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Cálculo da dose de radiação através de convoluções em meios heterogêneos para aplicações em radioterapia

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Academic year: 2021

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(1)

Instituto de Física "Gleb Wataghin"

Cálculo da Dose de Radiação Através de Convoluções em

Meios Heterogêneos para Aplicações em Radioterapia

LuísAugusto Perles

Orientadora: Profa. Dra. Carola DobrigkeitChinellato

(2)
(3)

Agradeço ao Sérgio e aRosângela da físicamédica do CEB por todo o apoio recebido. Ao

pessoal da radioterapia do CAISM pela recepção e valorosas discussões: Márcio, Núria,

José Garcia, Fernanda, André, etc. Ao Fred, por ter escaneado e enviado (por e-mail!) um

valiosíssimoartigo. ÀPatrícia(USP- Ribeirão Preto)porpossuireemprestar o talartigo.

AgradeçoaoWilson eao MáriodaInformática doCEBe doCCJDRdo IFGW,

respec-tivamente, pelavaliosa ajuda.

Agradeço também ao professor Lúcio (DMA - IMECC) pela importante ajuda com as

FFT's.

E, em especial, desejo expressar minha enorme gratidão aos meus dois orientadores: à

professora Carola (DRCC - IFGW)e ao José RenatoO. Rocha da radioterapia doCAISM

(4)

Nesta dissertação de mestrado apresentamos o estudo sobre uma técnica de convolução

para o cálculo da distribuição da dose de radiação usada em teleterapia. Este método

decompõe em três parcelas a distribuição da energia absorvida pelo meio: uma devida

à dose do espalhamento primário, uma devida à dose do espalhamento secundário e uma

terceira,devidaaosespalhamentosdeordenssuperiores. Mostramostodoodesenvolvimento

teóricodométododecálculodadosederadiação porconvoluçõesparameioshomogêneose

heterogêneos,ondeostecidosmolessãotratadostodoscomotendoamesmaseçãodechoque

queaágua. Asheterogeneidadessãotratadascomodedensidadesdiferentesdaágua,porém

comamesmaseçãode choquedaágua. Asfunçõesdetransportedeelétronsefótonsforam

simuladas noEGS4.

Fizemos oscálculos paraaenergia do 60

Coe osresultados apresentaram uma boa

con-cordância quando comparados a resultados experimentais e simulados para campos de até

1010cm 2

a uma profundidade de 26cm. Com o aumento das dimensões do campo, a

profundidade em que há conabilidade reduz-se. Este fato se deve ao espaço limitado em

que o programa EGS4 realiza as simulações dos transportes de fótons de altas ordens de

espalhamento.

O programadesenvolvido para o cálculo da distribuição de dose de radiação nesta tese

tem por objetivo servir de base para outros estudose pesquisas relativas à aplicação deste

método e tambémpoderáser usadono dia-a-dia da radioterapia após osdevidos testes de

(5)
(6)

Inthisthesiswehaveapplied theconvolutiontechniquestocalculate thethree dimensional

(3D) dose distribution to be used inteletherapy. The convolution method spans the total

doseinthreeparts: oneduetotheenergy releasedbychargedparticlesproduced attherst

collisions,onedueto theenergyreleasedbythe rstscatteredphotons, andthelastonedue

to photons of higher order scattering. We have shown up the theoretical development for

homogeneousand inhomogeneous media. Cross sections oftissues have been approximated

to water like. Heterogeneities are supposed to have the same cross sections as water and

theirdensitieshave been treatedasweight for thedosecomputations. Electronandphoton

functionswere simulated ina previous stepusing EGS4.

We have done the calculations for 60

Coenergy and the results have showngood

agree-ment withexperimentaldatasets foreldslessthan1010cm 2

at 26cmdepth. Forlarger

eldsthe depthofagreementwasreduced. We have associatedthisfacttothelimitation of

simulationsteps,during transportofphotons of higherorder scattering.

Theaimofthesoftwaredevelopedtocalculatetheradiationdosedistributioninthis

the-sisistobethe basisfor otherstudiesand researchesrelated. Theapplianceinradiotherapy

(7)
(8)

Agradecimentos iv

Resumo v

Abstract vii

1 Introdução 1

2 A teoria do cálculo da dose por convolução para meios homogêneos e

heterogêneos 5

2.1 Adistribuição espacial dadose . . . 5

2.2 Omodeloteórico . . . 7

2.3 Auência . . . 9

2.4 Ocálculoda doseparameioshomogêneos . . . 10

2.4.1 Adose primária. . . 10

2.4.2 Adose secundária . . . 13

2.4.3 Adose demúltiplo espalhamento . . . 15

2.4.4 Adose total . . . 20

2.5 Ocálculoda doseparameiosheterogêneos . . . 21

2.5.1 Adose primária. . . 22

2.5.2 Adose secundária . . . 22

2.5.3 Adose demúltiplo espalhamento . . . 27

2.5.4 Adose total . . . 30

3 Simulação por Monte Carlo 33 3.1 Oprogramade simulaçãoEGS4 . . . 33

3.2 Oprocesso desimulação . . . 34

(9)

3.3.1 OMétodo usadonassimulações. . . 40

3.3.1.1 Ageometria e astécnicas utilizadas . . . 40

3.3.1.2 Osparâmetros da simulação . . . 42

3.3.1.3 Acontabilização daenergia depositada . . . 43

3.3.1.4 Núcleoprimário . . . 43

3.3.1.5 Núcleosecundário . . . 43

3.3.1.6 Núcleode múltiplo espalhamento . . . 45

4 O Método Numérico 47 4.1 Ocálculocomputacional dadose . . . 47

4.2 A matrizda uênciaprimária . . . 48

4.2.1 A implementaçãocomputacional . . . 49

4.3 Convolução via FFT . . . 50

4.3.1 A Transformada deFourier Rápida . . . 51

4.3.1.1 OsTeoremas da Amostragem . . . 52

4.3.2 Convolução de duasfunçõesnitas . . . 53

4.3.2.1 Odeslocamento dosdados . . . 53

5 Resultados e Discussões 55 5.1 Os núcleos de deposição de energia . . . 55

5.1.1 Onúcleode deposição deenergia primária . . . 55

5.1.1.1 Oslimites deresolução . . . 56

5.1.2 Onúcleode deposição deenergia secundária . . . 58

5.1.3 O núcleo de deposição de energia devido ao múltiplo espalhamento dosfótons . . . 61

5.2 Os cálculosda dosede radiação . . . 61

5.2.1 Os testesemmeioshomogêneos . . . 64

5.2.1.1 Comparação comasmedidasfeitas noCAISM . . . 64

5.2.1.2 Comparação como programa PLATO . . . 79

5.2.2 Os testesemmeiosheterogêneos . . . 79

5.2.2.1 Comparação coma simulaçãono EGS4 . . . 79

5.2.2.2 Comparação como programa PLATO . . . 81

(10)

A.1 Asdenições dadaspelo ICRU . . . 87

A.1.1 Radiometria. . . 87

A.1.2 Coecientesde interação . . . 87

A.1.3 Dosimetria . . . 89

A.2 Errorelativo eabsoluto . . . 90

B Tabela de probabilidades de interações do fóton na água 91 C Os testes e o código fontedo programaque realizaoscálculos 3Dda dose 93 C.1 Aestrutura do programa de convolução . . . 93

C.1.1 Ocódigofonte . . . 94

C.2 OsTestesdaFunção deConvolução . . . .108

C.2.1 Teste 1D. . . .109

C.2.2 Teste 2D. . . .109

C.2.3 Teste 3D. . . .110

D Alterações no programa XYZP para a geração dos núcleos deconvolução117 D.1 Forçando aprimeira interação do feixe . . . .117

D.1.1 Osnúcleos de deposição de energia . . . .119

E O PEGS 121

F O Formato Padrão dos Arquivos de Entrada e Saída 123

(11)
(12)

Introdução

Aradioterapiatemfunçãoimportantenotratamentocontraocâncer. Ofísicoparticipadeste

tratamento fazendo o planejamento da aplicação da radiação ionizante. O planejamento

consiste em ajustar o tamanho do campo de radiação, a posição, direção e quantidade de

feixes a seremusados. Paratomar estas decisões, o físiconormalmente usaprogramas que

calculamadistribuiçãotridimensional(3D)dadosederadiaçãodentrodocorpodopaciente

amdeconcentraromáximodadosenoalvo(tumor)eomínimopossívelnostecidossadios.

Estes procedimentos exigem um bom programa de cálculo da dose, porém nos deparamos

com programas caros e que podem apresentar falhas. Este fato nos motivou a estudar os

algoritmosusadosparaoscálculos3Ddadoseesuaslimitações. Nestatesevamosapresentar

umalgoritmoe suarespectiva implementação computacional.

O que torna o cálculo da distribuição 3D da dose uma tarefa complicada é que não

conseguimosequacionarotransportedeenergiaanaliticamente. Parafacilitaracompreensão

da tese,vamos apresentaruma interpretação para adenição formal, dada noapêndice A,

de dosede radiação ede umaoutra grandezatambémmuito importante, okerma 1

.

