DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO
NUTRIENTES ANTIOXIDANTES E CAPACIDADE ANTIOXIDANTE TOTAL DA DIETA DE PACIENTES
COM SÍNDROME METABÓLICA
BRUNA MIRANDA SOBRAL DA SILVA
NATAL-RN 2022
NUTRIENTES ANTIOXIDANTES E CAPACIDADE ANTIOXIDANTE TOTAL DA DIETA DE PACIENTES
COM SÍNDROME METABÓLICA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito final para obtenção do grau de Nutricionista
Orientador: Profa. Dra. Lucia de Fátima Campos Pedrosa Co-orientador: Ma. Acsa Nara de Araújo Brito Barros
NATAL - RN 2022
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências da Saúde - CCS
Silva, Bruna Miranda Sobral da.
Nutrientes antioxidantes e capacidade antioxidante total da dieta de pacientes com síndrome metabólica / Bruna Miranda Sobral da Silva. - 2022.
35f.: il.
Trabalho de Conclusão de Curso - TCC (Graduação em Nutrição) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Nutrição. Natal, RN, 2022.
Orientadora: Lucia de Fátima Campos Pedrosa.
Coorientadora: Acsa Nara de Araújo Brito Barros.
1. Antioxidantes - TCC. 2. Polifenóis - TCC. 3. Capacidade antioxidante - TCC. I. Barros, Lucia de Fátima Campos Pedrosa.
II. Brito, Acsa Nara de Araújo. III. Título.
RN/UF/BS-CCS CDU 678.048
Elaborado por ANA CRISTINA DA SILVA LOPES - CRB-15/263
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito final para obtenção do
grau de Nutricionista.
BANCA EXAMINADORA
Profa. Dra. Lucia de Fátima Campos Pedrosa Orientador
Acsa Nara de Araújo Brito Barros – Doutoranda do PPgCSa - UFRN Co-orientador
Profa. Dra. Juliana Kelly da Silva Maia
Natal, 28 de Janeiro de 2022
por uma espiritualidade. Mas uma espiritualidade menos dogmática, e mais algo que nos fortalece e alimenta o nosso espírito de gratidão. Deus me apareceu em tantas formas nessa jornada e foi isso que me reergueu nas vezes que cogitei em desistir (e foram muitas).
Aos meus pais e meus irmãos, pelo amor e apoio incondicional. Depois de mim, vocês são as pessoas mais importantes na minha vida. Minha base. Quando tudo parece sem saída, só pensar em vocês já me fortalece.
Aos meus amigos que fiz na Agronomia: Lenildo, Maiara e Carol. Sou eternamente grata pela amizade sincera de vocês, principalmente no começo dessa jornada.
Aos meus amigos do Pará, que não citarei todos, para não correr o risco de esquecer de alguém. Mas eles sabem quem são. Sinto que cada amigo nos traz um despertar, cada um à sua maneira. Uns com conversas profundas, outros com conversas leves, com uma inspiração, um direcionamento ou com uma escuta sensível. Sempre há algo para aprender. Nem sempre estaremos na mesma página da vida. Permitir e respeitar pequenos hiatos também faz parte do fortalecimento da amizade.
A minha Orientadora Lúcia Pedrosa, pelo suporte desde o primeiro dia que ingressei no grupo da pesquisa. Uma pessoa verdadeiramente apaixonada pela ciência. Sempre com uma solução para ajudar todos do grupo, sem esquecer de ninguém. Obrigada pela paciência e por todos os direcionamentos.
A minha Co-Orientadora Acsa Barros, que apesar de não nos conhecermos pessoalmente, é uma das pessoas mais organizadas e solícitas que já conheci. Com um senso estético bastante apurado, sendo a responsável pela arte do meu trabalho. Obrigada pela paciência, direcionamento, correções, pela sensibilidade e apoio ao perceber quando minha escrita não fluía em alguns momentos e me acalmar.
A todas as integrantes do grupo Micronutrins, pelas trocas de conhecimentos e por contribuírem no meu amadurecimento acadêmico e pessoal também: Ângela, Séphora, Ranna, Layne, Liandra, Vivi, Talita e Geovanna. E também aos pacientes envolvidos na pesquisa, sem eles, nada disso seria possível, a troca com cada um foi valiosa.
Aos colegas do curso de Nutrição, que direta ou indiretamente me apoiaram nessa jornada, torcendo por mim e pelo meu sucesso.
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pela oportunidade de estar cursando esta graduação, que um dia, parecia ser algo muito distante.
(Graduação em Nutrição) – Curso de Nutrição, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2022.
RESUMO
A síndrome metabólica (SM) é uma desordem metabólica caracterizada pela presença de fatores de risco associados ao desenvolvimento de doenças crônicas. Dentre os contribuintes para o aumento da SM, tem-se os fatores associados ao estilo de vida, principalmente o sedentarismo e os hábitos alimentares. Nesse contexto, o consumo alimentar de nutrientes antioxidantes desempenha um papel anti-inflamatório mostrando efeito positivo nos componentes da SM. O objetivo do estudo foi avaliar o consumo de nutrientes antioxidantes e a capacidade antioxidante total da dieta (CATd) em pacientes adultos e idosos com SM. Estudo transversal realizado com uma subamostra de 40 indivíduos adultos e idosos pareados por sexo, diagnosticados com SM, atendidos no Ambulatório de Endocrinologia do Hospital Universitário Onofre Lopes – HUOL (UFRN). O método Recordatório 24h em duas aplicações foi utilizado para avaliar o consumo alimentar, seguido da análise de prevalência de inadequação da ingestão de vitamina A, vitamina C, vitamina E, zinco e selênio. A análise da eficiência global de antioxidantes foi realizada por meio da CATd, com uso de banco de dados contendo a quantificação de polifenóis em alimentos. Os participantes com idade mediana de 53 (32-75) anos, ambos os sexos, apresentaram elevada prevalência de inadequação da ingestão de zinco (99%), vitamina A (65%) e vitamina E (53%). Foram observados menores valores de CATd nos participantes que tinham maiores valores de triglicerídeos [391,0 (443,1) mg/dL], glicemia de jejum [125,0 (96,0 - 272,0) mg/dL], pressão arterial sistólica [137,2 (18,0) mm/Hg] e diastólica [87,0 (10,3) mm/Hg]. A ingestão de macronutrientes e energia não diferiu, mas foi observada diferença significativa no consumo de fibras entre os sexos (p = 0,047). Em conclusão, o perfil de ingestão de antioxidantes dietéticos dos pacientes com SM foi caracterizado por inadequações na ingestão de vitaminas A, C e E, zinco e selênio, bem como nos índices de CATd, se comparado este último marcador com outras populações. Revela-se a necessidade de melhor monitoramento na qualidade da dieta desses pacientes.
