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de Madeira e Mobiliário de Portugal, e também a sua filosofia. A AIMMP, Associação das Indústrias

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Vítor Poças

Presidente da Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal

Vítor Manuel Moreira Poças é licenciado em Administração e Gestão de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa. Nascido em Melres, Gondomar, em 1968, frequentou o ensino primário nas escolas locais e o ensino secundário nas Escolas Salesianas como aluno interno. Foi assessor da Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para o Departamento de Jogos, onde trabalhou entre 1993 e 1996. Neste mesmo ano, assumiu as funções de assessor do Presidente do Conselho de Administração Norte da CESPU, Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário, e, mais tarde, em 2002, passou a integrar a sua Direção como vogal, tendo permanecido no cargo até Janeiro de 2009, incluindo a administração de hospitais e clínicas privadas do Grupo CESPU durante seis anos. É sócio gerente de diversas empresas, designadamente da MADEIPOÇAS, Madeiras, L.da e da AFIM, Construções e Urbanizações, L.da, entre outras.

Ao longo da sua vida sempre ocupou cargos de direção em associações de utilidade pública e desportiva. É presidente da dire- ção da AIMMP, Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal desde Julho de 2011.

Neste âmbito, é vice-presidente da direção da CEI-BOIS, Confederação Europeia da Indústria de Madeira, vice-presidente da direção da EFIC, Confederação Europeia da Indústria de Mobiliário, vogal do Conselho de Administração do CFPIMM, Cen- tro de Formação Profissional das Indústrias de Madeira e Mobiliário, vice-presidente do Conselho Geral da CIP, Confederação Empresarial de Portugal, vice-presidente da dire- ção da CPCI, Confederação Por- tuguesa da Construção e do Imo- biliário, vice-presidente da direção da EMBAR, Associação Nacional para a Recuperação e Reciclagem de Embalagens e Resíduos de Madeira, vogal da direção da AIFF, Associação para a Competitivida- de da Indústria da Fileira Florestal e membro do Conselho Fiscal do CENTRO PINUS, Associação para a Valorização da Floresta de Pinho.

Descreva-nos o percurso da Associação das Indústrias de

Madeira e Mobiliário de Portugal, e também a sua filosofia.

A AIMMP, Associação das Indús- trias de Madeira e Mobiliário de Por- tugal, é uma associação patronal de direito privado, sem fins lucrativos e de utilidade pública, representati- va de empresas e instituições que operem no âmbito das indústrias de base florestal, exceto o papel, a celulose e a cortiça. Fundada como grémio, no Porto, em 12 de Junho de 1957, já próxima dos 60 anos de história, a AIMMP tem âmbito nacio- nal e pode manter relações de coo- peração com organizações técnicas e patronais, nacionais e de outros países, e, nos termos da lei, obter a filiação nessas organizações, como é o caso da CIP, da CPCI, da EM- BAR, da AIFF, do Centro Pinus, da APCER, da CEI-BOIS, da EFIC, da EPAL e da FEFPEB, entre outras.

A associação oferece às empresas associadas serviços destinados a apoiar e incentivar o respetivo desenvolvimento, de forma indivi- dual ou coletiva, e desempenhar quaisquer outras funções de inte- resse para os associados, como formação, ministrada diretamente ou através do CFPIMM, Centro de Formação Profissional das Indús-

trias da Madeira e Mobiliário, em parceria com o IEFP, ou o apoio às exportações e à internacionali- zação, através dos projetos INTER WOOD&FURNITURE E ASSO- CIATIVE DESIGN, de qualificação e certificação, como o SECTOR WOOD&FURNITURE E ECO WOOD&FURNITURE, da nego- ciação da contratação coletiva de trabalho, do acautelar das principais matérias primas como membro do Conselho Florestal Nacional, inter- venções públicas ou no European Social Dialogue, etc.

Fale-nos dos Associados e, se possível, do peso da respetiva faturação.

A AIMMP é, hoje, uma associação de fileira com uma longa e profí- cua história, representativa de um setor com aproximadamente 5000 empresas e cerca de 50 000 pos- tos de trabalho diretos, com uma distribuição regional essencial ao desenvolvimento rural, e com um nível de exportações que ronda os 2,3 mil milhões de euros anuais, isto é, acima dos 70% da sua produção, gerando um saldo positivo de apro- ximadamente 900 milhões de euros.

