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PM/FADESP Interpretação de Texto

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Academic year: 2022

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Texto

(1)

PM/FADESP

Interpretação de Texto

(2)

A crônica é uma forma textual no estilo de narração que tem por base fatos que acontecem em nosso cotidiano. Por esse motivo, é uma leitura agradável, pois o leitor interage com os acontecimentos e, por muitas vezes, identifica-se com as ações tomadas pelas personagens.

• Narração curta

• Descreve fatos da vida cotidiana

• Pode ter caráter humorístico, crítico, satírico e/ou irônico

• Possui personagens comuns

• Segue um tempo cronológico determinado

• Linguagem simples

• Uso da oralidade na escrita e do coloquialismo na fala das personagens

(Sabrina Vilarinho)

(3)

A ordem marcha. A imaginação dança.

Rubem Alves

Recebi um presente de uma mulher que desconheço. Veio embrulhado em papel bonito. Abri. Era um quadrinho bordado a ponto de cruz. Está pendurado à minha frente. Nele está escrito: “Deus abençoe esta bagunça”.

Não sei como ela adivinhou pois ela não me conhecia e nunca havia entrado no meu escritório. Mas o fato é que ela adivinhou que as coisas que eu escrevia nasciam de uma grande bagunça.

Faz tempo publiquei dois livros com o nome de "Quarto de Badulaques". Quartos de badulaques eram quartos de bagunça, onde as coisas eram colocadas sem nenhuma ordem. Nos quartos de badulaques a imaginação voa solta. Eles eram a delícia das crianças. Quartos arrumados amarram a imaginação. Cada coisa em seu lugar...

1

(4)

Numa casa arrumada cada coisa tem um lugar certo. Mundo ordenado, qualquer desvio fica logo evidente. Por isso, para não deixar evidências da presença da gente num certo lugar é preciso deixar as coisas no lugar preciso onde estavam quando chegamos. Às vezes um simples fio de cabelo na pia do banheiro faz a denúncia...

Ela era uma mulher bonita, longos cabelos claros. Mas o seu corpo era morada de um demônio terrível, a “compulsão pela ordem”. Ela só tinha um pouco de tranquilidade quando a empregada ia embora, os filhos estavam na escola e o marido ainda não voltara do trabalho.

Sozinha na casa, tinha então a certeza de que nenhum objeto sairia do lugar — porque não havia ninguém que o movesse. Os objetos do seu mundo eram fixos no espaço.

2

(5)

Kurt Goldstein (1942), neurologista, fez um estudo sobre os efeitos das lesões no cérebro de feridos de guerra. Os efeitos variavam segundo a parte do cérebro que havia sido lesada. E ele observou que, quando uma certa parte do cérebro era lesada o ferido apresentava uma curiosa alteração de comportamento:

ele se tornava meticulosamente ordeiro, obsessivo em relação à posição dos objetos no seu ambiente. Nas entrevistas ele passava o tempo todo compulsivamente organizando os objetos que se encontravam sobre a mesa, que o entrevistador, de propósito, insistia em desarrumar. Esse fenômeno levou Goldstein à conclusão de que, antes do ferimento, quando o cérebro estava inteiro, de posse de todas as suas funções, o ferido não precisava de uma ordem material, concreta, para organizar seu mundo. O cérebro convivia bem com a desordem, percebia ordem na desordem. Mas quando o cérebro era lesado e suas funções normais prejudicadas, o cérebro necessitava de uma “bengala” em que apoiar o seu comportamento.

3

(6)

Esse experimento de Goldstein sugere que a “bagunça” não significa indisciplina. Significa, possivelmente, que o bagunceiro põe uma ordem virtual na bagunça real.

A delícia de um quebra-cabeças está precisamente na “bagunça” das peças. Quando o trabalho termina e todas as peças estão colocadas em ordem o “brinquedo” acaba e a inteligência se assenta na poltrona... É isso que acontece com aquelas pessoas que colam o quebra-cabeças depois de armado. Ele nunca mais será brinquedo. Nunca mais fará pensar.

Hegel escreveu, no prefácio à "Fenomenologia de Espírito", que o triunfo da razão é uma orgia bacanal na qual nem um dos participantes está sóbrio. Assim abençoo a minha bagunça...

Disponível em: <http://correio.rac.com.br/_conteudo/2013/06/colunistas/rubem_alves/

75397-uma-orgia-bacanal.html>Acesso em: 7 jan. 2016.

4

(7)

QUESTÃO 1. Em sua reflexão, Rubem Alves considera (A) urgente pôr ordem em seu escritório.

(B) a bagunça necessária à criatividade.

(C) a ordem e a imaginação coisas compatíveis.

(D) essencial manter cada coisa em um lugar preciso.

(8)

A ordem marcha. A imaginação dança.

Rubem Alves

Recebi um presente de uma mulher que desconheço. Veio embrulhado em papel bonito. Abri. Era um quadrinho bordado a ponto de cruz. Está pendurado à minha frente. Nele está escrito: “Deus abençoe esta bagunça”.

Não sei como ela adivinhou pois ela não me conhecia e nunca havia entrado no meu escritório. Mas o fato é que ela adivinhou que as coisas que eu escrevia nasciam de uma grande bagunça.

Faz tempo publiquei dois livros com o nome de "Quarto de Badulaques". Quartos de badulaques eram quartos de bagunça, onde as coisas eram colocadas sem nenhuma ordem. Nos quartos de badulaques a imaginação voa solta. Eles eram a delícia das crianças. Quartos arrumados amarram a imaginação. Cada coisa em seu lugar...

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A ordem marcha. A imaginação dança.

Rubem Alves

Recebi um presente de uma mulher que desconheço. Veio embrulhado em papel bonito. Abri. Era um quadrinho bordado a ponto de cruz. Está pendurado à minha frente. Nele está escrito: “Deus abençoe esta bagunça”.

