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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS SÓCIO-ECONÔMICAS E HUMANAS DE ANÁPOLIS

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS SÓCIO-ECONÔMICAS E HUMANAS DE ANÁPOLIS

ESTUDO SOBRE LUCRO PRESUMIDO, LUCRO REAL E SIMPLES NACIONAL

JULLIANA FREITAS GÓIS

ANÁPOLIS 2012

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1 ª Parte Referências Básicas

Lucro Presumido – Lei 9.718/98

A opção pelo lucro presumido se dá mediante o pagamento da DARF, código lucro presumido, sendo que durante o ano-calendário não pode alterar a opção para o lucro real (art.13, Lei 9.718/98).Assim, mesmo que a empresa tenha prejuízo na sua atividade deve pagar o IRPJ e a CSSL nos quatro trimestres do ano em que optou pelo presumido.

Não poderão optar pelo lucro presumido, por serem obrigadas a apurar o lucro real, conforme art. 14 da Lei 9.718/98, as seguintes empresas:

a) cuja receita total, no ano calendário anterior, seja superior a R$

48.000.000,00, ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses;

b) cujas atividades sejam de instituições financeiras ou equiparadas;

c) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;

d) que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto;

e) que, no decorrer do ano calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, inclusive mediante balanço ou balancete de suspensão ou redução do imposto;

f) cuja atividade seja de factoring..

BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO

A base de cálculo do Imposto de Renda das empresas tributadas pelo lucro presumido, em cada trimestre (31/mar., 30/jun., 30/set. e 31/dez.), será determinada mediante a aplicação dos percentuais fixados no art. 15 da Lei 9.249/95, de acordo com a atividade da pessoa jurídica, sobre a receita bruta auferida no trimestre, sendo o resultado acrescido de outras receitas, rendimentos e ganho de capital (art. 25, Lei 9.430/96).

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O Imposto retido na fonte será considerado como antecipação do devido no trimestre.

Lucro Real – Lei 10.637/02

São obrigadas à apuração do lucro real, e, portanto, ficam impedidas de optar pelo lucro presumido as pessoas jurídicas (art. 14 da Lei 9.718/98 e art.

46 da Lei 10.637/02):

a) Cuja receita total, no ano-calendário anterior, tenha sido superior a R$ 48.000.000,00 ou ao limite proporcional de R$ 4.000.000,00 multiplicando- os pelo número de meses de atividade no ano, se inferior a 12;

b) Cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta;

c) Que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundo do exterior;

d) Que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do Imposto de Renda (calculados com base no lucro da exploração);

e) Que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal do Imposto de Renda pelo regime de estimativa;

f) Que explorem atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e receber compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviço (factoring);

g) Que explorem atividades de compra e venda, loteamento, incorporação e construção de imóveis, enquanto não concluídas as operações as quais haja registro de custo orçado (INSRF 25/99);

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BASE DE CÁLCULO PIS/COFINS

A Lei 10.637/02 estabeleceu a alíquota e o tratamento do PIS para as empresas optantes do Lucro Real, a Lei nº 10.833/03 estabeleceu o tratamento para a COFINS.

PIS: 1,65% COFINS 7,60%

Não se aplica essa modalidade para as empresas:

Optantes do lucro presumido Optantes lucro arbitrado Optantes simples nacional Bancos comercias

Sociedades de crédito e equiparadas a sociedades cooperativas

Simples Nacional – Lei complementar 123/06

A Lei Complementar - LC n. 123/06 do Simples Nacional ou “Super Simples” como também é chamado, entrou em vigor no dia 01 de julho de 2007, no aspecto tributário, passando a unificar oito tributos federais, estaduais e municipais sendo estes: IRPJ, CSLL, IPI, COFINS, PIS/PASEP, INSS patronal, exceto para algumas atividades prestadoras de serviço, ICMS E ISS, sua alíquota é aplicada sobre o faturamento acumulado dos últimos doze meses e com dois novos anexos nos quais se enquadram novos prestadores de serviços e profissionais liberais.