Palavras-chave: antioxidantes, síndrome metabólica, capacidade antioxidante da dieta, polifenóis.
presence of risk factors for the development of chronic diseases. Among the contributors to the increase in MS, there are factors associated with lifestyle, especially sedentary lifestyle and eating habits. In this context, dietary consumption of antioxidant nutrients plays an anti- inflammatory role and can improve the components of MS. The aim of the study was to evaluate the consumption of antioxidant nutrients and dietary total antioxidant capacity (CATd) in adult and elderly patients with MS. Study carried out in Hospital Cross-sectional E with MS, Onofre Lopes UFRN Hospital Ambulatory. The 24-hour record in two applications was used to evaluate food consumption, followed by the analysis of the prevalence method of inadequate intake of vitamin C, vitamin C, vitamin E, and selenium. The accounting of the global efficiency of antioxidants was performed using CATd, using a database containing a quantification of polyphenols in foods. Participants with a median age of 53 (32-75 years), both sexes, had a prevalence of inadequate intake of zinc (99%), vitamin A (65%) and vitamin E (53%). Lower CATd values were observed in participants who had higher triglycerides [391.0 (443.1) mg/dL], fasting blood glucose [125.0 (96.0 - 272.0) mg/dL], blood pressure systolic [137.2 (18.0) mm/Hg] and diastolic [87.0 (10.3) mm/Hg] arterial blood pressure.
Macronutrient intake differed, but no significant difference was observed in fiber consumption between the sexes (p = 0.047). In conclusion, the dietary antioxidant intake profile of patients with MS was described by other inadequacies in the intake of vitamins A, C and E, zinc and selenium, as well as in the CATd indices, when compared to this last marker with populations. The need for better monitoring and quality of the diet of these patients is revealed.
Keywords: antioxidants, metabolic syndrome, dietary antioxidant capacity, polyphenols.
2OBJETIVOS... ..11
2.1 OBJETIVO GERAL ... 11
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 11
3REVISÃO DE LITERATURA ... 12
3.1SÍNDROME METABÓLICA E ESTRESSE OXIDATIVO ... 12
3.2 ANTIOXIDANTES DIETÉTICOS ... 14
3.2.1 Capacidade antioxidante total da dieta ... 14
3.2.2. Antioxidantes da dieta... 15
4METODOLOGIA ... 17
4.1DESENHO E POPULAÇÃO DE ESTUDO ... 17
4.2 AVALIAÇÃO DIETÉTICA ... 17
4.2.1 Coleta de dados dietéticos ... 17
4.2.2 Consumo de micronutrientes antioxidantes ... 18
4.2.3 Capacidade antioxidante total da dieta ... 18
4. 3 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA... 19
4. 4 AVALIAÇÃO DO ESTILO DE VIDA... 19
4.4.1 Pressão arterial... 19
4.4.2 Horas de sono, tabagismo, consumo de álcool e atividade física ... 19
4.5 ANÁLISES BIOQUÍMICAS ... 19
4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA... 20
5RESULTADOS...20
6DISCUSSÃO...25
7CONCLUSÃO...29
REFERÊNCIAS...30
1 INTRODUÇÃO
A síndrome metabólica (SM) é uma desordem metabólica, caracterizada pela presença de fatores de risco (obesidade abdominal, triglicerídeos elevado, redução do colesterol HDL- c, hipertensão e hiperglicemia em jejum) associados ao desenvolvimento de doenças crônicas (AHIMA, 2016). Por ser uma doença bastante complexa, foi renomeada diversas vezes ao longo dos anos. Inicialmente, caracterizada como um conceito e não diagnóstico, sendo
“Síndrome X” e "Síndrome da resistência à insulina", seus primeiro e penúltimo nomes, respectivamente (AL-HAMAD; RAMAN, 2017).
No Brasil, dados recentes indicam uma prevalência de 38,4 % de SM em adultos e idosos (OLIVEIRA, 2020). Dentre os contribuintes para o aumento na prevalência da SM, tem-se os fatores associados ao estilo de vida, principalmente o sedentarismo e os hábitos alimentares (BRITTO et al., 2019; MALGAPA, 2021).
Nesse contexto, o consumo alimentar de nutrientes antioxidantes desempenha um papel anti-inflamatório, reduzindo o estresse oxidativo e a peroxidação lipídica, auxilia na diminuição da circunferência abdominal (CA); dislipidemia, diminuindo a lipoproteína de baixa densidade (LDL) e aumentando a lipoproteína de alta densidade (HDL); hipertensão arterial (HAS) e resistência à insulina (BRITTO et al., 2019; MALGAPA, 2021). Os antioxidantes dietéticos também atuam na prevenção contra lesões vasculares (VALENTE, 2014), estando sua baixa ingestão associada ao risco cardiovascular (TEIXEIRA, 2014).
Os benefícios de nutrientes antioxidantes como vitaminas A, C, E, carotenoides e compostos fenólicos também são observados na prevenção de diversos tipos de doenças degenerativas (FERNANDES, 2012; DIAS, 2020). A vitamina A (retinol) pode ser encontrada em alimentos de origem animal, como ovos, leite e vísceras; a vitamina C em frutas como acerola, caju, goiaba, laranja, morango e limão; a vitamina E em oleaginosas, óleos e sementes; e o zinco em carnes, amêndoas e castanhas; e o selênio na castanha-do- brasil, cogumelos, frutos do mar, fígado, rins, cereais e espécies crucíferas (mostarda, repolho, brócolis e couve-flor). Frutas e vegetais com coloração escuras são excelentes fontes de polifenóis, enquanto os de coloração amarelo alaranjados são ricos em carotenoides (precursores da vitamina A) (CEDRIM, 2018; COZZOLINO, 2020).
A prevalência da ingestão insuficiente de vitaminas A e C tem sido observada principalmente na população idosa, em consequência do processo de envelhecimento. Além da análise de prevalência de inadequação de nutrientes antioxidantes, uma ferramenta na
identificação da baixa ingestão de antioxidantes dietéticos é a análise da capacidade antioxidante total da dieta (CATd) (DEL RIO, 2011).
Em pacientes com SM, a avaliação do consumo de antioxidantes dietéticos foi realizada por Fernandes et al. (2012), que observaram uma alta prevalência de inadequação dietética de nutrientes antioxidantes, associado a alterações no perfil lipídico e aumento do estresse oxidativo. Para a avaliação dietética os autores usaram apenas métodos retrospectivos (Recordatório de 24h e questionário de frequência alimentar). Entretanto, não foram encontrados estudos avaliando o consumo de nutrientes antioxidantes aliado à avaliação da CATd em pacientes com SM. Assim, o presente trabalho pretende avaliar o consumo de nutrientes antioxidantes, bem como a CATd de pacientes com SM.
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar o consumo de nutrientes antioxidantes e a capacidade antioxidante total da dieta em pacientes adultos e idosos com síndrome metabólica.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Caracterizar os indivíduos de acordo com parâmetros clínicos e antropométricos;
Analisar o consumo alimentar de energia, macronutrientes, micronutrientes, fibras e colesterol;
Avaliar a prevalência de inadequação do consumo alimentar de vitaminas e metais antioxidantes;
Calcular a capacidade antioxidante total da dieta dos participantes;
Classificar os principais alimentos que contribuem para a capacidade antioxidante total da dieta.
