• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE FEDERAL CEARÁ FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, CONTABILIDADE E SECRETARIADO EXECUTIVO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "UNIVERSIDADE FEDERAL CEARÁ FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA, CONTABILIDADE E SECRETARIADO EXECUTIVO"

Copied!
46
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA,

CONTABILIDADE E SECRETARIADO EXECUTIVO

Uma análise do financiamento de campanha no Estado

do Ceará nas eleições municipais de 2004, 2008 e 2012

LEVY SILVA MORAIS

ORIENTADOR: PAULO DE MELO JORGE NETO

(2)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará

Biblioteca da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade

M822a Morais, Levy Silva.

Uma análise do financiamento de campanha no Estado do Ceará nas eleições municipais de 2004, 2008 e 2012 / Levy Silva Morais. – 2014.

44 f. : il. color., enc. ; 30 cm.

Monografia (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade, Curso de Ciências Econômicas, Fortaleza, 2014.

Orientação: Prof. Dr. Paulo de Melo Jorge Neto.

1. Eleições municipais. 2. Fundos para campanha eleitoral. I. Título.

(3)

UNIVERSIDADE FEDERAL CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA,

CONTABILIDADE E SECRETARIADO EXECUTIVO

Uma análise do financiamento de campanha no Estado

do Ceará nas eleições municipais de 2004, 2008 e 2012

LEVY SILVA MORAIS 349006

ORIENTADOR: PAULO DE MELO JORGE NETO

(4)
(5)

RESUMO

O tema financiamento de campanha tem ganhado cada vez mais relevância no cenário político brasileiro, sobretudo após as manifestações populares ocorridas em 2013 e o apelo por uma reforma política. O presente trabalho debruça-se sobre o tema, tendo sido realizada uma extensa pesquisa bibliográfica acerca dos elementos que compõem o processo eleitoral brasileiro, bem como as irregularidades ligadas ao financiamento de campanha, em especial a ação de grupos de interesse. Foi feita uma análise descritiva do financiamento de campanha das eleições municipais do Estado do Ceará dos anos de 2004, 2008 e 2012 utilizando os dados de receita fornecidos oficialmente pelos candidatos e partidos ao TSE. Constatou-se uma diferenciação no perfil do financiamento de campanha na disputa pelos cargos de prefeito e vereador, assim como verificou-se o perfil de financiamento diferenciado existente entre as campanhas da Região Metropolitana de Fortaleza e as demais mesorregiões do Estado.

Palavras-chave: Financiamento de campanha, eleições municipais, grupos de interesse.

(6)

ABSTRACT

The theme of campaign financing has gained relevance in the Brazilian political scene, especially after protests in 2013 and the call for political reform. An extensive literature search on the elements that make up the Brazilian electoral process as well as the irregularities related to campaign finance, in particular the action of interest groups, have been roled. A descriptive analysis of campaign finance in Ceará State in the years 2004, 2008 and 2012 using revenue data provided officially by the candidates and parties to the TSE municipal election was made. It was found a differentiation in the campaign finance profile for the positions of mayor and alderman, as well as between the Metropolitan Region of Fortaleza and other regions of the State of Ceará.

(7)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 8

CAPÍTULO 1 – DOS SISTEMAS ELEITORAIS ... 10

1.1–OSPARTIDOSPOLÍTICOS ... 10

1.1.1–CONCEITOS BÁSICOS ... 10

1.1.2–O CONTEXTO BRASILEIRO ... 12

1.1.3–DA ELEIÇÃO. ... 14

1.2–SISTEMADEFINANCIAMENTODECAMPANHA ... 17

1.2.1–DA REGULAÇÃO ... 17

1.2.2–O FINANCIAMENTO DE CAMPANHA NO BRASIL ... 21

CAPÍTULO 2 – O PROBLEMA DO FINANCIAMENTO. ... 24

2.1–FINANCIAMENTO ELEITORAL E CORRUPÇÃO ... 24

2.2–DA AÇÃO DOS GRUPOS DE INTERESSE ... 26

CAPÍTULO 3 – FINANCIAMENTO DE CAMPANHA NO CEARÁ. ... 29

3.1–ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2004 ... 29

3.2–ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2008 ... 34

3.3–ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2012 ... 38

(8)

INTRODUÇÃO

Os modelos de democracia existentes incorporam, dentre outras características, a participação informada e atenta dos cidadãos na escolha dos seus governantes. Assim, um país será considerado mais democrático quanto mais o corpo eleitor tiver condições de acompanhar e fiscalizar o trabalho de seus representantes, avaliando-os e os responsabilizando por sua conduta no exercício de sua função (POWELL JR, 2000). Nesse contexto, um fenômeno chama atenção: os sistemas de financiamento de campanha eleitoral. A regulamentação do apoio financeiro aos partidos tem gerado debates acalorados até mesmo em países de longa tradição democrática. O funcionamento de uma democracia demanda a existência de partidos políticos e estes, assim, como qualquer outra organização, necessitam gerar rendas para financiar sua vida permanente, custear sua operação e, muito em particular, para entrar e competir na disputa eleitoral.

O financiamento de campanha é entendido como os recursos materiais empregados por aqueles que competem nas eleições populares (partidos e candidatos) para organizar a campanha e conquistar o voto dos eleitores. Os custos relativos a organização do processo eleitoral – como o registro de eleitores, as urnas eletrônicas, os profissionais e voluntários convocados para trabalhar no dia das eleições – são responsabilidade do Estado e não são entendidos como parte do financiamento de campanha. Também não compreendem, o financiamento ordinário das organizações partidárias ou a remuneração dos candidatos eleitos, apesar de indiretamente estarem ligadas ao financiamento da campanha eleitoral. (ANASTASIA; NUNES, 2006)

(9)

campanha. O problema que daí emerge é a difícil contabilização e fiscalização das contas eleitorais por parte do governo que, no Brasil, obriga todos os candidatos e partidos a declarar oficialmente, bem como impõe limitações ao tipo da fonte e valor de doação (ANASTASIA; NUNES, 2006).

O presente trabalho objetiva primariamente analisar o perfil do financiamento de campanha para as eleições municipais no Estado do Ceará nos pleitos de 2004, 2008 e 2012 com base nas informações declaradas pelos candidatos e partidos ao TSE. Todos os valores foram deflacionados com base no IGP-M. Foi feita uma extensa pesquisa bibliográfica acerca de todo o processo eleitoral, bem como das irregularidades que permeiam o referido processo, em especial da ação de grupos de interesse econômico. Espera-se constatar, além de um aumento da receita declarada pelos partidos à Justiça Eleitoral ao longo dos pleitos analisados, um perfil diferenciado de financiamento nas campanhas para prefeito e vereador, individualmente. Adicionalmente, foi verificada a hipótese de um perfil diferenciado de financiamento para as diferentes mesorregiões do Estado do Ceará.

(10)

CAPÍTULO 1

DOS SISTEMAS ELEITORAIS

1.1 OS PARTIDOS POLÍTICOS

1.1.1 – Conceitos básicos

Discute-se nessa sessão as conceituações e o panorama histórico dos partidos políticos e sua atuação na sociedade, bem como o contexto histórico partidário brasileiro.

