EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA
NA INDÚSTRIA
Da troca de lâmpadas a
reprogramação da produção
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ÍNDICE
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PERDA DE ENERGIA (E INVESTIMENTO)
COMO PENSAR UM PROJETO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA GESTOR DE ENERGIA, VOCÊ PRECISA DE UM
REORGANIZE A PRODUÇÃO CASE
SOBRE A FEIMEC REFERÊNCIAS
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PERDA DE ENERGIA (E INVESTIMENTO)
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PERDA DE ENERGIA (E INVESTIMENTO)
Pequena, média ou grande. Não importa o tamanho da sua indústria, é bem provável que ela esteja perdendo energia elétrica em alguma etapa produtiva, porém, diferentemente de um vazamento de água, você não o vê ou não dá tanta importância para solucioná-lo, afinal não afeta o dia a dia. Pois bem, esse é um erro primário ao encaramos cada quilowatt economizado como recurso financeiro, algo bastante exigido em um momento conturbado da economia.
E os números impressionam. A indústria absorve 32,9% da energia consumida no Brasil, segundo o Balanço Energético Nacional 2015, ano base 2014, desenvolvido pela EPE (Empresa De Pesquisa Energética) do Ministério de Minas e Energia. No setor, a maior parte da demanda é puxada pela eletricidade (20,2%), seguida pelo bagaço de cana (18,5%) e pelo carvão mineral (13,5%).
A região sudeste responde por 53% do consumo industrial de energia elétrica, sendo que São Paulo representa metade disso, aponta a CNI (Confederação Nacional da Indústria). Indo um pouco mais a fundo, vamos descobrir que a força motriz é
responsável por 68% da energia elétrica consumida dentro das indústrias nacionais.
Dados, percentuais e consumo: como todos esses números afetam seus negócios? A resposta é dada todo mês na conta de energia com tarifas cada vez mais altas que inflam a formação de preço, tiram dinheiro de investimentos em inovação e reduzem ganhos de produtividade. Para se ter uma ideia desse peso, em um ranking de 28 países com a energia mais cara para o setor industrial, compilado em 2015 pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio), nosso País está em primeiro lugar.
O preço médio chegou a R$ 534,28/ MWh (megawatt-hora), contra R$ 504,1 da Índia e R$ 493,6 da Itália.
Diferentemente, porém, das casas que conseguem poupar imediatamente recurso só com a troca das lâmpadas ou tirando os aparelhos que estão em stand by da tomada, a indústria precisa adotar um plano de eficiência energética que envolve planejamento estratégico, troca de equipamento e participação dos funcionários para enxugar o gasto.
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EVOLUÇÃO DA TARIFA MÉDIA INDUSTRIAL BRASILEIRA - ACR
*Tarifas sem impostos
Fonte: ANEEL, até 2014. Projeção 2015, TR Soluções
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COMO PENSAR UM PROJETO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
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COMO PENSAR UM PROJETO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
A cultura do gasto sem limites de energia elétrica está enraizada no brasileiro, em razão do grande potencial de produção de nossas hidrelétricas e da tarifa barata aplicada até o início dos anos 2000. No entanto, a situação se inverteu e a alta na conta veio a galope, ano a ano, na última década, pegando muitos empresários desprevenidos. Afinal, é preciso estar disposto a uma mudança estrutural e intrínseca para se adaptar a todo o cenário que compõe a questão energética em um ambiente fabril: troca de maquinário, gerenciamento de consumo e, principalmente, pensar energia como insumo importante.
Gestão da energia ainda não é usada como chave, reflete André De Dominicis, consultor de estratégias energéticas e indústria da Mitsidi Projetos. “Nas pequenas e médias indústrias, do portão para dentro, geralmente, o empresário não sabe para onde vai a energia. Ele só acorda para isso quando pesa no bolso.” Se você sentiu identificação com esse panorama, vale a pena colocar em pauta a adesão a um programa de eficiência energética.
