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Correlação entre a força de preensão manual com o teste de alcance funcional e o teste Timed Up and Go

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Academic year: 2017

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Pró-Reitoria Acadêmica

Escola de Medicina

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em

Gerontologia

CORRELAÇÃO ENTRE A FORÇA DE PREENSÃO

MANUAL COM O TESTE DE ALCANCE FUNCIONAL

E O TESTE TIMED UP AND GO

Autor: Aralice Oliveira Brito

Orientador: Prof. Dr. Gustavo de Azevedo Carvalho

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ARALICE OLIVEIRA BRITO

CORRELAÇÃO ENTRE A FORÇA DE PREENSÃO MANUAL COM O TESTE DE ALCANCE FUNCIONAL E O TESTE TIMED UP AND GO

Dissertação de Mestrado do Programa de Mestrado Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília como requisito parcial para obtenção do título de mestre em Gerontologia.

Orientador: Prof. Dr. Gustavo de Azevedo Carvalho

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7,5cm

Ficha elaborada pela Biblioteca Pós-Graduação da UCB

B862c Brito, Aralice Oliveira.

Correlação entre a força de preensão manual com o teste de alcance funcional e o teste Timed Up and Go. / Aralice Oliveira Brito – 2015.

184 f.; il.: 30 cm

Dissertação (Mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2015. Orientação: Prof. Dr. Gustavo de Azevedo Carvalho

1. Gerontologia. 2. Idoso. 3. Quedas (acidente) em idosos. 4. Preensão manual. 5. Teste Timed Up and Go. 6. Teste Alcance funcional. I. Carvalho, Gustavo de Azevedo, orient. II. Título.

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Dissertação de autoria de Aralice Oliveira Brito, intitulada “Correlação entre a Força de Preensão Manual com o Teste de Alcance Funcional e o Teste TIMED UP AND GO.” Apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de mestre no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília. Brasília, em 27 de Março de 2015, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:

_________________________________________ Prof. Dr. Gustavo de Azevedo Carvalho

Orientador Gerontologia/ UCB

_________________________________________ Prof. Dr. Clayton Franco Moraes

Gerontologia/ UCB

_________________________________________

Profª. Dra. Erika Baptista Gomes Fisioterapia/ UCB

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AGRADECIMENTOS

Ao prof. Dr. Gustavo de Azevedo de Carvalho, incentivador em todos os momentos e por acreditar neste trabalho;

A equipe do CEA- HUCB cuja disponibilidade foi importante para a realização deste trabalho;

A prof. Dra. Gislane Melo, pela colaboração e disponibilidade em ajudar na estatística do presente estudo;

Aos idosos que participaram do estudo, pela colaboração e pelo aprendizado a mim proporcionado;

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Perseguir, sem cessar, uma meta: este é o segredo do sucesso.

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RESUMO

BRITO, Aralice Oliveira. “Correlação entre a Força de Preensão Manual com o teste de Alcance Funcional e o teste Timed Up and Go.” Dissertação (Mestrado em Gerontologia), UCB, Brasília, 2015.

Introdução: A avaliação da capacidade funcional no idoso é fator essencial para detectar risco de dependência futura, gerando limitações em suas atividades diárias e reduzindo sua qualidade de vida. Ter uma boa capacidade funcional significa mais independência e autonomia ao idoso, e instrumentos fidedignos e objetivos são necessários para avaliação da capacidade funcional. Objetivo: Verificar a correlação entre a força de Preensão Manual com o teste de Alcance Funcional e teste Timed Up and Go para detectar risco de quedas em idosos. Método: Foi realizado um estudo transversal com amostra composta por 71 indivíduos de ambos os sexos entre 60 a 88 anos de idade do Centro de Especialidades do Ambulatório do Hospital da Universidade Católica de Brasília. Para este fim, utilizou-se um instrumento de triagem para verificar aspectos cognitivos composto de um miniexame do estado mental (MEEM) e um questionário com aspectos sociodemográficos e questões relativas à saúde. Realizou-se, ainda, três testes funcionais: força de preensão manual, alcance funcional e Timed Up and Go para verificar a correlação entre eles. Resultados e Discussão: Observou-se, no presente estudo, que o total de sujeitos que fazem atividade física (45,1%) apenas 25,4% não sofreram quedas. O resultado infere que, para esta amostra, a atividade física não influenciou em sofrer ou não quedas. Em relação ao uso de medicamentos com influência com quedas, esta afirmação foi confirmada: o total de idosos que já sofreram quedas (42,3%), cerca de 95% destes utilizam medicamentos. A correlação entre o sexo feminino e masculino apresentou uma maior predominância do sexo feminino (47) em relação ao sexo masculino (24).

Conclusão: Pela presente amostra, existe correlação negativa entre os testes de preensão manual e TUG, quanto maior a força manual em menor tempo será realizado o TUG. Em relação ao teste de preensão palmar com o TAF, observa-se uma correlação positiva entre eles, ou seja, quanto maior for a força das mãos maior será o valor do TAF. Não observou-se a correlação da força de preensão manual como preditora de quedas devido baixa força manual de toda a amostra.

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ABSTRACT

Introduction: Assessment of functional capacity in the elderly is an essential factor to detect risk of future dependence and thus may entail limitations in their daily activities and reducing their quality of life. Having a good functional capacity means more independence and autonomy of the elderly. Objective: To investigate the correlation between handgrip strength with TUG and Functional Reach Test to detect risk of falls in the elderly. Method: We conducted a cross-sectional study with a sample of 71 individuals on average over 60 years of Ambulatory Specialty Center of

the Catholic University of Brasilia's Hospital Clinic. A screening instrument was used

to assess cognitive composed of a Mini Mental State Examination (MMSE) and a questionnaire with socio-demographic and health issues. Three functional tests were

performed: the correlation between them and verify the possibility of replacing the functional reach test and the TUG test of grip strength to detect the risk of falls in the elderly. Results and Discussion: It was observed in the present study, the total subjects who do physical activity (45.1%) only 25.4% did not fall. The result implies that, for this sample, physical activity didn´t influence to suffer falls. Regarding the use of drugs with influence with falls, this statement was confirmed: the number of subjects who have suffered falls (42.3%), about 95% of them use drugs. The correlation between female and male had a higher prevalence of females (47) compared to males (24). Conclusion: For this sample, there is a negative correlation between the hand grip and TUG test, the higher the manual force in a shorter time will be performed TUG. Regarding the handgrip TAF test , a positive correlation is observed between them, that is, the greater the strength of the hand will be the largest value of the TAF. Not observed the correlation between grip strength as a predictor of falls due low manual strength of the entire sample

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LISTA DE FIGURAS

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Força de preensão manual direita e esquerda (FPMD e FPME) por sexo ... 23

ARTIGO Tabela 1- Tabela 01 – Dados Descritivos da Amostra do estudo de correlação entre força de preensão manual, teste de alcance funcional e TUG para detectar risco de quedas...37

Tabela 2- Comparação entre quem sofreu alguma queda com atividade física ... 37

Tabela 3- Comparação entre quem sofreu alguma queda com uso de medicação... 37

Tabela 4- Comparação de frequência de quedas entre sexo masculino e feminino ...38

