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O Ensino Fundamental na Região Metropolitana de Campinas

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POLÍTICAS PÚBLICAS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA E INOVAÇÃO INSTITUCIONAL: AS RELAÇÕES ENTRE O PÚBLICO E O PRIVADO NA

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES EM CONTEXTOS DESCENTRALIZADOS

Erika Moreira Martins

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Prof. Dr. Vicente Rodriguez (orientador)

I NTRODUÇÃO

Este trabalho é parte de uma investigação de iniciação científica em desenvolvimento, cujo objetivo é o de analisar as políticas públicas para formação continuada de professores na Região Metropolitana de Campinas, destacando suas relações com o setor privado 2 .

Elegemos, como objetivo específico, as parcerias entre o setor público e o privado (PPP) firmadas entre Secretarias de Educação Municipais e empresas privadas que oferecem cursos de formação continuada de professores.

O Ensino Fundamental na Região Metropolitana de Campinas

A Região Metropolitana de Campinas - RMC foi regulamentada pela Lei Complementar nº 870, de 19 de junho de 2000. Ela integra a organização, o planejamento e a execução das políticas públicas de interesse comum: planejamento e uso do solo, transporte e sistema viário regional, habitação, saneamento básico, meio ambiente, e atendimento social (saúde, educação e planejamento integrado da segurança pública). Em 2006 o PIB per capita da região foi 23.317,57, representando 7,8% do PIB do estado de São Paulo. Dados do SEADE informam que em 2008 o total dos habitantes dos 19 municípios que compõe a RMC é 2.708.469. Destaca-se o município de

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Faculdade de Educação/UNICAMP - moreiraerika@yahoo.com.br

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Projeto financiado pelo CNPq/Pibic “Políticas públicas para educação básica e inovação institucional: o público e o

privado na formação continuada de professores em contextos descentralizados” sob orientação do Prof. Dr. Vicente

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Campinas, o qual, sozinho, comporta mais de um milhão de habitantes. Ainda em 2008, o total de estudantes em idade escolar obrigatória, é de 323.386, segundo o SEADE.

Com a aprovação da Lei nº 9.424/96 – FUNDEF – e sua posterior implementação, em 1998, ocorre no estado de São Paulo a aceleração da municipalização do ensino fundamental. Percebemos ainda que a municipalização do ensino fundamental continua em curso, pois enquanto as matrículas do ensino fundamental da rede estadual diminuem ocorre um aumento nas matrículas da rede municipal. Esse movimento também é acompanhado por um decréscimo no número total de matrículas. Acreditamos que essa redução possa ser explicada por políticas de correção de fluxo escolar que procuram diminuir a defasagem idade/série. Podemos visualizar graficamente estes dados.

Gráfico 1 - Crescimento das Matrículas em Ensino Fundamental na RMC (2000-2008)

Fonte: Elaboração própria, com base nos dados do INEP 1999-2008.

M ETODOLOGIA

Ao realizarmos a análise do pensamento empresarial através de elementos

discursivos, no decorrer do trabalho, buscamos identificar as intencionalidades

subjacentes à ênfase dada pelas empresas a respeito de sua atuação e responsabilidade

social pela educação. Para tanto, além da pesquisa bibliográfica, consultamos dados

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oficiais das matrículas no ensino fundamental e informações das secretarias de educação e das empresas parceiras em sítios eletrônicos oficiais.

Análise das Matrículas no Ensino Fundamental na RMC (1999-2008)

Analisando as matrículas do Ensino Fundamental da RMC na série histórica 1999-2008 identificamos 5 grupos de comportamentos de matrículas apresentados no mapa a seguir:

Mapa 1 – Agrupamento das Matrículas do Ensino Fundamental na RMC por comportamento (1999-2008)

Fonte: Elaboração própria, com base nos dados do INEP 1999-2008.

A partir dos dados de matrículas dos grupos 1 e 2, que representam a maioria

dos municípios da RMC e juntos são responsáveis por 61% das matrículas no ensino

fundamental da RMC, percebemos a migração das matrículas da rede estadual para as

redes municipal e privada. Grupo 1 e grupo 2, representam 30% e 31%,

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respectivamente, do total de matrículas no ensino fundamental da RMC. A característica que os distingue é que enquanto no primeiro ocorre uma redução no número total de matrículas, no segundo esse número aumenta. Ambos os casos contribuem para a afirmação de que a municipalização do ensino fundamental, na RMC, continua em curso.