Quando umfóton atravessa ummeio material, eleinterage comosátomos queformam

este meio e lança partículas carregadas. O kerma é a quantidade de energia cinética por

unidade de massa que a partícula carregada (elétron ou pósitron) recebe no instante da

interaçãodofótoncomamatéria. Basicamente,umapartedestaenergiacinéticaseráusada

paraaionizaçãodosátomosemoléculasdomeioeaoutraseráirradiadaporbremsstrahlung

ou aniquilação de pares. A parcela do kerma queioniza o meio chama-sekerma de colisão

ea queirradia, de kerma de radiação.

Estas partículas carregadas que receberam um kerma de colisão irão ionizar a matéria

1

KermavemdoinglêsesignicaKinetic Energy Releasedinthe Medium;oafoiadicionadoapenaspor

(13)

vessado por estas partículas carregadas. A dose de radiação é a parte do kerma de colisão

de todas as partículas que atravessam 4V e que é convertida em ionização do meio

nes-te elemento de volume. É interessante notar que este 4V pode estar sendo atravessado

porpartículas carregadas queforamgeradas nelepróprio e por outras partículas queforam

geradas em elementos de volume vizinhos. A diculdade em se determinar exatamente a

doseestá emdescreverestestransportes daspartículas carregadas (elétrons,pósitrons,etc)

e tambémdasneutras (fótons,nêutrons, etc.) [1, 2]. Sobreeste tema discutiremosmaisno

capítulo seguinte.

Na prática, existemvárias formasde se obtera distribuição aproximada da dosede

ra-diação. A mais simples é a que se baseia no perl de isodose medido na água e pode até

ser feita gracamente, sem oauxílio de computadores [1]. Esteé ummétodo aproximativo

antigo,porém aindausado emdeterminadoscasos. Outra técnica éa simulação por Monte

Carlo dotransporte edas interações daspartículas. Estaforma apresenta excelentes

resul-tados, todavia o tempo computacional aindaé extremamente elevado. Ométodo que será

descrito eaplicadonesta teseé odeconvolução dauência dofeixede fótonsqueincide no

meioabsorvedorcomnúcleosdedeposiçãodeenergia. Afunção destesnúcleos édeespalhar

o kermade colisão lançadopelauência [3, 4].

O objetivo desta tese é iniciar o projeto de desenvolvimento de um programa para o

cálculodadosederadiaçãoatravésdeconvoluçõesparausoemteleterapia(radioterapiacom

fonte externa ao paciente). Inicialmente, o programa será aplicado em pesquisa, podendo

ser adotadonoplanejamento dostratamentos apósostestes necessários.

A organização desta dissertação

No capítulo 2 detalhamos dois modelos teóricos para o cálculo da distribuição da dose de

radiação, sendo um parameios homogêneos e outro para heterogêneos. Neste capítulosão

apresentados osmodelamentosdosnúcleos de deposição de energia.

Taisnúcleos serão simuladose astécnicas aplicadassãodescritas nocapítulo3.

Descrevemos o método numérico usado para fazer a convolução no capítulo 4, onde

aplicamos astécnicas de transformadade Fourier rápida.

Osresultados sãoapresentados nocapítulo5ondecomparamos ométododeconvolução

com simulaçõese comum programacomercialusadono planejamento deradioterapia pelo

CAISM(CentrodeAssistênciaIntegralaSaúdedaMulher,Unicamp),oPlato,daNucletron

[5].

(14)

No apêndice A estão algumas das denições da ICRU (International Commission on

Radiation Units and Measurements). Nos apêndices seguintes encontramos informações

técnicas arespeito da programação e características dosequipamentosusados no

(15)
(16)

A teoria do cálculo da dose por

convolução para meios homogêneos e

heterogêneos

Estamosinteressadosemobterummodelomatemáticoparaocálculodadosederadiaçãoem

meiosheterogêneosquepossaserusadonoplanejamentodeumprocedimento deteleterapia

por cobalto 60 60

Co 

. Descreveremos neste capítulo dois modelos teóricos para o cálculo

dadoseusandoummétodoquenospermitechegaraalgumasintegraisdeconvolução[3,4].

No primeiro modelo tratamos apenas da aplicação da radiação a meios homogêneos,

já o segundo modelo é uma extensão do primeiro para meios heterogêneos. Ambos os

modelossãopararadiaçãomonoenergética,maspodemserfacilmenteestendidospara

raios-X,discretizando-seoespectroemfaixasdeenergiaserealizando oscálculosparacada faixa

de energia emseparado,e depoissomando osresultados considerando odevido peso[6 ].

2.1 A distribuição espacial da dose

Vamos prosseguir com o estudo da composição da dosede radiação iniciado na introdução

destatese. Considereumelementode volumediscretoV pertencenteaummeio material,

comomostrado na gura2.1. Nesta guravemos vários processos de interação daradiação

coma matériaocorrendo. Osfótons e 00

interagempeloprocesso Compton, 0

por efeito

fotoelétricoe 000

porproduçãodepares. Suponhaque , 00

e 000

sejamosfótonsprovenientes

de uma fonte de radiação monoenergética externa ao meio. A doseabsorvida em V será

(17)

γγ

γγ

γγ

’ ’

γγ

’ ’ ’

∆∆

V

V

fóton

elétron

pósitron

Figura 2.1: Umesquema ilustrando a composição da dosede radiação.

gura 2.1, convertidos em ionização dentro do elemento de volume V. Vemos quea dose

absorvida neste elemento de volume é devida a partículas carregadas que se originam no

próprio elemento de volume e também por partículas oriundas das células vizinhas. Este

fato sugere que o transporte eletrônico do kerma de colisão possa ser modelado por meio

de uma integral de convolução. Observe, também, que como o fóton 0

foi gerado em

um elemento de volume relativamente distante de V, este fato sugere uma integral de

convolução parao transporte fotônico dadose.

Estes processos que contribuem para a formação da dose absorvida são de natureza

estocásticaeocorrememenormequantidade, oquedicultaummodelamento maispreciso

do problema. Por este motivo a simulação computacional freqüentemente é sugerida para

resolveresteproblema, porémo tempoutilizado porestassimulaçõesaindaémuitogrande,

inviabilizandooseuusonoplanejamentodasseçõesderadioterapia(estetemaseráabordado

no capítulo 3). Como citamos anteriormente, a dependência da dose absorvida em V de

outros elementosde volume sugerea existênciade integraisde convolução paratransportar

(18)

Os modelos teóricos que vamos estudar aplicam-se principalmente a raios- com energia

em torno de 1 MeV, em que o principal processo de interação da radiação com a água é

o Compton (a tabeladas probabilidades dosvários processos de interação de fótons com a

água estáno apêndiceB).

γγ

γγ

γγ

’ ’

e

e

e

e

Figura 2.2: Esquemailustrativode umaseqüência de espalhamentos Compton.

Suponha uma história de um fóton de energia inicial E

0

que interage por processo

Comptonemumdeterminado meioabsorvedor. Oestado naldeste sistemaserácomposto

por umfóton 0

de energia E 0

eumelétrone de energia K,comomostrado nagura2.2.

Esteelétronirádepositarasuaenergiacinéticaaolongodesuatrajetóriae,eventualmente,

emitir umoumais fótonspor bremsstrahlung (nãoesquematizado).

Continuemos a seguir o fóton 0

gerado no primeiro processo Compton. Este fóton

poderia, novamente, sofrer uma interação Compton. Assim, o estado nal deste segundo

sistemacasendoumfóton 00 deenergiaE 00 eumelétrone 0 deenergiaK 0

. Esteelétronirá

depositara suaenergia cinéticaemformadeionizaçãoao longodasuatrajetóriaetambém

poderia geraralgum fótonporbremsstrahlung.

Ofóton 00

terminasuahistóriaemmaisalgunsespalhamentosquepodem,dependendo

dasuaenergia, serumacombinação dosefeitosCompton, produção de parese fotoelétrico,

podendo atémesmosair do meio absorvedorem questão. Não estamoslevando emconta o

efeito Rayleigh por este não contribuir paraa doseabsorvida.

Esta história é a basedo modelo proposto em[3, 4], que supõe que todasasinterações

(19)

e

e

Contribuem para a fonte do

múltiplo espalhamento, s

m

m

.

.

Φ

Φ

p

p

Φ

Φ

s

s

Figura 2.3: Este é o modelo teórico proposto pelo esquema da gura 2.2, agora com uma

uência associada aos fótons. Por simplicidade, não representamos oselétrons a partir da

segunda interação.

A uência de fótons é a razão entre o número de partículas e a área, como denido

pelaICRU e apresentado noapêndice A. A uênciaprimária 

p

é constituída pelos fótons

quepenetraramomeio absorvedor, sãoprovenientesde umafonteexterna, equeaindanão

interagiram.

O modelo a ser tratado nesta dissertação considera que os fótons da uência primária

interajamsomente porefeitoCompton. Apósaprimeira interação,adireção eaenergia dos

fótons sãodadaspelaseção de choqueCompton. Neste passonão temosmaisumauência

unidirecionalemonoenergética,oquepodedicultarumpoucoasuadescriçãomatemática.

Esta uênciasecundária 

s

defótons estáindicada na gura 2.3.

