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sérgio gaiaf

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Academic year: 2022

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Texto

(1)

sérgio gaiaf

(2)

APRESENTAÇÃO

Quando eu me expresso em verso sempre há um tempo que gostaria de chamá-lo de verbo. Um sempre iniciar, um princípio que através deste verbo pode cumprir uma missão para mim e para os que leem, construir.

Às vezes, posso até imaginar que de certo modo ou maneira, como queiram, minhas palavras são ditas em um doxo, ou impressão sui generis a priori, talvez, surreal, e assim, eu esteja na ilusão da delusão com verdades, momentos sublimes do pensar em escrita, o pensar em voz lida para a posteriori reler o que fora escrito no agora há tempos lidos em tempos.

Na poemática não podemos nunca afrmarmos

ao certo quando se deve parar, porque, a escrita

existirá sempre no caminhar com suas cores em

cada olhar, em silencio, num declamar, ou até

mesmo no solfejar, sendo desta maneira, uma

pensamento que sempre nos faz crentes.

(3)

À

Maria Lúcia Gaiafi Maciel

(In Memoriam)

(4)

1

NENHUM HOMEM É UMA ILHA

Encontro-me no horizonte, sereno, molhado;

De amor entre as pétalas de rosa fugindo;

Rumo ao mar em vento perfumado;

Pelos campos silvestres que escondem-se do céu.

E a lua deslumbrante, nova, assopra o anoitecer de estrelas;

Iluminando o mar azul em revolto despertar ao cair chuvoso;

Pingos de amor, enquanto os barquinhos pequeninos flutuam no orvalho;

balançando com o canto das águas profundas, celeste serenata ao luar.

Ó Deus, que maravilhoso sois tu em mim pela travessia...

Que pelos dias que levo em maresia, há um tocante musical;

Um coro de ventos em sonetos que declamam o amor celeste;

Pela boca dos anjos, eu encontra-me em mar aberto, e nunca deserto;

Pela sentinela do buscar, sempre terei um terra que abrace-me no luar.

(5)

2

O SERTANEJO

Muitas das vezes perco-me nos atalhos da vida em histórias;

E tento encontrar um caminho para compreender a sabedoria;

E sinto-me esquisito quando o vácuo chão se abre na escuridão do sertão;

Surgimento do nada num buraco de areia e terra batida, talhado pelo sol...

Esculpida na vastidão do pó seco, sem grãos de sementes, sem água límpida, só barrenta!

um nome surge apagado na lápide da caatinga;

Com o carcará a pedir comida em pleno meio-dia de dura fome e dor;

Ao rezar uma Ave-Maria na vida em morte e pela agonia passadas em vistos voos...

São sete palmos de terra com formiga até chegar no adeus já dito;

E o raio silente, calado, não diz, queima até rachar o corpo redito;

E o suor pinga salgado e mostra folhas secas de morte com o vento...

Que nem o rio seco nem matando de calar os que gritam pelo defunto no relento;

E eu distante vendo, pensante, buscando sair desse achado,;

Caminho perdido, pelo horizonte despachado;

Esperando ser abençoado pelos que não têm tempo de chorar;

Porque todos caminhos, atalhos e desgraça vista não posso ir;

Mas, posso voltar para o mesmo lugar ou posso dar adeus...

Eu, nem tão pouco pararei para pensar no dito e redito nessas léguas de atalho;

Em chão bruto em formato de espiral...

Sei, que um dia certamente descalço enrolado em uma rede voltarei;

Para uma nova reza fazerem pela morte que se reproduz;

Com o sangue suado das benditas vidas de sofreguidão;

(6)

3

UM AMOR PARA VIVER

Em pleno mar o esplendoroso sol manifesta-se em raios..

E, brilhavam no céu as cores pelo arco-íris despontando;

Com dourado em águas turvas que bailam em canto;

Para meu amor escutar o som sinfônico da paixão...

Os pássaros passavam em passeio pelo ar que roçava...

E eu sentia o mar abraçar-me em música de ondas;

Que o princípio e o fm deu-me ao velejar com intensidade;

Os mares azuis, muitas vezes verdes, sem rumo em brumas...

Nós olhávamos o sol se puser no perdido nevoeiro;

Onde ao esconderem-se nas nuvens do mar aberto;

Lembranças amáveis desabrochavam no velejar...

Estamos nos amando em um eu te amo em flor;

E assim, vivemos banhando-nos dos beijos de mel;

Deixando o tempo alcançar o horizonte em lua por nós...

(7)

4

A ESCADA INGRIME

Desisti desse mundo cruel;

Para ser-lhe fel em ditos;

E reditos ditos em amor;

Redigidos em vão motivos...

Uns dizem-me para não deixar;

De viver no mundo da ilusão;

Porque posso viver de oração;

Em uns dias furtivos em reza. esperar...

Oh! meu abrigo é-me o navegar em silêncio;

Em rumo aos destino perdidos em almas d'amor;

Sento, Cálidas! Pálidas! Vividas em mim...Metades!

Sou eu, folhas de tempos em lembranças...

Idiossincráticas em nós o ser tristonho;

No escuro d'alma em fuga pelas mares...

(8)

5

LIVRE PARA VOAR

Os pássaros trouxeram as alvíssaras para mim;

E eu as recebi com amor para me alegrar pelo dia;

Porque eu estava acabrunhado, languido, enfadonho...

Com olhos marejando lágrimas que nem um riacho...

Quão feliz me senti, e logo o vento secou meu rosto;

E um sorriso de flor surgiu em meus lábios rosados;

Permitindo-me a graçolar pelas campinas de rosas;

Perfumadas pelo orvalho que circundava em manhãs...