É uma das fileiras com maior valor

acrescentado bruto em Portugal.

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2009 2015

2300

1398

Indústria da madeira e mobiliário

Exportações

> Para melhor enquadramento, segundo dados do Banco de Por- tugal, este setor representa 58%

do número de empresas de base florestal em Portugal, ou seja, 1,1% das Sociedades Não Finan- ceiras (SNF), com 0,8% do volume de negócios e 1 ,5% do número de empregos das sociedades não fi- nanceiras deste país, 39% do total das indústrias de base florestal, in- cluindo a silvicultura. Nos últimos anos o crescimento do número de empresas ativas neste setor tem sido superior ao verificado para as SNF.

Mantemos uma grande proximi- dade na relação interpessoal com os empresários e seus familiares, trabalhadores da AIMMP e das empresas associadas, bem como representantes das organizações congéneres e outras organizações em que se encontra associada, tendo-se afirmado como a única associação empresarial transver- sal a toda a indústria da fileira da madeira e mobiliário em Portugal e, por isso, representa todo o setor

900

176

2009 2015

em organizações de grande relevo nacional e internacional, como é bom exemplo a Vice-Presidência da CEI-BOIS - Confederação Eu- ropeia da Indústria de Madeira.

Trata-se de uma indústria verde, amiga do ambiente e da susten- tabilidade. Utilizamos um recurso renovável, protetor das alterações climáticas e principal sequestrador de carbono.

Esta fileira abrange os seguintes elos:

• Abate: A extração de madeira, desde a floresta até à indústria.

• 1?- Transformação: preparação das matérias-primas, para utiliza- ção conforme o tipo de produção a que são destinadas;

• 2-?- Transformação: transforma- ção de valor acrescentado, em cima das matérias-primas. Inclui- -se aqui a produção de mobiliário;

• 3.a- Transformação: transforma- ção especializada e de alto valor acrescentado, como, por exemplo, o fabrico de móveis ou peças de- corativas artesanais.

Saldo balança comercial

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Empr

e

s

a

s (AForcrox-)

Tral:»aihaellcsres (Aprcsx-)

Vol.. Vendas (arsresx-)

Serraáïcs < 350 5 000 530

Paii~is z 15 2 000 400

Carpintaria > 2 000 12 000 645

11/1c,koiliãi. rico 2 500 31 000 1 800

TOTA L ap_ 5 000 50 000 3 375

>Quem pode pertencer à Asso- ciação?

Podem inscrever-se as pessoas, singulares ou coletivas, que exer- çam ou venham a exercer ativi- dades enquadradas nas cinco divisões setoriais definidas nos nossos estatutos: corte, abate, ser- ração e embalagens de madeira;

painéis e apainelados de madeira;

carpintarias e afins; mobiliário e afins; e a exportação, importação e distribuição de madeiras e deriva- dos.

É esta interdependência, com uni- dades a trabalhar em forte ligação, que nos permite ser vistos como um sistema único, uma fileira ou organização em "cluster".

Para além de sermos um dos sectores tradicionais mais fortes da indústria nacional, utilizamos maioritariamente matéria-prima de origem nacional, transformamos diversos tipos de produtos, muitos deles importantes para o nosso dia a dia, como é o caso das paletes para transporte de bens de con- sumo ou mobiliário. Portugal tem tradição de trabalhar a madeira desde a Idade Média, quando aprendeu a construir caravelas, que descobriram o Novo Mundo, e autênticas obras de arte em madeira nos nossos monumentos e cidades.

No mundo, os associados estão presentes em que países?

É no capítulo do comércio interna-

cional que este sector se destaca e encontra a sua visão e destino para o futuro. As indústrias de ma- deira e mobiliário cresceram mais de 900 milhões de euros de expor- tações entre 2009 e 2015, pas- sando de 1398 milhões de euros para 2300 milhões de euros. Mas ainda mais relevante é o aumento do seu saldo da balança comercial, que passou de 176 milhões de euros em 2009 para cerca de 900 milhões de euros em 2015. Um verdadeiro "case study" nacional.

