente gl abro mas, so b l upa, re rec o bert o de peq uenos espinho s triangu lares o u retangu l � pro f undo s su l cos l ongitu dinais. Disperso s entre o s esp�
l ongos pel os, raros, a na o ser na margem o u em tu
suturais o nde se a p resentam agrupa do s d� m o do caracteristico.
V a l vas um tant o carena das . Ãrea centra l em fileiras de pequenos n6 d u l o s orientado s l ongit u dina l mente, com um maximo - . de 26 e um minirno de 16 fil eiras de ca da l a do . Áreas l a terais com nódul o s em fil eiras ra diais; sete fileiras em m é dia . V a l va I com
nód u l os em fileiras ra diais . V a lva V I II convexa com depressã o pos mucra l ausente o u muito dis creta .
Ridu l a com d ente mediano cara cteri stico do genero, m u i t o s emel ha nte ao de Chaetop Zeura fu lva (Wo o d , 181 5 ) _diferindo do mesmo pela imp l anta ç ã o que se f a z por duas pontas l a terais (fig .
2 7 ) .
Animais pouco f req uentes , encont ra di ç o s em l itorais r o � chos os de ma r ba tido o nde ê comum a p resen t a r em as val vas f o r te-mente ero dida s .
Os el emen t o s ra dul ares e do perino to f i gu r a dos po r R I GHI (19 6 1 : 90) são co nco r dantes com o ma teria l que examinei .
Lo c a l i dade-ti p o : Rio de Janei r o
Dis t rib uiç ã o geo gr� f i ca: Rio de Janeiro (Gr ay , 1 8 2 8 )
1 9 6 7 )
Ma t e r i a l e x D m i nado : (Co l . Ho l . H . N . 3 7 71) 1 e x e mp la r , S ã o existem
SP, col. O . Guer ra, 7 / 196 4 (Ca l . Mal. M.N . 3768) 1
P edras do Arpoado r , RJ , col. O. Guerra , 4 / 1966 ( C o l . Mo l . 3 7 69) 1 ex . , Boa Viag em, Nite r ói , RJ, cols . H. Travass es e
2 / 1 959 (Cal . Ma l . M . N . 3 7 7 0) 1 ex . , são Con rado, RJ, E . H . Mauricio, 1 / 1964 ; (M . N . Col . H.S.Lopes 6052 ) 1 ex., (s e Pedras do Arpoador , RJ , leg. J.P.A. Cardoso, det . McGinty .
Chaetopleura asperr�ma (Goul d , 1 852)
(F i gs . 30 e 31)
spinulosus· : S owerby , 1 8 4 1 (p ar tim): 8 , n 9 9 9, f i gs . 7 0 e 7 1
asperrimus Goul d , 1 8 5 2: 3 2 6, f i g . 4 1 8 a-b , apud Pilsbry ,
18 9 3
Mopa lia asperrima : H . & A . Adams , 18 5 8 : 47 8
Chaetopleura asperrima : Pils b r y , 1 8 9 3 : 7 0 , p l . 14 , figs . 1 - 2
Chaetop leura· a sperrima: Th i e l e , 191 0 : 7 5 , pl . } , f i gs . Lr S - 4 6, ap ud R i g h i , 197 3 a
Chaetopleura asperrima: F e l i p pon e & B a r a t t i ni , 193 8:43, p l.1 ,
f i g . b , apud F i gueir a s & S i cardi , 196 8
Chaetopleura asperrima : Ma rretes , 1 9 4 9 : 6
Chaetopleura asperr�ma : Bara t t i n i , 195 1 : 189
Chae topleura asperrima : B a r a t t ini & U r eta , 1960 : 90
Chiton asperrimus : Bar a t tin i & Ur e t a , 1 9 6 0 , p l . 1 7 , fig . b
Chaetopleu1°a asper1°irna : F i g u eir a s & Sicardi, 1 9 68 : 240, . p l . l , f i g . 3
Chaetopleura asperrima : R i g h i , 1 9 7 0 : 1 0 &, f i g s. 4 - 2 0 , apud Righ i , 1 9 7 3 a
Chaetopleura ( Chae topl eura ) asperPima : R i g h i , 1 9 7 1:14 1
( Chac toplcura ) aspcrrima : n • · 1 • .õ."\. l. g .i 1 1. '
Cha ctop l e ura a sp crr[rna : R i o s , 1 9 7 5 : 2 6 6 , p l . 8 7 , f i g . 1 2 8 3 +