Como eu bailava pelos nuvens perpassando em minh'alma;

Pelas asas de um condor que flutuava pela restinga nua;

Na alegria juvenilizante na minha vida livre a sorrir contente!

Cantava alegre pelo assovio das andorinha em bando;

Num céu límpido, alvejado como as nuvens em riso;

Nos raios do majestoso sol flaucioso por me iluminar.

(9)

6

OS VIOLINOS DO AMOR

Depois das barcarolas que as enviei pelas gôndolas em mar...

Recebestes as notícias do eflúvio perfume d'amor por ti;

E tu não podes seres belicoso para com este ser que te apraz;

Porque eu sou capcioso e tu bem sabes o quanto te desejo mais...

Eu nunca te perdi pelo engodar da aparência do que sou em ti;

Porque nós somos um violino partido, que nos adstritos momentos...

Percebemos que mesmo distantes um do outro, somos o oscular...

Imagem de todas as luas que chegam e partem depois sem adeus...

Tu sabes o quando procrastinamos nosso encontro;

Por um beijo ainda partido no exórdio das páginas;

Da nossa estória ainda contada em moinhos de vento...

Ah! Sei o quanto tu queres atravessar o mar cristalino;

Pisando as ondas quimeras em pensamentos d'amor;

Pois se sou o que tu em tinta escrevestes, vens em mar...

(10)

7

SOLIDÃO

Eu estou a pensar em fugir de mim;

Porque sofro em silêncio o amor;

E perdendo-me em carícias não há destino...

E não posso mais me ferir nos espinhos;

Por que se meu destino for o sofre....?

Deixar-me-ei largado, depauperado, languido!

Porque fcarei aqui no chão;

Por amor que cheira os vãos;

Em vidas roubadas em mim;

Despedidas de solidão.

Sérgio Gaiaf

(11)

8

ALADO

Minha vida dividida Em quatro paredes nuas Possuem estampas vazias Onde espera as costas tuas.

Tu pintarás o véu do cair Na calada da noite escura Para fazer-me enredo Até o sol raia à beira-mar.

Somos a vida louca dividindo medos Um manto nas asas de um condor

Querendo pousar em voo, no ninho do desamor.

És miragem em nuvens perpassando estradas Areias que encobri os tempos desesperados Comigo a enluarar o irônico mundo do sonhar.

(12)

9

UMA HOMEM VESTIDO DE MAR

Mortes flores de espinhos rosa em nabo Voando entre os espaços como os pássaros

Ou falenas de cores sangrentas em dor castigado.

Melenas em lãs despedindo rendas Em agulhas sanas em mente pensante Pelo amor lambuzado de mel e sândalos.

Tenho medo da chegada do suor em meu corpo.

Mirando-me em homens amados, sedentos.

(13)

10

CASA DE PAPEL

Para que sorrir da dor se ela permanece alado;

Nos lados das fotos de cada retrato dependurado;

Em paredes de hortelã, vestidas de organdi;

Mofadas pelo tempo da partida que foi-se alado...

Seria eu um tolo, louco! moribundo! Sei lá...

Um difundo morto na vida sã, claudica?

Pelos corredores do passar em teias de fos bordados;

Entre lágrimas suadas em tom de de ironia pelo papel manchado...

Deixe-me falar da beleza em quatros pintados;

Armaduras fechadas em chave escuras para o sol entrar;

E dentro poder brilhar em festa de cores frias.

Sou eu a mesma pessoa que fui em mudanças;

Para sentir o luzir em espelhos refletidos nas portas;

Em janelas, telhados, vidros, um não importa.

(14)

12

QUARTO

Que tolo fui eu em pensar que os treze passos do amor seriam etapas;

Parte da minha essência num contexto idiossincrático da vida desbotada;

Na qual estou a viver languido, depauperado num quarto escuro, só!

Céus, meus gritos são surdos em ecos desnudos por entre linhas de lã!

Quero sair desse quarto negro com minha angustia acorrentada no caos;

Pelo infortuno desespero da mórbida dor que destrói muros de areia;

Num desfalecer em chãos que tornaram-me tapetes de rosas em ilusões;

Pelo simples de não desabrochar para o sol de meio-dia, um realidade.

Sinto-me amargo pela voz da consciência gritando alado;

Fustigado melancólica música do sonoro universo partido;

Pelas frestas das janelas abertas de carnavais em lágrimas, choro!

Sérgio Gaiaf

(15)

13

SEMPRE NU

Enquanto estiver acessa as luzes do céu;

Não pedirei nada para lua caída em estrelas;

Porque ser-me-ia um mar de tristeza despir-me novamente por inteiro;

Pelo dia passado em veste depois tirada na noite em agonia.

E nem o bravo efêmero clarão dos raios que ainda se põem;

Eu me subjugaria um tolo em falácias que foram-me ditas;

Nas repedidas orações em prece meio a reza em sinfonia;

Pois sempre estive só, nu, entre as paredes do meu viver.

Eu sei que na hora da partida há sempre um adeus para dizer;

Porque eu bem sei o quanto estou chorando em pingos de chuva;

Pelo fato de ser eu nostalgia, não fazes tu miragem ao desapareceres...

Sei que o brando colorido do sol enquanto dia nublado pode ser brisa;

Caso a tempestade não venha com o perfume das orquídeas,sou terra;

Chão em espera pela semente de outro para germinar dias de semear.

(16)

14

NUNCA FUI SANTO

A navalha cortou os papéis em carne vivida;

E mostrou-se em sangue às letras do condenado...

A escrita da dor em uivos paralisado nos seus galhos;

Festejando a quimera do sofrer em piadas nuas...

Ah! Quão lastimável és tu vestido de palhaço;

Julgam-me por pérolas em asas voadoras...

Buscando em mim tua imagem em punhal enferrujado;

Para assovia em bando, pássaros voando alado...