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LISTA DE ABREVIATURAS

AVD: Atividade de vida diária...12

CCI: Centro de Convivência do idoso...40

CF: Capacidade funcional...13

DF: Distrito Federal...13

GUG: Get Up and Go...25

FPM: Força de Preensão Manual...15

FPMD: Força de Preensão Manual Direita...23

FPME: Força de Preensão Manual Esquerda...23

MEEM: Miniexame do Estado Mental...33

TAF: teste de alcance funcional...14

TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido...53

TUG: Timed Up and Go ………...,………..……13

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 12

2 OBJETIVOS... 16

2.1 Geral ... 17

2.2 Específicos ... 17

3 REFERENCIAL TEÓRICO... 18

3.1 Envelhecimento ... 18

3.2 Teorias biológicas do envelhecimento... 19

3.3 Perda de função e risco de quedas... 20

3.4 Força x Preensão manual... 21

3.5 Teste de alcance funcional... 22

3.6 Teste Timed Up and Go ………. 23

3.7 Fármacos x Queda... 26

4 ARTIGO... 28

5 REFERÊNCIAS... 48

APÊNDICE A- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ... 53

APÊNDICE B- Carta de Encaminhamento... 54

APÊNDICE C- Termo de Compromisso... 55

APÊNDICE D- Questionários de informações sociodemográfica... 56

APÊNDICE E- Ficha de Avaliação do Teste de Força Palmar... 58

APÊNDICE F- Ficha de registro do teste de TUG... 59

APÊNDICE G- Ficha de registro do teste de Alcance Funcional... 60

APÊNDICE H- Cálculo Estatístico... 62

ANEXO 1 Apreciação do CEP... 63

ANEXO 2 Miniexame de Saúde Mental- MEEM... 64 ANEXO 3 Normas da Revista... ANEXO 4 Calibração do dinamômetro...

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1 INTRODUÇÃO

A questão do envelhecimento e da longevidade humana é assunto tratado desde a antiguidade até os dias atuais, muito associado à busca pela fórmula da eterna juventude e da felicidade plena e à preocupação constante do homem em

todos os tempos(ARAÚJO 2005; CARVALHO; RODRIGUES, 2008).

No Brasil, tem-se verificado um aumento expressivo de idosos na população (CARVALHO, 2008; RODRIGUES, 2008). Esta condição é explicada pela articulação entre os mecanismos que reduzem a mortalidade e a diminuição dos índices de natalidade da população, configurando o que se denomina transição demográfica, que modifica o perfil de morbimortalidade, no qual quadros agudos são substituídos por quadros crônicos de desgaste e adoecimento, produzindo impactos

sobre o sistema de saúde(CARVALHO; RODRIGUES, 2008).

Há preocupação de muitos idosos em relação ao aumento da expectativa de vida. Isso pelo fato de que o aumento da idade significa maior tempo de vida podendo envelhecer de forma saudável ou patológica. Assim, há medo de atingir essa meta com incapacidades e dependências (RAMOS, 2010).

Desta forma, qualquer alteração funcional e de mobilidade afeta parte dos idosos, gerando limitações na execução das atividades da vida diária (AVD) e reduzindo cada vez mais a qualidade de vida(GREVE, et al., 2007).

Para que isso não ocorra, é necessário que o idoso desenvolva habilidades para promover o autocuidado e ser independente em relação à qualidade de vida (LINO et al., 2008). Assim, por meio das atividades rotineiras, básicas ou complexas, o idoso desenvolve positivamente sua capacidade funcional para envelhecer de forma mais saudável e com maior expectativa de longevidade, gerando, assim, no idoso, independência e autonomia no cotidiano (FIGUEIREDO et al., 2007; MINOSSO, et al., 2010 ).

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O desempenho nas AVD é determinado pela integração de diversas capacidades e habilidades físicas. Com isso, os testes físicos são utilizados como ferramentas importantes para determinação do perfil funcional do idoso, e podem ser utilizados para a avaliação do efeito de intervenções baseadas em programas de exercícios. Devido às ações cotidianas e à heterogeneidade da população idosa, a literatura apresenta, em geral, diversas abordagens relacionadas aos testes funcionais, nem sempre aplicáveis a todas as situações(ROGERS, 2003).

Diante de inúmeros testes funcionais que compõem a avaliação funcional do idoso, Câmara et al. (2008) fizeram um levantamento bibliográfico em 2008 para conhecer a capacidade funcional (CF) do idoso, na tentativa de identificar os testes que são mais utilizados pelos profissionais e citados na literatura nacional e estrangeira. Para verificar os resultados e comprovar a eficácia dos testes na identificação do nível de capacidade funcional do idoso, selecionaram diversos artigos que descrevessem testes que apresentassem protocolos para determinar a CF, mas cada teste foi aplicado em diversas situações. Câmara et al. (2008) concluíram, em suas pesquisas, que muitos profissionais utilizam, como tendência dos testes funcionais, a análise qualitativa e aquelas que verificam o padrão do movimento como capacidade da funcionalidade do idoso, e que as avaliações não servem apenas para aqueles pacientes que já possuem algum comprometimento aparente. Os testes mais utilizados foram os que avaliam a marcha e caminhada de seis minutos, que avalia atributos essenciais funcionais; testes de mobilidade e equilíbrio visualizado no teste de Timed Up and Go (TUG); testes do equilíbrio, que mensuram o equilíbrio em posição ortostática; e testes de força muscular, como ação de levantar-se de uma cadeira. Todos com o propósito de facilitar a avaliação e de desenvolver programas de intervenção nos idosos com incapacidade funcional e, mesmo, nos idosos vulneráveis a esta condição.

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combate das dependências previsíveis e na promoção de uma vida mais ativa possível (GONÇALVES et al., 2010).

Sabe-se que existem inúmeros instrumentos validados para verificar se o idoso tem ou não predisposição para alguma incapacidade funcional. Em 2011, um estudo realizado em algumas Instituições de longa permanência no Distrito Federal, nos domicílios de idosos da comunidade do Distrito Federal (DF) e em clínicas de reabilitação de fisioterapia cardiopulmonar tratou de traduzir para o Brasil e validar o teste TUG (CABRAL, 2011). Este teste é aplicado mundialmente na avaliação da capacidade funcional do idoso e é caracterizado por ações rotineiras e fundamentais de e para mobilidade independente. Neste teste são avaliados o equilíbrio do paciente sentado, as transferências desta posição em pé, a estabilidade na deambulação do paciente e as modificações do curso da marcha (CABRAL, 2011; PODSIALO; RICHARDSON, 1991).

Uma importante consequência relacionada a uma alteração funcional, um conjunto de ações rotineiras e fundamentais para mobilidade independente, é o fator queda. As quedas representam um dos maiores problemas da população idosa. É considerado um grave problema de saúde pública no mundo. Aproximadamente 30% das pessoas com mais de 65 anos sofrem lesões decorrentes de quedas (ALFIERI, 2010). Desta forma, a avaliação funcional também auxilia na detecção de pacientes com risco de quedas que poderão levar a lesões, fatores preponderantes para dependência física e, em certas circunstâncias, levar ao óbito nos casos mais graves.

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poderão intervir no processo para que haja a prevenção da incapacidade ou reabilitação das que já estão instaladas.

Outro teste bem conhecido e utilizado em avaliação de aptidão física é a mensuração da força de preensão manual (FPM). Apesar de se medir a força utilizando os membros superiores, por meio de um instrumento chamado dinamômetro, não está limitada à avaliação da força dos mesmos. Estudos já demonstram ser um parâmetro de estado de força geral dos pacientes assistidos, ou seja, é um indicador utilizado para se ter um resultado da força total do corpo (DURWARD et al., 2001).

Já existem testes validados, trabalhos de campo e avaliação clínica para verificar predisposição de incapacidades funcionais e sua mobilidade independente. Estas avaliações permitem que sejam realizadas intervenções necessárias na vida do idoso que promovam a prevenção de situações que possam trazer algum malefício para a saúde, seja ela, uma queda, que trará como consequência a perda de função de algum segmento corporal, sequelas diversas por meio de alguma patologia degenerativa, traumas em geral ou incapacidade de realizar atividades básicas e instrumentais da vida diária do idoso por qualquer motivo relacionado ao comprometimento físico.