Consideramos novamente que osfótons queconstituem a uência secundáriainterajam

porefeito Compton. Porém descrevera uênciaapósesta terceira colisãoseriamuito

com-plicado e desprezar estesfótons signicaria subestimar a dosetotal. Note queestes fótons,

após mais algumas colisões, poderiam ser considerados como sendo provenientes de todo

o meio e tendo direções aleatórias. Assim, a solução encontrada foi tratar os fótons que

constituem a uência apósa terceira colisão como uma fonte a ser usada nos modelos de

difusão, normalmente empregada para gases [3]. Desta forma, os fótons provenientes da

terceira colisãoserão tratadoscomo afonte s

m

(20)

seçõesseguintes deste capítulo.

2.3 A uência

Para sabermos a dose em umadeterminada região no meio absorvedor precisaremos saber

qualaquantidadee ascaracterísticasdoselétronsqueestãoatravessandoestaregião. Estes

elétronsforampostosemmovimento por fótonsnaregiãoemquestãoe nassuas

proximida-des.

Considere um esquemaonde encontramos umtanque semi-innito contendoágua como

meio absorvedor e umfeixemonoenergético de energia E

0

cuja uência na superfície deste

meio é denotada por 

0

, como esquematizado na gura 2.4. Seja 

p

a uência de fótons

queatravessam o meio absorvedor, descrita como função da uência da fontena superfície

 0 como [6 ]:  p ( ! r)= 0 ( ! r 0 ) j ! r 0 j 2 j ! rj 2 exp  Z r r0   ! l  d ! l  (2.1) onde ! r 0

é a distância da fonte à superfície do meio, também conhecida como SSD (source

to surface distance), !

r é a distância da fonte ao ponto em que estamos interessados em

calcular a dose e  

!

l 

é o coeciente de atenuação linear do meio no ponto !

l . Note

quenestaexpressãoparaauênciaprimária ocoecientede atenuaçãolineardepende da

posição, portanto estaexpressão de 

p

aplica-se também ameiosheterogêneos.

Se este feixe de fótons atravessa ummeio de coeciente de atenuação linear constante

, então podemos simplicar a expressão anterior para ser usada nos cálculos para meios

homogêneos, equação 2.2.  p = 0 ( ! r 0 ) j ! r 0 j 2 j ! rj 2 e  ! r ! r 0 0 (2.2)

Para efeito de modelamento teórico da dose, não estamos considerando a divergência

geométricadofeixe,poisemteleterapia estadivergênciaétipicamentedesprezíveldoponto

(21)

p

ponto como função dauência dafonte 

0 .

2.4 O cálculo da dose para meios homogêneos

2.4.1 A dose primária

A uência primária apresentada na equação 2.2 transfere um kerma de colisão 1 , chamado de kerma primário K p ,descritopor [1]: K p ( ! r 0 )= p ( ! r)  en (E 0 )  E 0 C (2.3) onde  en

éo coeciente de absorção de energia atômicoe  a densidade domaterial. 

en é

derivado do coeciente linearcomo vistona equação 2.4, dado emcm 2 =g [1, 2]. A uência está emfotons=cm 2 eo kerma K p

estáem gray (Gy). O fatorC éusado para converter o

kerma paragray,sendo C=1;60210 10 h Gy MeV=g i .

Temos aindaque

 en (E 0 )=(E 0 ) E tr E 0 (2.4) onde E tr

éa energia média transferida paraomeio em formade ionização.

Os elétrons resultantes da primeira colisão são chamados primários, assim a dose

as-sociada ao kerma da equação 2.3 será chamada de dose primária. Como apresentamos

1

A partirdeste ponto vamosnos referir aokerma decolisão apenas comokerma, exceto quando haja

(22)

ionizando o meio. Durante o seu trajeto, o elétron sofre inúmeras colisões onde ocorrem

trocasde energia emudanças de direção aleatórias. Este fatodiculta omodelamento

teó-rico da conversão do kerma em dose, mas sabemos que todo este kerma será convertido

em doseabsorvida em algum ponto, e para tanto vamos supor umafunção f( !

r) quefaça

estadistribuição. Dofatodequetodososelétrons quereceberam umkerma primário serão

termalizados emalgum ponto do meio,escrevemos que :

Z Z Z V f ! r 0  dV 0 =1 (2.5)

Assim aexpressãoparaa doseprimária será dada por[3]:

D p ( ! r)= Z Z Z V  p ! r 0    en  ( E 0 )E 0 cf ! r ! r 0  dV 0 (2.6) Interpretamosafunçãof ! r ! r 0 

comoafraçãodokerma lançadoem !

r 0

queé

trans-portado e transforma-seem doseno ponto !

r. Vamos simplicar a equação anterior, para

D p ( ! r)= Z Z Z V  p ! r 0  k p ! r ! r 0  dV 0 (2.7)

A equação 2.7 representa a dose primária distribuída em todo o meio semi-innito de

água,onde

p (

!

r)éa uênciaprimária calculadaem ! r ek p ! r ! r 0  éo núcleode

depo-siçãode energia primária. Se estasduasfunçõesenvolvidas nestaintegral foreminvariantes

por deslocamento,a equação 2.7será umaintegral de convolução.

A função f( !

r) pode ser conseguida por meio da simulação de Monte Carlo em um

meio homogêneo[3 ]. Destaforma f( !

r)será,assim como

p

,invariantepordeslocamento,

tornando aequação 2.7umaconvolução.

EmboraumdospontostratadosnestatesesejaasimulaçãoporMonteCarlodosnúcleos

de deposição de energia, por hora desejamos obter uma visão mais física do problema da

conversão do kerma em dose. Por isso vamos buscar uma outra aproximação para a dose

primária.

Para conseguirmos umnúcleo de deposição de energia analítico, aindaqueaproximado,

vamos introduzir mais uma grandeza radiológica: o stopping power. Esta quantidade nos

mostra a taxa em que as partículas carregadas perdem sua energia cinética dE para a

ionização do meio ao longo de suatrajetória dx, e pode ser escrita assim: dE

dx

. Dividindo

esta expressão pela densidade  obtemos dE

dx

(23)

aproximadamenteindependentedadensidadedomeio . Ostoppingpower dependedaseção

de choquetotal do meio material e da energia cinética da partícula carregada em questão.

Nasreferências[1, 2]encontramos expressõesanalíticaspara o stopping power.

Considere, então, umelemento de volume dV 0

com 

e

elétrons por unidade de volume,

onde aspartículas carregadassãolançadas pelas interaçõesComptonde umfeixedefótons

monoenergéticos. Desejamos saber a dose absorvida por um determinado elemento de

vo-lume dV. Esteelemento de volumecentrado em !

r está compreendidoefetivamenteemum

ângulosólidoinversamenteproporcionala ! r ! r 0 2

. Considere tambémaseçãodechoque

Compton que forneça o ângulo médio de saída do elétron, dada na equação 2.9. Podemos

descreveronúcleode deposição de energia primária,aproximadamente, por [4 ]:

k p ! r ! r 0  = e  d 0 d 0 ! r ! r 0   dE dx ! r ! r 0   1 ! r ! r 0 2 (2.8) sendo d 0 =d 0

a seção de choque Compton para os elétrons e dE

dx

o stopping power para

oselétrons na água. Ovetor !

r !

r 0

é a direção média de saída doselétrons da interação

Compton. Note quea seção de choque Compton e o stopping power apenas necessitam do

ângulo 0

de saídadoelétron. Aseguirtemosa expressãoparaa seçãode choqueCompton

como função doângulo médio desaída doselétrons [9]:

d 0 d 0  0  = d d ( )  1 1+ (1+cos)sin sin 3  0  (2.9)  0 = cot 1  (1+ )tan   2  (2.10) = E 0 m 0 c 2 (2.11) onde  0

é oângulodoelétronquefoilançadopelainteração Compton,e queserelaciona ao

ângulo  de saída do fóton pela equação 2.10, m

0

é a massa de repousodo elétrone c é a

velocidadeda luzno vácuo.

O que apresentamos aqui é uma aproximação analítica para o núcleo de deposição de

energia primária considerando quetodasasprimeiras colisõessãodo tipo Comptone

assu-mindoque,namédia,aconversãodokermaemionizaçãoocorredeacordocomoaexpressão

para o stopping power. É esperadauma boa concordância em determinadasenergias como

a do 60

Co,porém estemodelo começa afalhar emenergiasmais altas.

2

(24)

Quando estamosem ummeio cujo número atômicoefetivo é aproximadamente igual ao da

água (Z

H

2 O

=7;51), o alcance prático de umelétron gerado por umfóton de 1MeV é de

0,329cm[1]. Naintroduçãodissemosquearesoluçãoespacialemqueestamostrabalhando é

de0,5cm, portanto maiorqueoalcance damaioria doselétronsenergéticos. Mesmoassim,

zemos o modelamento do transporte dos elétrons primários porque temos a intenção de

queeste modelotenha boa concordânciaem energiasmaiores.

Porém é um pouco mais difícil fazer esta mesma estimativa para o caso dosfótons

se-cundários,poistemosumespectro deenergia defótonsapósaprimeira interação. Sabemos

tambémqueestesfótonssecundários,possuemumaenergia menorqueosprimários, e,

por-tanto, os elétrons gerados por estes fótons secundários também terão um alcance prático

menor que osprimários. Este fatosugere que podemos desconsiderar otransporte dos

elé-tronssecundários eapenasconsiderarqueeles depositamtoda suaenergia namesmacélula

em que interagiram. O modelamento teórico do núcleo de deposição de energia

secundá-ria ca entãoresumido ao transporte dosfótons atravésdo meio absorvedor [3 ],o quenos

remetenovamentea umaconvolução.