O sistema político se caracteriza pela existência de conflitos, seja na ótica da distribuição da renda, seja sobre a intervenção do Estado na economia, assim sendo o político (enquanto representante da sociedade) assume o papel de conciliador, aquele que estabelece a harmonia, a concórdia em um grupo social. A evolução do instituto e da

expressão “partido político” fez a significação desse intimamente ligada à democracia e à estrutura estatal. Anteriormente utilizava-se o termo facção para se referir a agrupamentos de oposição ao governo que procuravam influenciar o governo do Estado, englobando assim, todos os grupos políticos existentes. Proveniente do latim, o vocábulo partido tem sentido de fração, de que tudo seria composto de partes. Após a mutação do sentido original, em meados do século XVIII, adquire o significado de participação, partilha ou associação, passando a ser utilizado com a conotação política atual (SELL, 2008)

A origem dos partidos políticos modernos ocorreu num momento histórico em que ocorreram mudanças nas formas capitalistas de regularização das relações sociais (Estado capitalista, democracia burguesa, etc.), no século XIX. Nos países em transição para o capitalismo ou de capitalismo retardatário (Rússia, América Latina, etc.), eles surgem como cópias dos modelos da Europa Ocidental devido à influência cultural que os países

“centrais” exercem sobre os países “periféricos”.

(11)

o embrião da formação dos primeiros partidos social-democratas. Já os partidos de organização de massa surgem ao final do século de XIX, após o desenvolvimento do movimento operário, iniciado por protestos em prol dos direitos e reinvindicações populares, até a estruturação mais complexa de partido de trabalhadores. É precisamente com o aparecimento dos partidos socialistas na Alemanha em 1875 - formado pela fusão

de “lassalistas” (seguidores de Ferdinand Lassale, ideólogo reformista) e “marxistas”

(seguidores de Marx, que foram criticados por ele, ainda vivo nesta época) -, na Itália em 1892, na Inglaterra em 1900 e na França em 1905 que os partidos assumem a posição de organização de funcionários pagos para desenvolver atividade e programa político em nome dos trabalhadores, já que estes não poderiam abandonar seus salários, mesmo que baixos, pelo amor ao debate ou dedicar-se à atividade política em tempo livre, tendo em conta as pesadas jornadas (SELL, 2008).

Foi com Edmund Burke que surgiu a primeira definição para partido político:

“Partido é um grupo de homens unidos para a promoção, pelo seu esforço conjunto, do interesse nacional com base em algum princípio particular com o qual todos eles concordam.” (SELL, 2008 p. 110)

Por sua vez, Gramsci define partido político como o organismo social que desempenha as funções que Maquiavel atribuía a uma pessoa singular. Denomina de

“moderno Príncipe” o partido político, que age em representação da inteligência e vontade

coletiva nas sociedades modernas, mais complexas. O dever do partido político, portanto, seria formar uma vontade coletiva nacional-popular, capaz de contemplar as vontades de uma nação, em diferentes relações sociais (TONIAL; OLIVEIRA, 2014).

Para Weber (1991) partido é toda associação voltada para a disputa e o exercício do poder. Com isso, sua característica fundamental seria influenciar ações sociais de qualquer conteúdo. De acordo com uma definição tão abrangente, partidos podem-se formar para disputar o poder num Estado, mas também num clube, numa associação ou num sindicato.

(12)

expressão a organizações políticas caracterizadas pela existência articulada de facções parlamentares e comitês eleitorais. Partido supõe, nessa acepção, atuação parlamentar conjunta de um grupo e ações organizadas com vistas à eleição de seus membros.

Kinzo (2004) aponta duas características do conceito de partido político, são elas, primeiramente, o contexto em que os partidos atuam e, em segundo, às atividades que desenvolvem sob tal contexto. Os partidos têm papéis específicos em duas arenas do sistema político: a eleitoral e a decisória. Nesta última, sua atividade está associada à formulação, ao planejamento e à implementação de políticas públicas, participando como atores legítimos no jogo de poder e no processo de negociação política. São agentes fundamentais no processo democrático representativo, pois estão respaldados no voto popular. De fato, somente com base neste critério – apoio eleitoral – é possível, no contexto das democracias de massa, falar de partidos como canais de expressão e representação de interesses, como um vínculo, ainda que frágil, entre a sociedade e o Estado. Na arena eleitoral, seu papel específico é o de competir pelo apoio dos eleitores a fim de conquistar posições de poder. É por meio desse mecanismo que a cadeia de representação política se forma nas democracias representativas, uma cadeia que vincula os cidadãos às arenas públicas de tomada de decisões.

1.1.2 – O contexto brasileiro

O aparecimento dos primeiros partidos de caráter nacional sob a égide do sufrágio universal surgiu após o fim do Estado Novo em 1945. Schmitt (2005) identifica três diferentes ciclos que são marcados por diferentes quadros partidários. São eles: I) a Terceira República (1945-1964), II) a Quarta República (1964-1985) e III) a Quinta República, que foi inaugurada com o retorno dos civis à presidência em 1985 e se estende até os dias de hoje.

(13)

conhecida como Lei Agamenon, que introduziu na legislação eleitoral brasileira a exigência de organização em bases nacionais para o registro de partidos políticos pelo Tribunal Superior Eleitoral. Com a promulgação da Constituição de 18 de setembro de 1946 esse entendimento ficou consagrado repetindo-se em todos os textos constitucionais posteriores. Quando do golpe militar em 1964, marcando o fim da Terceira República, haviam 13 partidos políticos legalmente funcionando no Brasil. O Partido Comunista Brasileiro (PCB) operava na ilegalidade desde 1947. O sistema partidário que funcionou ao longo de nossa primeira experiência com a democracia representativa foi caracterizado como um sistema moderadamente fragmentado, com três grandes partidos – PSD (Partido Social Democrático), UDN (União Democrática Nacional) e PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) –, em torno dos quais havia uma dezena de partidos-satélite (SCHMITT, 2005).

O ciclo político que vai do golpe de 1964 à posse de José Sarney na Presidência da República, em 1985, foi marcado por sucessivas manobras políticas e mudanças na legislação eleitoral que visavam a legitimação e a permanência no poder do regime autoritário. Com o Ato Complementar nº 4 estabeleceu-se que caberia aos membros do Congresso Nacional a iniciativa de criar novas organizações com as atribuições de partidos, e não partidos políticos propriamente ditos. Devido a isso, nenhuma das legendas criadas pela reforma partidária de 1965-1966 continha a palavra “partido” em sua denominação. O AC-4 exigia que as organizações partidárias provisórias registrassem, cada uma, a filiação de no mínimo 120 deputados federais e 20 senadores. Na prática isso resultou num sistema bipartidário, que trazia uma diferença fundamental dos outros sistemas bipartidários então existentes nos EUA e Inglaterra, o seu carácter artificial, pois

o processo fora instituído compulsoriamente “de cima para baixo”. O propósito dos militares era polarizar de um lado todos os congressistas cujas tendências políticas fossem favoráveis ao regime e do outro os que se opunham. Foram criados, então, a Aliança Renovadora Nacional (ARENA), composta pelos grupos parlamentares de situação, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), composto pelos grupos de oposição ao regime que sobreviveram às cassações pós-golpe (KINZO, 1988)

(14)

arbitrariedades do regime militar, o que inclui os políticos e os parlamentares cassados. Esse cenário levou ao fim do sistema bipartidário através da Lei nº 6.767, de 20 de dezembro de 1979, que reformou os dispositivos da Lei Orgânica dos Partidos Políticos. A partir de então, vários partidos foram registrados junto ao TSE, alguns desses ainda em pleno funcionamento até hoje.