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 SÍNDROME METABÓLICA E ESTRESSE OXIDATIVO
O National Cholesterol Education Program’s Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III; 2002) estabelece como critérios de diagnóstico da SM, o indivíduo adulto apresentar pelo menos três dos seguintes componentes: obesidade abdominal (>102cm para homens e >88cm para mulheres), triglicerídeos elevados (≥ 150 mg/dL), redução de HDL (< 40 mg/dL para homens e < 50 mg/dL para mulheres), hipertensão arterial (≥ 130 mmHg ou ≥ 85 mmHg) e hiperglicemia em jejum (≥ 110 mg/dL). O diagnóstico de diabetes mellitus (DM) e o uso de medicamentos para controlar a pressão arterial, glicemia e dislipidemia, também preenchem os critérios (SBC, 2005).
Dentre os componentes citados, a CA apresenta pontos de corte não representativos para populações da América Latina, sendo uma limitação em alguns estudos (OLIVEIRA, 2020). Além disso, outras condições clínicas fisiopatológicas podem contribuir para o desenvolvimento da SM mesmo não estando incluídas nos critérios de diagnósticos, tais como: ovários policísticos, hiperuricemia e estados pró-trombóticos (SBC, 2005).
A prevalência da SM tem crescido mundialmente. No Brasil 66% da população adulta e idosa foi diagnosticada com SM (VIDIGAL et al., 2013; VIEIRA; PEIXOTO; SILVEIRA, 2014). Porém, devido a carência de dados nacionais representativos, há muitas divergências nos estudos publicados, principalmente quanto ao gênero como fator de risco (OLIVEIRA, 2020). Em 2020, foi publicado o primeiro estudo transversal brasileiro representativo da população sobre prevalência de SM em adultos e idosos, de acordo com fatores sociodemográficos. A prevalência para a SM foi de 38,4%, destacando-se indivíduos com baixa escolaridade, mulheres e idosos (OLIVEIRA, 2020).
Dentre os principais fatores modificáveis associados à SM estão a adoção de hábitos alimentares saudáveis e práticas de atividade física regular. Santos (2020) constatou o aumento das chances de indivíduos adultos fisicamente inativos ou sedentários em desenvolverem a SM. A adoção de um estilo de vida menos saudável é mais frequente em mulheres, concomitante com o desenvolvimento de obesidade ser maior nesse grupo também (ARAÚJO, 2018).
Ao aderirem um plano alimentar saudável individualizado juntamente com a prática de atividade física, pacientes com SM apresentam uma diminuição nas concentrações plasmáticas de glicose e redução da pressão arterial, sendo essas as terapias de primeira
escolha como tratamento não-medicamentoso para a SM (SBC, 2005). Além disso, através da adoção de prática de atividade física pode aumentar os níveis plasmáticos de HDL-c (SILVA et al., 2016).
Essa contribuição externa por meio da dieta soma-se ao sistema de defesa antioxidante endógeno no combate aos radicais livres, cuja produção ocorre naturalmente no organismo (ALMEIDA, 2018). Desequilíbrios no processo de produção ou remoção insuficiente desses compostos induzem a um aumento do estresse oxidativo, o qual pode desencadear e agravar diversas doenças crônicas não transmissíveis (TEIXEIRA, 2016; VAN DER SCHAFT, 2019).
O desequilíbrio ocorre entre os fatores pró-oxidantes e antioxidantes em favor dos pró- oxidantes, potencializando assim o dano oxidativo (HANSEL et al., 2004). Diversas lesões nos constituintes celulares são provocadas pelo estresse oxidativo, sendo as principais: danos no material genético, peroxidação dos lipídeos de membrana, oxidação de receptores hormonais e enzimas (MARTELLI; NUNES, 2014). O processo de envelhecimento favorece esse aumento do estresse oxidativo e a diminuição no sistema de defesa antioxidante (INDO et al., 2015).
A avaliação do dano oxidativo pode ser realizada por meio de marcadores que se baseiam nos produtos da oxidação de lipídios, como malonaldeído (MDA), substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) e LDL oxidada; proteínas, como as carbonilas e nitrotirosina; e DNA. A avaliação do nível de defesa do organismo contra os radicais livres pode ser aferido pela capacidade antioxidante, por meio da capacidade de absorção do radical de oxigênio (ORAC), enzimas antioxidantes como a superóxido dismutase (SOD), catalase e glutationa peroxidase (GPx) (BARBOSA, 2008; BARBOSA et al., 2010).
A redução do dano oxidativo de DNA foi observada em um estudo duplo-cego, realizado com mulheres com SM após consumirem mirtilo andino (rico em compostos polifenólicos) durante 4 semanas (p = 0,041), assim como o aumento da capacidade antioxidante sérica (p = 0,028) (EPINOSA-MONCADA, 2018).
A dieta aliada a uma prática de atividade física também traz resultados semelhantes, como observado em um estudo controlado randomizado que avaliou a eficácia da intervenção de estilo de vida baseada em 12 semanas de yoga mais intervenção dietética em pacientes com SM. Os autores constataram uma correlação significativa da diminuição da glicemia em jejum com a redução dos níveis de leptina (p = 0,003), assim como no estresse oxidativo (YADAV, 2019). Em um ambiente de estresse oxidativo comumente observa-se diminuição dos níveis de HDL e desenvolvimento de DM (XU, 2019).
O estresse oxidativo não é apenas uma consequência da SM, mas está também envolvido na patogênese da doença, ao ocasionar a resistência à insulina dos adipócitos, e aumentar secreção de leptina, IL-6, TNF-α pelos adipócitos (MALOV, 2019). Hansel et al.
(2004) mostraram a relação existente entre SM com estresse oxidativo, resultando em disfunção do metabolismo normal e redução da defesa antioxidante. Além disso, indivíduos com SM apresentam estado protrombótico e pró-inflamatório. O fornecimento de uma alimentação rica em compostos bioativos pode ser eficiente em bloquear a ativação de vias pró-inflamatórias através da quelação das moléculas de radicais livres (VOLP, 2010).
3.2 ANTIOXIDANTES DIETÉTICOS
3.2.1 Capacidade antioxidante total da dieta
Existe uma variabilidade de fontes de antioxidantes na composição da dieta e efeito sinérgico entre estas substâncias. Para calcular a eficiência antioxidante global, um indicador eficiente é a capacidade antioxidante total da dieta (CATd). Além disso, estudar cada composto isoladamente torna o trabalho oneroso e de difícil aplicabilidade. (SILVEIRA, 2018).
Para a quantificação do conteúdo antioxidantes total na dieta existem alguns ensaios, dentre os quais destaca-se a determinação do poder antioxidante de redução do ferro (FRAP), pela sua fácil aplicabilidade e bom custo-benefício (CARLSEN, 2010). A medição dos antioxidantes ocorre diretamente, com um potencial de redução abaixo do potencial de redução do par Fe3 + / Fe2 +, e não contabiliza a glutationa, a qual está presente em muitos alimentos, porém não é bem absorvida pelo organismo humano (HALVORSEN et al., 2006).