Para a empresa fazer a adesão ou não ao sistema dependerá de uma análise cuidadosa, para saber qual a alíquota que será cobrada e assim, saberá quais impostos seriam integrados e qual as vantagens e desvantagens de aderir ou não a este novo sistema.

O Simples Nacional foi criado com o principal intuito de fortalecer as ME e EPP, através da redução da burocracia e um estímulo à formalidade.

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Comparativo

O Simples Nacional instituído pela LC 123/08, é um regime tributário diferenciado que favorece às micro e pequenas empresas e simplifica o seu tratamento tributário.

Esse regime especial tributário encontra guarida no artigo 146, inc. III, alínea d da Constituição Federal, que atribui à Lei Complementar a missão de definir tratamento diferenciado e favorecido a essas empresas, podendo, inclusive, instituir regime único de recolhimento dos impostos e contribuições de competência da União, Estados, DF e municípios.

E, assim, essa Lei do Simples Nacional veio a estabelecer em seu artigo 13, que os contemplados e optantes pelo regime deverão recolher mensalmente, mediante documento único de arrecadação, os seguintes impostos e contribuições: IRPJ, IPI, CSLL, COFINS, PIS/PASEP, CPP, ICMS e ISS.

Ocorre que o parágrafo primeiro desse artigo 13 ressalva a possibilidade de incidência de ICMS nas operações sujeitas ao regime de antecipação, sem, no entanto, prever a dedução dessa parcela. Pode-se definir antecipação tributária como a cobrança de ICMS antecipado nas barreiras fiscais, quando da entrada do produto no estado, incidindo ou a diferença da alíquota interna da interestadual, ou a alíquota interna integral sobre o valor estimado do preço ao consumidor final.

Cabe destacar que o Princípio da não - cumulatividade do ICMS, que é de cominação geral e obrigatória, não se aplica no caso das empresas optantes pelo Simples Nacional, pois nele a incidência é cumulativa e direta.

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2ª Parte Pesquisa sobre o Lucro presumido, Pesquisa sobre o Lucro real, Pesquisa sobre o Simples Nacional

LUCRO PRESUMIDO

Há impostos que são comuns a todas empresas prestadoras de serviços como: Programa de Integração Social (PIS), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e Imposto Sobre Serviços (ISS). Porém elas pagam também Imposto de Renda - Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL). Para calcular esses tributos, a legislação permite que as empresas optem pelo Simples Nacional, Lucro Presumido ou pelo Lucro Real.

As Empresas de Prestação de Serviços que não constavam nas legislações anteriores, criaram boas expectativas em relação ao Simples Nacional devido à diminuição de burocracia e também da carga tributária.

Consoante a vigência do Simples Nacional, tem-se o Lucro presumido como forma simplificada, que como o Simples Nacional possui como base a Receita Bruta.

O Lucro Presumido é uma forma de determinar a base de cálculo para o IRPJ e a CSLL de empresas que não sejam obrigadas naquele ano à apuração do Lucro Real. Esta apuração é feita trimestralmente encerrada em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro. Neste contexto tem-se o texto normativo para aprimorar este ideal, se não vejamos:

Art. 1º A partir do ano-calendário de 1997, o imposto de renda das pessoas jurídicas será determinado com base no lucro real, presumido, ou arbitrado, por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário, observada a legislação vigente, com as alterações desta Lei.

Paulo Henrique Pegas (2011, p. 439) “ O lucro presumido não representa uma forma de tributação obrigatória, podendo o contribuinte, se

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assim desejar, ser tributado pelo Lucro Real, mesmo com valor de receita bem reduzido. No entanto, algumas empresas não podem optar pelo Lucro Presumido.”