Não sei como ela adivinhou pois ela não me conhecia e nunca havia entrado no meu escritório. Mas o fato é que ela adivinhou que as coisas que eu escrevia nasciam de uma grande bagunça.

Faz tempo publiquei dois livros com o nome de "Quarto de Badulaques". Quartos de badulaques eram quartos de bagunça, onde as coisas eram colocadas sem nenhuma ordem. Nos quartos de badulaques a imaginação voa solta. Eles eram a delícia das crianças. Quartos arrumados amarram a imaginação. Cada coisa em seu lugar...

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(10)

QUESTÃO 1. Em sua reflexão, Rubem Alves considera (A) urgente pôr ordem em seu escritório.

(B) a bagunça necessária à criatividade.

(C) a ordem e a imaginação coisas compatíveis.

(D) essencial manter cada coisa em um lugar preciso.

(11)

QUESTÃO 1. Em sua reflexão, Rubem Alves considera (A) urgente pôr ordem em seu escritório.

(B) a bagunça necessária à criatividade.

(C) a ordem e a imaginação coisas compatíveis.

(D) essencial manter cada coisa em um lugar preciso.

QUESTÃO 2. Com base nas ideias desenvolvidas no texto, pode-se inferir que a relação existente entre as orações que compõem o título – “A ordem marcha. A imaginação dança” – é de

(A) contraste.

(B) proporção.

(C) convergência.

(D) complementação.

(12)

A ordem marcha. A imaginação dança.

Rubem Alves

Recebi um presente de uma mulher que desconheço. Veio embrulhado em papel bonito. Abri. Era um quadrinho bordado a ponto de cruz. Está pendurado à minha frente. Nele está escrito: “Deus abençoe esta bagunça”.

Não sei como ela adivinhou pois ela não me conhecia e nunca havia entrado no meu escritório. Mas o fato é que ela adivinhou que as coisas que eu escrevia nasciam de uma grande bagunça.

Faz tempo publiquei dois livros com o nome de "Quarto de Badulaques". Quartos de badulaques eram quartos de bagunça, onde as coisas eram colocadas sem nenhuma ordem. Nos quartos de badulaques a imaginação voa solta. Eles eram a delícia das crianças. Quartos arrumados amarram a imaginação. Cada coisa em seu lugar...

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A ordem marcha. A imaginação dança.

Rubem Alves

Recebi um presente de uma mulher que desconheço. Veio embrulhado em papel bonito. Abri. Era um quadrinho bordado a ponto de cruz. Está pendurado à minha frente. Nele está escrito: “Deus abençoe esta bagunça”.

Não sei como ela adivinhou pois ela não me conhecia e nunca havia entrado no meu escritório. Mas o fato é que ela adivinhou que as coisas que eu escrevia nasciam de uma grande bagunça.

Faz tempo publiquei dois livros com o nome de "Quarto de Badulaques". Quartos de badulaques eram quartos de bagunça, onde as coisas eram colocadas sem nenhuma ordem. Nos quartos de badulaques a imaginação voa solta. Eles eram a delícia das crianças. Quartos arrumados amarram a imaginação. Cada coisa em seu lugar...

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(14)

QUESTÃO 1. Em sua reflexão, Rubem Alves considera (A) urgente pôr ordem em seu escritório.

(B) a bagunça necessária à criatividade.

(C) a ordem e a imaginação coisas compatíveis.

(D) essencial manter cada coisa em um lugar preciso.

QUESTÃO 2. Com base nas ideias desenvolvidas no texto, pode-se inferir que a relação existente entre as orações que compõem o título – “A ordem marcha. A imaginação dança” – é de

(A) contraste.

(B) proporção.

(C) convergência.

(D) complementação.

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QUESTÃO 1. Em sua reflexão, Rubem Alves considera (A) urgente pôr ordem em seu escritório.

(B) a bagunça necessária à criatividade.

(C) a ordem e a imaginação coisas compatíveis.

(D) essencial manter cada coisa em um lugar preciso.

QUESTÃO 2. Com base nas ideias desenvolvidas no texto, pode-se inferir que a relação existente entre as orações que compõem o título – “A ordem marcha. A imaginação dança” – é de

(A) contraste.

(B) proporção.

(C) convergência.

(D) complementação.

(16)

QUESTÃO 3. A pesquisa do neurologista Kurt Goldstein pode levar à conclusão de que

(A) a compulsão pela ordem só ocorre após lesões cerebrais.

(B) as lesões no cérebro raramente provocam alterações de comportamento.

(C) o cérebro sadio, não lesado, tem a capacidade de imprimir ordem na desordem.

(D) o ser humano precisa de uma ordem material, concreta, para organizar o mundo a seu redor.

(17)

Kurt Goldstein (1942), neurologista, fez um estudo sobre os efeitos das lesões no cérebro de feridos de guerra. Os efeitos variavam segundo a parte do cérebro que havia sido lesada. E ele observou que, quando uma certa parte do cérebro era lesada o ferido apresentava uma curiosa alteração de comportamento:

ele se tornava meticulosamente ordeiro, obsessivo em relação à posição dos objetos no seu ambiente. Nas entrevistas ele passava o tempo todo compulsivamente organizando os objetos que se encontravam sobre a mesa, que o entrevistador, de propósito, insistia em desarrumar. Esse fenômeno levou Goldstein à conclusão de que, antes do ferimento, quando o cérebro estava inteiro, de posse de todas as suas funções, o ferido não precisava de uma ordem material, concreta, para organizar seu mundo. O cérebro convivia bem com a desordem, percebia ordem na desordem. Mas quando o cérebro era lesado e suas funções normais prejudicadas, o cérebro necessitava de uma “bengala” em que apoiar o seu comportamento.