Incentivado pelo setor público e também pelas concessionárias de energia, em razão do impacto positivo que causa na manutenção das redes de geração e distribuição, um projeto completo mapeia de uma ponta a outra todos os processos que envolvem a utilização de eletricidade. As etapas de planejamento e investigação levam de três a seis meses para serem concluídas. Nesse período são feitas análises periódicas de acompanhamento dos níveis de consumo de equipamentos por meio de submedidores instalados em cada linha de produto. É aí que são desenvolvidos os indicadores específicos da empresa e dos produtos, comparados com dados de mercado para saber se está bem ou não, e determinadas quais as metas de eficiência de cada um.
Nas pequenas e médias indústrias, do portão para dentro, geralmente, o empresário não sabe para onde vai a energia
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MUITO ALÉM DA TROCA DA LÂMPADA
Substituir lâmpadas incandescentes por fluorescente ou lâmpadas led é uma das primeiras ideias associadas a um projeto de eficiência energética, logo depois vem a troca de máquinas antigas e a negociação de tarifas. Isso é válido, sem dúvida, afinal tem resultado imediato na conta. Entretanto, é preciso ir além e abrir diversas frentes para investigar todas as possibilidades de economia, a negociação de tarifas que inclui ainda a possibilidade de compra de energia no mercado livre, ou seja, quando o consumidor (indústria) compra energia diretamente dos geradores ou comercializadores via contratos bilaterais que permitem a negociação do volume, prazos e valores.
OPORTUNIDADES INICIAIS
Troca de equipamentos Negociação de tarifas
OPORTUNIDADES SEQUENCIAIS
Gestão da energia Impacto Ambiental Estudos de demanda Geração local de energia Estudos de padrão de uso Eficiência global de processo Reaproveitamento de energia
Segurança com fornecimento de energia Estudos integrados para diferentes fontes
Fonte: Mitsidi
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FUNIL ESTRATÉGICO
DAS ESTAPAS DO PROJETO
Veja quais são as quatro etapas que viabilizam um sistema de gestão energia e, consequentemente, geram economia.
Fonte: Mitsidi
ADEQUAÇÃO DE SISTEMA DE MEDIÇÃO, MONITORAMENTO E GESTÃO DE RECURSOS DA FÁBRICA.
DESENVOLVIMENTO DE INDICADORES, LINHAS DE BASE E COMPARAÇÃO COM BENCHMARKS INTERNACIONAIS.
ANÁLISE DA SITUAÇÃO ATUAL, MAPEAMENTO GLOBAL DOS CONSUMOS DE ENERGIA.
IDENTIFICAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DAS OPORTUNIDADES DE MELHORIA NA FÁBRICA.
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MEDIDAS MATADORAS
Um programa completo de eficiência energética pode levar até um ano para ser implantado completamente. Ao longo dos 12 meses são aplicados três grandes grupos de medidas, separadas de acordo com seu custo. Em cada fase é observada uma redução progressiva das despesas, que ao final, pode alcançar 22%, dependendo da qualidade da gestão energética. “Mais do que o valor da conta, a avaliação deve ser em cima da quantidade de energia consumida, ou seja, se um produto está gastando menos energia para ser produzido. Isso porque a tarifa pode encarecer ao longo do tempo”, destaca o consultor de estratégias energéticas e indústria da Mitsidi Projetos, André De Dominicis. Nesse diagrama, espera-se que a economia gerada em uma etapa dê suporte para a implantação da seguinte.
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% ZERO E BAIXO CUSTO Medidas operativasMedidas feitas por pessoal interno
Não há necessidade de Capex específico para o projeto
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% INVESTIMENTONecessitam de grande quantidade de investimento Precisam de estudos de payback e de risco Aproveitar momentos de oportunidade para a realização de retrofits
MÉDIO CUSTO Implantação simples
Estudos preliminares de payback para priorização Medidas que exigem a compra ou substituição de equipamento
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%Fonte: Mitsidi
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GESTOR DE ENERGIA, VOCÊ PRECISA DE UM
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GESTOR DE ENERGIA, VOCÊ PRECISA DE UM
Todas as técnicas aplicadas precisam estar sob o olhar de um guardião dentro da indústria para serem mantidas e aperfeiçoadas a medida em que surgem novas tecnologias e os processos de produção são alterados, seja em virtude da expansão de mercado ou da extinção de uma linha, por exemplo.