As empresas que podem optar pelo Lucro Presumido devem ter receita bruta menor ou igual a R$48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou a R$4.000.000,00 (quatro milhões de reais) multiplicados pelo número de meses em funcionamento no ano anterior no caso de empresas abertas naquele ano que passou. E também, como foi dito anteriormente, que não sejam obrigadas naquele ano à apuração do Lucro Real, seja pelo tipo de atividade exercida, seja pela natureza jurídica. Caso a empresa ultrapasse o valor máximo de R$48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), não quer dizer que ela deixe de apurar pelo Lucro Presumido, nesse mesmo ano continua normalmente sua apuração, apenas no ano seguinte é que ela é obrigada a utilizar o Lucro Real. (VALLIM, online, 2011)

O lucro presumido tem suas regras básicas apresentadas nos artigos 516 a 528 do Decreto nº 3.000/99 Regulamento do Imposto de Renda (RIR). O percentual a ser aplicado sobre a receita bruta para obtenção do IRPJ para Prestadoras de Serviços em Geral estão dispostas no Decreto nº 3.000, de 1.999, art. 223º § 4º:

§ 4º A base de cálculo mensal do imposto das pessoas jurídicas prestadoras de serviços em geral, cuja receita bruta anual seja de até cento e vinte mil reais, será determinada mediante aplicação do percentual de dezesseis por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente.

Após aplicar este percentual à Receita Bruta se encontra a Base de Cálculo para o IRPJ e CSLL. Já para PIS e COFINS serão aplicados percentuais fixos, que variam de Estado para Estado, sobre a receita bruta.

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LEI COMPLEMENTAR Nº 123/2006

A presente lei instituiu o Estatuto Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte a fim de simplificar a apuração e recolhimento de impostos mediante regime único de arrecadação – SIMPLES NACIONAL.

Não podem usufruir o SIMPLES NACIONAL micro empresas e empresas de pequeno porte que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, gerenciamento de ativos, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços. Que tenha sócio morando no exterior. Que comercialize energia elétrica. Que venda em atacado cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarro, armas de fogo, munições e pólvoras, explosivos e detonantes entre outras.

LUCRO REAL

De acordo com a Receita Federal (2011) o Lucro Real é conceituado como:

Base de cálculo do imposto sobre a renda apurada segundo registros contábeis e fiscais efetuados sistematicamente de acordo com as leis comerciais e fiscais, exige o levantamento de Balanços Patrimoniais, e é apurado a partir do lucro efetivo da pessoa jurídica.

Sendo assim tal apuração é realizada a partir do resultado das receitas, ganhos e rendimentos auferidos, deduzindo os custos, as despesas e as perdas, demonstrados através da escrita contábil, correspondendo ao resultado contábil ajustado pelas adições e exclusões ou compensações estabelecidas em lei, que são feitas extracontabilmente através do Livro de Apuração do Lucro Real - LALUR.

A vantagem de optar pelo lucro real se dá pelo fato de que, como o imposto incide sobre o lucro efetivo da pessoa jurídica, não existe possibilidade de pagamento a maior ou a menor do que o devido, isso se o imposto obtiver

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resultado positivo, pois, ocorrendo prejuízos fiscais, a pessoa jurídica fica dispensada do pagamento do imposto. Além disso, é permitida a compensação (até 30%) total dos prejuízos contábeis nos períodos de apuração subsequentes de forma a não prejudicar a situação patrimonial da pessoa jurídica, conforme definido pelo artigo de Lúcia Helena Briski Young (12 de dezembro,2011/JV – Jus Vigilantibus):

Para fins de determinação do lucro real, o lucro líquido, depois de ajustado pelas adições e exclusões previstas e autorizadas pela legislação do Imposto de Renda, poderá ser reduzido pela compensação de prejuízos fiscais em até, no máximo, 30%.

Esses prejuízos fiscais são compensáveis na forma discriminada, independentemente do prazo previsto na legislação vigente à época de sua apuração.

Este regime de compensação aplica-se à sistemática de apuração do lucro real trimestral, anual e quando do balanço ou balancete de suspensão ou redução do imposto estimado. O limite máximo de redução (30%) não se aplica aos prejuízos fiscais decorrentes:

I - da exploração de atividades rurais;

II - dos apurados pelas empresas industriais titulares de Programas Especiais de Exportação aprovados até 03.06.93, pela Comissão para Concessão de Benefícios Fiscais a Programas Especiais de Exportação - BEFIEX, nos termos do art. 95 da Lei 8.981 com a redação dada pela Lei 9.065, ambas de 1995.