Carlsen et al., (2010) elaboraram um banco de dados com mais de 3.100 alimentos, um trabalho realizado entre 2000 a 2008, no qual estão presentes o conteúdo antioxidante total de alimentos de diversas regiões do mundo. O CAT extraído desse banco, auxilia o cálculo da CATd, ao multiplicar o consumo médio de um determinado alimento, pela sua CAT tabelada.
Para a construção desse banco, usou-se o ensaio FRAP.
Okubo et al., (2014), em um estudo transversal com indivíduos com sobrepeso/obesos, constatou associação da CATd elevada a uma melhor tolerância à glicose, particularmente entre as mulheres com o IMC maior que 30 (<0.001) Por sua vez, Rautiainen et al., (2013) observaram a CATd elevada associada a menor risco de infarto do miocárdio, as mulheres no quintil mais alto da capacidade antioxidante total da dieta, em comparação com o quintil mais baixo, tiveram 20% menor risco de infarto do miocárdio.
A CATd tem ação cumulativa de todos os compostos bioativos antioxidantes e a ação sinérgica entre estes são responsáveis pelo efeito protetor no organismo, pois de forma geral, os indivíduos que apresentam maiores valores de CATd possuem uma alimentação mais saudável (DEL RIO, 2011). Reis (2017) demonstrou que os maiores valores de CATd eram de pacientes com risco cardiometabólico que consumiam um maior teor de fibras, cereais, frutas e hortaliças.
Em uma coorte de base populacional conduzida na Holanda, a CATd foi relacionada a um menor risco de DM e esteve inversamente associada à resistência à insulina (VAN DER SCHAFT et al. 2019). Esse efeito protetor da CATd sobre a tolerância à glicose também foi relatado em mulheres obesas idosas (OKUBO et al., 2014). Além disso, maiores valores de CATd foram associados com a menor prevalência de hipertensão, menores valores de colesterol total e maiores concentrações de albumina e vitamina D em indivíduos com sobrepeso/obesos (FARHANG, 2018).
3.2.2. Antioxidantes da dieta
O organismo humano é constituído por um sistema antioxidante endógeno que atua na inibição e/ou redução dos efeitos do estresse oxidativo (SCHAUSS et al., 2006). Porém, isso não é suficiente para proteger os componentes celulares, sendo necessária uma contribuição externa por meio da dieta. A ingestão de frutas e vegetais, principalmente, fornece uma variedade de compostos bioativos, vitaminas e minerais antioxidantes que atuam na defesa apropriada contra a oxidação (LI et al., 2013), como a vitamina C, por exemplo, que atua nos tecidos por meio da inibição da oxidação de LDL, lipídios e proteínas, além de atuar sinergicamente com a vitamina E (VONA, 2019).
Entre os antioxidantes dietéticos destacam-se também os compostos fenólicos, classificados em flavonóides e não flavonóides. Essas duas subdivisões ramificam-se em três grupos. Pertencente aos flavonóides estão os flavanóis (catequina, epicatequina e epigalocatequina), flavonóis (caempferol, quercetina e miricetina) e antocianinas. Enquanto os não-flavonóides são compostos por ácidos fenólicos, hidroxibenzóicos e hidroxicinâmicos (CABRITA et al., 2003).
Algumas frutas destacam-se por apresentarem um alto poder antioxidante, como as uvas e o açaí. O fruto do açaizeiro é rico em polifenóis, compostos que podem atuar na modulação do metabolismo lipídico, induzir efeitos satisfatórios nos níveis de glicemia e
pressão arterial, além de prevenir e controlar efeitos da SM (CEDRIM, 2018). A classe de polifenóis mais abundante no fruto é das antocianinas. Na polpa do açaí, as antocianinas mais predominantes são cianidina 3-glucosídeo e cianidina 3-rutinosíde (MERTENS-TALCOTT et al., 2008).
Ao avaliar os compostos fenólicos em cinco cultivares de uvas em Minas Gerais, constatou-se que as frutas com coloração mais escuras apresentavam mais antocianinas (70 e 80% do total de flavonóides) e maior capacidade antioxidante. Nas sementes estão concentradas as catequinas e epicatequinas. E além das antocianinas, a quercetina e caempferol contribuem para a pigmentação e ação antioxidante do vinho (ABE et al., 2007).
Em um estudo transversal, de base populacional em pacientes idosos com depressão, a prevalência da doença foi menor (9%) nos indivíduos com tercil mais elevado de CAT, e o café destacou-se dentre os alimentos que mais contribuíram para a CATd (74,1%) (SOUZA, 2016). O café está entre as bebidas mais consumidas mundialmente e é rico em compostos fenólicos. Até em seus resíduos (casca, polpa e borra), há uma grande capacidade antioxidante, encontrando-se na casca o maior conteúdo de ácido clorogênico (PALOMINO et al., 2015), o qual desempenha atividades antioxidante, anti-hipertensiva, anti-inflamatória e neuro protetora, além disso, a maior fonte desse ácido na dieta humana, é proveniente do café (NAVEED, 2018).
Quanto às vitaminas e minerais antioxidantes, uma análise do consumo alimentar de vitaminas e minerais antioxidantes pela população brasileira demonstrou uma ingestão insuficiente de nutrientes, principalmente das vitaminas E e A, com inadequação na ingestão de 83 e 95%, respectivamente (TURECK et al., 2017). Resultados semelhantes foram observados em indivíduos com SM no Rio de Janeiro. O percentual de inadequação de vitamina A foi de 100 % na amostra, dado preocupante, devido a atuação da vitamina A na redução de doenças cardiovasculares, por conter substâncias com função antioxidante (retinol e betacaroteno) (FERNANDES et al., 2012).
Ao avaliar 57 pacientes adultos diagnosticados com SM, constatou-se um perfil alimentar deficiente em nutrientes antioxidantes nesses indivíduos (FERNANDES, 2012).
Além disso, a baixa ingestão de zinco dietético (inadequação de 66 até 75%) em indivíduos com SM foi observada em um estudo transversal com 88 pacientes (SILVA et al., 2018). O zinco está associado aos componentes da SM por atuar na síntese e secreção da insulina, controle da pressão arterial e contribuir com a produção de citocinas pró-inflamatórias (CHASAPIS, 2012).
Diante disso, um amplo fornecimento de nutrientes provenientes de um plano alimentar com diversidade de vegetais contém bioativos alimentares e nutrientes benéficos para portadores de doenças crônicas não transmissíveis (JOHNSON, 2004). Deve-se considerar, no entanto, que a variabilidade de tais componentes nas frutas e vegetais está sujeita a cultivar, região geográfica, clima, colheita e processamento, assim como ao tipo que ensaio a que foi submetido ou mesmo a marca do produto alimentício (GOBBO-NETO, 2007).