Oh! Meu arlequim que em meio os faróis baila;

Na discreta dança das colombinas em cores frias;

Num fndar de um carnaval em serpentina flor.

Sou o que dizem em ruas vazias pelas costas;

Porque a dor que sentem em prosa, são rimas...

Aurora do que poderia estar por vir...

(17)

15

NOITE ESTRELA

Meu abando não é-me solidão;

Tristeza como pensam os lorpas...

Ah! Pascácios da vida em brasa;

Porque o universo pífo é solidão neles...

Carros passam por mim em paixão;

Eu não vivo da ilusão na delusão;

Mas a brasa dormida em chama;

Ainda aquece meu coração sorrindo...

Sou minha ferida viva em carne;

Não lembro-me dos balões coloridos de festas;

E nem gosto dos espinhos que matam flores.

(18)

16

O MAR PODE ESPERAR

Eu não procurei saber os motivos da separação;

Nem o porquê do afastamento em noite de chuva;

No qual, eu encontrava-me sozinho com um copo de vinho na mão;

A beber em desespero tua partida em ondas com o mar revolto em mim.

Afoguei-me em mágoas porque sabia que houve um fndar;

E mesmo que longínquo estejas neste momento de tristeza e dor;

Nada matará o por vir num sol maior que desponta no amanhecer;

Em mar tranquilo quando embriagado solfejo em vento um tanto amor...

Ó céus, aparece-me em lágrimas chuvosas um pentear novelos de lã;

Em bordados de rodeiras, o teu nome escrito n’areia em barcos...

Saem para pescar quando o surgimento do raio brilha em meu olhar.

Sinto-me leve como a plumagem das gaivotas trançando nós em bando;

E regresso para casa solitário em espera de um novo amor chegar;

No fndar da tarde, crepuscular, quando os pescadores retornarem.

(19)

17

O MISTÉRIO DO AMOR

Todos sonhos estão buscando-te...

Porque estás afastado de mim;

Longe demais para eu me lembrar Por nunca estarmos sós em mar...

Cada vento trás em chuva um alento;

Onde eu recordo sua imagem em marcas;

De um sonho a mais para retornar;

Na aurora boreal das noites de brisa...

Nossos mistérios só a árvore sabe;

Em galhos, folhar, tempo de doar....

Porque o nosso amor é eterno.

Sérgio Gaiaf

(20)

18

VESTIDO VERMELHO

Estou agonizando nesta cidade de barro Minhas sombras não refletidas pelo sol Chora no leito do rio por um amor...

Estou na suave sudorese por mim em flores

E diviso por momentos neste córrego de lamentos

Recordações em orvalho ftam-se em mim um sorriso...

Ah! que tristes momentos passo neste chão duro.

Flores abrem-se para em espelho reluzir-me.

(21)

19

VAZIO

Acordei-me hoje...

O sonho vagava pelo meu cérebro...

Ó, saudade! felicidade! tristeza!

Acordei-me e pensei: " Quem dera-me calar em silêncio."

O sol fazia-me transpirar, sonhava!

Sei da triste ilusão do pensar...perda!

No sonho que adormeceu ao ver-me acordar.

Sonhava com a singela face de quimeras fostes;

Num dia de primavera, flores perfumadas!

No outono? Alfazema refrescando o tempo...

De um verão por vir, de um inverno por ir...assim fostes...

Uma trajetória duma estrela brilhante, reluzente!

Ah! Lua que de longe vejo no entardecer...

O puser do sol, no horizonte, canto, bailando!

Pássaros a voarem entre nuvens escurecidas...

Noite a cair sobre meu acalanto...dormir...

(22)

20

CINZAS

Às vezes, ponho-me a estorcer-me amargurado na cama à pensar...

Mas, eu estou sempre lembrando de ti...

No que fostes e sempre ser-me-á aqui, de longe!

Na beleza resplandecente de teus olhos verdes...

Ah, pureza sem fm num sorriso a fcar, perto!

O sonho adormece em minha alma;

Vejo-me em tua presença o acalanto...

E pego-me no sonho a ver-te surgir...

Um novo começo de uma estória sem fm...

Sérgio Gaiaf

(23)

21

QUANDO O AMANHÃ CHEGAR

Eu caminhei por caminhos turvos em meio ao caos do coração;

Sentimento lucubre que fazia-me amargo pela partida do amor;

Partida nunca chegada em mim, apenas eu era o vento a bater...

Porque na minha aparência eu sofria de um não chegada, rejeição.

Ah! Como eu esperava o amanhã com o semblante triste na varanda;

Era um tormento terno porque havia pássaros rasgando o véu do céu.

Sempre a procurarem repouso nas tardes que cigarra cantava chuva;

E o vento batia, depois, acariciava meu dia, em lindo pentear em lua.

Eu pensava num outro dia, pois, certamente em poesia eu viria o acaso;

E quando as badaladas do sino da igreja tocasse seis horas, meu amor...

Algo que chegaria com a brisa do vento e as estrelas anunciando.

Ó, não existe tamanha expectativa de um eu lagrimejando em pranto;

Pois, se eu esperei a vida toda por um amor, se desfez em lua minguante;

E quando o sol surgir no céu enxugarei as lágrimas do meu véu.

(24)

22

LAÇOS DE VIDRO

Quando olhei teus olhos pela primeira vez, percebi uma estrada...

Queria eu caminhar por ela e sentir o chão de espelhos da tua terra;

Molhada em verdes pastos sobre o manto dourado do céu.

Sinto-me teu laço no enlace ao perceberes em mim um fado.

Como estou grato pela melodia que su’alma solfeja com os pássaros;

És tão poeta que em orvalho os vidros espelham-me em reflexos;

Mantendo-me protegido nas asas dos luares que estão vivos em sol...