Além disso, esse tipo de tributação é o único que permite o gozo dos diversos incentivos fiscais estabelecidos pela legislação do Imposto de Renda, como por exemplo:

Isenção ou Redução do Imposto;

Depreciação ou Amortização Acelerada Incentivada;

Aplicação no FINOR (Fundo de Investimentos Regionais do Nordeste), FINAM (Fundo de Investimentos Regionais da Amazônia), FUNRES (Fundo de Recuperação Econômica do Estado do Espírito Santo) e em Depósitos para Reinvestimentos;

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Benefícios decorrentes das doações ao Fundo de Apoio à Criança e ao Adolescente, à Cultura e ao Cinema, ao Programa de Alimentação do Trabalhador, etc.

Para que pessoa jurídica não corre o risco de distribuir lucros além do valor efetivo e os sócios, acionistas e titular da pessoa jurídica podem conferir a apuração desses lucros, é obrigatório a determinação do lucro através da escrituração contábil, uma das principais desvantagens do lucro real, pois essa apuração demanda uma estrutura administrativa mais complexa, sendo que muitos são os documentos e livros exigidos pela fiscalização, obrigando a empresa a ter controle de todo movimento financeiro, administrativo, de estoques, de produção, de comercialização, etc.

Segundo Ireno João de Campos, em seu artigo “Empresas de prestação de Serviços Lucro Presumido ou Lucro Real?”, 19 de fevereiro, 2009. Comenta:

Para as empresas prestadoras de serviço, pode – se aplicar sobre a receita bruta, para cálculo do Lucro Estimado, o percentual reduzido de 32% para 16%, mas para isso a atividade exercida deve ser exclusivamente a prestação de serviços; e a receita bruta anual não pode superar R$ 120.000,00. Se a receita acumulada até determinado mês exceder o valor de R$ 120.000,00, a empresa deve pagar a diferença do imposto, pelo percentual de 32%, em relação a cada mês transcorrido. O recolhimento da diferença será efetuado até o último dia útil do mês subsequente àquele em que ocorreu o excesso, sem quaisquer acréscimos legais. Se o prazo não for cumprido, serão devidos os acréscimos legais devidos pela mora.

De modo geral, essa opção não tem sido vantajosa para a maioria das empresas de prestação de serviços, especialmente pela impossibilidade da dedução dos custos e despesas efetivamente aplicados na produção dos serviços.

A Lei complementar Nº. 123 em seu artigo 17º dizem o que devem ter Pessoa Jurídica ME (Micro Empresa) ou EPP (Empresa de Pequeno Porte), para optarem por este regime.

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Art. 17. Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a microempresa ou a empresa de pequeno porte:

I – que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, gerenciamento de ativos, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring);

II – que tenha sócio domiciliado no exterior;

III – de cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou municipal;

IV – que preste serviço de comunicação;

V – que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ou com as

Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa;

Porém há muita rejeição em relação às rejeições impostas pelo presente artigo. Segundo Guilherme Goldschimidt (online, 2008) “A legislação que instituiu o Simples Nacional, ao impor regras rígidas de acesso ao regime diferenciado, que dificultam o seu cumprimento pelo micro e pequeno empresário, ao invés de criar facilidades para incentivar o desenvolvimento da empresa, cria obstáculos para a manutenção da atividade econômica dessas empresas, arremessando- as na informalidade e gerando prejuízos ao Poder Público e à sociedade.”

SIMPLES NACIONAL

A UNESP (Universidade Estadual de São Paulo) de Ilha Solteira – SP divulgou um levantamento realizado pelo SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) onde mostra que a cada dez empresas criadas no Brasil, cinco fecham as portas antes de completarem o segundo ano de atividade. Dentre os principais motivos que levam a esse índice, estão os altos impostos cobrados pelo Governo.