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2 OBJETIVOS

2.1. Geral

- Verificar a correlação entre a força de preensão manual com o teste de TUG e Alcance Funcional para detectar risco de quedas em idosos.

2.2 Específicos

- Comparar os resultados dos testes funcionais nos idosos praticantes de atividade física com os idosos sedentários.

- Analisar a relação entre sexo com os resultados obtidos do teste de preensão manual e o risco de quedas.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Envelhecimento

Envelhecer é um processo bastante complexo para o ser humano pois ocorrem diversos tipos de alterações. Assim, modificações biológicas e formas de adaptação ao meio em que vivem resultam em perdas funcionais progressivas que, muitas vezes, são percebidas na mudança de estilo de vida: uma doença crônica ou mesmo gerada por uma doença genética (FEDERIGHI, 1995).

O homem é considerado idoso no Brasil acima de 60 anos de idade e, nos países desenvolvidos, acima de 65 anos. Este parâmetro é utilizado para diferenciar quais pessoas já poderão ser consideradas idosas (JORDÃO, 1997).

O modelo na sociedade moderna aponta que cada indivíduo envelhece de uma maneira diferente, seja por uma forma patológica ou saudável. Porém, para que o envelhecimento aconteça de uma maneira positiva, é preciso obter uma visão global do processo relacionado aos fatores socioeconômicos e biológicos.

Sabe-se que o processo do envelhecimento ocorre como resultado de modificações morfofisiológicas funcionais, bioquímicas e psicológicas, fazendo com que o desequilíbrio destes fatores influencie na perda da capacidade de adaptação ao meio ambiente. Isso leva a maior vulnerabilidade e tendência a desenvolver processos patológicos. “O termo envelhecimento é frequentemente empregado para descrever as mudanças morfofuncionais ao longo da vida que ocorrem após a maturação sexual” (JECKEL-NETO; CUNHA, 2006).

Devido ao aumento da longevidade, o idoso torna-se mais susceptível a desenvolver doenças crônico-degenerativas que levarão ao aumento da dependência funcional, tendendo ao comprometimento de vários órgãos, dentre os quais os que se ligam à postura e ao equilíbrio, tornando o idoso vulnerável a quedas (SANTOS; JAHN, 2006).

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de medicamentos que alteram o sistema nervoso central e equilíbrio (PERACCINI, 2005).

A interação do genoma e os fatores estocásticos ou aleatórios reduzem a capacidade de adaptação do organismo, aumentando, assim, a velocidade do envelhecimento e, consequentemente, ampliando as chances de acumular lesões e deficiências celulares, manifestando, assim, o fenômeno do envelhecimento celular, tecidual e orgânico. Compreendendo este fenômeno, os mecanismos biológicos que causam a perda da funcionalidade com a idade avançada, aumenta a incidência de doenças que poderão levar à morte do idoso. Com isso, foram desenvolvidas teorias biológicas do envelhecimento enfatizando os fatores genéticos ou os aleatórios (MOTA, 2004).

3.2 Teorias biológicas do envelhecimento

Existem diversas teorias para explicar como ocorrem as alterações, no aspecto biológico, no corpo do indivíduo que está envelhecendo (SANTANA; SANTOS, 2006). As teorias biológicas servem como marcador das fases do envelhecimento. As principais são: teoria imunológica, genética, uso e desgaste, radicais livres, erro da síntese proteica e neuroendócrina, descritas por Santana e Santos (2006):

- Teoria imunológica: com o tempo, transformações ocorrem e formam anticorpos que atacam células sãs do organismo;

- Teoria do uso e desgaste: o organismo humano é comparado a uma máquina que, com o uso, vai se deteriorando. O corpo deve estar em constante movimento para retardar a deteriorização;

- Teoria dos radicais livres: trabalha com a ideia de que o envelhecimento e a morte celular provêm de efeitos causados pela liberação dos radicais livres, ou seja, leva à formação de substâncias tóxicas para as células e, consequentemente, danos ao DNA;

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geneticamente, seriam programadas para viver um determinado tempo (SANTANA; SANTOS, 2006).

3.3 Perda de função e risco de quedas

Devido ao processo natural do envelhecimento, tanto a força quanto a massa muscular entram em declínio, aumentado a probabilidade de quedas e de fraturas, além de ocorrer a diminuição da habilidade no momento da realização de atividades da vida diária. Todas as pessoas, de qualquer idade, sofrem o risco de quedas e, como consequência, isso pode levar a algum tipo de incapacidade física. Porém, em se tratando da pessoa idosa, o próprio processo de envelhecer a torna mais vulnerável a estes acidentes, aumentando a probabilidade de lesões e até de morte, em comparação a um jovem que se acidentou pela mesma causa. O custo social é enorme e aumenta à medida que o idoso se torna dependente, sem autonomia e com necessidade de institucionalização (BAUER; SIEBER, 2008).

O declínio de força muscular está relacionado ao baixo nível de exercícios físicos e, de acordo com Duarte (2008), isso torna os indivíduos mais propensos a eventos adversos na saúde: quedas, dependência e até incapacidade funcional (DUARTE, 2006).

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As causas podem ser variadas e também podem estar associadas. Pode-se dizer que a etiologia das quedas pode ocorrer por meio intrínsecos e extrínsecos. Os fatores intrínsecos caracterizam-se por alterações fisiológicas decorrentes do próprio envelhecimento, como diminuição da acuidade visual, fármacos que interferem no equilíbrio e eletrólitos do organismo humano e algumas doenças. Entre estas, que predispõem à queda, estão as cardiovasculares, neurológicas, endocrinológicas, osteomusculares, geniturinária, psiquiátricas e sensoriais, de acordo com Fabrício et al. (2004 apud KAY et al., 1995). Já os fatores extrínsecos dependem de circunstâncias sociais e do próprio ambiente em que o idoso vive e que lhe criam desafios. Normalmente, não são quedas causadas por manobras perigosas e, sim, por situações simples em sua rotina diária, como tropeços e escorregões. Um estudo específico visando a determinar as causas e consequências das quedas registradas em um hospital público mostrou, justamente, que as quedas ambientais em geral ocorrem com aqueles idosos que já apresentam algum tipo de deficiência na marcha e problemas no equilíbrio. E que o risco destes acidentes aumenta de acordo com a vulnerabilidade a que o idoso está exposto. No estudo em questão, apenas duas situações nas quais havia risco considerável de queda foram apontadas, independente de o indivíduo ser adulto, jovem ou idoso. É o caso, por exemplo, do idoso que sobe em uma cadeira para alcançar um objeto ou de outro que sobe em um andaime. Em relação aos fatores intrínsecos, no mesmo estudo verificou-se a relação entre o aumento de quedas em idosos que utilizam polifármacos e os que não o fazem (FABRÍCIO; RODRIGUES; JÚNIOR, 2004).

3.4 Força X Preensão Manual

A mão humana é uma importante ferramenta capaz de realizar diversas funções entre as quais a principal é a preensão, que é a habilidade de pegar com forças que excedem 445 Newtons (N) ou 45 kg, de segurar um fio delicado ou, ainda, empurrar, golpear, locomover-se com muletas ou com cadeira de rodas. Além disso, é um órgão do sentido do tato e importante meio para comunicação verbal e não verbal (SMITH et al., 1995; KAPANDJI, 2007).

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que descrevem que a força da mão também está relacionada à força da extremidade superior e à força geral, e estão sendo utilizadas para monitorar o progresso de pacientes com lesões de algum segmento em membros superiores ou inferiores (RANTANEN et al.,1992; SHIFFMAN, 1992; TSUJI et al., 1995; DURWARD et al., 2001).