O grupo 3 nos chama atenção por dele fazer parte o município de Campinas, e por tanto, representar no conjunto dos municípios, 35% das matrículas deste nível na RMC. Neste grupo ocorre redução no número de matrículas em todas as redes, e, no total, uma perda de 23.667 matrículas em relação ao ano de 1999.

No grupo 4, representado pelo município de Engenheiro Coelho, ocorre aumento das matrículas em todas as redes. Embora este município apresente a menor despesa orçamentária e menor gasto com educação da RMC, o total das matrículas deste grupo representa 1% das matrículas na região.

O grupo 5, representado pelo município de Itatiba, apresenta redução nas matrículas da rede municipal e aumento de 2,52% na rede privada, em relação ao ano 1999. As matrículas no ensino fundamental deste município representam 3% do total da RMC.

Ao analisar o total das matrículas no período entre 1999 e 2008, percebemos que

estas vêm sistematicamente diminuindo, tanto na RMC, como no estado de São Paulo e

no Brasil. O decréscimo que ocorre na RMC (6,7%) repete-se em relação ao estado de

São Paulo (14,63%), alcançando a porcentagem de 16,91% no Brasil. No total do

número de matrículas do nível fundamental, no Brasil, percebemos uma queda de

41,74% na esfera estadual, e um aumento de 4,67% na esfera municipal. Essa relação de

queda do número de matrículas na esfera estadual e aumento na esfera municipal se

repete nas demais localidades (RMC e estado de São Paulo), alterando-se os valores

percentuais. Desta forma, podemos afirmar que a migração de matrículas da esfera

estadual para a municipal, promovida principalmente pelo FUNDEF, continua

ocorrendo. Acreditamos que a diminuição do número total de matrículas possa ser

explicada por políticas de correção de fluxo escolar que procuram diminuir a defasagem

idade/série.

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O BJETIVOS - O P RIVADO NA F ORMAÇÃO C ONTINUADA DE P ROFESSORES DA RMC

O objetivo deste trabalho é o de analisar as políticas públicas para formação continuada de professores na Região Metropolitana de Campinas, destacando suas relações com o setor privado. Como objetivo específico, elegemos as parcerias entre o setor público e o privado firmadas entre Secretarias de Educação de Itatiba e Santa Bárbara D‟Oeste e empresas privadas, na oferta de cursos de formação continuada de professores, no período entre 2002 e 2008. As instituições analisadas foram: Fundação Volkswagen, Instituto Avisa Lá, Instituto Razão Social, Cenpec e Fundação Romi.

Para iniciar a discussão sobre o setor privado na Formação Continuada de Professores, primeiramente caracterizaremos os dois municípios investigados: Itatiba e Santa Bárbara:

Itatiba conta com 91.479 mil habitantes, sendo caracterizada como uma cidade de médio porte. Possui sua economia baseada nos setores do comércio, indústria e serviços. A cidade possui o IDH-M igual a 0,829, ocupando a 6ª. posição na RMC, seu PIB per capita é 20.995,78, ocupando a 7ª. posição na RMC. Dados de 2008 mostram que a população em idade escolar (6-14 anos) é igual a 12.814 e sua rede de ensino fundamental que atende a 12.301 estudantes. A partir de 1999 o ensino fundamental é totalmente municipalizado.

Santa Bárbara D‟Oeste tem 184.318 mil habitantes, sendo uma caracterizada como uma cidade de porte grande. A economia da cidade é baseada nos setores industrial e de serviços. Santa Bárbara D‟Oeste possui o IDH-M igual a 0,79 ocupando a 18ª. posição na RMC, seu PIB per capita é 13.539,38, ocupando a 14ª. posição na RMC. Dados de 2008 mostram que a população em idade escolar (6-14 anos) é igual a 24.243 e sua rede de ensino fundamental que atende a 21.097 estudantes. Em 1997 o município já possuía uma tímida rede de ensino fundamental. Com o decorrer dos anos as matrículas da rede estadual foram migrando para a rede municipal. Ainda em 2008 a rede estadual é responsável por 65% das matrículas no ensino fundamental.