Essa figura é representada pelo gestor de energia, uma função que faz o meio de campo entre as áreas de manutenção (que executa, mas não paga a conta) e compras (que busca o mais barato, o que nem sempre é suficiente para dar resultado no campo energético).
Por ser treinado e estar familiarizado com o processo de eficiência energética, ele encontra erros com mais facilidade.
Professor do curso de Engenharia Elétrica da UTFPR (Universidade Técnica Federal do Paraná), Gerson Maximo Tiepolo faz uma provocação para chamar a importância para a função. “A tarifação de energia é paga de acordo com o consumo e nem sempre o que está sendo cobrado na fatura é o mais correto. O gestor de energia tem a obrigação de fazer a revisão periódica do contrato, pois a indústria pode já não estar dentro da modalidade tarifária do acordo inicial e, assim, pagando mais sem saber.”
No entanto, o cargo nem sempre existe, principalmente nas pequenas e médias indústrias, devido ao custo da folha de pagamento de funcionários. A responsabilidade é repassada ao gerente de manutenção ou de utilities, que tem a missão de convencer o pessoal de compras sobre a importância do programa de uso de eletricidade com previsões de redução de gastos. Tiepolo sugere uma saída para ter um gestor de energia sem comprometer o bolso. “As pequenas podem se juntar em associação para contratar uma consultoria de energia, dividir o expediente de um profissional e rachar o pagamento mensal.”
Por estar familiarizado com eficiência energética, o gestor encontra erros com mais facilidade e aperfeiçoa o processo
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REORGANIZE A PRODUÇÃO
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REORGANIZE A PRODUÇÃO
Como organizar a produção diante da necessidade de economizar energia, tendo em vista que é uma das atividades industriais que mais aumenta a conta no final do mês é uma dúvida bastante comum. Quem a esclarece é o coordenador do curso de Engenharia de Produção da PUC-PR, Ney Cesar de Oliveira King. “Com o conhecimento detalhado de todos os processos, podemos programar os equipamentos que utilizam mais energia para que operem somente em horários de baixo custo, organizando a produção de modo a não perder produtividade.”
Uma atenção especial deve ser dada a equipamentos que consumem alta carga de energia elétrica e têm como característica funcionar 24 horas por dia. King compara o comportamento técnico de uma geladeira ao dessas máquinas.
“Ela consome mais energia quando o termostato pede para entrar o compressor. Como analogia, essa será a forma de programar o funcionamento de fornos, por exemplo, com o cuidado de ser em horários de demanda de baixo custo.”
Vale lembrar a existência de pesquisas que apontam a substituição e aproveitamento dos rejeitos da indústria como matéria-prima para o funcionamento de equipamentos que gastam muita energia. Diante disso, o especialista considera que a engenharia, hoje, tem um papel fundamental em fazer com que ciclos de produção sejam fechados com a utilização de sobras.
A manutenção das máquinas também é fundamental para que não haja perda de eletricidade por mau funcionamento. “O custo disso é muito relativo em função do tipo de processo, mas o que devemos fazer sempre é evidenciar as perdas para corrigi-las o mais rápido possível. Pense que perda é jogar dinheiro fora, e num processo produtivo é inadmissível existir desperdício”, sentencia.
Podemos programar os equipamentos que utilizam mais energia para que operem somente em horários de baixo custo
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CASE
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CASE TUPY
Indústria catarinense de peças em ferro fundido, a Tupy atualizou o parque fabril e, ao mesmo tempo, passou a economizar 10.641,83 MWh/ano, equivalente ao consumo de aproximadamente 4,3 mil residências no mesmo período. Os dois projetos para a planta de Joinville (SC) incluíram também componentes de automação, como inversores de frequência, para sistemas de exaustão e torres de resfriamento. “Por meio de ações de eficiência pode-se gerar a mesma demanda de energia ou até maior, entretanto com o uso de menos recursos. O resultado é mais viável do que gerar energia, afinal quanto mais se gera, mais se usa”, afirma Cássio Luiz Francisco de Andrade, diretor de Engenharia de Produtos, Processos e Qualidade da Tupy.