No esquema apresentado na gura 2.3 temosumespalhamento da uência primária 

p

por umprocesso Comptoneobservamosageraçãodauência secundária

s

. Sejaummeio

absorvedorcujaseçãodechoqueComptonparafótonssejad=d. Nestemeioconsidereum

elemento de volume dV 0

onde haja 

e

elétronspor unidade de volume. Entãoo número de

fótonsespalhadosemumângulosólidodé

p 

e

ddV 0

. Onúmerodefótonsespalhados

dN 0

s

provenientes de dV 0

como função doângulo sólidod ca

dN 0 s = p  e dV 0  d d d (2.12)

Como estamos emummeio absorvedoredesejamos saberauência 

s

que alcançaum

determinado elemento de volume dV em !

r, devemos então fazer a atenuação exponencial

da expressãoanterior. Assim

dN 0 s = p  e dV 0  d d  dA ! r ! r 0 2 e  ! r ! r 0 (2.13)

onde trocamoso ddo numerador por dA ! r ! r 0 2

,e éo coecientede atenuação lineardo

(25)

Podemosentão escreverumauência 

s

dependente do elemento de volume dV como:

dN 0 s dA =  p  e dV 0  d d  e  ! r ! r 0 ! r ! r 0 2 (2.14)  0 s = dN 0 s dA (2.15) Portanto  0 s

é umauência secundáriadiferencial evamos escrevê-la assim: d

s =

0

s .

Estamos interessadosemsaberauênciatotal noelemento devolumedV apontado por

!

r,eportantodevemosintegrarauênciasecundáriadiferencialemtodooespaço,conforme

a equação 2.17.  s = Z Z Z V d 0 s (2.16)  s ( ! r) = Z Z Z V  p ! r 0   e  dV 0 ! r ! r 0 2  d d ! r ! r 0  e  ! r ! r 0 (2.17)

Simplicando aequação anterior, identicamos claramente onúcleok 0 s da convolução:  s ( ! r) = Z Z Z V  p ! r 0  k 0 s ! r ! r 0  dV 0 (2.18) k 0 s ! r ! r 0  =  e  dV 0 ! r ! r 0 2  d d e  ! r ! r 0 (2.19) O kermasecundário K s ( !

r) éescrito comofunção da uência secundáriadesta forma:

K s ( ! r)= s ( ! r)  0 en  E s C (2.20) onde  0 en 

tem omesmo signicadoque 

en



porém osinal0indica quedeveser calculadona

energia E

s

,sendoesta aenergia médiadosfótonsquesãoespalhadosno processoCompton

[3].

Então, escrevendo o kerma secundárioemtermos dauência primária, chegamos a:

K s ( ! r) = Z Z Z V  p ! r 0  k s ! r ! r 0  dV 0 (2.21) k s ! r ! r 0  = k 0 s ! r ! r 0    0 en  E s C (2.22)

(26)

depositandotodaa suaenergia dentroda célula ondesãogerados, adosesecundáriaem r

seráigual ao kerma calculadoneste mesmoponto, eassim

D s ( ! r)= Z Z Z V  p ! r 0  k s ! r ! r 0  dV 0 (2.23)

2.4.3 A dose de múltiplo espalhamento

Consideramos novamentequeosfótonssecundários irãointeragir por efeito Comptoneque

estasegundainteração produziráosfótonsdeterceiraordem. Comojácitamos,nãoémuito

interessante seguir cada uma das interações dos fótons, pois assim seríamos obrigados a

truncarasériequecompõeadosetotal,incorrendoemumcertoerroesempresubestimando

adosetotal. Vamosconsiderarqueosfótonsdeterceiraordemjánãotêmmaisumadireção

preferencial, eassim poderemostransportá-los deacordo coma teoria da difusão.

Quando inserimos uma molécula de gás com uma velocidade e direção conhecidas em

um volume fechado contendo um certo gás, apósalgumas colisõesnão teremos mais como

recuperar as condições iniciais desta partícula, isto é, não conseguiremos maissaberquais

eram sua velocidade e direção iniciais. A equação que descreve este problema é a equação

de Helmholtz [8]. Este problema é análogo ao transporte dos fótons de terceira ordem e

superiores. Como o nosso problema não envolve o tempo, usaremos a equação estática de

Helmholtz: Dr 2 e  m ( ! r)  00 en e  m ( ! r)+s m ( ! r)=0 (2.24)

onde D é ocoecientede difusão,  00

en

éo coecientede absorção em massaparaa energia

média dos fótons para o múltiplo espalhamento 3 E avg , s m ( !

r ) é a função que descreve a

fonte defótons aserem transportados e e



m (

!

r) é auência do múltiplo espalhamento que

desejamossaber[3 ].

Vamosreescrevera equaçãoda difusãopara conseguirmosalgumasquantidadesde

inte-ressefísico, eassim temos

r 2 e  m ( ! r) 1 L 2 e  m ( ! r )= 1 D s m ( ! r) (2.25)

onde Lé conhecido comoo comprimento de difusãoe é dado por L= q D  00 en .

Ocoecientededifusão Dpode serescrito emtermosdo coecientede absorção linear,

3

Eavg é obtida atravésda conservação daenergia do fóton deentrada E0 e dos fótons espalhados na

primeirainteraçãoE

(27)

D=  00 s 3 002 (2.26) sendo 00 s

o coeciente de espalhamento dadopor:  00 s = 00  00 en ,emque 00 éo coeciente

de atenuaçãolinear, e todos sãoparaaenergia E

avg .

Para resolvermos a equação de Helmholtz e encontrarmos a uência de múltiplo

espa-lhamento e  m ( !

r),precisaremosprimeiro conhecerafunção s

m (

!

r)quedescreve o

compor-tamento da fonte parao múltiploespalhamento.

Osfótonsqueirãocomporafunçãos

m (

!

r)serãoaquelesqueforemdesviadosdadireção

da uência secundária 

s (

!

r) , isto é, serão os fótons que sofrerem uma terceira interação

ao longode suatrajetória ! r ! r 0 ,vejagura 2.5.

Onúmero de fótonsdesviadosda direção !

r !

r 0

pode serescrito naforma:

4N ` = 0 N ` 4` (2.27) sendo 4`= ! r ! r 0

a distância percorrida pelo fóton, N

`

o número de fótons originados

em !

r 0

queseguem nadireção apontadapor ! r ! r 0 e  0

é ocoeciente deatenuaçãolinear

na energia E

s

. Em seguida já escrevemos a suaformadiferencial,

dN ` = 0 N ` d` (2.28)

Sabendo que na direção !

r !

r 0

temosa uência secundária 

s

e que ela é dada pela

razão entre o número de fótons N

`

que seguem nesta trajetória pela área A

`

, neste caso a

áreaéabasedoconeformadopeloângulosólidodiferencialdemtornodadireção ! r ! r 0 .

Entãoescrevemosaequação2.28emfunçãodauênciasecundária,conformeaequação2.29:

dN ` =  0  s A ` d` (2.29) N ` =  s A ` (2.30)

Agora amultiplicação daáreaA

`

peladiferencialdecomprimento doconed`será

subs-tituída pelo elemento de volume diferencial dV

`

e a equação 2.29 será escrita da seguinte

maneira: dN ` =  0  s dV ` (2.31) dV ` = A ` d` (2.32)

(28)
(29)

a equação 2.34: s m ( ! r) = dN ` dV ` ( ! r) (2.33) s m ( ! r) =  0  s ( ! r) (2.34)

Note que afontepara o múltiplo espalhamento tem dimensão de número de fótons por

unidade de volume. Observe também que a equação 2.36 quedescreve a fonte do múltiplo

espalhamento é umaintegralde convolução devido à uência secundária.

s m ( ! r) = Z Z Z V  p ! r 0   0 s k s ! r ! r 0  dV 0 (2.35) s m ( ! r) = Z Z Z V  p ! r 0   e k s ! r ! r 0  dV 0 (2.36) onde f k s ! r ! r 0 

ca sendoo núcleo de convolução quecompõe a fonte s

m .

Tendo afonte para omúltiplo espalhamento de fótonsa seremtransportados, usamosa

solução apresentadana referência[7] paraa equação deHelmholtz,

e  m ( ! r )= s m ( ! r )e r=L 4Dr (2.37)

Vejaqueauênciademúltiploespalhamento e



m (

!

r)dependedosfótonsdafontes

m ( ! r) localizadaem !

r. Comononossocasoasfontesdefótonsestãodistribuídasemtodoomeio

material,devemosescrever e  m ( ! r)=d m ( ! r),onded m ( ! r),equação2.38,éadiferencial

da uência demúltiplo espalhamento desejado. Assim auência de múltiplo espalhamento

total  m ca sendo d m ( ! r ) = s m ! r 0  e ! r ! r 0 =L dV 0 4D ! r ! r 0 (2.38)  m ( ! r) = Z Z Z V s m ! r 0  e ! r ! r 0 =L dV 0 4D ! r ! r 0 (2.39)

DevemosressaltarqueaequaçãodiferencialdeHelmholtzqueregeoprocessodedifusão

vemda equação da leide Fick, onde assumimosque oespalhamento de fótonsé isotrópico.