O marco inicial da Quinta República foi a posse de Jose Sarney na presidência da república em 15 de março de 1985. Poucos meses depois foi aprovada no Congresso Nacional a Emenda Constitucional nº 25, de 15 de maio 1985, que, dentre outras novidades, reestabeleceu as eleições presidenciais diretas. A atual Constituição, que data de 5 de outubro de 1988, estabelece em seu artigo 17:

“... é livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: I – caráter nacional; II – proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes; III – prestação de contas à justiça eleitoral; IV –funcionamento parlamentar de acordo com a lei”.

Ainda no mesmo artigo, o parágrafo primeiro assegura “aos partidos políticos

autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento, devendo seus

estatutos estabelecer normas para a fidelidade e disciplina partidárias”. Lançou-se, então, a base que definiu o sistema eleitoral atualmente vigente no Brasil.

1.1.3 – Da eleição.

O sistema eleitoral brasileiro é baseado no voto direto e secreto, ou seja, o eleitor vota diretamente no candidato ao cargo a ser preenchido, de maneira sigilosa, já que seu voto não pode ser divulgado a terceiros. Atualmente, representantes de todos os níveis dos poderes legislativo e executivo brasileiros são escolhidos pelo voto direto. São

(15)

As eleições para presidente, governador, prefeito e senador obedecem o sistema majoritário. No caso de deputados federais, estaduais, distritais e vereadores, o sistema utilizado hoje é o proporcional com lista aberta. No sistema majoritário, é eleito o candidato que receber a maioria absoluta dos votos válidos (mais da metade dos votos apurados, excluídos os votos em branco e os nulos). Se nenhum candidato atingir o número na primeira votação, realiza-se um segundo turno entre os dois mais votados. No caso da eleição para prefeitos de municípios com menos de 200 mil eleitores, é exigido apenas a maioria relativa dos votos e não há segundo turno. No que se refere ao sistema proporcional com lista aberta, as vagas são distribuídas proporcionalmente aos votos totais obtidos por cada partido. São contabilizados na apuração o total de votos obtidos por partido, somando os votos da legenda e os votos dos candidatos desse legenda. É, portanto, possível nesse sistema votar tanto no candidato como na legenda. Os partidos preenchem suas vagas conquistadas com seus candidatos com maior votação (FERREIRA, 2005)

Jair Nicolau explica:

A literatura sobre os efeitos dos sistemas eleitorais chama a atenção para o fato de que a lista aberta estimula a predominância da reputação individual em detrimento da reputação partidária. [Nessa situação], cada candidato organiza sua campanha (participação em eventos, confecção de material, arrecadação de fundos e prestação de contas dos gastos) de maneira praticamente independente dos diretórios partidários. [...] como o desempenho do partido deriva em larga escala do sucesso dos candidatos em obter votos, quando da organização das listas de candidatos, os partidos têm forte interesse de incluir indivíduos populares em seus ramos de atividade, mas não necessariamente com histórias de envolvimento em atividades partidárias (artistas, jogadores de futebol, radialistas, líderes religiosos, etc.). (NICOLAU, 2002: 223-224)

(16)

O sistema eleitoral de representação proporcional com lista aberta incentiva, também, a manutenção do multipartidarismo que tem caracterizado o sistema político brasileiro nas últimas décadas. Nunes (2006) explica que apesar do multipartidarismo facilitar a expressão de preferências em contextos heterogêneos, a variedade de agremiações torna praticamente impossível para os eleitores obterem informação sobre todos os candidatos, avaliá-los e compará-los para fazer sua escolha. Além disso, a possibilidade de coligações de partidos para a disputa das vagas do poder legislativo incentiva a manutenção, no sistema partidário, de grande número de pequenos partidos, muitos sem consistência ideológica clara, mas que, se disputarem não coligados, não atingem o quociente eleitoral necessário para ocupar alguma das vagas. Esse problema não é claramente identificado pelos cidadãos que, na verdade, podem ser levados a concluir, a partir do resultado da eleição, que seu voto foi desperdiçado, uma vez que a grande maioria dos candidatos não é eleita.

Jairo Nicolau resume:

O sistema proporcional de lista aberta gera dois padrões de competição nas eleições. Um deles é a competição entre partidos pelas cadeiras parlamentares, outro é a disputa entre as candidaturas individuais de cada lista pelas possíveis cadeiras conquistadas. A disputa entre os candidatos de um mesmo partido deve-se à lógica e ao ambiente de incerteza que presidem a competição: a alocação intralista é feita pelo método majoritário (os mais votados se elegem) sem que se saiba previamente quantos cargos estão em disputa (o número de cadeiras que o partido elegerá (NICOLAU, 2002, p. 51.)

No que se refere à infidelidade partidária, até ser baixada a Resolução TSE nº 22.610, de 25 de outubro de 2007, era possível ao indivíduo detentor de mandato político desfiliar-se de seu partido durante seu mandato parlamentar sem qualquer tipo de penalidade, desde que respeitasse o artigo 18 da LPP e o artigo 9 da LE que obrigava o candidato a ser filiado por pelo menos um ano para poder se candidatar. Carlos Ranulfo Melo descreve as consequências dessa prática:

(17)

Congresso, com impacto diferenciado sobre o desempenho dos sistemas partidários estatuais, a constituição das coalizões governamentais e o grau de representatividade do sistema partidário nacional. Tornou-se ainda, na medida em que ganhou destaque na mídia, parte do rol de atividades que, na percepção da população, contribuem para situar o Congresso e os partidos nos últimos lugares em qualquer pesquisa que se faça acerca da credibilidade das instituições no país. (MELO, 2003 p. 322)

A referida Resolução determina que será possível ao transfujo a mudança de partido sem haver a perda do mandato nos seguintes casos: I) incorporação ou fusão de partido; II) criação de um novo partido político; III) mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; e IV) grave discriminação pessoal.

1.2 SISTEMA DE FINANCIAMENTO DE CAMPANHA

1.2.1 – Da regulação

Esta sessão dedica-se a escrutinar os modelos de financiamento de campanha e suas divergências teóricas, assim como o modelo adotado pelo Brasil e sua legislação.

(18)

conhecido como hard money, é voltado para o financiamento estritamente eleitoral

(SANTOS, 2009).

Zovato (2005) ressalta a necessidade da existência de um marco jurídico eficaz para a legislação que regula o financiamento de campanha eleitoral, dadas cinco razões: I) para evitar o abuso e a compra de influências nos partidos políticos por parte de grupos de interesse, com o objetivo de restabelecer a confiança dos cidadãos no processo político; II) para estabelecer um equilíbrio na competição entre os partidos, tendo em vista que a equidade na competição é um princípio fundamental da democracia; III) o empoderamento dos eleitores mediante normas sobre divulgação de informação, voltadas para que eles contem com elementos adequados para tomar uma decisão informada no dia das eleições; IV) o desenvolvimento e fortalecimento dos partidos, para que se convertam em atores

responsáveis em apoio a uma democracia sustentável e efetiva; V) assegurar um “mínimo de racionalidade” no uso de recursos públicos destinados a financiar atividades político -eleitorais.