Em média, a força motriz corresponde a 35% do consumo total do parque fabril. Em sua maioria, os equipamentos foram aplicados em torres de resfriamento e em sistemas de exaustão. De acordo com Andrade, a substituição já refletiu na eliminação das paradas de manutenção, que deverá impactar em ganho de produtividade. “A substituição dos motores de até 15 anos de idade traz ganhos que são intensificados com a automação. O primeiro é tecnológico, com o
rejuvenescimento do parque”, destaca o executivo. Foto: Shutterstock
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SOBRE A FISPAL TECNOLOGIA
Maior e mais completo encontro da indústria de alimentos e bebidas, a Fispal Tecnologia é uma Feira Internacional de Processo, Embalagens e Logística para as Indústrias de Alimentos e Bebidas que reúne empresários, executivos e profissionais de toda cadeia produtiva. São mais de 50 mil visitantes vindos de 30 países, 2.000 marcas expositoras e 80 expositores internacionais.
A Informa Exhibitions acredita que eventos são plataformas de conhecimento e de relacionamento, que auxiliam a impulsionar a economia brasileira. A empresa é filial do Informa Group, maior organizador de eventos, conferências e treinamentos do mundo, com capital aberto e papéis negociados na bolsa de Londres. Dentre os eventos realizados pela Informa Exhibitions no Brasil estão: Agrishow, Fispal Tecnologia, Fispal Food Service, ForMóbile, FutureCom, ABF Franchising Expo, SerigrafiaSign e Feimec, num total de 24 feiras setoriais. A Informa Exhibitions possui escritórios em São Paulo (sede) e Curitiba, com cerca de 200 profissionais. Nos últimos quatro anos, a empresa investiu cerca de R$ 400 milhões no Brasil em aquisições de eventos e marcas, o que levou a decisão estratégica de alterar o nome da empresa no Brasil de BTS Informa para Informa Exhibitions.
Para saber mais acesse
www.fispaltecnologia.com.br
Acesse nosso blog para mais informações:
www.fispaltecnologia.com.br/blog
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Maior e mais completo encontro da indústria de alimentos e bebidas, a Fispal Tecnologia é uma Feira Internacional de Maior e mais completo encontro da indústria de alimentos e Maior e mais completo encontro da indústria de alimentos e bebidas, a Fispal Tecnologia é uma Feira Internacional de Processo, Embalagens e Logística para as Indústrias de Maior e mais completo encontro da indústria de alimentos e Maior e mais completo encontro da indústria de alimentos e Maior e mais completo encontro da indústria de alimentos e Maior e mais completo encontro da indústria de alimentos e Maior e mais completo encontro da indústria de alimentos e
REFERÊNCIAS
http://www.firjan.com.br/noticias/custo-medio-da-energia-para-a-industria-sobe-1-2.htm
http://www.fenergia.com.br/pdf/cenarios-e-perspectivas-do-setor-eletrico-camila-schoti-fenergia2015.pdf https://ben.epe.gov.br/downloads/Relatorio_Final_BEN_2015.pdf
http://arquivos.portaldaindustria.com.br/app/conteudo_24/2012/09/06/262/20121127182643470625e.pdf http://www.copel.com/hpcopel/root/sitearquivos2.nsf/arquivos/manual/$FILE/manual_eficiencia_energ.pdf http://www.procelinfo.com.br/main.asp?View={CC307349-3D35-47FE-B77C-3C548F6DB747}
http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-industria-+-eficiente-estudo-de-caso-portugues-br.pdf
http://www.maxpressnet.com.br/Conteudo/1,819231,Eficiencia_energetica_aumenta_competitividade_das_empresas,819231,5.htm http://www.fispaltecnologia.com.br/blog/saiba-como-economizar-contratando-energia-no-mercado-livre/
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