Entre 16 e 19 de março na Alfândega do Porto
PORTUGAL FASHION ASSINALA 50.ª EDIÇÃO COM QUASE 40 DESFILES, UM SHOWROOM
E VÁRIOS EVENTOS DE MODA
• Regresso de Pedro Pedro ao evento
• Estreia da marca NOPIN by Catarina Pinto
• Coleções outono/inverno’23 de Alexandra Moura, Alves/Gonçalves, David Catalán, Diogo Miranda, Ernest W. Baker, Estelita Mendonça, Hugo Costa, Katty Xiomara, Luís Onofre, Miguel Vieira, Sophia Kah, Susana Bettencourt, entre outros
• Oito desfiles de designers africanos no âmbito do programa CANEX
• Showroom com novo formato pensado para públicos profissionais
• Edição live streaming conduzida por Raquel Strada e e Hugo van der Ding
• Um desfile e um happening têm lugar no Ateneu Comercial do Porto
Os números redondos têm um simbolismo acrescido e por isso prestam-se a momentos especiais, marcantes, extraordinários. Ora, o Portugal Fashion atinge as 50 edições em quase 27 anos de vida e, numa demonstração de vigor imune à passagem do tempo, preparou um programa de moda extenso (quase 40 desfiles), muito diversificado (jovens talentos, designers africanos, marcas de vestuário, calçado e acessórios, criadores nacionais) e com múltiplos eventos paralelos aos desfiles (showroom, talks, apresentações, cocktails, etc.).
Tudo isto entre 16 e 19 de março, em diferentes espaços da polivalente Alfândega do Porto mas também, off location, no charmoso Ateneu Comercial do Porto. É igualmente possível assistir ao 50.º Portugal Fashion outono/inverno’23 a partir do portal do evento, numa edição live streaming conduzida por Raquel Strada e Hugo van der Ding. Para além da transmissão dos desfiles, estão previstas entrevistas e reportagens nos bastidores e ainda conversas temáticas nas rubricas Thinking Fashion e Waiting Room, sempre com muito humor à mistura.
«Queremos assinalar a nossa 50.ª edição com pompa e circunstância. Trata-se de uma edição muito simbólica, que nos faz olhar para o passado com orgulho e, ao mesmo tempo, encarar com grande esperança o futuro quer do Portugal Fashion,
quer da moda portuguesa. Por isso, vamos proporcionar aos nossos parceiros, ao nosso público e sobretudo aos nossos criadores e marcas uma grande, grande edição», promete a diretora do Portugal Fashion, Mónica Neto, acrescentando que, com o desanuviar da pandemia, «vai ser possível aproximar o evento dos moldes anteriores, em termos de organização, e oferecer uma programação de moda mais ampla, com vários motivos de interesse».
E um dos grandes motivos de interesse é a 2.ª edição do CANEX Presents Africa @ Portugal Fashion, evento que reúne 20 designers de origem africana, dos quais oito vão apresentar as suas coleções em desfiles (três na plataforma Bloom e cinco na passerelle principal). Importa lembrar que o programa CANEX (acrónimo de Creative Africa Nexus) resulta de uma parceria entre a ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários, através do Portugal Fashion, e o banco africano de export-import Afreximbank, com o objetivo de promover a indústria têxtil e de vestuário africana no nosso país.
O CANEX Presents Africa @ Portugal Fashion funciona como uma plataforma de desenvolvimento para criadores africanos emergentes, proporcionando-lhes o reforço de competências, através de mentoria com especialistas da indústria portuguesa, e ainda oportunidades de acesso ao mercado, através de apoio especializado ao nível da produção, vendas e distribuição. De referir que, na anterior edição do Portugal Fashion, em outubro de 2021, 20 designers africanos participaram no evento, onde puderam mostrar as suas coleções primavera/verão ’22 em passerelle e showroom.