Adla Youssef aponta os componentes que estruturam os sistemas de financiamento político sobre o qual incide a regulamentação, que por sua vez pode atuar sobre os gastos realizados por partidos - ou candidatos – e/ou sobre suas receitas. No que tange à regulação sobre os gastos de partidos e candidatos, os componentes são: I) os atores – e.g. os gastos políticos podem ser realizados por candidatos, partidos ou terceiros; II) limites – e.g. a imposição de limites ou tetos aos gastos dos partidos e candidatos durante as eleições; III) vetos – e.g. proibição de determinados gastos, ou ainda vetos a que terceiros realizem gastos em nome de candidatos ou partidos; IV) prazos – e.g. a separação do ciclo eleitoral em dois, o período de campanha eleitoral e o período entre campanhas; e V) prestação de contas (BOURDOUKAN, 2009).

Quanto à regulação sobre receitas de partidos políticos e candidatos, a legislação engloba cinco variáveis: I) as fontes de receita; II) os limites; III) vetos e prazos à arrecadação por partidos ou candidatos; e IV) as determinações referentes à prestação de contas e transparência. A mesma autora especifica que as modalidades de financiamento podem ser pública, privada ou por contrapartidas –matching funds ou misto. Os parágrafos

(19)

O financiamento público tem como beneficiários os partidos ou candidatos durante o período eleitoral, e os partidos ou representações parlamentares fora do período eleitoral. Opta-se por essa modalidade como uma maneira de evitar ou diminuir a incidência de interesses particulares e poderes fáticos no desempenho das funções partidárias. Argumenta-se também que a concessão do financiamento público oferece maior transparência nas operações financeiras dos partidos sujeitando-os aos órgãos de controle e fiscalização do erário público. Outro argumento a favor dessa modalidade de financiamento é a convicção de que os partidos tem um papel transcendental nos sistemas democráticos representativos e que, portanto, os Estado deve assegurar as condições para seu pleno funcionamento, institucionalização e fortalecimento democrático. Zovatto (2005) defende:

Seu objetivo é, por um lado, obter condições mais eqüitativas durante a competição eleitoral entre os diversos atores políticos e, por outro, uma maior transparência em matéria de financiamento, voltada para mitigar os altos níveis de corrupção política.

A proposição do financiamento exclusivamente público também encontra argumentos contrários a sua execução. O primeiro argumento é que essa modalidade não

eliminaria práticas de corrupção, como o caixa “dois”, e abusos de poder (Zovatto, 2005).

Rúbio acrescenta que os recursos que seriam destinados ao pleito poderiam ser direcionados para políticas que estimulem o crescimento econômico e o desenvolvimento social (Rubio, 2005). Um terceiro argumento existe no fato dessa modalidade tornar a disputa eleitoral, no médio prazo, mais desigual por possibilitar que o maior partido na primeira eleição tenha mais recursos nas eleições subsequentes, tendo em vista que o financiamento de campanha seria proporcional ao seu desempenho eleitoral (Portugal e Bugarin, 2003)

(20)

poderoso mecanismo recrutador de novos membros, assim como cria redes de simpatizantes que, em tempos de campanhas, estarão mais aptos a cumprir as tarefas políticas.

Por outro lado, o custo crescente das campanhas eleitorais aliado a fontes privadas de financiamento podem reforçar a ligações de interesse e beneficiamento entre partidos, candidatos e empresas. O problema surge quando os agentes privados intendem mais do que demonstrar suas preferências políticas, procurando retorno futuro de seu investimento sob a forma de rent-seeking (tentativa de derivar renda econômica pela manipulação do

ambiente social ou político no qual as atividades econômicas ocorrem, em vez de agregar valor), informações ou tratamento privilegiado em decisões sobre contratos ou regulação pública (MARENCO DOS SANTOS, 2010)

A modalidade de financiamento misto, ou matching funds, é a predominante na

América Latina e em muitos outros países no mundo. Essa modalidade combina as contribuições em dinheiro, bônus ou empréstimos – financiamento direto – com a concessão de facilidades no que se refere a serviços, infra-estrutura, isenções, acesso aos meios de comunicação, entre outros – financiamento indireto. (ZOVATO, 2005) Podem ser instituídos patamares base no que se refere à arrecadação e transferência de recursos públicos, o que na prática pode significar um teto para os gastos de campanha tendo em vista que a arrecadação seria o limite para os gastos. Esse sistema, também, pode induzir à

“pulverização” das contribuições privadas, ao passo que seja estabelecido um teto (e certas proibições) para as doações de cada contribuinte, levando os candidatos a buscar um grande número de doadores. Como consequência, teria-se a redução da interferência dos grupos de interesse econômico (BOURDOUKAN, 2009). A autora explica:

(21)

determinado momento do tempo, medida pelo montante de recursos que estão dispostos a doar a um determinado candidato. (BOURDOUKAN, 2009 p. 39)

1.2.2 – O financiamento de campanha no Brasil

O modelo atualmente adotado no Brasil pode ser considerado um modelo misto de financiamento, com a possibilidade de uso, em campanhas eleitorais, de fundos públicos, bem como de fundos privados, incluindo recursos próprios de candidatos e recursos provenientes de doações de pessoas físicas e jurídicas. Desde as eleições pós Segunda Guerra, as contribuições privadas são regulamentadas pela Justiça Eleitoral, sendo sua competência do Tribunal Superior Eleitoral.

O artigo 17 da Carta Magna contém 3 dispositivos que guardam relação direta com o tema. O inciso II do art. 17 proíbe os partidos políticos de receberem recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiro. O inciso III, do mesmo artigo, firma que as agremiações partidárias devem prestar contas à Justiça Eleitoral. Por fim, o § 3º do artigo em tela dispõe que os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário, na forma da lei.

O financiamento das eleições é discriminado na Lei 9.504/97 (Lei das Eleições) e pela Lei 9.096/96 (Lei Orgânica dos Partidos Políticos), na parte que trata da prestação de contas dos partidos e do Fundo Partidário. Tais dispositivos normativos não estabelecem um teto para os gastos eleitorais dos candidatos, ficando a cargo de cada partido político a fixação do seu próprio limite. As fontes de financiamento pode vir de i) pessoas física ou jurídica, ii) de outros candidatos ou comitês, iii) do partido político e iv) de receitas oriundas da comercialização de bens ou da realização de eventos.

No que se refere às doações dos entes privados – pessoas física e jurídica – e recursos próprios do candidato, a lei estabelece limites e restrições. As contribuições em dinheiro de pessoa física estão limitadas até a 10% dos rendimentos brutos auferidos no ano anterior à eleição, ou fazer doações “estimáveis em dinheiro” relativas à utilização de

(22)

regra proibia que qualquer cidadão que recebesse salário mínimo - em 2009, o salário mínimo vigente era de R$ 465,00, o que multiplicado por 13 (12 meses somado ao 13º salário), equivale a R$ 6.045,00 de renda bruta anual - contribuísse com mais do que R$ 604,50 a qualquer campanha. A consequência, segundo os autores, é que uma tal regra faz

com que, na prática, o apoio de um bilionário “valha” mais do que o de 10.000 cidadãos.