Sabes o quando estou feliz por amar-te em poesia cantante n’alma.

Sérgio Gaiaf

(25)

23

O JARDINEIRO

Eu olhei por algum tempo em silencio;

Paralisado, estática, sem nenhum movimento;

O brilho da lágrima escorrer pelo rosto;

Depois em pranto cair sobre o desgosto.

Ah! Céus de amargura pela lancinante dor;

Morriam todas as flores em botões ensolarados;

Enluarado repousavam sós, e eu em pá, via a agonia;

E não podia fazer nada, por que, eu era apenas um lado.

Nunca pensei que de tanto amor eu enchesse os lagos;

Em azul celeste em um todo dia de espera em espinho;

O acaso porque todos morriam e não reviviam em sementes.

Por mais que eu plantasse, olhasse, visse a terra no arado;

Não poderia na corda bamba, estender a tritesa aflorada;

Nem poderia apagar com a chuva o que já estava escrito.

(26)

24

VERSOS DE CETIM

As meninas das flores caminhavam pelo o arco-íris...

Alegres como o assobiar dos colibris a voarem...

Pincelando com margaridas linhas amarelas em círculos;

E as nuvens que iam passando salpicavam pingos dourados;

E os anjos celestes de longe olhavam em coro divino;

E o baile como pulseira chama atenção dos enamorados;

E os amantes apaixonados admiraram a aquarela no céu prateado.

Pintavam orquídeas, lírios, girassóis, amor-perfeito como roda viva;

Era de cores fortes, brilhantes, vivas, que realçava até nos bordados;

De todas as cores, em flores, linhas, panos, papéis, que nem pinceis...

Que bailando, pintavam um quadro emoldurado na parede da sala.

Ah! Tudo era encantado, e quando as azaleias perfumavam a terra...

Com seu odor singelo de molhado cedro de amor sincero;

Em todas as casas telhados sobre a sala de estar, um sempre olhar;

Que despertava o desejo de um simples sorriso de amar.

(27)

25

LUA NOVA

Ó, noite! Suave olhar em pétalas de flor;

Deita-te nos lençóis das palmeiras frondosas;

Onde dormem os bombos acasalados pelas folhas;

Que flutuam com o vento de alguma cerejeira!

A rua deserta, com o coração no tapete de giz;

Escreve uma melodia para saldar a noite;

Que em silencio cria uma outra cantoria;

Para a beleza da luz resplandecer no luar.

E, assim, passa a noite entre os galhos serenos, brisa;

Que abraçam um rosa que baila por ligeira sobre as estrelas;

Desejando o dormir aconchegante do sonhar em poesia.

E nos jardins de cada lar, um lugar encantado há;

Porque mora sempre um gato d’orvalho nos terraços;

Que em névoa em toa o som do despertar enluarado.

(28)

26

HOMENS VESTIDO DE VÉU

Lua nova, cheia, minguante, meia-lua;

Luares prateados em noites seminuas;

Vestem-se dos poemas, um declamar;

Onde todo homem que escuta se tornam beira-mar.

E as ondas quando beijam a voga faz seus corpos delirar;

Pelo breu da noite em praia como os botos a se achegarem;

Para barcarolas ao vento suavizar em brasa o amor;

De uma poesia lida em páginas d’água num orvalho a repente.

E Quando cai em nuvens, pingos de chuva de leve oscila, chuviscam...

E num belo cantarolar que de longe se faz escutar, odara recitação;

Que todos fcam inebriados, livres das agruras, amarras do coração.

E quando o sol encobre a lua no adeus da mar, surge a melodia em mel;

E os botos levam os homens vestidos de céu para margens dos rios;

E passado os causos contados em giras, fnda o encontro das águas.

(29)

27

HOMENS DE MAR

O horizonte estendeu céu triste véu cinzento;

E sobre os jardins exalando perfume, adormeceram;

Na inebriante brisa que já repousa no nublado;

Onde do alto o sol brilhava acabrunhado pela lua.

O mar tranquilo mostrava-se em espelho d’água;

Um revolta em fúria porque não havia flores;

E na areia da praia o brilho do luzir do dia;

Iniciava uma majestosa cantoria em cordel.

Alegremo-nos pelo bailado das palavras em ramalhetes;

Ofertados em promessas para todos apaixonados;

Que busca num único dia chamar pelas suas amadas.

Que de longe escutam as vozes em coro;

Para em suave balé de águas tranquilas ter revolto;

O cantarolar dos pescadores em espera das sereias

.

(30)

28

A ÚLTIMA CAMINHADA

As lágrimas em gotas de suor escorria pelo meu rosto em partidas;

E eu caminhava pela estrada, de chão nu, batida, fatigado eu estava;

E sobre o serrado que cobria toda vegetação, despedidas, o tempo;

Essa estrada despida não me levava à caminhos intermináveis, andava...

Eu andava pelo interminável horas a fo, não desancava...

Queria chegar num lugar que me traria paz, era fatigante o dia;

Porque havia curvas, lembranças que eu não nem mais porquê;

Apenas fazia uma prece que dava-me andança por terra vermelha.

Meus pés estavam rachados e, lama existia por todos lugares;

Que eu passava com sede, fome, cansado...E o tempo parecia chover;

Pois eu queria chegar em algum lugar, molhava com o perfume do céu.

Que escrevia raios de luz abençoado por Deus eu um sol maior;

Que não recordava mais porque eu sabia da minha última morada.

(31)

29

UM PRECE

Oh Deus! Vós que sois onipotente Eterno, piedoso e criador...

Aliviai meu tormento

Cansado por um grande amor.

Amei uma vez na vida;

E este alguém me amou;

Mas nunca pensei que na vida;

Eu fosse um ser sofredor.