Um estudo realizado com idosas sedentárias em Brasília, teve como objetivo verificar a existência de uma correlação entre os valores medidos de força de preensão manual com a força muscular de membros superiores e inferiores utilizando testes de 1RM (supino vertical, puxada frontal, leg press horizontal, cadeira extensora e cadeira flexora) e dinamometria isométrica. O teste de preensão manual se correlacionou significativamente com os testes de força de 1RM nos exercícios citados e a força isométrica, avaliada por dinamometria, mostrou correlação para o bíceps, mas não para o quadríceps. Assim, o estudo determinou que o teste de preensão manual pode ser utilizado como preditor do estado geral de força, o que indica a validade da medida de força de preensão manual como uma variável que traduz a força muscular de membros superiores e inferiores, podendo ser utilizado em avaliação clínica e em pesquisas (FONSECA, 2009).

Um estudo com homens idosos e adultos por um período de 25 anos investigou a associação entre a força muscular e mortalidade. O resultado mostrou que a força e a taxa de alteração na força contribuem para o impacto da sarcopenia sobre a mortalidade. A análise dos dados verificou o impacto da força de preensão e a taxa de mudança na força em todas as causas de mortalidade acima de 40 anos, ou seja, a força em declínio está associada ao aumento da mortalidade, independente da massa muscular presente e da realização ou não de atividade física (METTER, 2002).

A diminuição da força ocorre de maneira progressiva. Pode-se mensurar a força da mão por meio da utilização de um instrumento chamado dinamômetro. Em uma aferição mais rápida, é considerada força baixa quando inferior a 30 kg para homens e 18 kg para mulheres (FRIED, 2004).

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Tabela 1: Força de preensão manual direita e esquerda (FPMD e FPME) por sexo

Homens (KGf) Mulheres (KGf)

FPMD FPME FPMD FPME

Muito fraco Menor 44,33 Menor 41.00 Muito fraco Menor 26,00 Menor 23,67

Fraco 43,33- 47,33 41,00- 44,33 Fraco 26,00- 28,33 23,67- 25,67

Regular 47,33- 52,64 44,33- 49,00 Regular 28,33- 31,00 25,67- 28,67

Bom 52,64- 56,67 49,00- 53,67 Bom 31,00- 33,67 28,67- 31,33

Excelente Maior 56,67 Maior 53,67 Excelente Maior 33,67 Maior 31,33

Fonte: D’Oliveira, 2005 (adaptado)

Este teste é de fácil aplicação e leva a uma aproximação da força muscular corporal total. Foi verificada uma correlação entre flexão do cotovelo, extensão da perna e do tronco. O teste é um bom indicador de incapacidade e de mortalidade. A força de preensão é reduzida com a idade avançada e com a redução do rendimento físico, segundo Barbosa (2005).

A Sociedade Americana dos Terapeutas de Mão recomenda utilizar tanto o individuo quanto a manopla na mesma posição. E que o indivíduo esteja sentado a 90º de flexão emrelação o quadril e joelhos; o ombro em posição neutra; o cotovelo fletido a 90º e o antebraço permanecer em semipronação (ABDALLA; BRANDÃO, 2003).

Para verificar a força de preensão palmar é utilizado a dinamometria. Pode ser mensurada por vários tipos de dinamômetros: hidráulicos, mecânicos e digitais os que tornam métodos diferenciados para a mesma finalidade. Entretanto, o dinamômetro hidráulico tem sido utilizado na maioria dos estudos por terem sido correlacionados aos demais e verificado ter maior fidedignidade para obtenção da força (KIRKPATRICK, 1956; D’OLIVEIRA, 2010).

O dinamômetro utilizado no presente estudo para verificar a força da mão dos idosos selecionados é de fabricação brasileira, marca Crown de função manual produzido pela técnica industrial Oswaldo Filizola Ltda com a capacidade de 50Kgf.

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dominante foram maiores independentemente se são destros ou canhotos (D’OLIVEIRA, 2010).

3.5 Teste alcance funcional

O Teste de Alcance Funcional (TAF), Functional Reach Test, foi

desenvolvido por Ducan et al. (1990) e consiste em uma avaliação que utiliza uma fita métrica fixa a uma parede, na altura do acrômio do voluntário, em pé e com os pés separados e alinhados em relação ao ombro. O ombro deve estar fletido em 90º enquanto o cotovelo estará estendido; o punho em posição neutra e os dedos fletidos. Desta forma, o paciente deverá alongar-se o máximo possível para frente e o avaliador anotar o alcance atingido. Não pode considerar se o indivíduo se desequilibrar, der um passo ou mesmo retirar o calcanhar do chão, pois isso invalidará o teste. É considerada a média em três tentativas entre a posição final e a inicial.

Este teste tem sido apontado como uma avaliação com índice indicativo para risco de quedas, verificando a capacidade do equilíbrio estático, que se correlaciona com as atividades de vida diária. Logo, a pontuação de 15 centímetros ou menos indica um valor baixo do teste e significa maior risco de quedas; 16 a 25 cm indica baixo risco de quedas e acima de 25 cm indica sem risco de quedas (DUCAN et al., 1990; WHITNEY et al., 2002).

Esta avaliação tem sido muito utilizada em pesquisas científicas para detectar risco precoce de quedas e tentar realizar uma intervenção de prevenção das mesmas. Em um estudo para avaliar os fatores associados a quedas em idosas de uma comunidade do DF, foi realizado o teste de alcance funcional e concluiu-se que entre as idosas que têm histórico de quedas, tiveram uma sensibilidade de 32% que obtiveram um resultado menor que 17 cm pelo teste de alcance funcional, possuindo uma especificidade de 98%.

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limitações de locomoção e tinham pessoas qualificadas que os ajudavam na realização das atividades de vida diária, situação que diminui, consideravelmente, a exposição ao risco se comparada à de um idoso com limitações e muito exposto aos riscos de quedas (GAI, 2008).

3.6 Teste Timed Up and Go

O Teste de TUG (Timed Up and Go) é o instrumento que avalia a mobilidade independente mais utilizado no Brasil e no exterior. É um teste prático e rápido e de fácil aplicação e verifica-se uma eficácia na complementação da avaliação da maioria das atividades funcionais básicas do idoso. (FIGUEIREDO; LIMA; GUERRA, 2007).

A expressão, traduzida para o português, significa “levantar e caminhar cronometrado” e é uma versão modificada do teste de Get Up and Go (GUG), que visa a avaliar o equilíbrio do indivíduo por meio de uma avaliação das atividades da vida diária (AVD) (MATHIAS; NAYAK; ISAAC, 1986).

Em um estudo em Brasília, este teste foi traduzido para o português e validado para adaptar-se à realidade brasileira, o que proporcionou maior confiabilidade em sua avaliação, apesar de não haver necessidade de adaptação cultural, já que o teste avalia situações rotineiras do idoso. No teste, é utilizada uma cadeira cuja altura também influencia no resultado do teste. Desta forma, manteve-se o tamanho padrão - de 46 cm - também na versão brasileira (CABRAL, 2011).

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antes de ser cronometrado, para saber como o teste é realizado (PODSIADLO; RICHARDSON, 1991).