(SARMENTO; OSORIO, 2014)

Quanto as doações de pessoas jurídicas, é vedada as contribuições advindas: I) do estrangeiro; II) de órgãos da Administração Pública; III) de concessionários ou permissionários de serviço público; IV) de praticamente todas as entidades sem fins lucrativos, como OSCIPs, entidades beneficentes, religiosas e esportivas; e V) de entidades de classe ou sindical. Limita-se a doação por parte de empresas privadas às campanhas em até 2% dos rendimentos anuais da empresa atingidos no ano anterior ao da eleição(art. 81 da Lei 9.504/97). Caso a empresa extrapole o limite, poderá arcar com o pagamento de multa no valor de 5 a 10 vezes ao valor doado em excesso, além de não poder celebrar contratos com o poder público, tampouco participar de procedimentos licitatórios por cinco anos (art. 81 §§ 2º e 3º). Daniel Sarmento e Aline Osório ressaltam:

A regulação de contribuições por pessoas jurídicas na Lei 9.504/97, além de antidemocrática, é ideologicamente parcial. Não faz o menor sentido, de um lado, permitir doações a campanhas por parte de qualquer empresa, e de outro, proibir que a representação dos trabalhadores (sindicatos) possa contribuir para campanhas políticas. Tampouco é razoável que organizações não-governamentais que recebam recursos públicos não possam doar, enquanto que as empresas privadas que contratam com o governo não somente são autorizadas a fazer doações, como também figuram entre os maiores doadores de campanhas. Tal marco normativo confere, em verdade, privilégios injustificáveis ao capital no processo eleitoral, em detrimento da representação da cidadania (SARMENTO; OSORIO, 2014).

(23)

O art. 23 da Lei Eleitoral prevê que as doações podem ser feitas em dinheiro ou em bens estimáveis em dinheiro. Assim, os recursos financeiros devem ser doados por meio de cheques cruzados e nominais, transferência eletrônica de depósitos, depósito bancário de dinheiro em espécie devidamente identificado e por meio de doações pela Internet em mecanismo a ser disponibilizado na página eletrônica do candidato, com a identificação do doador e a emissão de recibo eleitoral. Ressalta-se que ocorrendo fraude ou erro cometido nas doações pela Internet ocorridos em conhecimento dos candidatos, partido ou coligações, estes não terão qualquer responsabilidade e a ocorrência não implicará em rejeição da prestação de contas apresentada à Justiça Eleitoral (FALCÃO P. REIS, 2010).

A Lei dos Partidos Políticos, 9.096/96, ainda trata do financiamento direto nos arts. 30 a 44 e do indireto (acesso gratuito ao rádio e televisão), no art. 45. O artigo 38 trata do Fundo Especial de Assistência Financeira a Partidos Políticos. Os recursos oriundos do Fundo são aplicados: I - na manutenção das sedes e serviços do partido, permitido o pagamento de pessoal, II - na propaganda doutrinária e política, III - no alistamento e campanhas, IV - na criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política (se, ao final da campanha ocorrer sobra de recursos ou de bens estimáveis em dinheiro será utilizada na manutenção da entidade – Lei 9.504/97). É determinado que 5% do FP seja distribuído igualitariamente, ao passo que 95% seja distribuído de modo proporcional aos votos obtidos, na última eleição da Câmara, pelos partidos com funcionamento parlamentar. Pela Lei das Eleições de 1997, o horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão tem duração de 45 dias e 1/3 do tempo é dividido igualitariamente entre todos os partidos registrados, e 2/3 proporcionalmente à representação na Câmara, proibida a transferência de tempo entre os partidos.

De acordo com o disposto no art. 15 da Resolução do TSE n. 22.715 de 2008, são ainda fontes de receitas das campanhas eleitorais as doações de outros candidatos, comitês financeiros ou partidos políticos e a receita decorrente da comercialização de bens ou da realização de eventos, sendo a comunicação prévia do último obrigatória já que a Justiça Eleitoral pode determinar diligência para fiscalização do ato. (FALCÃO P. REIS, 2010).

(24)

informações são detalhadas, com a separação entre receitas públicas e privadas e os tipos de gastos realizados. O Sistema tem como objetivos principais auxiliar o usuário no preenchimento dos demonstrativos exigidos pela legislação, além de amparar a própria Justiça Eleitoral na análise dos dados transmitidos via disquete e via impressa. São peças e documentos obrigados a serem apresentadas, mesmo que não haja movimentação de recursos seja ele financeiro ou estimável em dinheiro.

CAPÍTULO 2

O PROBLEMA DO FINANCIAMENTO.

2.1 – Financiamento eleitoral e corrupção

Neste capítulo são discutidas as irregularidades advindas das práticas de financiamento de campanha e a atuação de grupos de interesse econômico nesse contexto.

O tema do financiamento de partidos e de campanhas adquiriu uma importância cada vez maior porque, afora seus pontos positivos, costuma ser associado com escândalos de corrupção política e tráfico de influências. Com efeito, na América Latina, a crise dos partidos tem, em boa medida, vinculação com os escândalos provocados por seu financiamento ilegal.

(25)

Os efeitos negativos da corrupção política para o sistema democrático são bem apontados por Malem, segundo o qual: 1) a corrupção solapa a regra da maioria que é própria da democracia; 2) corrói os fundamentos da moderna teoria da representação que está na base do ideal democrático; 3) afeta o princípio de publicidade e de transparência; 4) empobrece a qualidade da democracia ao subtrair da agenda pública todas aquelas questões que constituem a contraprestação corrupta correspondente à recepção por parte dos partidos de fundos irregulares; e 5) provoca uma série de ilícitos em cascata, isto é, os dirigentes políticos, para dissimular os fundos obtidos irregularmente, se vêem jogados numa espécie de lei de Gresham, em que são obrigados a realizar ações incorretas ou indevidas para evitar ações ou conseqüências ainda piores, com a deterioração que isso implica para a vida cidadã (MALEM, 2003, p. 491-494).

Embora, a priori, seja equivocado estabelecer uma relação direta entre financiamento e corrupção política, vê-se que o financiamento se converteu, em muitos casos, em fonte de corrupção, tanto em países subdesenvolvidos como nos desenvolvidos (ZOVATTO, 2005). O autor destaca que o fenômeno tem caráter global chegando a afetar líderes de democracias consolidadas, como os EUA e alguns países de europeus, além de diversos países asiáticos. Pode-se citar a polêmica que afetou o presidente Clinton sobre as fontes externas de financiamento, os escândalos na França com respeito a empregos fictícios, os fundos secretos da CDU manejados pelo chanceler Helmut Kohl, assim como as dificuldades enfrentadas por Tony Blair, que o obrigaram a aceitar a renúncia de um de seus ministros e a criar a comissão presidida por lorde Neill, com o objetivo de reformar o sistema de financiamento. Na América Latina, inúmeras também foram as denúncias de financiamento público ilícito, seja através de contas confidenciais ou de entradas encobertas, que geraram numerosas crises que colocaram em situações-limite vários presidentes, como Fernando Collor de Mello, no Brasil, Carlos Andrés Pérez, na Venezuela, Jamil Mahuad, no Equador, Arnoldo Alemán, na Nicarágua e Alfonso Portillo, na Guatemala. Ainda ressalta-se o caso de Ernesto Samper, na Colômbia, cujo dinheiro proveniente do crime organizado e de atividades ilícitas, como o narcotráfico, financiava seus interesses eleitoreiros.

