O PAR DICOTÔMICO SOBERANIA E ANARQUIA: O NÃO LUGAR DA BASE ESTATAL
Juddy Garcez Moron
1Pensar em Relações Internacionais é pensar no Estado, um objeto/sujeito que, embora permeado por inúmeras contradições e instabilidades, apresenta-se no contexto das correntes internacionalistas como sendo racional, unitário e indivisível. Compreendido como inerentemente soberano no plano doméstico e inevitavelmente inserido em um contexto anárquico nos domínios internacionais, o Estado surge, tanto no plano filosófico quanto no físico, como uma quimera intocável, com características próprias e personificadas, apregoado como fonte de análise básica nos estudos internacionais. Contudo, como pode ser observado nas abordagens construtivistas e pós-positivistas de forma mais ampla, o Estado, ainda que possua bases materiais sólidas, é também um construto social e, como tal, é permeado de noções e abstrações que foram se consolidando ao longo de um determinado período de tempo e por certos tipos de teoria. As essências estatais, a soberania (doméstica) e a anarquia (internacional), que guiam as definições mais clássicas do que é o Estado, após questionamentos e confrontos, passam então a ruir: elas caem por terra e são construídas novamente, calcadas em novas explicações e significados. Pensando nisso, o principal objetivo desse texto é desvelar a ancoragem do Estado, buscando compreender se, de fato, Ele está apoiado na soberania e na anarquia ou se, como será proposto ao longo da análise, Ele está em um não-lugar, existindo exatamente na colisão e separação entre estes dois conceitos. A fim de descobrir se a reflexão proposta é válida, a metodologia utilizada é a qualitativa, com a adoção do método de revisão narrativa da literatura, onde foram escolhidos exponentes de diferentes correntes teóricas das Relações Internacionais com o intuito de congregar a compreensão de autores pós-positivistas sobre as temáticas da soberania e da anarquia e, a partir disto, chegar ao resultado esperado.
Palavras-Chave: Teorias Pós-Positivistas; Soberania; Anarquia.
Grupo de Trabalho: GT3 - Teoria das Relações Internacionais
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