EstanãoéumaboaaproximaçãoparaocasodoespalhamentoCompton. Podemoscontornar

(30)

D  = 1 3 00 s (1 ) (2.40)

com sendoocossenomédio do espalhamento dadopor:

= 1  00 s Z 4 d 00 s d ()cosd (2.41) onde d 00 s

=d éa seção dechoquediferencialCompton naenergia E

avg .

De maneira análoga ao kerma secundário, teremos o kerma de múltiplo espalhamento,

dado pelaequação 2.44:

K m ( ! r) =  m ! r 0   en (E avg )  E avg C (2.42) K m ( ! r) = Z Z Z V s m ! r 0   e ! r ! r 0 =L(Eavg) 4D(E avg ) ! r ! r 0   en (E avg )  E avg C (2.43) K m ( ! r) = Z Z Z V s m ! r 0  k m ! r ! r 0  dV 0 (2.44)

Também comono casoda dosesecundária, podemosconsiderar que oselétronsgerados

pelas interações destesfótons difundidosserão absorvidos localmente, na mesma célula em

que foram lançados. Portanto a dose de múltiplo espalhamento será igual ao respectivo

kerma,D m ( ! r)=K m ( ! r) .

No entanto aequação paraa dosedemúltiplo espalhamento destoa dasdemaispornão

dependerdiretamenteda uênciaprimária. Desejamosescreveresta últimaparcela dadose

totaltambémcomofunçãodauênciaprimáriapoisistofacilitaoscálculoscomputacionais.

Vemos na equação 2.36 que a fonte s

m (

!

r) depende da uência primária, e substituindo-a

na expressãopara adosede múltiplo espalhamento temos:

D m ( ! r)= Z Z Z V Z Z Z V  p ! r 00   e k s ! r 0 ! r 00  dV 00  k m ! r ! r 0  dV 0 (2.45)

Propomos a seguintesubstituição de variáveis:

( ! r 0 ! r 00 = ! r 000 ! r ! r 0 =  ! r ! r 00  ! r 000 (2.46)

(31)

dV 00 ! dV 000 dV 0 ! dV 00 (2.47)

Assim a dosede múltiploespalhamento ca:

D m ( ! r) = Z Z Z V  ! r 00   Z Z Z V f k s ! r 000  k m  ! r ! r 00  ! r 000  dV 000  dV 00 (2.48) k s;m ! r ! r 00  = Z Z Z V e k s ! r 000  k m  ! r ! r 00  ! r 000  dV 000 (2.49)

Identicamos o núcleo de deposição de energia k

s;m ! r ! r 00 

como composto por dois

outros núcleos de deposição de energia, conforme equação 2.49. A expressão nal para a

dosede múltiplo espalhamento ca sendo

D m ( ! r)= Z Z Z V  p ! r 0  k s;m ! r ! r 0  dV 0 (2.50) 2.4.4 A dose total

A dosetotal é compostapelasoma dasdoses primária (eq. 2.7), secundária(eq. 2.23) e de

múltiplo espalhamento (eq. 2.50):

D( ! r)=D p ( ! r)+D s ( ! r)+D m ( ! r) (2.51)

Notamosquetodasasdosesparciaissãointegraisdeconvoluçãodauênciaprimáriacom

um núcleo de deposição de energia diferente para cada uma delas. Este fato nos permite

determinar um núcleo de deposição de energia total k

t

que será formado pela soma dos

núcleos primário,secundário ede múltiplo espalhamento:

k t ( ! r)=k p ( ! r)+k s ( ! r)+k s;m ( ! r) (2.52) Interpretamos k t

como a função que realiza o transporte e deposição da energia que

compõeadose. Estafunção tambéméchamadadefunçãodeespalhamento deponto(Point

Spread Function - PSF).

(32)

D( ! r)= Z Z Z V  p ! r 0  k t ! r ! r 0  dV 0 (2.53)

2.5 O cálculo da dose para meios heterogêneos

Quandotrabalhamosemradioterapia,eemespecialnateleterapia,tratamosconstantemente

de meios heterogêneos. Podemos aproximar alguns tecidos do corpo humano do ponto de

vistaradiológico comosendo apenaságua,pois oimportanteem radioterapia é justamente

a formacomo a radiação penetra,interage e é absorvida por este meio. A seção de choque

desses tecidos, através do número atômico efetivo Z, e sua densidade, são os fatores que

inuenciam nestes processos. Por isso consideramos tecidos como o muscular e o adiposo

aproximadamente iguais àágua.

materiais/tecidos Z   kg=m 3  Ar(CNTP) 7;78 1;205 Água 7;51 1000 Muscular 7;64 1040 Adiposo 6;46 916 Poliestireno (C 8 H 8 ) 5;74 1044 Lucite (C 5 H 8 O 2 ) 6;56 1180 Baquelite(C 43 H 38 O 7 ) 6;27 1400 Ósseo 12;31 1650 Alumínio 13 2699

Tabela2.1: Adensidade e o número atômicoefetivode alguns materiaise tecidos[1 ].

Natabela2.1apresentamosasdensidadeseZdealgunstecidosemateriaisdeusocomum

naradioterapia[1 ]. Emboraasdensidadesdoar,água,dostecidosmusculareadipososejam

diferentesentre si,osnúmerosatômicos médiossãoaproximadamente iguais. Notetambém

que o número atômico efetivo do alumínio e do osso são bem próximos, mas bem maiores

queodaágua. Naprática,oalumínioéusadoparafazeropapeldotecidoósseoemmedidas

dosimétricase atéemalguns cálculos dedose.

Nesta seção vamos apresentar um modelo teórico para o cálculo da dose em meios

he-terogêneosatravésdeconvoluções, aplicandoumacorreçãodedensidade entreoselementos

de volume. Estemodelo é totalmentebaseado na teoria desenvolvida na seção anterior. A

dosetotalseráformadapelasomadasdosesprimária,secundáriaedemúltiplo

(33)

Bconstatamosqueeste modeloteóricodeveapresentarbonsresultados nafaixa de energia

de 10MeVa 50keV.

2.5.1 A dose primária

O modelo para o cálculo da dose por convolução em meiosheterogêneos faz usoda

distri-buição dedensidades obtidas,por exemplo,através detomograa computadorizada.

O teorema de Fano nos mostra que os tipos de processos envolvidos na interação da

radiaçãocomamatériasãoindependentesdadensidadedomeio,dependendoexclusivamente

da sua composição [2]. Tendo emvista este teorema, uma expressão para a doseprimária

[4, 10,11 ]ca: D p ( ! r) = Z Z Z V  p ! r 0  e ! r 0  k p ! r ! r 0  dV 0 (2.54) e  ! r 0  =  ! r 0   H2O (2.55) sendo e ! r 0 

a densidade relativa entrea densidade do meio  ! r 0  e a densidade da água  H 2 O

. Auência primária,denida naequação 2.1, contabiliza aatenuaçãoexponencialde

cada elemento de volume com suarespectiva densidade. Onúcleo de deposição de energia

está denido na equação 2.8 e é o mesmo usado parao cálculo da doseprimária emmeios

homogêneos. Vericamos que esta expressão para a dose primária reduz-se à equação 2.7

para meioshomogêneos quandoa densidade relativaé unitária.

Esta correção de densidade tem o efeito de atenuar ( e

 < 1) ou intensicar (e

 > 1) a

dose depositada naquele elemento de volume, atuando como um fator de correção para a

dose primária. Esta correção depende da mesma variável que a uência primária, e assim

consideraremos a uência primária e a densidade relativa como uma função e o núcleo de

deposiçãodeenergiacomoaoutrafunçãodaconvolução. Noentanto,porquestãodeclareza,

asexpressõesparaadosedequalquerespécieserãoescritasnomesmoformatoqueaequação

2.54.

2.5.2 A dose secundária

Analogamente, para o desenvolvimento do modelo para a dose secundária em meios

hete-rogêneos vamosnosbasearno desenvolvimento dadosesecundária parameioshomogêneos,

(34)

 s ( ! r) = V  p ! r 0  e  ! r 0   e  1 ! r ! r 0 2  d d ! r ! r 0  exp " Z ! r ! r 0 `=0  0  ! `  d ! ` # dV 0 (2.56)

Nesta uência incluímos uma correção de e  ! r 0 

, e a atenuação exponencial, que na

equação 2.17 dependia apenas dadistância percorrida pelos fótonsmultiplicada pelo

coe-ciente de atenuação linear  0

,agora depende de uma integral sobre os coecientes  0  ! `  , onde !

` representa ovetordistância percorridopelofóton. O 0



!

` 

usadoéaqueleparaa

energia E

s

,queé aenergia média dosfótonsproduzidos no espalhamento Compton[4 ].

O caminho parachegarmos aesta uência é o mesmoque o apresentado na seção2.4.2

apenas inserindo a função da densidade relativa e considerando que a queda exponencial

depende deumaintegral sobreoscoeciente lineares  0  ! `  .

Facilmente vericamosqueaequação 2.56sereduzàequação2.17quandoestamosnum

meio de densidade relativa unitária e de coeciente de absorção linear constante emtodos

ospontosdo meio absorvedor.

A integralde convolução exigeque asduasfunçõessejam invariantes por deslocamento

espacial. Esta uência secundária, tal como está na expressão 2.56, não pode ser escrita

como umaconvolução,poisa atenuação exponencialdepende da posição. Como desejamos

expressaresta funçãocomo umaconvolução, faremos algumasaproximações.