(26)

estudos são convergentes ao afirmar que o montante de recursos arrecadados influencia diretamente o resultado das eleições (FIGUEIREDO FILHO, 2005; CERVI, 2010; SARMENTO, OSORIO, 2014).

Cervi (2010), em seu estudo sobre as contribuições de pessoas físicas, jurídicas e partidos políticos nas eleições de 2008 nas capitais brasileiras, identificou que as campanhas que contaram com maior volume de recursos tenderam a obter mais votos e tiveram maiores chances de vitória - independentemente de ideologia partidária, localização regional da disputa ou IDH do município -, assim como verificou que o percentual de doações de pessoas jurídicas teve um impacto maior em votos válidos obtidos pelos candidatos do que o total de recursos da campanha.

Figueiredo Filho (2005) concluiu que quanto mais recursos são alocados nas campanhas, maior é o número de votos recebidos por um determinado candidato, ressalvando alguns casos, tendo em vista a existência de outras variáveis que também interferem no resultado eleitoral (FIGUEIREDO FILHO, 2005).

Sarmento e Osório (2014) ressaltam o predomínio das pessoas jurídicas sobre as pessoas físicas na composição das doações nas eleições de 2010 e 2012. Em 2010, as doações por parte de indivíduos corresponderam a aproximadamente 8,7% das receitas totais das eleições, excluídas as doações realizadas pelos próprios candidatos. O mesmo padrão se reproduziu nas eleições de 2012, ainda mais acentuadamente, quando as doações de pessoas físicas foram responsáveis por menos de 5% das receitas eleitorais. Nas doações para Dilma Roussef, por exemplo, contribuíram apenas cerca de 2.000 pessoas físicas, alcançando menos de 1% do total das doações recebidas. Nas eleições gerais de 2010, 1% dos doadores, correspondentes a 191 empresas, concentraram 61% do valor total das doações.11 Desses doadores, os dez mais generosos foram sozinhos responsáveis por cerca de 22% de todos os recursos arrecadados.

2.2 – Da ação dos grupos de interesse

(27)

agenda do governo é formulada. Os grupos atuariam no sentido de influenciar a agenda governamental, restringindo o alcance de medidas danosas a seus interesses, ao passo que tentariam prolongar a abrangência daquelas matérias em consonância. De acordo com a segunda perspectiva apontada por Figueiredo Filho (2005), as contribuições de campanha feita pelos grupos de interesse são uma das estratégias possíveis para garantir o acesso político, que seria uma retribuição de favor por parte do eleito que foi financiado.

Segundo a pesquisa realizada por Abramo em 2003, mais de 26% das empresas entrevistadas relatam ter sido, de alguma forma, constrangidas a contribuir com campanhas eleitorais e que, em metade destas, a doação é feita mediante promessa de troca de favores. A pesquisa ainda constatou que o principal método de obter tratamento diferenciado, em 86% das empresas, é o oferecimento de presentes e outros favores a agentes públicos (ABRAMO, 2004). Trabalhos recentes indicam que tais práticas ainda se mostram verdadeiras.

Claessen, Feijen e Laeven (2008) investigam os vínculos entre financiamento de campanhas eleitorais e favorecimento político de empresas no Brasil. Estes estabeleceram a realização de doações a candidatos (discriminados entre vencedores e derrotados nas eleições e entre apoiados ou não pelo presidente) como critério de conexão e testaram as hipóteses de que as empresas conectadas tiveram suas ações mais valorizadas e/ou aumentaram seus níveis de endividamento após o resultado das eleições de 1998 e 2002. Foram provadas as hipóteses de que os laços políticos adquiridos com as doações de campanha a candidatos que venceram as eleições resultaram em expectativas dos investidores de retornos futuros maiores das empresas doadoras e em acesso preferencial destas ao financiamento, sejam eles apoiados ou não pelo presidente (com efeito mais forte para aqueles apoiados).

(28)

Sztutman e Aldrighi (2012), em sua investigação sobre a influência das variáveis políticas - em especial as doações de campanha - no acesso ao crédito do BNDES, constataram uma relação positiva entre doações de campanha e empréstimos concedidos pela instituição. Os autores explicam que os resultados obtidos são corroborados por trabalhos anteriores na hipótese de que as doações eleitorais seriam investimentos que se realizariam na forma de favores políticos no caso do candidato que recebeu o dinheiro ser eleito. Bem como na hipótese de que as doações de campanha seriam motivadas segundo uma lógica auto interessada. Ainda que tenham mostrado alguma evidência para a possível existência de influência política na alocação de empréstimos do BNDES, é importante ressaltar que os resultados não permitem afirmar uma influência direta.

Cervi (2010) identifica uma relação direta entre desempenho eleitoral de doações feitas por empresas e entidades. Nos resultados obtidos, ele observa que os partidos políticos no Brasil, independente de posição ideológica, contam com doações de empresas - cujos recursos são destinados, majoritariamente, a candidatos com maiores chances de vitória, independentemente da posição no espectro ideológico - e atenta para a distorção do sistema democrático gerado pela existência dessa relação.

No contexto da política cearense, Araújo e Jorge Neto (2014) verificaram o impacto da competição política municipal e a atuação de grupos de interesse na oferta de serviços públicos do Ceará, refletido pelo IDS-O dos municípios, bem como a existência de influência destes grupos na eficácia dos serviços oferecidos, medido pelo IDS-R. Constatou-se que os municípios com menor competição apresentam maior oferta de serviços públicos e que a atuação de grupos de interesse não causaram efeito sobre as condições de vida da população.

(29)

CAPÍTULO 3

FINANCIAMENTO DE CAMPANHA NO CEARÁ.

Este capítulo tratará do financiamento das campanhas eleitorais nas eleições municipais de 2004, 2008 e 2012 no Estado do Ceará, sendo descritas a fonte dos recursos, bem como a composição do financiamento por cargo, partido e mesoregião do Estado.

3.1 – Eleições municipais de 2004

Os gastos totais declarados pelos partidos a época à Justiça Eleitoral somam R$ 27.361.613,50. Desse valor, 32,58% originaram-se dos recursos dos próprios candidatos sendo essa a principal fonte de recursos nas eleições municipais de 2004 segundo o declarado. As doações de pessoas físicas representaram 28,96%, enquanto as doações de empresas figuraram 25,81%. Ressalta-se que 10,06% dos recursos foram declarados como advindos de outros candidatos ou comitês.

(30)

Figura 1. Financiamento por cargo em 2004.

(31)

Figura 2. Financimento por Mesoregião em 2004.

No que se refere a distribuição das receitas de campanha por mesorregiões, vê-se na figura 3 que a Região Metropolitana de Fortaleza concentra 28% dos recursos disponíveis, seguido pela região Noroeste com 18%.

Figura 3. Distribuição de receita de campanha por mesoregião em 2004.

(32)

e PT apresentaram mais de 50% do valor gasto em campanha doado por pessoas jurídicas. Enquanto que o PMN, PSB, PSC, PSL e PTC tiveram as doações de pessoas físicas representando mais da metade do valor total de seus recursos de campanha para prefeito.

Figura 4. Financiamento para prefeito por partido em 2004.

(33)

Figura 5. Financiamento para vereador por partido em 2004.