A partir destas informações gerais, apresentamos uma tabela com a relação dos

cursos oferecidos na formação continuada de professores e as respectivas empresas com

as quais as prefeituras estabeleceram parcerias ou convênios.

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Tabela 1: Parcerias entre empresas e Municípios na Formação Continuada de Professores Curso/Objetivo Metodologia/Duração Público atendido Empresa parceira

Itatiba Brincar pra valer

Objetivo: Formar profissionais e voluntários que trabalham com crianças para que reconheçam o brincar como direito da criança

Oficinas presenciais Duração: 2 anos – 96 horas

Profissionais que trabalham em: EMEI, Creche Municipal, Escolas Particulares,

EMEF, APAE e Outras instituições.

CENPEC/Fundação Volkswagen

Programa Além das Letras Objetivo: Programa de alfabetização de crianças de baixa renda

Curso à distância Módulos de 5 a 20 aulas Atividades on-line

Coordenadores da Educação Infantil e Ensino

Fundamental.

Instituto Avisa Lá/

Fundação

Avina/Instituto Razão Social.

Entre na Roda - Baú do Encantamento

Objetivo: Incentivo e orientação à leitura.

Oficinas presenciais Fornecimento de Material de Apoio

Duração: 2 anos – 96 horas

Professores da rede municipal de Educação (Educação Infantil e Ensino

Fundamental), bibliotecários e voluntários da comunidade

CENPEC/Fundação Volkswagen

Santa Bárbara D’Oeste/SP LEP (Logo na Escola Pública)

Objetivo: implantação da Linguagem Educacional de Programação LOGO

Não identificada Professores Fundação ROMI

Aprender para Ver:

Fundamentos Teóricos e Metodológicos da EJA

Não identificada Profissionais que trabalham com EJA

Instituto IPED

Planejamento Escolar Não identificada Não identificado Instituto IPED Fonte: Elaboração própria, com base nas informações disponíveis em site da Secretaria de Educação de Itatiba, da Secretaria de Educação de Santa Bárbara D‟Oeste, do CENPEC, da Fundação Volkswagen, do Instituto Avisa lá, do Instituto Razão Social e da Fundação Romi.

Os cursos oferecidos em parceria versam sobre leitura, alfabetização, brincar e linguagem computacional e muitas vezes utilizam metodologias de ensino à distância.

Podemos perceber a tentativa de suprir supostas deficiências na formação inicial de professores. É relevante destacar a participação de algumas destas empresas ao Movimento Todos pela Educação e ao GIFE - Grupo de Institutos, Fundações e Empresas.

R ESULTADOS - O D ISCURSO DAS E MPRESAS

A partir de dados disponibilizados em sítios eletrônicos tivemos acesso a

informações de 5 instituições que estabeleceram parcerias com os municípios estudados

na oferta de formação continuada de professores. As parcerias foram firmadas no

período entre 2002 e 2008. As instituições analisadas foram: Fundação Volkswagen,

Instituto Avisa Lá, Instituto Razão Social, Cenpec - Centro de estudos e pesquisas em

educação, cultura e ação comunitária e Fundação Romi. Nos sítios visitados, todas as

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empresas apresentam sua “missão”, nas quais o elemento comum é “a melhoria da qualidade da educação”.

O discurso das empresas parte do pressuposto de que o Estado, sozinho, não é eficiente na promoção da qualidade na educação. Aqui, o significado de “qualidade”

parece ser universal, ou, ao menos consensual. Neste trabalho não temos espaço para discutir a polissemia do termo “qualidade”. Dalila Andrade Oliveira, citando Gentili, traz apontamentos sobre o tema:

Gentili (2004), em seu artigo “O discurso da „qualidade como nova retórica conservadora no campo educacional‟ ”, chama-nos a atenção para a dinâmica que denomina de “duplo processo de transposição” que assume a retórica conservadora da qualidade no campo educativo. Este duplo processo diz respeito ao deslocamento do problema da democratização do ensino para o discurso hegemônico da qualidade e transferência dos conteúdos que caracterizam a discussão sobre qualidade no campo produtivo-empresarial para as políticas educativas e os processos pedagógicos. (Oliveira, 1996, p.