Amava-o com sinceridade;

Mas, um dia, tudo passou;

Porque outra de verdade;

A ele também amou.

Então, tudo que por ele sentia;

Em indiferença se transformou;

E agora, que está sozinho;

Eu não lhe tenho mas amor.

Por isso, oh Deus, te rogarei;

com todo o meu puro fervor;

(32)

30

MINHA CASA MINHA VIDA...

Ó, minha casa bucólica!

De cor branca, cinza...tempo!

Janelas! Portas! Portões!

Transeuntes passam, alado! de lado!

Trepadeira...vejo...só, o movimento para feira...

Feirantes amigos, comerciantes, vão e vem, chegam...

Olhar tristonho a vila nova, Rainha!

Rosas, perfumes, folhas no chão, jasmim...casa minha!

Sedução, gatinhos miam por mim...felicidade!

Gosto das roupas no quintal, varal, legal!

Pombos voando, bando!

Cadeiras, cristaleira, louça, talher...sermão, fé...

Sou tão feliz na casa em luz que me traduz e reluz...

Poemas declamados por quem sabe o lúdico sonhar...

Viver por viver nem morrer por dor...nem por amor, paixão!

Mas, faz-se o dia e noite, refrãos e versos, cigarro!

Ascender a louca paixão de uma não solidão...

Foram-se avós, pais, tios, irmãos...foram!

Nesta casa existe história, conto e reconto, todas...

(33)

31

GLOSA

‘Ei de te buscar entre espinhos Que perfuram minha carne viva.”

Na floresta negra do amar Em suspiros de sangue eu irei Pegar um rosa negra que eu sei E joga-la no abismo do mar cinza

Para acalantar minha dor que castiga Por eu não saber rezar

Uma prece que me liberte Do sufrágio do enamorar

Ei de te buscar entre os espinhos

Que perfuram minha carne viva.

(34)

32

O TEMPO

Lágrimas estão a nadar pelo orvalho do meu ser;

Sinto-me uma lagoa de lembranças;

E nado nas belas recordações dos mais dias de lua;

Ah, como é bom sentir tua presença vivida!

Muitos não sabem do amor fraterno que existia nos poemas lidos;

Sonetos declamados em aurora vezes multiplicando-se com os dias;

Lindo tempo para sentir o doce calor da tua presença a sorrir;

Com teus olhos verdes como campinas em belas florestas...

Sou feliz com tudo que circundam-me;

Fazem tudo para levar-me ao abismo do ostracismo;

Nunca ei de sofre com a amargura dos incautos;

Lúcia , tua presença me aquece e me ensina-me ser alguém impoluto...

Ninguém como eu sinto o bem que tu és por não teres partido;

És o luzir celeste do céu azul;

Canto em letra tudo que deixastes;

O tempo não apagará sua iluminada sombra.

(35)

33

O LIVRO SEM PÁGINAS

Eu andava pelas ruas das flores e sentia o perfume dos ramalhetes;

Circundando-me em forma de borboletas coloridas, de todas as cores;

Mechas, camadas, pelos cantos, pinturas alado voando em mim;

Que bailavam em meio a poesia dos meus lábios;

Que inspiravam-me a escrever poemas em gotas d’amor;

Que iluminariam as páginas do meu livro encantado e sem páginas;

Rasgado pelo verto turvo que havia flutuado como palomas em verbo;

Num entardecer lindo, singelo, cândido como alvorada!

Ah! Como eu sou belo em companhia dos Cisnes dum lago dourado;

Pelas plumagens dos pavões em perfeito legue em sombra;

Da luz que reluzia-me nostálgico, em lua prateada, turquesa anil, azul...

Tudo era belo em meu sonho real que poderia acordar-me várias vezes;

Sentir novamente o desfecho para abrir o livro em capa de couro;

E assim, pode escrever meu mundo de fantasias em um delírio d’amor;

Sentei-me logo em minha cama de mola, colchão de palha;

Havia dormido, cedo acordado do meu sonho colorido;

Do lado da minha cama, jará d’água, uma vela apagada, escrevi...

(36)

34

O SILÊNCIO É ELEGANTE

Eu calo-me diante dos fatos em minha volta descoloridos;

Estou colorido pelos versos de flores em poesia d'amor;

Porque meu semblante de paz flutua no arco-íris além...

Estou grato pela música no ar, solfejando em pétalas, um declamar.

Sou um santuário que reza em oração, apreciando minha cantiga;

Pelo fato de eu ser lições acenando a paz em mim, o estar-bem;

E assim, caminho, entre estradas de espinhos que não me ferem;

Eu faço-me jarro d'água para molhar a planta baixa em lágrimas.

Sou o inteiro verbo amar em perdão, e louvarei em sol a tua curva tênue;

E quando o esplendor da lua surgir no céu cintilante para mim reluzir;

Não recordarei das curvas adormecida em teus sonhos não coloridos.

E todos os dias eu farei jus para minha poesia em silêncio falar;

Pelos meus dias de gratidão em prece, protegendo-me dos algozes;

Porque minha aparência viva não é-me de dor, e sim, d'amor em poesia.

(37)

35

AVENIDA DAS ALMAS

Com cânticos alegres estou na vossa presença;

E eu caminho pela estrada iluminada pelo luz;

Pastoreio ovelhas pela janela da lua esconda, ainda;

E, enquanto não sou estrela surgida no frmamento;

Ando debaixo do sol, minha vida isolada entre mundo de almas.

A caminhada é fatigante, vejo-me todo em jardim;

Porque há rosas por todas as partes que olho em pessoas;

Molhadas pelo perfume dos céus em nuvens acalentando;

E a suave canção que guia-me entre a multidão dançante;

Gira pelos vales, que mesmo sem folhagem, imagens existem...