4 METODOLOGIA
4.1 DESENHO E POPULAÇÃO DE ESTUDO
Trata-se de um estudo piloto do projeto matriz, intitulado “Status de vitamina D em pacientes com síndrome metabólica: diagnóstico e estratégias para suplementação na deficiência”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas do Hospital Universitário Onofre Lopes (CAAE 03745818.9.0000.5292).
A amostra foi composta por 40 pacientes atendidos no Ambulatório de Endocrinologia do Hospital Universitário Onofre Lopes – HUOL (UFRN). Os critérios de diagnóstico da SM seguiram o National Cholesterol Education Program’s Adult Treatment Panel III (NCEP-ATP III; 2002), diante da presença de pelo menos três dos seguintes componentes: obesidade abdominal (> 102cm para homens e > 88cm para mulheres), TGL (≥ 150 mg/dL), redução de colesterol HDL-c (< 40 mg/dL para homens e < 50 mg/dL para mulheres), hipertensão arterial (≥ 130 mmHg ou ≥ 85 mmHg) e hiperglicemia em jejum (≥ 110 mg/dL).
Participantes com história recente de tabagismo e/ou alcoolismo, doenças digestivas, infecções agudas, estado de gravidez ou lactação, foram excluídos da pesquisa.
4.2 AVALIAÇÃO DIETÉTICA
4.2.1 Coleta de dados dietéticos
As informações referentes ao consumo alimentar foram obtidas utilizando-se o método de Recordatório 24 horas (R24h), pelo qual obteve-se o tipo de refeição, as preparações, os ingredientes, as medidas caseiras e horário em que foram consumidas. Foram realizadas duas aplicações do R24h, com intervalo de 30 dias entre elas. Os dados dietéticos coletados foram
tabulados, revisados, padronizados e as medidas caseiras convertidas em gramas e mililitros.
Os valores de energia, macronutrientes, fibras, colesterol, vitamina A, vitamina C, vitamina E, zinco e selênio foram calculados por meio do software de avaliação dietética Virtual Nutri Plus® 2.0 (São Paulo, Brazil).
4.2.2 Consumo de micronutrientes antioxidantes
Após o cálculo dos valores dos nutrientes, os dados foram organizados com auxílio do programa Microsoft Excel®. Devido a variabilidade dos dados dietéticos, o consumo habitual de macro e micronutrientes foi obtido após remoção da variabilidade intrapessoal (NUSSER et al. 1996) e ajuste pela energia, através do método de resíduo (WILLETT, HOWE, KUSHI;
1997). A prevalência de inadequação da ingestão de vitamina A, vitamina C, vitamina E, zinco e selênio, foi estimada de acordo com sexo e idade usando o método Necessidade Média Estimada (Estimated Average Requirements, EAR) como ponto de corte (IOM, 2000;
IOM, 2001).
4.2.3 Capacidade antioxidante total da dieta
Para a quantificação da CATd foi utilizado o banco de dados publicado por Calrsen et al (2010), contendo a estimativa de conteúdo antioxidante de diversos alimentos, obtidos a partir do ensaio FRAP, que avalia a capacidade antioxidante da dieta, pela redução de ferro férrico para ferro ferroso (Fe3+ para Fe2+). O valor é expresso como mmol por 100 gramas de alimento (mmol/100g) e a leitura é realizada por espectrofotometria a 593nm. Este ensaio é o único a medir diretamente antioxidantes em uma amostra (FERRARI, 2008).
A CATd foi calculada para cada participante multiplicando-se o consumo médio de cada alimento em gramas ou mililitro, pelo valor de CAT extraído da base de dados, e então feito o somatório final. A CATd foi ajustada para a ingestão total de energia pelo método residual (WILLET, HOWE, KUSHI, 1997). Na ausência de alimentos na base de dados foram utilizados os valores de alimentos pertencentes à mesma categoria ou semelhantes ou extraídos de outros estudos utilizando a mesma metodologia (FRAP).
Após obtidos os valores de CATd de cada alimento, foi calculado o percentual de contribuição de cada alimento para a CATd total, obtendo-se um ranking dos alimentos que mais contribuíram para a CATd total na amostra. Alimentos com características em comum foram agrupados.
4. 3 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA
O índice de massa corporal (IMC) foi calculado e classificado pelo ponto de Organização Mundial da Saúde (WHO, 2000). A medida da circunferência abdominal (CA) foi realizada a partir do ponto médio entre a crista ilíaca e a última costela, com auxílio de uma fita métrica (NCEP, 2002). Ao classificar a CC e o fenótipo cintura hipertrigliceridêmica, foram considerados circunferência >102 cm em homens, > 88 cm em mulheres e TGL ≥ 150 mg/dL (BRASIL, 2004).
4. 4 AVALIAÇÃO DO ESTILO DE VIDA 4.4.1 Pressão arterial
Para a aferição da pressão arterial dos pacientes, foram seguidas as etapas da Sétima Diretriz Brasileira de Hipertensão, a qual divide em dois momentos: preparo do paciente e realização da medição (BRASIL, 2020). Para ser considero fator de risco para a SM os valores de pressão sistólica deveria ser ≥ 130 mmHg e/ou pressão diastólica deveria ser ≥ 85 mmHg.
4.4.2 Horas de sono, tabagismo, consumo de álcool e atividade física
A análise dos hábitos de vida dos pacientes foi conduzida por meio do preenchimento de um questionário contendo perguntas acerca do número médio de horas dormidas; consumo de álcool por meio da quantidade de doses consumidas mensalmente (nomeando o tipo de bebida); e informações acerca de tabagismo: se eram não fumantes, ex-fumantes ou identificavam a quantidade e frequência de cigarros. A classificação do nível de atividade física foi realizada pelo Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) (MATSUDO, 2001).
4.5 ANÁLISES BIOQUÍMICAS
No Laboratório de Análises Clínicas do HUOL foram feitas as análises de glicemia em jejum, insulina, colesterol total, HDL-c, LDL-c, TGL e proteína c reativa ultrassensível (PCR-
HS). Usou-se o kit de análise de Wiener lab® (Wiener Lab Group, Argentina) para determinação da concentração sérica de GL de jejum, colesterol total, HDL-c e TG.
Para o PCR-HS, empregou-se a técnica de imunoturbidimetria, kit CRPHS da marca Wiener lab® no aparelho CMD 800iX1. A concentração de LDL-c foi obtida pela aplicação da fórmula de Friedewald. A fração do colesterol não-HDL foi calculado pela diferença entre o valor de colesterol total e o HDL-c. O kit de análise de Beckman Coulter® (sistema de imunoensaio Unicel® DxI800, Califórnia, Estados Unidos da América) foi usado para avaliar a concentração sérica de insulina. O Homeostatic model assessment (HOMA-IR) foi calculado para estimar a resistência à insulina [HOMA-IR = glicose em jejum (mmol/L) x insulina em jejum (mU/L)/22,5].