De acordo com a Receita Federal do Brasil, com a finalidade de ajudar o contribuinte e diminuir esse número, em 2006 a União institui a Lei

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Complementar nº 123, criando o Simples Nacional. Ele consiste em um regime tributário simplificado que une em apenas uma guia os seguintes impostos e tributos: IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica), CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), PIS/PASEP (Programa de Integração Social / Programa de Formação do Patrimônio do servidor Público), Cofins ( Contribuição para Financiamento da Seguridade Social), IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), ISS (Imposto Sobre Serviços) e a Contribuição para a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo da pessoa jurídica (INSS). Há exceções de alguns tributos, pois o recolhimento será realizado de forma distinta, conforme a atividade exercida.

Dentro do Simples Nacional são feitas divisões de categorias, separando as empresas em vários anexos de acordo com sua atividade. Para cada atividade há uma alíquota diferente para se calcular o imposto. O Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) define que podem aderir ao Simples Nacional as microempresas que tenham faturamento bruto anual de até R$ 240 mil e as empresas de pequeno porte, com faturamento bruto anual de até R$

2,4 milhões.

A legislação do Simples Nacional determina como faturamento bruto o resultante da venda de serviços e bens realizados em conta própria, o valor em reais dos serviços prestados e o resultado de operações em conta de terceiros, excluindo as vendas canceladas e os descontos concedidos.

Em concordância com o Portal Tributário, esse método reduz as alíquotas dos impostos englobados, diminui a burocracia para a abertura e fechamento de empresas, viabiliza o acesso ao crédito, oferece preferências nas licitações públicas, facilita o pagamento, além de promover economia de tempo e dinheiro. Todos esses benefícios geram maior comodidade aos empresários, sendo bem vistos pela maioria deles; porém, há algumas empresas que mesmo enquadradas no Simples Nacional não são optantes por esse regime. A maioria das empresas que fazem essa escolha é prestadora de serviços.

Em busca dos motivos pelos quais esse tipo de empresa prefere outros regimes tributários, foram feitas entrevistas com três empresas prestadoras de serviços de vigilância, limpeza ou conservação, que se enquadram no anexo IV

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do Simples Nacional. As perguntas englobam questões tributárias das empresas, sobre o método utilizado por elas e o motivo que levaram a essa escolha.

Analisando as entrevistas, vários motivos foram levantados para justificar a não opção pelo Simples Nacional, como a falta de informação, preferência por outra data de pagamento, e também por não ser lucrativo esse regime para determinados tipos de empresas.

A falta de informação se deve ao fato do empresário não acompanhar com o contador os comparativos feitos entre o Simples Nacional e os outros regimes tributários, não ficando a par dos benefícios proporcionados por ele. A preferência por outra data de pagamento é porque com o Simples Nacional, o empresário deve desembolsar uma quantia referente a todos os impostos em um único dia, o que às vezes acaba sendo um empecilho, já que em outros regimes cada tributo seria pago em um dia diferente. E o fato de o Simples Nacional não ser lucrativo engloba vários fatores como faturamento, quadro de funcionários e atividade. Por esse motivo, todo final de ano o contador responsável pela empresa deve fazer um comparativo entre todos os regimes tributários para definir com exatidão qual método será mais vantajoso. Para prestadoras de serviços de vigilância, limpeza ou conservação o Simples Nacional na maioria das vezes é desvantajoso.

Para a Receita Federal, as empresas da categoria comércio, onde a receita bruta é resultante exclusivamente da revenda de mercadorias não sujeitas a substituição tributária, o cálculo do Simples Nacional é feito da seguinte forma:

PA = Período de Apuração

RBT 12 = Receita Bruta Total dos últimos 12 meses Dados da empresa:

Receita bruta de Novembro (PA) = R$ 38.000,00

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RBT12 = R$ 180.000,00 (Anexo I com alíquota 5,47%) Simples Nacional devido no mês de novembro:

PA x alíquota = R$ 38.000,00 x 5,47% = R$ 2.078,60.