Oh! Quão maravilhoso sinto-me em tê-los em mim;

Vidas que brotam da terra seca, do barro vermelho;

Que mesmo germinado em amor, são pessoas vivas;

(38)

36

CORES DE PINCEL

Gira a roda-gigante num carrossel gigante;

Entre tantos brinquedos saldando a noite;

Pelas luzes dos sorrisos dos pequeninos infantes;

Crianças dançam e pulam como panos a voarem...

Maça do amor, caramelo, lambe-lambe; algodão doce;

Balanço entre os cavalinhos circulando em cores;

Com música pelo ar ecoando...Cada qual com seus nomes;

Maria, Cecília, Luzia, Cícero, Marcos e Jandir...

Eram eles que com seus trajes simples a fazerem a festa surgir;

E quando pulavam no pula-pula com pipoca salgada ou doce;

Todos fcavam a sorrirem...E pelo fndar, um novo dia chegará...

Ah! Quão maravilhoso era a noite que nem o trem fantasma;

Faz medo a todos na eterna magia do serem criança encantadas;

E assim, chega o fm de mais um domingo no parque enluarado.

(39)

37

AS ROSAS DO JARDIM

Os sinos da igrejas badalaram horas;

Até eu abrir as janelinhas do meu quarto;

E o vento ainda gélido que percorreu toda madrugada;

Pelas praças, ruas, quintas, varandas e terraços, sorri para mim;

Então compreendi que estava a viver um novo dia com lindas flores;

Que estavam espelhadas por todos os jardins, canteiros e árvores centenárias.

Desce as escada depois de tomar um duxa morna, pentear meus cabelos longos;

Vestir-me e escovado os dentes, olhei-me, meu reflexo no espelho e sombras...

Percebi então que estava eu sozinho com um pão doce na boca e um copo com leite;

Alimente-me, abri a porta, vi o meu lindo jardim com flores de todas as cores.

A matinal abençoava meu ensolarado dia primaveral com perfumes;

Que perfumava-me para eu ter mais uma manhã tranquila;

Entre muitos que despertavam em suas casas para labuta enfrentar;

E de noite regressar para um lua nova fazer-se morada até o adormecer;

Na certeza de um outro dia de rosas surgir em todos lugares que há amor.

(40)

Sérgio Gaiaf

38

ALDRAVISMOS

Luz

Resplandecente Iluminando-me Nas

Manhãs Primaverais.

Sinto-me Como

os Pássaros N’alvorada

Celestial.

Canto Declamo Recanto Cantares somente

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Sérgio Gaiaf

39

FLORES DE MAIO

Na praça, chove uma chuva fna, cerrada em véu...

E o triste horizonte cinzento que estende seu triste céu;

Molha com linhos transparentes uma plumagens linda;

Que orvalha amores que choram em lágrimas pelos seus entes.

E as árvores a balançarem pelo vento frio que circunda almas;

Envolvem-se no manto de rosas vermelha, o pranto que ecoa...

Em reza vão-se as mães em romaria com olhos cintilantes;

Buscar o sol que possa alcançar as borboletas que voam...

Tudo é passageiro nos campos vazios;

Onde a macula é a brisa da saudade;

Que em azuis bordados, salpica ouro da terra;

Pelo sangue d’aqueles que foram e não mais voltara.

Pois, porque se choram senhoras em pleno dia;

Descansam em fados cantados em tango, uma melodia;

Um acalanto de adeus para quem nunca foram mártires;

(42)

Sérgio Gaiaf

40

O AMOR PODE ESPERAR

Eu queria fugir da permanência de mim mesmo aflorada na pele;

Que ao sentir o gosto do sal escorrendo, manda-te um recado...

Recado de lamento porque estás ausente e não me ouves;

Estás em outro lugar, não podes me esperar em pensamentos.

Quisera eu ser o vento ou talvez o verbo em livro empoeirado;

Para que de algum lugar de onde estejas tu, lesse-me em páginas;

Entretanto, eu nem bem sei onde tu estás, triste penar!

Ó sofreguidão, nem bem sei da minha ilusão permanente.

Nesta minha andança que vagueia em meus pensamentos, solidão;

Mas eu vejo-me ainda belo pela formosa aquarela pintada a mão;

E, eu busco em mim mesmo ser um eu em amor silente;

Gostaria de abrir a porta e te ver na entrada, um sorriso.

Porém, bem eu sei que existirá este momento telúrico.

(43)

Sérgio Gaiaf

41

O POETA

Ser poeta é viver das palavras que me vestem em linhas;

Em um Candido desflar pelos labirinto do amor;

Como se eu fosse um pássaro no celeste céu azul;

Pela cor do mar que diz-me para poetizar em ondas...

Tão gentil é-me ser um poeta em todos lugares pensantes;

E poder sempre desenhar o passado num presente;

Sem um futuro para declamar o onde escrito na memória;

O surgir do frmamento em versos por mim ditos em cadernos.

É bom ser poeta, sinto minh’alma em chuva;

Em florestas, campos silvestres, musicando o dia;

Noites depois do crepúsculo de um entardecer;

Rimados em compassos, sem passos, sempre à caminhar...

É tão bom ser poeta d’alma em grito pelo tudo que faço;

Que não sei respirar sem dizer um verso que baila no ar

(44)

Sérgio Gaiaf.

42

ESTUPIDEZ

Quem o és para fngir tanto?

Se não bastasse o tempo de espera que eu levei;

Procurando-o em meus segredos mais singelos;

Algo que pusesse aliviar a dor da calunia proferida.

Ó homem! Tu és mentiroso e desgraçado!

Vivestes ao meu lado tempos demais para me conheceres;

Hoje, falas entre minhas recordações que estou languido;

Depauperado, insano, meio a fadiga do meu pensar.