Portugal viu, neste sector, as suas exportações aumentarem nos últimos 4 anos de forma susten- tável, consistente e geradoras de ganhos significativos nas relações com o exterior, porque as impor- tações não cresceram na mesma medida. Sem desprezar o contri- buto de todos para a recuperação económica e financeira de Portugal nos últimos anos, as indústrias portuguesas, designadamente as tradicionais, continuam a ser as grandes responsáveis pelo suces- so. A balança comercial tem vindo a melhorar de forma consistente, liderada, em absoluto, pelas indús- trias de base florestal, razão pela qual consideramos que este é o momento certo para dar atenção à floresta, sendo um dos poucos re- cursos naturais de Portugal e uma das maiores vantagens competi- tivas sustentadas de que podere- mos dispor.

Estamos felizes pelos resultados alcançados. Destaco ainda o equi- líbrio existente no saldo positivo da balança comercial entre os quatro sectores tradicionais que neces- sitam de ser reconhecidos pelo poder político e pela sociedade: a indústria da madeira e mobiliário, da pasta celulósica e papel, a têxtil e a do calçado.

Portugal só pode vender aquilo

que tem. Não poderemos continuar

a queimar mais de 100 000 ha

anuais de floresta e destruir toda

uma indústria recordista na ma-

nutenção de emprego nas indús-

trias de base florestal. É imoral e

incomportável exigir aos proprietá-

rios a limpeza de matas em locais

onde apenas o incêndio intencio-

nal (crime) poderá acontecer. É

muito mais económico apostar na

prevenção (torres de vigilância no

verão, limpeza de locais de ris-

co próximos das populações por

pessoas que recebem sem nada

fazerem, reforço de polícia e de

investigação, aplicação de penas,

disponibilidade de meios do exér-

cito para prevenção e combate) do

que gastar anualmente cerca de

150 milhões de euros em com-

bate. Além disso, a replantação

das áreas ardidas custaria cerca

de 120 milhões anuais, facto que

tem deixado a floresta à sorte da

regeneração natural, ao abandono

e à pobre teoria da eucaliptização

do país. >

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700 000 000 600 000 000 500 000 000 400 000 000 300 000 000 200 000 000 100 000 000

o

700 000 000 600 000 000 500 000 000 400 000 000 -- 300 000 000 -- 200 000 000 — 100 000 000 —

o

250 000 000

200 000 000

150 000 000

100 000 000

50 000 000

O

Espanha Reino França Marrocos Países Alemanha Outros

Unido Baixos

350 000 000 300 000 000 250 000 000 - 200 000 000 150 000 000 100 000 000 50 000 000

0 -'—

Espanha Uruguai França Alemanha EUA Outros EI 1 Vítor Poças

Como se pode visualizar no quadro seguinte, as exportações têm aumentado todos os anos, quer nos segmentos de madeira e obras de madeira, quer no mobiliário e colchoaria, com exceção do ano de 2015.

EXPORTAÇOES Madeira e Mobiliário

Taxa de crescimento

2009 1 398 162 777

7 2010 1 550 117 660

11%

2011 1 714 193 599

11%

2012 1 795 387 779

5%

7 2013 1 966 690 591

10%

2014 2 181 981 031

11%

2015 2 306 732 318

6%

Madeira e obras de madeira 480 567 089 532 292 131 611 295 489 617 808 153 682 643 527 709 798 579 668 871 219

Taxa de crescimento 11% 15% 1% 10% 4% -6%

Mobiliário e colchoaria 917 595 688 1 017 825 529 1 102 898 110 1 177 579 626 1 284 047 064 1 472 182 452 1 637 861 099

Taxa de crescimento 11% 8% 7% 9% 15% 11%

IMPORTAÇOES 2009

1 221 987 598

2010 1 347 599 132

10%

2011 1 344 578 901

0%

2012 1 097 103 951

-18%

2013 1 111 811 887

1%

2014 1 280 112 257

15%

2015 1 404 193 659

10%

Madeira e Mobiliário Taxa de crescimento

Madeira e obras de madeira 479 471 552 599 888 745 590 688 973 478 736 906 534 658 666 597 656 906 611 753 526