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Kurt Goldstein (1942), neurologista, fez um estudo sobre os efeitos das lesões no cérebro de feridos de guerra. Os efeitos variavam segundo a parte do cérebro que havia sido lesada. E ele observou que, quando uma certa parte do cérebro era lesada o ferido apresentava uma curiosa alteração de comportamento:

ele se tornava meticulosamente ordeiro, obsessivo em relação à posição dos objetos no seu ambiente. Nas entrevistas ele passava o tempo todo compulsivamente organizando os objetos que se encontravam sobre a mesa, que o entrevistador, de propósito, insistia em desarrumar. Esse fenômeno levou Goldstein à conclusão de que, antes do ferimento, quando o cérebro estava inteiro, de posse de todas as suas funções, o ferido não precisava de uma ordem material, concreta, para organizar seu mundo. O cérebro convivia bem com a desordem, percebia ordem na desordem. Mas quando o cérebro era lesado e suas funções normais prejudicadas, o cérebro necessitava de uma “bengala” em que apoiar o seu comportamento.

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QUESTÃO 3. A pesquisa do neurologista Kurt Goldstein pode levar à conclusão de que

(A) a compulsão pela ordem só ocorre após lesões cerebrais.

(B) as lesões no cérebro raramente provocam alterações de comportamento.

(C) o cérebro sadio, não lesado, tem a capacidade de imprimir ordem na desordem.

(D) o ser humano precisa de uma ordem material, concreta, para organizar o mundo a seu redor.

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QUESTÃO 3. A pesquisa do neurologista Kurt Goldstein pode levar à conclusão de que

(A) a compulsão pela ordem só ocorre após lesões cerebrais.

(B) as lesões no cérebro raramente provocam alterações de comportamento.

(C) o cérebro sadio, não lesado, tem a capacidade de imprimir ordem na desordem.

(D) o ser humano precisa de uma ordem material, concreta, para organizar o mundo a seu redor.

(21)

QUESTÃO 4.

No final do texto, o autor recorre à imagem do quebra- cabeças para

(A) destacar a importância das atividades lúdicas.

(B) demonstrar que todo pensamento implica ordem.

(C) ilustrar a ideia de que a ordem cristaliza o pensamento.

(D) sugerir que se deve colar o quebra-

cabeças uma vez armado.

(22)

Esse experimento de Goldstein sugere que a “bagunça” não significa indisciplina. Significa, possivelmente, que o bagunceiro põe uma ordem virtual na bagunça real.

A delícia de um quebra-cabeças está precisamente na “bagunça” das peças. Quando o trabalho termina e todas as peças estão colocadas em ordem o “brinquedo” acaba e a inteligência se assenta na poltrona... É isso que acontece com aquelas pessoas que colam o quebra-cabeças depois de armado. Ele nunca mais será brinquedo. Nunca mais fará pensar.

Hegel escreveu, no prefácio à "Fenomenologia de Espírito", que o triunfo da razão é uma orgia bacanal na qual nem um dos participantes está sóbrio. Assim abençoo a minha bagunça...

Disponível em: <http://correio.rac.com.br/_conteudo/2013/06/colunistas/rubem_alves/

75397-uma-orgia-bacanal.html>Acesso em: 7 jan. 2016.

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Esse experimento de Goldstein sugere que a “bagunça” não significa indisciplina. Significa, possivelmente, que o bagunceiro põe uma ordem virtual na bagunça real.

A delícia de um quebra-cabeças está precisamente na “bagunça” das peças. Quando o trabalho termina e todas as peças estão colocadas em ordem o “brinquedo” acaba e a inteligência se assenta na poltrona... É isso que acontece com aquelas pessoas que colam o quebra-cabeças depois de armado. Ele nunca mais será brinquedo. Nunca mais fará pensar.

Hegel escreveu, no prefácio à "Fenomenologia de Espírito", que o triunfo da razão é uma orgia bacanal na qual nem um dos participantes está sóbrio. Assim abençoo a minha bagunça...

Disponível em: <http://correio.rac.com.br/_conteudo/2013/06/colunistas/rubem_alves/

75397-uma-orgia-bacanal.html>Acesso em: 7 jan. 2016.

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(24)

QUESTÃO 4.

No final do texto, o autor recorre à imagem do quebra- cabeças para

(A) destacar a importância das atividades lúdicas.

(B) demonstrar que todo pensamento implica ordem.

(C) ilustrar a ideia de que a ordem cristaliza o pensamento.

(D) sugerir que se deve colar o quebra-

cabeças uma vez armado.

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QUESTÃO 4.

No final do texto, o autor recorre à imagem do quebra- cabeças para

(A) destacar a importância das atividades lúdicas.

(B) demonstrar que todo pensamento implica ordem.

(C) ilustrar a ideia de que a ordem cristaliza o pensamento.

(D) sugerir que se deve colar o quebra-

cabeças uma vez armado.

(26)
(27)

Coragem

“A pior coisa do mundo é a pessoa não ter coragem na vida”. Pincei essa frase do relato de uma moça chamada Florescelia, nascida no Ceará e que passou (e vem passando) poucas e boas: a morte da mãe quando tinha dois anos, uma madrasta cruel, uma gravidez prematura, a perda do único homem que amou, uma vida sem porto fixo, sem emprego fixo, mas com sonhos diversos, que lhe servem de sustentação.

Ela segue em frente porque tem o combustível que necessitamos para trilhar o longo caminho desde o nascimento até a morte. Coragem.

Quando eu era pequena, achava que coragem era o sentimento que

designava o ímpeto de fazer coisas perigosas, e por perigoso eu entendia,

por exemplo, andar de tobogã, aquela rampa alta e ondulada em que a

gente descia sentada sobre um saco de algodão ou coisa parecida.