Para além da criatividade africana, o programa do 50.º Portugal Fashion prevê, como habitualmente, desfiles de jovens designers de moda (plataforma Bloom), de marcas de vestuário, calçado e acessórios e de criadores consagrados. Destaque para as presenças de Alexandra Moura, Alves/Gonçalves, David Catalán, Diogo Miranda, Ernest W. Baker, Estelita Mendonça, Fly London, Hugo Costa, Katty Xiomara, Luís Onofre, Nuno Miguel Ramos, Miguel Vieira, Pé de Chumbo, Sophia Kah e Susana Bettencourt, entre outros. Merece especial sublinhado o regresso de Pedro Pedro, designer cujo percurso está intimamente ligado ao Portugal Fashion, e a estreia da marca de vestuário NOPIN, com design da jovem criadora Catarina Pinto.
Para complementar os desfiles e maximizar a vocação comercial do Portugal Fashion, a Alfândega do Porto vai acolher também um showroom, desta feita em moldes diferentes dos das anteriores edições do evento. Neste 50.º Portugal Fashion, o espaço expositivo comercial está reservado apenas aos designers e marcas que
participam nos desfiles e é dirigido sobretudo a públicos profissionais, tendo em vista a concretização de compras, negócios, investimentos e parcerias.
Elogio da “Lokura” por Katty Xiomara
O primeiro dia de desfiles, na quarta-feira, 16 de março, é dedicado exclusivamente ao projeto Bloom, no âmbito do qual jovens talentos portugueses e novos designers africanos vão apresentar as suas criações. No dia seguinte, 17, ao início da tarde, antiga bloomer Carolina Sobral revela o talento e potencial que motivaram a sua ascensão da plataforma Bloom à passerelle principal, na última edição do evento.
Nessa mesma tarde, dá-se a estreia da NOPIN, um projeto industrial que nasceu em 2006, em Gondomar. Trata-se de uma marca com atelier e confeção próprias, que segue os princípios da moda sustentável e inclusiva (trabalha com uma rede de costureiras locais) e privilegia o trabalho manual com tecidos de qualidade. O design está a cargo da jovem criadora Catarina Pinto, licenciada na ESAD, finalista dos concursos Denim Young Contest (Troficolor) e Novos Criadores PFN (Selectiva Moda) e uma das vencedoras do projeto CRIADOR ESAD@THE.
O programa do segundo dia de desfiles prossegue com o irreverente menswear de Estelita Mendonça, as sempre elegantes propostas de Katty Xiomara e a sofisticação urbana de David Catalán. Chama-se “Lokura” a nova coleção da designer luso- venezuelana, um trocadilho com o espanhol “Locura” (loucura em português) e “lo cura” (o que cura e restaura). Trata-se, diz Katty Xiomara, de «uma coleção pintada de incoerência, descrevendo todos os universos que a mente enclausura». Nas cores predominam o cru, o branco, o lilás e o castanho, enquanto as formas são mais ou menos lúcidas, mais ou menos largas, mais ou menos esburacadas ou almofadadas, construídas com atilhos, apanhados e franzidos e exprimindo padrões confusos e rabiscados.
Depois da participação no calendário oficial da Semana da Moda Masculina de Milão, em janeiro último, com o apoio do Portugal Fashion, David Catalán regressa à passerelle para apresentar uma coleção inspirada nos «uniformes escolares britânicos dos anos 60 e 70» e na «versatilidade e conforto do dress code inglês».
Para a próxima estação fria, o designer espanhol sediado no Porto aposta na desconstrução do belo, criando roupas mais utilitárias e trazendo um pouco de rudez com o uso do denim.
O terceiro dia de desfiles arranca com mais um caso de transição da plataforma Bloom para a passerelle principal. A marca slow-fashion UNFLOWER, criada em 2018
pelas jovens designers Ana Sousa e Joana Braga, volta a figurar no calendário principal do Portugal Fashion, depois da estreia na última edição do evento. Desta feita, vai ser apresentada a coleção “Derreter em flor”, na qual «camadas sóbrias em cor, sobrepostas sobre o corpo – pelo, mélton, denims pesados –, revelam aos poucos as fragilidades e transparências – sedas, malha rib, algodões – muitas vezes enaltecidas pela cor forte».