Meus pensamentos são humanos e não posso me desesperar;

Porque minha vida em uma caixa de pandora me revela;

E se tua estupidez é-me defenestrar minha lucidez;

Posso te dizer que tua loucura é prova da sua insensatez.

(45)

43

AMOR DE SOLIDÃO

Amo-te pelas curvas dos caminhos em flores;

Nesses caminhos existe perfume em forma d’amor.

Sou singelo, altivo, não me exaspero, pois, sei que estás em espera...

E quando tu me encontrares, saberás que sou botão e não flor.

Minha solidão é de poesia que não escraviza meu dia, nem noites;

Madrugadas sou lírios que te espera em jardim.

Ama-me, porque eu sou teu em quanto existe um sonho;

Um delírio retraído num surdo d’água fria caindo sobre mim, amor!

Somos o balsamo que respinga na terra encharcada de lodo;

Ao nascer das rosas pelo cheiro úmido das profundezas d’alma.

(46)

Sérgio Gaiaf

44

OLHOS GARÇOS

Olho-te e te vejo em poesia;

Porque tu és minha nostalgia;

Em alma a clamar por amor;

No último dizer em versos.

Pelos caminhos que passei;

Estavas a olhar-me desnudo;

E, assim, pudesse me ler;

Ter-me foi apenas o encontro.

Sou o que olha teus olhos negros;

Pela lua que desperta o amor;

No declamar em gôndolas na travessia.

(47)

Afogamos em lágrimas nossa despedida;

E buscamos agora o despertar da lua em nós.

Sérgio Gaiaf

45

ALEGRIA DE VIVER

Sou a chuva que molha a terra do meu corpo nu;

Em um mar de rosas perfumando a madrugada;

Onde o amor perpetua-se no céu do orvalho;

Cantando pingos de amor em sono delirante.

Sou o boto, a seria que destemido me frmo no sol;

Onde os raios purifcam-me em toda sua nostalgia;

Um arco-íris em cores vibrantes vem descansar na lua;

Do eterno sorriso de ser teu enquanto eu for lua.

Ó, alegria! Sempre és-me tu a poesia a voar no frmamento;

Passando entre nuvens que sorriem quando escutam minha voz;

A clamar as bênçãos que recebo dia após dia por estar bem;

Num legue de cetim bordado com alfazemas.

(48)

Porque não ofereço minha prece para as tristezas;

Que vagueia sombria pelas sombras do anoitecer;

Acompanhando sempre os que não sabem viver. Sérgio Gaiaf

46

VITRINES DE ESPELHO

Eu caminho pelas sombras e me vejo alado;

Com um olhar enviesado que lagrimeja no marasmo;

Onde não a luz perpetua neste estranho vácuo;

De engraçada dor em festa de amar

E nessa minha andança, eu me permito não ser objeta;

Uma prerrogativa que em vento tenta forma-se em vapor;

Pois, porque se estou no labirinto do meu imaginar;

Permito ser uma construção em mim em cor.

Sinto-me contente quando passo pelas luzes das vitrines;

Pareço-me o chamado para um novo espetáculo;

Que possibilita-me ser protagonista dos pincéis;

Que pintam meus olhos da cor de mel.

(49)

Porque não estou preso a mim, e sim, aos fados;

Mambos que batucam enquanto a luz não se apaga

.

Sérgio Gaiaf

48

LÚCIA

Ah! Ela foi a minha centelha divina que me fez o que sou;

E nunca deixa-me só por onde for, porque não existe passagem;

Ela está em mim como um eterna alvorada que nunca apaga-se;

Porque sua luz em vela não se apresenta em chama, e sim, em esplendor.

Ela mostrou-me e mostra caminhos que a natureza por ser bela me criou;

Em seus braços, desde muito pequenino, foi-me quem me ensinou;

Sempre fui amado como ainda sou, pois, não há ninguém mais presente;

Em minha vida de discernimento que a doce mulher que nunca me rejeitou.

Deu-me a coragem dos leopardos, a certeza das águias em voo;

Cantor cantigas de ninar, me ensinou a rezar e levou e leva para onde eu for;

Nela a essência viva permanece em mim uma existência de aconchego;

Sem dores, sei o quando vivida encontra-se no que meu eu, permanência.

E por ter sido ela meu grande amor, não ei de tirar de mim está flor;

Pois ela está permanente com sua doce candura em coro celestial;

(50)

Sérgio Gaiaf

49

O SORRISO DE NANCY

À minha mãe

Quando a saudade chega, vejo o teu retrato;

Que num porta-retratos, sorríeis em mensagens;

De paz e de amor, esperança de que me das;

Porque entre montanhas, vales, bosques e cachoeiras;

Sempre foste a singela fonte dos meus encantos em jardim.

Nunca disseste um não. Sempre foste meiguice em sorriso;

Abençoada pelos que em te aprenderam a sorrir;

Com teus olhos sinceros em negra luz em flor;

Pelos campos do sonhar em pleno luar;

Sempre estas presente em música e mar.

Hoje tu és a estrela que ilumina o céu risonho;

(51)

Como todo coro divino que há.

Sérgio Gaiaf

50

A ESTÁTUA DE SAL

Sinto-me só nesta casa;

Olhando o jardim florescer;

Todos os dias vejo rosas;

De noite sei que eu vou adormecer.

Sonho com o mundo mágico do circo;

Palhaços brincam comigo;

Estou no jardim dos esquecidos;

Sorrindo, escuto meu próprio grito...

Chegam crianças para brincar;

Umas pegam margaridas e fcam no picadeiro;

Fico feliz quando recebo-as;

(52)

Como uma estátua de sal.