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A ênfase que as empresas dão à qualidade da educação sugere a incompetência e incapacidade do Estado, abrindo brechas para que o setor empresarial assuma parte da oferta de alguns serviços a partir de uma lógica de mercado. Vejamos o que diz uma destas empresas sobre seus objetivos:

O INSTITUTO AVISA LÁ - Formação Continuada de Educadores é uma organização não-governamental (ONG), sem fins lucrativos, com finalidade pública. Tem como objetivos contribuir para a qualificação e o desenvolvimento de competências dos educadores, que atuam em instituições educacionais e atendem crianças de baixa renda; oferecer suporte técnico para ONGs, agências governamentais, escolas de Educação Infantil e Ensino Fundamental; atuar como centro de produção de conhecimento em Educação por meio de site na internet, com produção de vídeos de formação e publicações; e contribuir para a formulação e implementação de políticas públicas que resultem em Educação de maior qualidade. (Instituto Avisa lá – Quem somos).

A empresa pretende contribuir no desenvolvimento de competências dos

profissionais que trabalham com crianças de baixa renda. Entendemos que se trata dos

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profissionais das escolas públicas ou de instituições filantrópicas. O objetivo seguinte fortalece nossa hipótese: a empresa pretende oferecer suporte técnico para organizações não-governamentais e governamentais. Este suporte técnico é oferecido por meio da internet, através de vídeos e publicações, ou seja, produção de conhecimentos à distância. Como último objetivo a empresa se dispõe a contribuir na formulação e implementação de políticas públicas visando a melhoria da educação. Mais uma vez surge o argumento da ineficácia do Estado na elaboração e implementação de políticas que resultem na oferta de educação de “qualidade”.

Segue o discurso de outra empresa sobre o seu compromisso com a educação:

Ao Estado cabe assegurar educação para todos. A sociedade civil tem compromisso com a participação na busca da melhoria da qualidade do ensino na rede pública, com vistas à inclusão social e defesa da cidadania para todos. Ao promover o aprimoramento dos profissionais da educação, fortalece-se o Estado na oferta de ensino público de qualidade em sua rede de atendimento.

Com esses pressupostos a Fundação Volkswagen reconhece a importância de assumir parcerias com os sistemas públicos, de modo a propiciar ações transformadoras da realidade educacional brasileira. [...] Por acreditar que somente por meio das parcerias entre os setores, público, privado e a sociedade cívil organizada será possível promover o desenvolvimento social no nosso país, a Fundação Volkswagen une-se à secretarias municipais de educação, cultura e assistência social, centros de estudos e pesquisas, universidades e Organizações Não Governamentais (ONGs) para, conjuntamente, implementar ações que potencializem a educação pública.

(Fundação Volkswagen – Projetos).

A empresa reconhece que a educação deve ser estatal. No entanto, o seu compromisso é com a melhoria da educação, inclusão social e defesa da cidadania:

elementos que, em seu discurso, o Estado não é capaz de assegurar. Neste discurso o

Estado também é fraco, ineficiente na formação continuada de seus professores

(aprimoramento). Desta forma estão forjados os argumentos que justificam estas

parcerias. Na continuidade dos argumentos percebemos que as parcerias devem ocorrer

entre os setores público, privado e sociedade civil organizada de modo a promover o

desenvolvimento social. Destacamos a dupla afirmação deste discurso: os setores

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público, privado e sociedade civil representam segmentos distintos e ainda possuem interesses em comum.

A sociedade civil organizada confunde-se com as organizações não- governamentais. Embora o termo “organização não-governamental” transmita a idéia de participação da sociedade civil, percebemos que dela faz parte determinado estrato social. Analisando os parceiros institucionais das instituições pesquisadas identificamos a presença maciça de empresas de capital estrangeiro, organizações internacionais e grupos empresariais, além dos órgãos públicos. Montaño (2002) nos sugere pistas quando indaga sobre o motivo que leva o governo a estabelecer convênios e parcerias com estes grupos e não estabelecer com organizações como o MST ou Sindicatos, por exemplo. Para este autor, a denominação “não-governamental” é enganosa, pois:

A dita „não governamentabilidade‟ e a „autogovernamentabilidade‟ dessas organizações encobre o fato de estarem integradas tendencialmente à política de governo. Querendo ou não (e sabendo ou não) estão fortemente condicionadas – sua sobrevivência, seus projetos, seus recursos, sua abrangência e até suas prioridades – pela política governamental. (Montaño, 2002, p. 58)

Desta forma percebemos a intencionalidade nas escolhas de determinados parceiros em detrimento de outros. Esta intencionalidade evidencia orientações e interesses em comum: a manutenção do sistema econômico atual.