Regressada de Paris – onde esteve, no início de março, a participar no showroom Tranoi (parceiro da Semana da Moda de Paris), com o apoio do Portugal Fashion –, Susana Bettencourt traz à passerelle da Alfândega a sua linha outono-inverno’23, onde mais uma vez revela a forma particularmente inovadora como trabalha as malhas. Segue-se a marca DAVII, que se distingue pelas suas criações em tecidos fluidos e seda, desenhadas pelo brasileiro Davi, atualmente com atelier no Porto.
Depois da luxuosa coleção de inverno de Sophia Kah, marca com a assinatura de Ana Teixeira de Sousa, dá-se o regresso de Pedro Pedro à passerelle do evento. A ligação deste designer ao Portugal Fashion remota ao início dos anos 2000, com a marca Pedro Waterland, que criou com Júlio Waterland. Com esta etiqueta, participou inclusivamente na Semana da Moda de Paris em 2006 e 2007, com o apoio do Portugal Fashion. Dez anos mais tarde, em setembro de 2016, fez a sua estreia individual internacional na Semana da Moda Feminina de Milão, também no âmbito do projeto de internacionalização do Portugal Fashion.
O line-up para o dia 18 integra ainda as propostas de moda sustentável da designer Pé de Chumbo e uma ode ao preto por Miguel Vieira. O criador de S. João da Madeira apresenta a coleção “Black Dinner”, depois de uma passagem, em janeiro último, pela Semana da Moda Masculina de Milão, com o apoio do Portugal Fashion. Neste regresso à sua cor fétiche, o preto, Miguel Vieira revela um conjunto de «peças de alfaiataria clássica que se conjugam com saias; padrões gráficos ou mais orgânicos em camisas, gravatas e acessórios; e tecidos ricos em texturas ou com tratamentos técnicos».
Silhuetas esguias e geométricas contrastam em camadas, enquanto as linhas são puras e estilizadas e a alfaiataria estruturada. Destaque para os estampados desenvolvidos em atelier e para o forro personalizado. Tudo isto nas cores azul medieval, cinza nuvem e preto caviar, aplicadas em materiais como a lã, a caxemira, a alpaca, os pelos, os tecidos com lurex e os tecidos de camisaria. Nos acessórios, há a realçar as botas em pele, os lenços, as fitas para a cabeça e as alianças em ouro.
Moda no ambiente vintage do Ateneu
O último dia do 50.º Portugal Fashion arranca no Ateneu Comercial do Porto, edifício com mais 150 anos que nos transporta para o ambiente vintage da antiga burguesia portuense. Ainda da parte da manhã, Diogo Miranda recria «a leveza, a singularidade e o romantismo dos anos 70». A silhueta é longa, em camadas e escultural, as cores são vibrantes e sobressaem os drapeados e movimentos delicados. É com esta coleção – que «não é sobre ser sexy ou vanguardista» mas, sim, «sobre vestir bem e sentir-se corajosa e confiante» – que Diogo Miranda assinala o 15.º aniversário da sua marca.
Segue-se, também no Ateneu Comercial do Porto, um happening a cargo da Ernest W. Baker, marca de moda masculina criada pelo norte-americano Reid Baker e pela portuguesa Inês Amorim. O requinte vintage do edifício portuense serve de cenário a uma instalação-vídeo, na qual vão ser apresentados 21 looks de sofisticada alfaiataria, com cortes clássicos retrabalhados, atenção aos detalhes, materiais de qualidade e cores intemporais, como o bege, o castanho e o camelo, pontuados com vermelho e preto. Inspirada na música eletrónica do compositor soviético Eduard Artemyev, esta instalação-vídeo «visa explorar e enfatizar a ideia de tempo», explica a dupla luso-americana, que garante estar, nesta nova coleção, a «refinar» a sua linguagem estética.