Sérgio Gaiaf

51

IMAGENS

Preciso te falar das cores;

Dizer-lhe que o azul às vezes é o meu céu;

Que a terra nem sempre foi marrom como imaginamos;

Que talvez o branco seja tuas nuvens;

Que toda flor possui uma natureza em cores;

Amarelo, verde, branca, vermelho...

Misturamos tudo é criarmos nossas cores;

E a vida em imagem são cores que nós vestimos.

(53)

52

SONETO DE PAPEL

Sou o lápis de aquário com pontinhas coloridas;

E sempre desenho, escrevo páginas coloridas;

Rabisco algumas folhas amarelas, vermelhas, verdes, brancas...

Gosto de desenhar sempre em branco e preto até o sol raia.

Ir para o instituto eu gosto, porque vejo gente por lá;

Oro na capela até papai e mamãe vir me buscar;

Brinco com meus amiguinhos com lápis e papel na mão;

Ouço o som do sino chamando-nos para entrar;

Depois das brincadeiras não quero mais brincar.

Rindo, sou muito feliz!

Indo para casa mais cedo antes do puser do sol;

(54)

Sei do lúdico e telúrico dia;

do anoitecer crepuscular;

sei que devo dormir e sonhar.

Sérgio Gaiaf

53

UM CORPO QUE CAI

Sou a brisa que o sereno te envolve;

O perfume de âmbar que te seduz;

Nos bordados que costuro-te.

Vejo-te em boneco de seda, um corpo.

Ó homem! Quão lúdico o és;

Infante telúrico em alfnetes;

Que ao perfurar-te sentes.

(55)

És tu o cair nos meus braços abertos.

Sérgio Gaiaf

54

SABEDORIA

Eu penetro em olhos taciturnos a maldade dos homens nus;

E o olho singelo para seus movimentos tristes no vácuo;

Buscando algum infortúnio de mim não tendo em luz.

Percebo a estupidez da angustia em movimento de palavras.

Quão triste vejo-os desprezíveis em uma construção solitária;

Tentando-me enganar em passos lentos à beirar abismos;

Porque desses homens, mulheres nuas, sou certeza.

(56)

Sérgio Gaiaf

BIOGRAFIA

Sérgio Gaiaf, nasceu em 1966 na cidade de Campina Grande na Paraíba. Filho de Amadeu Maciel de Arruda e Nancy Gaiaf Maciel, na infância estudou no Instituto São Vicente de Paulo onde teve sua formação primária, depois, passou pelos educandários, Colégio Moderno 11 de Outubro, Colégio Santa Terezinha e Colégio Estadual de 2º Grau Dr. Elpídio de Almeida mais conhecido como ‘ Gigantão da Prata’ cursando sua formação colegial.

Com o tempo, depois de algumas viagens, ele foi trabalhar na Paróquia do Santo Antônio, recebeu incentivo do Pe João Heldes Collin e ingressou na vida religiosa, e assim, teve então sua formação no Propedêutico em Fortaleza, Ceará, pela instituição religiosa, Seminário Teológico Pastoral do Ceará e consequentemente formação em Filosofa e Teologia na Faculdade Teológica Filadélfa e na Escola Teológica Popular da Diocese de Campina Grande, tornou-se Agente Pastoral, havia ele passado por muitas experiências e, depois, seguiu, pelo Instituto Judaico resolveu especializar-se em línguas semíticas tornando-se tradutor textual, sempre ligado ao estudos teológicos, fez diversos cursos de capacitação, Latim, Grego, Patrística e Egiptologia pela Escola Mater Ecclesiae com o apoio do Pe.

Clemente Medeiros da Rocha que havia sido professor dele no Seminário São João Maria Vianney de Campina Grande na Paraíba e companheiro no Mosteiro de São Bento em Salvador, Bahia. Ele também cursou Direito Canônico e depois Pedagogia, História e Artes Plásticas pela Universidade Federal da Paraíba, dedicando-se mais as artes plásticas pelo espírito revolucionário e apaixonante.

Participou ativamente do Caderno Tudo dos Diários Associados na Paraíba e outras revistas de cunho literário com o apoio de Jorge Brasil, Edson Silva, Iêda Maria Almeida Cavalcanti, Kenneth Wayne Humphyrs, Mitsue,Cassimiro do Ó, Didiée e Mabel Lippe, sem contar com a presença de Jeane Melcher e Ada Kappa e da saudosa irmã Lúcia Gaiaf Maciel.

Durante sua vida sempre nutriu o seu lado artístico cultural pelas artes e literatura herdado pelos antepassados, tornar-se escritor pelo desejo e capacidade de observar em seus pensamentos numa dialética

pragmática através da escrita dos poemas, sonetos, adágios, haicasi e poesia aldravista.

Na sua trajetória exemplos como Heráclito Maciel,, Mimosa Figuerôa e sua irmã Lúcia Gaiaf Maciel, serviram de exemplo e poetas como Carlos Drummond de Andrade, Florbela Espanca, Fernando Pessoa, Cora Coralina, Emily Elizabeth Dickinson, Matisuo Bashô, Clrice Lispector, Walt Whitman, Marianne Moore e outros grandes vultos que serviram-no de inspiração complementar para seu

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caos humano, uma mente brilhante, um ser capaz de ir para lugares dos quais ajudam a superar barreiras.

Paulo Lee Trote

AGRADECIMENTO

Quando eu escrevo nas entrelinhas, ponho na minha

essência uma existência que vivencio em cada momento

duma práxis. ao olhar o belo, pois, tudo é muito terno,

sendo assim, eu sei que através da minha íris posso fazê-

los integrante dos meus delírios, fantasia das quais são-

me magia pela existência do belo em vocês lendo-me e

eu sentindo-os.

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Sérgio Gaiaf

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Referências

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