Vale ressaltar que o teste de TUG é um instrumento utilizado para triagem informando sobre o equilíbrio do indivíduo, a velocidade da marcha e suas habilidades funcionais, classificando o paciente em categorias e indicando a necessidade de uma avaliação da capacidade funcional, já que vai verificar o tempo de reação aos comandos, a força muscular dos membros inferiores, o equilíbrio desenvolvido e a habilidade para a marcha. É um teste rápido, de fácil entendimento e simula uma realidade do paciente na realização de suas atividades básicas da vida diária. Nada disso aconteceria se o teste fosse realizado em plataformas de equilíbrio e esteiras, por não se tratar da realidade diária do idoso, além de ser cansativa se o idoso estiver fragilizado. A média para TUG como mobilidade independente é <10s (PODSIADLO; RICHARDSON, 1991). Para Nordin et. al (2008) um escore de 15 segundos indica que o indivíduo não apresenta alto risco de queda e 35 segundos indica um alto risco de quedas.

Apesar de ser um teste fácil e rápido, requer do idoso esforço físico e força muscular dos membros inferiores, principalmente se o idoso tem fragilidade ou desordem musculoesquelética ou neuromotoras. A modificação na sua realização pode ser devida a uma melhora da força e do equilíbrio, que poderá influenciar futuramente as atividades diárias. A avaliação no teste em aspectos qualitativos da capacidade funcional do indivíduo é efetivada por meio da análise da marcha, da habilidade do idoso em realizar o giro e, também, a fase em que ele vai retornar à cadeira no teste de TUG. Todo este processo é importante para avaliar a manutenção da independência funcional, o que pode reduzir o risco de quedas, morbidade e, mesmo mortalidade nesta fase da vida (CAMARA et al., 2008).

3.7 Fármacos x Queda

O uso de polifármacos tem sido abordado em diversos estudos como fatores para aumento de risco de quedas. Os idosos são os que mais precisam de medicamentos, logo, são os que mais caem por este motivo (ZIERE et al, 2006).

(29)

efeitos adversos do próprio medicamento. Os psicoativos, diuréticos e drogas cardiovasculares, por exemplo, se destacaram entre aqueles usados por idosos que referiram quedas por fatores intrínsecos (GUIMARÃES; FARINATTI, 2005).

Efeitos colaterais dos medicamentos são comumente apontados como sinais de bradicardia, arritmia, fadiga, sonolência excessiva, hipotensão, distúrbios hidroeletrolíticos, que reduzem o volume corporal ocasionado pelos diuréticos; hipocalemia e, consequentemente, hipotensão ortostática. Além desses, destacam-se as drogas psicoativos por terem efeito destacam-sedativo, tremores e relaxamento muscular. Os benzodiazepínicos, como o diazepam e clonazepam e os antidepressivos tricíclicos, por exemplo, são os mais comumente relacionados a distúrbios de equilíbrio, hipotensão postural e lentificação (PAIXÃO JÚNIOR; HECKMANN, 2002).

(30)

4 ARTIGO

CORRELAÇÃO ENTRE A FORÇA DE PREENSÃO MANUAL COM TESTES FUNCIONAIS, NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E USO DE FÁRMACOS PARA

DETECTAR RISCO DE QUEDAS EM IDOSOS

Correlation between the handgrop strenglth with functional testing , level of physical activity and drug use to detect falls risk in the elderly

Aralice Oliveira Brito1, Gustavo de Azevedo Carvalho2

1 Enfermeira, mestre em Gerontologia. Universidade Católica de Brasília- UCB- Brasília, DF- Brasil, e-mail: aralice.brito@gmail.com

2 Doutor pela Universidade de Brasília - UnB, Docente de Graduação e Pós-Graduação - UCB - Brasília, DF - Brasil, e-mail:carvalhobsb@hotmail.com

Resumo

Objetivo: Verificar a correlação entre a força de preensão manual com os testes TUG e Alcance Funcional para detectar risco de quedas em idosos. Método: Foi realizado um estudo transversal com amostra composta por 71 indivíduos entre 60 a

88 anos, sendo que 24 indivíduos do sexo masculino e 47 do sexo feminino. A

pesquisa foi realizada no Centro de Especialidades do Ambulatório do Hospital da

Católica de Brasília que teve como objetivos específicos comparar os resultados dos

testes funcionais nos idosos praticantes de atividade física com os idosos

sedentários. Além de analisar a relação entre sexo com os resultados obtidos do

teste de preensão manual e risco de quedas. E verificar se há relação de episódios

de quedas de idosos com a utilização de fármacos de uso crônico. Foi utilizado

como instrumento de triagem o miniexame do estado mental, questionário

sociodemográfico e de perfil de saúde do idoso Foram realizados os testes de força

de preensão manual por meio de dinamometria e ainda os testes de alcance

(31)

total de sujeitos que fazem atividade física (45,1%) apenas 25,4% não sofreram

quedas. O resultado infere que, para esta amostra, a atividade física não influenciou

em sofrer ou não quedas. Em relação ao uso de medicamentos com influência com

quedas, esta afirmação foi confirmada: o total de idosos que já sofreram quedas

(42,3%), cerca de 95% destes utilizam medicamentos. A amostra apresentou maior

predominância pelo sexo feminino (47 idosas) em relação ao sexo masculino (24

idosos). Conclusão: Não observou-se a correlação da força de preensão manual como preditora de quedas, apesar disso existiu uma correlação negativa entre força

da mão e TUG e uma correlação positiva entre força manual e TAF.

Palavras-chave: Idoso. Avaliação funcional. Quedas. Preensão manual. Timed Up and Go (TUG). Teste Alcance funcional.

Introdução

A questão do envelhecimento e da longevidade humana é assunto tratado

desde antiguidade até os dias atuais e muito associado à busca pela fórmula da

eterna juventude e da felicidade plena, preocupações constantes do homem em

todos os tempos1,2 .

Verificou-se aumento expressivo de idosos na população mundial em

especial no Brasil2 . Esta condição é explicada pela articulação entre os mecanismos

que reduzem a mortalidade e a diminuição dos índices de natalidade de uma

população, configurando o que se denomina transição demográfica, que modifica o

(32)

crônicos de desgastes e adoecimento, produzindo impactos sobre o sistema de

saúde 2.

Para que isso não ocorra, é necessário que o idoso desenvolva habilidades

para promover o autocuidado e ser independente em relação à qualidade de vida3.

Assim, por meio das atividades rotineiras, básicas ou complexas, o idoso desenvolve

positivamente a sua capacidade funcional4.

A capacidade de se autodeterminar e executar as atividades da vida diária é

determinado pelo fato de se ter boa capacidade funcional, o que gera no idoso

independência e autonomia no cotidiano5.

A avaliação da capacidade funcional é fator essencial para se detectar

possível risco de dependência futura, estabelecer níveis de morbimortalidade e,

dessa maneira, direcionar os profissionais de saúde a realizarem intervenção no

tratamento de idosos6.

O desempenho nas atividades diárias do idoso é determinado pela

integração de diversas capacidades e habilidades físicas. Com isso, os testes físicos

são utilizados como ferramentas importantes para determinação do perfil funcional

do idoso e podem ser utilizados para a avaliação do efeito de intervenções baseadas

em programas de exercícios. Devido às ações cotidianas e à heterogeneidade da

população idosa, são apresentadas, na literatura em geral, diversas abordagens

relacionadas aos testes funcionais, nem sempre aplicáveis a todas as situações7.

Sabe-se que existem inúmeros instrumentos validados para verificar se o

idoso tem ou não predisposição a uma incapacidade funcional. Em 2011, estudo

realizado em algumas Instituições de longa permanência no Distrito Federal, em

domicílios dos idosos e em clínicas de reabilitação de fisioterapia cardiopulmonar

(33)

aplicado mundialmente na avaliação da capacidade funcional do idoso e é

caracterizado por ações rotineiras e fundamentais para a mobilidade independente.

Neste teste, são avaliados o equilíbrio do paciente sentado, as transferências para a

posição em pé, a estabilidade na deambulação do paciente e as modificações do

curso da marcha8,9.