4.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os dados foram testados quanto à sua normalidade por meio do teste de Shapiro-Wilk.
As variáveis paramétricas foram apresentadas na forma de média (desvio-padrão) e as não paramétricas por mediana (intervalo interquartil). Frequências absolutas e relativas foram calculadas para as variáveis binárias e categóricas. Comparações entre os sexos foram realizadas pelo teste U de Mann-Whitney e as correlações entre variáveis quantitativas foram avaliadas usando o coeficiente de correlação de Spearman. Para todas as análises o nível de significância será de 5%. Foi utilizado o software SPSS 20.
5 RESULTADOS
A população foi constituída por 40 indivíduos, dos quais 20 homens com idade de 54 (34 - 69) anos, e 20 mulheres com idade de 50 (32 - 75) anos. A classificação do IMC dos participantes foi tipo obesidade grau I [32 (20 - 53) kg/m2]. Dentre os componentes da SM, a CA foi de 100 (77 - 132) cm entre as mulheres e 106 (89 - 144) cm entre os homens;
triglicerídeos 172 (62 - 440) mg/dL e HDL-c 35 (22 - 470) mg/dL na amostra total. Pode-se observar também que 76% apresentaram HAS e 75% DM, estando a glicemia de jejum em 118 (77 - 272) mg/dL. O estilo de vida dos participantes revelou que a maioria consumia bebidas alcoólicas, 4% fumavam e 35% eram fisicamente ativos. Tanto homens quanto mulheres apresentaram 6 (3 - 10) horas de sono. A CATd foi semelhante entre os sexos (Tabela1).
Tabela 1. Características gerais dos participantes
Variáveis Total
(n =40)
Feminino (n = 20)
Masculino (n = 20)
Idade (anos) a 53 (32-75) 50 (32 - 75) 54 (34 - 69)
IMC (kg/m²) a 32 (20 - 53) 31 (20 - 53) 32 (24 - 44) Circunferência abdominal
(cm) a
104 (77 - 144) 100 (77 - 132) 106 (89 - 144)
Cintura hipertrigliceridêmica
b
23 (58) 13 (65) 10 (50)
Parâmetros Bioquímicos
Glicemia de jejum (mg/dL) a 118 (77 - 272) 117 (89 - 168) 134 (77 - 272) Insulina basal (UI/ml) a 9,8 (2 - 61) 8,4 (2 - 44) 9,8 (2,7 - 60,8) HOMA - IR a 3,2 (0,54 - 12) 3,2 (0,54 - 12) 3,2 (1,2 - 12) Colesterol total (mg/dL) a 181 (112 - 470) 189 (114 - 251) 172 (112 - 470) HDL- c (mg/dL) a 35 (22 - 73) 35 (22 - 67) 34,5 (22 - 73) LDL- c, (mg/dL) a 120 (13 - 241) 145 (53 - 241) 102 (13 - 228) Triglicerídeos (mg/dL) a 172 (62 - 440) 169 (62 - 440) 176 (88 - 430) PCR - HS (mg/dL) a 4,3 (0,05 - 26) 6,0 (0,71 - 26) 1,5 (0,05 - 12) Parâmetros clínicos
Pressão arterial (mm/ Hg) a Sistólica
Diastólica
130 (110 - 180) 82 (50 - 110)
129 (110 - 155) 83 (55 - 105)
136 (112 - 180) 86 (50 - 110)
Diagnóstico DM b 30 (75) 13 (65) 17 (85)
Diagnóstico HAS b 31 (76) 15 (75) 16 (80)
Uso de medicamentos b Antihipertensivo Hipoglicemiante Hipolipemiante
31 (77) 30 (75) 18 (45)
15 (75) 13 (65) 6 (30)
16 (80) 17 (85) 12 (60) Estilo de vida
Tabagismo b
Não fumante 19 (47,5) 10 (50) 9 (45)
Ex fumante Fumante
17 (42,5) 4 (10)
8 (40) 2 (10)
9 (45) 2 (10)
Horas de sono a 6,0 (3,0 - 10) 6,5 (4,5 - 10) 6,0 (3,0 - 10) Nível de atividade física b
Inativo
Irregularmente ativo Ativo
5 (12,5) 16 (40) 19 (47,5)
3 (15) 3 (15) 14 (70)
2 (10) 13 (65) 5 (25) Consumo de álcool b
Não consome 1 a 4 doses/ mês
> 4 doses/ mês
19 (47,5) 12 (30) 9 (22,5)
10 (50) 8 (40) 2 (10)
9 (45) 4 (20) 7 (35)
CATd a 6,3 (2,6 - 23) 6,5 (3,7 - 23) 6,5 (3,7 - 23)
a Mediana (intervalo interquartil); b frequência (porcentagem); CATd, capacidade antioxidante total da dieta;
DM, diabetes melitos tipo 2; HAS, hipertensão arterial; HDL- c, HDL-colesterol; IMC, índice de massa corporal;
PCR - HS, proteína c reativa; SM, síndrome metabólica.
Na Figura 1, demonstra-se o ranking dos alimentos que mais contribuíram para a CATd. Dentre as bebidas, o café destacou-se com 64,2%, em seguida os sucos juntamente com frutas (13,2%), e no quarto e quinto lugar os feijões (5,9%), cereais e tubérculos (8,3%), seguidos dos vegetais (1,5%) e chás (1,7%).
Figura 1: Percentual de contribuição dos alimentos para a capacidade antioxidante total da dieta (CATd) de indivíduos com síndrome metabólica.
Dentre os quartis de CATd (Tabela 2), os participantes incluídos no CAT de menor valor apresentaram alterações nos componentes da SM: TGL de 391,0 (443,1) mg/dL, pressão arterial sistólica média de 137,2 (18,0) mm/Hg e diastólica 87,0 (10,3) mm/Hg; e glicemia de jejum de 125,0 (96,0 - 272,0) mg/dL. A maior média de HDL-c [36,6 (11,4) mg/dL] foi apresentada pelos indivíduos do quartil de CATd mais alto.
Tabela 2. Distribuição de componentes da síndrome metabólica de acordo com quartis de capacidade antioxidante total da dieta (CATd).
Componentes SM
CATd
25 50 75
Circunferência abdominal (cm) a
29,4 (4,4) 36,4 (7,3) 32,8 (8,5)
HDL-c (mg/ dL) a 35,5 (13,8) 35,1 (5,8) 36,6 (11,4)
TGL (mg/ dL) a 391,0 (443,1) 176,0 (53,0) 182,1 (75,4) Glicemia de jejum (mg/ dL) b 125,0 (96,0 -
272,0)
114,0 (77,0 - 168,0)
120,5 (81,0 - 183,0) Pressão arterial (mm/ Hg) a
Sistólica Diastólica
137,2 (18,0) 87,0 (10,3)
132,3 (18,4) 85,4 (10,8)
131,6 (14,9) 82,2 (12,9)
a Média (desvio padrão); b mediana (intervalo interquartil); CATd, capacidade antioxidante total da dieta; HDL-c, HDL-colesterol
Não houve diferença significativa no consumo de energia, macronutrientes e colesterol entre os sexos (Tabela 3). O consumo de fibras diferiu entre os sexos, com ingestão de 15 (8,5 - 17) g no sexo feminino e 12 (8,5 - 21) g no sexo masculino (p = 0,047). Quanto ao percentual de ingestão de macronutrientes, os homens apresentaram um consumo abaixo do recomendado de carboidratos [46 (57 – 34) %] e gorduras [15 (18 - 13) %], e as mulheres apresentaram uma baixa ingestão de proteínas [10 (18 – 13) %].