Ou seja, o Simples Nacional para o comércio leva em consideração apenas o lucro bruto do referente mês e a alíquota enquadrada. Já para empresas prestadoras de serviços vigilância, limpeza ou conservação, o cálculo é diferenciado dentro do Simples Nacional.

Ainda em conformidade com a Receita Federal, o imposto referente ao INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) não é englobado na guia única juntamente com os demais impostos, ele é calculado separadamente com outra data de pagamento. Dessa forma, as prestadoras de serviços de vigilância, limpeza ou conservação, além de pagar o Simples Nacional sobre o faturamento bruto, ainda pagam o INSS a parte com o cálculo baseado no montante da folha de pagamento, incluídos encargos nos últimos 12 meses anteriores ao período de apuração.

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A tabela de alíquotas para esse tipo de prestadoras de serviços fica da seguinte forma:

TABELA 1: PARTILHA DO SIMPLES NACIONAL – SERVIÇOS

Receita Bruta Total em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL COFINS Pis/Pasep ISS

Até 120.000,00 4,50% 0,00% 1,22% 1,28% 0,00% 2,00%

De 120.000,01 a 240.000,00 6,54% 0,00% 1,84% 1,91% 0,00% 2,79%

De 240.000,01 a 360.000,00 7,70% 0,16% 1,85% 1,95% 0,24% 3,50%

De 360.000,01 a 480.000,00 8,49% 0,52% 1,87% 1,99% 0,27% 3,84%

De 480.000,01 a 600.000,00 8,97% 0,89% 1,89% 2,03% 0,29% 3,87%

De 600.000,01 a 720.000,00 9,78% 1,25% 1,91% 2,07% 0,32% 4,23%

De 720.000,01 a 840.000,00 10,26% 1,62% 1,93% 2,11% 0,34% 4,26%

De 840.000,01 a 960.000,00 10,76% 2,00% 1,95% 2,15% 0,35% 4,31%

De 960.000,01 a 1.080.000,00 11,51% 2,37% 1,97% 2,19% 0,37% 4,61%

De 1.080.000,01 a 1.200.000,00 12,00% 2,74% 2,00% 2,23% 0,38% 4,65%

De 1.200.000,01 a 1.320.000,00 12,80% 3,12% 2,01% 2,27% 0,40% 5,00%

De 1.320.000,01 a 1.440.000,00 13,25% 3,49% 2,03% 2,31% 0,42% 5,00%

De 1.440.000,01 a 1.560.000,00 13,70% 3,86% 2,05% 2,35% 0,44% 5,00%

De 1.560.000,01 a 1.680.000,00 14,15% 4,23% 2,07% 2,39% 0,46% 5,00%

De 1.680.000,01 a 1.800.000,00 14,60% 4,60% 2,10% 2,43% 0,47% 5,00%

De 1.800.000,01 a 1.920.000,00 15,05% 4,90% 2,19% 2,47% 0,49% 5,00%

De 1.920.000,01 a 2.040.000,00 15,50% 5,21% 2,27% 2,51% 0,51% 5,00%

De 2.040.000,01 a 2.160.000,00 15,95% 5,51% 2,36% 2,55% 0,53% 5,00%

De 2.160.000,01 a 2.280.000,00 16,40% 5,81% 2,45% 2,59% 0,55% 5,00%

De 2.280.000,01 a 2.400.000,00 16,85% 6,12% 2,53% 2,63% 0,57% 5,00%

Fonte: Receita Federal – 2011

Como a maioria das empresas prestadoras de serviços de vigilância,

limpeza ou conservação possui um grande quadro de funcionários, o valor do

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INSS acaba saindo muito alto. Isso se torna uma enorme desvantagem para o empresário, que deixa de optar pelo Simples Nacional para ter seu imposto calculado por outros regimes tributários como o Lucro Real e o Lucro Presumido.

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3ª Parte Quadro comparativo das três modalidades

.