Considere adiferença4 0  ! `  entreocoeciente  0 (`)e ocoecientedeatenuação  0 ,

onde a ausência da indicação de posição deverá ser subentendida como sendo o coeciente

na água. 4 0  ! `  = 0  ! `   0 (2.57)

Usando aequação 2.57, podemosescrever a expressãoparaa atenuação exponencial da

seguinte maneira: exp " Z ! r ! r 0 `=0  0  ! `  d ! ` # = exp  0 ! r ! r 0  exp " Z ! r ! r 0 `=0 4 0  ! `  d ! ` # (2.58)

(35)

Vamos denir ! r ! r 0 como: ! r ! r 0  =exp " Z ! r ! r 0 `=0 4 0  ! `  d ! ` # (2.59)

Nós agorapodemos expandir em sérieTaylorcomofunção de 4r= ! r ! r 0 , (4r)= (0)+ @ @( 4r) j 4rj+ 1 2 @ 2 @( 4r) 2 j4rj 2 + (2.60)

Note que estamos usando a distância que o fóton viaja como variável da função e

quando fazemos 4r ! 0, estamos dizendo que !

r ! !

r 0

, de modo que o coeciente de

atenuaçãoacaba por sercalculado em ! r 0 . Assim teremos ( 0) = 1 (2.61) @ (4r) @( 4r) 4r=0 = 4 0 ! r 0  (2.62)

O resultado mostradoem 2.61é conhecido comoaproximação de ordem zero e em2.62

comoaproximaçãodeprimeira ordem. Portanto,aexpressãode aproximadaatéprimeira

ordem ca sendo

! r ! r 0   = 1 4 0 ! r 0   ! r ! r 0 (2.63)

Substituindo a relaçãodada em2.57obtemos

! r ! r 0   = 1   0 ! r 0   0   ! r ! r 0 (2.64)

Estamos considerando que o meio absorvedor tenha semprea mesma seção de choque,

mudandoapenasadensidade. Destaformausamosoescalonamentodolivrecaminho médio

dofóton,baseadonoteoremadeFano,paraconseguirmosescreveraseguinteexpressãopara

o coecientede atenuaçãolinear

 0 ! r 0  = 0  e  ! r 0  (2.65)

Entãoa equação 2.64passa aser

! r ! r 0   = 1  0  e  ! r 0  1   ! r ! r 0 (2.66)

(36)

 s ( ! r) = Z Z Z V  p ! r 0  e ( ! r) e d d ! r ! r 0  e  0 ! r ! r 0 ! r ! r 0 2 dV 0 + Z Z Z V  p ! r 0  e ( ! r)  1 e  ! r 0  ( ! r) e d d ! r ! r 0   e  0 ! r ! r 0 ! r ! r 0  0 ! r ! r 0  dV 0 (2.67)

Esta uência secundária pode sermelhor compreendida seconsiderarmos cada integral

quea compõecomo umafunção independente, assim

 0 s ( ! r) = Z Z Z V  p ! r 0  e ( ! r)k 0 s ! r ! r 0  dV 0 (2.68) k 0 s ! r ! r 0  =  e d d ! r ! r 0  e  0 ! r ! r 0 ! r ! r 0 2 (2.69)  1 s ( ! r) = Z Z Z V  p ! r 0  e ( ! r)  1 e ! r 0  k 1 s ! r ! r 0  dV 0 (2.70) k 1 s ! r ! r 0  =  e d d ! r ! r 0   e  0 ! r ! r 0 ! r ! r 0  0 ! r ! r 0  (2.71)

Conseqüentemente, auência secundária totalca

 s ( ! r)  =  0 s ( ! r )+ 1 s ( ! r) (2.72)

onde o termo de ordem zero  0

s

considera parcialmente as heterogeneidades do meio por

conta dapresença da uência

p

e dadensidade relativa eemsuaexpressão, enquanto que

o termo de primeira ordem  1

s

compensaparcialmente o erro do termo de ordem zero nas

heterogeneidades domeio absorvedor.

Paraentendermelhorocomportamento destesdoistermosdauênciasecundária

imagi-nemosa equação2.67sendoavaliadaatravésdeumainterface entredoismeios. Oprimeiro

temdensidadeigualàdaáguaeosegundopossuiumadensidaderelativamenor. Nestecaso

 1

s

serápositivo,porque 1 e  ! r 0 

>0,acrescendoseuvaloraode 0

s

paracompor

s ,que

sempreserápositivo. Emumaoutrasituação,fótonspassandodaáguaparaummeiode

den-sidaderelativa maior,acorreção dada por  1

s

seránegativa,pois1 e !

r 0



(37)

o valor dauência secundária superestimadapor  0

s

dentro domeio onde e  ! r 0 >1.

Umraciocínioanálogopodeserfeitoemdiversospontosdomeio,porémquando

estiver-mos calculando a uência secundária emelementos de volume cuja densidade é a da água,

 1

s

será sempre nulo, e a uência secundária para o meio heterogêneo reduz-se à

respec-tiva uência para o meio homogêneo. Portanto a correção  1

s

somente será não nula nos

elementos devolume ondee !

r 0



6=1.

Observamosqueasequações2.68e2.70quecompõemauênciasecundáriasãotambém

escritasemforma de convolução.

Adosesecundáriaéescritadamesmaformaqueaapresentadanaseção2.4.2parameios

homogêneos. Oprincípio de que a dosesecundária é igual ao kerma secundário permanece

válido sobomesmoargumento: oselétronsnão têm energia sucientepara deixarem o

ele-mentodevolumeondeforamlançados. Daequação2.20paraokermasecundárioescrevemos

a expressãoapropriadaparaa dosesecundáriaemmeios heterogêneos:

D s ( ! r)=D 0 s ( ! r)+D 1 s ( ! r ) (2.73)

sendoa dosesecundária deordem zerodada por:

D 0 s ( ! r) = Z Z Z V  ! r 0  e  ! r 0  k 0 s ! r ! r 0  dV 0 (2.74) k 0 s ! r ! r 0  =  e d d ! r ! r 0  e  0 ! r ! r 0 ! r ! r 0 2 E s ! r ! r 0   0 en  ! r ! r 0  (2.75)

e aparcela de correçãode primeira ordem dadose secundáriadada por:

D 1 s ( ! r) = Z Z Z V  ! r 0  e  ! r 0  1 e  ! r 0  k 1 s ! r ! r 0  dV 0 (2.76) k 1 s ! r ! r 0  =  e d d ! r ! r 0  e  0 ! r ! r 0 ! r ! r 0 E s ! r ! r 0    0 en  ! r ! r 0   0 ! r ! r 0  (2.77)

A interpretação para os termos de ordem zero e primeira ordem que compõem a dose

secundária é dada pela uência secundária. Mas noteque, por se tratar de umaexpansão

emsérie, otermo deprimeira ordem é menos signicativo queo de ordemzero.

(38)

do meio.

2.5.3 A dose de múltiplo espalhamento

Um modelo para o cálculo da dose por convolução em meios heterogêneos, em princípio,

deveseromaisabrangentepossível,contemplandoasmaisvariadasformasedimensõesdas

estruturas docorpohumano. Portanto, nãoéinteressantecriarmodelos paraa distribuição

da dose onde as heterogeneidades sejam tratadas através de geometrias simples tais como

esferas, cilindros, ou qualquer outra que facilite o modelamento teórico. Necessitamos de

ummodeloabrangente queapresente umaprecisão boa e previamenteconhecida.

Resolveraequaçãodadifusãoapresentadanaseção2.4.3considerandoas

heterogeneida-desdomeiosignicaimporcondiçõesdecontornoàequaçãodiferencialdeHelmholtz. Como

éextremamentedifícilpreverageometria dessasestruturas, vamos aproximarasolução

de-sejada para a de meios homogêneos [4], equação 2.37. Este fato nos remete diretamente

à uência de múltiplo espalhamento parameios homogêneos, equação 2.39, queentão será

adotadaparaosmeios heterogêneos.

Notamos que esta uência 

m

depende diretamente da fonte s

m

parao múltiplo

espa-lhamento, e esta fonte depende da uência secundária 

s

, onde, nesta seção, usaremos a

respectiva uência parameiosheterogêneos,conforme aequação 2.56.

Porém,analisandocuidadosamenteadeduçãodaexpressãoparaafontes

m

,percebemos

que podemos fazer algumas correções de densidade. O coeciente de atenuação linear  0

usado na equação 2.27 e admitido constante agora depende do trajeto percorrido pelos

fótons secundários, e pode variar de acordo com a densidade. Partindo deste princípio e

refazendooscálculosdaseção2.4.3chegaremosàseguinteexpressãoparaafontedemúltiplo

espalhamento parameiosheterogêneos:

s m ( ! r ) = e ( ! r) Z Z Z V  p ! r 0  e  ! r 0  e k ! r ! r 0  dV 0 (2.78) e k ! r ! r 0  =  e d d ! r ! r 0  exp " R ! r ! r 0 `=0  0  ! `  d ! ` # ! r ! r 0 2  0 s ! r ! r 0  (2.79)

A fonte para o múltiplo espalhamento, equação 2.78, é escrita como uma integral

se-melhante à da fonte parameios homogêneos, equação 2.36. Notamos a duplautilização da

densidade relativa .e A que está dentro da integral modica a fonte de fótons espalhados

(39)

espalhamen-toCompton

s

. Adensidaderelativaqueestáforadaintegralmodicaafonte,portanto,se

a densidade relativa em !

r émenor quea unidade,a probabilidade de haverumainteração

destes fótons da fonte também será reduzida. No núcleo de convolução mostrado na

equa-ção 2.79 usamos o coeciente de espalhamento Compton [4], e não o de atenuação linear,

como usado na seção 2.4.3, por ser mais preciso, contabilizando apenas os fótons que são

espalhados nadireção ! r ! r 0 .