C ONCLUSÕES

Embora este trabalho esteja em andamento percebemos que a regulamentação

dos recursos financeiros alocados na educação – Fundef e atualmente o Fundeb –, para

além de ser entendida como indutora do processo de municipalização do ensino

fundamental ao destinar parte do orçamento exclusivamente à valorização do

magistério, dá respaldo financeiro e legal ao oferecimento de cursos de formação

continuada. A partir da municipalização do ensino fundamental, com a demanda de

professores e as pressões externas para oferta de cursos de formação, e ainda, existindo

recursos financeiros com destinação específica para tal, os municípios, mesmo sem

tradição ou história institucional na oferta de formação continuada, assumem esta tarefa.

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No entanto, para tal oferta, a sociedade civil organizada acompanhada pela lógica empresarial, se dispõe a dividir a tarefa educacional realizando parcerias na elaboração e/ou implementação de serviços de responsabilidade do setor público.

Dessa forma, a partir do discurso empresarial, percebe-se que não se trata de desestatizar a educação, mas de assumir tarefas na elaboração e na implementação de políticas públicas educacionais segundo novas lógicas de racionalidade econômica, eficiência e produtividade. Nesta lógica as empresas parceiras apresentam a missão de melhorar a qualidade educação. No entanto, os cursos que oferecem não possuem credenciamento ou reconhecimento. Neles não se verificam elementos que assegurem a validade ou a eficácia e até mesmo a melhoria da qualidade da educação pública.

A elaboração e implementação das políticas educacionais por estas empresas seguiriam pressupostos mercadológicos, visando o menor investimento possível e o melhor produto alcançável.

Sob a perspectiva destes apontamentos podemos dizer que a educação assume duplo caráter mercadológico. Primeiro: a intervenção das empresas na elaboração e/ou implementação de políticas públicas neste âmbito também pode ser entendida como a comercialização de um novo produto a um nicho de mercado promissor ou um quase- mercado. Segundo: a forma (metodologias à distância, oficinas) e a finalidade (melhoria da “qualidade”) destes novos produtos visam a manutenção dos modos de produção atuais.

R EFERÊNCIAS

GATTI, Bernardete A. Análise das políticas públicas para formação continuada no Brasil, na última década. Rev. Bras. Educ. vol. 13 no. 37. Rio de Janeiro, jan/abr. 2008.

LAVAL, Christian. A escola não é uma empresa – o neo-liberalismo em ataque ao ensino público. Tradução de Maria Luiza M. de Carvalho e Silva. Londrina: Editora Planta, 2004.

MONTAÑO, Carlos. Terceiro setor e questão social: crítica ao padrão emergente de intervenção social. São Paulo: Cortez, 2002.

OLIVEIRA, Dalila Andrade. A qualidade total na educação: os critérios da economia privada na gestão da escola pública. In: BRUNO, Lúcia (org.) Educação e trabalho no capitalismo contemporâneo. São Paulo: Atlas, 1996.

Sítios consultados

www.inep.gov.br acesso 30/11/2008

www.seade.gov.br acesso 09/12/2008

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www.ibge.gov.br acesso 09/12/2008 http://www.itatiba.sp.gov.br/

http://www.santabarbara.sp.gov.br/v3/index.php

http://www.vwbr.com.br/fundacaovw/ acesso 09/12/2008 http://www.avisala.org.br/novo/ acesso 09/12/2008 http://www.razaosocial.org.br/ acesso 10/12/2008

http://www.fundacaoromi.org.br/homesite/default.asp acesso 09/12/2008 http://www.cenpec.org.br/modules/home/ acesso 08/12/2008

http://www.gife.org.br/ acesso 10/12/2008

http://www.todospelaeducacao.org.br/ acesso 09/12/2008

Referências

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