1

(28)

Por volta dos nove anos, decidi descer o tobogã, mas na hora H, amarelei. Faltou coragem. Assim como faltou também no dia em que meus pais resolveram ir até a Ilha dos Lobos, em Torres, num barco de pescador. No momento de subir no barco, desisti. Foram meu pai, minha mãe, meu irmão, e eu retornei sozinha, caminhando pela praia, até a casa da vó.

Muita coragem me faltou na infância: até para colar durante as provas eu ficava nervosa. Mentir para pai e mãe, nem pensar. Ir de bicicleta até ruas muito distantes de casa, não me atrevia. Travada desse jeito, desconfiava que meu futuro seria bem diferente do das minhas amigas.

2

(29)

Até que cresci e segui medrosa para andar de helicóptero, escalar vulcões, descer corredeiras d’água. No entanto, aos poucos fui descobrindo que mais importante do que ter coragem para aventuras de fim de semana, era ter coragem para aventuras mais definitivas, como a de mudar o rumo da minha vida se preciso fosse. Enfrentar helicópteros, vulcões, corredeiras e tobogãs exige apenas que tenhamos um bom relacionamento com a adrenalina.

Coragem, mesmo, é preciso para terminar um relacionamento, trocar de profissão, abandonar um país que não atende nossos anseios, dizer não para propostas lucrativas porém vampirescas, optar por um caminho diferente do da boiada, confiar mais na intuição do que em estatísticas, arriscar-se a decepções para conhecer o que existe do outro lado da vida convencional. E, principalmente, coragem para enfrentar a própria solidão e descobrir o quanto

ela fortalece o ser humano. 3

(30)

Não subi no barco quando criança – e não gosto de barcos até hoje. Vi minha família sair em expedição pelo mar e voltei sozinha pela praia, uma criança ainda, caminhando em meio ao povo, acreditando que era medrosa. Mas o que parecia medo era a coragem me dando as boas-vindas, me acompanhando naquele recuo solitário, quando aprendi que toda escolha requer ousadia.

MEDEIROS, Marta. A graça das coisas. Porto Alegre - RS: L&PM, 2014, p. 90-91.

4

(31)

QUESTÃO 1. Quanto ao gênero e ao tipo textual, o texto de Martha Medeiros pode ser classificado como um(a) (A) debate sobre a importância da coragem.

(B) tese sobre a relação entre coragem e aventura.

(C) artigo de natureza informativa sobre coragem e ousadia.

(D) crônica em que os fatos relatados servem a uma argumentação.

(32)

QUESTÃO 1. Quanto ao gênero e ao tipo textual, o texto de Martha Medeiros pode ser classificado como um(a) (A) debate sobre a importância da coragem.

(B) tese sobre a relação entre coragem e aventura.

(C) artigo de natureza informativa sobre coragem e ousadia.

(D) crônica em que os fatos relatados servem a uma argumentação.

QUESTÃO 2. O enunciado que melhor resume o pensamento da autora do

texto é: (A) Quem tem coragem aventura-se.

(B) Para viver, é preciso ter a coragem de tomar decisões.

(C) Ter coragem implica ter ímpeto para enfrentar situações de perigo.

(D) Quem tem coragem tem um bom relacionamento com a adrenalina.

(33)

Até que cresci e segui medrosa para andar de helicóptero, escalar vulcões, descer corredeiras d’água. No entanto, aos poucos fui descobrindo que mais importante do que ter coragem para aventuras de fim de semana, era ter coragem para aventuras mais definitivas, como a de mudar o rumo da minha vida se preciso fosse. Enfrentar helicópteros, vulcões, corredeiras e tobogãs exige apenas que tenhamos um bom relacionamento com a adrenalina.

Coragem, mesmo, é preciso para terminar um relacionamento, trocar de profissão, abandonar um país que não atende nossos anseios, dizer não para propostas lucrativas porém vampirescas, optar por um caminho diferente do da boiada, confiar mais na intuição do que em estatísticas, arriscar-se a decepções para conhecer o que existe do outro lado da vida convencional. E, principalmente, coragem para enfrentar a própria solidão e descobrir o quanto

ela fortalece o ser humano. 3

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Até que cresci e segui medrosa para andar de helicóptero, escalar vulcões, descer corredeiras d’água. No entanto, aos poucos fui descobrindo que mais importante do que ter coragem para aventuras de fim de semana, era ter coragem para aventuras mais definitivas, como a de mudar o rumo da minha vida se preciso fosse. Enfrentar helicópteros, vulcões, corredeiras e tobogãs exige apenas que tenhamos um bom relacionamento com a adrenalina.

Coragem, mesmo, é preciso para terminar um relacionamento, trocar de profissão, abandonar um país que não atende nossos anseios, dizer não para propostas lucrativas porém vampirescas, optar por um caminho diferente do da boiada, confiar mais na intuição do que em estatísticas, arriscar-se a decepções para conhecer o que existe do outro lado da vida convencional. E, principalmente, coragem para enfrentar a própria solidão e descobrir o quanto

ela fortalece o ser humano. 3

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Não subi no barco quando criança – e não gosto de barcos até hoje. Vi minha família sair em expedição pelo mar e voltei sozinha pela praia, uma criança ainda, caminhando em meio ao povo, acreditando que era medrosa. Mas o que parecia medo era a coragem me dando as boas-vindas, me acompanhando naquele recuo solitário, quando aprendi que toda escolha requer ousadia.

MEDEIROS, Marta. A graça das coisas. Porto Alegre - RS: L&PM, 2014, p. 90-91.

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Não subi no barco quando criança – e não gosto de barcos até hoje. Vi minha família sair em expedição pelo mar e voltei sozinha pela praia, uma criança ainda, caminhando em meio ao povo, acreditando que era medrosa. Mas o que parecia medo era a coragem me dando as boas-vindas, me acompanhando naquele recuo solitário, quando aprendi que toda escolha requer ousadia.