Quando somadas as doações para as campanhas de vereador e prefeito por partido, oberva-se que o PSDB recebeu um montante superior a 2 vezes o recebido pelo segundo partido com maior volume de doações, totalizando R$ 8.824.466,15. Em seguida tem-se o PPS, R$ 3.582.589,88, e o PMDB, R$ 3.489.689,90. Ver tabela 1.

Partido Valor

PSDB R$ 8.824.466,15

PPS R$ 3.582.589,88

PMDB R$ 3.489.689,90

PT R$ 2.292.749,27

PP R$ 1.671.080,67

PL R$ 1,534.621,84

PFL R$ 984.738,36

PC do B R$ 909.742,56

PRP R$ 847.287,35

PTB R$ 724.366,98

(34)

3.2 – Eleições municipais de 2008

A soma total dos valores recebidos pelos partidos e declarados ao TSE no pleito de 2008 no Estado do Ceará totalizou R$ 51.636.392,63, um aumento de 49,81% em relação às eleições municipais de 2004. Os recursos provinientes dos próprios candidatos representaram 30,58%, seguido pelos de pessoa física (26,28%), pessoa jurídica (22,74%), outros candidatos/comitês (18,39%), partido político (1,81%) e doações sem origem especificada (0,21%).

A figura 6 ainda mostra que o financiamento das campanhas para vereador é composta, majoritariamente, por recursos do próprio candidato (51,00%) e doações de pessoas físicas (32,27%). Por outro lado, as campanhas para prefeito tem como principais componentes os recursos advindos de pessoas jurídicas (31,23%), os recursos de outros candidatos/comitês (25,23%) e pessoas físicas (22,81%).

(35)

Observa-se, de acordo com a figura 7, que o financiamento nas mesorregiões do estado seguem o mesmo perfil, sendo composta, principalmente, por recursos próprios do candidato, recursos de pessoas físicas e pessoas jurídicas. A exceção foi a região metropolitana de Fortaleza que apresentou 44,35% de seus recursos vindos de outros partidos/comitês.

Figura 7. Financimento por Mesoregião em 2008.

(36)

Figura 8. Distribuição de receita de campanha por mesoregião em 2008.

(37)

Figura 8. Financiamento para prefeito por partido em 2008.

(38)

Nessas eleições o PMDB apresentou o maior volume de doações de campanha, R$ 9.689.847,16, seguido pelo PSDB, R$ 7.260.443,45, e PT, R$ 7.116.969,74. Se comparado ao pleito de 2004, os partidos dispenderam maiores cifras para as campanhas em 2008.

Partido Valor

PMDB R$ 9.689.847,16

PSDB R$ 7.260.443,45

PT R$ 7.116.969,74

PSB R$ 6.944.554,57

PDT R$ 4.110.406,63

PRB R$ 3.389.311,86

PP R$ 1.972.376,81

PR R$ 1.762.347,78

PTB R$ 1.611.744,03

PC do B R$ 1.448.636,01

Quadro 2. Partidos com maiores volumes de doações em 2008.

3.3 – Eleições municipais de 2012

O financiamento da campanha de 2012 no Ceará é marcado por um aumento expressivo nos valores declarados pelos partidos e candidatos à Justiça Eleitoral, 105,5%. O valor saltou para R$ 131.070.494,93 em 2012. A origem da receita com maior participação no volume total foram as doações de pessoas físicas com 29,09%, seguido pelos recursos próprios dos candidatos (23,22%), recursos do partido (22,42%) e recursos de pessoas jurídicas (22,39%). Os recursos advindos de outros partidos políticos, doações pela internet e rendimentos de aplicações financeiras somados totalizam menos de 1% do total.

(39)

candidatos (40,70%) e recursos de pessoas físicas (39,95%). Já para prefeito, vemos uma mudança em relação aos pleitos anteriormente citados, apontando os recursos vindos dos partidos políticos como maior fonte, 31,36%. Os recursos de pessoas jurídicas representaram 29,25%, seguidos pelos recursos de pessoas físicas com 23,69%, recursos próprios dos candidatos (14,53%), recursos de outros candidatos/comitês (1,16%), e demais fontes somando menos de 1 % do total.

Figura 10. Financiamento por cargo em 2012

(40)

Figura 11. Financimento por Mesoregião em 2012.

Vê-se na figura 12 que a Região Metropolitana de Fortaleza absorve 42% de toda a receita de campanha declarada pelos partidos, seguida pela Região Noroeste com 17% e pela Região Norte com 12%.

(41)

Nas campanhas para prefeito, vê-se na figura 13 um leve aumento na participação dos recursos de pessoas físicas e pessoas jurídicas na composição por partido. Com a exceção dos partidos PMN, PSTU e PTN, todos os partidos apresentaram um percentual de seus recurso de campanha advindo de empresas.

Figura 13. Financiamento para prefeito por partido em 2012.

(42)

Figura 14. Financiamento para vereador por partido em 2012.

Quanto aos totais recebidos pelos partidos, observa-se na tabela 3 um aumento de 283% na receita percebida pelo PSB, 31% do PMDB e 138% do PT. O PSDB apresentou uma queda de 13% em relação ao pleito anterior de 2008.

Partido Valor

PSB R$ 32.920.528,76 PT R$ 20.919.040,10 PMDB R$ 15.708.188,88 PSD R$ 9.077.943,61 PSDB R$ 7.721.189,72 PRB R$ 7.011.781,74

PC do B R$ 5.321.255,18 PDT R$ 4.487.202,85 PP R$ 3.992.295,36 PR R$ 3.705.642,64

(43)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observa-se que os gastos de campanha ao longo das últimas 3 eleições municipais no Estado do Ceará – 2004, 2008 e 2012 – apresentam tendência crescente, com destaque para o último pleito, cujo aumento, em termos percentuais, alcançou 105% em relação a 2004. Tal incremento pode ser atribuído ao aumento da fiscalização por parte da Justiça Eleitoral das contas eleitorais dos candidatos e partidos, assim como a elevação da competição eleitoral.

É notório, também, o perfil diferenciado de financiamento para as campanhas de prefeito e vereador, separadamente. As campanhas para a câmara legislativa municipal apresentam, majoritariamente, doações de pessoas físicas e recursos próprios dos candidatos como principais fontes de recursos, enquanto as campanhas para o principal cargo do executivo no município exibem forte presença das doações das entidades de pessoa jurídica, as empresas.

É diferenciado, em adição, o perfil do financiamento entre as regiões do interior do Estado e a Região Metropolitana de Fortaleza, tendo a última forte presença de recursos oriundos de partidos políticos, sobretudo na eleição de 2012. Observou-se que ao longo dos 3 pleitos houve um aumento da absorção de receita de campanha para a RMF, tendo a região na eleição de 2012 concentrado 42% de toda a receita gerada no estado. Tal característica indica um maior interesse dos partidos políticos nos cargos disputados na capital cearense e regiões circundantes. Esse interesse pode ser explicado pelo fato de ser nessa região que se encontram os maiores complexos industriais e comerciais do Estado.

(44)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAMO, Cláudio. Corrupção no Brasil: A perspectiva do setor privado.

Kroll/Transparência Internacional, 2004.

ANASTASIA, Fátima.; NUNES, F. . A Reforma da Representação. In: AVRITZER, Leonardo; ANASTASIA, Fátima. (Org.). Reforma Política no Brasil. 1ed.Brasília / Belo Horizonte: PNUD / Editora UFMG, 2006, v. 1, p. 17-33.