Tabela 3. Consumo de energia, macronutrientes, colesterol e fibras dos participantes com síndrome metabólica
Variáveis Total
(n = 40)
Feminino (n = 20)
Masculino (n = 20)
p- valorb Energia (kcal/d) a 1569 (748 - 2752) 1530 (748 - 1679 (1035 - 0,051
2414) 2752) Carboidratos a
Kcal/ d g/ d
% das calorias totais
770 (590 - 1030) 192 (148 - 258) 49 (79 - 37)
764 (659 - 1030) 191 (165 - 258) 50 (88 - 43)
779 (590 - 945) 195 (148 - 236) 46 (57 - 34)
0,989 1,000 - Proteínas a
Kcal/ d g/ d
% das calorias totais
264 (136 - 358) 66 (34 - 89) 17 (18 - 13)
270 (136 - 322) 67 (34 - 80) 10 (18 - 13)
257 (183 - 358) 64 (46 - 89) 15 (18 - 13)
0,968 0,957 - Gorduras a
Kcal/ d g/ d
% das calorias totais
373 (148 - 526) 41 (16 - 58) 24 (20 - 19)
390 (253 - 474) 43 (28 - 53) 25 (34 - 20)
372 (148 - 526) 41 (16 - 58) 15 (18 - 13)
0,745 0,745 - Fibras (g/ d) a 13 (8,5 - 21) 15 (8,5 - 17) 12 (8,5 - 21) 0,047 Colesterol (mg) a 174 (43 - 420) 170 (43 - 336) 174 (107 - 420) 0,372
a Mediana (intervalo interquartil); b teste Mann-Whitney; CATd, capacidade antioxidante total da dieta
Valores de Referência conforme a I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica, 2005:carboidratos: 50 - 60 % das calorias totais; proteínas: 15 % das calorias totais; gordura total: 25–35 % das calorias totais; fibras: 20–30 g/d; colesterol: < 300mg/d.
A prevalência de ingestão inadequada de zinco, vitamina A e vitamina E, foram altas variando de 33% a 99% em homens e mulheres (Tabela 4). A ingestão inadequada de vitamina C foi próxima entre os sexos (31 e 34%). Em comparação com o sexo feminino, 65% dos homens ingeriram vitamina A de forma inadequada.
Tabela 4. Recomendação nutricional, ingestão e prevalência de inadequação da ingestão de micronutrientes antioxidantes em mulheres (n = 20) e homens (n = 20) com síndrome metabólica.
Micronutrientes EAR Média (DP) Percentis de ingestão % Inadequaçãoc 10 25 50 75 90
Vitamina A (RE)a
Mulheres 500 660 (372) 246 350 639 829 1440 33
Homens 625 535 (230) 296 318 502 644 840 65
Vitamina C (mg)
Mulheres 60 94 (69) 38 50 70 121 245 31
Homens 75 98 (54) 47 57 101 116 179 34
Vitamina E (mg)b
Mulheres 12 13 (4,9) 6,4 8,3 14 15 21 15
Homens 12 12 (4,1) 5,8 8,9 11 14 19 53
Zinco (mg)
Mulheres 6,8 6,7 (1,6) 4,5 5,6 6,3 8,0 9,2 52
Homens
9,4 6,2 (1,4) 4,3 4,8 6,2 7,2 8,6 99 Selênio (mcg)
Mulheres 45 52 (14) 27 44 54 61 73 31
Homens 45 58 (16) 36 42 62 69 80 20
a Calculado como equivalente de atividade de retinol; b calculado como equivalente de α-tocoferol; c EAR como ponto de corte; EAR, requerimento médio estimado
6 DISCUSSÃO
Entre os micronutrientes antioxidantes avaliados, o zinco apresentou o maior percentual de inadequação, seguido da vitamina A. A CATd não apresentou diferenças significativas entre os sexos, mas ao distribuir os componentes da SM de acordo com quartis de CATd, constatou-se um baixo aporte de antioxidantes nos indivíduos incluídos que apresentavam valores altos para TGL, glicemia e pressão arterial. No ranking dos alimentos que mais contribuíram para a CATd nesse estudo, o maior percentual foi oriundo do café e a contribuição do café na CATd não se limitou apenas a sua elevada capacidade antioxidante, mas também pela frequência do seu consumo.
A baixa ingestão de zinco também foi observada ao avaliar o consumo dietético de 88 indivíduos com SM, independentemente do número de componentes (SILVA, 2018). Dado preocupante, visto que esse nutriente participa de diversos processos bioquímicos e metabólicos, no controle da redução do estresse oxidativo e atua na síntese e secreção da insulina (CHASAPIS, 2012).
O segundo micronutriente com maior percentual de inadequação foi a vitamina A, responsável por auxiliar na prevenção de doenças crônicas e possuir ação antiaterogênica, por mecanismos ligados ao aumento da HDL-c e oxidação do LDL-c. Ademais, a suplementação com carotenoide é capaz de diminuir significativamente a pressão arterial sanguínea e os níveis de estresse oxidativo (FERNANDES, 2012). A prevalência da ingestão insuficiente de vitaminas A e C tem sido observada principalmente na população idosa, em decorrência do menor volume alimentar ingerido por esse grupo, consequência do próprio processo de envelhecimento (TURECK, 2017; SILVA; MURA, 2010).
A inadequação de selênio e da vitamina E em relação aos valores preconizados pela EAR também foi encontrado em outro estudo com idosos (ROSA; CANTARELLI; COLPO, 2014). O selênio atua na redução do estímulo necessário para evitar a ativação da cascata de citocinas pró-inflamatórias, assim como, apresenta efeitos benéfico para componentes da síndrome metabólica, como: obesidade visceral, dislipidemias, hipertensão e hiperglicemia (VOLP et el., 2010). Com o avançar da idade, observa-se uma redução na ingestão alimentar de fontes alimentares ricas em antioxidantes, comportamento comum ao processo de envelhecimento, o qual inclui desde alterações morfológicas até biopsicossociais, consequentemente uma nutrição inadequada e surgimento de processos patológicos (MARUCCI et al., 2011).
Ao distribuir os componentes da SM de acordo com quartis de CATd, constata-se um baixo consumo de antioxidantes nos indivíduos incluídos que apresentavam valores altos para TGL, glicemia, PAS e PAD. Em estudo transversal, Reis (2017) encontrou que os indivíduos com risco cardiometabólico maiores valores de CATd também possuíam pré-hipertensão ou hipertensão (p=0,036).