MEDEIROS, Marta. A graça das coisas. Porto Alegre - RS: L&PM, 2014, p. 90-91.

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QUESTÃO 1. Quanto ao gênero e ao tipo textual, o texto de Martha Medeiros pode ser classificado como um(a) (A) debate sobre a importância da coragem.

(B) tese sobre a relação entre coragem e aventura.

(C) artigo de natureza informativa sobre coragem e ousadia.

(D) crônica em que os fatos relatados servem a uma argumentação.

QUESTÃO 2. O enunciado que melhor resume o pensamento da autora do

texto é: (A) Quem tem coragem aventura-se.

(B) Para viver, é preciso ter a coragem de tomar decisões.

(C) Ter coragem implica ter ímpeto para enfrentar situações de perigo.

(D) Quem tem coragem tem um bom relacionamento com a adrenalina.

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QUESTÃO 1. Quanto ao gênero e ao tipo textual, o texto de Martha Medeiros pode ser classificado como um(a) (A) debate sobre a importância da coragem.

(B) tese sobre a relação entre coragem e aventura.

(C) artigo de natureza informativa sobre coragem e ousadia.

(D) crônica em que os fatos relatados servem a uma argumentação.

QUESTÃO 2. O enunciado que melhor resume o pensamento da autora do

texto é: (A) Quem tem coragem aventura-se.

(B) Para viver, é preciso ter a coragem de tomar decisões.

(C) Ter coragem implica ter ímpeto para enfrentar situações de perigo.

(D) Quem tem coragem tem um bom relacionamento com a adrenalina.

(39)

QUESTÃO 3. Avalie as assertivas abaixo quanto aos elementos de coesão.

I. Em “um caminho diferente do da boiada”, o pronome presente na contração

“do” retoma a palavra “caminho”.

(40)

Até que cresci e segui medrosa para andar de helicóptero, escalar vulcões, descer corredeiras d’água. No entanto, aos poucos fui descobrindo que mais importante do que ter coragem para aventuras de fim de semana, era ter coragem para aventuras mais definitivas, como a de mudar o rumo da minha vida se preciso fosse. Enfrentar helicópteros, vulcões, corredeiras e tobogãs exige apenas que tenhamos um bom relacionamento com a adrenalina.

Coragem, mesmo, é preciso para terminar um relacionamento, trocar de profissão, abandonar um país que não atende nossos anseios, dizer não para propostas lucrativas porém vampirescas, optar por um caminho diferente do da boiada, confiar mais na intuição do que em estatísticas, arriscar-se a decepções para conhecer o que existe do outro lado da vida convencional. E, principalmente, coragem para enfrentar a própria solidão e descobrir o quanto

ela fortalece o ser humano. 3

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Até que cresci e segui medrosa para andar de helicóptero, escalar vulcões, descer corredeiras d’água. No entanto, aos poucos fui descobrindo que mais importante do que ter coragem para aventuras de fim de semana, era ter coragem para aventuras mais definitivas, como a de mudar o rumo da minha vida se preciso fosse. Enfrentar helicópteros, vulcões, corredeiras e tobogãs exige apenas que tenhamos um bom relacionamento com a adrenalina.

Coragem, mesmo, é preciso para terminar um relacionamento, trocar de profissão, abandonar um país que não atende nossos anseios, dizer não para propostas lucrativas porém vampirescas, optar por um caminho diferente do da boiada, confiar mais na intuição do que em estatísticas, arriscar-se a decepções para conhecer o que existe do outro lado da vida convencional. E, principalmente, coragem para enfrentar a própria solidão e descobrir o quanto

ela fortalece o ser humano. 3

(42)

QUESTÃO 3. Avalie as assertivas abaixo quanto aos elementos de coesão.

I. Em “um caminho diferente do da boiada”, o pronome presente na contração

“do” retoma a palavra “caminho”.

(43)

QUESTÃO 3. Avalie as assertivas abaixo quanto aos elementos de coesão.

I. Em “um caminho diferente do da boiada”, o pronome presente na contração

“do” retoma a palavra “caminho”.

II. A retomada não ocorre por meio de processo de pronominalização em “como a de mudar o rumo da minha vida se preciso fosse”.

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Até que cresci e segui medrosa para andar de helicóptero, escalar vulcões, descer corredeiras d’água. No entanto, aos poucos fui descobrindo que mais importante do que ter coragem para aventuras de fim de semana, era ter coragem para aventuras mais definitivas, como a de mudar o rumo da minha vida se preciso fosse. Enfrentar helicópteros, vulcões, corredeiras e tobogãs exige apenas que tenhamos um bom relacionamento com a adrenalina.

Coragem, mesmo, é preciso para terminar um relacionamento, trocar de profissão, abandonar um país que não atende nossos anseios, dizer não para propostas lucrativas porém vampirescas, optar por um caminho diferente do da boiada, confiar mais na intuição do que em estatísticas, arriscar-se a decepções para conhecer o que existe do outro lado da vida convencional. E, principalmente, coragem para enfrentar a própria solidão e descobrir o quanto

ela fortalece o ser humano. 3

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Até que cresci e segui medrosa para andar de helicóptero, escalar vulcões, descer corredeiras d’água. No entanto, aos poucos fui descobrindo que mais importante do que ter coragem para aventuras de fim de semana, era ter coragem para aventuras mais definitivas, como a de mudar o rumo da minha vida se preciso fosse. Enfrentar helicópteros, vulcões, corredeiras e tobogãs exige apenas que tenhamos um bom relacionamento com a adrenalina.