Uma importante consequência relacionada a uma alteração funcional, a um

conjunto de ações rotineiras e fundamentais para mobilidade independente, é o fator

queda. As quedas representam um dos maiores problemas da população idosa e é

considerado um grave problema de saúde pública no mundo. Aproximadamente

30% das pessoas com mais de 65 anos sofrem lesões decorrentes de quedas10.

Desta forma, a avaliação funcional também auxilia a detecção de pacientes com

risco de quedas que podem levar a lesões, fatores preponderantes para

dependência física e, em certas circunstâncias, até mesmo ao óbito nos casos mais

graves.

Além do equilíbrio estático, há também a forma de avaliação do equilíbrio

dinâmico, já que nele decresce a capacidade fundamental, por exemplo, para a

marcha e para levantar-se de uma cadeira. Um teste simples para a determinação

do equilíbrio dinâmico dos idosos muito utilizado é o Teste de Alcance Funcional, o

Functional Reach Test11.Esse teste consiste em mensurar a máxima distância que um indivíduo consegue alcançar, projetando o tronco à frente com o braço

estendido, sem mover os calcanhares do chão12. Deve-se observar que estão sendo

realizados inúmeros estudos para verificar a eficácia destes testes para que os

profissionais de saúde possam, de uma forma ou de outra, mensurar e avaliar a qual

(34)

no processo para que haja a prevenção da incapacidade ou reabilitação das que já

estão instaladas.

Outro teste bem conhecido e utilizado em avaliação de aptidão física é a

mensuração da força de preensão manual. Apesar de se medir a força utilizando os

membros superiores, por meio de um instrumento chamado dinamômetro, não está

limitada a avaliação da força dos mesmos. Estudos já demonstram que este

instrumento está sendo utilizado como um indicador para ter um resultado de força

total do corpo13.

Desta forma, o objetivo deste estudo é verificar a correlação entre a força de

preensão manual com os testes TUG e Alcance Funcional para detectar risco de

quedas em idosos e, consequentemente, realizar a comparação dos resultados dos

testes funcionais nos idosos praticantes de atividade física e nos idosos sedentários,

analisando-se, ainda, a relação entre gênero e faixa etária à luz dos resultados

obtidos na preensão manual e no risco de quedas desta população. E verificar se

há relação de episódios de quedas com idosos que fazem uso de polifármacos.

Materiais e Métodos

Trata-se um estudo de delineamento transversal desenvolvido no Centro de

Especialidades Ambulatorial do Hospital da Universidade Católica de Brasília

(CEAHUCB) que atende, principalmente, à população local e regional, com

programas de saúde em ambulatório de pequena e média complexidade, além de

serviços complementares de diagnóstico e terapia. Os atendimentos são

constituídos por crianças, jovens, adultos e idosos, com atendimento médico em

(35)

exclusivo na especialidade de Geriatria com atendimento médio de 90 idosos por

mês. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Católica de

Brasília, por meio da Resolução nº196/96.

A amostra foi constituída por 71 idosos entre 60 anos e 88 anos de idade,

abordados na recepção do ambulatório de geriatria ao procurarem o ambulatório

para realização de consultas, principalmente nas áreas de geriatria, clínica médica,

urologia e cardiologia. Esta primeira abordagem foi realizada pela própria

pesquisadora convidando para fazer parte da pesquisa. Toda coleta de dados foi

realizada no mesmo dia da realização da consulta rotineira do idoso para não

interromper a logística ambulatorial.

Como critérios de inclusão, o idoso deveria ser capaz de deambular com

independência, apresentar acuidade visual que possibilitasse enxergar uma linha

dos três metros (com ou sem lentes de correção), apresentar acuidade auditiva que

possibilitasse ouvir os comandos (com ou sem recursos corretivos) e ter um nível

cognitivo capaz de entender os comandos. Os critérios de exclusão foram aplicados

aso idosos que apresentaram distúrbios cinéticos funcionais das articulações de

membros superiores e inferiores ou apresentaram distúrbios de equilíbrio que os

impossibilitaram de realizar os testes propostos.

Todos os testes foram realizados em um único dia, e pela própria

pesquisadora responsável pelo presente estudo. A coleta dos dados foi realizada

entre dezembro e janeiro de 2013.

A primeira etapa da pesquisa consistiu de explicação sobre a pesquisa e a

realização do exame do estado mental (MEEM) para se proceder à triagem de

(36)

funcionais. O escore de corte foi 13 pontos para verificar quais idosos teriam um

cognitivo mínimo para entender os comandos dos testes 14,15.

Logo após, foi aplicado o questionário de informações sociodemográficas,

reunindo dados sobre identificação do paciente, bem como nome, sexo, idade,

comorbidades, se realiza alguma atividade física (qual atividade, tempo de duração,

período), histórico de quedas (quantidade), e se utiliza alguma medicação. Seguiu-se

então a aplicação dos testes funcionais: preensão manual, utilizando como

instrumento o dinamômetro palmar hidráulico marca Crown, fabricado pela indústria

Oswaldo Filizola Ltda, capacidade 50 Kgf; devidamente calibrado a fim de se obter

medidas confiáveis.

Figura1- Dinamômetro

Fonte: Pesquisadora, 2014

Para mensurar a força de preensão manual, o indivíduo foi posicionado em

uma cadeira com altura de aproximadamente 46cm. O voluntário não encostou o

(37)

cotovelo a 90º, com antebraço em posição neutra (entre pronação e supinação); o

punho permaneceu neutro e o examinador sustentou o dinamômetro conforme

protocolo sugerido pela Sociedade Americana de Terapeutas da Mão16. O indivíduo

recebeu orientação para fazer o máximo de força possível e recebeu comandos

verbais do avaliador repetindo a palavra "força" enquanto estivesse fazendo força,

durante cinco segundos. Foi realizado três aferições com a mão direita e com a mão

esquerda e considerou-se a média das três tentativas16.

Para realizar o teste de TUG, foi utilizada uma cadeira padrão de 46cm, um

relógio com cronômetro, fita métrica e fita crepe para auxílio das marcações de

espaço, segundo o estudo de Cabral8. O voluntário foi orientado a iniciar o teste

sentado com as costas apoiadas na cadeira, os braços apoiados nos braços da

cadeira e segurando seu auxílio de locomoção, caso possuísse. Após a verbalização

do comando “vai”, o voluntário, então sentado, levantou-se e andou em num ritmo

habitual até a linha dos três metros, desenhada no chão, virou-se, retornou à cadeira

e sentou-se novamente. O teste foi realizado três vezes, sendo que a primeira vez

não foi computada, pois visava a verificar se o voluntário havia entendido o

comando. Considerou-se, apenas, a média das duas últimas tentativas

.

Por último, foi realizado o teste de alcance funcional, para o qual foram feitas

marcações com fita crepe e fita métrica fixada na parede, segundo o protocolo de

Ducan et al17. O voluntário foi orientado a manter-se em pé ao lado da parede, com

os pés separados, sem rotação do tronco, calcanhares no chão, cotovelo estendido

e mão fechada. O pesquisador permaneceu o tempo todo em frente ao idoso.

Realizou-se a marcação na fita em centímetros, com auxilio de uma régua, da

(38)

voluntário foi orientado a inclinar o corpo para frente, tocando no quadrado até o

máximo alcance, anotando-se a distância final de inclinação. O teste foi realizado

três vezes. Logo após, observou-se a diferença entre a posição final e a inicial.

Considerou a média das três diferenças aferidas, sendo usado como referência para

risco de queda o valor de 15 centímetros ou menos; 16 a 25 cm indicando baixo

risco de quedas e acima de 25 cm, sem risco de quedas17.