Taxa de crescimento 25% -2% -19% 12% 12% 2%

Mobiliário e colchoaria 742 516 046 747 710 387 753 889 928 618 367 045 577 153 221 682 455 351 792 440 133

Taxa de crescimento 1% 1% -18% -7% 18% 16%

Exportações de madeira e obras de madeira Importações de madeira e obras

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Exportamos para cerca de 140 países, sendo os principais destinos e origens a Espanha. Importamos de cerca de 90 países e as principais origens das importações, em 2015, constam do quadro seguinte: »-

Exportações vs Importações em 2015 (madeira e obras de madeira) 680 000 000

670 000 000 660 000 000 650 000 000 640 000 000 630 000 000 620 000 000 610 000 000 600 000 000 590 000 000 580 000 000

Exportações Importações

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e

C I 1

I

França Espanha Alemanha Angola Reino Unido Outros o —

500 000 000 450 000 000 400 000 000 350 000 000 300 000 000 250 000 000 200 000 000 150 000 000 100 000 000 50 000 000

o

350 000 000

300 000 000

250 000 000

200 000 000

150 000 000

100 000 000

50 000 000

Espanha Polónia França Alemanha Itália China Outros

> Entre 2009 e 2015, as exportações de mobiliário e colchoaria aumentaram 78%, e as importações apenas 7%.

Exportações de mobiliário e colchoaria Importações de mobiliário e colchoaria

1 800 000 000 1 600 000 000 1 400 000 000 1 200 000 000 - 1 000 000 000 800 000 000 600 000 000 400 000 000 200 000 000 I—

O

900 000 000 800 000 000 700 000 000 600 000 000 500 000 000 400 000 000 300 000 000 200 000 000 100 000 000

O

1

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Exportamos para cerca de 150 países e os principais destinos de exportação e origens das importações, em 2015, constam dos quadros seguintes: >

1 800 000 000 1 600 000 000 1 400 000 000 1 200 000 000 1 000 000 000 800 000 000 600 000 000 400 000 000 200 000 000

o

Exportações Importações

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»Qual a estratégia internacional desta Associação, e em que paí- ses pretendem vir a apostar?

No que diz respeito ao apoio à internacionalização, a AIMMP tem apostado, desde 2008, na promo- ção do sector através de projetos conjuntos, aos quais designamos por INTER WOOD&FURNITURE, geridos em parceria com a AICEP,

com o COMPETE no âmbito dos Sistemas de Incentivos a Ações Coletivas, designados por ASSO- CIATIVE DESIGN — THE BEST OF PORTUGAL, todos complementa- dos por outros projetos de capa- citação, certificação, inovação, desenvolvimento e design para que as empresas sejam mais com- petitivas nos mercados externos.

Estas ações têm como principais objetivos reforçar a notoriedade das empresas portuguesas da Fileira da Madeira e Mobiliário, de modo a facilitar as exportações, bem como promover Portugal enquanto país moderno, com um setor industrial que alia a tradi- ção e saber fazer à criatividade, qualidade, inovação e tecnologia avançada.

Estes projetos visam o apoio financeiro das empresas nas suas estratégias de internacio- nalização/ações de prospecção e promoção nos mercados mais relevantes, designadamente para presença em feiras e certames internacionais com exposição dos seus produtos, bem como todos os serviços de apoio à angaria- ção de compradores, estudos de mercado, catálogos, marketing e publicidade internacional, missões de negócios, "road shows" e visita de compradores, para além da

promoção das marcas e facilitação do contacto com potenciais com- pradores. Acreditamos no sucesso pela via da diversificação de mer- cados, e temos apostado no Reino Unido e em mercados emergentes, cumprindo com a sua obrigação de satisfazer a promoção de todos os sub-setores que representa.

Quando procuram investir no

apoio das Embaixadas? Como é o vosso relacionamento com essas representações?

Sempre que a AIMMP organiza uma participação das empresas portuguesas em qualquer país, é obrigatório contactar as Embaixa- das e a representação da AICEP.

O nosso relacionamento tem sido excelente e bem sucedido. A al- teração da estratégia de Portugal no que diz respeito ao enfoque na diplomacia económica e me- lhor relação entre as Embaixadas e as Delegações da AICEP foi, na nossa perspectiva, excelen- te e tem trazido bons resultados para o aumento das exportações.