Coragem, mesmo, é preciso para terminar um relacionamento, trocar de profissão, abandonar um país que não atende nossos anseios, dizer não para propostas lucrativas porém vampirescas, optar por um caminho diferente do da boiada, confiar mais na intuição do que em estatísticas, arriscar-se a decepções para conhecer o que existe do outro lado da vida convencional. E, principalmente, coragem para enfrentar a própria solidão e descobrir o quanto

ela fortalece o ser humano. 3

(46)

QUESTÃO 3. Avalie as assertivas abaixo quanto aos elementos de coesão.

I. Em “um caminho diferente do da boiada”, o pronome presente na contração

“do” retoma a palavra “caminho”.

II. A retomada não ocorre por meio de processo de pronominalização em “como a de mudar o rumo da minha vida se preciso fosse”.

(47)

QUESTÃO 3. Avalie as assertivas abaixo quanto aos elementos de coesão.

I. Em “um caminho diferente do da boiada”, o pronome presente na contração

“do” retoma a palavra “caminho”.

II. A retomada não ocorre por meio de processo de pronominalização em “como a de mudar o rumo da minha vida se preciso fosse”.

III. O pronome “lhe” refere-se a “homem que amou”, termo que lhe dá sentido e que esse pronome substitui na oração adjetiva.

(48)

Coragem

“A pior coisa do mundo é a pessoa não ter coragem na vida”. Pincei essa frase do relato de uma moça chamada Florescelia, nascida no Ceará e que passou (e vem passando) poucas e boas: a morte da mãe quando tinha dois anos, uma madrasta cruel, uma gravidez prematura, a perda do único homem que amou, uma vida sem porto fixo, sem emprego fixo, mas com sonhos diversos, que lhe servem de sustentação.

Ela segue em frente porque tem o combustível que necessitamos para trilhar o longo caminho desde o nascimento até a morte. Coragem.

Quando eu era pequena, achava que coragem era o sentimento que

designava o ímpeto de fazer coisas perigosas, e por perigoso eu entendia,

por exemplo, andar de tobogã, aquela rampa alta e ondulada em que a

gente descia sentada sobre um saco de algodão ou coisa parecida.

1

(49)

Coragem

“A pior coisa do mundo é a pessoa não ter coragem na vida”. Pincei essa frase do relato de uma moça chamada Florescelia, nascida no Ceará e que passou (e vem passando) poucas e boas: a morte da mãe quando tinha dois anos, uma madrasta cruel, uma gravidez prematura, a perda do único

homem que amou, uma vida sem porto fixo, sem emprego fixo, mas com

sonhos diversos, que

lhe

servem de sustentação.

Ela segue em frente porque tem o combustível que necessitamos para trilhar o longo caminho desde o nascimento até a morte. Coragem.

Quando eu era pequena, achava que coragem era o sentimento que

designava o ímpeto de fazer coisas perigosas, e por perigoso eu entendia,

por exemplo, andar de tobogã, aquela rampa alta e ondulada em que a

gente descia sentada sobre um saco de algodão ou coisa parecida.

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(50)

QUESTÃO 3. Avalie as assertivas abaixo quanto aos elementos de coesão.

I. Em “um caminho diferente do da boiada”, o pronome presente na contração

“do” retoma a palavra “caminho”.

II. A retomada não ocorre por meio de processo de pronominalização em “como a de mudar o rumo da minha vida se preciso fosse”.

III. O pronome “lhe” refere-se a “homem que amou”, termo que lhe dá sentido e que esse pronome substitui na oração adjetiva.

(51)

QUESTÃO 3. Avalie as assertivas abaixo quanto aos elementos de coesão.

I. Em “um caminho diferente do da boiada”, o pronome presente na contração

“do” retoma a palavra “caminho”.

II. A retomada não ocorre por meio de processo de pronominalização em “como a de mudar o rumo da minha vida se preciso fosse”.

III. O pronome “lhe” refere-se a “homem que amou”, termo que lhe dá sentido e que esse pronome substitui na oração adjetiva.

IV. Em “abandonar um país que não atende nossos anseios”, o pronome “que” tem a função de recuperar um elemento já introduzido no texto.

(52)

Até que cresci e segui medrosa para andar de helicóptero, escalar vulcões, descer corredeiras d’água. No entanto, aos poucos fui descobrindo que mais importante do que ter coragem para aventuras de fim de semana, era ter coragem para aventuras mais definitivas, como a de mudar o rumo da minha vida se preciso fosse. Enfrentar helicópteros, vulcões, corredeiras e tobogãs exige apenas que tenhamos um bom relacionamento com a adrenalina.

Coragem, mesmo, é preciso para terminar um relacionamento, trocar de profissão, abandonar um país que não atende nossos anseios, dizer não para propostas lucrativas porém vampirescas, optar por um caminho diferente do da boiada, confiar mais na intuição do que em estatísticas, arriscar-se a decepções para conhecer o que existe do outro lado da vida convencional. E, principalmente, coragem para enfrentar a própria solidão e descobrir o quanto

ela fortalece o ser humano. 3

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Até que cresci e segui medrosa para andar de helicóptero, escalar vulcões, descer corredeiras d’água. No entanto, aos poucos fui descobrindo que mais importante do que ter coragem para aventuras de fim de semana, era ter coragem para aventuras mais definitivas, como a de mudar o rumo da minha vida se preciso fosse. Enfrentar helicópteros, vulcões, corredeiras e tobogãs exige apenas que tenhamos um bom relacionamento com a adrenalina.

Coragem, mesmo, é preciso para terminar um relacionamento, trocar de profissão, abandonar um país que não atende nossos anseios, dizer não para propostas lucrativas porém vampirescas, optar por um caminho diferente do da boiada, confiar mais na intuição do que em estatísticas, arriscar-se a decepções para conhecer o que existe do outro lado da vida convencional. E, principalmente, coragem para enfrentar a própria solidão e descobrir o quanto

ela fortalece o ser humano. 3

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QUESTÃO 3. Avalie as assertivas abaixo quanto aos elementos de coesão.