De volta à Alfândega, e após a apresentação do projeto de inclusão social Re(veste), a passerelle do 50.º Portugal Fashion acolhe o desfile coletivo de oito marcas de calçado e acessórios: Ambitious, esc, Felmini, Fly London, J. Reinaldo, Leather Goods by Belcinto, Nobrand e Rufel. A seguir, Nuno Miguel Ramos apresenta uma coleção de moda feminina em tons escuros, na qual se misturam diferentes materiais e texturas, remetendo para os padrões estéticos do início dos anos 2000. Depois, um dos momentos altos de qualquer Portugal Fashion: o desfile de menswear de Hugo Costa, designer com uma consolidada carreira nacional e internacional que parece estar sempre disposto a quebrar fronteiras e ultrapassar limites com as suas coleções.
Outro momento muito esperado é o desfile de Alexandra Moura, que recentemente participou na Semana da Moda Feminina de Milão, no quadro do projeto de internacionalização do Portugal Fashion. A designer vai revelar, no Porto, a coleção
“Lar Doce Lar”, que procura refletir sobre o significado de “casa” para cada um de nós. Neste sentido, os padrões, prints e tecidos desta coleção outono-inverno invocam o imaginário doméstico, aludindo aos vários elementos que enformam a memorabília de uma casa, sejam cobertores, tapetes, sofás de capitoné, cortinados,
almofadas ou até edredões. Uma vez mais a designer explora os contrastes entre clássico e urbano, com a estética streetwear a ser acentuada pelo uso do denim.
O 50.º Portugal Fashion termina em grande, com os desfiles de um dos maiores designers de calçado do mundo, Luís Onofre, e dos decanos da moda nacional, Manuel Alves e José Manuel Gonçalves. Luxo, requinte e exclusividade em sapatos e marroquinaria para senhora, no caso da coleção de Luís Onofre; sofisticação, streetwear e experimentalismo ao serviço da moda feminina, no caso da coleção de Alves/Gonçalves. Em ambos os casos, criações que engradecem e exaltam as mulheres.
Calendário de eventos
Eventos promocionais e de networking
Complementarmente aos desfiles e apresentações, o Portugal Fashion vai promover vários eventos promocionais e de networking. A saber: Portugal Fashion Re:Port | International Campaign Release (dia 17 às 12h30), MODAPORTUGAL Principal #27 Magazine Release (dia 17 às 19h45), Showroom Portugal Fashion Networking Cocktail (dia 18 às 16h00), e ainda as apresentações Portuguese Jewellery Travessia (dia 18 às 20h45) e Hairbook by Lupabiológica (dia 19 às 20h30).
De referir também, desta feita fora da Alfândega do Porto, a inauguração (em soft opening) da exposição “Portugal Pop. A Moda em Português. 1970–2020”, no dia 18 às 10h00, na Casa do Design, em Matosinhos. Na ocasião, a diretora do MUDE – Museu do Design e da Moda, Bárbara Coutinho, que é curadora da exposição, fará uma visita guiada pela mostra, seguindo-se uma conversa com os designers Maria Gambina, Pé de Chumbo (Alexandra Oliveira) e Arieiv. Importa referir que esta exposição é uma coprodução das câmaras municipais de Matosinhos e Lisboa, da esad–idea, Investigação em Design e Arte e do MUDE, no âmbito do programa
“MUDE Fora de Portas”.
Resta dizer que o Portugal Fashion é um projeto da responsabilidade da ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários, que conta com o apoio dos seus parceiros estratégicos e é cofinanciado pelo Portugal 2020, no âmbito do Compete 2020 – Programa Operacional da Competitividade e Internacionalização, com fundos provenientes da União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.