LUCRO REAL

Receita Bruta R$ 300.000,00

ISS de 5% R$ 15.000,00

PIS não cumulativo de 1,65% R$ 2.079,00

Cofins não cumultaivo de 7,6% R$ 9.576,00

= Receita Líquida R$ 273.345,00

- Custo do Serviço = 58,0% R$ 174.000,00

= Margem Bruta R$ 99.345,00

- folha salarial = 3,0% R$ 9.000,00

- encargos sociais = 20,0% R$ 1.800,00

- despesas diversas = 0,0% R$ 0,00

= Lucro Líquido R$ 88.545,00

CSLL de 9% R$ 7.969,05

LALUR

IR de 15% R$ 13.281,75

R$ 67.294,20

Adicional de IR se > 20 mil reais 10% R$ 4.729,42

Lucro Real R$ 62.564,78

Carga Tributária - Lucro Real R$ 54.435,22 Carga Tributária - Lucro Presumido R$ 52.990,00 Carga Tributária- Simples R$ 61.260,00

Lucro Presumido R$ 70.905,00

Lucro no Simples R$ 64.740,00

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LUCRO PRESUMIDO

Receita Bruta R$ 300.000,00

ISS de 5% R$ 15.000,00 PIS de 0,65% R$ 1.950,00 Cofins de 3% R$ 9.000,00

Receita Líquida R$ 274.050,00

Custo do Serviço = 58,0% R$ 174.000,00

Resultado operacional R$ 100.050,00

folha salarial = 3,0% R$ 9.000,00 encargos sociais = 20,0% R$ 1.800,00 despesas diversas = 0,0% R$ 0,00

Lucro Líquido R$ 88.545,00

Base de cálculo do Lucro Presumido CSLL

Serviços > 12% R$ 36.000,00 Alíquota da CSLL de 9% R$ 3.240,00 Base de cálculo do Lucro Presumido IR

Serviços > 32% R$ 96.000,00 Alíquota do IR de 15% R$ 14.400,00 Adicional de IR se > 20 mil reais 10% R$ 7.600,00

Lucro Presumido R$ 70.905,00

Carga Tributária - Lucro Real R$ 54.435,22 Carga Tributária - Lucro Presumido R$ 52.990,00 Carga Tributária- Simples R$ 61.260,00

Lucro Real R$ 62.564,78 Lucro no Simples R$ 64.740,00

(19)

SIMPLES NACIONAL

Receita Bruta Mensal (limite de 200 mil + 20%) R$ 300.000,00

Em 12 meses R$ 3.600.000,00

Custo do Serviço = 58,0% R$ 174.000,00

folha salarial = 3,0% R$ 9.000,00

despesas diversas = 0,0% R$ 0,00

Encargos Fiscais (Anexo III)

Alíquota de 17,42% R$ 52.260,00

Lucro - Simples R$ 64.740,00

Carga Tributária - Lucro Real R$ 54.435,22 Carga Tributária - Lucro Presumido R$ 52.990,00 Carga Tributária- Simples R$ 61.260,00

Lucro Presumido R$ 70.905,00 Lucro Real R$ 62.564,78

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4ª Parte: Conclusão sobre a melhor forma de tributação para a referida empresa

Lembrando que o regime tributário do Lucro Real, obrigatório as empresas com faturamento anual acima de R$ 48 milhões, pode ser utilizada por qualquer empresa. Geralmente, as obrigações acessórias são mais complexas.

Por outro lado, o regime tributário pelo Lucro Presumido é facultativo para as empresas com faturamento anual de até R$ 48 milhões. Entretanto, independente do lucro efetivo, a base de cálculo é presumida por percentuais fixadas pela legislação, e sobre ela incide 9%, a título de CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido e 15% a título de Imposto de Renda.

O Simples Nacional, com base na LC nº 123/06, por sua vez, está limitada ao faturamento anual de R$ 2,4 milhões. É importante consultar a legislação que dispõe das atividades e condições de enquadramento.

Pegando uma empresa com a Receita bruta de R$ 300.000,00 pode-se observar que os impostos pagos na modalidade do Lucro Presumido tem sido melhor opção, porém é necessário analisar uma serie de fatores que possibilite esta escolha.