I. Em “um caminho diferente do da boiada”, o pronome presente na contração

“do” retoma a palavra “caminho”.

II. A retomada não ocorre por meio de processo de pronominalização em “como a de mudar o rumo da minha vida se preciso fosse”.

III. O pronome “lhe” refere-se a “homem que amou”, termo que lhe dá sentido e que esse pronome substitui na oração adjetiva.

IV. Em “abandonar um país que não atende nossos anseios”, o pronome “que” tem a função de recuperar um elemento já introduzido no texto.

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QUESTÃO 3. Avalie as assertivas abaixo quanto aos elementos de coesão.

I. Em “um caminho diferente do da boiada”, o pronome presente na contração

“do” retoma a palavra “caminho”.

II. A retomada não ocorre por meio de processo de pronominalização em “como a de mudar o rumo da minha vida se preciso fosse”.

III. O pronome “lhe” refere-se a “homem que amou”, termo que lhe dá sentido e que esse pronome substitui na oração adjetiva.

IV. Em “abandonar um país que não atende nossos anseios”, o pronome “que” tem a função de recuperar um elemento já introduzido no texto.

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QUESTÃO 3. Avalie as assertivas abaixo quanto aos elementos de coesão.

I. Em “um caminho diferente do da boiada”, o pronome presente na contração

“do” retoma a palavra “caminho”.

II. A retomada não ocorre por meio de processo de pronominalização em “como a de mudar o rumo da minha vida se preciso fosse”.

III. O pronome “lhe” refere-se a “homem que amou”, termo que lhe dá sentido e que esse pronome substitui na oração adjetiva.

Está correto o que se afirma em (A) I e IV.

(B) II e III.

IV. Em “abandonar um país que não atende nossos anseios”, o pronome “que” tem a função de recuperar um elemento já introduzido no texto.

(C) III e IV.

(D) I, II e IV.

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QUESTÃO 3. Avalie as assertivas abaixo quanto aos elementos de coesão.

I. Em “um caminho diferente do da boiada”, o pronome presente na contração

“do” retoma a palavra “caminho”.

II. A retomada não ocorre por meio de processo de pronominalização em “como a de mudar o rumo da minha vida se preciso fosse”.

III. O pronome “lhe” refere-se a “homem que amou”, termo que lhe dá sentido e que esse pronome substitui na oração adjetiva.

Está correto o que se afirma em (A) I e IV.

(B) II e III.

IV. Em “abandonar um país que não atende nossos anseios”, o pronome “que” tem a função de recuperar um elemento já introduzido no texto.

(C) III e IV.

(D) I, II e IV.

(58)

QUESTÃO 4. Em relação aos aspectos semânticos, é incorreto o que se afirma em:

(A) A palavra “combustível” é usada com sentido conotativo.

(59)

Coragem

“A pior coisa do mundo é a pessoa não ter coragem na vida”. Pincei essa frase do relato de uma moça chamada Florescelia, nascida no Ceará e que passou (e vem passando) poucas e boas: a morte da mãe quando tinha dois anos, uma madrasta cruel, uma gravidez prematura, a perda do único homem que amou, uma vida sem porto fixo, sem emprego fixo, mas com sonhos diversos, que lhe servem de sustentação.

Ela segue em frente porque tem o combustível que necessitamos para trilhar o longo caminho desde o nascimento até a morte. Coragem.

Quando eu era pequena, achava que coragem era o sentimento que

designava o ímpeto de fazer coisas perigosas, e por perigoso eu entendia,

por exemplo, andar de tobogã, aquela rampa alta e ondulada em que a

gente descia sentada sobre um saco de algodão ou coisa parecida.

1

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Coragem

“A pior coisa do mundo é a pessoa não ter coragem na vida”. Pincei essa frase do relato de uma moça chamada Florescelia, nascida no Ceará e que passou (e vem passando) poucas e boas: a morte da mãe quando tinha dois anos, uma madrasta cruel, uma gravidez prematura, a perda do único homem que amou, uma vida sem porto fixo, sem emprego fixo, mas com sonhos diversos, que lhe servem de sustentação.

Ela segue em frente porque tem o

combustível

que necessitamos para trilhar o longo caminho desde o nascimento até a morte. Coragem.

Quando eu era pequena, achava que coragem era o sentimento que

designava o ímpeto de fazer coisas perigosas, e por perigoso eu entendia,

por exemplo, andar de tobogã, aquela rampa alta e ondulada em que a

gente descia sentada sobre um saco de algodão ou coisa parecida.

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(61)

QUESTÃO 4. Em relação aos aspectos semânticos, é incorreto o que se afirma em:

(A) A palavra “combustível” é usada com sentido conotativo.

(62)

QUESTÃO 4. Em relação aos aspectos semânticos, é incorreto o que se afirma em:

(A) A palavra “combustível” é usada com sentido conotativo.

(B) O adjetivo “travada” significa “que se exprime com dificuldade”.

(63)

Por volta dos nove anos, decidi descer o tobogã, mas na hora H, amarelei. Faltou coragem. Assim como faltou também no dia em que meus pais resolveram ir até a Ilha dos Lobos, em Torres, num barco de pescador. No momento de subir no barco, desisti. Foram meu pai, minha mãe, meu irmão, e eu retornei sozinha, caminhando pela praia, até a casa da vó.

Muita coragem me faltou na infância: até para colar durante as provas eu ficava nervosa. Mentir para pai e mãe, nem pensar. Ir de bicicleta até ruas muito distantes de casa, não me atrevia. Travada desse jeito, desconfiava que meu futuro seria bem diferente do das minhas amigas.