Contudoaequação2.78nãoéumaintegraldeconvoluçãopoisoseunúcleo,equação2.79,

não é invariante por deslocamento. Contornamos este problema ao expandira exponencial

em série de Taylor e aproximamos o resultado a apenas os dois primeiros termos, como

feito na seção 2.5.2 paraa uência secundária. Assim, a fontes

m

será compostapor duas

parcelas: s m ( ! r)  =s 0 m ( ! r)+s 1 m ( ! r) (2.80) onde s 0 m

será dadopor

s 0 m ( ! r) = e( ! r) Z Z Z V  p ! r 0  e  ! r 0   e k 0 s ! r ! r 0  dV 0 (2.81) e k 0 s ! r ! r 0  =  e d d ! r ! r 0  e  0 ! r ! r 0 ! r ! r 0 2  0 s ! r ! r 0  (2.82) e s 1 m por s 1 m ( ! r) = e( ! r) Z Z Z V  p ! r 0  e  ! r 0    1 e ! r 0  0 e k 1 s ! r ! r 0  dV 0 (2.83) e k 1 s ! r ! r 0  =  e d d ! r ! r 0  e  0 ! r ! r 0 ! r ! r 0  0 ! r ! r 0   0 s ! r ! r 0  (2.84)

Devido àscorreçõesde densidade, afonteparao múltiplo espalhamento não pode mais

serescrita emfunção da uência secundária, comoocorreuno casohomogêneo.

O kerma associado ao múltiplo espalhamento é dado pela equação 2.44 e a respectiva

doseserá aproximadamente igual ao kerma pelomesmo motivo apresentadona seção2.4.3.

Afunçãodafontes

m

éaproximadapelasomadosdoisprimeirostermosdeumaexpansão

(40)

D m ( ! r)=D 0 m ( ! r)+D 1 m ( ! r) (2.85)

onde otermo de ordem zeroé dadopor

D 0 m ( ! r)= Z Z Z V s 0 m ! r 0  k 0 m ! r ! r 0  dV 0 (2.86)

eo de primeira ordem por

D 1 m ( ! r)= Z Z Z V s 1 m ! r 0  k 1 m ! r ! r 0  dV 0 (2.87) O núcleo de convolução k 0 m ! r ! r 0 

é o mesmo dado pela multiplicação sugerida na

expressão 2.44. Os coecientes  0 ,  0 en e  0 s

são calculados na mesma energia E

s

que para

osmeioshomogêneos.

Os doistermos quecompõema doseD

m

não podemserescritos naforma:

Z Z Z V  p ! r 0  e  ! r 0  k ! r ! r 0  dV 0 (2.88) Adependênciadafonte s m

,equação2.78,comoprimeiro eimpedetalfato. Em

conseqüên-cia, não poderemos escrever a dose total como uma única convolução (veja a seção 2.5.4).

Esteresultado é oobtido por Boyerem [4].

Parausonestatesedesejamosqueadosetotal sejaumaconvoluçãodauênciaprimária

edadensidaderelativacomumnúcleodedeposiçãodeenergia,eassimsugerimosaseguinte

aproximação paraa funçãoda fontes

m : s 0 m ( ! r) = Z Z Z V  p ! r 0  e  ! r 0   e k 0 s ! r ! r 0  dV 0 (2.89) s 1 m ( ! r) = Z Z Z V  p ! r 0  e  ! r 0    1 e ! r 0  e k 1 s ! r ! r 0  dV 0 (2.90)

onde desconsideramosa correçãodadensidade relativa agindosobre afonte s

m .

Assim a dosede múltiploespalhamento podeser escritada mesmaforma queasoutras

componentes dadose: D 0 m ( ! r) = Z Z Z V  p ! r 0  e  ! r 0  k 0 s;m ! r ! r 0  dV 0 (2.91)

(41)

D 1 m ( ! r) = V  p ! r 0  e  ! r 0  1 e  ! r 0  k 1 s;m ! r ! r 0  dV 0 (2.92) sendok 0 s;m ek 1 s;m

calculados damesmamaneira sugeridapelaequação 2.49.

Esta é uma aproximação válida porque sabemos que a dose de múltiplo espalhamento

é uma fraçãopequena da dose total,e que correções deste tipo podem serdesprezadas [3 ].

Notamostambém queadosede múltiploespalhamento para meiosheterogêneos sereduzà

respectivaexpressãoparameioshomogêneos quandoa densidade relativafor unitária.

2.5.4 A dose total

AdosetotalseráformadapelasomadasdosesparciaisD

p ,D s eD m . Devidoàscorreçõesda

doseemprimeiraordemnãopoderemoscalcularadosetotalrealizandoapenasumaintegral

de convolução como foi feito na equação 2.53. Neste caso vamos necessitar do cálculo de

duasintegrais de convolução paraconseguirmos adose total D( ! r) : D( ! r)=D 0 ( ! r)+D 1 ( ! r) (2.93) sendoD 0

umaconvolução onde temoscomo núcleo a somada doseprimária com a

aproxi-mação emprimeira ordem dadose secundáriae de múltiplo espalhamento:

D 0 ( ! r) = Z V  p ! r 0  e ! r 0  k 0 ! r ! r 0  dV 0 (2.94) k 0 ! r ! r 0  = k p ! r ! r 0  +k 0 s ! r ! r 0  +k 0 s;m ! r ! r 0  (2.95) D 1

serácompostapelasomadaaproximação deprimeiraordemdadosesecundáriacom

a respectiva aproximação dadosede múltiplo espalhamento:

D 1 ( ! r) = Z V  p ! r 0  e ! r 0  1 e ! r 0  k 1 ! r ! r 0  dV 0 (2.96) k 1 ! r ! r 0  = k 1 s ! r ! r 0  +k 1 s;m ! r ! r 0  (2.97)

Concluímos,portanto,chegandoaummodeloteóricoparaocálculodadosederadiação

emquefazemosascorreçõesdedensidadedeestruturasheterogêneas. Estemodeloapresenta

umaboaconcordância comdadosexperimentais [4] emqueasestruturas heterogêneas têm

aproximadamenteomesmonúmeroatômicoefetivoqueodaágua,diferindoapenasemsua

densidade. Porém não é esperado que ele apresente um bom resultado quando aplicado a

(42)

0 1

ondeaintegralD 0

ouD 1

fossemcalculadas,impedindoqueasexpressõesparaadosefossem

(43)
(44)

Simulação por Monte Carlo

Comomostramosnocapítuloanterior,adoseabsorvidapelomeioemumdeterminadoponto

depende de elétrons e fótons lançados em outrolocal. O equacionamento do transporte de

fótons após algumas colisões se torna complexo e o de elétrons quase impossível devido

à grande variedade de processos e a enorme quantidade de colisões aleatórias. Por este

motivo não conseguimos determinar a doseatravés de métodos analíticos sem fazer certas

aproximações. Uma outraforma de obtermos estasinformações, e tambéma maisprecisa,

épor meio desimulação de Monte Carlo.

Técnicas de simulações sãoamplamente usadasempesquisasfísicas ondedesejamos ter

acessoacertasgrandezasquenãopodemsermedidasenemanaliticamenteequacionadas. A

simulaçãodasinteraçõeseletromagnéticasconsistenousodasdistribuiçõesdeprobabilidades

de colisãoindividual deelétrons,pósitronse fótons coma matériapara encontrar otrajeto

aserpercorridoporcadapartículaeasenergiasdaspartículasproduzidas. Nestesprocessos

armazenamosasquantidades físicasde interesse emnossosestudos.

Discutiremos neste capítulo o programa adotado de simulação EGS4 (Electron

Gam-ma Shower)[12] e o método que o mesmo usa para simular asinterações eletromagnéticas.

Apresentaremos também o tratamento aplicado àssimulaçõesdos núcleos de deposição de

energia estudadosteoricamente.

3.1 O programa de simulação EGS4

OsistemaEGS é umpacote de rotinasde simulação de interaçõeseletromagnéticas

desen-volvido pelos pesquisadoresdo SLAC(Stanford Linear Accelerator Center) em1978 com o

objetivo deestudar asinterações eletromagnéticas emaceleradores. Asprimeiras

(45)

do esteslimites inferiores caírampara1 keV (fótons) e10 keV (elétrons), mostrandoque o

programafoimuitobemrecebidopelospesquisadoresquetrabalhavamabaixasenergias. A

versão EGS4foilançada em1985, consolidando estesdesenvolvimentos.

OutrofatoquenosauxiliounaadoçãodoEGS4foiafacilidadenaobtençãodoprograma

via redemundial de computadores.

As rotinas são escritas em Mortran3, uma linguagem de programação que permite ao

usuário tantochamarasrotinasdoEGS4, comoprocessarosdadosqueestãosendo

simula-dos.