De acordo com a Receita Federal, as empresas que se enquadram na definição de microempresas ou empresas de pequeno porte e que cumprem os requisitos previstos na legislação do Simples Nacional são enquadradas nesse regime tributário. A maioria delas opta por esse regime e o consideram positivo, pois reúne em uma única guia de arrecadação vários impostos e contribuições federais, estaduais e municipais, contribuindo para economia de tempo e dinheiro do contribuinte, além de outros benefícios. Apesar dos fatores positivos, há algumas empresas prestadoras de serviços de vigilância, limpeza e conservação que mesmo se enquadrando no Simples Nacional, não optam por esse regime tributário. (Online, 2011)

O Simples Nacional foi criado com o objetivo de unificar a arrecadação dos tributos e contribuições devidos pelas micro e pequenas empresas brasileiras,

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nos âmbitos dos governos federal, estaduais e municipais. Porém, nota-se nas empresas entrevistadas que são diversos os motivos que as fazem não optar por este Regime Tributário apesar de terem a opção de escolha.

Por meio das entrevistas as hipóteses foram comprovadas, possuindo cada empresa uma particularidade, que engloba preferências por datas de pagamento, ignorância no assunto e também o fato de o Simples Nacional sair mais oneroso se comparado a outros regimes tributários.

As empresas prestadoras de serviços de vigilância, limpeza e conservação, possuem um enquadramento diferente dentro do Simples Nacional. Elas devem pagar o INSS separadamente. Esse tipo de empresa, em sua maioria, possui um grande quadro de funcionários, o que leva várias delas a aderirem a outro regime tributário, já que o valor a ser pago fica maior.

O Simples Nacional reúne vários impostos em uma só guia, tornando obrigatório o seu pagamento também em único dia. Esse fator pesa para o empresário que possui um alto faturamento, já que deve desembolsar uma quantia muito grande em um único dia.

O fato de algumas empresas não acompanharem alguns dados contábeis, levam estas a não optarem pelo Sistema Nacional, devido a falta de conhecimento específico do assunto e a falta de saber quanto aos seus benefícios.

Com as análises das informações obtidas e do estudo feito sobre os diferentes regimes tributários, é possível concluir que esses foram os principais motivos que levaram as empresas prestadoras de serviços de vigilância, limpeza e conservação a não optarem pelo regime de tributação unificado Simples Nacional.

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REFERÊNCIAS

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<http://www.sebrae.com.br/customizado/lei-geral/lei-geral/publicacoes/manual_

contador.pdf >. Acesso em: 11 dez. 2011.

ALMEID, Aloísio Flávio Ferreira. Prestação de Serviços no Lucro Presumido. Brasília, 2005. Disponível em:

<http://www.receita.fazenda.gov.br/Publico/estudotributarios/estatisticas/32Pres tacaoServicosnoLucroPresumido.pdf>. Acesso em: 11 dez. 2011.

BRASIL. Lei Complementar nº. 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o estatuto nacional da microempresa e da empresa de pequeno porte. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 dez, 2006. Disponível em:

<http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao>. Acesso em 20 nov. 2011.

BRASÍLIA. Decreto nº 3.000, 26 de março de 1999. Regulamento do Imposto

de Renda de 1999. Disponível em:

<http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/110446/regulamento-do-imposto-de- renda-de-1999-decreto-3000-99>. Acesso em: 26 nov. 2011.

GOLDSCHIMIDT, Guilherme. Inclusão no Simples Nacional de empresas com débitos pendentes. Porto Alegre, 2008. Disponível em

<http://www.fesdt.org.br/artigos/27.pdf>. Acesso em: 11 dez. 2011.

PEGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade Tributária. 7. Ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos Editora, 2011. 439 p.

VALLIM, Cláudio Roberto. Lucro Presumido. Rio de Janeiro (Estado), 2009.

Disponível em: <http://www2.rj.sebrae.com.br/boletim/tenho-um-negocio-com- menos-de-dois-anos/lucro-presumido/>. Acesso em: 20 nov. 2011.

Referências

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