Aproveito para agradecer a todos os Embaixadores e delegados da AICEP que nos têm acompanhado na organização das nossas parti- cipações, incluindo visita às feiras, apoio logístico e administrativo, prestação de informações comer- ciais e apoio direto às empresas que pretendem desenvolver rela- ções comerciais nesses países.

Muito obrigado.

Em pleno cenário de crise, como é que o Dr. Vitor está a encarar o futuro?

Bom, o setor tem dado provas de grande resiliência, inovação, criatividade e grande sentido de responsabilidade empresarial.

Com a quebra do consumo interno, as empresas foram à procura de novos mercados, com produtos adaptados à procura internacional, desenvolveram o seu design e ofereceram produtos de qualidade e projetos à medida. Não tem sido fácil, porque os apoios aos setores tradicionais continuam a ser escas- sos. Mas é uma grande satisfação informar alguns "políticos da treta"

de que este setor aumentou o seu saldo da balança comercial em 900 milhões de euros em 6 anos!

Os últimos meses estão a ser demasiado maus do ponto de vista macro-económico. Como sabe- mos, o investimento está a cair, o consumo interno aumentou com o aumento exagerado das impor- tações, assistimos a uma quebra no crescimento das exportações, quebra de confiança dos agentes económicos nacionais e internacio- nais, ligeiro aumento das taxas de juro, ligeiro aumento do desempre- go e perda de competitividade das nossas empresas nos mercados externos pela via do agravamento dos custos de produção, desig- nadamente dos custos com com- bustíveis, taxas e impostos. Anda toda a gente a "assobiar para o ar"... Este cenário era previsível, e alguns ainda não perceberam que se este panorama permanecer por muito tempo vamos ter novamente os mesmos problemas do passado recente.

A crise parece estar a passar ao lado? Qual o segredo?

Este sector contribuiu, de forma

líquida, para a recuperação econó-

mica e financeira deste país, que

não tem outro caminho que não

ganhar vantagem na balança de

transações correntes. O resto não

e dos projetos geridos em parceria mercado internacional, têm o

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• acrescenta riqueza. Aumentar o consumo público e privado pela vía das importações é aumentar a nossa desgraça. E aumentar o consumo público carregando nos impostos, nas taxas e nos custos de contexto sobre quem produz internamente e exporta, então já temos desgraça agravada! O nosso setor está a operar, neste momento, no limite da competiti- vidade internacional, com renta- bilidade reduzida. Se o governo teimar em dificultar a vida a quem exporta, as empresas não geram capacidade de autofinanciamento, os bancos não emprestam porque as empresas não apresentam re- sultados indicativos de bom rating, não se investe e a competitivida- de internacional vai-se perdendo todos os dias.

No que diz respeito ao mobiliário e colchoaria, Portugal é um exce- lente fornecedor de soluções de decoração interior. O mobiliário é 100% fabricado na UE, cumprindo todos os requisitos em matéria de políticas sociais e responsabilida- de social; temos uma vasta expe- riência e know-how, sobretudo em mobiliário de design; oferecemos qualidade, versatilidade de esti- los e flexibilidade em relação aos pedidos; apostamos em mobiliário moderno assente numa Escola/

Cultura do Design como compo- nente essencial ao estilo de vida dos jovens; incorporamos as mais modernas tecnologias e recorre- mos às mais eficazes práticas de gestão (maior parte das empre- sas certificada pela ISO 9000);

selecionamos criteriosamente as matérias-primas com base nos conhecimentos das espécies que temos cá e nos países nossos

parceiros; cumprimos as mais recentes regulamentações e nor- mativas.

A indústria de mobiliário portugue- sa está fortemente apostada no desenvolvimento de produtos com inovação e design, com elevados padrões de qualidade de produto e acabamento, com os quais con- quistamos cada vez mais merca- dos, especialmente lá fora.

Neste momento como avalia o mercado português e global?

O mercado Português não tem di- mensão para absorver a produção da capacidade instalada no nosso setor. Do ponto de vista global, as empresas portuguesas perce- beram que têm design, qualidade e preço para vencer em qualquer mercado. Fico muito feliz por ter diariamente notícias da entrada de empresas portuguesas em novos mercados e Portugal começar a ser reconhecido como um país de referência na fabricação de mobi- liário.