Após a coleta dos dados os mesmo foram tratados por meio do software

SPSS-IBM for Windows (Statistical Package for Social Sciences) versão 22.0.

Para os dados descritivos da amostra utilizou-se médias, desvios e

frequências. Para a avaliação da normalidade dos dados utilizou-se o teste de

Shapiro-Wilks e para os dados inferenciais foram utilizados testes de Qui-Quadrado,

ANOVA Two-Way e correlações estipulando-se um nível de significância de p ≤ 0,05.

Resultados

Para apresentação dos resultados foram investigadas as normalidades das

variáveis quantitativas: Força de Preensão Palmar, Alcance Funcional e TUG, tanto

por sexo quanto por ter sofrido quedas.

Na Tabela 1 puderam-se observar os dados descritivos da amostra estudada

conforme descrito abaixo.

Tabela 01 – Dados Descritivos da Amostra do estudo de correlação entre força de

preensão manual, TAF e TUG para detectar risco de quedas, Brasília, 2013.

Variáveis Subdivisões N Frequência

Sexo Masculino 24 33,8%

(39)

Participa de grupo

social Sim 55 77,5%

Não 16 22,5%

Doenças mais

frequentes Hipertensão 56 78,9%

Diabetes 16 22,5%

Osteoporose 16 22,5%

Artrose 16 22,5%

Cardiopatias 9 12,6%

Catarata 9 12,6%

Toma Medicação de

uso contínuo Sim 61 85,9%

Não 10 14,1%

Atividade Física Sim 32 45,1%

Não 39 54,9%

Sofreu Quedas Sim 30 42,3%

Não 41 57,7%

Observa-se na Tabela 2 a frequência de episódios de queda com os idosos

que praticam atividade física e os que não praticam.

Tabela 2 - Comparação entre quem sofreu alguma queda com atividade física,

Brasília, 2013.

Atividade Física/Quedas Sim Não Total

Sim 16,9% 28,2% 45,1% Não 25,4% 29,4% 54,9%

Total 42,3% 57,7% 100%

Qui- Quadrado – p = 0,463

Observa-se na Tabela 3 a frequência de episódios de quedas com idosos que

fazem uso de medicação de uso contínuo.

Tabela 3 - Comparação entre quem sofreu alguma queda com uso de medicação,

Brasília, 2013.

Uso de Medicação/Quedas Sim Não Total

Sim 40,8% 45,1% 85,9% Não 1,4% 12,7% 14,1%

Total 42,3% 57,7% 100,0%

(40)

A maioria dos pacientes que utilizam medicações de uso contínuo e que

tiveram episódios de queda, faziam uso de determinados medicamentos

independente da classe: 31 idosos que utilizavam anti-hipertensivo; 07 idosos que

utilizavam diuréticos; 04 idosos que utilizavam antiagregantes plaquetários; 03

idosos que utilizavam antiarrítmicos; 05 idosos que utilizavam medicamentos para

tratamento de osteoporose; 08 idosos utilizavam metformina; 08 idosos utilizavam

antidepressivos e outros 11 idosos utilizavam outras classes de medicamentos.

É observado na Tabela 4 a frequência de quedas que ocorreram entre o

sexo masculino e feminino no período de um ano.

Tabela 4 – Comparação de frequência de quedas entre sexo masculino e feminino,

Brasília, 2013.

Sexo/Quedas Sim Não Total

Homens 6 ( 20%) 18 ( 43,9%) 24 ( 33.8%)

Mulheres 24( 80%) 23 ( 56,1%) 47 (66.2%)

Total 30 41 71 (100%)

Qui-Quadrado – p= 0,03

Observa-se na Tabela 5 as comparações dos testes: preensão manual,

TUG, TAF entre sexo feminino e masculino e eventos de queda.

Tabela 5 - Comparação entre as variáveis FPM, TUG e TAF entre sexo e quedas,

Brasília, 2013.

Variável Sexo Sofreu

queda?

Média Desvio

Padrão

P (quedas)

FPM Direita Homens Sim 31,805 10,6680

Não 33,433 4,1616 0,77

Mulheres Sim 19,456 6,5580

Não 18,243 4,2361

FPM esquerda Homens Sim 30,267 10,3867

Não 32,091 4,4869 0,84

(41)

Não 16,584 4,0164

TUG Homens Sim 9,733 1,5306

Não 9,364 2,4267 0,83

Mulheres Sim 12,671 5,1455

Não 13,135 5,0726

Alcance funcional

Homens Sim 25,600 10,5955

Não 28,750 6,0827 0,61

Mulheres Sim 24,108 9,6390

Não 21,487 6,2818

Anova Two-Way

As correlações totais, independente do sexo, entre o teste de preensão

manual direita e esquerda com o TUG, apresentou uma correlação negativa ( r =

-0,43; p = 0,0001) e a correlação entre preensão manual com o TAF apresentou uma

correlação positiva ( P M direita: r = 0,52; p = 0,0001e P M esquerda: r = 0,51 p =

0,0001).

Discussão

Observou-se, no presente estudo, que o total de sujeitos que fazem

atividade física (45,1%) apenas 25,4% não sofreram quedas. O resultado infere que,

para esta amostra, a atividade física não influenciou em sofrer ou não quedas. Esses

resultados vão contra as afirmações de Guimarães et al18, segundo os quais

indivíduos idosos que praticam algum tipo de atividade física tendem a apresentar

menor número de quedas. Para Guimarães, esses idosos foram divididos em

grupos: o primeiro grupo representava os praticantes de atividade física

supervisionada e o segundo grupo eram sedentários. Um dos critérios abordados foi

(42)

três vezes durante a semana. Com este estudo pôde-se justificar com a oposição de

nossos resultados, pois pela amostra selecionada, a maioria não realizam atividades

rotineiras em período regular.

Gomes Neto e Castro19, em seu estudo comparativo da independência

funcional e qualidade de vida entre idosos, consideraram que os idosos ativos eram

aqueles que praticavam atividade física, por mo mínimo, três meses ininterruptos.

Esses idosos ativos obtiveram significância positiva em relação à independência

funcional, ou seja, conseguiam realizar suas atividades motoras e cognitivas de uma

forma mais eficaz comparados aos sedentários.

Segundo a American College20 é necessário que haja acompanhamento

com um profissional de educação física que prescreva um programa de exercício

físico regular individual, incluindo atividades: cardiorrespiratória, resistência,

flexibilidade e treinamento físico. A quantidade recomendada para que se tenha

resultados positivos em relação à aptidão física e à saúde para adultos de qualquer

idade, seria um treino de intensidade moderada cinco vezes na semana com

duração de 30 minutos, ou 150 minutos semanais21. Vale ressaltar que a maioria dos

idosos da presente pesquisa, que foi realizada no Hospital da Universidade Católica

de Brasília, são participantes do Centro de Convivência do idoso (CCI) da

Universidade católica de Brasília cujas atividades não são realizadas de forma

regular por muitos idosos, apesar de terem a supervisão de um professor de

educação física, além de atividades desenvolvidas de forma insuficiente para

prevenção de quedas nesta amostra. Desta forma, justifica-se a baixa correlação na

presente pesquisa entre a atividade desenvolvida pelos participantes da amostra

(43)

Observa-se que o uso de medicamento influencia no aumento dos episódios

de queda, ou seja, se avaliarmos o total de idosos que já sofreram quedas (42,3%),

cerca de 95% destes utilizam medicamentos.