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Por volta dos nove anos, decidi descer o tobogã, mas na hora H, amarelei. Faltou coragem. Assim como faltou também no dia em que meus pais resolveram ir até a Ilha dos Lobos, em Torres, num barco de pescador. No momento de subir no barco, desisti. Foram meu pai, minha mãe, meu irmão, e eu retornei sozinha, caminhando pela praia, até a casa da vó.

Muita coragem me faltou na infância: até para colar durante as provas eu ficava nervosa. Mentir para pai e mãe, nem pensar. Ir de bicicleta até ruas muito distantes de casa, não me atrevia. Travada desse jeito, desconfiava que meu futuro seria bem diferente do das minhas amigas.

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QUESTÃO 4. Em relação aos aspectos semânticos, é incorreto o que se afirma em:

(A) A palavra “combustível” é usada com sentido conotativo.

(B) O adjetivo “travada” significa “que se exprime com dificuldade”.

(66)

QUESTÃO 4. Em relação aos aspectos semânticos, é incorreto o que se afirma em:

(A) A palavra “combustível” é usada com sentido conotativo.

(B) O adjetivo “travada” significa “que se exprime com dificuldade”.

(C) Há homonímia em “naquele recuo

solitário” e “recuo por ter coragem”.

(67)

Não subi no barco quando criança – e não gosto de barcos até hoje. Vi minha família sair em expedição pelo mar e voltei sozinha pela praia, uma criança ainda, caminhando em meio ao povo, acreditando que era medrosa. Mas o que parecia medo era a coragem me dando as boas-vindas, me acompanhando naquele recuo solitário, quando aprendi que toda escolha requer ousadia.

MEDEIROS, Marta. A graça das coisas. Porto Alegre - RS: L&PM, 2014, p. 90-91.

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Não subi no barco quando criança – e não gosto de barcos até hoje. Vi minha família sair em expedição pelo mar e voltei sozinha pela praia, uma criança ainda, caminhando em meio ao povo, acreditando que era medrosa. Mas o que parecia medo era a coragem me dando as boas-vindas, me acompanhando naquele recuo solitário, quando aprendi que toda escolha requer ousadia.

MEDEIROS, Marta. A graça das coisas. Porto Alegre - RS: L&PM, 2014, p. 90-91.

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recuo por ter coragem

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QUESTÃO 4. Em relação aos aspectos semânticos, é incorreto o que se afirma em:

(A) A palavra “combustível” é usada com sentido conotativo.

(B) O adjetivo “travada” significa “que se exprime com dificuldade”.

(C) Há homonímia em “naquele recuo

solitário” e “recuo por ter coragem”.

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QUESTÃO 4. Em relação aos aspectos semânticos, é incorreto o que se afirma em:

(A) A palavra “combustível” é usada com sentido conotativo.

(B) O adjetivo “travada” significa “que se exprime com dificuldade”.

(C) Há homonímia em “naquele recuo solitário” e “recuo por ter coragem”.

(D) A expressão “passar poucas e boas”

tem o mesmo sentido de “passar privações

e dificuldades”.

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Coragem

“A pior coisa do mundo é a pessoa não ter coragem na vida”. Pincei essa frase do relato de uma moça chamada Florescelia, nascida no Ceará e que passou (e vem passando) poucas e boas: a morte da mãe quando tinha dois anos, uma madrasta cruel, uma gravidez prematura, a perda do único homem que amou, uma vida sem porto fixo, sem emprego fixo, mas com sonhos diversos, que lhe servem de sustentação.

Ela segue em frente porque tem o combustível que necessitamos para trilhar o longo caminho desde o nascimento até a morte. Coragem.

Quando eu era pequena, achava que coragem era o sentimento que

designava o ímpeto de fazer coisas perigosas, e por perigoso eu entendia,

por exemplo, andar de tobogã, aquela rampa alta e ondulada em que a

gente descia sentada sobre um saco de algodão ou coisa parecida.

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Coragem

“A pior coisa do mundo é a pessoa não ter coragem na vida”. Pincei essa frase do relato de uma moça chamada Florescelia, nascida no Ceará e que

passou

(e vem passando)

poucas e boas: a morte da mãe quando tinha

dois anos, uma madrasta cruel, uma gravidez prematura, a perda do único homem que amou, uma vida sem porto fixo, sem emprego fixo, mas com sonhos diversos, que lhe servem de sustentação.

Ela segue em frente porque tem o combustível que necessitamos para trilhar o longo caminho desde o nascimento até a morte. Coragem.

Quando eu era pequena, achava que coragem era o sentimento que

designava o ímpeto de fazer coisas perigosas, e por perigoso eu entendia,

por exemplo, andar de tobogã, aquela rampa alta e ondulada em que a

gente descia sentada sobre um saco de algodão ou coisa parecida.

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(73)

QUESTÃO 4. Em relação aos aspectos semânticos, é incorreto o que se afirma em:

(A) A palavra “combustível” é usada com sentido conotativo.

(B) O adjetivo “travada” significa “que se exprime com dificuldade”.

(C) Há homonímia em “naquele recuo solitário” e “recuo por ter coragem”.

(D) A expressão “passar poucas e boas”

tem o mesmo sentido de “passar privações

e dificuldades”.

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QUESTÃO 4. Em relação aos aspectos semânticos, é incorreto o que se afirma em:

(A) A palavra “combustível” é usada com sentido conotativo.

(B) O adjetivo “travada” significa “que se exprime com dificuldade”.

(C) Há homonímia em “naquele recuo solitário” e “recuo por ter coragem”.

(D) A expressão “passar poucas e boas”

tem o mesmo sentido de “passar privações

e dificuldades”.

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Referências

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Ou seja, esse primeiro sonho da paciente pode também ser conside- rado um sonho infantil, no qual a cena onírica repete as tantas situações de compulsão alimentar, antes vividas