ARAÚJO, F. A. S. ; JORGE NETO, P. M. ; AQUINO, C. T. . COMPETIÇÃO POLÍTICA E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO: UMA ANÁLISE PARA OS MUNICÍPIOS DO CEARA NOS ANOS DE 2006 E 2010. 2013.

BOAS, T., HIDALGO, F., e RICHARDSON, N.(2011). The Spoils of Victory: Campaign Donations and Government Contracts in Brazil. Kellog Institute Working Paper No. 379. BOURDOUKAN, A. Y. O bolso e a Urna: financiamento político em perspectiva comparada. 2009. 152 f. Tese (Doutorado em Ciência Política) - Universidade de São Paulo, USP, Brasil.

BRASIL. Constituição, 1988.

CLAESSENS, S., FEIJEN, E. E LAEVEN, L. (2007). Political Connections and Preferential Access to Finance: The Role of Campaign Contributions. Journal of Financial Economics.

CERVI, Emerson Urizzi . Financiamento de Campanha e Desempenho Eleitoral no Brasil. Revista Brasileira de Ciência Política (Impresso), v. 1, p. 135-167, 2010.

DUVERGER, Maurice. Os Partidos Políticos. Rio de Janeiro: Zahar, 1970.

FALCÃO P. REIS, Daniel Gustavo. Financiamento da política no Brasil. 2010. 239 f. Dissertação (Mestrado em Direito) - Universidade de São Paulo, USP, Brasil.

FERREIRA, Manoel Rodrigues. A evolução do sistema eleitoral brasileiro / Manuel Rodrigues Ferreira. – 2. ed., rev. e alt. – Brasília : TSE/SDI, 2005. 367 p.

FIGUEIREDO FILHO, D. B. . Gastos eleitorais: os determinantes das eleições? Estimando a influência dos gastos de campanha nas eleições de 2002. Revista Urutágua (Online), v. 8, p. 1-10, 2005.

KINZO, M. D. G. . Oposição e Autoritarismo - Gênese e Trajetória do MDB, 1966-1979. São Paulo: Vértice/Idesp, 1988. 269p .

(45)

MALEM, J. Financiamiento, corrupción y gobierno. In: CARRILLO, M. et al. Dinero y contenda político-electoral. México: Fondo de Cultura Económica, 2003.

MARENCO DOS SANTOS, André . Quando leis não produzem os resultados esperados: financiamento eleitoral em perspectiva comparada. Dados (Rio de Janeiro. Impresso), v. 53, p. 821-853, 2010.

MELO, Carlos Ranulfo. “Migração partidária na Câmara dos Deputados: causas,

consequências e possíveis soluções”, in Maria Victória Benevides, Paulo Vannuchi e Fábio Kerche (orgs.), Reforma política e cidadania. São Paulo: Editora Fundação Perseu

Abramo, 2003, p. 322.

NICOLAU, Jairo. Como controlar o representante? Considerações sobre as eleições para a Câmara dos Deputados no Brasil. Dados, vol. 45, n 2, 2002. pp. 219-236.

NUNES, F.; CASTRO, M. M. M. Corrupção e accountability: uma análise da eleição brasileira de 2006. Opinião Pública (UNICAMP. Impresso), 2013.

PARANHOS, R. ; FIGUEIREDO FILHO, D. B. ; ROCHA, E. C. ; SILVA JUNIOR, J. A. ; LAVAREDA, A. Gastos e votos nas eleições 2012: o caso dos candidatos a prefeito das capitais brasileiras. E-Legis, v. 11, p. 29-43, 2013.

PORTUGAL, Adriana C. e BUGARIN, Maurício S. Financiamento Público de Campanhas Eleitorais: Efeitos Sobre Bem-Estar Social e Representação Partidária no Legislativo. Texto nº. 273. Brasília: UNB, 2003.

POWELL JR, Bingham. (2000), Elections as Instrument of Democracy. New Haven, Yale University Press.

RUBIO, Delia Ferreira. Financiamento de partidos e campanhas. Fundos públicos versus fundos privados. São Paulo: Novos Estudos CEBRAP. N. 73. 2005.

SCHMITT, Rogério. Partidos políticos no Brasil: (1945-2000) / Rogério Schmitt – 3ª ed. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005 (Descobrindo o Brasil)

SANTOS, R. D. A Economia Política das Eleições: um estudo de caso sobre a concentração de financiamento de campanha nas eleições de 2002 para deputado federal. 2009. 169 f. Dissertação (Mestrado em Ciência Política) - Universidade Federal Fluminense, UFF, Brasil.

SARMENTO, Daniel. OSÓRIO, Aline. Eleições, dinheiro e democracia: A ADI 4.650 e o modelo de financiamento de campanhas eleitorais. p. 2. Disponível em:

<http://www.oab.org.br/arquivos/artigo-adi-4650-362921044.pdf>. Acesso em 05 de novembro de 2014.

(46)

SZTUTMAN, A. M. ; ALDRIGHI, D. M. . Financiamento das campanhas eleitorais de 2006 por grupos econômicos e empréstimos do BNDES. In: XL Encontro Nacional de Economia, 2012, Porto de Galinhas. Anais do Encontro Nacional de Economia - ANPEC, 2012.

TONIAL, R. ; OLIVEIRA, E. S. . Os modelos de financiamento de campanha eleitoral e o contexto político-cultural brasileiro. Direito & Justiça (Porto Alegre. Impresso), v. 40, p. 106-119, 2014.

ZOVATTO, D. Financiamento dos partidos e campanhas eleitorais na América Latina. OPINIÃO PÚBLICA, Campinas, Vol. XI, nº 2, Outubro, 2005, p. 287-336.

Imagem

Figura 1. Financiamento por cargo em 2004.
Figura 2. Financimento por Mesoregião em 2004.
Figura 4. Financiamento para prefeito por partido em 2004.
Figura 5. Financiamento para vereador por partido em 2004.
+7

Referências

Documentos relacionados

Para ONU eliminar as desigualdades é uma tarefa urgente, visto que a igualdade é boa para o crescimento, tornando-o mais eficaz na hora de reduzir a pobreza, certo de que o

Este capítulo também informa sobre os cursos de graduação de Secretariado Executivo nas universidades públicas, federais e estaduais, do Brasil, com localização

Sendo assim, o Facebook pode ser considerado como uma excelente ferramenta de marketing de mídia social, pois é um site com grande potencial de divulgação e

Portanto, este estudo surgiu da preocupação com a formação dos futuros secretários executivos e tem como objetivo final investigar se os discentes do curso de secretariado

Em estudos realizados na conjuntura econômica do País sobre existência de dominância fiscal ou monetária no sistema econômico nacional destaca-se o estudo

À Universidade Federal do Ceará, especialmente, à Faculdade de Economia, Administração Atuárias, Contabilidade e Secretariado (FEAAC), por me proporcionar um

• Teleconferência – apresenta semelhança com a vídeo conferência. É quando uma reunião se da via telefone envolvendo varias pessoas.. Este sistema reduz gastos

O Brasil, que manteve o posto de segundo maior exportador mundial até 1999, ano em que foi ultrapassado pelo Vietnã, mostrou menor dinamismo, quando comparado aos seus