Um estudo transversal espanhol mostrou associação inversa entre a CATd e biomarcadores de glicose e lipídios, juntamente com medições de adiposidade central (HERMSDORFF et al., 2011). Em contrapartida, em pacientes com esteatohepatite não alcoólica (EHNA), uma manifestação da síndrome metabólica, não foi observada associação da CATd com obesidade, dislipidemia e resistência à insulina. Entretanto, indivíduos com maior CAT dietética, apresentaram menos lesões nos hepatócitos (OLIVEIRA, 2017).
Pacientes hipertensos suplementados com cápsulas de extrato de frutas ricas em antioxidante, apresentaram redução da resistência à insulina (p=0,001) (NOVAES, 2019).
Alguns compostos fenólicos antioxidantes podem modular de glicose, como os provenientes de diferentes cultivares de feijões e grãos. O milho roxo andino é capaz de inibir α-
glicosidase, relevante na prevenção da hiperglicemia. Enquanto o feijão andino é capaz de inibir significativamente a enzima conversora da angiotensina 1 (LENA, 2008).
A ingestão da CATd, avaliada no presente estudo (6,3 mmol/dia) foi inferior ao comparar com outras pesquisas conduzidas no país. Em 79 indivíduos diagnosticados com hanseníase foi encontrada uma ingestão de CATd de 7,86 mmol/dia. Os três alimentos que mais contribuíram para esse valor foram café, laranja e feijão (CUNHA et al., 2021). Em uma população de 620 idosos com depressão, obteve-se uma mediana de CATd de 11,90 mmol/dia e os cinco alimentos que mais contribuíram para a CATd foram: café, couve, laranja, polenta e feijão (SOUZA, 2016).
O café foi o maior contribuinte da CATd neste estudo, com 64,2%, superior à do arroz e feijão, a combinação base da alimentação brasileira (BRASIL, 2011). Ao avaliar os R24h dos pacientes da pesquisa, observa-se uma frequência significativa em seu consumo (em torno de 3 a 4 vezes ao dia). Um estudo brasileiro mostrou que o café, independentemente da renda familiar ou padrões alimentares nas regiões do país, é o maior contribuinte da CATd. O café por si contribuiu em média com 66% da CATd, seguido por chá mate, açaí e feijão (TORRES; FARAH, 2017). Ao comparar o café com seus componentes isolados (ácido clorogênico, ácido cafeico e cafeína), evidencia-se que o café tem um maior valor antioxidante (YOSHIDA, 2008).
Depois do café, o açaí e o feijão, são os alimentos que mais se destacam na ingestão de alimentos antioxidantes no Brasil, sendo o açaí especialmente importante na região Norte do país e o feijão na região Nordeste (TORRES; FARAH, 2017). Os outros grupos de alimentos apresentaram uma contribuição pouco expressiva para CATd. Porém, vale ressaltar que um mesmo alimento, dependendo da padronização, método e ensaio aplicado, pode apresentar capacidade antioxidante diferente (PELLEGRINI et al., 2003).
Para além dos antioxidantes dietéticos, as mulheres apresentaram uma baixa ingestão de proteínas e os homens tiveram um baixo percentual de ingestão de gordura e carboidratos.
Esses resultados corroboram com o estudo realizado no Nordeste do Brasil, em que se observou associação entre a prevalência de síndrome metabólica e menor ingestão de proteínas (p = 0,05) (COUTINHO, 2018). O consumo inadequado de proteína, também foi observado em avaliação da dieta de mulheres no climatério (MONTILLA, 2004). Assim como, o consumo insuficiente de proteínas na população idosa (LOPES, 2005).
Em ambos os sexos ingestão de fibra foi considerada insuficiente, sendo a mediana inferior às recomendações. Em um estudo transversal de base populacional, a inadequação do consumo de fibras alimentares foi observada em 90,1% da população brasileira (SILVA,
2019). Um dado que merece atenção, visto que o consumo de fibras é benéfico por reduzir o risco de complicações em diversas doenças crônicas, além de contribuir na prevenção e tratamento da obesidade e na regulação da glicemia após as refeições (AUNE et al., 2016).
A ingestão inadequada de fibras está relacionada com o baixo consumo frutas e vegetais. Nos idosos, esta relação é devida à saúde bucal, pois muitos chegam nessa fase edêntulos ou parcialmente edêntulos, o que interfere na mastigação adequada dos alimentos (DOS DANTOS, 2021). Um aspecto negativo no baixo consumo de fibras é o fato de que existem fibras com função antioxidante, as quais são constituídas em sua matriz por compostos bioativos, responsáveis por produzir metabólitos, assim como, podem também ser classificadas como alimento funcional (inulina, betaglucana, psyllium e lactulase). Além disso, o consumo de fibras pode modular a microbiota intestinal, induzindo a diminuição do processo inflamatório por apresentarem compostos bioativos que atuam na capacidade antioxidante. (SAURA-CALIXTO, 2011; LEÃO, 2017).
O estilo de vida dos participantes deste estudo revelou que a maioria era sedentária 52,5%). Este comportamento frequente tem sido associado a prevalência de obesidade, principalmente em mulheres adultas, devido os papéis sociais do gênero feminino corroborarem para isso (ARAÚJO, 2018). Um estudo retrospectivo analítico observacional realizado com 30 indivíduos fisicamente ativos, portadores de doenças cardiovasculares, mostrou que mudanças nos hábitos de vida trazem melhoras no colesterol total, colesterol LDL e triglicérides (FAGHERAZZI; DIAS; BORTOLON, 2008).
Ainda quanto ao estilo de vida, estudos com população quilombola na Bahia, mostram a associação da SM com a má qualidade do sono. Ao comparar os indivíduos por sexo, observou-se que o a probabilidade de uma mulher adulta apresentar SM era maior se ela relatava má qualidade do sono e tivesse mais que 40 anos (MUSSI; PETRÓSKI, 2019). Uma corte transversal, também demonstrou a associação da má qualidade do sono e SM em universitários (ARAÚJO, 2015).
Algumas limitações deste estudo precisam ser consideradas. Não foi possível realizar a avaliação bioquímica de parâmetros de peroxidação lipídica no plasma, que contribuiria na avaliação da associação com os antioxidantes dietéticos. Em adicional, os valores de FRAP dos alimentos listados nos R24H são provenientes de uma tabela internacional.
Consequentemente, esses valores podem diferir ao serem comparados com os alimentos consumidos no Brasil.
7 CONCLUSÃO
Concluímos que o perfil de ingestão de antioxidantes dietéticos dos pacientes com SM foi caracterizado por inadequações na ingestão de vitaminas A, C e E, zinco e selênio. A CATd foi considerada baixa, comparado a outras populações. Revela-se a necessidade de melhor monitoramento na qualidade da dieta desses pacientes.
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