Gai22 estudando os fatores de risco de quedas com idosas nas unidades

básicas de saúde (UBS) de 41 municípios do Sul e do Nordeste confirma nossos

resultados, uma vez que, em seu estudo com idosos, investigou-se fatores

relacionados a quedas e concluiu-se que o resultado apontou que, entre os fatores

encontrados, 70% dos pacientes que caíram utilizavam um ou mais medicamentos

de uso contínuo. De fato, estudos comprovam que o uso de polifármacos aumenta a

incidência de quedas e que há classes de medicamentos que são utilizados por

idosos e os tornam mais susceptíveis a quedas, além das interações

medicamentosas que interferem na saúde do idoso 22.

Interações medicamentosas, devido à polifarmácia, comum em idosos,

modificam as propriedades dos medicamentos em sua absorção e também são

verificadas devido o envelhecimento normal em que modificam a farmacocinética e

farmacodinâmica destes medicamentos23.

No presente estudo, dentre os pacientes que sofreram a quedas as classes

de medicamentos que aparecem com mais frequência são os antihipertensivos,

diuréticos, cardiovasculares no geral, para tratamento de osteoporose e diabetes. A

maioria da classe destes medicamentos ficou evidenciada em estudos relacionados

ao uso de medicamentos por idosos e aumento de episódios de quedas. As

categorias psicoativos e diuréticos sobressaíram sobre as demais em relação ao uso

em sujeitos que sofreram quedas, seguidas das drogas cardiovasculares e tópicos

oculares. Outras classes de medicamentos bem evidentes são as drogas

(44)

É necessário que haja estudos mais recentes para apontar a necessidade de

uma revisão criteriosa de medicamentos no sentido de prevenir a ocorrência de

quedas e fatores que podem elevar o risco de ocorrer episódios de quedas em

idosos com uso de polifármacos.

A correlação entre sexo feminino e masculino com episódios de quedas

apresentou uma maior predominância do sexo feminino (47) em relação ao sexo

masculino (24). Apesar disso, o sexo feminino apresentou uma variável com maior

número de quedas, independente se a amostra predominou pela maior quantidade

do sexo feminino. Do total de homens da amostra, apenas 20% apresentaram

quedas, enquanto, do total de mulheres da amostra, 80% apresentaram quedas.

O fato da predominância do sexo feminino na amostra em estudos não

justifica, por si só, o maior índice de quedas em relação ao sexo masculino. Uma

pesquisa de campo que verificou o risco de quedas em idosos atendidos em um

hospital público de Brasília determinou que as mulheres teriam 3,73 vezes maior

probabilidade de queda quando comparadas ao sexo masculino. Na população

estudada com referência à prevalência de quedas em idosos e fatores associados,

as mulheres apresentaram um índice de quedas de 40,1% contra 26,5% dos

homens23, 21.

A mulher parece ser mais frágil devido à menor quantidade de massa magra

e menor força muscular quando comparada aos homens. A força muscular tem sido

reconhecida como um componente fundamental para indicação de incapacidade

funcional relacionada ao envelhecimento. Com isso, fica evidenciado que as

mulheres tendem, naturalmente, a sofrer maior perda progressiva de massa

muscular e força, o que as torna mais frágeis e, por consequência, mais dispostas a

(45)

Na avaliação da ANOVA Two-Way (sexo/quedas) não apresentam

diferenças significativas para nenhuma das variáveis estudadas com relação a quem

caiu e quem não caiu na realização dos testes apresentados. Desta maneira

infere-se que o motivo da queda não foi ocasionado pela diminuição da força de preensão

manual, já que todos os sujeitos estudados possuem baixa força de preensão

manual. Este fato foi observado pela composição da amostra estudada. A totalidade

da amostra (100%), ambos os sexos apresentaram força muito fraca tornando

inviável e que foi utilizada como parâmetro nesse trabalho. Desta forma, ficaria

inviável dividir as amostras em grupos: "muito fraco"; "fraco", "regular", "bom" e

"excelente" para realizar correções com este teste e os demais (TUG e TAF)26.

Porém, como já era esperado existem diferenças significativas entre

homens e mulheres em todas as variáveis apresentadas: Força de preensão

manual; TAF e TUG.

No que se refere à correlação entre preensão manual e TUG, demonstra que

quanto maior a pressão palmar, tanto direita quanto esquerda, menores são os

valores no teste TUG, ou seja, há uma correlação negativa entre eles. Na prática

significa que quanto mais força nas mãos o idoso possui, ele tem um melhor

equilíbrio dinâmico e maior velocidade da marcha9. Isso justifica pelo fato que existe

uma correlação entre os valores medidos de força de preensão manual com a força

muscular de membros superiores e inferiores. Um estudo feito com idosas em

Brasília sustenta esta afirmação: correlação entre treino de membros superiores e

inferiores e o teste de força com o dinamômetro. Determinando assim, que o teste

de preensão manual pode ser utilizado como preditor do estado geral de força27.

Em relação ao teste de preensão palmar com o TAF, observa-se uma

(46)

o valor do TAF, sendo assim um melhor equilíbrio estático e uma melhor

independência funcional, que correlaciona com as atividades de vida diária. Gai22

sustenta essa afirmação, pois em seu estudo com idosas em uma comunidade do

DF, observou-se que com a nota baixa no TAF a idosa estava tentando se adaptar a

suas limitações de locomoção e com auxílios 22,28.

É importante que a equipe de saúde desenvolva um plano de intervenções

para prevenir novas ou quedas recorrentes por uma equipe multidisciplinar

composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, educadores físicos,

nutricionistas, terapeutas ocupacionais e psicólogos.

É necessário, também, que os idosos sejam bem informados pelos

profissionais com referência às modalidades de atividade física para melhoria de sua

funcionalidade e aumento de força muscular e do equilíbrio.

Conclusão

Não se observou a correlação da força de preensão manual como preditora

de quedas devido à baixa força manual de toda a amostra.

Apesar disso existe uma correlação negativa entre força da mão e TUG,

pois quanto mais força o idoso apresentava em menos tempo realizava o TUG e

uma correlação positiva entre força manual e TAF isso significa que o idoso que

representa um melhor desempenho funcional possui maior força dos membros

superiores. Entretanto, em correlação aos três testes: FPM, TAF e TUG, não houve

diferenças significativas entre os idosos que sofreram quedas e os que não

sofreram.

A presente amostra não apresentou correlação significativa para confirmar

(47)

o que permite supor que isso se deva à falta de critérios específicos para determinar

o que é considerado indivíduo sedentário ou ativo, mesmo que este realize algum

tipo de atividade física supervisionada ou não, regular ou não.

Ficou evidenciado que uso de polifármacos é um fator preditivo de quedas em

idosos, como resultado de diversos fatores, dentre eles os efeitos adversos que

diversas classes medicamentosas apresentam.

A partir dos resultados obtidos, esta investigação respondeu parcialmente aos

objetivos propostos e possibilitou verificar a importância da autonomia durante o

processo do envelhecimento. É necessário desenvolver ações preventivas com os

idosos em termos de capacidade funcional, na tentativa de minimizar as quedas

decorrentes de fatores intrínsecos e extrínsecos que ficou evidenciado na presente

pesquisa e demais estudos com quedas entre idosos.

É necessário realizar estudos semelhantes, para realizar novas correlações,

na tentativa de facilitar avaliação de risco de quedas com idosos durante consultas

médicas e multidisciplinar. Desta forma é importante ter critérios mais rigorosos para

a triagem dos grupos entre aqueles que realizam atividade física regular dos que são

sedentários na tentativa de responder ao objetivo geral.

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Tabela 2 -  Comparação entre quem sofreu alguma queda com atividade física,  Brasília, 2013
Tabela 4 – Comparação de frequência de quedas entre sexo masculino e feminino,  Brasília, 2013

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