3.2 O processo de simulação

Quando transportamos um fóton através de um meio material innito, em algum ponto

ocorreráumainteração(colisão)destefótoncomomeio. Opontoondeocorreestainteração

éde naturezaaleatória,porémafunçãoquedetermina estaprobabilidadeé bemconhecida.

Então podemos simular no computador o que acontece na prática, sorteando a partir da

distribuição deprobabilidades o ponto onde ofótoncolide.

Oestado do sistemaapósesta primeira interação também pode ser sorteado, bastando

saberasdistribuição de probabilidades dospossíveisprocessos e dadireção naldas

partí-culasenvolvidas. Este métodopodeseraplicadosucessivamenteatéquetodasaspartículas

lhas sejamfreadas pelomeio material.

Vamosdenotarumavariávelaleatóriapor b

xeaprobabilidadedestavariávelestarcontida

no intervalo (a;b) por Prf a< b

x<bg . Podemos denir uma função de distribuição (ou

função de distribuiçãocumulativa) como

F ( x)=Pr fb

x<xg (3.1)

SeF( x)fordiferenciável,entãoaprimeiraderivadadestafunçãodedistribuição,f( x)=

dF(x)=dx, é chamada de função densidade deprobabilidade, e vale arelação:

Prf a<xb<bg= Z

b

a

f(x)dx (3.2)

Na prática quase todos os métodos de sorteio baseiam-se na possibilidade de gerar em

computadores seqüências de números aleatórios distribuídos segundo uma f(x), a partir

de uma seqüência de números aleatórios uniformemente distribuídos entre 0 e 1. Se b

 for

(46)

sortearumvalorda variável x,a partir dovalor de,pelochamado método dainversão: F (x)= (3.3) e resolvendo parax: x=F 1 ( ) (3.4)

ParataléimportanteatentarparaqueaF (x)estejanormalizadanointervalodavariável

b x,( a;b).

Existeumoutroprocedimento queémuitousadoemcasosondeafunçãoasersimulada

ébastantecomplexa,quechamamosdecomposiçãoerejeição. Comoopróprionomesugere,

estemétodoéumacombinaçãodastécnicasdecomposição erejeição,baseadonosconceitos

elementares de probabilidade. Assim, se uma função de densidade de probabilidade h( x)

puderserdecompostada seguinteforma:

h( x)= n X i=1 i f i (x)g i ( x) (3.5) sendo i

um número real positivo que corresponde ao peso atribuído à parcela f

i

( x). A

função h( x), assim como cada f

i

(x) devem estar normalizadas no intervalo de denição

da variável x. O somatório P n i=1 i f i

(x) é conhecido como função de composição, dada

pela denição elementar de probabilidade, onde diferentes processos podem acontecer com

diferentespesos(

i ). g

i

(x)é umafunção de rejeiçãoe deve estar contidaem[0;1].

Destamaneira oprocesso de simulaçãoda expressão3.5ca:

1. Escolhemosa parcela idosnelementos dosomatório de acordocom aexpressão

P i 1 j=1 j P n j=1 j i <  1  P i j=1 j P n j=1 j (3.6) onde  1

é umnúmeroaleatório entre[0;1]. Digamos quesejaencontrado i=4.

2. Sorteamos outro número aleatório 

2 e encontramos x de f 4 (x) resolvendo a integral R x a f 4 (x 0 )dx 0 = 2

,comomostramosnagura3.1. Emoutraspalavrasusa-seométodo

dainversão paraa função f

4 (x).

3. Com 

3

terminamos por aceitar ou não o valor sorteado de x se 

3  g 4 (x) ou rejeitando-o, caso  3 > g 4

(47)

f (x’ )

x’

4

4

ζζ

2

2

x

x

a

a

b

b

Figura3.1: A função de composição

(48)

desejadas.

As variáveis até então chamadas de aleatórias são na realidade pseudo-aleatórias, pois são

geradas por algoritmosespecícos. Tais algoritmos necessitam de,pelomenos, umnúmero

parainiciaraseqüênciadenúmeroaleatórios. Estenúmeroéconhecidocomosementeparao

númeropseudo-aleatório. Então,aorepetirmosasementeemumprogramadesimulaçãono

mesmoequipamento, a seqüência denúmerospseudo-aleatórios gerados será rigorosamente

amesma. Este fatoseráexplorado naseção 3.3.

3.2.1 A simulação dos processos físicos

Olivre caminho médio deumapartícula é dado por

= 1  t = M N a  t (3.7)

sendoadensidadedomaterial,N

a

onúmerodeAvogadro,M opesomoleculare

t

aseção

dechoquetotalpor molécula. 

t

éaseçãodechoquetotalmacroscópica. Sendo afunção de

densidade de probabilidade e r 0 = dr 0

=, o ponto onde iráocorrer a primeira interação será

dado por: Z  0 d 0 = Z r 0 e r 0 = dr 0  (3.8) 1  = e r= (3.9)

onde é um valorda variável aleatória distribuídauniformemente em[0;1],r é a distância

até o ponto de interação. Se b

 é uma variável aleatória distribuída uniformemente entre o

intervalo [0,1], 1 b = b

 também o é. Assim podemos relacionar o ponto de interação r

diretamente como número aleatório por

r = ln (3.10)

Tipicamente o livre caminho médio depende da posição, de mudanças de material ou,

nocasodepartículascarregadas, daenergia,devidoaperdasdeenergiapara aionizaçãodo

meio [12 ]. Para sortearr através daequação 3.10 considera-seconstante.

Apóssabermosonde a partícula irá interagir, devemos sortearum dosprocessos físicos

(49)

trons,partículapor partícula. Osseguintesprocessosdeinteraçãodosfótonscomamatéria

sãoconsiderados no EGS4:

 efeito fotoelétrico;

 efeito Compton;

 produção de pares;

 espalhamento Rayleigh.

Para aspartículas carregadasosprocessos são:

 espalhamento Möller;

 espalhamento Bhabha;

 aniquilaçãode par elétron-pósitron;

 bremsstrahlung;

 múltiplo espalhamento coulombiano;

 perdacontínua deenergia.

Este últimoitemé o responsávelpeladeposição dadose de radiação ao longoda trajetória

da partículacarregada.

As equações para as seções de choque e a forma como foram computacionalmente

im-plementadas estãono manualdo EGS4 [12].

O procedimento de transporte das partículas carregadas em um meio material é mais

complicadoqueodefótonsporqueaspartículascomoelétronsepósitronspossuemumlivre

caminho médio tipicamentemuitomenor queo dofóton, tornandoo processode simulação

deelétronse pósitronsextremamentecomplicado. Quandoumelétron, porexemplo,recebe

umaquantidadedeenergiacinéticaele,aosedeslocarpelomeio,sofreumaenorme

quantida-dedecolisõeselásticas, alémdeoutrosprocessos. Para resolveresteproblemaosprogramas

de simulação recorrem aos modelos que tratam o múltiplo espalhamento coulombiano. O

tratamento queoEGS4usaparaesteprocesso éoestudodeMolièrequeposteriormentefoi

simplicado por Bethe.

Estetratamento tendeaserumdospontosmaiscríticosdestetipodesimulador,porque

(50)

sejamtransportadasindividualmente,casocontrárioacolisãonãoserádiscreta. Geralmente

os simuladores de interações eletromagnéticas são divididos em duas classes: os de classe

I, que usam o modelo CSDA (Continuous Slowing Down Approximation) onde partículas

secundárias não são criadas [13], simplicando este processo; e os de classe II, que fazem

todoo tratamento de criaçãoe transportede partículas secundárias.

No EGS4existemvariáveisespecícasdestinadasàdistinçãoentreosprocessosde

espa-lhamento múltiplo e discreto durante o transporte. A variávelAE dene a energia mínima

emque umacolisãode umapartícula carregada com amatéria será tratada comodiscreta,

ea AP dene aenergia mínima paraque umfóton sejaproduzidoporbremsstrahlung.

3.3 Simulando os núcleos de deposição de energia

Osnúcleos deconvolução sãointerpretados comoa função quedeposita aenergia

transpor-tadapelofeixedepartículas, sejam elas fótons,elétrons,etc.

Asformasexistentes paraobtermoseste núcleo são:

 deconvolução dadose medida emágua;

 cálculoanalítico;

 simulaçãode Monte Carlo.

O primeiro envolve a medida da deposição de dose de feixes estreitos em um tanque de

água,e sua posterior deconvolução[14]. Esse método geraapenasumnúcleo de convolução

relacionado à deposição total da dose e está limitado à precisão em que foram feitas as

medidas.

Ocálculoanalíticonospermiteentenderpormeiodequaisprocessosadoseédistribuída,

istoé,permite-noscompreenderafísicadoproblema. Porémnão apresentabonsresultados

paraasdeposiçõesdeenergia devido aosmúltiplosespalhamentosde fótons. Estes

espalha-mentossãodifíceisdeseremmodelados analiticamente, sendousuala suaaproximação pela

teoriada difusão[3, 4].

Emcontrapartida,asimulaçãodeMonteCarlonospermiteobterbonsresultadosemuma

amplafaixa deenergiasporque nãoexigequetodasasinteraçõessejamporefeito Compton

e também porque transporta igualmente bem ordens baixas e altas de espalhamentos de

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