Devido à crise mundial, muitas grandes empresas estão a pro- ceder à re- organização de pla- nos laborais. Esta opção já foi ponderada pelos Associados?

O nosso setor é constituído, es- magadoramente, por pequenas e médias empresas. A AIMMP tem estado atenta a esse fenómeno e está em permanente negociação com os sindicatos, designadamen- te quanto ao contrato coletivo de trabalho. Temos sido inovadores nesta matéria e estado à altura das necessidades das nossas em- presas. Num setor como o nosso, de grande dimensão, que abarca 50.000 postos de trabalho, os custos com recursos humanos são decisivos para o sucesso interna-

cional. Temos assistido, na ultima década, a uma redução do número de trabalhadores pela via da me- canização e melhoria do lay-out, com aumentos da produtividade e da eficiência na utilização dos recursos. Também assistimos ao aumento da procura por recursos humanos mais qualificados nas áreas da produção assistida por computador, inovação e desen- volvimento, incluindo o design e tarefas de promoção comercial internacional. Não temos assistido a grandes ações de reestruturação coletiva.

Quais os valores e política da Associação?

A AIMMP, nos últimos anos e nos meus mandatos, teve de se reinventar. Primeiro com uma preocupação em alcançar o ree- quilíbrio económico e financeiro, já resolvido, e apostar num forte apoio às empresas nos domínios da internacionalização, quer seja na promoção externa, quer seja na melhoria das suas condições de competitividade.

A missão é responder de forma eficaz às necessidades e solicita- ções dos associados, promovendo a sua defesa, internacionalização e desenvolvimento com vista à satisfação e felicidade dos empre- sários e seus colaboradores do ponto de vista económico, finan- ceiro, social, ambiental e setorial.

Quanto aos valores, somos uma

associação de fileira de âmbito na-

cional e pautamos a nossa atua-

ção pela honestidade, trabalho,

resiliência, procura permanente

pelos equilíbrios e sustentabilida-

de da associação. Adotamos uma

postura geradora de confiança

interna e externa, concentração, ›-

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abli - 1p

anos

aimmp Associação das Indústrias de Madeira

e Mobiliário de Portugal

www.aimmp.pt

www.airnmp.p

> enfoque e orientação na defesa, apoio e satisfação dos associados.

A nossa visão é sermos uma das referências europeias enquanto associação empresarial neste se- tor, promovendo o desígnio "Viver com madeira".

Constitui política da associação cumprir os seus estatutos e regu- lamentos; respeitar as delibera- ções e orientações dos associa- dos; promover o cumprimentos da lei e das orientações governativas, designadamente em matérias de natureza económica, fiscal, ambiental e laborai; sensibilizar, informar e promover a formação dos associados e seus colabora- dores; procurar e angariar projetos co-financiados de interesse coleti-

vo, nas áreas da internacionaliza- ção, formação e desenvolvimento de fatores de competitividade;

desenvolver serviços de apoio técnico, administrativo e operacio- nal, internamente ou em protocolo com empresas especializadas, que respondam a necessidades de natureza transversal a todos os associados.

Em que projetos está envolvido?

Que estratégias segue com vista a garantir um futuro sustentado?

Para além de todos os serviços de natureza associativa de apoio cor- rente aos associados, designada- mente nas áreas de apoio à capta- ção de matérias primas, ambiental, direito laborai, de apoio técnico, formação, gestão de marcas, certi-

ficação, marketing e de informação

permanente, a AIMMP está muito

envolvida na execução de qua-

tro projetos em curso de grande

dimensão durante 2016 e 2017: o

INTER WOOD&FURNITURE, com

um investimento próximo dos 6 mi-

lhões de euros; o Associative De-

sign — Promoção no montante de

2 milhões; o Associative Design —

Design, com meio milhão de euros

e o ECO WOOD&FURNITURE, de

1,5 milhões de euros. Considera-

mos estes projetos absolutamente

determinantes para que o setor

continue a sua senda de sucesso

no aumento das suas exporta-

ções e, fundamentalmente, para o

aumento do seu saldo da balança

comercial. ■

Referências

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